Você está na página 1de 204

LIBBRE EDUCACIONAL

TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

ÍNDICE
1) DIREITO ADMINISTRATIVO _______________________________________________________________ 01

2) DIREITO CIVIL __________________________________________________________________________ 27

3) DIREITO CONSTITUCIONAL ______________________________________________________________ 40

4) DIREITO DO TRABALHO _________________________________________________________________ 49

5) DIREITO EMPRESARIAL _________________________________________________________________ 63

6) ÉTICA PROFISSIONAL ___________________________________________________________________ 90

7) DIREITO PENAL ________________________________________________________________________ 99

8) DIREITO PROCESSUAL CIVIL ____________________________________________________________ 111

9) DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO ___________________________________________________ 126

10) DIREITO PROCESSUAL PENAL _________________________________________________________ 150

11) DIREITO TRIBUTÁRIO __________________________________________________________________ 159

12) ANEXO – QUADRO COMPARATIVO: PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DO PACOTE ANTICRIME _____ 191

#TeamLibbre #PartiuOAB
Atualizada: Novembro / 2020.
É proibida a reprodução, parcial ou total, da presente obra, nos termos da Lei Federal nº 9.610/1998.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
1
1.2.2. Atos Políticos
DIREITO ADMINISTRATIVO
Atos políticos são atos da Administração Pública dotados de uma elevada
valoração política, ou seja, são dotados de uma carga política mais intensa. Ex.:
1. ATOS ADMINISTRATIVOS ato que declara guerra a um estado estrangeiro, ato que concede extradição, ato
que decreta expulsão, ato que nomeia Ministro de estado.
1.1. CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO
1.2.3. Atos Materiais
Ato administrativo uma manifestação de vontade da Administração Pública ou de
quem age em seu nome, regida por um regime de direito público e que se destina Não são atos administrativos, eles materializam uma vontade concreta da
a satisfazer o interesse da coletividade. Toda e qualquer definição deve Administração Pública. Ex.: pavimentação de uma rua. Isso não é ato
contemplar três aspectos: o subjetivo, o formal e o objetivo. administrativo, a pavimentação pode decorrer de um ato administrativo, mas que
com ele não se confunde. Ex.: uma enchente é um fato administrativo, desde que
Aspecto Subjetivo: quem edita, qual o sujeito? Quem o edita é a Administração acarrete efeitos na Administração Pública.
pública ou de quem age em seu nome (concessionárias que prestam serviços
públicos). 1.3. ELEMENTOS

Aspecto Formal: revela uma preocupação com o regime jurídico aplicável ao ato Como todo ato jurídico, o ato administrativo forma-se pela conjugação de alguns
administrativo. É o ato regido de forma predominante por um regime público. O elementos, os quais, por sua vez, devem atender a preceitos legais para a
ato administrativo possui alguns atributos que outros atos não possuem. produção de efeitos jurídicos válidos.

Aspecto Objetivo ou funcional: associado com o propósito do ato administrativo. O a) Agente competente (Competência)
objetivo ainda que remoto deve ser a satisfação do interesse público. Se não for
atendido há abuso de poder: excesso de poder e desvio de poder. Agente competente significa o representante do Poder Público a quem o texto
legal confere atribuições que o habilitam a editar determinados atos
Desvio de poder: abuso de poder caracterizado pelo afastamento do interesse administrativos. No direito público, as atribuições de cada órgão ou autoridade
público. O órgão é competente para editar o ato administrativo, mas o edita sem recebem o nome de competência.
atender o interesse público. Gera nulidade do ato. Todo e qualquer ato
administrativo tem essa missão de satisfazer o interesse público. A verificação da competência do agente se efetua com base em três pontos,
sobretudo:
1.1.1. Silêncio da Administração
1. matérias incluídas entre suas atribuições, levando-se em conta o grau
O silencio da administração não é ato administrativo. O silencio é a ausência do hierárquico­ e possível delegação (competência ratione materiae);
ato. Ato pressupõe uma manifestação de vontade, a ausência não pode ser
encarada como ato. Entretanto, o silêncio pode produzir efeitos jurídicos 2. âmbito territorial em que as funções são desempenhadas (competência ratione
negativos. O normal é que o silencio seja avaliado como negativa a uma loci), de muita relevância num Estado federal;
pretensão.
3. limite de tempo para o exercício das atribuições, com início a partir da
Logo, o silêncio da administração aponta para um fato administrativo que pode investidura­ legal e término na data da demissão, exoneração, término do
ou não ter efeitos jurídicos, desde que regulamentados em lei. mandato, falecimento,­ aposentadoria, revogação da delegação etc.
(competência ratione temporis).
A omissão administrativa tem consequências jurídicas que podem ensejar a
impetração de mandado de segurança, porém, fica o Judiciário adstrito a Nenhum ato administrativo pode ser editado validamente sem que o agente
questões de legalidade não podendo deferir ou não pleito administrativo, sob disponha de poder legal para tanto. A competência resulta explícita ou
pena de se substituir ao administrador. implicitamente da norma e é por ela delimitada. Inexistindo impedimento legal, o
agente poderá transferir atribuições a outros agentes (delegação de
Por exemplo, quando o particular faz um requerimento e a Administração não se competência) ou chamar a si atribuições de outros agentes (avocação).
manifesta em determinado prazo, pode ensejar a interposição do mandado de
segurança. b) Objeto
1.2. ATOS PRIVADOS, ATOS POLÍTICOS E ATOS MATERIAIS
Objeto significa o efeito prático pretendido com a edição do ato administrativo ou
1.2.1. Atos Privados a modificação por ele trazida ao ordenamento jurídico.

Ato privado é um ato deflagrado pela Administração Pública que é regido Por exemplo: num ato de nomeação, o resultado pretendido é investir uma
predominantemente por um regime de direito privado. A Administração Pública pessoa nas funções de um cargo, para assumir o dever e o direito de exercer as
pode editar um ato com as mesmas características de um particular. atribuições pertinentes; numa declaração expropriatória, o resultado pretendido
é desencadear um processo que vai levar à retirada de determinado bem do
Não há razão para separar o ato privado da Administração Pública de um ato patrimônio de seu proprietário.
particular. A peculiaridade é que é editado pela Administração.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
2
O objeto há de ser lícito, isto é, o resultado pretendido deve ser aceito pelo O interesse público é a meta a ser atingida mediante o ato administrativo.
ordenamento, porque pautado na lei; moral – conforme princípios éticos e todas Elemento típico do ato administrativo, o fim de interesse público vincula a
as regras de conduta extraídas da disciplina geral da Administração; possível – atuação do agente, impedindo a intenção pessoal. Por isso, a afirmação do fim
referente a algo realizável de fato e de direito. como elemento do ato administrativo representa uma das grandes conquistas do
direito público moderno.
c) Forma
1.4. ATRIBUTOS
Em sentido amplo, forma significa exteriorização da vontade ou exteriorização da
decisão, para o fim de produzir efeitos no âmbito do direito. a) Presunção de legitimidade e veracidade

Se na formação do ato jurídico de natureza privada a exteriorização da vontade é Abrange aspectos da moralidade, eficiência, proporcionalidade. Existe uma
relevante, no ato administrativo a exteriorização reveste-se de grande presunção iuris tantum – presunção relativa de que o ato administrativo foi
importância, tendo em vista o fim de interesse público a que visa, daí decorrendo editado conforme as normas do ordenamento jurídico.
a necessidade de ser conhecido pelos cidadãos, por outros órgãos da
Administração e pelos órgãos de controle. Além disso, há uma presunção de que a situação fática descrita pelo ato
administrativo é verídica. Legitimidade para demonstrar a compatibilidade do ato
d) Motivo com as normas jurídicas. Uma preocupação com a validade. Já a expressão da
veracidade caracteriza a ideia de que o que o ato administrativo descreve é uma
Motivo significa as circunstâncias de fato e os elementos de direito que verdade, aquilo que foi descrito no corpo do ato descreve é verdadeiro.
provocam e precedem a edição do ato administrativo. Por exemplo: o ato
disciplinar punitivo tem como motivo uma conduta do servidor (circunstância­ de Portanto, tratando-se de presunção relativa, é possível desconstituição do ato
fato) que a lei qualificou como infração funcional (elemento de direito). administrativo através de elementos hábeis a comprovar vício insanável em seus
elementos. Por exemplo: o ato administrativo que determina o pagamento
A enunciação dos motivos recebe o nome de motivação, muito conhecida também impostos com mais de 5 anos (estão prescritos).
como exposição de motivos.
b) Imperatividade
De maneira a disciplinar a matéria, o artigo 50 da Lei 9784/99, que trata do
Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal explicitou Aptidão que o ato possui de ser exigido independentemente da anuência do
detalhadamente em quais tipos de atos administrativos a motivação é destinatário – administrado. Está associada ao poder de império. Significa que
obrigatória: Administração Pública pode impor unilateralmente sua vontade. Não precisa
perguntar ao administrado se ele está de acordo, ela obriga o particular a fazer
“Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos ou deixar de fazer alguma coisa, é comando obrigatório. Possibilidade de
e dos fundamentos jurídicos, quando: Administração Pública poder criar unilateralmente uma obrigação a ser atendida
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; pelo particular. Isso não ocorre nas relações privadas, a não ser que haja um
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; contrato prévio. De modo geral não existe.
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; ATOS ADMINISTRATIVOS DESPROVIDOS DE IMPERATIVIDADE
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício; Quais os atos que não possuem esse atributo? Atos negociais e atos enunciativos.
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; Negociais: ato que instrumentaliza um negócio jurídico, uma vontade da
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administração e do administrado, há um pacto, um consenso. São os atos que
administrativo.” sequer podem ser editados de ofício pela Administração Pública, pois dependem
de um requerimento. Pressupõe concordância, requerimento prévio e a
Teoria dos Motivos Determinantes Administração Pública avalia se vai consentir ou não. Exemplo: licença para
reforma de um imóvel.
Segundo essa teoria, os motivos apresentados pelo agente como justificativas do
ato associam-se à validade do ato e vinculam o próprio agente. Isso significa, na Enunciativos: certidão (é um ato que reproduz uma informação constante dos
prática, que a inexistência dos fatos, o enquadramento errado dos fatos aos assentamentos ou arquivos da administração) e atestado (é um ato que atesta,
preceitos legais, a inexistência da hipótese legal embasadora, por exemplo, constata uma situação fática – “servidor não compareceu no dia tal porque
afetam a validade do ato, ainda que não haja obrigatoriedade de motivar. estava doente”). A Administração Pública está apenas enunciando, que algo
aconteceu.
e) Finalidade
c) Autoexecutoridade
O agente competente, em vista de circunstâncias de fato e de razões de direito,
edita um ato administrativo que produzirá um efeito prático, com o objetivo de É o atributo que permite que o ato administrativo produza efeitos concretos,
obter uma consequência final, o fim, traduzido como o interesse público. independentemente da anuência do Poder Judiciário ou de qualquer outro poder.
A administração pode concretizar a sua manifestação de vontade, pode interditar
um estabelecimento, apreender e destruir mercadorias. Não precisa aguardar o
pronunciamento do Poder Judiciário ou de outro poder.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
3
A autoexecutoriedade pode ocorrer quando a lei expressamente autorizar a 3.1.3. ATOS NEGOCIAIS: São atos que exprimem a vontade da Administração
execução do ato administrativo; e quando a lei não autorizar expressamente, Pública coincidente com a vontade do particular. Em espécie: Licença,
existir a situação de emergência. Nesse último caso, a inércia pode até mesmo autorização, permissão, aprovação, admissão, visto, homologação, dispensa,
ensejar a responsabilidade civil da Administração Pública. Pode ser que a renúncia e protocolo administrativo.
concretização do ato administrativo ocorra sem a necessidade de contraditório
prévio. 3.1.4. ATOS ENUNCIATIVOS: São aqueles que, mesmo não contendo norma de
atuação ou ordem de serviço ou qualquer relação negocial entre o Poder Público
Exemplo: em uma fiscalização, apreende o produto e depois garante o e o particular, enunciam uma situação existente, sem qualquer manifestação de
contraditório – o chamado contraditório diferido. vontade da Administração. São todos aqueles em que a Administração se limita a
certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto,
ATOS ADMINISTRATIVOS QUE NÃO POSSUEM O ATRIBUTO DE AUTO-EXECUTORIEDADE: sem se vincular ao seu enunciado. Entre os atos mais comuns desta espécie
destacam-se: certidões, atestados, pareceres e averbações.
Multa: se o particular não pagar a multa, à Administração resta executá-la
judicialmente. Há uma exceção em que multa não precisa ser executada 3.1.5. ATOS PUNITIVOS: São aqueles que contêm uma penalidade a ser imposta ao
judicialmente, é a multa fixada pelo TCU que é dotada de autoexecutoridade, particular ou ao agente público. São os mais comuns: multa, interdição de
porque há previsão legal que prevê que em caso de não pagamento poderá ser atividades, destruição de coisas e atos de atuação interna (disciplina dos
descontada da remuneração do servidor. O STF reconheceu que essa multa é servidores).
dotada de autoexecutoriedade.
Multa: é toda imposição pecuniária a que sujeita o administrado a título de
Decreto da desapropriação ou ato declaratório de desapropriação: se o compensação do dano presumido da infração; é de natureza objetiva e se torna
proprietário discordar do valor oferecido, restará ao desapropriante ajuizar uma devida independentemente da ocorrência de culpa ou dolo do infrator.
ação de desapropriação.
Interdição de Atividade: é o ato pelo qual a Administração veda a alguém a
d) Exigibilidade prática de atos sujeitos ao seu controle ou que incidam sobre seus bens; deve ser
precedida de processo regular e do respectivo auto, que possibilite defesa do
É o atributo que permite que o ato administrativo seja exigido, isto é, que produza interessado.
efeitos concretos em razão de mecanismos indiretos de coerção – mecanismo
indireto é uma medida que estimula a aderir ao preceito emanado do ato Destruição de coisas: é o ato sumário da Administração pelo qual se inutilizam
administrativo. Exemplo: o pagamento do IPTU é necessário para que se possa alimentos, substâncias, objetos ou instrumentos imprestáveis ou nocivos ao
transferir a propriedade de um bem imóvel. consumo ou de uso proibido por lei.

e) Tipicidade 3.2. Classificação dos Atos Administrativos

A tipicidade é atributo do ato administrativo que determina que o ato deve 3.2.1. Quanto aos destinatários:
corresponder a uma das figuras definidas previamente pela lei, como aptas a
produzir determinados resultados, sendo corolário, portanto, do princípio da a) Atos gerais ou regulamentadores – São os atos administrativos expedidos sem
legalidade. destinatários determinados, com finalidade normativa, alcançando todos os
sujeitos que se encontrem na mesma situação de fato em relação aos seus
A sua função é impossibilitar que a Administração venha a praticar de atos preceitos. São os regulamentos, instruções normativas, circulares, ordens de
inominados, representando, pois, uma garantia ao administrado, já que impede serviços, etc.
que a Administração pratique um ato unilateral e coercitivo sem a prévia
previsão legal. b) Atos individuais ou especiais – São, ao contrário, todos aqueles que se dirigem
a determinados destinatários (um ou mais sujeitos certos), criando-lhes uma
Representa, também, a segurança de que o ato administrativo não pode ser situação jurídica particular. Ex.: Decretos de desapropriação; atos de nomeação;
totalmente discricionário, pois a lei define os limites em que a discricionariedade de exoneração, etc.
poderá ser exercida. Exemplo: para convocar candidatos a participarem de um
concurso público, a administração pública publicará Edital; para demitir servidor 3.2.2. Quanto ao seu alcance:
após processo disciplinar, o ato típico é o decreto.
a) Atos Internos – São atos administrativos destinados a produzir efeitos no
3. ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS âmbito das repartições públicas, destinados ao pessoal interno, como portarias,
instruções ministeriais, etc., destinados aos seus servidores. Podem ser mesmo
3.1. Espécies de Atos Administrativo assim, gerais ou especiais, normativos, ordenatórios, punitivos, etc., conforme
exigência do serviço.
3.1.1. ATOS NORMATIVOS: São atos que contém um comando geral, impessoal e
abstrato. São os atos normativos em espécie: Decretos, Regulamentos, Instruções b) Atos Externos ou de efeitos externos – São todos aqueles que alcançam os
normativas, Regimentos, Resoluções, Deliberações. administrados, os contratantes e, em certos casos, até mesmo os próprios
servidores, provendo sobre seus direitos, obrigações, negócios ou conduta
3.1.2. ATOS ORDINATÓRIOS: São atos que disciplinam a conduta interna da perante a Administração. Tais atos só entram em vigor após sua publicação em
Administração e, portanto, são dirigidos aos servidores públicos. Decorrem da órgão oficial (diário oficial) dado seu interesse público.
organização hierarquizada da Administração. Por espécie: Instruções, Circulares,
avisos, portarias, ordens de serviço, ofícios e despachos.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
4
3.2.3. Quanto ao seu objeto: 4. EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:

a) Atos de império ou atos de autoridade – São todos aqueles atos que a A extinção do ato administrativo deveria ser aquela que resultasse do
Administração pratica usando de sua supremacia sobre o administrado ou sobre cumprimento de seus efeitos. Entretanto, não se pode deixar de reconhecer que
o servidor, impondo-lhes atendimento obrigatório. É o que ocorre nas há outras formas anômalas pelas quais ocorre a extinção:
desapropriações, nas interdições de atividade e nas ordens estatutárias. Podem
ser gerais ou individuais, internos ou externos, mas sempre unilaterais, a) Extinção Natural – Aquela que decorre do cumprimento normal dos efeitos do
expressando a vontade onipotente do Estado. ato. Se nenhum outro efeito vai resultar do ato, este se extingue naturalmente.
Ex: a destruição de mercadoria nociva ao consumo público; outro exemplo: uma
b) Atos de gestão – São os que a Administração pratica sem usar de sua autorização por prazo certo para exercício de atividade.
supremacia sobre os destinatários, tal como ocorre nos atos puramente de
administração dos bens e serviços públicos e nos atos negociais com os b) Extinção Subjetiva – Ocorre com o desaparecimento do sujeito que se
particulares, como, por exemplo, as autorizações, licenças, permissões, etc. beneficiou do ato. É o caso de uma permissão; sendo o ato de regra intransferível,
a morte do permissionário extingue o ato por falta do elemento subjetivo.
c) Atos de expediente – São os que se destinam a dar andamento aos processos e
papéis que tramitam pelas repartições públicas, preparando-os para a decisão c) Extinção Objetiva – O objeto dos atos é um dos seus elementos essenciais.
de mérito a ser proferida pela autoridade competente. São atos de rotina interna, Desse modo, se depois de praticado o ato desaparece seu objeto, ocorre a
sem caráter vinculante e sem forma especial, praticados geralmente por extinção objetiva. Exemplo: a interdição de um estabelecimento que vem a
servidores subalternos. Exemplo: protocolo de requerimento. desaparecer ou que permanentemente foi desativado, o objeto se extingue e, com
ele, o próprio ato.
3.2.4. Quanto ao seu regramento:
d) Caducidade – Ocorre quando a retirada do ato se funda no advento de nova
a) Vinculados ou regrados – São aqueles para os quais a lei estabelece os legislação que impede a permanência da situação anteriormente consentida.
requisitos e condições de sua realização, limitando a liberdade do administrador Exemplo: uma permissão para uso de um bem público; se, supervenientemente, é
que fica adstrita aos pressupostos do ato legal para validade da atividade editada lei que proíbe tal uso privativo por particulares, o ato anterior, de
administrativa. Ex.: aposentadoria compulsória do servidor e a licença para natureza precária, sofre caducidade, extinguindo-se.
edificações.
b) Discricionários – São aqueles atos que a Administração pode praticar 4.1. Desfazimento volitivo – Anulação, Revogação e Cassação do ato
escolhendo livremente o seu conteúdo, o seu destinatário, a sua conveniência, a administrativo:
sua oportunidade e o modo da sua realização. Manifesta-se em função do poder
da Administração em praticá-lo nas condições que julgar conveniente: abrir um 4.1.1. Anulação – Anulação é a declaração de invalidade de um ato administrativo
concurso público escolhendo o número de vagas, pavimentar uma estrada, etc. ilegítimo ou ilegal, feita pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário. Na
anulação o Poder Público, reconhecendo que faz baixar ato ilegal, contrário à
3.2.5. Quanto à natureza: ordem jurídica ou a texto expresso da lei, suprime-o, fazendo cessar seus efeitos.

a) Atos Simples – neste caso o ato emana da vontade de um só órgão (singular ou Os efeitos da anulação dos atos administrativos retroagem às suas origens, são
colegiado) ou agente administrativo. Exemplo: nomeação para cargo em ex tunc, invalidando as consequências passadas, presente e futuras do ato
comissão, deliberação de um Conselho. anulado. É importante salientar que tanto os atos discricionários quanto os
vinculados, por padecerem de vícios de ilegalidade, são passíveis de anulação.
b) Atos Complexos – são aqueles cuja vontade final da Administração exige a
intervenção de agentes ou órgãos diversos, havendo certa autonomia ou Ainda sobre a anulação, cabe frisar o artigo 54 da Lei 9784/99:
conteúdo próprio, em cada uma das manifestações. Exemplo: A investidura do
Ministro do STF se inicia pela escolha do Presidente da República; passa, após, “Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que
pela aferição do Senado Federal; e culmina com a nomeação. decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados
da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.”
c) Atos Compostos - Que resulta da vontade única de um órgão, mas depende da
verificação por parte de outro, para se tornar exequível. Ex.: dispensa de Assim, no caso de um servidor público receber de boa-fé um adicional
licitação que deve ser posteriormente confirmada pelo respectivo tribunal de posteriormente declarado ilegal pela própria administração, passado o prazo
contas para ter validade. decadencial e em homenagem ao princípio da segurança jurídica, não mais será
possível a retirada da parcela dos vencimentos daquele servidor.
3.2.6. Quanto ao fim:
Aliás, tratando do assunto, vale lembrar a Súmula 249 do Tribunal de Contas da
a) Atos Declaratórios de direito - São os atos que declaram a legalidade de uma União:
situação já existente e de consequência irremovíveis diante do Direito.
Súmula 249 - TCU
b) Atos Constitutivos de direito – São os atos que dão estabilidade jurídica a um É dispensada a reposição de importâncias indevidamente percebidas, de boa-fé,
fato até então de resultados aleatórios. por servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude de erro escusável de
interpretação de lei por parte do órgão/entidade, ou por parte de autoridade
legalmente investida em função de orientação e supervisão, à vista da presunção
de legalidade do ato administrativo e do caráter alimentar das parcelas
salariais.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
5
4.1.2. Revogação – Revogação é a supressão de um ato administrativo perfeito, Nesse sentido, são barreiras a convalidação: “A impugnação do interessado,
legítimo e eficaz, realizada pela Administração e somente por ela (jamais o Poder expressamente ou por resistência quanto ao cumprimento dos efeitos e o
Judiciário em sua função judicante) por não mais lhe convir. Toda revogação decurso do tempo, com a ocorrência da prescrição, razão idêntica, aliás que
pressupõe, portanto, um ato legal e perfeito, mas inconveniente ao interesse também impede a invalidação” (CARVALHO FILHO, 2005, p.165).
público.
Não há aplicando-se o instituto da convalidação no Direito Administrativo
Revogação é a manifestação unilateral da vontade da administração que tem por qualquer ofensa à integridade do princípio da legalidade, visto que existem
escopo desfazer, total ou parcialmente, os efeitos de outro ato administrativo condições expressas no texto da lei, para que se afigure tal possibilidade.
anterior praticado pelo mesmo agente ou seu inferior hierárquico por motivo de
conveniência ou de oportunidade. II. PODERES ADMINISTRATIVOS

4.1.3. Cassação – forma extintiva que se aplica quando o beneficiário de 1.1. CONCEITO
determinado ato descumpre condições que permitem a manutenção do ato e de
seus efeitos. Os poderes administrativos são instrumentais para a defesa do interesse público,
a doutrina define que eles têm natureza jurídica de poderes-deveres e não
É ato vinculado, visto que o agente só pode cassar o ato nas hipóteses exclusivamente de poderes.
previamente previstas em lei ou outra norma similar, além de se caracterizar
como ato punitivo, que pune aquele que deixou de cumprir as condições para a Há um rol de poderes administrativos cujo exercício mostra-se mais abrangente
subsistência do ato. Exemplo: a cassação de licença para exercer certa profissão; que outros, no desempenho das inúmeras atividades administrativas. Permeiam,
ocorrido um dos fatos que a lei considera gerador da cassação, pode ser editado com maior frequência, as medidas e decisões adotadas pelas autoridades.
o respectivo ato.
1.2. PODER REGULAMENTAR e PODER NORMATIVO
SÚMULA 473 DO STF (PODER/DEVER DA AUTOTUTELA ADMINISTRATIVA)
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os 1.2.1. PODER REGULAMENTAR
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e É o poder, com fundamento constitucional, que autoriza o chefe do Poder
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Executivo a expedir regulamentos para delimitar previsões legais genéricas.

4.1.4. Contraposição ou derrubada – Um ato deixa de ser válido em virtude da Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...)
emissão de um outro ato que gerou efeitos opostos ao seu. São atos que possuem IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e
efeitos contrapostos e que, por isso, não podem existir ao mesmo tempo. Ex.: regulamentos para sua fiel execução;
exoneração de um funcionário, que aniquila os efeitos do ato de nomeação.
Da leitura da parte final do inciso IV, depreende-se que o fundamento de validade
4.1.5. Renúncia – Renúncia é a retirada do ato administrativo eficaz por seu dos chamados regulamentos de execução, previstos nesse inciso, é a lei. Esses
beneficiário não mais desejar a continuidade dos seus efeitos. A renúncia só se são atos administrativos voltados para o detalhamento do que a lei não
destina aos atos ampliativos (atos que trazem privilégios). Ex.: Alguém que tem esmiuçou.
uma permissão de uso de bem público não a quer mais.
Assim, a lei é o fundamento de validade dos regulamentos, mas também seu
5. CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS limite. Tais atos não podem inovar no ordenamento jurídico ou criar obrigação
não prevista em lei.
Convalidação é o ato administrativo que efetua a supressão de defeito de ato
anteriormente editado, para mantê-lo no mundo jurídico, retroagindo seus Em 2001, foi editada a Emenda Constitucional nº 32 que incluiu no art. 84, o inciso
efeitos a partir da edição do primeiro. VI, “a”. Fato que enseja o início da aceitação doutrinária de algumas hipóteses de
regulamento autônomo.
A Lei nº 9.784/99 – processo administrativo federal, prevê a convalidação no art.
55, da forma seguinte: “Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional
sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração”. nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
São convalidáveis os atos que tenham vício de competência e de forma, nesta aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela
incluindo-se os aspectos formais dos procedimentos administrativos. Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda
ATENÇÃO: Também é possível convalidar atos com vício no objeto, ou conteúdo, Constitucional nº 32, de 2001)
mas apenas quando se tratar de conteúdo plúrimo, ou seja, quando a vontade
administrativa se preordenar a mais de uma providencia administrativa no Tais hipóteses são restritas aos temas afetos ao funcionamento e organização da
mesmo ato, aqui será viável suprimir ou alterar alguma providência e aproveitar administração federal. Qualquer outro tema não poderá ser tratado por
o ato quanto às demais providências, não atingidas por qualquer vício. regulamento autônomo.

Salienta-se ainda que o poder de convalidação sofre duas importantes Além disso, mesmo que exista relação com o tema, quando houver implicação em
limitações, estando desta forma ligado ao princípio da legalidade. aumento de despesa ou criação e extinção de órgãos públicos a determinação
não poderá ser veiculada por decreto autônomo. Deverá acontecer através de lei.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
6
Observação: As nomenclaturas “decreto” e “regulamento” acabam trazendo É um ato que depende dessa relação de hierarquia daquele que recolhe as
muita confusão. competências em relação ao que deixa de exercê-las. Assim, a avocação é
fundada no poder hierárquico.
Decreto: ato privativo do Presidente da República. Todo ato privativo do
presidente da república é chamado de decreto que é o meio para a edição de um Delegação
determinado ato.
Por sua vez, a delegação não depende do poder hierárquico. A autoridade
Regulamento: ato que irá detalhar previsões legais genéricas, trata do conteúdo delegante pode realizar a delegação de suas competências para uma autoridade
do ato. de hierarquia inferior, hipótese mais comum, ou para alguém que não seja seu
1.2.2. PODER NORMATIVO subordinado, que estará em posição semelhante ao delegante.

Além do poder regulamentar, a Administração detém a faculdade de emitir Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver
normas para disciplinar matérias não privativas de lei. Tais normas podem ter impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou
repercussão mais imediata sobre pessoas físicas, jurídicas, grupos, a população titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando
em geral, ou mais imediata sobre a própria Administração, podendo ter ou não for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
reflexos externos. jurídica ou territorial.

Na Administração direta, o Chefe do Executivo, Ministros e Secretários expedem Ademais, a autoridade para qual foi delegada a competência ou a autoridade que
atos que podem conter normas gerais destinadas a reger matérias de sua avoca a competência para si, ou seja, aquela que recebe as competências, irá
competência, com observância da Constituição e da lei. agir e responderá pelos atos que praticar durante o período em que estiver no
exercício da competência.
Exemplo: decreto do Presidente da República que dispensa a Procuradoria-Geral
da Fazenda Nacional de interpor recursos judiciais em rol de matérias; decreto Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio
de Prefeito que disciplina a venda de pastéis na feira; resolução de Secretário da oficial.
Educação disciplinando a atribuição de aulas excedentes.
§ 1° O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os
#ATENÇÃO: Quando, entretanto, a autoridade responsável pelo exercício do Poder limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o
Regulamentar ou, ainda, do Poder Normativo, extrapola os limites e acaba recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
tentando, por mero ato administrativo criar ou modificar direitos e obrigações
que não guardam previsão na legislação, tais atos administrativos padecem do §2° O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
que a doutrina conhece por VÍCIO DE OBJETO. Exemplo: determinado governador
de estado vai regulamentar uma lei nova e, deliberadamente, acaba restringindo § 3° As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta
diretamente liberdades individuais dos administrados. qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.

1.2.3. PODER HIERÁQUICO OBSERVAÇÃO: Tanto o ato de delegação quando a revogação do ato precisa ser
publicada no meio oficial.
Poder hierárquico é o de que dispõe o executivo para distribuir e escalonar as
funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, Vedações legais à possibilidade de delegação de competência
estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores de seu quadro de
pessoal. Assim, ser um poder interno e permanente da administração pública são O art. 13 da mesma lei traz as restrições, tratando dos atos que não podem ser
características do Poder Hierárquico. objeto de delegação.

Tal poder autoriza a ocorrência de algumas situações importantes, como a Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
delegação e a avocação de competências e a possibilidade de a administração I - a edição de atos de caráter normativo;
exercer permanentemente uma supervisão dos atos praticados pelos II - a decisão de recursos administrativos;
subordinados. III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Delegação e avocação de competência A ideia do inciso I é justamente a de que a autoridade máxima de uma
determinada pessoa jurídica edite os atos de caráter normativo. Já o inciso III
A Lei nº 9.784 (Lei do Processo Administrativo Federal) traz alguns dispositivos contém uma previsão natural, ou seja, se a competência é exclusiva, não pode
importantes que irão normatizar a questão de delegação e avocação de ser delegada.
competência.
Quanto ao inciso II, nunca se pode esquecer que a própria lei, em outro
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a dispositivo, assegura que todo processo administrativo, inexistindo disposição
que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legal específica, deverá sempre começar pela autoridade de menor grau para
legalmente admitidos. decidir, justamente para que seja possível o direito à interposição de recursos
pelo interessado:
Avocação
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo
A avocação de competências corresponde à hipótese em que um órgão que está deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.
em posição de superioridade hierárquica recolhe algumas competências daquele
que está em uma posição hierarquicamente inferior e passa a exercê-las.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
7
Também se deve fazer a ressalva de que, mesmo assegurado o direito a recorrer, Logo, considera-se o “princípio da adequação punitiva”, segundo qual haveria
todo processo administrativo deverá tramitar, no máximo, por 03 (três) apenas uma pena adequada para a punir cada uma das condutas.
instâncias administrativas, salvo disposição diversa:
Aplicação
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias
administrativas, salvo disposição legal diversa. O Poder Disciplinar pode ser aplicado aos agentes públicos e, em algumas
Por derradeiro, convém lembrar que em sede de recurso administrativo é vedada situações, a particulares, como no caso daqueles que contratam com a
por inconstitucionalidade a exigência de depósito ou arrolamento de dinheiro ou administração pública (concessionárias de serviço público ou empreiteiras) e,
bens para que seja feito o juízo de admissibilidade, a teor da súmula vinculante ainda, aos que mantém relação institucional com a administração pública
n° 21 do Supremo Tribunal Federal: (alunos de escola pública ou presidiário).

Súmula Vinculante 21 SÚMULAS IMPORTANTES SOBRE O PODER DISCIPLINAR


É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou
bens para admissibilidade de recurso administrativo. Súmula vinculante 5 do STF
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar
Vício de competência não ofende a Constituição.

Quando um administrador, fundado supostamente no exercício do seu poder Súmula 635 do STJ
hierárquico, atuar fora de suas competências haverá um vício de excesso de Os prazos prescricionais previstos no artigo 142 da Lei 8.112/1990 iniciam-se na
poder. É uma espécie do gênero, abuso de poder do qual a outra espécie é o data em que a autoridade competente para a abertura do procedimento
desvio de finalidade. administrativo toma conhecimento do fato, interrompem-se com o primeiro ato
de instauração válido – sindicância de caráter punitivo ou processo disciplinar –
Logo, quando o ato é praticado fora dos poderes daquele agente, o exame da e voltam a fluir por inteiro, após decorridos 140 dias desde a interrupção.
finalidade do ato acaba se tornando irrelevante mesmo que esteja tutelando o
interesse público. Súmula 611 do STJ
Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância,
1.2.4. PODER DISCIPLINAR é possível a instauração de processo administrativo disciplinar com base em
denúncia anônima, em face do poder-dever de autotutela imposto à
O Poder Disciplinar é um poder interno da administração, aplicável àqueles que Administração.
detêm relação especial com a administração (empregatícias, contratuais ou
institucionais) e consiste na possibilidade de a administração pública aplicar Responsabilidades do servidor
punições, sanções aos agentes que cometam infração funcional.
O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular
Então, um particular que não se relaciona de nenhuma forma diferenciada com a de suas atribuições, seja por ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
administração não poderá ser objeto do Poder Disciplinar, o que o diferencia do resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
Poder de Polícia que pode atingir qualquer pessoa.
Teoria das 3 esferas (cível, administrativa e penal)
Além disso, a doutrina destaca que tal poder tem também a característica de não
ser permanente, pois só será exercido se houver suspeita, notícia ou informação As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo
de que o agente público cometeu uma infração funcional. independentes entre si, sendo que a absolvição judicial somente repercute na
esfera administrativa, se negar a existência do fato ou afastar do servidor a
Poder Disciplinar: vinculado ou discricionário? autoria.

Quanto à discricionariedade, a linha adotada pelos Tribunais superiores afasta a 2. O PODER DE POLÍCIA ADMINISTRATIVA
idéia de que o Poder Disciplinar seja uma atividade discricionária. Este seria
vinculado vez que só existiria uma pena adequada a cada conduta. Assim, a Em essência, poder de polícia é a atividade da Administração que impõe limites
atuação do administrador no exercício de tal poder é vinculada. ao exercício de direitos e liberdades. É uma das atividades em que mais se
expressa sua face autoridade, sua face imperativa. Onde existe um ordenamento,
A doutrina tradicional, encontrando respeitáveis vozes contrárias, aponta o poder este não pode deixar de adotar medidas para disciplinar o exercício de direitos
disciplinar como de exercício discricionário quanto à escolha ou à graduação da fundamentais de indivíduos e grupos.
penalidade, uma vez que os estatutos funcionais não estabelecem regras rígidas
como ocorre no Direito Penal. O Código Tributário Nacional, no art. 78, traz o seguinte conceito:

Contudo, a Terceira Seção do STJ caminha de forma diferente da doutrina Poder de polícia é a atividade da administração pública que, limitando ou
tradicional invertendo a concepção para um poder disciplinar vinculado, disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção
desgarrado de juízos de conveniência e oportunidade. de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
Portanto, a posição que prevalece na doutrina é que, em regra, o poder atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder
disciplinar é discricionário, porém, no STJ, a posição majoritária é pela sua Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
natureza vinculada! individuais ou coletivos.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
8
Em conjunto com a prestação de serviços públicos e a atividade de fomento, o 2.2. Competência para o exercício do Poder de Polícia
Poder de Polícia é uma das três funções precípuas da administração pública
moderna. Enquanto os dois primeiros são atividades ampliativas da esfera do É competente para exercer Poder de Polícia Administrativa o ente federado ao
interesse do particular, que geram vantagens a indivíduos e coletividades, o qual a Constituição atribuiu a competência para legislar sobre a atividade a ser
Poder de Polícia é uma atividade estatal restritiva de direitos. limitada.

O exercício do Poder de Polícia pela administração limita a liberdade ou a Logo, se a CF atribui competência legislativa sobre determinada atividade, daí
propriedade de um indivíduo em favor do interesse público. Essa limitação pode decorre que esse ente será competente também para exercer o Poder de Polícia
ocorrer de diversas formas, como através da exigência de uma determinada em relação a tal atividade, pois, tudo corresponde a atividade de regulação de
atuação, ou da obrigação de fazer algo ou ainda através da imposição de uma uma determinada situação.
obrigação de não fazer, de uma omissão.
Exemplo: A competência para a ordenação urbana cabe aos Municípios. Assim, é
Exemplo: A administração pública pode impor uma limitação genérica de não natural que o exercício de atividades de polícia relacionadas a ela, como por
construir acima de um determinado limite, chamada de gabarito, que também é exemplo, a concessão de licenças para edificação, para localização e
uma consequência do poder de polícia. funcionamento de estabelecimentos comerciais e industriais, bem como a
aplicação de sanções pelo descumprimento de normas edilícias sejam todas de
Então, o exercício do Poder de Polícia pode ensejar uma exigência para o competência do Município, seguindo a competência legislativa.
particular de uma atuação positiva, negativa ou uma mera tolerância com
relação a algum fato. 2.3. Ciclo de Polícia Administrativa

2.1. Polícia administrativa e polícia judiciária O ciclo de Polícia Administrativa irá explicar a sucessão de atos que o Poder de
Polícia envolve:
Em alguns ordenamentos (por exemplo, o francês), o poder de polícia recebe o
nome de polícia administrativa. Tornou-se clássico distingui-lo da chamada I. Ordem de polícia;
polícia judiciária. É a 1ª etapa do ciclo. Ordem de polícia é o nome dado ao comando estatal que
limitará a liberdade ou propriedade, ou seja, que estabelecerá a obrigação de
Em essência, a polícia administrativa, ou poder de polícia, restringe o exercício fazer, de não fazer ou de tolerar.
de atividades lícitas, reconhecidas pelo ordenamento como direitos dos
particulares, isolados ou em grupo. II. Consentimento de Polícia;
É a segunda fase do ciclo que só existirá se a negativa for relativa, hipótese em
Diversamente, a polícia judiciária visa a impedir o exercício de atividades ilícitas, que o Estado pode consentir que a atividade seja desenvolvida desde que
vedadas pelo ordenamento; a polícia judiciária auxilia o Estado e o Poder atendidas algumas condições. Esse consentimento pode ser vinculado ou
Judiciário na prevenção e repressão de delitos; e auxilia o Judiciário no discricionário.
cumprimento de suas sentenças.
III. Fiscalização de polícia;
A Polícia Administrativa:
Terceira etapa do ciclo de polícia, a fiscalização de polícia corresponde à
I. é regida pelo direito administrativo, possuindo atuação predominantemente aferição pela administração pública da compatibilidade da conduta do
preventiva, em regra, antes da prática do ilícito; administrado com a ordem de polícia. Pode ser preventiva, realizada antes da
prática do ilícito, e repressiva quando praticada após a prática do ilícito.
II. também pode atuar repreensivamente;
IV. Sanção de Polícia;
III. é exercida de por diversos órgãos, como a Polícia Militar, por desenvolver
policiamento ostensivo, e vários órgãos fiscalizadores, como a ANVISA e o A etapa final do ciclo de polícia pode corresponder aquilo que é chamado de pena
PROCON; ou de constrangimento. Nessa etapa, caso seja verificado que o particular não
atende às condições presentes na ordem de polícia, ocorrerá sua punição com a
IV. é exercida sobre atividades privadas, bens ou direitos. aplicação de pena ou de um constrangimento.

A Polícia Judiciária: 2.4. Delegação do Poder de Polícia

I. é regida pelo direito processual penal, possuindo atuação predominantemente Com relação ao seu exercício, a doutrina classifica o Poder de Polícia em
repressiva, que começa após a prática do ilícito, seja ele corresponde a um crime originário e delegado.
ou a uma contravenção;
O Poder de Polícia originário é aquele exercido por um órgão que integra a
II. exercida apenas pela Polícia Civil em âmbito estadual ou pela Polícia Federal, administração direta. Ou seja, um órgão que integra os entes políticos, a União, os
em âmbito federal; Estados, os Municípios ou o Distrito Federal.

III. exercida apenas sobre pessoas. Logo, o Poder de Polícia delegado é aquele que não é exercido por um órgão da
administração direta.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
9
No que se refere às pessoas jurídicas de direito público da administração Em razão desse atributo, a administração compelirá materialmente o
indireta, ou seja, as autarquias e as fundações públicas de direito público, tanto a administrado usando meios diretos de coerção, sem depender da concordância
doutrina quanto a jurisprudência admitem a delegação. do magistrado. Assim, não serão utilizados mecanismos indiretos de coerção que
visam atuar na psique do indivíduo.
O STF já decidiu nesse sentido várias vezes, como no caso sobre os Conselhos de Exemplo: A apreensão de mercadorias, a interdição de fábricas e a demolição de
Fiscalização Profissional, no qual foi decidido que deveriam ter natureza jurídica obras.
de pessoa jurídica de direito público, por isso tais Conselhos são considerados
autarquias. Apesar de também ser indicada como um atributo de Poder de Polícia, a
autoexecutoriedade não estará presente em todas as medidas de polícia.
2.4.1. Delegação a particulares (exemplo: multa, pois se não for paga na data certa, somente através do
Judiciário será cobrada)
Apesar da doutrina entender que os particulares não podem receber delegação
para o exercício do Poder de Polícia, admite que eles operacionalizem o exercício Na segunda hipótese, no caso de urgência, a administração pública pode adotar
de tal poder. Nessas situações não ocorre uma transferência do poder, mas o atos que não estejam previstos em lei ou pode adotar determinados atos em
particular exerce atos materiais e instrumentais que dão suporte ao exercício do situações que não estejam previstas, com uma finalidade especifica, para
Poder de Polícia pela administração. garantir a segurança da coletividade.

Exemplo: Contratação de um particular que possui o maquinário necessário para Exemplo: A demolição de um prédio que ameaça ruir. Não há problema se não
a demolição de uma casa construída em local irregular que o Município precisa existir previsão legal sobre a autoexecutoriedade da demolição pela
demolir. Considerando a ausência da estrutura necessária para a demolição pelo administração. Se o prédio ameaça ruir, traz um risco à coletividade que justifica
Município, este pode contratar um particular. a concessão de autoxecutoriedade ao ato que determina a demolição, ainda que
não haja previsão especifica quanto a isso.
A ordem sai da administração pública e o particular executa exclusivamente um
ato material, instrumental, de suporte ao exercício do Poder de Polícia. Coercibilidade

2.5. Atributos do Poder de Polícia A coercibilidade relaciona-se com a possibilidade de a administração impor a
sua vontade ao particular sem depender de sua anuência.
Discricionariedade
A autoexecutoriedade e a coercibilidade são intrinsecamente ligadas, inexistindo
Quanto aos atos relacionados ao Poder de Polícia, a administração terá certa uma distinção que seja muito precisa entre elas. Enquanto a coercibilidade
margem de liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e conveniência significa que o particular não precisa anuir para a administração atuar, a
da prática dos atos relacionados ao Poder de Policia, estabelecendo os motivos, autoexecutoriedade significa que a administração pode atuar sem recorrer ao
dentre os motivos expostos em lei, e o seu conteúdo, dentro dos conteúdos Poder Judiciário.
admitidos pela lei.
PRESCRIÇÃO DA AÇÃO PUNITIVA DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL
A discricionariedade está presente na maior parte das medidas de polícia. É
realmente normal que a administração pública possa fazer escolhas, tenha que A ação punitiva da Administração Pública Federal direta e indireta, no exercício
decidir o melhor momento de agir, o meio mais adequado para a sua ação ou a do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, prescreve
sanção cabível dentre aquelas previstas em lei. Nessas hipóteses, em que houver em cinco anos, a contar da data da prática do ato ou, no caso de infração
margem de escolha para a administração, o exercício do Poder de Polícia será permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
discricionário.
III. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA BRASILEIRA
No entanto, é importante destacar que nem todo ato de polícia é dotado do
atributo da discricionariedade. Existem situações em que a atividade da 3.1. CONCEITO
administração será feita por atos completamente vinculados, em que não haverá
discricionariedade. Parte do Direito Administrativo que estuda a estrutura interna da administração,
os órgãos e as pessoas que a compõem. Em âmbito federal, a organização
Exemplo: A lei estabelece os requisitos para a expedição da licença. Ressalvado administrativa é disciplinada pelo Decreto Lei 200/67.
o caso da licença para construir, se os requisitos forem preenchidos pelo
particular, a administração deverá conceder a licença, não havendo para ela O Estado é considerado ente personalizado tanto no plano internacional quanto
nenhuma margem de escolha. no plano interno. No caso dos Estados que se organizam sob a forma de
federação, temos a coexistência interna de uma pluralidade de pessoas jurídicas
Logo, apesar de ser bastante comum, o atributo da discricionariedade nem políticas. É o que acontece na federação brasileira, composta pelas pessoas
sempre estará presente no exercício do Poder de Polícia. políticas da União, dos Estados-membros, dos Municípios e do Distrito Federal.

Autoexecutoriedade O que diferencia as pessoas políticas das pessoas puramente administrativas


(autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
A autoexecutoriedade corresponde à possibilidade que a administração tem de mista) é a capacidade que têm as primeiras de editar suas próprias leis,
executar as suas decisões por seus próprios meus, sem precisar recorrer ao inovando a ordem jurídica.
Poder Judiciário.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
10
Além disso, como consequência da capacidade de legislar, as pessoas políticas Exemplo: Câmara Municipal que entra com mandado de segurança contra
podem criar pessoas puramente administrativas, que irão compor as suas prefeito municipal que não repassou recursos previstos na lei orçamentária ao
respectivas Administrações Indiretas. Nesse ponto, é importante salientar que legislativo.
tanto as pessoas políticas quanto as pessoas administrativas possuem
personalidade jurídica, e, por isso, são capazes de adquirir direitos e contrair 3.3.1. Classificação dos órgãos públicos
obrigações em nome próprio.
a) Órgãos independentes (ou órgãos primários do Estado): são aqueles previstos
Como manifestação de sua organização administrativa, os entes políticos e as na Constituição e representativos dos Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e
entidades da Administração Pública podem ser divididos em órgãos públicos. Os Judiciário). Não sofrem qualquer tipo de subordinação hierárquica ou funcional,
órgãos públicos congregam funções que vão ser exercidas pelos agentes sujeitando-se apenas aos controles constitucionais de um Poder pelo outro.
públicos.
Incluem-se nessa categoria o Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados, o
3.2. TEORIA DO ÓRGÃO Senado Federal, as Assembleias Legislativas, Câmaras de Vereadores,
Presidência da República, Governadorias dos Estados e do Distrito Federal,
A teoria do órgão foi elaborada na Alemanha, por Otto Gierke, e hoje é Prefeituras Municipais, Tribunais Judiciários e Juízos singulares. Pelo alto grau
universalmente aceita pela doutrina e pela jurisprudência. de independência, conferido pela própria Constituição Federal, integram também
De acordo com essa tese, o Estado (pessoa jurídica) manifesta suas vontades por essa categoria o Ministério Público, as defensorias públicas e os Tribunais de
meio dos órgãos que integram a sua estrutura administrativa. Com efeito, quando Contas;
os agentes que atuam nesses órgãos manifestam a sua vontade é como se o
próprio Estado se manifestasse. b) Órgãos autônomos: estão localizados na cúpula da Administração,
imediatamente abaixo dos órgãos independentes e diretamente subordinados a
Em outras palavras, como o órgão é apenas parte do corpo do ente político ou da seus chefes. Possuem ampla autonomia administrativa, financeira e técnica,
entidade administrativa, todas as manifestações de vontade dos órgãos são caracterizando-se como órgãos diretivos. A título de exemplo, são considerados
consideradas como manifestações de vontade da própria pessoa jurídica da qual órgãos autônomos os Ministérios, as Secretarias estaduais e municipais e a
fazem parte. Advocacia-Geral da União;

A teoria do órgão tem servido para justificar a validade dos atos praticados pelos c) Órgãos superiores: são aqueles que têm poder de direção, controle e decisão,
denominados “servidores de fato” (aqueles que foram irregularmente investidos mas estão sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de níveis superiores
em cargos, empregos ou funções públicas), como ocorre com o servidor público de chefia. Não possuem autonomia administrativa e financeira. Exemplo:
nomeado para um cargo de nível superior sem que tivesse a formação Departamento de Polícia Federal.
universitária exigida ou sem ter obtido a aprovação necessária em concurso
público. d) Órgãos subalternos: são aqueles que possuem baixo poder decisório e cujas
atribuições são de mera execução. Exemplo: uma Superintendência Regional de
3.3. CARACTERÍSTICAS DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS Polícia Federal.

Os órgãos públicos são compartimentos ou centro de atribuições que se CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO


encontram inseridos dentro de determinada pessoa jurídica. Nesse sentido, o art.
1.º, § 2.º, I, da Lei 9.784/1999, que trata do processo administrativo no âmbito da Concentração administrativa
Administração Pública Federal, define órgão como “a unidade de atuação
integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração Consiste na ausência completa de distribuição de tarefas entre repartições
indireta”. internas, constituindo-se em situação raríssima na Administração Pública. Como
na concentração administrativa inexiste mais de um órgão, também inexiste, por
Os órgãos não possuem personalidade jurídica, esta é atributo apenas da pessoa óbvio, qualquer relação de hierarquia entre órgãos.
jurídica de quem constituem divisão. Por outro lado, os órgãos públicos não se
confundem com a pessoa jurídica; a pessoa jurídica é o todo, enquanto os órgãos Desconcentração administrativa
são parcelas integrantes do todo.
Consiste na distribuição interna de competências, no âmbito da mesma pessoa
A criação de órgãos públicos é justificada pela necessidade de especialização jurídica. Com efeito, na desconcentração administrativa as atribuições são
das funções estatais. Assim, por exemplo, a Polícia Federal, órgão que compõe a distribuídas entre os órgãos que integram a mesma instituição.
estrutura da Administração Direta da União, dentre outras atribuições, é
responsável e especializada em combater o tráfico internacional de drogas. Como exemplo de desconcentração administrativa no âmbito da Administração
Direta da União temos os vários ministérios, a Advocacia-Geral da União, a Casa
* Capacidade processual dos órgãos públicos Civil da Presidência da República etc.; na esfera estadual, as secretarias
estaduais, as assembleias legislativas, o ministério público estadual etc.; na
Os órgãos podem ter representação própria, isto é, seus próprios procuradores, esfera municipal, as prefeituras, as secretarias municipais, as câmaras
apesar de, em regra, não terem capacidade para estar em juízo, salvo em municipais etc.
situações excepcionais em que lhes é atribuída a personalidade judiciária.
Como exemplos de desconcentração na administração indireta federal, podemos
Nesse sentido, já decidiu o STF que quando se tratar da defesa de seus direitos citar as várias agências do Banco do Brasil (sociedade de economia mista) ou do
subjetivos e das garantias de suas prerrogativas institucionais, poderá, INSS (autarquia) localizadas nos diversos estados da federação.
excepcionalmente, um órgão público postular em juízo.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
11
Como a desconcentração pressupõe a existência de diversos órgãos, quer sejam Todavia, a garantia do duplo grau de jurisdição não se aplica quando a
órgãos da Administração Direta ou das pessoas jurídicas da Administração condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido
Indireta, e como tais órgãos internamente estão dispostos segundo uma relação inferior a mil salários mínimos para a União e as respectivas autarquias e
de subordinação hierárquica, costuma-se afirmar que a desconcentração fundações públicas, quinhentos salários mínimos para os Estados, o Distrito
administrativa está relacionada ao princípio da hierarquia. Federal, as respectivas autarquias e fundações públicas e os Municípios que
constituam capitais dos Estados, e cem salários mínimos para todos os demais
Descentralização administrativa Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público (CPC, art. 496,
§ 3.º, I, II e III).
Ao invés de desenvolver suas atividades administrativas por si mesmo, o Estado
transfere a execução dessas atividades a particulares ou a outras pessoas Imunidade tributária
jurídicas, de direito público ou privado.
Segundo expressa previsão constitucional (CF, art. 150, § 2.º), é estendida às
A descentralização administrativa consiste na distribuição ou transferência de autarquias a chamada imunidade recíproca de que gozam União, Estados Distrito
atividades ou serviços da Administração Direta para a Administração Indireta ou Federal e Municípios sobre o patrimônio, a renda e os serviços.
para particulares, o que pressupõe a existência de pelo menos duas pessoas, a
pessoa política que transfere as atribuições e a pessoa física ou jurídica (de Não obstante, a extensão não é feita na mesma medida, uma vez que, no tocante
direito público ou de direito privado) que recebe as atribuições. às fundações e autarquias, o benefício é restrito ao patrimônio, à renda e aos
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
Assim, se uma autarquia é proprietária de um imóvel e resolve destiná-lo ao
Administração Direta funcionamento de uma casa de shows, passará a se sujeitar ao IPTU sobre a
propriedade do imóvel, ao imposto de renda incidente sobre os rendimentos
Compreende todos os órgãos e agentes dos entes federados, quer estes façam gerados pelo empreendimento, ao ISS sobre os serviços ali prestados.
parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do Poder Judiciário, os quais
são responsáveis por exercer a atividade administrativa de forma centralizada. Ressalta-se, que tal imunidade somente existe em relação aos impostos, de
forma que nada impede, por exemplo, que um município cobre taxa pela coleta
Administração Indireta de lixo em imóvel em que funciona a autarquia e seja a ela pertencente.

A Administração Indireta corresponde às pessoas jurídicas criadas pelos entes Responsabilidade civil
federados, vinculadas às respectivas Administrações Diretas, cujo objetivo é
exercer a função administrativa de forma descentralizada. O art. 37, § 6.º, da CF/1988 prevê que “as pessoas jurídicas de direito público e as
de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
Enquanto a Administração Direta é composta por órgãos da pessoa política, a seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
Administração Indireta se compõe de pessoas jurídicas criadas pelo ente político. regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.
Nesse ponto, registramos que, à semelhança da Administração Direta, como
técnica de desconcentração, as pessoas jurídicas que compõem a Administração O referido dispositivo constitucional consagra a responsabilidade civil objetiva do
Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de Estado, que compreende, entre outras, todas as pessoas jurídicas de direito
economia mista) também podem ser divididas em órgãos (como normalmente o público, o que inclui as autarquias.
são).
Regime de pessoal
ENTIDADES ADMINSTRATIVAS EM ESPÉCIE
Cada ente da federação somente poderá instituir regime jurídico único para os
AUTARQUIAS respectivos servidores da administração direta, das autarquias e das fundações
públicas.
Conceito e características
Assim, o regime de pessoal das autarquias é ESTATUTÁRIO.
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, integrantes da
Administração Indireta, criadas por lei específica, que possuem capacidade de Foro competente para os litígios judiciais
autoadministração, sendo encarregadas do desempenho descentralizado de
atividades administrativas típicas do Poder Público, sujeitando-se a controle pelo A Justiça Federal é competente para julgar os litígios comuns em que as
ente criador. autarquias federais forem interessadas, nas condições de autoras, rés,
assistentes ou opoentes (CF, art.109, I). De maneira semelhante, é também da
Privilégios processuais Justiça Federal a competência para processar e julgar os mandados de
segurança em que a autoridade coatora for agente de autarquia federal (CF, art.
As autarquias se inserem no conceito de Fazenda Pública e, quando em juízo, 109, VIII).
gozam das mesmas prerrogativas dos entes políticos, dentre as quais se
destacam: No caso das autarquias estaduais e municipais a competência para julgar os
litígios comuns é da Justiça Estadual. De outra forma, se os envolvidos forem
a) prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais (CPC, art. 183); empregados públicos (quer sejam de autarquias federais, estaduais ou
municipais), serão regidos pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e a
b) remessa necessária ao segundo grau de jurisdição (duplo grau obrigatório) das competência para decisão do litígio será da Justiça do Trabalho (CF, art. 114)
sentenças que lhe forem contrárias, de forma que elas não produzirão seus
efeitos enquanto não confirmadas pelos tribunais (CPC, art. 496, I).
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
12
Relação com o ente político instituidor e o controle finalístico Se as Fundações Públicas de Direito Público são pessoas jurídicas criadas
diretamente por lei específica, a mesma ideia não vale para as Fundações
Como são pessoas jurídicas, as autarquias contraem obrigações e exercem Públicas de Direito privado.
direitos em nome próprio, e não em nome do ente instituidor a quem se acham
vinculadas. A Fundação Pública de Direito Privado possui personalidade jurídica de direito
privado não será criada pela lei. Haverá a edição de uma lei que autorizará a sua
Em face da inexistência de relação de hierarquia entre as autarquias e o ente criação e, nos termos do Artigo 5º, § 3º do Decreto Lei nº 200/67, sua
instituidor, elas se sujeitam apenas ao controle finalístico por parte deste. O personalidade jurídica será adquirida com a inscrição da escritura pública de
controle finalístico (também chamado de tutela administrativa, controle de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
desempenho ou supervisão ministerial) é bem mais restrito que o controle
hierárquico (chamado de autotutela). Inexistência de privilégios processuais para as fundações públicas de direito
privado
Bens das autarquias
As fundações públicas de direito privado não usufruem dos mesmos privilégios
Como as autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno, seu processuais de que gozam as fundações autárquicas (prazo em dobro para todas
patrimônio é composto de bens públicos. as suas manifestações processuais, duplo grau obrigatório de jurisdição,
desnecessidade de adiantamento de despesas processuais etc.), sendo-lhes
Portanto, os bens das autarquias estão protegidos pela impenhorabilidade (não aplicáveis as regras às quais se submetem os particulares em geral.
podem ser penhorados em processo judicial de execução) e pela
imprescritibilidade (não podem ter a propriedade adquirida pela usucapião). Responsabilidade civil das fundações públicas de direito privado
Além disso, tais bens, enquanto afetados a uma finalidade pública, são
considerados inalienáveis. Mesmo depois de desafetados, a alienação do bem Nos termos do art. 37, § 6.º, da Constituição Federal, “as pessoas jurídicas de
público não é livre, somente sendo admitida quando estritamente seguidas as direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
regras legais. responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
FUNDAÇÕES PÚBLICAS dolo ou culpa”.

Conceito e natureza jurídica A regra anterior consagra a responsabilidade objetiva (aquela que não depende
da averiguação da culpa ou dolo do agente) das pessoas jurídicas de direito
A fundação é instituto originário do direito civil, disciplinado nos arts. 62 a 69 do privado prestadoras de serviço público, como é o caso das fundações
Código Civil. A partir do seu disciplinamento legal é possível inferir que toda governamentais de direito privado.
fundação possui as seguintes características básicas: 1.ª) a figura do instituidor,
que faz a doação patrimonial; 2.ª) o objeto, consistente em atividades de Imunidade tributária
interesse social; e 3.ª) a ausência de finalidade lucrativa.
A imunidade de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços (imunidade
Fundações Públicas de Direito Público recíproca) é extensiva às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no
que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas
As Fundações Públicas de Direito Público são pessoas jurídicas criadas por lei finalidades essenciais ou às delas decorrentes (CF, art. 150, VI, “a” c/c o art. 150,
específica e que correspondem à afetação de um determinado patrimônio do § 2.º).
Estado a uma finalidade pública.
Note que a imunidade referida é aplicada às fundações instituídas e mantidas
#ATENÇÃO: no tocante às fundações públicas de direito público, tudo o que foi dito pelo Poder Público. Como é o Poder Público quem institui e geralmente mantém
anteriormente relativo às autarquias no que diz respeito à bens, imunidade as fundações públicas de direito privado, elas também gozam, em regra, da
tributária, privilégios processuais, regime de pessoal, responsabilidade civil, chamada imunidade recíproca.
relação com a entidade federativa que a criou e, ainda, foro competente, também
vale para estas entidades. EMPRESAS ESTATAIS

Fundações Públicas de Direito Privado Empresas Estatais ou Governamentais é termo genérico que se refere às
Empresas Públicas e às Sociedades de Economia Mista a um só tempo. Esses
Além das Fundações Públicas de Direito Público, existem as chamadas entes, por serem pessoas jurídicas da Administração Indireta possuem algumas
Fundações Públicas de Direito Privado, que são reguladas pela parte final do características comuns.
Artigo nº 37, XIX, da Constituição Federal:
Assim como as Fundações Públicas de direito privado, as Empresas Públicas e às
Art. 37 (...) Sociedades de Economia Mista têm a sua criação autorizada por lei, nos termos
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a do Artigo nº 37, XIX, da Constituição Federal (acima transcrito).
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; Publicada a lei autorizativa, será emitido um decreto pelo Chefe do Poder
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Executivo daquela esfera administrativa regulamentando a criação (seja da
Empresa Pública, seja da Sociedade de Economia Mista). Então, deverá ocorrer a
Observação: o termo “fundação” constante do inciso acima transcrito se refere à inscrição da escritura pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas
Fundação Pública de direito privado. Jurídicas, quando então nascerá sua personalidade jurídica.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
13
Tanto a Empresa Pública quanto a Sociedade de Economia Mista se submetem ao penhoráveis, sujeitos à prescrição aquisitiva (usucapião). Sua responsabilidade é
controle e fiscalização pelo Tribunal de Contas. objetiva, por culpa pelos prejuízos causados.

A contratação de pessoal ocorrerá por meio de concurso público, Atenção: A Lei nº 11.101/2005 (Lei de Falências) estabelece expressamente em seu
obrigatoriamente. O regime ao qual estarão vinculados os trabalhadores Artigo 2º, I:
(empregados públicos) das empresas governamentais é o celetista, de emprego
público. Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
Em regra, a remuneração paga aos empregados públicos não se sujeita, em
regra, ao teto constitucional. Esse teto só passa a ser aplicável quando a Empresas Públicas
empresa governamental recebe dinheiro do Governo para custeio de pessoal ou
geral. São pessoas jurídicas de Direito Privado, criadas por autorização legal. O capital
das Empresas Públicas, atente-se, é inteiramente público.
Essas empresas estatais devem contratar bens e serviços após procedimento
licitatório, salvo nos casos que tratem de atividade fim de ente que explore Principais características:
atividade econômica.
a) O capital dessas empresas públicas precisa ser exclusivamente público, mas,
Empresas Estatais prestadoras de Serviço Público mesmo as Empresas Públicas Federais não precisam ter necessariamente
capital exclusivo da União.
Às Empresas Públicas e as Sociedades de Economia Mista prestadoras de serviço
público aplica-se a imunidade tributária recíproca prevista no Artigo nº 150 da É possível que mais de um sócio participe do capital de Empresa Pública, desde
Constituição Federal. que se tratem de outras pessoas jurídicas de direito público interno bem como de
entidades da Administração Indireta da União, dos Estados, Distrito Federal e
Além disso, outra característica importante é que os bens das Empresas Públicas Municípios.
e das Sociedades de Economia Mista prestadoras de serviço público são
considerados bens públicos. Esses bens, enquanto afetados à prestação daquele b) Diferente do que diz o Decreto Lei 200/67, Empresas Públicas não são criadas
serviço público, serão impenhoráveis. O bem é considerado público não por por lei, mas mediante autorização legal.
pertencer a uma pessoa jurídica de direito público, mas pela função que se lhe é
dada. c) Empresas públicas podem explorar atividade econômica ou prestar serviço
público.
Nos termos do Artigo nº 37, § 6º da Constituição Federal, as Empresas Públicas e
das Sociedades de Economia Mista prestadoras de serviço público respondem, O regime organizacional da Empresa Pública é livre pois a lei determina que a
em virtude disso, objetivamente pelos danos causados a terceiros usuários ou entidade pode adotar qualquer forma societária (isso é o que determina o
não desse serviço. Decreto Lei nº 200/67, Artigo 5º, II)8.

Segundo o Supremo Tribunal Federal, ainda, em atenção aos princípios da Se a Empresa Pública for federal, pode ser criado um novo tipo societário
impessoalidade e isonomia, que regem a admissão por concurso público, a exclusivamente para ela (a União, no exercício de suas atribuições, ao instituir
dispensa do empregado de empresas públicas e sociedades de economia mista uma Empresa Pública, pode fazê-lo através de um novo tipo societário). Os
que prestam serviços públicos deve ser motivada, assegurando-se, assim, que Estados e os Municípios, por não possuírem competência para legislar sobre
tais princípios, observados no momento daquela admissão, sejam também direito societário, têm que escolher formas societárias já definidas pela União.
respeitados por ocasião da dispensa.
A competência para julgar Empresa Pública Federal é da Justiça Federal.
Empresas Estatais exploradoras de atividade econômica
Exemplos de Empresas Públicas: Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de
As Empresas Públicas e as Sociedades de Economia Mista exploradoras de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Empresa Brasileira de Correios e
atividade econômica estão submetidas ao regime jurídico característico das Telégrafos (ECT) e Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
empresas privadas. Leia-se o Artigo nº 173, § 1º, II do texto constitucional: (INFRAERO).

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta Sociedades de Economia Mista
de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme Possui um regime semelhante ao das Empresas Públicas, dele se diferenciando
definidos em lei. em três aspectos principais:

Como existe uma vinculação dessas empresas com o Estado, o regime aplicado a Composição do Capital Social: o capital social das Sociedades de Economia Mista
elas, acaba sendo um regime híbrido (a despeito do que até agora se disse). Logo, é misto (público e privado). A maioria do capital votante é público, ou então não
pode-se afirmar que existe uma derrogação parcial do regime jurídico de direito se estará diante de uma Sociedade de Economia Mista, mas diante de uma
privado por normas de direito público. Exemplo: exigência de concurso público empresa privada com participação estatal – não integrante da administração
para contratação dos seus empregados. pública indireta.

Diferentemente das Empresas Estatais prestadoras de serviço público, as Logo, a Sociedade de Economia Mista só pode ser uma sociedade anônima.
Empresas Estatais exploradoras de atividade econômica não possuem a
imunidade tributária recíproca prevista na Constituição Federal Seus bens são
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
14
c) Competência para processar litígios – ainda que se esteja diante de uma - Devem realizar procedimento licitatório simplificado
Sociedade de Economia Mista Federal, seus conflitos serão julgados no âmbito da
Justiça Estadual. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (LEI Nº 9.637/98)

#ATENÇÃO: O Supremo Tribunal Federal tem reconhecido que quando a lesão ao - Entidade privada sem fins lucrativo, atua nas prestações de serviços públicos
patrimônio da Sociedade de Economia Mista for tão expressiva que possa gerar não exclusivos de Estado;
um dano ao patrimônio nacional quem deverá julgar a ação de improbidade - Celebram com o Poder Público um CONTRATO DE GESTÃO, que passa a se
deverá ser a Justiça Federal. qualificar então como OS.
- Orçamento público/ cessão de bens/ cessão de servidores públicos
AGÊNCIAS REGULADORAS - Controle do TC e controle interno feito diretamente pelo ente federativo que
celebrou o contrato de gestão
As agências reguladoras não representam uma nova categoria jurídica no âmbito - Dispensa de Licitação, art. 24, inciso XXIV, da Lei nº 8666/93
da Administração Pública brasileira, visto que são constituídas sob a forma de
autarquias. No entanto, essas entidades possuem algumas particularidades no ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIP) – LEI Nº 9.790/99
seu regime jurídico, que o diferenciam daquele aplicado às autarquias
tradicionais; daí por que foram denominadas de autarquias de regime especial. - Entidade privada sem fins lucrativo, atua na prestação de serviços públicos não
exclusivos de Estado;
A doutrina tem entendido que há certas características comuns à maioria das - A pessoa jurídica precisa existir no mundo jurídico no mesmo ramo de
agências reguladoras, quais sejam: a) poder normativo técnico; b) autonomia atividade, há pelo menos 1 ano.
decisória; c) independência administrativa; d) autonomia econômico-financeira. O - Celebra o TERMO DE PARCERIA (vínculo jurídico) (art. 9)
conjunto dessas características compõe o que se convencionou chamar de - Há somente a transferência de recurso orçamentário
regime jurídico especial das agências reguladoras. -Controle feito pelo ente da administração direta (externamente) e do TC (art. 11 e
art. 12)
A independência administrativa é referente ao fato de os seus dirigentes serem - Tem que licitar
nomeados por tempo determinado e gozarem de relativa estabilidade, não - Para celebrar o termo de parceria não há necessidade de licitação, devido à
ficando sua permanência no cargo ao sabor de interesses políticos. O dirigente natureza de convênio do termo de parceria. Contudo, pode haver um
da agência reguladora federal somente perderá o mandato em caso de renúncia, procedimento simplificado para a escolha da entidade. (DECRETO 3.100/99, recebe
condenação judicial transitada em julgado ou de condenação em processo a designação de concurso de projetos
administrativo disciplinar. - Ato vinculado do poder público (art. 6)
- Não podem se qualificar como OSCIP´s: sociedades empresárias, partidos
Com o objetivo de evitar que o ex-dirigente de agência reguladora, logo em políticos, sindicatos, cooperativas de trabalho, entidades religiosas e OS´s. (art. 2)
seguida a sua exoneração, seja contratado para o exercício de atividades ou
prestação de serviços por empresas do setor por ela regulado e passe a utilizar ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL (LEI Nº 13.019/04)
das informações privilegiadas que provavelmente obteve no exercício do cargo, a
lei passou a prever que esse profissional deveria se submeter à chamada - Entidades privadas sem fins lucrativos que atuam na prestação de serviços
“quarentena”. públicos não exclusivos de Estado;
- Celebraram: (art. 2, incisos VII, VIII, VIII-A)
A quarentena é o prazo, contado a partir da exoneração ou do término do a) termo de colaboração- o plano de trabalho está sendo apresentado pela
mandato, em que o ex-dirigente da agência reguladora fica impedido de exercer Administração e o particular apenas irá colaborar com o Poder Público; (art. 16)
atividades ou prestar serviços a empresas que se submetam ao poder regulador b) termo de fomento – o plano de trabalho tem que ser proposto pela entidade
do ente que dirigiu. privada
TERCEIRO SETOR/ENTIDADES DE COOPERAÇÃO/ PARAESTATAIS c) acordo de cooperação – não há transferência de recurso (art.17)
- Precisa participar de um chamamento público (não é licitação, é um
Entidades privadas sem fins lucrativos, atuando na prestação de serviço de procedimento simplificado) (art. 2, XII)
serviço público, elas recebem benefícios estatais. Devendo assim se sujeitar a - Publicação de edital no site do órgão (art. 26)
algumas restrições - Membros da comissão, - pelo menos 2/3 devem ser servidores públicos
- Julgamento objetivo conforme definido no Edital
SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO (SISTEMA S – SESI, SESC, SENAC) - Habilitação da entidade: (art. 33)
a) sem fim lucrativo
- São criadas para prestar assistência, auxiliar, capacitar determinada b) 1, 2 ou 3 anos de existência
categorias profissionais; c) experiência no objeto e capacidade técnica e operacional
- Podem cobrar tributos (contribuição) ou recebem orçamento público; obs.: no acordo de cooperação basta comprovar que a entidade possui finalidade
- Se submetem ao controle do TC filantrópica, atividades de relevância pública e social. (art. 33, p. 1º)
-Devem realizar procedimento simplificado de licitação - final: homologação e adjudicação
- possibilidade de dispensa e inexigibilidade do certame
ENTIDADES DE APOIO (fundação de apoio, associação de apoio, cooperativa) a) inexigibilidade (art. 31) – inviabilidade de competição
b) dispensa- rol exaustivo (art. 30), (urgência, guerra e grave perturbação da
- Atuam ao lado das universidades públicas e hospitais, apoiando os servidores ordem
dessas entidades (pesquisa, extensão universitária) - impugnação à dispensa ou inexigibilidade – prazo de 5 dias a partir da
- Se vinculam ao Poder Público por meio de CONVÊNIO (vínculo jurídico) publicação da justificativa (art. 31, p. 2º)
-Pode receber orçamento público, bens
- Se submente ao TC
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
15
- A partir do momento em que uma entidade se torna uma OSC, e a mesma quiser A Lei de Licitações se refere aos princípios da moralidade e da probidade
contratar com terceiros, ela precisará licitar. Será realizado por um processo administrativa como realidades distintas. Na verdade, os dois princípios
seletivo simplificado via internet. transmitem a ideia de que a licitação deve ser pautada pela honestidade, boa-fé
e ética, tanto por parte da Administração quanto por parte dos licitantes.
RESPONSABILIZAÇÃO (art. 73)
- advertência Princípio da igualdade
- suspensão que pode durar até 2 anos (aplica-se apenas a entidade
sancionadora – somente ministro de estado e secretario de estado) Do princípio da igualdade – mais apropriadamente enxergado como princípio da
- declaração de inidoneidade isonomia – decorre que a Administração deve tratar, de forma idêntica, todos os
licitantes que se encontrem na mesma situação jurídica. Esse princípio garante
IV. LICITAÇÕES que seja dada oportunidade de participar do certame licitatório a todos aqueles
que tenham condições de cumprir o futuro contrato e proíbe que sejam feitas
CONCEITO discriminações injustificadas no julgamento das propostas.

A licitação é um procedimento administrativo mediante o qual a Administração, Como aplicação do princípio da igualdade, o art. 3º, I, da Lei 8.666/1993 veda aos
antes de celebrar um contrato administrativo, abre a todos os interessados que agentes públicos admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação
com ela pretendam contratar e que atendam às condições previstas no (edital ou convite), cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou
instrumento convocatório a possibilidade de apresentar suas propostas, com o frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades
objetivo de que seja escolhida aquela que melhor atenda ao interesse público. cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da
naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de “qualquer outra
A realização de licitação possibilita que a Administração escolha a proposta que circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato”,
lhe seja mais vantajosa (não necessariamente a mais econômica), evitando, em ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 do mesmo artigo (preferências):
homenagem ao princípio da impessoalidade, que os gestores públicos adotem
critérios pessoais ou políticos na escolha dos contratados. Além do mais, § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência
proporciona igualdade de oportunidades a todos aqueles que têm interesse em para:
contratar com a Administração, respeitando-se o princípio da isonomia. I – produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas
técnicas brasileiras; e
OBJETIVOS E FINALIDADES II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem
cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência
a) a observância do princípio constitucional da isonomia; ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação.
b) a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública: a
competição que se estabelece entre os interessados que preenchem os atributos O legislador, tendo em conta o interesse no desenvolvimento nacional ou mesmo
e requisitos necessários para contratar resulta na obtenção da melhor proposta em razões de natureza social e humanitária, criou alguns mecanismos que
para a Administração; e favorecem nas licitações os produtos ou serviços nacionais ou que possuam
tecnologia desenvolvida no País, bem como empresas que cumpram a reserva de
c) a promoção do desenvolvimento nacional sustentável. cargos prevista na legislação para pessoa com deficiência ou para reabilitado da
Previdência Social, representando exceções ao princípio da igualdade.
PRINCÍPIOS GERAIS DAS LICITAÇÕES
A primeira dessas regras estabelece que, em igualdade de condições, como
Princípio da legalidade critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e
serviços (Lei nº 8.666/1993 - art. 3º, § 2º):
No campo das licitações, o princípio da legalidade é fundamental, uma vez que
todas as fases do procedimento licitatório se encontram rigorosamente §2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada
estabelecidas na lei. Todos aqueles que participarem do certame têm direito preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
público subjetivo à fiel observância do procedimento disposto na lei (Lei I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)
8.666/1993, art. 4º), podendo, caso se sintam prejudicados pela inobservância de II - produzidos no País;
alguma regra, impugnar a ação ou omissão na via administrativa ou judicial. III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
Princípio da impessoalidade desenvolvimento de tecnologia no País.
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de
Do princípio da impessoalidade, umbilicalmente ligado ao princípio da isonomia, reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para
decorre, em primeiro lugar, que a Administração deve dispensar o mesmo reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade
tratamento a todos aqueles administrados que estejam em uma mesma situação previstas na legislação.
jurídica, sem quaisquer privilégios ou perseguições. Sob outro foco, mais
especificamente ligado ao princípio do julgamento objetivo, todas as decisões # Preferência à contratação de Microempresa e Empresa de Pequeno Porte
administrativas tomadas no contexto de uma licitação devem observar os
critérios objetivos previamente estabelecidos no edital do certame. A Lei Complementar 123/2006 (Estatuto Nacional da Microempresa – ME e da
Empresa de Pequeno Porte – EPP) também estabeleceu uma aparente exceção ao
Princípios da moralidade e da probidade administrativa princípio da igualdade ao dispor que “nas licitações será assegurada, como
critério de desempate, preferência de contratação para as microempresas e
empresas de pequeno porte” (art. 44).
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
16
Assim, por exemplo, se na aquisição de determinado gênero alimentício três para exame dos interessados em participar do processo licitatório;
empresas (A, B e C) empataram ao oferecer o menor preço, sendo que a empresa existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a
A era uma empresa de grande porte, B uma microempresa e C uma empresa de composição de todos os seus custos unitários; houver previsão de
pequeno porte. Nesse caso, em razão do critério de desempate previsto na lei que recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações
favorece as ME e EPP, sobrariam as propostas das empresas B e C, cuja decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício
vencedora seria escolhida mediante um sorteio entre essas duas licitantes. financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma e o
produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas
A mesma Lei também criou uma espécie de empate fictício ao equiparar a no Plano Plurianual, quando for o caso.
empate as propostas apresentadas pelas ME e EPP que sejam iguais ou até 10%
superiores à proposta mais bem classificada (art. 44, § 1º).  É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos
No caso de acontecer um empate equiparado, a ME ou EPP mais bem classificada financeiros para sua execução, qualquer que seja a sua origem,
poderá apresentar proposta de preço inferior àquela que seria considerada exceto nos casos de empreendimentos executados e explorados sob
vencedora do certame, situação em que será adjudicado em seu favor o objeto o regime de concessão, nos termos da legislação específica.
licitado.
 É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de
Princípio da publicidade materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos
quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico
Estatui o art. 3º, § 3º, da Lei 8.666/1993 que “a licitação não será sigilosa, sendo ou executivo.
públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao
conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”. Em decorrência do mesmo  É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços
princípio, qualquer cidadão pode acompanhar o desenvolvimento da licitação, sem similaridade ou de marcas, características e especificações
desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou
trabalhos (Lei 8.666/1993, art. 4º, in fine). ainda quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito
sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado
A publicidade é tanto maior quanto maior for a competição propiciada pela no ato convocatório.
modalidade de licitação; ela é a mais ampla possível na concorrência, em que o
interesse maior da Administração é o de atrair maior número de licitantes, e se  Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da
reduz ao mínimo no convite, em que o valor do contrato dispensa maior execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles
divulgação. necessários o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou
jurídica; empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela
Princípio da vinculação ao instrumento convocatório elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do
projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5%
O princípio da vinculação ao instrumento convocatório da licitação (que pode ser (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador,
o edital ou a carta-convite) foi mencionado pelo art. 3º do Estatuto, mas seu responsável técnico ou subcontratado; servidor ou dirigente de órgão
sentido foi esclarecido pelo art. 41 do mesmo diploma legal, segundo o qual “a ou entidade contratante ou responsável pela licitação.
Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se
acha estritamente vinculada”.  É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa autora
do projeto, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como
Portanto, o julgamento e a classificação das propostas deverão observar os consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou
critérios de avaliação constantes do edital, sendo vedadas estipulações gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração
negociais a esse respeito. interessada.

Princípio do julgamento objetivo TIPOS DE LICITAÇÃO

O julgamento objetivo é uma decorrência do princípio da vinculação ao O julgamento das propostas deverá ser realizado em conformidade com os tipos
instrumento convocatório. Segundo o princípio do julgamento objetivo, o de licitação. A Lei 8.666/1993 emprega a expressão “tipo de licitação” para fazer
julgamento das propostas deve ser feito de acordo com os critérios objetivos referência ao critério utilizado para o julgamento das propostas dos licitantes.
fixados no instrumento convocatório.
A Lei 8.666/1993 previu quatro tipos de licitação (critérios de julgamento),
DAS OBRAS E SERVIÇOS aplicáveis às modalidades licitatórias que disciplina, exceto para o concurso:
a) o menor preço;
As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços b) a melhor técnica;
obedecerão à seguinte sequência: c) a técnica e preço;
d) a de maior lance ou oferta, nos casos de alienação de bens ou
a) projeto básico; concessão de direito real de uso.
b) projeto executivo;
c) execução das obras e serviços. O critério menor preço é aquele que considera mais vantajosa para a
Administração a proposta que, cumprindo as especificações do edital ou convite,
OUTROS DISPOSITIVOS IMPORTANTES DA PARTE INICIAL DA LEI GERAL DE LICITAÇÕES estipule o menor valor a ser pago pelo Poder Público em virtude da contratação.

 As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando houver A Lei 8.666/1993 deu preferência à utilização da licitação do tipo menor preço.
projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
17
No caso de serviços de publicidade prestados necessariamente por agências de realização de leilão para a alienação de bens imóveis da administração que
propaganda serão adotados obrigatoriamente os critérios de julgamento “melhor tenham sido adquiridos mediante procedimento judicial ou dação em pagamento
técnica” ou “técnica e preço”. (Lei 8.666/1993, art. 23, § 3º);

Mesmo na licitação do tipo melhor técnica o critério do preço não é descartado. O b) Concessão de direito real de uso (Lei 8.666/1993, art. 23, § 3º);
procedimento previsto no art. 46, § 1º, do Estatuto estabelece que, se a melhor
proposta técnica não for a de menor preço, a Comissão deverá abrir uma c) Para registro de preços, com a ressalva de que, além da concorrência, pode
negociação para que o proponente mais bem classificado tecnicamente reduza ser utilizada a modalidade pregão se o objeto a ser registrado for bem ou serviço
seus preços, tendo como limite a proposta de menor preço apresentada pelos considerado comum (art. 15, § 3º, I, da Lei 8.666/1993 combinado com o art. 11, da
licitantes classificados. Não conseguindo essa redução, será adotada igual Lei nº 10.520/2002);
negociação, sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de d) Concessão comum de serviços públicos (Lei 8.987/1995, art. 2º, I e II);
classificação, até a consecução de um acordo para a contratação.
e) Concessões especiais de serviços públicos objeto de parcerias público-
MODALIDADES DE LICITAÇÃO privadas (Lei 11.079/2004, art. 10);

A Lei 8.666/1993 previu apenas as seguintes modalidades licitatórias: f) Concessões florestais (Lei 11.284/2006, art. 13, § 1º).
concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão. Posteriormente, a Lei
10.520/2002 criou outra modalidade licitatória: o pregão. ATENÇÃO: No tocante às licitações internacionais, a regra é a utilização da
modalidade concorrência. No entanto, desde que observados os limites legais de
As seis modalidades licitatórias citadas podem ser utilizadas por todos os entes valores pertinentes às modalidades licitatórias, o Estatuto admite a utilização da
da federação, no âmbito da administração direta ou indireta. Por fim, há uma tomada de preços quando houver cadastro de empresas estrangeiras, e do
sétima modalidade, prevista nas Leis 9.472/1997 e 9.986/2000, e que somente é convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País (art. 23, § 3º).
aplicável no âmbito das agências reguladoras federais. Trata-se da modalidade
licitatória nominada de consulta. TOMADA DE PREÇOS

Modalidade para serviços de natureza continuada É a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que
atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia
No tocante aos casos em que a definição da modalidade se dá em função do anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária
valor, o TCU possui entendimento consolidado de que “a modalidade de licitação qualificação.
cujo objeto seja serviço de natureza continuada deve ser aquela que inclua em
seu limite de valor todas as possíveis prorrogações do contrato”. Como regra, podem participar da tomada de preços os interessados que tiverem
obtido seu cadastramento prévio, o qual equivale à habilitação do licitante, feita
Os serviços de natureza continuada são aqueles em que há para a Administração no momento anterior ao início da licitação e com efeitos gerais.
uma permanente necessidade de sua prestação, a exemplo dos serviços de
manutenção de elevadores, de limpeza e de vigilância. Portanto, poderá ser utilizada a modalidade TOMADA DE PREÇOS nas obras e
serviços de engenharia civil cujo valor total do objeto seja limitado a R$
CONCORRÊNCIA 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais) e nas compras e outros serviços
que não sejam de engenharia, mas cujo valor total do se limite a R$ 1.430.000,00
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de (hum milhão, quatrocentos e trinta mil reais).
habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação
exigidos no edital para execução de seu objeto” (Lei 8.666/1993, art. 22, § 1º). CONVITE

Na prática, a concorrência é a modalidade licitatória adequada para É a modalidade licitatória utilizada para contratações que envolvam menores
contratações de grande vulto. É que a Lei de Licitações e Contratos estabeleceu valores. Por meio dele, a unidade administrativa responsável pela licitação
uma espécie de hierarquia quando a definição da modalidade licitatória se dá em convoca para a disputa, mediante a expedição das cartas-convite, pelo menos
função do valor do contrato. três interessados do ramo de atividade econômica pertinente ao objeto licitado,
cadastrados ou não.
Portanto, será OBRIGATÓRIA a modalidade CONCORRÊNCIA nas obras e serviços de
engenharia civil cujo valor total do objeto seja acima de R$ 3.300.000,00 (três A unidade administrativa também afixará, em local apropriado, cópia do
milhões e trezentos mil reais) e nas compras e outros serviços que não sejam de instrumento convocatório, estendendo a convocação aos demais cadastrados na
engenharia, mas cujo valor total do objeto supere R$ 1.430.000,00 (hum milhão, correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
quatrocentos e trinta mil reais). antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas (art. 22, § 3º).

ATENÇÃO: No caso de consórcio público, aplica-se o dobro dos valores O convite é a única modalidade licitatória prevista na Lei 8.666/1993 em que a
mencionados anteriormente quando este for formado por até três entes da convocação dos interessados não é feita mediante publicação no Diário Oficial.
Federação, e o triplo, quando formado por quatro ou mais entes federados (Lei
8.666/1993, art. 23, § 8º). É possível inclusive, em razão de limitações de mercado, a realização do certame
com um número de licitantes menor do que o previsto na lei (3 licitantes). Nesse
# CASOS EM QUE A CONCORRÊNCIA É OBRIGATÓRIA, INDEPENDENTEMENTE DO VALOR caso, e sob pena de repetição do convite, tal circunstância deve ser devidamente
justificada pela autoridade competente, de maneira a atender o comando legal.
a) Compras e alienações de bens imóveis, qualquer que seja o seu valor, com a
ressalva prevista no art. 19, III, do Estatuto das Licitações, que também permite a
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
18
Portanto, poderá ser utilizada a modalidade CONVITE nas obras e serviços de Esse aspecto é crucial, pois, como o critério para julgamento adotado na
engenharia civil cujo valor total do objeto seja limitado a R$ 330.000,00 modalidade é sempre o menor preço proposto, ela não é adequada quando a
(trezentos e trinta mil reais) e nas compras e outros serviços que não sejam de seleção da melhor proposta depender da ponderação de aspectos que não
engenharia, mas cujo valor total se limite a R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis possam ser avaliados de forma objetiva, como os que envolvem escolha de
mil reais). trabalho técnico, artístico ou científico.

CONCURSO O Tribunal de Contas da União, ao analisar normas regulamentares, que proíbem


a contratação de serviços de engenharia pelo Pregão, firmou entendimento de
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de que elas carecem de fundamento de validade, visto que não possuem
trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou embasamento na Lei 10.520/2002.
remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado
na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 dias (art. 22, § 4º). Portanto, De acordo com a Corte de Contas da União, o único condicionamento que a Lei do
a modalidade licitatória concurso é definida pelo seu objeto, e não pelo valor do Pregão estabelece é a configuração do objeto da licitação como bem ou serviço
prêmio ou da remuneração. comum. Com efeito, a Súmula 257/2010 do TCU esclarece que: “O uso do pregão
nas contratações de serviços comuns de engenharia encontra amparo na Lei
LEILÃO 10.520/2002”.

O leilão é a modalidade de licitação utilizada para venda dos seguintes tipos de DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO
bens (art. 22, § 5º):
Inexigibilidade de licitação (artigo 25)
a) Bens móveis inservíveis para a administração (até R$ 1.430.000,00);
b) Produtos legalmente apreendidos ou penhorados; A inexigibilidade de licitação se verificará sempre que houver inviabilidade de
c) Alienação de bens imóveis, cuja aquisição haja derivado de competição. A Lei 8.666/1993, no art. 25, I, II e III, apresenta de forma
procedimentos judiciais ou de dação em pagamento. exemplificativa algumas hipóteses em que a competição é inviável e que,
portanto, a licitação é inexigível, que são as seguintes:
No tocante ao leilão de bens penhorados, vale a pena registrar que a Lei nº
8.666/1993 cometeu erro jurídico evidente, ao introduzir a referência venda de a) fornecedor exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a
produtos “penhorados”. comprovação de exclusividade ser feita por meio de atestado
fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se
O bem penhorado é aquele apreendido em processo de execução, por ato do realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato,
Estado-Jurisdição, para garantia e da satisfação do direito de credor munido de Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades
título executivo. A Administração não pode alienar bens “penhorados”, atividade equivalentes;
privativa do Poder Judiciário, que se desenvolve mediante regras próprias.
b) contratação de serviços técnicos especializados, de natureza
Possivelmente, a Lei pretendia indicar os bens “empenhados” (ou seja, objeto de singular, com profissionais ou empresas de notória especialização,
contrato de penhor). Algumas entidades financeiras da Administração indireta vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
realizam contratos de mútuo, garantidos por penhor. Vencido o contrato e não
liquidada a dívida, promove-se o leilão do bem empenhado, o qual seguirá as c) para contratação de artista, diretamente ou por meio de empresário
regras básicas da Lei 8.666.9 exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela
opinião pública.
No caso da alienação de bens móveis inservíveis para a Administração, o leilão
só pode ser utilizado se os bens avaliados, isolada ou globalmente, não forem Licitação dispensada (artigo 17)
superiores a R$ 1.430.000,00; acima desse valor deverá ser utilizada
obrigatoriamente a licitação na modalidade Concorrência. A licitação dispensada está relacionada às hipóteses de alienação de bens
móveis ou imóveis da Administração Pública. Na maioria das vezes, quando
No tocante à alienação de bens imóveis cuja aquisição haja derivado de pretende alienar bens de sua propriedade, quer sejam móveis ou imóveis, o
procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderá ser adotada ou a Poder Público deverá proceder à realização de licitação.
modalidade leilão ou a modalidade concorrência, independentemente do valor
dos bens (art. 19, III). Contudo, em algumas situações, em face das particularidades do caso, a lei
dispensa o procedimento, o que se verifica, por exemplo, na hipótese da doação
Podem participar do Leilão quaisquer interessados. O bem será vendido para o de um bem para outro órgão ou entidade da Administração Pública, de qualquer
licitante que oferecer o maior lance, o qual terá de ser obrigatoriamente igual ou esfera de governo. É que nesse caso a Administração já estabeleceu previamente
superior ao valor de avaliação do bem (art. 22, § 5º). para qual órgão ou entidade vai doar o bem. Assim, não há necessidade de
realização do certame licitatório.
PREGÃO
Licitação dispensável (artigo 24)
O pregão é utilizado para a aquisição de bens e serviços comuns. Consideram-se
bens e serviços comuns, para os fins e efeitos da lei, aqueles cujos padrões de A licitação dispensável se caracteriza pela circunstância de “em tese” ser
desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por possível a competição entre licitantes, mas em razão de determinada
meio de especificações usuais no mercado (Lei nº 10.520/2002, art. 1º, parágrafo particularidade a lei ter permitido que a Administração decida
único). discricionariamente pela realização ou não do certame licitatório.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
19
As hipóteses de licitação dispensável estão elencadas no art. 24 do Estatuto das Imaginemos o caso de um agente salva-vidas que permanece inerte diante de
Licitações (Lei nº 8.666/1993). Os casos previstos pelo legislador são taxativos, de uma situação em que um banhista está se afogando, vindo a falecer sem ser
modo que o gestor público não tem a possibilidade de ampliá-los por decisão socorrido.
própria.
Teoria do Risco Administrativo e Teoria do Risco Integral
V. RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A teoria do risco se divide em duas: teoria do risco administrativo e teoria do
Nas questões relativas à responsabilidade civil extracontratual do Estado (ou risco integral. A diferença entre essas teorias é que a primeira admite e a
aquiliana), sempre podem ser identificados três envolvidos: o Estado, o agente segunda não aceita a existência de condições que permitam excluir ou atenuar a
público que atua em nome do Estado e um terceiro lesado por um comportamento responsabilidade civil do Estado.
desse agente público. Já na teoria do risco integral, o Estado se transforma praticamente num
A expressão “agente público”, para efeito de responsabilização civil do Estado, “segurador universal”, devendo responder pelos danos eventualmente causados,
não compreende apenas o ocupante de cargo público, abrangendo também mesmo nas hipóteses em que a teoria do risco administrativo admitiria a
empregados públicos, titulares de serviços notariais e registrais (cartórios), presença de uma excludente da responsabilidade estatal.
empregados ou prepostos de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de
serviço público etc. A responsabilidade objetiva do Estado adotada pela Constituição Federal de 1988
segue a Teoria do Risco Administrativo. A Teoria do Risco Integral somente foi
Nesse segundo grupo se incluem tanto as entidades estatais da Administração acolhida em algumas hipóteses excepcionais.
Indireta (empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de
serviços públicos) quanto os particulares delegatários de serviços públicos Responsabilidade por danos nucleares;
(como, por exemplo, as concessionárias de serviços de telecomunicações e
fornecimento de energia elétrica). CF/88
Art. 21. Compete à União: (...)
Responsabilidade da Administração Pública por Atos Lícitos XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e
exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e
A responsabilização civil extracontratual obriga o Estado a indenizar os danos reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus
decorrentes tanto de atos lícitos quanto daqueles decorrentes de atos ilícitos. derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
(...)
Como exemplos da primeira hipótese (responsabilidade decorrente de ato lícito), d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;
têm-se todos os casos em que uma obra é realizada com o objetivo de atender a (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
determinado interesse público, mas provoca dano a pessoas específicas e
determinadas, e tal dano não pode ser considerado uma decorrência razoável da Responsabilidade por dano ambiental;
convivência em sociedade.
CF/88
Responsabilidade da Administração Pública por Atos Ilícitos
Art. 225 (...)
No que concerne à segunda hipótese (responsabilidade decorrente de ato ilícito), § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão
pode ser vislumbrada uma situação em que o Estado arbitrariamente interdita os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
determinado estabelecimento comercial que cumpria todos os requisitos legais independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
para o exercício da atividade, o que, por óbvio, também faz surgir o dever estatal
de indenizar, nos termos do que dispõe o §6º do artigo 37 da Constituição Federal Pela fragilidade do meio ambiente, características dos danos ambientais, aliada
de 1988: ao nível de degradação dos ecossistemas que o homem vem causando com o
passar do tempo, só resta ao Estado ser o mais severo e rígido possível na
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras proteção do ambiente, o que leva à adoção da responsabilidade civil ambiental
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa na sua modalidade objetiva, baseada na teoria do risco integral, devido às
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o peculiaridades do dano e do ecossistema atingido.
responsável nos casos de dolo ou culpa.
A RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO
A responsabilidade civil extracontratual do Estado pode decorrer de atos
comissivos ou omissivos de seus agentes. Os atos comissivos são aqueles em que Além do exposto anteriormente, merecem ser destacados os seguintes aspectos
o agente público atua positivamente, causando dano a um terceiro. Como acerca da responsabilidade civil objetiva do Estado:
exemplo, imaginemos que um motorista embriagado, servidor da União, dirigindo
a serviço, atropela um pedestre. (1º) O fundamento justificador da responsabilidade objetiva do Estado é o
princípio da igualdade dos ônus e encargos sociais.
Os atos omissivos são aqueles em que o agente público não age (comportamento
designado por alguns como uma “atuação negativa”), e sua omissão, apesar de (2º) A responsabilidade objetiva do Estado abrange os danos resultantes de atos
não causar diretamente o dano, possibilita sua ocorrência. Não é qualquer ato lícitos (regulares ou legais) e ilícitos (irregulares ou ilegais).
omissivo praticado por agente público que enseja a responsabilização civil
estatal. (3º) Nos casos de omissões impróprias do Poder Público, não é possível a
aplicação da teoria da responsabilidade objetiva.
A responsabilização do Estado por atos omissivos só ocorre quando o agente
público omisso tem o dever legal de praticar um determinado ato, e não o faz.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
20
(4º) Para que o Estado possa ser responsabilizado é necessário que o agente Particulares
público aja nessa condição, caso contrário, não haverá nexo causal entre a
função pública e o dano gerado pelo agente, de forma a não existir O terceiro, o particular, aquele que não é servidor ou agente público, segundo a
responsabilidade estatal. lei, somente poderá ser coautor ou participante na conduta ilícita.
De fato, o agente ou servidor público é quem dispõe efetivamente de meios e
(5º) A responsabilidade objetiva é o regime aplicado aos atos dos agentes de condições muito eficazes de realização das condutas materiais (positivas ou
pessoas jurídicas de direito público (União, Estados, Distrito Federal, Municípios, negativas), porquanto é dele o poder de praticar o ato estatal lesivo.
autarquias e fundações públicas de direito público) e de direito privado
prestadoras de serviço público (empresas públicas, sociedades de economia Portanto, o Superior Tribunal de Justiça já assentou tese de que é inviável a
mista, fundações públicas de direito privado, permissionárias, concessionárias ou propositura de ação civil de improbidade administrativa exclusivamente contra o
autorizatárias). particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da
(6º) No caso de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços demanda.
públicos, a responsabilidade objetiva é aplicada tanto em relação aos danos
causados aos usuários quanto àqueles causados aos não usuários do serviço. CONDUTA ÍMPROBA

VI. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI Nº 8.429/92) A conduta ímproba, segundo previsto na Lei 8.429/1992, dá origem a quatro
espécies distintas de atos de improbidade. São eles:
A Lei de Improbidade Administrativa – LIA (Lei nº 8.429/92) constitui um dos
principais instrumentos jurídicos de combate à corrupção, desonestidade e má- 1) atos de improbidade que importam enriquecimento ilícito;
fé na gestão pública. Prevê sanções de natureza política, administrativa e civil
aplicáveis, de forma individualizada, isolada ou cumulativamente, conforme a 2) atos de improbidade que causam prejuízo ao erário;
gravidade do ato de improbidade administrativa sancionado.
3) atos de improbidade decorrentes da concessão ou aplicação indevida de
SUJEITO PASSIVO benefício financeiro ou tributário (relacionado ao imposto sobre serviços de
qualquer natureza – ISS);
Sujeito passivo é a entidade que sofre com a conduta ímproba do sujeito ativo,
cujo rol está listado no artigo 1° da Lei: 4) atos de improbidade que atentam contra os princípios da Administração
Pública.
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor
ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Elemento subjetivo
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território,
de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação Para que um ato possa ser enquadrado como improbidade administrativa é
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento necessário que esteja presente na conduta do sujeito ativo o elemento subjetivo:
do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. dolo ou culpa.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de Quando a Lei 8.429/1992 fez referência às quatro espécies de atos de
improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, improbidade, apenas no caso dos atos de improbidade que causam prejuízo ao
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas erário, previsto no art. 10, exigiu que a conduta fosse praticada com dolo ou
para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de culpa; nas demais, a lei foi omissa quanto ao elemento subjetivo.
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes
casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos Em face de tal omissão, a jurisprudência tem restringido a possibilidade de
cofres públicos. modalidade culposa apenas aos casos dos atos de improbidade que causam
prejuízo ao erário.
SUJEITO ATIVO
Atos de Improbidade Administrativa que Importem em Enriquecimento Ilícito
É sujeito ativo todo aquele agente público que, no exercício de cargo, emprego ou
função pública, ainda que transitoriamente e sem remuneração, pratique São atos de improbidade que importam em enriquecimento ilícito aqueles em que
condutas tipificadas na lei como atos de improbidade administrativa. O artigo 2º os agentes públicos envolvidos auferem qualquer tipo de vantagem patrimonial
já traz a definição de agente público no contexto da referida lei: indevida em razão do exercício de seu cargo, mandato, função, emprego ou
atividade (art. 9º).
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, Trata-se da modalidade mais grave de improbidade administrativa, pois
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, contempla o comportamento torpe do agente público que desempenha funções
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo públicas de sua atribuição de forma desonesta e imoral, ocupando o mais alto
anterior. grau da escala da reprovabilidade.

Decisão do ano de 2018 firmou entendimento de que os agentes políticos, à Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário
exceção do Presidente da República, ficam sujeitos ao duplo regime
sancionatório, respondendo tanto por crime de responsabilidade quanto pela Lei São enquadrados como atos de improbidade administrativa, que causam lesão ao
de Improbidade, vejamos: erário, qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens e
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
21
haveres das entidades que podem ser sujeito passivo de atos de improbidade 4) suspensão de direitos políticos;
(art. 10). 5) multa civil; e
6) proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos
Atos de Improbidade Decorrentes Da Concessão ou Aplicação Indevida de fiscais ou creditícios.
Benefício Financeiro ou Tributário (Improbidade Tributária);
As penalidades previstas na referida norma legal estão graduadas de acordo
Já os atos de improbidade administrativa decorrentes da concessão ou aplicação com as espécies de ato de improbidade. As sanções mais pesadas são imputadas
indevida de benefício financeiro ou tributário (relacionados ao imposto sobre aos atos de improbidade que geram enriquecimento ilícito, que são considerados
serviços de qualquer natureza – ISS) passaram a existir como categoria própria os mais graves. Por sua vez, as mais leves são destinadas àqueles que apenas
a partir da Lei Complementar 157/2016, que inseriu o art. 10-A na Lei de atentam contra os princípios da Administração Pública.
Improbidade Administrativa – LIA (Lei 8.429/1992).
# ATENÇÃO:
Tal hipótese abarca o ato de improbidade administrativa, comissivo ou omissivo,
que conceda, aplique ou mantenha benefício financeiro ou tributário, do qual  No caso de morte daquele que causar lesão ao patrimônio público ou
resulte a cobrança de alíquota do ISS inferior ao percentual de 2%, que é o se enriquecer ilicitamente, seus herdeiros (sucessores) estão
mínimo legalmente exigido. sujeitos ao ressarcimento do dano, até o limite do valor da herança
recebida (art. 8º da Lei 8.429/1992);
# ATENÇÃO: só é permitida a cobrança de carga tributária do ISS menor do que
2% nas seguintes exceções legais (LC 116/2003, art. 8º-A, § 1º, parte final):  As penas de perda da função pública e a suspensão dos direitos
políticos só podem ser aplicadas depois do trânsito em julgado da
a) Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras sentença condenatória, ou seja, quando não houver mais qualquer
de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras recurso judicial cabível (art. 20 da Lei 8.429/1992). As demais
semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, sanções não precisam esperar o trânsito em julgado da decisão
drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e condenatória, podendo ser executadas desde a publicação daquela
a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto sentença;
o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de
serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao  A aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade
ICMS). Administrativa independem da efetiva ocorrência de dano ao erário
(salvo quanto à pena de ressarcimento – art. 21, I, da Lei 8.429/1992),
b) Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, ou da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle
portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas (art. 21, II, da Lei
produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação 8.429/1992);
dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).
DECLARAÇÃO DE BENS E VALORES
c) Serviços de transporte coletivo municipal rodoviário, metroviário,
ferroviário e aquaviário de passageiros. Com o objetivo de resguardar a probidade administrativa, a Lei 8.429/1992, no art.
13, condiciona a posse e o exercício de qualquer agente público à apresentação
Atos de Improbidade que Atentam contra os Princípios da Administração Pública de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio.

Nesta última categoria, a tipificação do ato estará presente mesmo que não haja A declaração, quando for o caso, abrangerá os bens e os valores patrimoniais do
enriquecimento sem causa do agente ou mesmo que não exista prejuízo aos cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a
cofres públicos, sendo suficiente apenas a violação aos princípios aplicáveis à dependência econômica do declarante, devendo ser atualizada anualmente e na
Administração Pública para configurar a improbidade administrativa. data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou
função.
A Lei 8.429/1992, de forma exemplificativa, apresenta as seguintes hipóteses de
ato de improbidade que atentam contra os princípios da Administração Pública CAUTELAR DE INDISPONIBILIDADE DE BENS
(art. 11).
Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar
SANÇÕES enriquecimento ilícito, a autoridade responsável pelo inquérito representará ao
Ministério Público para que este obtenha em juízo a indisponibilidade de bens do
As sanções previstas na Lei de Improbidade são aplicadas isolada ou indiciado (art. 7º, caput).
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato, e independentemente das
sanções penais, civis e administrativas, previstas na legislação específica. A indisponibilidade de bens deverá recair sobre bens que assegurem o integral
ressarcimento do dano ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do
A Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), por sua vez, ampliou o enriquecimento ilícito (art. 7º, parágrafo único).
leque das medidas previstas na Constituição Federal, possibilitando a aplicação
das seguintes consequências aos responsáveis por atos de improbidade AÇÃO JUDICIAL DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
administrativa (art. 12):
Procedimento
1) perda de bens e valores;
2) ressarcimento integral do dano; A ação de improbidade pode ser proposta tanto pelo Ministério Público quanto
3) perda da função pública; pela pessoa jurídica interessada (art. 17 da Lei 8.429/1992).
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
22
Quando a ação de improbidade tiver como parte a pessoa jurídica interessada, o VII. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE
Ministério Público atuará no processo obrigatoriamente como fiscal da lei (custos Desapropriação = forma originária de aquisição de propriedade, o bem quando
legis), sob pena de nulidade processual (art. 17, § 4º). vem para p Estado vem livre e desembaraçado

É vedada expressamente a realização de transação, acordo ou conciliação nas DESAPROPRIAÇÃO (art. 5º, XXIV, DA CF)
ações de improbidade administrativa (art. 17, § 1º, da Lei 8.429/1992). - Utilidade ou necessidade pública (indenização prévia, justa e em dinheiro
- Interesse social
A ação de improbidade segue o rito (procedimento) ordinário, mas guarda
algumas peculiaridades (art. 17). A primeira é que, depois da propositura por meio OBS: DESAPROPRIAÇÃO URBANA – ART. 182 DA CF (EXCLUSIVA DO MUNICÍPIO QUE
da petição inicial, o juiz deve notificar o requerido (acusado) para que se TENHAM PLANO DIRETOR)
manifeste por escrito, apresentando suas justificativas (art. 17, § 7º). DESAPROPRIAÇÃO RURAL – ART. 184 A 186 – EXCLUSIVA DA UNIÃO

Trata-se de um contraditório preliminar. Após essa etapa, o juiz decidirá se DESAPRORIAÇÃO CONFISCO/EXPROPRIAÇÃO – ART. 243
recebe ou não a inicial (art. 17, § 8º).
- DESAPROPRIAÇÃO COMUM:
Caso o juiz receba a petição inicial, o processo terá seguimento, sendo citado o - Competência legislativa – privativa da União
réu para apresentar contestação (art. 17, § 9º). Outra particularidade da ação de - Fases:
improbidade administrativa é que, da decisão do juiz que receba a petição inicial,
cabe interposição do recurso de agravo de instrumento (art.17, § 10). 1- Declaratória: para declarar a utilidade/necessidade pública ou interesse social
- iniciada pela UF, E, DF, M
COMPETÊNCIA - por meio de Decreto ou lei de efeitos concretos (pode ser feita pelo Executivo ou
Legislativo)
A competência para julgamento da ação de improbidade, segundo orientação - a declaração apenas sujeita o bem à força expropriatória do Estado (Pode
original do STF de que a competência especial por prerrogativa de função não se penetrar no bem para avaliar/ fixação do estado do bem – o Estado não paga
aplica às ações civis (como a ação de improbidade). nenhuma melhoria feita no bem após a declaração de utilidade ou interesse
social. SALVO, as benfeitorias necessárias e as benfeitorias úteis autorizadas)
Assim, a princípio, as ações de improbidade administrativa devem ser propostas - caducidade do ato declaratório: utilidade/necessidade pública – 5 anos
no juízo de 1º grau da Justiça Federal (se houver interesse da União, autarquias Interesse social – 2 anos
ou empresas públicas federais – art. 109, I, CF) ou da Justiça Estadual (nos Para que seja feita uma nova declaração sobre o mesmo bem, tem que se
demais casos). respeitar o período de 1 ano de carência

No entanto, o STF, no julgamento da Questão de Ordem na Petição 3.211/DF, 2- Executória: pagar o valor da indenização, previamente fixado, efetivando a
estabeleceu uma exceção à regra ora analisada, ao firmar o posicionamento de imissão do poder público na posse
que a competência para julgamento dos seus ministros por ato de improbidade - U, E, DF, M ou pode ser delegada para entidades da Administração indireta,
seria do próprio STF. A fundamentação para tanto foi a de que distribuir consórcios públicos e concessionárias de serviço pública
competência para juiz de 1º grau julgar ministro da Corte quebraria a hierarquia EXECUÇÃO – VIA ADMINISTRATIVA / VIA JUDICIAL
do sistema judiciário como um todo.
LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA
PRESCRIÇÃO - Intervenção restritiva de caráter geral e abstrato
-Atinge todos os bens que estejam dentro de uma regra específica
No que concerne às ações destinadas a aplicar as sanções previstas na Lei de - A princípio não enseja direito a indenização
Improbidade Administrativa, o prazo de prescrição é de cinco anos, contados a
partir do término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função SERVIDÃO ADMINISTRATIVA
de confiança ou da data da apresentação à Administração Pública da prestação - Incide sobre bens específicos. Direito real sobre imóveis
de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei - Necessidade de utilizar o bem do particular para garantir o interesse público
8.429/1992, e, tratando-se de agente que exerça cargo efetivo ou emprego - Havendo dano, a servidão é indenizável
público, o prazo prescricional é o mesmo previsto, em lei específica, para as - Afeta o caráter exclusivo da propriedade, o Estado se serve do bem junto com o
faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público. proprietário ex: servidão por passagens de fios e cabos sob o imóvel, placa com
nome da rua na fachada do imóvel.
Não obstante a prescritibilidade ser a regra, existem casos em que o próprio
legislador constituinte a excepciona, de forma que o passar do tempo não terá o TOMBAMENTO – o que se busca é a proteção do patrimônio cultural e artístico.
condão de extinguir certas pretensões. Uma das hipóteses em que isso se verifica - Pode incidir sobre bens móveis ou imóveis
quando se trata das ações de ressarcimento ao Erário, tendo em vista a regra de - O mesmo bem pode sofrer vários tombamentos (local, regional, nacional)
imprescritibilidade constante do final do § 5º do art. 37 da Constituição Federal, - tem caráter perpétuo
conforme, inclusive, já decidido pelo Supremo Tribunal Federal. - em virtude do tombamento fica vinculado às obrigações de: Fazer/ Não
fazer/tolerar
Em suma, a aplicação das sanções decorrentes da prática de atos de
improbidade administrativa está sujeita à prescrição, enquanto as respectivas Fazer = dever de conservar o bem na forma como se encontra/ alienação- direito
ações de ressarcimento ao erário são imprescritíveis. de preferência do Poder Público em até 30 dias
Não fazer = não pode destruir ou modificar o bem/ não sair do país, salvo por
curto período de tempo e desde que tenha autorização
Tolerar = fiscalização
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
23
REQUISIÇÃO (art. 5º, XXV, da CF) - No mínimo R$ 10 milhões de reais
- Iminente perigo - Deve haver prestação de um serviço público
- Provisória - Modalidade concorrência – Edital pode prever a inversão de fases
- Indenização ulterior se houver dano (classificação - habilitação), e pode haver possibilidade de lances verbais
- sobre bens móveis, imóveis e serviços - Compartilhamento de riscos – responsabilidade solidária entre o parceiro
- utilização de uma propriedade por determinado tempo privado e parceiro público
- para a execução de obras, serviços ou atividades públicas ou de interesse - Compartilhamento dos ganhos da redução do risco
público - Permitir arbitragem (afastando o Judiciário, afastando o precatório)
- Antes da celebração do contrato de PPP deve ser criada uma sociedade de
São também exemplos de ocupação temporária a utilização de escolas e outros propósito específico, formada por particulares, que tem o objetivo de gerir o
estabelecimentos privados para a instalação de zonas eleitorais ou campanhas contrato da PPP, pode ser criada como uma companhia e de capital aberto.
de vacinação PERMISSÃO – ART. 40 DA LEI 8987
Contrato de adesão --------- título precário
VIII - SERVIÇOS PÚBLICOS (LEI 8.987/95 e Art. A175 da CF) A doutrina entende que prevalece o entendimento da CF em relação à lei, sendo
assim como a CF expressamente trata a permissão de serviço público como
CONCEITO: Para que determinada atividade seja considerada serviço público é contrato administrativo ela perde a característica da precariedade, devendo ser
necessário estar presente 3 elementos: feita mediante licitação e com prazo determinado.
- Substrato material – comodidade ou utilidade usufruída continuamente pela
sociedade; Diferenças entre concessão e permissão
- Trato formal – sob o regime de direito público, mesmo que parcialmente CONCESSÃO DE SP PERMISSÃO DE SP
- Elemento subjetivo – tem que ser prestada pelo Estado, de forma direta ou Concorrência Licitação
indireta. PJ ou consórcio PF ou PJ
Autorização Legislativa x
SERVIÇO PÚBLICO ≠ OBRA / PODER DE POLÍCIA / EXPLORAÇÃO DE ATIVIDADE
ECONÔMICA LEI Nº 11.107/2005 – CONSÓRCIO PÚBLICO
- Não tem natureza contratual, não tem vontade divergentes
OBS: Poder de polícia não é comodidade e sim restrição de liberdades e direitos - Gestão associada de pessoas jurídicas de direito público que executam
em virtude da supremacia do interesse público; atividades similares
- No momento em que os entes federativos se unem, eles formam uma nova
A obra não é uma continuidade de prestação, ela tem início, meio e fim; pessoa jurídica, que não se confunde com nenhum dos entes formadores do
consórcio. Pode ser pessoa jurídica de direito privado ou de deito público
Exploração de atividade econômica – quando o Estado atua, ai será regido pelo PJDP – Associação Pública, que irá integrar cada um dos entes formadores do
direito privado consórcio como entes da Adm. Indireta (autarquia associativa)
- Protocolo de intenções – com a intenção de formar o consórcio, somente após a
PRINCÍPIOS ratificação pelo Poder Legislativo de cada ente federativo é que estará formado o
1- Generalidade ou universalidade – o serviço público é prestado a toda consórcio.
sociedade, na maior quantidade de pessoas possíveis observando a - No momento em que eles firmam o protocolo de intenções, eles assinam um
reserva do possível; contrato de rateio, determinando quanto que cada um dos entes vai participar
2- Modicidade – os serviços devem ser prestados com tarifas módicas; para a formação e manutenção do consórcio;
3- Adaptabilidade/Atualidade – O Estado deve se adaptar conforme as - Se for um consórcio com até 3 entes, os valores serão duplicados, quando
modernidades na técnica na prestação de serviços passar de 3 entes os valores das modalidades licitatórias serão triplicados
4- Cortesia – usuário deve ser tratado de forma cortês, educada - Contrato de programa – celebração de um contrato entre o consórcio e
5- Continuidade – Direito de greve/ exceção do contrato não cumprido qualquer ente da Adm. direta ou indireta de um ente consorciado. TEM DISPENSA
6- Isonomia- formal e material (ex: sistema de cotas, isonomia de fato) DE LICITAÇÃO
- União e município não podem participar de um mesmo consórcio, cuja o Estado
DELEGAÇÃO FEITA À PARTICULARES não esteja participando.
- Concessão de serviço público – a empresa deve ser remunerada pelo próprio
usuário RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
- Concessão precedida de obra – a empresa é contratada e executa a obra com
seus próprios recursos, depois ela poderá explora o serviço para remunerar os XXIII Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 01 – Ao realizar uma auditoria
gastos tidos com a obra. interna, certa entidade administrativa federal, no exercício da autotutela,
- Concedente (poder público) e a concessionária (pessoa jurídica ou consórcio de verificou a existência de um ato administrativo portador de vício insanável, que
empresas) produz efeitos favoráveis para a sociedade Tudobeleza S/A, a qual estava de boa-
- Rescisão unilateral – por interesse público/ por motivo de inadimplemento fé. O ato foi praticado em 10 de fevereiro de 2012. Em razão disso, em 17 de
- Fiscalização – havendo indícios de irregularidade na empresa, a Adm. Pública setembro de 2016, a entidade instaurou processo administrativo, que, após o
pode determinar a intervenção na empresa concessionária. Se afasta o gestor exercício da ampla defesa e do contraditório, culminou na anulação do ato em 05
privado e coloca o interventor nomeado pelo Chefe do Executivo. de junho de 2017. Com relação ao transcurso do tempo na mencionada situação
hipotética, assinale a afirmativa correta.
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA DE BENS ≠ REVERSÃO A) Não há decadência do direito de anular o ato eivado de vício, considerando que
LEI Nº 11.079/04 – PPP´s – São novas espécies de contrato de concessão o processo que resultou na invalidação foi instaurado dentro do prazo de 5
Espécies de PPP – concessão patrocinada e concessão administrativa (cinco) anos.
- Prazo mínimo de 5 e máximo de 35 anos
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
24
B) Consumou-se o prazo prescricional de 5 (cinco) anos para o exercício do poder que ensejou sua punição. Nova sindicância foi aberta. Com base na situação
de polícia por parte da Administração Pública federal. narrada, assinale a afirmativa correta.
C) O transcurso do tempo não surte efeitos no caso em questão, considerando A) A sindicância não pode resultar, em nenhuma hipótese, na aplicação da pena
que a Administração pode anular seus atos viciados a qualquer tempo. de suspensão; neste caso, deve ser instaurado processo administrativo
D) Consumou-se a decadência para o exercício da autotutela, pois, entre a disciplinar.
prática do ato e a anulação, transcorreram mais de 5 (cinco) anos. B) A reiteração da mesma falha não enseja a aplicação da pena de suspensão;
neste caso, a única sanção possível é a advertência.
C) A sindicância pode dar ensejo à aplicação da pena de suspensão, desde que a
XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 02 - O poder público, com sanção seja de até 30 (trinta) dias.
fundamento na Lei nº 8.987/1995, pretende conceder à iniciativa privada uma D) A pena de demissão independe da instauração de processo administrativo
rodovia que liga dois grandes centros urbanos. O edital, publicado em maio de disciplinar, podendo ser aplicada após sindicância.
2018, previu a duplicação das pistas e a obrigação de o futuro concessionário
desapropriar os terrenos necessários à ampliação. Por se tratar de projeto XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 05 – Determinado jornal publicou a
antigo, o poder concedente já havia declarado, em janeiro de 2011, a utilidade notícia de que, nos últimos dez anos, a mesma empreiteira (sociedade
pública das áreas a serem desapropriadas no âmbito do futuro contrato de empresária Beta) venceu todas as grandes licitações promovidas pelo Ministério
concessão. Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. Alfa. A sociedade empresária Beta, ciente do risco de serem descobertos os
A) O ônus das desapropriações necessárias à duplicação da rodovia não pode ser pagamentos sistemáticos de propina a servidores públicos em troca de
do futuro concessionário, mas sim do poder concedente. vantagens competitivas, resolve procurar as autoridades competentes para
B) O poder concedente e o concessionário só poderão adentrar os terrenos propor a celebração de acordo de leniência. Com base na hipótese apresentada,
necessários à ampliação da rodovia após a conclusão do processo de assinale a afirmativa correta.
desapropriação. A) É requisito do acordo de leniência o compromisso da sociedade empresária de
C) O decreto que reconheceu a utilidade pública dos terrenos caducou, sendo fazer cessar seu envolvimento na irregularidade investigada, qual seja, o
necessária a expedição de nova declaração. pagamento de propina a servidores públicos em troca das vantagens
D) A declaração de utilidade pública pode ser emitida tanto pelo poder competitivas.
concedente quanto pelo concessionário. B) A assinatura do acordo de leniência está condicionada à efetiva colaboração
da sociedade empresária na elucidação dos fatos, mas a pessoa jurídica não
XXVIII Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 03 – A União celebrou convênio precisa indicar os agentes públicos recebedores da propina.
com o Município Alfa para a implantação de um sistema de esgotamento C) Para premiar a colaboração da sociedade empresária Beta, o poder público
sanitário. O Governo Federal repassou recursos ao ente local, ficando o município pode isentá-la do pagamento de multa pela prática de atos lesivos à
encarregado da licitação e da contratação da sociedade empresária responsável Administração Pública.
pelas obras. Após um certame conturbado, cercado de denúncias de D) A proposta e os termos do acordo propriamente dito são sempre sigilosos,
favorecimento e conduzido sob a estreita supervisão do prefeito, sagrou-se medida necessária para impedir que outras instituições públicas venham a
vencedora a sociedade empresária Vale Tudo Ltda. Em escutas telefônicas, utilizar as informações em prejuízo da sociedade empresária leniente.
devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário, comprovou-se o direcionamento
da licitação para favorecer a sociedade empresária Vale Tudo Ltda., que tem, XXI Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 06 – Uma autarquia federal divulgou
como sócios, os filhos do prefeito do Município Alfa. Tendo sido feita perícia no edital de licitação para a concessão da exploração de uma rodovia que interliga
orçamento, identificou-se superfaturamento no preço contratado. Com base na diversos Estados da Federação. A exploração do serviço será precedida de obras
situação narrada, assinale a afirmativa correta. de duplicação da rodovia. Como o fluxo esperado de veículos não é suficiente
A) Não compete ao Tribunal de Contas da União fiscalizar o emprego dos recursos para garantir, por meio do pedágio, a amortização dos investimentos e a
em questão, pois, a partir do momento em que ocorre a transferência de remuneração do concessionário, haverá, adicionalmente à cobrança do pedágio,
titularidade dos valores, encerra-se a jurisdição da Corte de Contas Federal. contraprestação pecuniária por parte do Poder Público. Sobre a hipótese
B) O direcionamento da licitação constitui hipótese de frustração da licitude do apresentada, assinale a afirmativa correta.
certame, configurando ato de improbidade administrativa que atenta contra os A) Trata-se de um exemplo de parceria público-privada, na modalidade
princípios da Administração Pública e, por isso, sujeita os agentes públicos concessão administrativa.
somente à perda da função pública e ao pagamento de multa civil. B) Trata-se de um consórcio público com personalidade de direito público entre a
C) Apenas os agentes públicos estão sujeitos às ações de improbidade, de forma autarquia federal e a pessoa jurídica de direito privado.
que terceiros, como é o caso da sociedade empresária Vale Tudo Ltda., não C) Trata-se de um exemplo de parceria público-privada, na modalidade
podem ser réus da ação judicial e, por consequência, imunes à eventual concessão patrocinada.
condenação ao ressarcimento do erário causado pelo superfaturamento. D) Trata-se de um exemplo de consórcio público com personalidade jurídica de
D) Por se tratar de ato de improbidade administrativa que causou prejuízo ao direito privado.
erário, os agentes públicos envolvidos e a sociedade empresária Vale Tudo Ltda.
estão sujeitos ao integral ressarcimento do dano, sem prejuízo de outras XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 07 - José, servidor público federal
medidas, como a proibição de contratar com o Poder Público ou receber ocupante exclusivamente de cargo em comissão, foi exonerado, tendo a
incentivos fiscais por um prazo determinado. autoridade competente motivado o ato em reiterado descumprimento da carga
horária de trabalho pelo servidor. José obteve, junto ao departamento de
XXV Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 04 - Ricardo, servidor público recursos humanos, documento oficial com extrato de seu ponto eletrônico,
federal, especializou-se no mercado imobiliário, tornando-se corretor de comprovando o regular cumprimento de sua jornada de trabalho. Assim, o
imóveis. Em razão do aumento da demanda, passou a atender seus clientes servidor buscou assistência jurídica junto a um advogado, que lhe informou
durante o horário de expediente, ausentando-se da repartição pública sem corretamente, à luz do ordenamento jurídico, que
prévia autorização do chefe imediato. Instaurada sindicância, Ricardo foi punido A) não é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de
com uma advertência. A despeito disso, ele passou a reincidir na mesma falta exoneração, eis que o próprio texto constitucional estabelece que cargo em
comissão é de livre nomeação e exoneração pela autoridade competente, que
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
25
não está vinculada ou limitada aos motivos expostos para a prática do ato empresária, alienação essa que, efetivamente, causou lesão ao erário, sendo
administrativo. certo que, nos autos do processo, restou demonstrado que o agente público não
B) não é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de agiu com dolo, mas com culpa. Com base na hipótese apresentada, assinale a
exoneração, eis que tal ato é classificado como vinculado, no que tange à opção que está em consonância com a legislação de regência.
liberdade de ação do administrador público, razão pela qual o Poder Judiciário A) Felipe não pode sofrer as sanções da lei de improbidade, pois todas as
não pode se imiscuir no controle do mérito administrativo, sob pena de violação à hipóteses capituladas na lei exigem o dolo específico para a sua caracterização.
separação dos Poderes. B) É passível a caracterização da prática de ato de improbidade administrativa
C) é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de por Felipe, pois a modalidade culposa é admitida para a conduta a ele imputada.
exoneração, eis que, apesar de ser dispensável a motivação para o ato C) Não é cabível a caracterização de ato de improbidade por Felipe, na medida
administrativo discricionário de exoneração, uma vez expostos os motivos que em que apenas os atos que atentam contra os princípios da Administração
conduziram à prática do ato, estes passam a vincular a Administração Pública, Pública admitem a modalidade culposa.
em razão da teoria dos motivos determinantes. D) Felipe não praticou ato de improbidade, pois apenas os atos que importam em
D) é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de enriquecimento ilícito admitem a modalidade culposa.
exoneração, eis que, por se tratar de um ato administrativo vinculado, pode o
Poder Judiciário proceder ao exame do mérito administrativo, a fim de aferir a XXVIII Exame de Ordem – (2019 - FGV) - Questão 11 - Sávio, servidor público
conveniência e a oportunidade de manutenção do ato, em razão do princípio da federal, frustrado com a ineficiência da repartição em que trabalha, passou a
inafastabilidade do controle jurisdicional. faltar ao serviço. A Administração Pública, após constatar que Sávio acumulou
sessenta dias de ausência nos últimos doze meses, instaurou processo
XXVI Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 08 - Marcos, servidor do Poder administrativo disciplinar para apurar a conduta do referido servidor. Tendo
Executivo federal, entende que completou os requisitos para a aposentadoria como premissa esse caso concreto, assinale a afirmativa correta.
voluntária, razão pela qual requereu, administrativamente, a concessão do A) O processo administrativo disciplinar será submetido a um procedimento
benefício ao órgão competente. O pedido foi negado pela Administração. Não sumário, mais simples e célere, composto pelas fases da instauração, da
satisfeito com a decisão, Marcos interpôs recurso administrativo. Tendo o instrução sumária - que compreende a indiciação, a defesa e o relatório - e do
enunciado como parâmetro e considerando o disposto na Lei nº 9.784/99, julgamento.
assinale a afirmativa correta. B) A inassiduidade habitual configura hipótese de demissão do serviço público,
A) O recurso, salvo disposição legal diversa, tramitará por, no mínimo, três ficando Sávio impedido de nova investidura em cargo público federal pelo prazo
instâncias administrativas. de cinco anos, a contar do julgamento.
B) O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, que, se não a C) Na hipótese de ser imputada a pena de demissão a Sávio, é lícito à
reconsiderar, encaminhará o apelo à autoridade superior. Administração Pública exigir depósito de dinheiro como requisito de
C) O recurso e todos os atos subsequentes praticados pela Administração no admissibilidade do recurso administrativo, até mesmo como forma de ressarcir
âmbito do processo administrativo, em regra, devem apresentar forma os custos adicionais que o poder público terá com o processamento do apelo.
determinada. D) A falta de advogado constituído por Sávio no processo administrativo é causa
D) Marcos somente poderá alegar questões de legalidade, como a incompetência de nulidade, tendo em vista que a ausência de defesa técnica prejudica o
da autoridade que proferiu a decisão, não lhe sendo permitido solicitar o exercício da ampla defesa por parte do servidor arrolado.
reexame do mérito da questão apreciada.
XIX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 12 - Um paciente de um hospital
XXIV Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 09 - Um fiscal de posturas públicas psiquiátrico estadual conseguiu fugir da instituição em que estava internado, ao
municipais verifica que um restaurante continua colocando, de forma irregular, aproveitar um momento em que os servidores de plantão largaram seus postos
mesas para os seus clientes na calçada. Depois de lavrar autos de infração com para acompanhar um jogo de futebol na televisão. Na fuga, ao pular de um
aplicação de multa por duas vezes, sem que a sociedade empresária tenha viaduto próximo ao hospital, sofreu uma queda e, em razão dos ferimentos, veio a
interposto recurso administrativo, o fiscal, ao verificar a situação, interdita o falecer. Nesse caso,
estabelecimento e apreende as mesas e cadeiras colocadas de forma irregular, A) o Estado não responde pela morte do paciente, uma vez que não configurado o
com base na lei que regula o exercício do poder de polícia correspondente. A nexo de causalidade entre a ação ou omissão estatal e o dano.
partir da situação acima, assinale a afirmativa correta. B) o Estado responde de forma subjetiva, uma vez que não configurado o nexo de
A) O fiscal atuou com desvio de poder, uma vez que o direito da sociedade causalidade entre a ação ou omissão estatal e o dano.
empresária de continuar funcionando é emanação do direito de liberdade C) o Estado não responde pela morte do paciente, mas, caso comprovada a
constitucional, que só pode ser contrastado a partir de um provimento negligência dos servidores, estes respondem de forma subjetiva.
jurisdicional. D) o Estado responde pela morte do paciente, garantido o direito de regresso
B) A prática irregular de ato autoexecutório pelo fiscal é clara, porque não contra os servidores no caso de dolo ou culpa.
homenageou o princípio do contraditório e da ampla defesa ao não permitir à
sociedade empresária, antes da apreensão, a possibilidade de produzir, em XXVIII Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 13 - Determinado Município fez
processo administrativo específico, fatos e provas em seu favor. publicar decreto de desapropriação por utilidade pública de determinada área,
C) O ato praticado pelo fiscal está dentro da visão tradicional do exercício da com o objetivo de construir um hospital, o que incluiu o imóvel de Ana. A
polícia administrativa pelo Estado, que pode, em situações extremas, dentro dos proprietária aceitou o valor oferecido pelo ente federativo, de modo que a
limites da razoabilidade e da proporcionalidade, atuar de forma autoexecutória. desapropriação se consumou na via administrativa. Após o início das obras, foi
D) A atuação do fiscal é ilícita, porque os atos administrativos autoexecutórios, constatada a necessidade, de maior urgência, da instalação de uma creche na
como mencionado acima, exigem, necessariamente, autorização judicial prévia. mesma localidade, de modo que o Município alterou a destinação a ser conferida
à edificação que estava sendo erigida. Ana se arrependeu do acordo firmado com
XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 10 - O Ministério Público ajuizou o poder público. Diante dessa situação hipotética, na qualidade de advogado (a)
ação civil pública por improbidade em desfavor de Felipe dos Santos, servidor de Ana, assinale a afirmativa correta.
público federal estável, com fulcro no Art. 10, inciso IV, da Lei nº 8429/92. O
servidor teria facilitado a alienação de bens públicos a certa sociedade
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
26
A) Ana deverá ajuizar ação de retrocessão do imóvel, considerando que o máquina administrativa para intimidar servidores e prejudicar o andamento do
Município não possui competência para atuar na educação infantil, de modo que processo.
não poderia alterar a destinação do bem expropriado para esta finalidade.
B) Cabe a Ana buscar a anulação do acordo firmado com o Município, que deveria XXVI Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 16 - Maria foi aprovada em concurso
ter ajuizado a indispensável ação de desapropriação para consumar tal para o cargo de analista judiciário do Tribunal Regional Federal da 2ª Região,
modalidade de intervenção do estado na propriedade. mas, após ter adquirido a estabilidade, foi demitida sem a observância das
C) O ordenamento jurídico não autoriza que Ana impugne a desapropriação normas relativas ao processo administrativo disciplinar. Em razão disso, Maria
amigável acordada com o Município, porque a nova destinação conferida ao ajuizou ação anulatória do ato demissional, na qual obteve êxito por meio de
imóvel atende ao interesse público, a caracterizar a chamada tredestinação decisão jurisdicional transitada em julgado. Nesse interregno, contudo, Alfredo,
lícita. também regularmente aprovado em concurso e estável, foi promovido e passou a
D) Ana deverá ajuizar ação indenizatória em face do ente federativo, com base na ocupar o cargo que era de Maria. Sobre a hipótese apresentada, assinale a
desapropriação indireta, considerando que o Município não pode conferir afirmativa correta.
finalidade diversa da constante no decreto expropriatório. d) o Tribunal do Júri de A) A invalidação do ato demissional de Maria não poderá importar na sua
Florianópolis. reintegração ao cargo anterior, considerando que está ocupado por Alfredo.
B) Maria, em razão de ter adquirido a estabilidade, independentemente da
XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 14 - Após comprar um terreno, existência e necessidade do cargo que ocupava, deverá ser posta em
Roberto iniciou a construção de sua casa, sem prévia licença, avançando para disponibilidade.
além dos limites de sua propriedade e ocupando parcialmente a via pública, C) Maria deverá ser readaptada em cargo superior ao que ocupava
inclusive com possibilidade de desabamento de parte da obra e risco à anteriormente, diante da ilicitude de seu ato demissional.
integridade dos pedestres. No regular exercício da fiscalização da ocupação do D) Em decorrência da invalidade do ato demissional, Maria deve ser reintegrada
solo urbano, o poder público municipal, observadas as formalidades legais, ao cargo que ocupava e Alfredo deverá ser reconduzido para o cargo de origem.
valendo-se da prerrogativa de direito público que, calcada na lei, autoriza-o a
restringir o uso e o gozo da liberdade e da propriedade privada em favor do XXVII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 17 - No ano corrente, a União
interesse da coletividade, determinou que Roberto demolisse a parte irregular da decidiu criar uma nova empresa pública, para a realização de atividades de
obra. O poder administrativo que fundamentou a determinação do Município é o relevante interesse econômico. Para tanto, fez editar a respectiva lei
poder autorizativa e promoveu a inscrição dos respectivos atos constitutivos no
A) de hierarquia, e, pelo seu atributo da coercibilidade, o particular é obrigado a registro competente. Após a devida estruturação, tal entidade administrativa
obedecer às ordens emanadas pelos agentes públicos, que estão em nível de está em vias de iniciar suas atividades. Acerca dessa situação hipotética, na
superioridade hierárquica e podem usar meios indiretos de coerção para fazer qualidade de advogado (a), assinale a afirmativa correta.
valer a supremacia do interesse público sobre o privado. A) A participação de outras pessoas de direito público interno, na constituição do
B) disciplinar, e o particular está sujeito às sanções impostas pela Administração capital social da entidade administrativa, é permitida, desde que a maioria do
Pública, em razão do atributo da imperatividade, desde que haja a prévia e capital votante permaneça em propriedade da União.
imprescindível chancela por parte do Poder Judiciário. B) A União não poderia ter promovido a inscrição dos atos constitutivos no
C) regulamentar, e os agentes públicos estão autorizados a realizar atos registro competente, na medida em que a criação de tal entidade administrativa
concretos para aplicar a lei, ainda que tenham que se valer do atributo da decorre diretamente da lei.
autoexecutoriedade, a fim de concretizar suas determinações, C) A entidade administrativa em análise constitui uma pessoa jurídica de direito
independentemente de prévia ordem judicial. público, que não poderá contar com privilégios fiscais e trabalhistas.
D) de polícia, e a fiscalização apresenta duplo aspecto: um preventivo, por meio D) Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços para a entidade
do qual os agentes públicos procuram impedir um dano social, e um repressivo, administrativa, em regra, não precisam ser precedidos de licitação.
que, face à transgressão da norma de polícia, redunda na aplicação de uma
sanção. XXVII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 18 - A União construiu uma usina
nuclear para fins de geração de energia elétrica. A fim de minimizar os riscos de
XXIII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 15 - O Ministério Público estadual acidentes relacionados à utilização do urânio, foram empregados, no
ajuizou ação civil pública por improbidade em desfavor de Odorico, prefeito do empreendimento, os mais modernos e seguros equipamentos. Do mesmo modo, o
Município Beta, perante o Juízo de 1º grau. Após os devidos trâmites e do pessoal designado para trabalhar na usina recebeu todos os treinamentos
recebimento da inicial, surgiram provas contundentes de que Odorico se utilizava exigidos nas legislações brasileira e internacional. Entretanto, em decorrência
da máquina administrativa para intimidar servidores e prejudicar o andamento de uma intensa, imprevisível e excepcional chuva que caiu na região, parte da
das investigações, razão pela qual o Juízo de 1º grau determinou o afastamento usina ficou alagada. Isso gerou superaquecimento nas instalações, fato que
cautelar do chefe do Poder Executivo municipal pelo prazo de sessenta dias. culminou na liberação de um pequeno volume de gases radioativos armazenados,
Nesse caso, o Juízo de 1º grau causando náuseas e vômitos na população que mora próxima à usina. Com base
A) não poderia ter dado prosseguimento ao feito, na medida em que Odorico é na situação narrada, assinale a afirmativa correta.
agente político e, por isso, não responde com base na lei de improbidade, mas A) A União não pode ser responsabilizada pelos danos causados à população,
somente na esfera política, por crime de responsabilidade. tendo em vista a ausência de culpa (responsabilidade subjetiva) por parte do
B) não tem competência para o julgamento da ação civil pública por improbidade Poder Público.
ajuizada em face de Odorico, ainda que o agente tenha foro por prerrogativa B) Em razão de as chuvas constituírem um evento imprevisível e excepcional,
junto ao respectivo Tribunal de Justiça estadual. não se cogita a responsabilidade da União pelos danos causados à população.
C) não poderia ter determinado o afastamento cautelar de Odorico, pois a perda C) A União pode ser responsabilizada pelas consequências advindas do
da função pública só se efetiva com o trânsito em julgado da sentença vazamento de gases radioativos, independentemente de culpa, pois a
condenatória. responsabilidade é objetiva.
D) agiu corretamente ao determinar o afastamento cautelar de Odorico, que, D) A União não pode ser responsabilizada pelos danos causados à população,
apesar de constituir medida excepcional, cabe quando o agente se utiliza da dado competir aos Estados a exploração dos serviços e das instalações
nucleares, cabendo a eles a responsabilidade pelos danos.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
27
XXVIII Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 19 - O Município Sigma pretende
realizar obras de restauração em uma praça e instalar brinquedos fixos de DIREITO CIVIL
madeira para o lazer das crianças. A obra foi orçada em R$ 100.000,00 (cem mil
reais), razão pela qual o ente federativo optou pela modalidade convite,
remetendo o respectivo instrumento convocatório para três sociedades PESSOAS NATURAIS
cadastradas junto ao registro pertinente e, para uma quarta, não cadastrada.
Além disso, a carta-convite foi afixada em local apropriado para o conhecimento PERSONALIDADE JURÍDICA
dos demais interessados. A personalidade jurídica é um atributo essencial para ser sujeito de direito (art.
Na sessão de julgamento, compareceram apenas duas convidadas, certo que a 1º do CC). Para a teoria geral do direito civil a personalidade é uma aptidão
sociedade Alfa apresentou a melhor proposta e preencheu os requisitos para a genérica para titularizar direitos e contrair obrigações.
habilitação. Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta.
A) O Município Sigma não poderia ter se utilizado da modalidade convite para a INÍCIO DA PERSONALIDADE JURÍDICA DA PESSOA NATURAL
situação descrita. O início da personalidade é marcado pelo nascimento com vida, conforme dicção
B) A licitação é inválida, pois o resumo do instrumento convocatório deveria ser do art. 2º do CC.
publicado em jornal de circulação no Município Sigma.
C) Se o Município Sigma não justificar a presença de apenas duas licitantes, PROTEÇÃO JURÍDICA DO NASCITURO
diante da existência de limitações de mercado ou pelo desinteresse dos Nascituro é o ente já concebido, mas ainda não nascido. Deixando de lado as
convidados, deverá repetir o convite. discussões teóricas sobre o início da personalidade jurídica, é certo que a
D) Não é cabível realizar o convite de sociedades que não estejam cadastradas segunda parte do art. 2º do CC expressamente “põe a salvo os seus direitos”.
no registro pertinente. Assim, pode-se afirmar que na legislação em vigor o nascituro:
a) É titular de direitos personalíssimos (como o direito à vida);
XXV Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 20 - A União celebrou com a b) Pode receber doação, conforme dispõe o art. 542 do CC: “A doação feita ao
empresa Gama contrato de concessão de serviço público precedida de obra nascituro valerá, sendo aceita por seu representante legal”;
pública. O negócio jurídico tinha por objeto a exploração, incluindo a duplicação, c) Pode ser beneficiado por legado e herança (art. 1798 do CC);
de determinada rodovia federal. Algum tempo após o início do contrato, o poder d) O Código Penal tipifica o crime de aborto;
concedente identificou a inexecução de diversas obrigações por parte da e) Tem direito a alimentos.
concessionária, o que motivou a notificação da contratada. Foi autuado processo
administrativo, ao fim do qual o poder concedente concluiu estar prejudicada a CAPACIDADE DE DIREITO E CAPACIDADE DE FATO
prestação do serviço por culpa da contratada. Com base na hipótese Por capacidade de direito, também conhecida como capacidade de gozo ou
apresentada, assinale a afirmativa correta. capacidade de aquisição, pode ser entendida como a medida da intensidade da
A) O contrato é nulo desde a origem, eis que a concessão de serviços públicos personalidade. Todo ente com personalidade jurídica possui também capacidade
não pode ser precedida da execução de obras públicas. de direito, tendo em vista que não se nega ao indivíduo a qualidade para ser
B) O poder concedente pode declarar a caducidade do contrato de concessão, sujeito de direito. Personalidade e capacidade jurídica são as duas faces de uma
tendo em vista a inexecução parcial do negócio jurídico por parte da mesma moeda.
concessionária. A capacidade de fato, ao contrário da capacidade de direito possui estágios
C) O poder concedente deve, necessariamente, aplicar todas as sanções definidos no próprio Código Civil.
contratuais antes de decidir pelo encerramento do contrato. Ele distingue duas modalidades de incapacidade, a saber: a incapacidade em
D) O processo administrativo tem natureza de inquérito e visa coletar absoluta e a relativa. Trata-se de um divisor quantitativo de compreensão do
informações precisas dos fatos; por isso, não há necessidade de observar o indivíduo.
contraditório e a ampla defesa da concessionária.
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida
civil os menores de 16 (dezesseis) anos. (ALTERADO – ESTATUTO DO DEFICIENTE –
LEI Nº. 13.146/2015)
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua
vontade;
V - os pródigos.

EMANCIPAÇÃO
Trata-se de um uma hipótese de antecipação da aquisição da capacidade civil
plena antes da idade legal.
Três são as formas de emancipação:
a) Emancipação voluntária – É aquela concedida por ato unilateral dos pais em
pleno exercício do poder parental, ou um deles na falta do outro.
b) Emancipação judicial – Realiza-se mediante uma sentença judicial, na
hipótese de um menor posto sob tutela. Antes da sentença o tutor será
necessariamente, ouvido pelo magistrado (Código Civil art. 5º, parágrafo único, I,
segunda parte).
c) Emancipação legal – Ocorre em razão de situações descritas na lei. O art. 5º
do CC nos traz as seguintes situações:
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
28
1- O Casamento; BENS CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS
2- Exercício de emprego efetivo;
3- Colação de grau em curso de ensino superior; BENS CONSUMÍVEIS: São os que se destroem assim que vão sendo usados
4- Estabelecimento civil ou comercial, ou a existência de relação de emprego, (alimentos em geral).
desde que, em função deles, o menor tenha economia própria.
BENS INCONSUMÍVEIS: São os de natureza durável, como um livro.
DOS BENS
Bens são as coisas materiais ou imateriais que têm valor econômico e que podem BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
servir de objeto a uma relação jurídica.
Para que o bem seja objeto de uma relação jurídica é preciso que ele apresente BENS DIVISÍVEIS: São aqueles que podem ser fracionados em porções reais.
os seguintes caracteres: idoneidade para satisfazer um interesse econômico,
gestão econômica autônoma e subordinação jurídica ao seu titular. BENS INDIVISÍVEIS: São aqueles que não podem ser fracionados sem se lhes
alterar a substância, ou que, mesmo divisíveis, são considerados indivisíveis pela
BENS CORPÓREOS E INCORPÓREOS lei ou pela vontade das partes. Ex.: um computar, uma mesa, etc.

BENS CORPÓREOS: São os que têm existência material, como uma casa, um BENS SINGULARES E COLETIVOS
terreno, um livro.
BENS SINGULARES: São as que, embora reunidas, se consideram de per si,
BENS INCORPÓREOS: São os que não têm existência tangível e são relativos aos independentemente das demais; são consideradas em sua individualidade.
direitos que as pessoas físicas ou jurídicas têm sobre as coisas, sobre os
produtos de seu intelecto ou com outra pessoa, apresentando valor econômico, BENS COLETIVOS: São as constituídas por várias coisas singulares, consideradas
tais como os direitos reais, obrigacionais e autorais. em conjunto, formando um todo único, que passa a ter individualidade própria,
distinta de seus objetos componentes, que conservam sua autonomia funcional.
BENS MÓVEIS E IMÓVEIS Ex: uma livraria.

BENS MÓVEIS: São os que podem ser transportados por movimento próprio ou BENS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS
removidos por força alheia. São divididos:
a) Bens móveis por natureza: São as coisas corpóreas que se podem remover BENS PRINCIPAIS: São os que existem em si e por si, abstrata ou concretamente.
sem dano, por força própria ou alheia, com exceção das que acedem aos imóveis,
logo, os materiais de construção, enquanto não forem nela empregados, são bens BENS ACESSÓRIOS: São aqueles cuja existência supõe a existência do principal.
móveis.
b) Bens móveis por antecipação: São bens imóveis que a vontade humana BENS PARTICULARES E BENS PÚBLICOS
mobiliza em função da finalidade econômica; ex: árvores, frutos, pedras e metais,
aderentes ao imóvel, são imóveis; separados, para fins humanos, tornam-se BENS PARTICULARES: São os que pertencem a pessoas naturais ou jurídicas de
móveis; ex: são móveis por antecipação árvores convertidas em lenha. direito privado.
c) Bens móveis por determinação de lei: são os direitos reais sobre objetos
móveis e as ações correspondentes, os direitos de obrigação e as ações BENS PÚBLICOS: São os que pertencem as pessoas jurídicas de direito público,
respectivas e os direitos de autor. políticas, à União, aos Estados a aos Municípios.
Se dividem:
BENS IMÓVEIS: São os que não podem ser transportados sem alteração de sua a) Bens públicos de uso comum do povo: São os que embora pertencentes as
substância. São divididos: pessoa jurídica de direito público interno, podem ser utilizados, sem restrição e
a) Bens imóveis por sua natureza: abrange o solo com sua superfície, os seus gratuitamente, por todos, sem necessidade de qualquer permissão especial. Ex.:
acessórios e adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos praças.
pendentes, o espaço aéreo e o subsolo. b) Bens públicos de uso especial: São utilizados pelo próprio poder público,
b) Bens imóveis por acessão física artificial: inclui tudo aquilo que o homem constituindo-se por imóveis aplicados ao serviço ou estabelecimento federal,
incorporar permanentemente ao solo, como os edifícios e construções, de modo estadual ou municipal, como prédios onde funcionam tribunais, escolas públicas,
que não se possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano. secretarias, ministérios, etc; são os que têm uma destinação especial.
c) Bens imóveis por determinação legal: são direitos reais sobre imóveis. Ex: c) Bens públicos dominicais: São os que compõem o patrimônio da União, dos
usufruto, uso, habitação, inclusive o penhor agrícola e as ações que o asseguram; Estados ou dos Municípios, como objeto do direito pessoal ou real dessas pessoas;
apólices da dívida pública oneradas com a cláusula de inalienabilidade, abrangem bens móveis ou imóveis.
decorrente de doação ou de testamento.
BENS FORA DO COMÉRCIO: Os bens inalienáveis ou fora do comércio são os que
BENS FUNGÍVEIS E INFUNGÍVEIS não podem ser transferidos de um acervo patrimonial a outro ou insuscetíveis de
apropriação.
BENS FUNGÍVEIS: São os bens móveis que podem ser substituídos por outros de a) Bens inalienáveis por sua natureza: São os bens de uso inexaurível, como o ar,
mesma espécie, qualidade e quantidade. o mar, a luz solar; porém a captação, por meio de aparelhagem, do ar
atmosférico ou da água do mar para extrair certos elementos com o escopo de
BENS INFUNGÍVEIS: São os insubstituíveis, por existirem somente se respeitada atender determinadas finalidades, pode ser objeto de comércio.
sua individualidade. b) Bens legalmente inalienáveis: São os que, apesar de suscetíveis de
apropriação pelo homem, têm sua comercialização excluída pela lei, para
atender aos interesses econômico-sociais, à defesa social e à proteção de
determinadas pessoas; poderão ser alienados, por autorização legal apenas em
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
29
certas circunstâncias e mediante determinadas formalidades; entram nessa CLASSIFICAÇÕES DE OBRIGAÇÕES
categoria: os bens públicos; os dotais; os das fundações; os dos menores; os lotes
rurais remanescentes de loteamentos já inscritos; o capital destinado a garantir 1 - OBRIGAÇÃO CIVIL, MORAL E NATURAL
o pagamento de alimentos pelo autor do fato ilícito; o terreno onde está edificado
em edifício de condomínio por andares; o bem de família; os móveis ou imóveis 1.1 - Diferença entre obrigação civil e obrigação natural
tombados; as terras ocupadas pelos índios. - A obrigação civil é aquela que vincula determinados sujeitos, designados por
c) Bens inalienáveis pela vontade humana: São os que lhes impõe cláusula de credor e devedor, onde este encontra-se obrigado a realizar determinados atos,
inalienabilidade, temporária ou vitalícia, nos casos e formas previstos em lei, por positivos ou negativos em favor do prejudicado.
ato inter vivos ou causa mortis. Encontra amparo no direito positivo
- Podemos afirmar que na obrigação natural há um credor e um devedor,
BENFEITORIAS: São bens acessórios acrescentados ao imóvel, que é o bem devidamente constituídos, existindo, portanto, um débito de fato. Porém, não se
principal; podem ser necessárias (imprescindíveis à conservação do imóvel ou trata de obrigação civil, pois falta-lhe justamente a característica da garantia
para evitar-lhe a deterioração), úteis (aumentam ou facilitam o uso do imóvel) e jurídica, por meio da qual o credor pode exigir o cumprimento da prestação.
voluptuárias (embelezam o imóvel, para mero deleite ou recreio). A obrigação natural não recebe nenhum tipo de garantia legal, não possuindo,
portanto, ação jurídica.
FRUTOS: São bens acessórios que derivam do principal; podem ser naturais (das Assim a obrigação natural é aquela em que o credor não pode exigir do devedor
árvores), industriais (da cultura ou da atividade) e civis (do capital, como os uma certa prestação, embora, em caso de seu adimplemento voluntário ou
juros). espontâneo, possa retê-la a título de pagamento e não de liberalidade.
- Obrigação moral:
BENS DE FAMÍLIA: Mero dever de consciência, cumprida apenas por questões de princípios,
Divide-se em voluntário e legal: Voluntário é um instituto em que o casal, ou um juridicamente é uma mera liberalidade. Não há como constranger o “devedor” no
dos cônjuges, destina um imóvel próprio para domicílio da família, com a caso de inadimplemento. Amparada pelo direito, após cumprida a liberalidade
cláusula de ficar isento de execução por dívidas, salvo as que provierem de torna-se irrevogável – solutio retentio – de modo que aquele que “cumpriu” não
impostos relativos ao mesmo imóvel (art. 70, CC). O legal é o instituído pela Lei pode reclamar restituição, alegando que não estava obrigado ao seu
8.009/90, que estabeleceu a impenhorabilidade geral de todas as moradias adimplemento.
familiares próprias, uma para cada família, independentemente de qualquer ato Ex.: Ir a missa aos domingos.
ou providência dos interessados.
2- OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA E COISA INCERTA
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
CERTA (art. 233 ao art. 242) ou INCERTA (art. 243 ao art. 246)
MODALIDADES DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES:
- DAR COISA INCERTA: não considerada em sua individualidade mas no gênero a
(a) Dever de Dar; que pertence. Deve ter dados como gênero e quantidade. No momento em que se
efetua a escolha, individualiza o objeto da obrigação, a obrigação de dar a coisa
(b) Dever de Fazer; incerta, transforma-se em obrigação de dar a coisa certa.

(c) Dever de não fazer algo no interesse do credor; Generalidades:


OBS: Há, entretanto outras modalidades de obrigação, derivadas do problema da A obrigação de dar a coisa incerta consiste na relação obrigacional em que o
multiplicidade de credores ou de devedores e até mesmo de ambos na relação objeto, indicado de forma genérica no início da relação, vem a ser determinado
jurídica. São elas: a obrigação divisível ou indivisível e a solidária. mediante um ato de escolha, por ocasião de seu adimplemento. Prestação é
indeterminada, suscetível de determinação.
(d) OBRIGAÇÃO PROPTER REM ou OB REM - que sem derivar diretamente da O objeto da obrigação é referido em gênero e quantidade (CC. Art. 243), sem que
vontade das partes, decorre da relação do devedor e do credor em face de uma nenhuma individualização seja feita. Não se pode cogitar os riscos derivados de
coisa. Derivada do Direito Real. Ex.: Taxa Condominial; Não realizar reformas na seu perecimento ou deterioração.
fachada do prédio, etc. Possibilidade de exoneração do devedor em razão do Para o cumprimento da obrigação a coisa indeterminada deve tornar-se
abandono do direito real, da coisa. determinada, individualizada; essa individualização se faz através da - ESCOLHA
- o ato de seleção das coisas constantes do gênero.
(e) OBRIGAÇÕES COM EFICÁCIA REAL: No momento desta escolha é que se aperfeiçoa a obrigação, transformando-se
A obrigação terá eficácia real quando, sem perder seu caráter de direito a uma em obrigação de dar coisa incerta em obrigação de dar coisa certa, o devedor
prestação, se transmite e é oponível a terceiro que adquira direito sobre não poderá dar coisa pior, nem ser obrigado a prestar a melhor.
determinado bem.
Exemplo: Art. 1418 do CC Competência para escolha e seleção da coisa - Art. 244:
- compromisso de compra e venda sem cláusula de arrependimento averbada no Para que a obrigação de dar a coisa incerta seja suscetível de cumprimento, será
registro imobiliário na qual o devedor, ao pagar a última parcela, poderá obter a preciso que a coisa seja determinada por meio de um ato jurídico unilateral de
escritura definitiva ou adjudicação compulsória. escolha - concentração, que é a sua individuação manifestada no instante de
cumprimento de tal obrigação, mediante atos apropriados, como a separação
(pesagem, medição e a contagem) e a expedição. A indeterminação é transitória.
As partes estipulam a quem compete a escolha, que poderá inclusive ser
delegada a terceiro (CC. Art.485), no seu silêncio, pertence ao devedor o direito
de escolha, a lei limita a liberdade de seleção do devedor, não poderá prestar
coisa pior que o credor escolheria, nem será obrigado a prestar a melhor. MÉDIA.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
30
Se o contrato conferir ao credor a escolha (não poderá o credor praticar No que atina aos frutos da coisa certa, os percebidos até a tradição serão do
abusivamente o seu direito, os contratos devem ser interpretados em boa-fé, devedor, e os pendentes ao tempo da tradição do credor. (Art. 237 – parágrafo
atendendo mais a sua intenção que ao sentido literal das palavras) .este será único)
citado para esse fim sob pena de perder esse direito, caso em que o devedor
deverá providenciá-la. (CC. Art. 342 c/c CPC Art. 629), qualquer das partes poderá DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS ou DISJUNTIVAS
impugnar a escolha feita pela outra no período de 48 horas. - Caracteriza-se pela multiplicidade dos objetos devidos.
- São obrigações que embora múltiplo o seu objeto, o devedor se exonera
Efeitos da concentração - Art. 245: satisfazendo uma das prestações dentre as várias. Com exceção das prestações
Após escolha pelo devedor, ou pelo credor, a obrigação de dar coisa incerta cumulativas que devem ser prestadas todas as parcelas.
passará a ser de dar a coisa certa, regendo-se pelas normas desta espécie,
conseqüentemente, o credor poderá exigir o bem escolhido, não podendo EXEMPLO: Contrato de seguro de automóvel, por exemplo, a seguradora obriga-
entregar, o devedor , outro, ainda que mais valioso. se, no caso de um acidente com veículo, ou a reparar o dano ou a fornecer um
Antes da concentração, sendo a obrigação de dar a coisa incerta, a coisa novo veículo, mas não é obrigada à realização das duas prestações; ela exonera-
permanece indeterminada. se da obrigação cumprindo uma delas apenas.
Logo se houver perda ou deterioração da coisa, não poderá o devedor falar em
culpa, em força maior ou em caso fortuito. - Nessa espécie de obrigações, precede uma escolha (concentração).
Isto é assim porque genus nunquam perit, ou seja, se alguém vier a prometer 50 - Feita a escolha a obrigação antes complexa se torna simples.
sacos de laranja, ainda que se percam em sua fazenda todas as existentes, nem - A REGRA (CASO DE OMISSÃO), A ESCOLHA CABE AO DEVEDOR (ART. 252 DO CÓDIGO
por isso eximir-se-á da obrigação, uma vez que poderá obter laranjas em outro CIVIL); MAIS AS PARTES PODEM CONVENCIONAR QUE A ESCOLHA CABERÁ AO
local. CREDOR.

- DAR COISA CERTA: estabelece um vínculo entre as partes, devedor - RESSALVAS:


compromete-se a entregar ou restituir objeto determinado, assim considerado a) se o devedor tiver o direito de escolha ele não pode cumprir a obrigação dando
em sua individualidade. Para exonera-se o devedor deve entregar o objeto como prestação parte de um objeto e parte de outro para constituir um todo, ele
determinado - ajustado no contrato - se não houver disposição em contrário o deve sim escolher um dos objetos devidos e entregá-lo, para que se cumpra a
acessório seguirá o principal da obrigação. obrigação. É a regra do § 1º do art. 252.
b) se a obrigação é de prestações anuais, subentende-se que a cada ano o
Generalidades: devedor fará a escolha, ou seja, ele pode escolher este ano uma das prestações
Ter-se-á a obrigação de dar coisa certa, quando seu objeto foi constituído por um devidas, independentemente de qual foi à prestação dada no ano passado,
corpo certo e determinado, estabelecendo-se entre as partes da relação segundo o § 2º do art. 252.
obrigacional, um vínculo em que o devedor deverá entregar ao credor uma coisa
individuada. - EM RELAÇÃO À EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS:
Rege-se por um princípio fundamental de que o devedor não poderá ser obrigado a) Se a escolha couber ao devedor e nenhuma das prestações puder ser
a receber outra coisa, ainda que mais valiosa, logo o devedor, para exonerar-se cumprida por culpa dele, fica ele obrigado a pagar ao credor o valor da última
da obrigação, está adstrito a entregar exatamente o objeto determinado na prestação que se impossibilitou mais suas respectivas perdas e danos, conforme
convenção (art. 313). o art. 254.
b) Se a escolha couber ao credor e a impossibilidade de uma das prestações
Perda ou deterioração da coisa: ocorrer por culpa do devedor, o credor pode exigir ou uma das prestações que
Deve o devedor conservar a coisa que deva entregar ao credor, devendo ainda, não se impossibilitaram (no caso de serem mais de duas as prestações, se forem
defendê-la de terceiros. (CC. art. 239) recorrendo, inclusive a medidas judiciais. duas apenas ele poderá escolher a outra), ou o valor da que se impossibilitar
Perdendo-se a coisa sem culpa do devedor, antes de efetuada a tradição ou mais perdas e danos. Mas se todas as prestações se impossibilitarem por culpa
pendente a condição suspensiva resolve-se a obrigação para ambos do devedor, o credor pode exigir o valor de qualquer uma delas, mais a sua
contratantes (CC. art. 234 – 1ª parte). respectiva indenização por perdas e danos. Estas possibilidades estão descritas
Se já ocorreu a tradição e a coisa vier a se perder logo em seguida, o risco no art. 255.
deverá ser suportado pelo comprador já que é seu dono, salvo se houver fraude. c) Pode ocorrer de todas as obrigações se impossibilitarem sem culpa do
Se a coisa se deteriorar sem culpa do devedor caberá ao credor escolher se devedor. Neste caso a obrigação torna-se extinta, independentemente de quem
considera extinta a relação obrigacional ou se aceita o bem no estado em que se faz a escolha. É a regra disposta no art. 256.
encontra, abatido no seu preço o valor do estrago. (art. 235).
Perecendo a coisa por culpa do devedor, ele deverá responder pelo equivalente, OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
pelo valor que a coisa tinha no momento em que pereceu, mais as perdas e 1- As características da obrigação alternativa são muito semelhantes às da
danos (dano emergente e lucro cessante. (art. 234, segunda parte). obrigação de dar coisa incerta, porém, não são idênticas. Estas são as principais
Deteriorando o objeto por culpa do devedor, poderá o credor exigir o equivalente, diferenças entre elas: se for alternativa, a obrigação se extingue se todas as
ou aceitar a coisa no estado em que se achar, com direito a reclamar, em um ou coisas perecerem, pois eram devidas aquelas prestações específicas; se for de
outro caso, indenização de perdas e danos (art. 236). dar coisa incerta a obrigação não se extingue porque o gênero não perece.
Quem sofre o prejuízo, em regra, é o DONO DA COISA, seja pôr perda ou 2- Na obrigação de dar coisa incerta, sendo a escolha do devedor, deve ele optar
deterioração - Res perit domine. por uma coisa mediana entre a melhor e a pior; isto não ocorre se for alternativa
a obrigação, pois, além de serem de gêneros diferentes o devedor pode escolher
Cômodos: a que menor onerosa lhe for.
Cômodos são as vantagens produzidas pela coisa, ou seja, seus melhoramentos e 3- Na obrigação alternativa, se houver perecimento da coisa escolhida, é
acrescidos, que na obrigação de dar a coisa certa, pertencem ao devedor, que possível ao credor reclamar a outra que restou, o que não ocorre na obrigação de
poderá por eles exigir aumento no preço ou a resolução da obrigação se o credor dar coisa incerta, pois após a escolha ela torna-se obrigação de dar coisa certa.
não concordar. (Art. 237)
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
31
DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS Ex.: "A" deve dar vegetais a "B", não se sabe quanto e nem qual vegetal.
- Quanto a relação obrigacional se apresenta com mais de um credor, ou
devedor, ou ainda, ambos. OBRIGAÇÃO DE EXECUÇÃO INSTANTANEA, DIFERIDA E CONTINUADA
- Quanto ao momento em que devem ser cumpridas as obrigações.
OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS: é aquela cuja prestação é suscetível de cumprimento
parcial, sem prejuízo de sua substância e de seu valor (art. 257 cc). OBRIGAÇÃO INSTANTÂNEA: onde o momento consumativo é um só ou se consuma
Exemplo: Dois devedores e um credor. Eles devem 10 Mil Reais ao credor. O num único ato, sendo cumprida imediatamente após a sua constituição como
credor deve cobrar 5 Mil de cada um. EXEMPLO: compra e venda a vista.
- Vira divisível por quantas partes for preciso
OBRIGAÇÃO DIFERIDA OU DIFERENCIADA: O cumprimento é realizado em um único
OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS: a prestação a ser cumprida é exigível por inteiro. não momento, em um único ato, porém este em momento futuro.
comporta sua cisão em várias obrigações parceladas distintas. é aquela cuja -É a que também se exaure em um só ato porém, a ser realizada em data futura
prestação, tendo por objeto coisa ou fato não suscetível de divisão, só pode ser e não no mesmo instante em que é contraída. Desse modo, tanto pode ser diferida
cumprida por inteiro por sua natureza, por motivo de ordem econômica ou dada a a obrigação assumida pelo comprador de pagar no fim do prazo, como o
razão determinante do negócio jurídico. art. 258 cc) vendedor que se compromete a entregar no fim do prazo.
Exemplo: Dois devedores devem “Um Cavalo” ao (um) credor.
OBRIGAÇÃO CONTINUADA: É o que se cumpre por meio de atos reiterados.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES -É a que se prolonga no tempo, sem solução de continuidade ou mediante
Levando o exemplo à complexidade: Se o cavalo morre o comprador terá prestação periódica continuada, ou reiterada, neste ultimo caso de trato
prejuízo, pois já pagou, e deve receber o capital investido. Mas quem pagará? sucessivo. É exemplo dessa modalidade de obrigação o contrato de aluguel, o
Neste caso a obrigação vira divisível, ou seja, quando se transforma em DINHEIRO fornecedor de energia elétrica. Nas obrigações de execução continuada, as
ela vira divisível, e cada componente do pólo passivo terá de contribuir com sua prestações autônomas, e já cumpridas, não serão atingidas pelo descumprimento
quota-parte para a restituição do valor. E se foi imputável o perecimento? o das demais prestações cujo vencimento não foi contemplado com pagamento das
culpado arcará com os juros, se houver. mesmas, as já pagas adquirem caráter extintivo.
- Perecimento natural: Devolve o capital - Sem as perdas e danos
-Perecimento de Objeto por culpa: Devolve o capital e o culpado arca com as OBRIGAÇÃO CONDICIONAL; MODAL E A TERMO
perdas e danos.
- Havendo vários credores e sendo a obrigação indivisível qualquer um deles OBRIGAÇÃO CONDICIONAL: È a que contém cláusula que subordina seu efeito a
pode cobrar a dívida, mas o devedor só se libera ao: evento futuro e incerto; assim, uma obrigação será condicional quando seu efeito,
a) pagar à todos conjuntamente; total ou parcial, depender de um acontecimento futuro e incerto.
b) pagar à um exigindo deste (accipiens = recebedor) garantia (caução) de Ex.: lhe darei um relógio se chover daqui há uma semana; Pagamento de seguro
ratificação (ex.: por procuração dos demais). por acidente.

OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA OBRIGAÇÃO MODAL: É a que se encontra onerada com um modo ou encargo, isto é,
- A solidariedade é apenas um artifício técnico utilizado para reforçar o vínculo, por cláusula acessória, que impõe um ônus à pessoa natural ou jurídica
facilitando o cumprimento ou a solução da dívida. contemplada pela relação creditória;
- Se divide em solidária passiva e solidária ativa Ex.: obrigação imposta ao donatário de construir no terreno doado um prédio para
escola; pode ter por objeto uma ação (dar ou fazer) ou uma abstenção (não fazer).
A) SOLIDÁRIA ATIVA - Configura-se pela presença de vários credores, chamados - É aquela que possui algum encargo, ônus, ou modo de serem cumpridas.
concredores, todos com o mesmo direito de exigir integralmente a dívida ao
devedor comum (art. 267). OBRIGAÇÃO A TERMO: É aquela em que as partes subordinam os efeitos do ato
negocial a um acontecimento futuro e certo.
B) SOLIDÁRIA PASSIVA – Configura-se quando mais de um devedor, chamado Termo é o dia em que começa ou se extingue a eficácia do negocio jurídico. Pode
coobrigado, com seu patrimônio (art. 391), se obriga ao pagamento da dívida toda ser inicial, final, certo e incerto; a obrigação constituída sem prazo reputar-se-á
(art. 275). exeqüível desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em local diverso ou
depender de tempo; a obrigação só poderá ser exigida depois de espirado o
OBRIGAÇÃO LÍQUIDA E ILÍQUIDA termo.
Ex.: obrigação que para o complemento existe um prazo fixado. Compra de um
A) OBRIGAÇÃO LÍQUIDA - Obrigação líquida é aquela obrigação certa, quanto à sua automóvel em que o devedor deve fazer o pagamento com determinada
existência, e determinada quanto ao seu objeto; seu objeto é certo e quantidade de um produto agrícola em determinado mês e ano.
individualizado; logo, sua prestação é relativa à coisa determinada quanto à
espécie, quantidade e qualidade. OBRIGAÇÃO DE MEIO, DE RESULTADO E DE GARANTIA
- É expressa por um algarismo ou algo que determine um número certo.
Ex.: "A" deve dar a "B" R$ 500,00 ou 5 sacos de arroz. OBRIGAÇÃO DE MEIO: As obrigações de meio são espécie de comprometimento que
um contratante faz para com outro de prestar um serviço com o melhor de sua
B) OBRIGAÇÃO ILÍQUIDA - Obrigação ilíquida é aquela incerta quanto à sua força física, mental, intelectual, bem como com a responsabilidade normal que
quantidade e que se torna certa pela liquidação, que é o ato de fixar o valor da se espera de um profissional qualificado para o desenvolvimento da tarefa
prestação momentaneamente indeterminada, para que esta se possa cumprir; contratada. Uma obrigação de meio indica que há um comprometimento de uma
logo, sem liquidação dessa obrigação, o credor não terá possibilidade de cobrar dedicação pessoal com vista ao melhor resultado, mas sem a obrigação de
seu crédito; se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajustada, conseguir o que é o desejo e, até mesmo, o fim da contratação.
pelo processo de liquidação fixa-se o valor, em moeda corrente, a ser pago ao - Para não parecer estranho, lembra-se do socorro a uma pessoa gravemente
credor. acidentada: haverá o esforço do médico ou do hospital, mas não necessariamente
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
32
a obrigação de salvar a vida. Ou no caso dos serviços advocatícios, deve-se g) confusão - confundir-se, na mesma pessoa, as qualidades de credor e
lembrar que um litígio ao representar uma vitória para um lado estará, devedor.
automaticamente, representando uma derrota para a parte adversa. Ocorre por meio de fato Jurídico onde o crédito e o débito se unem em uma só
Ex.: Contrato de Honorários Advocatícios. pessoa, extinguindo a obrigação. A extinção só ocorre porque ninguém pode ser
credor ou devedor de si mesmo, sendo sempre necessária a existência de dois
OBRIGAÇÃO DE RESULTADO: São obrigações de resultado aquelas pelas quais o pólos na obrigação. A confusão dar-se-á por fatores alheios à vontade das
contratado se compromete a obter um fim combinado, uma previsão partes, e a fusão dos sujeitos na mesma pessoa incorre na impossibilidade lógica
especificada, sem a qual não se considera cumprida a tarefa e, destarte, são de sobrevivência da obrigação.
indevidas as verbas contratadas. O resultado específico é da essência do
contrato e, não o atingindo, não houve o adimplemento da obrigação. CONTRATOS
-O clássico exemplo é o contrato de transporte, pelo qual o transportador se
compromete a fazer a mercadoria despachada chegar ao destino em suas PRINCÍPIO DA REVISÃO DOS CONTRATOS OU DA ONEROSIDADE EXCESSIVA
quantidades, qualidades (exemplo dentro do exemplo: carga refrigerada, produto Por este princípio, diante de determinadas circunstâncias, um dos contratantes,
perecível ou com prazo de validade ou vida útil fixada) e nas condições especiais através do Poder Judiciário, tem a possibilidade de alterar o contrato
especificadas. O extravio importa em indenização, porque ocorreu o independente da vontade do outro. Assim, podemos dizer que o princípio da
inadimplemento da obrigação. O perecimento da coisa. onerosidade excessiva se contrapõe ao princípio da obrigatoriedade dos
contratos.
OBRIGAÇÃO DE GARANTIA: No contrato de garantia o dever do contratado é
assumir um determinado risco em favor do contratante. Não se pode garantir que FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO
o fato não ocorrerá, mas que haverá a tentativa de evitar. Pode-se ter como O Código Civil de 2002 adotou o princípio da socialidade que reflete a prevalência
exemplo o guarda-costas que acompanha uma personalidade de destaque com a dos valores coletivos sobre os individuais, sem perda porém do valor
função zelar pela sua integridade física. A simples presença dos seguranças, fundamental da pessoa humana.
normalmente armados, equipados e treinados para defesa pessoal e de outrem, Serve para limitar a autonomia da vontade quando tal autonomia esteja em
ao redor de uma pessoa protegida, por si só, já é um empecilho para que seja confronto com o interesse social e este deva prevalecer, ainda que essa
evitado um seqüestro, por exemplo. Mas, apesar de todo o esquema montado limitação possa atingir a própria liberdade de não contratar.
para a proteção, se ocorrer o seqüestro do exemplo, não é motivo de os
seguranças ou a empresa que ofertou o serviço venha a ser objetivamente CONDIÇÕES DE VALIDADE DO CONTRATO
responsabilizada. Isto porque o contrato visava à segurança, e não a absoluta
certeza de que não viria a acontecer o pior resultado. Nesse caso, se a parte A) DE ORDEM GERAL-comum a todos os atos e negócios jurídicos: capacidade do
interessada provar que o acontecimento deu-se por negligência, imperícia, agente, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita e
imprudência ou falta de dedicação das pessoas ou empresas que se não defesa em lei-art.104 do CC;
comprometeram a oferecer a segurança, há, sim, que se falar em
responsabilidade. B) DE ORDEM ESPECIAL, específico dos contratos: o consentimento recíproco ou
acordo de vontades.
PAGAMENTO DIRETO OU INDIRETO
REQUISITOS SUBJETIVOS
PAGAMENTO DIRETO: Entende-se por pagamento direto aquele em que há a
satisfação exata da prestação que constitui o objeto da obrigação, ou seja, o 1) Capacidade genérica-dois contratantes ou mais negócio jurídico bilateral ou
devedor se exonerará da obrigação entregando efetivamente a coisa devida. plurilateral.
Obs.: contratos nulos – (art. 166, inciso I, do CC) ou anuláveis (art. 171, inciso I, do
PAGAMENTO INDIRETO: É aquele em que a extinção da obrigação se dá de forma CC) - se a incapacidade absoluta ou relativa não for suprida pela representação
diversa da originariamente convencionada, podendo ocorrer por: ou pela assistência- art. 3º e art. 4º do Código Civil.
a) pagamento em consignação;
b) pagamento com sub-rogação - substituindo-se o sujeito da obrigação, mas 2) Aptidão específica para contratar - hipóteses que não dizem respeito
sem extingui-la, visto que a dívida será considerada extinta somente em face do propriamente à capacidade geral, mas a falta de legitimação ou impedimentos
antigo credor, mas permanecendo os direitos obrigacionais do novo titular do para realização de certos contratos, onde a capacidade de contratar deve existir
crédito; (SUBSTITUIÇÃO). no momento da declaração de vontade do contratante. Ex: embora não seja
c) imputação do pagamento - uma forma de o devedor quitar um ou mais débitos incapaz, o agente deve exibir a outorga uxória no caso de alienar bem imóvel
vencidos que possui com o mesmo credor, escolhendo qual, ou quais, das dívidas (art. 1647, art. 1649 e art. 1650 do CC) ou o consentimento dos descendentes e do
pagará primeiro. cônjuge do alienante para a venda a outros descendentes (art. 496 do CC).
A preferência na escolha da imputação é sempre do devedor, que procurará
adimplir a dívida que mais lhe convier. 3) Consentimento- consentimento recíproco ou acordo de vontades:
d) dação em pagamento – quando o credor aceita que o devedor dê fim à relação 3.1) acordo sobre a existência e natureza do contrato. Ex. um contratante quer
de obrigação existente entre eles pela substituição do objeto da prestação, ou aceitar uma doação e o outro quer vender, contrato não há.
seja, o devedor realiza o pagamento na forma de algo que não estava 3.2) acordo sobre o objeto do contrato;
originalmente na obrigação estabelecida, mas que extingue-a da mesma forma. 3.3) acordo sobre as cláusulas que o compõem.
e) novação – consiste em criar uma nova obrigação, substituindo e extinguindo a Obs.: O consentimento deve ser livre e espontâneo, sob pena de ter sua validade
obrigação anterior e originária. afetada pelos vícios ou defeitos do negócio jurídico: erro, dolo, coação, estado de
f) compensação - é uma forma de se extinguir uma ‘obrigação em que os sujeitos perigo, lesão e fraude.
da relação obrigacional são, ao mesmo tempo, credores e devedores. Dar alguma
coisa em compensação.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
33
Da Promessa de Fato de Terceiro Venda sujeito à prova: o comprador deve justificar a não compra art. 510.
• ARTS. 439 E 440, CCB Venda à gosto: não gostou, não tem justificativa, não sujeita a prova art. 509.
• Contrato em que é estipulado que um terceiro irá realizar a
prestação. PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA
• Não se confunde com representação, já que aquele que promete que Vendedor e comprador ajustam: caso o comprador for vender o bem, deverá
terceiro irá cumprir a prestação é responsável pelo não oferecer primeiro ao vendedor pelo preço de mercado.
cumprimento, caso o terceiro não a aceite. Após o comprador notificar para o exercício de direito de preempção, deve o
A promessa de fato de terceiro está prevista nos artigos 439 e 440 do CC e vendedor inicial, exercer seu direito que caducará se não se manifestar em 3
implica no fato de que uma pessoa se compromete com outra a obter o dias se o bem for móvel e 60 dias se for imóvel. As partes podem fixar prazos
consentimento de uma terceira pessoa na conclusão de um contrato sem ter maiores, mas com limites de 180 dias para bens móveis e de 2 anos para bens
recebido preliminarmente o consentimento desta última pessoa para a conclusão imóveis.
deste contrato. A eficácia deste contrato depende da ratificação posterior da Se não oferecer preferencialmente ao vendedor não gerará nulidade deverá
terceira pessoa que não está, “a priori”, obrigada a nada. pagar perda e danos. E se o adquirente agir de má-fé responderá solidariamente
com o comprador.
Uma dúvida pode surgir:
Quando o promitente não conseguir obter a ratificação do terceiro poderá ele Diferenças com a retrovenda:
mesmo substituir o terceiro na conclusão do contrato? O prazo para a preferência não pode exceder a 2 anos se bem imóvel e 180 dias
Em sendo possível parece ser plenamente eficaz esta substituição, ela não se móvel. Na retrovenda o prazo é de 3 anos e só bens imóveis.
ocorrerá quando o contrato for intuitu personae. O próprio contrato pode prever Na retrovenda o negócio original se resolve, no pacto de preferência há uma
esta situação. nova aquisição feita pelo vendedor primitivo ao primitivo comprador.
Na preempção só poderá o vendedor primitivo recomprar a coisa se o
EVICÇÃO (Art. 447 do CC) proprietário quiser vender e pelo preço que for alcançado no mercado.
É a perda da coisa, por força de uma sentença judicial, que a atribui a outrem por A retrovenda passa-se aos herdeiros a preempção não se cede e nem passa a
causa jurídica preexistente ao contrato. herdeiros.

Partes envolvidas: evicto (adquirente), alienante (reponde pelos riscos da DIREITOS REAIS
evicção) e evictor (terceiro que reivindica a coisa como de sua propriedade em
direito anterior ao do adquirente). DISTINÇÃO ENTRE O DIREITO REAL E O DIREITO PESSOAL

Requisitos: perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa, objeto A) Direito Real – é o poder jurídico, direto e imediato, do titular sobre a coisa, com
do contrato, em virtude de sentença judicial; contrato oneroso; direito do evictor exclusividade e contra todos.
anterior ao contrato realizado entre evicto e alienante; não conhecimento pelo
adquirente – evicto - que a coisa era alheia ou litigiosa; notificação do alienante B) Direito Pessoal – consiste numa relação jurídica pela qual o sujeito ativo pode
a respeito do litígio, pela denunciação da lide. exigir do sujeito passivo determinada prestação.
A evicção pode ser diminuída ou excluída por cláusula contratual, mas subsistirá
se o evicto não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu. TEORIAS SOBRE A POSSE
O evicto tem direito: à restituição da quantia paga, à indenização dos frutos que
tiver sido obrigado a restituir; à indenização pelas despesas dos contratos e A) SUBJETIVA (de Savigny)- a posse caracteriza-se pela conjugação do
pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; às custas judiciais e aos corpus(elemento objetivo que consiste na detenção física da coisa) e do
honorários do advogado por ele constituído. animus(elemento subjetivo, que se encontra na intenção de exercer sobre a coisa
O preço é o da época em que a coisa evenceu. um poder no interesse próprio .
A obrigação do alienante subsiste mesmo que a coisa se deteriore, exceto quando
houver dolo do evicto. B) OBJETIVA (de Ihering) – considera o animus já incluído no corpus, que significa
Na evicção parcial: duas possibilidades – perda considerável (resolver o contrato conduta de dono. Esta pode ser analisada objetivamente, sem a necessidade de
ou abatimento no preço) e perda não considerável (só abatimento no preço). pesquisar-se a intenção do agente. A posse, então, é a exteriorização do domínio.
O Código Civil Brasileiro adotou tal teoria (Art.1.196).
RETROVENDA
O vendedor se reserva o direito de recobrar, em certo prazo, o imóvel que vendeu POSSE E DETENÇÃO
restituindo o preço, mais as despesas feitas pelo comprador. Há situações em que uma pessoa não é considerada possuidora, mesmo
É condição resolutiva. exercendo poderes de fato sobre uma coisa. Isso acontece quando a lei
O prazo para o retrato é de 3 anos. desqualifica a relação para mera detenção, como faz no art. 1.198, art. 1.208 e art.
Transmite-se esse direito a herdeiros e legatários. 1.224, por exemplo. Somente a posse gera efeitos jurídicos.
Sua extinção se dá pelo exercício do direito, pela preclusão do prazo decadencial,
pelo perecimento do imóvel e pela renúncia. ESPÉCIES DE POSSE

VENDA A CONTENTO Posse Direta ou Imediata – é a daquele que tem a coisa em seu poder,
É a venda que se realiza sob a condição de só se tornar perfeita e obrigatória temporariamente, em virtude de contrato (a posse do locatário, por exemplo, que
após declaração do comprador de que coisa o satisfaz. a exerce por concessão do locador – Art. 1.197 do CC).
Se a venda for realizada sob condição suspensiva, enquanto não existir a
manifestação concordante do adquirente, a despeito de haver ocorrido à Posse Indireta ou Mediata - é a daquele que cede o uso do bem (a do locador, por
tradição, o domínio continua com o alienante que sofre as perdas advindas de exemplo). Dá-se o desdobramento da posse. Uma não anula a outra.
caso fortuito.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
34
Posse Justa – é a não violenta, clandestina ou precária (Art. 1.200 do CCB). É a § 3o Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz,
adquirida legitimamente, sem vício jurídico externo. assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá
pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio.
Posse Injusta – é a adquirida viciosamente. Ainda que viciada, não deixa de ser § 4o A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros,
posse, visto que a sua qualificação é feita em face de determinada pessoa. Será sem restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado.
injusta em face do legítimo possuidor, será, porém, justa e suscetível de proteção § 5o Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode
em relação às demais pessoas estranhas ao fato. solicitar que os apoiadores contra assinem o contrato ou acordo, especificando,
por escrito, sua função em relação ao apoiado.
Posse de Boa-Fé – configura-se quando o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo § 6o Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante,
que impede a aquisição da coisa (Art. 1.201 do CCB). É de suma importância a havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores,
crença do possuidor de encontrar-se em uma situação legítima. deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão.
§ 7o Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não
Posse de Má-Fé – é aquela em que o possuidor tem conhecimento dos vícios na adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa
aquisição da posse e, portanto, da ilegitimidade de seu direito. A posse de boa-fé apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz.
se transforma em posse de má-fé desde o momento em que as circunstâncias § 8o Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a
demonstrem que o possuidor não mais ignora que possui indevidamente (Art. pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de apoio.
1.202 do CCB). § 9o A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo
firmado em processo de tomada de decisão apoiada.
OBS.: Classifica-se a posse em nova ou velha quanto à sua idade: § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo
Posse Nova – é a de menos de ano e dia. Não se confunde com ação de força de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado à
nova, que leva em conta não a duração temporal da posse, mas o tempo manifestação do juiz sobre a matéria.
decorrido desde a ocorrência da turbação ou esbulho. § 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições
Posse Velha – é a de ano e dia ou mais. Não se confunde com a ação de força referentes à prestação de contas na curatela.
velha, intentada depois de ano e dia da turbação ou esbulho.
SUCESSÕES
Posse Natural – é a que se constitui pelo exercício de poderes de fato sobre a
coisa. SUCESSÃO LEGÍTIMA E TESTAMENTÁRIA

Posse Civil ou Jurídica – é a que assim se considera por força da lei, sem De acordo com o art.1786 do CC:
necessidade de atos físicos ou materiais. É a que se transmite ou se adquire pelo “A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade”.
título (por exemplo, escritura pública). Por lei: sucessão legítima
Por manifestação de última vontade: sucessão testamentária: testamento ou
Posse ad interdicta – é a que pode ser defendida pelos interditos ou ações codicilo.
possessórias, quando molestada, mas não conduz à usucapião (por exemplo, a do
locatário). CONDIÇÕES PARA TESTAR

Posse ad usucapionem – é a que se prolonga por determinado lapso de tempo Caso não haja herdeiros necessários, será plena a liberdade para testar -
estabelecido na lei, deferindo a seu titular a aquisição do domínio. art.1850 do CC (EXCLUSÃO DOS HERDEIROS COLATERAIS)

Posse pro diviso – é a exercida simultaneamente (composse), estabelecendo-se, Obs.: Herdeiro não pode ser privado da legítima, salvo em caso de deserdação ou
porém, uma divisão de fato entre os compossuidores. indignidade - art.1814 c/c art. 1961 do CC - preservação da família.

Posse pro indiviso – é aquela em que se exercem, ao mesmo tempo e sobre a LUGAR EM QUE SE ABRE A SUCESSÃO
totalidade da coisa, os poderes de utilização ou exploração comum do bem. Art. 1.785 do CC: “A sucessão abre-se no último domicílio do falecido”.

DIREITO DE FAMÍLIA No Novo Código de processo Civil reza:


Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil é competente para o
Da Tomada de Decisão Apoiada inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última
Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as
deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicilio certo, é
decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações competente:
necessários para que possa exercer sua capacidade. I – O foro de situação dos bens imóveis;
§ 1o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com II – havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites III – não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro do seu último
vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa domicilio também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o
que devem apoiar. cumprimento de disposições testamentárias.
§ 2o O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser
apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto Vide inciso II do Art. 23 do NCPC.
no caput deste artigo. Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer
outra: (...)
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
35
II – em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento serem pagas, o valor líquido do monte a ser partilhado era de R$ 100.000,00 (cem
particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o mil reais).
autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do Bruno é primo de Roberto e também seu credor no valor de R$ 30.000,00 (trinta
território nacional; mil reais). No dia 09/11/2019, Bruno tomou conhecimento da manifestação de
renúncia supracitada e, no dia 29/11/2019, procurou um advogado para tomar as
HERANÇA JACENTE E HERANÇA VACANTE medidas cabíveis. Sobre esta situação, assinale a afirmativa correta.
a) Em nenhuma hipótese Bruno poderá contestar a renúncia da herança feita por
JACENTE: quando não há herdeiro certo e determinado ou quando não se sabe da Roberto.
existência dele ou ainda quando é renunciada. b) Bruno poderá aceitar a herança em nome de Roberto, desde que o faça no
prazo de quarenta dias seguintes ao conhecimento do fato.
VACANTE: quando é devolvida à fazenda pública por ter verificado não haver c) Bruno poderá, mediante autorização judicial, aceitar a herança em nome de
herdeiros que se habilitassem no período da jacência. Roberto, recebendo integralmente o quinhão do renunciante.
d) Bruno poderá, mediante autorização judicial, aceitar a herança em nome de
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Roberto, no limite de seu crédito.

XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 01 - Mariana e Maurílio são filhos XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 05 - Juliana, Lorena e Júlia são
biológicos de Aldo. Este, por sua vez, nunca escondeu ser mais próximo de seu filhas de Hermes, casado com Dóris. Recentemente, em razão de uma doença
filho Maurílio, com quem diariamente trabalhava. Quando do falecimento de Aldo, degenerativa, Hermes tornou-se paraplégico e começou a exigir cuidados
divorciado na época, seus filhos constataram a existência de testamento, que maiores para a manutenção de sua saúde.
destinou todos os bens do falecido exclusivamente para Maurílio. Nesse cenário, Dóris e as filhas Juliana e Júlia se revezavam a fim de suprir as
Sobre a situação narrada, assinale a afirmativa correta. necessidades de Hermes, causadas pela enfermidade. Quanto a Lorena, esta
a) O testamento de Aldo deverá ser integralmente cumprido, e, por tal razão, deixou de visitar o pai após este perder o movimento das pernas, recusando-se a
todos os bens do autor da herança serão transmitidos a Maurílio. colaborar com a família, inclusive financeiramente.
b) A disposição de última vontade é completamente nula, porque Mariana é Diante desse contexto, Hermes procura você, como advogado(a), para saber quais
herdeira necessária, devendo os bens ser divididos igualmente entre os dois medidas ele poderá tomar para que, após sua morte, seu patrimônio não seja
irmãos. transmitido a Lorena. Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
c) Deverá haver redução da disposição testamentária, respeitando-se, assim, a a) A pretensão de Hermes não poderá ser concretizada segundo o Direito
legítima de Mariana, herdeira necessária, que corresponde a um quinhão de 50% brasileiro, visto que o descendente, herdeiro necessário, não poderá ser privado
da totalidade herança. de sua legítima pelo ascendente, em nenhuma hipótese.
d) Deverá haver redução da disposição testamentária, respeitando a legítima de b) Não é necessário que Hermes realize qualquer disposição ainda em vida, pois o
Mariana, herdeira necessária, que corresponde a um quinhão de 25% da abandono pelos descendentes é causa legal de exclusão da sucessão do
totalidade da herança. ascendente, por indignidade.
c) Existe a possibilidade de deserdar o herdeiro necessário por meio de
XXVIII Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 02 - Matheus, sem filhos, casado testamento, mas apenas em razão de ofensa física, injúria grave e relações
com Jane, no regime de comunhão parcial de bens, falece após enfarto ilicítas com madastra ou padrasto atribuídas ao descendente.
fulminante. De seu parentesco em linha reta são ainda vivos Carlos, seu pai, e d) É possível que Hermes disponha sobre deserdação de Lorena em testamento,
Irene, sua avó materna. indicando, expressamente, o seu desamparo em momento de grave enfermidade
A partir da situação acima, assinale a opção que indica a sucessão de Matheus. como causa que justifica esse ato.
a) Serão herdeiros Carlos, Irene e Jane, a última em concorrência, atribuído
quinhão de 1/3 do patrimônio para cada um deles. XXXI Exame de Ordem (2020 - FGV) - Questão 06 - Salomão, solteiro, sem filhos,
b) Serão herdeiros Carlos e Jane, atribuído quinhão de 2/3 ao pai e de 1/3 à Jane, 65 anos, é filho de Lígia e Célio, que faleceram recentemente e eram divorciados.
cônjuge concorrente. Ele é irmão de Bernardo, 35 anos, médico bem-sucedido, filho único do segundo
c) Carlos será herdeiro sobre a totalidade dos bens, enquanto Jane apenas herda, casamento de Lígia. Salomão, por circunstâncias sociais, não mantinha contato
em concorrência com este, os bens particulares do falecido. com Bernardo.
d) Serão herdeiros Carlos e Jane, esta herdeira concorrente, atribuído quinhão de Em razão de uma deficiência física, Salomão nunca exerceu atividade laborativa
metade do patrimônio para cada um destes. e sempre morou com o pai, Célio, até o falecimento deste. Com frequência, seu
primo Marcos, comerciante e grande amigo, visita-o.
XXVI Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 03 - Lúcio, viúvo, tendo como únicos Com base no caso apresentado, assinale a opção que indica quem tem obrigação
parentes um sobrinho, Paulo, e um tio, Fernando, fez testamento de acordo com de pagar alimento a Salomão.
todas as formalidades legais e deixou toda a sua herança ao seu amigo Carlos, a) Marcos é obrigado a pagar alimentos a Salomão, no caso de necessidade
que tinha uma filha, Juliana. O herdeiro instituído no ato de última vontade deste.
morreu antes do testador. Morto Lúcio, foi aberta a sucessão. Assinale a opção b) Por ser irmão unilateral, Bernardo não deve, em hipótese alguma, alimentos a
que indica como será feita a partilha. Salomão.
a) Juliana receberá todos os bens de Lúcio. c) Bernardo, no caso de necessidade de Salomão, deve arcar com alimentos.
b) Juliana receberá a parte disponível e Paulo, a legítima. d) Bernardo e Marcos deverão dividir alimentos, entre ambos, de forma
c) Paulo e Fernando receberão, cada um, metade dos bens de Lúcio. igualitária.
d) Paulo receberá todos os bens de Lúcio.
XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 07 - Arnaldo, publicitário, é casado
XXXI Exame de Ordem (2020 - FGV) - Questão 04 - Arnaldo faleceu e deixou os com Silvana, advogada, sob o regime de comunhão parcial de bens. Silvana
filhos Roberto e Álvaro. No inventário judicial de Arnaldo, Roberto, devedor sempre considerou diversificar sua atividade profissional e pensa em se tornar
contumaz na praça, renunciou à herança, em 05/11/2019, conforme declaração sócia de uma sociedade empresária do ramo de tecnologia.
nos autos. Considerando que o falecido não deixou testamento e nem dívidas a
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
36
Para realizar esse investimento, pretende vender um apartamento adquirido a) Asdrúbal terá suspenso o poder familiar sobre os três filhos, por ato de
antes de seu casamento com Arnaldo; este, mais conservador na área negocial, autoridade policial.
não concorda com a venda do bem para empreender. Sobre a situação descrita, b) Asdrúbal perderá o poder familiar sobre os filhos menores, por ato judicial.
assinale a afirmativa correta. c) Asdrúbal terá suspenso o poder familiar sobre os filhos menores, por ato
a) Silvana não precisa de autorização de Arnaldo para alienar o apartamento, judicial.
pois destina-se ao incremento da renda familiar. d) Asdrúbal perderá o poder familiar sobre os três filhos, por ato de autoridade
b) A autorização de Arnaldo para alienação por Silvana é necessária, por conta policial.
do regime da comunhão parcial de bens.
c) Silvana não precisa de autorização de Arnaldo para alienar o apartamento, XXXI Exame de Ordem (2020 - FGV) - Questão 11 - João, único herdeiro de seu avô
pois se trata de bem particular. Leonardo, recebeu, por ocasião da abertura da sucessão deste último, todos os
d) A autorização de Arnaldo para alienação por Silvana é necessária e decorre do seus bens, inclusive uma casa repleta de antiguidades.
casamento, independentemente do regime de bens. Necessitando de dinheiro para quitar suas dívidas, uma das primeiras
providências de João foi alienar uma pintura antiga que sempre estivera exposta
XXIV Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 08 - João e Carla foram casados por na sala da casa, por um valor módico, ao primeiro comprador que encontrou.
cinco anos, mas, com o passar dos anos, o casamento se desgastou e eles se João, semanas depois, leu nos jornais a notícia de que reaparecera no mercado
divorciaram. As três filhas do casal, menores impúberes, ficaram sob a guarda de arte uma pintura valiosíssima de um célebre artista plástico. Sua surpresa foi
exclusiva da mãe, que trabalha em uma escola como professora, mas que está enorme ao descobrir que se tratava da pintura que ele alienara, com valor
com os salários atrasados há quatro meses, sem previsão de recebimento. milhares de vezes maior do que o por ela cobrado. Por isso, pretende pleitear a
João vinha contribuindo para o sustento das crianças, mas, estranhamente, invalidação da alienação. A respeito do caso narrado, assinale a afirmativa
deixou de fazê-lo no último mês. Carla, ao procurá-lo, foi informada pelos pais de correta
João que ele sofreu um atropelamento e está em estado grave na UTI do Hospital a) O negócio jurídico de alienação da pintura celebrado por João está viciado por
Boa Sorte. Como João é autônomo, não pode contribuir, justificadamente, com o lesão e chegou a produzir seus efeitos regulares, no momento de sua celebração.
sustento das filhas. b) O direito de João a obter a invalidação do negócio jurídico, por erro, de
Sobre a possibilidade de os avós participarem do sustento das crianças, assinale alienação da pintura, não se sujeita a nenhum prazo prescricional
a afirmativa correta. c) A validade do negócio jurídico de alienação da pintura subordina-se
a) Em razão do divórcio, os sogros de Carla são ex-sogros, não são mais necessariamente à prova de que o comprador desejava se aproveitar de sua
parentes, não podendo ser compelidos judicialmente a contribuir com o necessidade de obter dinheiro rapidamente.
pagamento de alimentos para o sustento das netas. d) Se o comprador da pintura oferecer suplemento do preço pago de acordo com
b) As filhas podem requerer alimentos avoengos, se comprovada a o valor de mercado da obra, João poderá optar entre aceitar a oferta ou invalidar
impossibilidade de Carla e de João garantirem o sustento das filhas. o negócio.
c) Os alimentos avoengos não podem ser requeridos, porque os avós só podem
ser réus em ação de alimentos no caso de falecimento dos responsáveis pelo XXXI Exame de Ordem (2020 - FGV) - Questão 12 - Márcia, adolescente com 17
sustento das filhas. anos de idade, sempre demonstrou uma maturidade muito superior à sua faixa
d) Carla não pode representar as filhas em ação de alimentos avoengos, porque etária. Seu maior objetivo profissional é o de tornar-se professora de História e,
apenas os genitores são responsáveis pelo sustento dos filhos. por isso, decidiu criar um canal em uma plataforma on-line, na qual publica
vídeos com aulas por ela própria elaboradas sobre conteúdos históricos.
XXXI Exame de Ordem (2020 - FGV) - Questão 09 - Aldo e Mariane são casados O canal tornou-se um sucesso, atraindo multidões de jovens seguidores e
sob o regime da comunhão parcial de bens, desde setembro de 2013. Em despertando o interesse de vários patrocinadores, que começaram a procurar a
momento anterior ao casamento, Rubens, pai de Mariane, realizou a doação de jovem, propondo contratos de publicidade. Embora ainda não tenha obtido
um imóvel à filha. Desde então, a nova proprietária acumula os valores que lhe nenhum lucro com o canal, Márcia está animada com a perspectiva de conseguir
foram pagos pelos locatários do imóvel. custear seus estudos na Faculdade de História se conseguir firmar alguns desses
No ano corrente, alguns desentendimentos fizeram com que Mariane pretendesse contratos.
se divorciar de Aldo. Para tal finalidade, procurou um advogado, informando que Para facilitar as atividades da jovem, seus pais decidiram emancipá-la, o que
a soma dos aluguéis que lhe foram pagos desde a doação do imóvel totalizava R$ permitirá que celebre negócios com futuros patrocinadores com mais agilidade.
150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), sendo que R$ 50.000,00 (cinquenta mil Sobre o ato de emancipação de Márcia por seus pais, assinale a afirmativa
reais) foram auferidos antes do casamento e o restante, após. Mariane relatou, correta.
ainda, que atualmente o imóvel se encontra vazio, sem locatários. a) Depende de homologação judicial, tendo em vista o alto grau de exposição que
Sobre essa situação e diante de eventual divórcio, assinale a afirmativa correta. a adolescente tem na internet.
a) Quanto aos aluguéis, Aldo tem direito à meação sob o total dos valores. b) Não tem requisitos formais específicos, podendo ser concedida por
b) Tendo em vista que o imóvel locado por Mariane é seu bem particular, os instrumento particular.
aluguéis por ela auferidos não se comunicam com Aldo. c) Deve, necessariamente, ser levado a registro no cartório competente do
c) Aldo tem direito à meação dos valores recebidos por Mariane, durante o Registro Civil de Pessoas Naturais.
casamento, a título de aluguel. d) É nulo, pois ela apenas poderia ser emancipada caso já contasse com
d) Aldo faz jus à meação tanto sobre a propriedade do imóvel doado a Mariane economia própria, o que ainda não aconteceu.
por Rubens, quanto sobre os valores recebidos a título de aluguel desse imóvel
na constância do casamento. XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 13 - Alberto, adolescente, obteve
autorização de seus pais para casar-se aos dezesseis anos de idade com sua
XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 10 - Asdrúbal praticou feminicídio namorada Gabriela. O casal viveu feliz nos primeiros meses de casamento, mas,
contra sua esposa Ermingarda, com quem tinha três filhos, dois menores de 18 após certo tempo de convivência, começaram a ter constantes desavenças.
anos e um maior. Assim, a despeito dos esforços de ambos para que o relacionamento progredisse,
Nesse caso, quanto aos filhos, assinale a afirmativa correta. os dois se divorciaram pouco mais de um ano após o casamento. Muito frustrado,
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
37
Alberto decidiu reunir algumas economias e adquiriu um pacote turístico para d) Leonardo não terá de restituir a Lucas o valor pago a título de sinal, pois este é
viajar pelo mundo e tentar esquecer o ocorrido. computado como início de pagamento, o qual se perde em caso de
Considerando que Alberto tinha dezessete anos quando celebrou o contrato com inadimplemento.
a agência de turismo e que o fez sem qualquer participação de seus pais, o
contrato é XXVII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 17 - Renata financiou a aquisição de
a) válido, pois Alberto é plenamente capaz. seu veículo em 36 parcelas e vinha pagando pontualmente todas as prestações.
b) nulo, pois Alberto é absolutamente incapaz. Entretanto, a recente perda de seu emprego fez com que não conseguisse manter
c) anulável, pois Alberto é relativamente incapaz. em dia a dívida, tendo deixado de pagar, justamente, as duas últimas prestações
d) ineficaz, pois Alberto não pediu a anuência de Gabriela. (35ª e 36ª).
O banco que financiou a aquisição, diante do inadimplemento, optou pela
XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 14 - Gumercindo, 77 anos de idade, resolução do contrato. Tendo em vista o pagamento das 34 parcelas anteriores,
vinha sofrendo os efeitos do Mal de Alzheimer, que, embora não atingissem sua pode-se afirmar que a conduta da instituição financeira viola o princípio da boa-
saúde física, perturbavam sua memória. Durante uma distração de seu fé, em razão do(a)
enfermeiro, conseguiu evadir-se da casa em que residia. a) dever de mitigar os próprios danos.
A despeito dos esforços de seus familiares, ele nunca foi encontrado, e já se b) proibição de comportamento contraditório (venire contra factum proprium).
passaram nove anos do seu desaparecimento. Agora, seus parentes lidam com as c) adimplemento substancial.
dificuldades relativas à administração e disposição do seu patrimônio. d) dever de informar.
Assinale a opção que indica o que os parentes devem fazer para receberem a
propriedade dos bens de Gumercindo. XXVI Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 18 - Paula é credora de uma dívida
a) Somente com a localização do corpo de Gumercindo será possível a de R$ 900.000,00 assumida solidariamente por Marcos, Vera, Teresa, Mirna, Júlio,
decretação de sua morte e a transferência da propriedade dos bens para os Simone, Úrsula, Nestor e Pedro, em razão de mútuo que a todos aproveita.
herdeiros. Antes do vencimento da dívida, Paula exonera Vera e Mirna da solidariedade, por
b) Eles devem requerer a declaração de ausência, com nomeação de curador dos serem amigas de longa data. Dois meses antes da data de vencimento, Júlio, em
bens, e, após um ano, a sucessão provisória; a sucessão definitiva, com razão da perda de seu emprego, de onde provinha todo o sustento de sua família,
transferência da propriedade dos bens, só poderá ocorrer depois de dez anos de cai em insolvência. Ultrapassada a data de vencimento, Paula decide cobrar a
passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória. dívida. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
c) Eles devem requerer a sucessão definitiva do ausente, pois ele já teria mais de a) Vera e Mirna não podem ser exoneradas da solidariedade, eis que o nosso
oitenta anos de idade, e as últimas notícias dele datam de mais de cinco anos. ordenamento jurídico não permite renunciar a solidariedade de somente alguns
d) Eles devem requerer que seja declarada a morte presumida, sem decretação dos devedores.
de ausência, por ele se encontrar desaparecido há mais de dois anos, abrindo-se, b) Se Marcos for cobrado por Paula, deverá efetuar o pagamento integral da
assim, a sucessão. dívida e, posteriomente, poderá cobrar dos demais as suas quotas-partes. A
parte de Júlio será rateada entre todos os devedores solidários, inclusive Vera e
XXVI Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 15 - A cidade de Asa Branca foi Mirna.
atingida por uma tempestade de grandes proporções. As ruas ficaram alagadas e c) Se Simone for cobrada por Paula deverá efetuar o pagamento integral da
a população sofreu com a inundação de suas casas e seus locais de trabalho. dívida e, posteriomente, poderá cobrar dos demais as suas quotas-partes,
Antônio, que tinha uma pequena barcaça, aproveitou a ocasião para realizar o inclusive Júlio.
transporte dos moradores pelo triplo do preço que normalmente seria cobrado, d) Se Mirna for cobrada por Paula, deverá efetuar o pagamento integral da dívida
tendo em vista a premente necessidade dos moradores de recorrer a esse tipo de e, posteriomente, poderá cobrar as quotas-partes dos demais. A parte de Júlio
transporte. Nesse caso, em relação ao citado negócio jurídico, ocorreu será rateada entre todos os devedores solidários, com exceção de Vera.
a) estado de perigo.
b) dolo. XXIV Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 19 - André, Mariana e Renata
c) lesão. pegaram um automóvel emprestado com Flávio, comprometendo-se
d) erro. solidariamente a devolvê-lo em quinze dias. Ocorre que Renata, dirigindo acima
do limite de velocidade, causou um acidente que levou à destruição total do
XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 16 - Lucas, interessado na aquisição veículo. Assinale a opção que apresenta os direitos que Flávio tem diante dos
de um carro seminovo, procurou Leonardo, que revende veículos usados. três.
Ao final das tratativas, e para garantir que o negócio seria fechado, Lucas pagou a) Pode exigir, de qualquer dos três, o equivalente pecuniário do carro, mais
a Leonardo um percentual do valor do veículo, a título de sinal. Após a perdas e danos.
celebração do contrato, porém, Leonardo informou a Lucas que, infelizmente, o b) Pode exigir, de qualquer dos três, o equivalente pecuniário do carro, mas só
carro que haviam negociado já havia sido prometido informalmente para um pode exigir perdas e danos de Renata.
outro comprador, velho amigo de Leonardo, motivo pelo qual Leonardo não c) Pode exigir, de cada um dos três, um terço do equivalente pecuniário do carro
honraria a avença. Frustrado, diante do inadimplemento de Leonardo, Lucas e das perdas e danos.
procurou você, como advogado(a), para orientá-lo. Nesse caso, assinale a opção d) Pode exigir, de cada um dos três, um terço do equivalente pecuniário do carro,
que apresenta a orientação dada. mas só pode exigir perdas e danos de Renata.
a) Leonardo terá de restituir a Lucas o valor pago a título de sinal, com
atualização monetária, juros e honorários de advogado, mas não o seu XXII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 20 - Festas Ltda., compradora,
equivalente. celebrou, após negociações paritárias, contrato de compra e venda com
b) Leonardo terá de restituir a Lucas o valor pago a título de sinal, mais o seu Chocolates S/A, vendedora. O objeto do contrato eram 100 caixas de chocolate,
equivalente, com atualização monetária, juros e honorários de advogado. pelo preço total de R$ 1.000,00, a serem entregues no dia 1º de novembro de 2016,
c) Leonardo terá de restituir a Lucas apenas metade do valor pago a título de data em que se comemorou o aniversário de 50 anos de existência da sociedade.
sinal, pois informou, tão logo quanto possível, que não cumpriria o contrato. No contrato, estava prevista uma multa de R$ 1.000,00 caso houvesse atraso na
entrega. Chocolates S/A, devido ao excesso de encomendas, não conseguiu
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
38
entregar as caixas na data combinada, mas somente dois dias depois. Festas c) Como causa superveniente da resolução da propriedade de Pablo, a revogação
Ltda., dizendo que a comemoração já havia acontecido, recusou-se a receber e da doação operada por Lucas não interfere no direito de garantia dado ao Banco
ainda cobrou a multa. Por sua vez, Chocolates S/A não aceitou pagar a multa, XPTO.
afirmando que o atraso de dois dias não justificava sua cobrança e que o produto d) Em razão da tentativa de homicídio, a revogação da doação é automática,
vendido era o melhor do mercado. Sobre os fatos narrados, assinale a afirmativa razão pela qual os direitos adquiridos pelo Banco XPTO resolvem-se junto com a
correta. propriedade de Pablo.
a) Festas Ltda. tem razão, pois houve o inadimplemento absoluto por perda da
utilidade da prestação e a multa é uma cláusula penal compensatória. XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 23 - Arnaldo institui usufruto de
b) Chocolates S/A não deve pagar a multa, pois a cláusula penal, quantificada em uma casa em favor das irmãs Bruna e Cláudia, que, no intuito de garantir uma
valor idêntico ao valor da prestação principal, é abusiva. fonte de renda, alugam o imóvel. Dois anos depois da constituição do usufruto,
c) Chocolates S/A adimpliu sua prestação, ainda que dois dias depois, razão pela Cláudia falece, e Bruna, mesmo sem “cláusula de acrescer” expressamente
qual nada deve a título de multa. estipulada, passa a receber integralmente os valores decorrentes da locação.
d) Festas Ltda. só pode exigir 2% de multa (R$ 20,00), teto da cláusula penal, Um ano após o falecimento de Cláudia, Arnaldo vem a falecer. Seus herdeiros
segundo o Código de Defesa do Consumidor. pleiteiam judicialmente uma parcela dos valores integralmente recebidos por
Bruna no intervalo entre o falecimento de Cláudia e de Arnaldo e,
XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 21 - Em 05/05/2005, Aloísio adquiriu concomitantemente, a extinção do usufruto em função da morte de seu
uma casa de 500 m2 registrada em nome de Bruno, que lhe vendeu o imóvel a instituidor. Diante do exposto, assinale a afirmativa correta.
preço de mercado. A escritura e o registro foram realizados de maneira usual. a) Na ausência da chamada “cláusula de acrescer”, parte do usufruto teria se
Em 05/09/2005, o imóvel foi alugado, e Aloísio passou a receber mensalmente o extinguido com a morte de Cláudia, mas o usufruto como um todo não se extingue
valor de R$ 3.000,00 pela locação, por um período de 6 anos. com a morte de Arnaldo.
Em 10/10/2009, Aloísio é citado em uma ação reinvindicatória movida por b) Bruna tinha direito de receber a integralidade dos aluguéis
Elisabeth, que pleiteia a retomada do imóvel e a devolução de todos os valores independentemente de estipulação expressa, tendo em vista o grau de
recebidos por Aloísio a título de locação, desde o momento da sua celebração. parentesco com Cláudia, mas o usufruto automaticamente se extingue com a
Uma vez que Elisabeth é judicialmente reconhecida como a verdadeira morte de Arnaldo.
proprietária do imóvel em 10/10/2011, pergunta-se: é correta a pretensão da c) A morte de Arnaldo só extingue a parte do usufruto que caberia a Bruna, mas
autora ao recebimento de todos os aluguéis recebidos por Aloísio? permanece em vigor no que tange à parte que cabe a Cláudia, legitimando os
a) Sim. Independentemente da sentença de mérito, a própria contestação herdeiros desta a receberem metade dos valores decorrentes da locação, caso
automaticamente transforma a posse de Aloísio em posse de má-fé desde o seu esta permaneça em vigor.
nascedouro, razão pela qual todos os valores recebidos pelo possuidor devem ser d) A morte de Cláudia extingue integralmente o usufruto, pois instituído em
ressarcidos. caráter simultâneo, razão pela qual os herdeiros de Arnaldo têm direito de
b) Não. Sem a ocorrência de nenhum outro fato, somente após uma sentença receber a integralidade dos valores recebidos por Bruna, após o falecimento de
favorável ao pedido de Elisabeth, na reivindicatória, é que seus argumentos sua irmã.
poderiam ser considerados verdadeiros, o que caracterizaria a transformação da
posse de boa-fé em posse de má-fé. Como o possuidor de má-fé tem direito aos XXVIII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 24 - Aline manteve união estável
frutos, Aloísio não é obrigado a devolver os valores que recebeu pela locação. com Marcos durante 5 (cinco) anos, época em que adquiriram o apartamento de
c) Não. Sem a ocorrência de nenhum outro fato, e uma vez que Elisabeth foi 80 m² onde residiam, único bem imóvel no patrimônio de ambos. Influenciado por
vitoriosa em seu pleito, a posse de Aloísio passa a ser qualificada como de má-fé tormentosas discussões, Marcos abandonou o apartamento e a cidade,
desde a sua citação no processo – momento em que Aloísio tomou conhecimento permanecendo Aline sozinha no imóvel, sustentando todas as despesas deste.
dos fatos ao final reputados como verdadeiros –, exigindo, em tais condições, a Após 3 (três) anos sem notícias de seu paradeiro, Marcos retornou à cidade e
devolução dos frutos recebidos entre 10/10/2009 e a data de encerramento do exigiu sua meação no imóvel. Sobre o caso concreto, assinale a afirmativa
contrato de locação. correta.
d) Não. Apesar de Elisabeth ter obtido o provimento judicial que pretendia, Aloísio a) Marcos faz jus à meação do imóvel em eventual dissolução de união estável.
não lhe deve qualquer valor, pois, sendo possuidor com justo título, tem, em seu b) Aline poderá residir no imóvel em razão do direito real de habitação.
favor, a presunção absoluta de veracidade quanto a sua boa-fé. c) Aline adquiriu o domínio integral, por meio de usucapião, já que Marcos
abandonou o imóvel durante 2 (dois) anos.
XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 22 - Lucas, um grande industrial do d) Aline e Marcos são condôminos sobre o bem, o que impede qualquer um deles
ramo de couro, decidiu ajudar Pablo, seu amigo de infância, na abertura do seu de adquirí-lo por usucapião.
primeiro negócio: uma pequena fábrica de sapatos. Lucas doou 50 prensas para a
fábrica, mas Pablo achou pouco e passou a constantemente importunar o amigo XXVIII Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 25 - Eduarda comprou um terreno
com novas solicitações. não edificado, em um loteamento distante do centro, por R$ 50.000,00 (cinquenta
Após sucessivos e infrutíferos pedidos de empréstimos de toda ordem, a relação mil reais). Como não tinha a intenção de construir de imediato, ela visitava o
entre os dois se desgasta a tal ponto que Pablo, totalmente fora de controle, local esporadicamente. Em uma dessas ocasiões, Eduarda verificou que Laura,
atenta contra a vida de Lucas. Este, porém, sobrevive ao atentado e decide sem qualquer autorização, havia construído uma mansão com 10 quartos, sauna,
revogar a doação feita a Pablo. Ocorre que Pablo havia constituído penhor sobre piscina, cozinha gourmet etc., no seu terreno, em valor estimado em R$
as prensas, doadas por Lucas, para obter um empréstimo junto ao Banco XPTO, 2.000.000,00 (dois milhões de reais).
mas, para não interromper a produção, manteve as prensas em sua fábrica. Laura, ao ser notificada por Eduarda, antes de qualquer prazo de usucapião,
Diante do exposto, assinale a afirmativa correta. verificou a documentação e percebeu que cometera um erro: construíra sua
a) Para a constituição válida do penhor, é necessário que as coisas empenhadas mansão no lote “A” da quadra “B”, quando seu terreno, na verdade, é o lote “B” da
estejam em poder do credor. Como isso não ocorreu, o penhor realizado por Pablo quadra “A”. Diante do exposto, assinale a afirmativa correta.
é nulo. a) Eduarda tem o direito de exigir judicialmente a demolição da mansão
b) Tendo em vista que o Banco XPTO figura como terceiro de má-fé, a realização construída por Laura, independentemente de qualquer indenização.
do penhor é causa impeditiva da revogação da doação feita por Lucas.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
39
b) Laura, apesar de ser possuidora de má-fé, tem direito de ser indenizada pelas negócios que vierem a ser celebrados em razão de sua intermediação; o corretor
benfeitorias necessárias realizadas no imóvel de Eduarda. pode receber poderes do cliente para representá-lo na conclusão dos contratos.
c) Laura, como é possuidora de boa-fé, adquire o terreno de Eduarda e a indeniza, b) O comissário pratica, em nome próprio, os atos a ele incumbidos à conta do
uma vez que construiu uma mansão em imóvel inicialmente não edificado. comitente; o corretor não pode tomar parte – sequer como mandatário – nos
d) Eduarda, apesar de ser possuidora de boa-fé, adquire o imóvel construído por negócios que vierem a ser celebrados em razão de sua mediação; o agente pode
Laura, tendo em vista a incidência do princípio pelo qual a superfície adere ao receber poderes do proponente para representá-lo na conclusão dos contratos.
solo. c) O corretor pratica, em nome próprio, os atos a ele incumbidos à conta do
cliente; o agente não pode tomar parte – sequer como mandatário – nos negócios
XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 26 - Joana doou a Renata um livro que vierem a ser celebrados no interesse do proponente; o comissário pode
raro de Direito Civil, que constava da coleção de sua falecida avó, Marta. Esta, na receber poderes do comitente para representá-lo na conclusão dos contratos.
condição de testadora, havia destinado a biblioteca como legado, em testamento, d) Tanto o comissário quanto o corretor praticam, em nome próprio, os atos a
para sua neta, Joana (legatária). Renata se ofereceu para visitar a biblioteca, eles incumbidos pelo comitente ou cliente, mas o primeiro tem sua atuação
circunstância na qual se encantou com a coleção de clássicos franceses. restrita à zona geográfica fixada no contrato; o agente deve atuar com
Renata, então, ofereceu-se para adquirir, ao preço de R$ 1.000,00 (mil reais), exclusividade tão somente na mediação para realização de negócios em favor do
todos os livros da coleção, oportunidade em que foi informada, por Joana, acerca proponente.
da existência de ação que corria na Vara de Sucessões, movida pelos herdeiros
legítimos de Marta. A ação visava impugnar a validade do testamento e, por XXXI Exame de Ordem (2020 - FGV) - Questão 29 - Jacira mora em um
conseguinte, reconhecer a ineficácia do legado (da biblioteca) recebido por apartamento alugado, sendo a locação garantida por fiança prestada por seu pai,
Joana. Mesmo assim, Renata decidiu adquirir a coleção, pagando o respectivo José. Certa vez, Jacira conversava com sua irmã Laura acerca de suas
preço. Diante de tais situações, assinale a afirmativa correta. dificuldades financeiras, e declarou que temia não ser capaz de pagar o próximo
a) Quanto aos livros adquiridos pelo contrato de compra e venda, Renata não aluguel do imóvel. Compadecida da situação da irmã, Laura procurou o locador
pode demandar Joana pela evicção, pois sabia que a coisa era litigiosa. do imóvel e, na data de vencimento do aluguel, pagou, em nome próprio, o valor
b) Com relação ao livro recebido em doação, Joana responde pela evicção, devido por Jacira, sem oposição desta. Nesse cenário, em relação ao débito do
especialmente porque, na data da avença, Renata não sabia da existência de aluguel daquele mês, assinale a afirmativa correta.
litígio. a) Laura, como terceira interessada, sub-rogou-se em todos os direitos que o
c) A informação prestada por Joana a Renata, acerca da existência de litígio locador tinha em face de Jacira, inclusive a garantia fidejussória.
sobre a biblioteca que recebeu em legado, deve ser interpretada como cláusula b) Laura, como terceira não interessada, tem apenas direito de regresso em face
tácita de reforço da responsabilidade pela evicção. de Jacira.
d) O contrato gratuito firmado entre Renata e Joana classifica-se como contrato c) Laura, como devedora solidária, sub-rogou-se nos direitos que o locador tinha
de natureza aleatória, pois Marta soube posteriormente do risco da perda do bem em face de Jacira, mas não quanto à garantia fidejussória.
pela evicção. d) Laura, tendo realizado mera liberalidade, não tem qualquer direito em face de
Jacira.
XXXI Exame de Ordem (2020 - FGV) - Questão 27 - Antônio, divorciado,
proprietário de três imóveis devidamente registrados no RGI, de valores de XXVII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 30 - Maria decide vender sua
mercado semelhantes, decidiu transferir onerosamente um de seus bens ao seu mobília para Viviane, sua colega de trabalho. A alienante decidiu desfazer-se de
filho mais velho, Bruno, que mostrou interesse na aquisição por valor próximo ao seus móveis porque, após um serviço de dedetização, tomou conhecimento que
de mercado. vários já estavam consumidos internamente por cupins, mas preferiu omitir tal
No entanto, ao consultar seus dois outros filhos (irmãos do pretendente informação de Viviane. Firmado o acordo, 120 dias após a tradição, Viviane
comprador), um deles, Carlos, opôs-se à venda. Diante disso, bastante chateado descobre o primeiro foco de cupim, pela erupção que se formou em um dos
com a atitude de Carlos, seu filho que não concordou com a compra e venda do móveis adquiridos.
imóvel, decidiu realizar uma doação a favor de Bruno. Em face do exposto, Poucos dias depois, Viviane, após investigar a fundo a condição de toda a mobília
assinale a afirmativa correta. adquirida, descobriu que estava toda infectada. Assim, 25 dias após a descoberta,
a) A compra e venda de ascendente para descendente só pode ser impedida moveu ação com o objetivo de redibir o negócio, devolvendo os móveis
pelos demais descendentes e pelo cônjuge, se a oposição for unânime. adquiridos, reavendo o preço pago, mais perdas e danos. Sobre o caso
b) Não há, na ordem civil, qualquer impedimento à realização de contrato de apresentado, assinale a afirmativa correta.
compra e venda de pai para filho, motivo pelo qual a oposição feita por Carlos a) demanda redibitória é tempestiva, porque o vício era oculto e, por sua
não poderia gerar a anulação do negócio. natureza, só podia ser conhecido mais tarde, iniciando o prazo de 30 (trinta) dias
c) Antônio não poderia, como reação à legítima oposição de Carlos, promover da ciência do vício.
adoação do bem para um de seus filhos (Bruno), sendo tal contrato nulo de pleno b) Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato, deveria a adquirente reclamar
direito. abatimento no preço, em sendo o vício sanável.
d) É legítima a doação de ascendentes para descendente, independentemente da c) O pedido de perdas e danos não pode prosperar, porque o efeito da sentença
anuência dos demais, eis que o ato importa antecipação do que lhe cabe na redibitória se limita à restituição do preço pago, mais as despesas do contrato.
herança. d) A demanda redibitória é intempestiva, pois quando o vício só puder ser
conhecido mais tarde, o prazo de 30 (trinta) dias é contado a partir da ciência,
XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 28 - Nos contratos de comissão, desde que dentro de 90 (noventa) dias da tradição.
corretagem e agência, é dever do corretor, do comissário e do agente atuar com
toda diligência, atendo-se às instruções recebidas da parte interessada. Apesar
dessa característica comum, cada contrato conserva sua tipicidade em razão de
seu modus operandi. A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) O agente pratica, em nome próprio, os atos a ele incumbidos à conta do
proponente; o comissário não pode tomar parte – sequer como mandatário – nos
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
40
titularidade coletiva ou difusa, não se destinando especificamente à proteção dos
DIREITO CONSTITUCIONAL interesses individuais, de um grupo ou de um determinado Estado, mostrando
uma grande preocupação com as gerações humanas, presentes e futuras. (Ex.:
meio ambiente, direito ao desenvolvimento, direito à paz, etc.)
1. NEOCONSTITUCIONALISMO: O ANTAGONISMO AO POSITIVISMO JURÍDICO
3. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS (ART. 5º DA CF)
- Vivenciando-se o regime “Civil Law” no qual há dispositivos de teor normativo
para qualquer tomo, nossa legislação constitucional detém completude - Cláusula Pétrea
valorativa e instrumental, sendo influenciada a partir das relações humanas e - Rol não taxativo (rol aberto)
por consequência sua regulação e regulamentação. Neste ponto exaltam-se as - Vida, Liberdade, Igualdade, Propriedade e Segurança
Fontes do Direito Constitucional: - Aplicabilidade:
 Brasileiro: (Nato e Naturalizado)
 Lei;  Estrangeiros residentes no País
 Doutrina;  Estrangeiros não residentes no País (STF)
 Jurisprudência;  Pessoa Jurídica, no que couber (STF)
 Analogia;
 Equidade; 3.1. Liberdades Públicas
 Princípios;
 Costumes. - Direito de Reunião (inciso XVI): locais públicos; fins pacíficos, sem armas;
mediante prévio aviso à autoridade competente.
- Historicamente o Direito Constitucional atrelou-se à ideia de limitação do poder
político. Tal concepção, todavia, revelou-se insuficiente na medida em que vários - Direito de Associação (incisos XVII a XXI): liberdade associativa; fins lícitos;
regimes totalitários buscaram legitimidade exatamente no que se chamou vedada associação de caráter paramilitar. Havendo ilicitude, o Judiciário poderá:
ESTADO LEGISLATIVO DE DIREITO. (Ex: Nazismo, Fascismo e as guerras mundiais do  Suspender as atividades  decisão judicial
século XX)  Dissolver compulsoriamente  decisão judicial transitada em julgado.

- A necessidade de concretização dos direitos fundamentais reorientou os novos - Função Social da Propriedade (inciso XXIII)
textos constitucionais ao redor do mundo, buscando uma ênfase maior no
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. Paralelo a isso, busca-se uma - Desapropriação (inc. XXIV): mediante justa e prévia indenização em dinheiro.
reaproximação do Direito e da Ética, onde o Estado assume um papel de garante Obs.: Expropriação ou Desapropriação Confiscatória (Art. 243 da CF): DROGAS e
dos direitos fundamentais, concretizando valores constitucionais. A Constituição TRABALHO ESCRAVO, sem direito à indenização.
não pode mais fazer promessas utópicas, devendo, em verdade, cumprir aquilo
que dispõe. Evolui-se para um ESTADO CONSTITUCIONAL DE DIREITO. - Inviolabilidade do Domicílio (inc. XI)
Obs.: Exceções à inviolabilidade domiciliar:
- Nessa releitura do Direito Constitucional destaca-se a Supremacia da  Por determinação judicial  somente durante o dia.
Constituição, a Força Normativa da Constituição, a Unidade, a Razoabilidade, a  STF admite, excepcionalmente, adentrar à noite em escritório de
Concretização dos Direitos Fundamentais. advocacia para instalar escutas ambientais, desde que por ordem
judicial.
- Os textos constitucionais passam a prever valores, por meio de opções políticas  Flagrante delito, desastre, prestação de socorro  qualquer hora do
gerais (redução de desigualdades e promoção do bem de todos – art. 3º, CF/88) e dia ou da noite.
específicas (obrigação estatal de promover saúde e educação – arts. 6º, 196 e 205  Dia = 6h às 18h.
da CF/88).
- Inviolabilidade das Comunicações (inc. XII)
2. TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS OBS: Comunicações Telefônicas  só podem ser quebradas nas hipóteses legais,
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. INTERCEPTAÇÃO
- Visão Neoconstitucional TELEFÔNICA.
- Valores, Princípios
- Máxima Efetividade da Constituição Federal - Extradição:
- Eficácia Vertical e Eficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais  Brasileiro (inciso LI): o nato nunca é extraditado. O naturalizado pode
ser extraditado em caso de crime comum praticado antes da
2.1. Dimensões de Direitos Fundamentais naturalização ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
1ª Dimensão: referem-se às liberdades negativas clássicas, que enfatizam o entorpecentes.
princípio da liberdade, configurando os direitos civis e políticos. Limitam a  Estrangeiro (inciso LII): é vedada a extradição de estrangeiro por crime
atuação do Estado. Abstenção estatal. (Ex.: vida, propriedade, liberdade de político ou de opinião.
expressão, liberdade religiosa, participação política, etc.)
2ª Dimensão: relacionam-se com as liberdades positivas, reais ou concretas, 3.2. Remédios Constitucionais (Garantias Constitucionais)
assegurando o princípio da igualdade material entre o ser humano. Exige-se uma
atuação positiva do Estado, por meio de políticas públicas, visando a efetivação  Instrumentos disponibilizados aos indivíduos pela Constituição Federal para a
de direitos (um fazer estatal). (Ex.: saúde, educação, previdência social, proteção de seus direitos fundamentais.
assistência social etc.) Atuam quando há violação ou ameaça de violação a direitos fundamentais.
3ª Dimensão: consagram os princípios da solidariedade ou fraternidade, sendo
atribuídos genericamente a todas as formações sociais, protegendo interesses de
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
41
3.2.1. Habeas Corpus (inciso LXVIII)  Isenção de custas judiciais e ônus de sucumbência, salvo
 Visa tutelar a liberdade de locomoção comprovada má-fé
 Constrangimento ilegal ou abuso de poder
 Liberdade de locomoção restringida ou ameaçada de ser restringida 4. NACIONALIDADE (Art. 12 da CF)
 É possível requerer a própria liberdade ou a de um terceiro
 Pode ser impetrado em face de autoridade pública ou particular - Vínculo jurídico-político pelo qual um indivíduo se torna parte integrante do
 É uma ação gratuita (inc. LXXVII) povo de um Estado.

3.2.2. Habeas Data (inciso LXXII) - Quem não for nacional é estrangeiro (conceito por exclusão)
 Assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constante de banco de dados de entidades 4.1. Modos de Aquisição da Nacionalidade:
governamentais ou de caráter público  Primária ou Originária (fator natural: nascimento)
 Retificar dados  Jus soli: critério da territorialidade
 Deve haver recusa no fornecimento de informações por parte da  Jus sanguinis: critério da consanguinidade
autoridade administrativa
 É uma ação gratuita (inc. LXXVII)  Secundária ou Adquirida (ato de vontade): naturalização

3.2.3. Mandado de Segurança Individual (inciso LXIX) - Polipátridas: pessoas com diversas nacionalidades
 Visa tutelar direito líquido e certo
 Ilegalidade ou abuso de poder praticado por autoridade pública ou - Apátridas: pessoas que não possuem pátria
particular no exercício de funções públicas
 Prazo decadencial (120 dias): a contar da ciência do interessado do 4.2. Aquisição da Nacionalidade Originária Brasileira
ato impugnado  Brasileiros Natos
 Jus soli (art. 12, I, a)
3.2.4. Mandado de Segurança Coletivo (inciso LXX)  Jus sanguinis + Serviço do Brasil (art. 12, I, b)
 Visa tutelar direitos coletivos líquidos e certos  Jus sanguinis + Registro (art. 12, I, c, 1ª parte)
 Coletividade  Jus sanguinis + Opção Confirmativa (art. 12, I, c, 2ª parte):
 Ilegalidade ou abuso de poder praticado por autoridade pública ou Nacionalidade Potestativa
particular no exercício de funções públicas
 Prazo decadencial (120 dias): a contar da ciência do interessado do 4.3. Aquisição da Nacionalidade Secundária Brasileira
ato impugnado - Naturalização: ato pelo qual uma pessoa adquire a nacionalidade de outro país.
 Legitimados Ativos: partido político com representação no Congresso  Naturalização Ordinária Legal (art. 12, II, a): aos estrangeiros que, na
Nacional; organização sindical, entidade de classe ou associação forma da lei, adquiriram a nacionalidade brasileira.
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, - Originários de Países de Língua Portuguesa: 1 ano de residência ininterrupta e
em defesa dos interesses de seus membros ou associados. idoneidade moral.
 Naturalização Especial (Art.68 da Lei nº 13.445/2017)
3.2.5. Mandado de Injunção (inciso LXXI)  Naturalização Provisória (Art.70 da Lei nº 13.445/2017)
 Ausência de norma regulamentadora  Naturalização Extraordinária ou Quinzenária (art. 12, II, b): aos
 Direitos e liberdades constitucionais estrangeiros residentes no país há mais de 15 anos ininterruptos e
 Prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania sem condenação penal.
 Efetivar concretamente um direito assegurado na Constituição, por
meio da atuação do Poder Judiciário. Obs.: Naturalização é ato de natureza pessoal, não estendendo seus efeitos sobre
o cônjuge e os filhos já nascidos.
3.2.6. Mandado de Injunção Coletivo (Lei nº 13.300/2016 - art. 1º)
 Ausência de norma regulamentadora 4.4. Distinções entre Brasileiros Natos e Naturalizados
 Direitos, liberdades e prerrogativas tutelados são os pertencentes, - Apenas a CF pode estabelecer
indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou  Cargos Privativos de Brasileiros Natos (art. 12, §3º)
determinada por grupo, classe ou categoria  Extradição (art. 5º, LI)
 Propriedade de Empresa Jornalística e de Radiodifusão Sonora: natos
- Legitimados Ativos: Ministério Público; partido político com representação no ou naturalizados há mais de 10 anos (art. 222)
congresso nacional; organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa 4.5. Reciprocidade com Portugal (Quase Nacionalidade)
dos interesses de seus membros ou associados; defensoria pública.  Tratamento diferenciado em razão dos laços históricos entre Brasil e
Portugal
3.2.7. Ação Popular (inciso LXXIII)  Portugueses residentes no Brasil
 Tutelar o patrimônio público, a moralidade administrativa, o meio  Reciprocidade em favor de brasileiros que residam de forma
ambiente e o patrimônio histórico e cultural permanente em Portugal
 Anulação do ato lesivo
 Somente o cidadão possui legitimidade ativa para promover ação 4.6. Perda da Nacionalidade
popular  Cancelamento da naturalização (atividade nociva ao interesse
 O Ministério Público pode prosseguir na ação caso o cidadão desista nacional / sentença judicial transitada em julgado)
 Aquisição voluntária de outra nacionalidade
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
42
Obs.: EXCEÇÕES  Não perde a nacionalidade, mesmo adquirindo outra se - O Poder Constituinte Originário possui as seguintes características:
houver:  Inicial: instaura uma nova ordem jurídica;
1. Reconhecimento da nacionalidade originária pela lei  Autônomo: liberdade e autonomia para estruturar a nova
estrangeira Constituição;
2. Imposição de naturalização pelo Estado estrangeiro como  Ilimitado: dispõe sobre qualquer assunto, sem obedecer limites
condição de permanência em seu território ou para o exercício postos pelo direito anterior;
de direitos civis  Incondicionado: não obedece fórmula preexistente para se
manifestar;
5. CIDADANIA E DIREITOS POLÍTICOS  Permanente: não se esgota com a elaboração de uma nova
- Vínculo político entre o indivíduo e o Estado. Direito de participar da formação Constituição, podendo se manifestar novamente;
da vontade política do Estado. Obs.: Alguns teóricos negam a característica da ilimitabilidade do Poder
Constituinte Originário, lembrando a existência de princípios e valores
5.1. Aquisição da Cidadania: ocorre pelo alistamento eleitoral suprapositivos como óbice à essa caraterística.
- Alistamento e o Voto (art. 14, § 1º)
 Obrigatório: maiores de 18 anos 7.2. Poder Constituinte Derivado (Secundário ou de 2º Grau)
 Facultativo: analfabetos, maiores de 70 anos, jovens - O Poder Constituinte Derivado é criado e instituindo pelo Poder Constituinte
maiores de 16 e menores de 18 anos Originário. É um poder jurídico. Seu âmbito de atuação é totalmente limitado e
subordinado às regras impostas pelo Poder Constituinte Originário. Subdivide-se
- Inalistáveis (art. 14, § 2º) em reformador, decorrente e revisor.
 Estrangeiros
 Conscritos, durante o serviço militar obrigatório 7.2.1. Poder Constituinte Derivado Reformador
- Poder de modificar a Constituição Federal por meio de emendas constitucionais.
4.7. Direitos Políticos: exercício da soberania popular (plebiscito, referendo e Poder de reforma constitucional. Deve se pautar pelas limitações circunstanciais
iniciativa popular) (Art. 60, § 1º, CF/88); limitações materiais (Art. 60, § 4º, CF/88) e quórum
específico (Art. 60, § 2º, CF/88).
4.7.1. Positivos (votar e ser votado)
 Ativos (capacidade eleitoral ativa): votar 7.2.2. Poder Constituinte Derivado Decorrente
 Passivos (capacidade eleitoral passiva): ser votado - Poder de elaborar as Constituições Estaduais, em observância à autonomia dos
Obs.: Condições de Elegibilidade (art. 14, §3º) (Nacionalidade brasileira, pleno Estados-Membros (Art. 25, CF/88).
exercícios dos direitos políticos, alistamento eleitoral, domicílio eleitoral, filiação
partidária, idade mínima) OBS: Os Municípios não possuem poder constituinte derivado decorrente, visto
regerem-se por leis orgânicas. Igualmente não se verifica tal poder no âmbito
4.7.2. Negativos (limitam o exercício da cidadania) dos Territórios.
 Inelegibilidades (art.14, §4º a §9º) (absoluta, reeleição, outros cargos,
reflexa, militar) 7.2.3. Poder Constituinte Derivado Revisor
 Casos de Perda e Suspensão dos Direitos Políticos (art. 15) - Poder de revisar a Constituição, por meio de emenda de revisão (Art. 3º - ADCT).
Manifesta-se pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional,
- Lei Eleitoral (art. 16): entra em vigor na data da publicação, não se aplicando à em sessão unicameral.
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
7.3. Poder Constituinte Difuso
6. PARTIDOS POLÍTICOS (art. 17) - É um poder de fato que promove modificações informais, de modo espontâneo,
 Pessoa jurídica de direito privado a exemplo das MUTAÇÕES CONSTITUCIONAIS (quando o sentido, significado e
 Liberdade partidária alcance das normas são alterados, sem alterar o texto).
 Caráter nacional
 Autonomia partidária 7.4. Recepção
 Registro (personalidade civil – RCPJ) - Fenômeno de verificação da compatibilidade material entre as normas
OBS: Registro do Estatuto: TSE. produzidas sob a égide de Constituição anterior e a atual Constituição.

7. PODER CONSTITUINTE 7.5. Repristinação


- O Poder Constituinte pode ser entendido como a força política que, em - É o restabelecimento da norma revogada em razão da revogação da norma
determinado momento, cria uma nova Constituição. revogadora.

- A titularidade do Poder Constituinte pertence ao POVO (art. 1º, § único, CF/88). 8. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Importante destacar que titularidade de poder é diferente de exercício de poder.
Este último pode ser reservado a ente diverso do povo, como, por exemplo, uma  Constituição Rígida
Assembleia Nacional Constituinte ou um Movimento Revolucionário.  Supremacia da Constituição (Hierarquia das Fontes Normativas)
 Separação dos Poderes
7.1. Poder Constituinte Originário (Genuíno ou de 1º Grau)
- Poder que instaura uma nova ordem jurídica, promovendo uma ruptura com a - Controle difuso (concreto): qualquer juiz ou tribunal pode declarar a
ordem jurídica anterior. É um poder de fato, poder político. inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, de maneira incidental, no
curso de um processo. Efeitos: Sendo proferida pelo STF, a decisão terá eficácia
erga omnes e vinculante. (Abstrativização do Controle Difuso).
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
43
A inconstitucionalidade pode ser suscitada pelas partes, terceiros interessados, 9. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO (Art. 18)
Ministério Público e o próprio juiz (poder dever).  União
 Estados-Membros
- Controle concentrado (abstrato): a declaração de inconstitucionalidade de uma  Distrito Federal
lei ou ato normativo restringe-se à atuação de um único órgão: STF. Efeitos erga  Municípios
omnes. Legitimados do art. 103 da CF. Processo Objetivo. - Os entes federativos formam a Federação Brasileira.

8.1. Legitimados para as Ações de Controle Concentrado-Abstrato (Art. 103 da CF) Características do Estado Brasileiro (Federação)
 Autonomia (descentralização política)
3 Pessoas:  Participação das vontades parciais na vontade geral
 Presidente da República  Auto-organização dos Estados-Membros por meio de Constituições
 Procurador-Geral da República Próprias
 Governador de Estado/DF  Indissolubilidade
 Repartição de Competências (princípio da predominância do
3 Mesas: interesse)
 Mesa do Senado Federal
 Mesa da Câmara dos Deputados - Territórios (§ 2º)
 Mesa de Assembleia Legislativa ou Câmara Legislativa do DF - Alteração geopolítica dos Estados (§ 3º)
- Alteração geopolítica dos Municípios (§ 4º)
3 Entes:
 Partido Político com Representação no Congresso Nacional 9.1. União
 Conselho Federal da OAB  Interesse nacional
 Confederação Sindical ou Entidade de Classe de Âmbito Nacional  Bens da União (art. 20)
 Competências Materiais (art. 21)
- Segundo o STF, são legitimados ativos universais: Presidente da República,  Competências Legislativas (art.22)
Mesa do Senado Federal, Mesa da Câmara dos Deputados, Procurador-Geral da Obs.: direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
República, Conselho Federal da OAB, Partido Político com Representação no agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
Congresso Nacional. desapropriação.
- São legitimados especiais (pertinência temática): Mesa de Assembleia  Competência Comum (art. 23): União, Estados, DF, Municípios
Legislativa ou Câmara Legislativa do DF, Governador de Estado/DF, Confederação  Competência Legislativa Concorrente (art.24): União, Estados, DF
Sindical ou Entidade de Classe de Âmbito Nacional.
- As ações de controle de constitucionalidade não se sujeitam a qualquer prazo 10. PODER LEGISLATIVO
prescricional ou decadencial.  Legislação, fiscalização e controle (funções típicas)
 Congresso Nacional (Federal)
Lei nº 9.868/99: regulamenta ADIN, Adin por omissão e ADC.  Assembleias Legislativas (Estadual)
Lei nº 9.882/99: regulamenta a ADPF  Câmara Legislativa (Distrital)
 Câmara de Vereadores (Municipal)
8.2. Pontos Comuns às ações do Controle Concentrado de Constitucionalidade
 Processo Objetivo (não há interesses de partes envolvidos) 10.1. Congresso Nacional: Bicameralismo
 Proposta a ação direta, não se admite a desistência  Câmara dos Deputados (representantes do povo)  sistema
 Não se admite intervenção de terceiros proporcional
 Participação do amicus curiae  Senado Federal (representantes dos Estados)  princípio majoritário
 Concessão de Medida Cautelar
 Quórum de instalação da sessão de julgamento: 8 ministros (2/3) 10.2. Imunidades Parlamentares
 Quórum de decisão: 6 ministros (maioria absoluta) – reserva do  Material
plenário  Formal
 As decisões são irrecorríveis, ressalvada a interposição de embargos
de declaração. Obs.: Foro por prerrogativa de função (Análise da decisão do STF).
 Não cabe, igualmente, ação rescisória.
 Para que a decisão seja cumprida não é necessário trânsito em 10.3. Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI’s)
julgado. - Possuem poderes de investigação próprio das autoridades judiciais (art. 58,
 Descumprida a decisão, cabe ajuizamento de reclamação §3º). Criadas mediante requerimento de 1/3 dos membros da Câmara ou do
constitucional por qualquer pessoa atingida pela decisão contrária Senado, em conjunto ou separadamente, para apurar fato determinado e por
ao entendimento firmado pelo STF. prazo certo.
 Modulação Temporal dos Efeitos da Decisão: Razões de Segurança
Jurídica ou de Excepcional Interesse Social; 2/3 dos Ministros; a 10.4. Processo Legislativo
decisão poderá ter efeitos ex nunc ou pro futuro. - Emendas Constitucionais (Art. 60): legitimados; limitações circunstanciais;
quórum de aprovação; limitações materiais; promulgação.
8.3. Controle de Constitucionalidade Estadual - Leis Ordinárias e Complementares (Art. 61, art. 64, art. 65 e art. 66): iniciativa;
- Norma parâmetro é a Constituição Estadual. Proibição de legitimidade a uma procedimento; sanção e veto.
única pessoa (art. 125, § 2º, da CF). Impugnar leis ou atos normativos estaduais
ou municipais em face da Constituição Estadual.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
44
- Medidas Provisórias (Art. 62): requisitos; vedações; procedimento; conversão em  Notável saber jurídico e reputação ilibada
lei. - Competências do STF (art. 102)
 Guardião da Constituição
11. PODER EXECUTIVO  Ações de inconstitucionalidade
 Chefia de Estado, Chefia de Governo e atos de administração (função  Crime comum: Presidente da República, Vice-Presidente da
típica) República, Membros do Congresso Nacional, Ministros do STF e o PGR.
 Crime comum/responsabilidade: Membros de Tribunais Superiores,
- Âmbito Federal (art. 76) Ministro de Estado, Membro do TCU, Chefe de missão diplomática de
 Presidente da República, auxiliado por Ministros de Estados. caráter permanente e Comandante das Forças Armadas
 Causas relacionadas a situações estrangeiras (Art. 102, alíneas “e” e
- Eleições (art. 77) “g”)
 1º domingo de outubro (1º turno) e último domingo de outubro (2º  Ações contra o CNJ e o CNMP (art. 102, alínea r)
turno) do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente
 Maioria absoluta dos votos, não computados os brancos e os nulos - Súmula Vinculante (art. 103-A)
 Se não obtiver maioria absoluta  realiza-se um 2º turno  Entendimento dominante do STF sobre determinado tema (ex: uso de
 Eleição do presidente importa a do vice-presidente com ele algemas, prisão civil, nepotismo)
registrado
 Morte, desistência ou impedimento legal, convocar-se-á o de maior 12.2. Superior Tribunal de Justiça (art. 104)
votação  No mínimo 33 ministros
 Nomeados pelo presidente da república, após aprovação do senado
- Posse e Mandato (art. 78) por maioria absoluta
 Em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de  Notável saber jurídico e reputação ilibada
manter, defender e cumprir a Constituição.
 Mandato: 4 anos, permitida uma reeleição. - Competências do STJ (art. 105)
 Guardião da Lei Federal
- Impedimento e Vacância do Cargo  Crime comum: Governadores de Estado/DF
 Vice-Presidente é o substituto e sucessor natural (art.79)  Crime comum/responsabilidade: Desembargador TJE/DF;
 Ordem de Sucessão Presidencial (art. 80) Membros de TCE, TCM e Conselho de Contas Municipais;
 Vacância do cargo (momento) (art. 81) Membros de TRF, TRE e TRT; Membros do MPU que oficiem
perante tribunais
- Ausência do país por período superior a 15 dias: licença do Congresso Nacional  Homologação de sentença estrangeira e concessão de
(art. 83) exequatur às cartas rogatórias (art. 105, alínea i)

- Atribuições do Presidente da República (art. 84) 12.3. Conselho Nacional de Justiça (art. 103-B)
 Exercer direção da administração federal, iniciar processo  15 membros
legislativo, celebrar tratados, etc.)  Mandato de 2 anos, admitida 1 recondução
Obs.: Decretos Autônomos (art. 84, VI): dispor sobre a organização e  Presidido pelo presidente do STF
funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de  Não é órgão julgador. Tem função administrativa
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; extinção de funções ou  Realiza o controle da atuação administrativa e financeira do
cargos públicos, quando vagos. Judiciário
Obs.: O Presidente da República pode delegar as atribuições de edição de  Analisa a legalidade dos atos administrativos
decretos autônomos, concessão de indulto e comutação de penas e provimento  Analisa o cumprimento dos deveres funcionais
de cargos públicos federais aos Ministros de Estado, Procurador Geral da
República e Advogado-Geral da União (art. 84, § único). RESOLUÇÃO DE QUESTÕES

- Responsabilidade do Presidente da República (art.85) XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 01 - Em março de 2017, o Supremo
 Impeachment (crime de responsabilidade) Tribunal Federal, em decisão definitiva de mérito proferida no âmbito de uma
 Crime comum Ação Declaratória de Constitucionalidade, com eficácia contra todos (erga
omnes) e efeito vinculante, declarou que a lei federal, que autoriza o uso de
- Imunidade Relativa à Prisão do Presidente da República (art.86, § 3º) determinado agrotóxico no cultivo de soja, é constitucional, desde que
respeitados os limites e os parâmetros técnicos estabelecidos pela Agência
-Responde, durante o mandato, apenas por atos que tenham relação com a Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Inconformados com tal decisão, os
função presidencial (art. 86, § 4º) congressistas do partido Y apresentaram um projeto de lei perante a Câmara dos
Deputados visando proibir, em todo o território nacional, o uso do referido
12. PODER JUDICIÁRIO agrotóxico e, com isso, “derrubar” a decisão da Suprema Corte. Em outubro de
 Jurisdição (função típica) 2017, o projeto de lei é apresentado para ser votado. Diante da hipótese narrada,
 Autonomia administrativa e financeira assinale a afirmativa correta:
A) A superação legislativa das decisões definitivas de mérito do Supremo
12.1. Supremo Tribunal Federal (art. 101) Tribunal Federal, no âmbito de uma ação declaratória de constitucionalidade,
 11 ministros deve ser feita pela via da emenda constitucional, ou seja, como fruto da atuação
 Nomeados pelo presidente da república, após aprovação do senado do poder constituinte derivado reformador; logo, o projeto de lei proposto deve
por maioria absoluta
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
45
ser impugnado por mandado de segurança em controle prévio de destinação de recursos públicos para fins de auxílio ou subvenção às atividades
constitucionalidade. que desempenhem.
B) Embora as decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal C) O ajuste firmado entre o Município Alfa e a sociedade empresária Mata
Federal nas ações declaratórias de constitucionalidade não vinculem o Poder Mosquito Ltda. encontra-se em perfeita consonância com o texto constitucional,
Legislativo em sua função típica de legislar, a Constituição de 1988 veda a que autoriza a participação de entidades privadas com fins lucrativos no Sistema
rediscussão de temática já analisada pela Suprema Corte na mesma sessão Único de Saúde e o posterior repasse de recursos públicos.
legislativa, de modo que o projeto de lei apresenta vício formal de D) As ações de vigilância sanitária e epidemiológica, conforme explicita a
inconstitucionalidade. Constituição de 1988, não se encontram no âmbito de atribuições do Sistema
C) Como as decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Único de Saúde, razão pela qual devem ser prestadas exclusivamente pelo poder
Federal em sede de controle concentrado de constitucionalidade gozam de público.
eficácia contra todos e efeito vinculante, não poderia ser apresentado projeto de
lei que contrariasse questão já pacificada pela Suprema Corte, cabendo sua XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 04 - O Deputado Federal X, defensor
impugnação pela via da reclamação constitucional. de posições políticas estatizantes, convencido de que seria muito lucrativo o fato
D) O Poder Legislativo, em sua função típica de legislar, não fica vinculado às de o Estado passar a explorar, ele próprio, atividades econômicas, pretende
decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal no propor projeto de lei que viabilize a criação de diversas empresas públicas. Esses
controle de constitucionalidade, de modo que o projeto de lei apresentado em entes teriam, como único pressuposto para sua criação, a possibilidade de
data posterior ao julgamento poderá ser regularmente votado e, se aprovado, alcançar alto grau de rentabilidade. Com isso, seria legalmente inviável a
implicará a superação ou reação legislativa da jurisprudência. criação de empresas públicas deficitárias. Antes de submeter o projeto de lei à
Câmara, o Deputado Federal X consulta seus assistentes jurídicos, que,
XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 02 - O Estado Alfa promulgou, em analisando a proposta, informam, corretamente, que seu projeto é:
2018, a Lei Estadual X, concedendo unilateralmente isenção sobre o tributo A) inconstitucional, pois a criação de empresas públicas, sendo ato estratégico
incidente em operações relativas à circulação interestadual de mercadorias da política nacional, é atribuição exclusiva do Presidente da República, que
(ICMS) usadas como insumo pela indústria automobilística. O Estado Alfa, com poderá concretizá-la por meio de decreto.
isso, atraiu o interesse de diversas montadoras em ali se instalarem. A Lei B) constitucional, muito embora deva o projeto de lei seguir o rito complementar,
Estadual X, no entanto, contraria norma da Constituição da República que dispõe o que demandará a obtenção de um quórum de maioria absoluta em ambas as
caber a lei complementar regular a forma de concessão de incentivos, isenções e casas do Congresso Nacional.
benefícios fiscais relativos ao ICMS, mediante deliberação dos Estados e do C) inconstitucional, pois a exploração direta da atividade econômica pelo Estado
Distrito Federal. Em razão da Lei Estadual X, o Estado Beta, conhecido polo só será permitida quando necessária à segurança nacional ou caracterizado
automobilístico, sofrerá drásticas perdas em razão da redução na arrecadação relevante interesse nacional.
tributária, com a evasão de indústrias e fábricas para o Estado Alfa. Diante do D) constitucional, pois a Constituição Federal, ao estabelecer a livre concorrência
caso narrado, com base na ordem jurídico-constitucional vigente, assinale a entre seus princípios econômicos, não criou obstáculos à participação do Estado
afirmativa correta: na exploração da atividade econômica.
A) O Governador do Estado Beta não detém legitimidade ativa para a propositura
da Ação Direta de Inconstitucionalidade em face da Lei Estadual X, uma vez que, XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 05 - As chuvas torrenciais que
em âmbito estadual, apenas a Mesa da Assembleia Legislativa do respectivo ente assolaram as regiões Norte e Nordeste do país resultaram na paralisação de
está no rol taxativo de legitimados previsto na Constituição. serviços públicos essenciais ligados às áreas de saúde, educação e segurança.
B) A legitimidade do Governador do Estado Beta restringe-se à possibilidade de Além disso, diversos moradores foram desalojados de suas residências, e o
propor, perante o respectivo Tribunal de Justiça, representação de suprimento de alimentos e remédios ficou prejudicado em decorrência dos
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face alagamentos. O Presidente da República, uma vez constatado o estado de
da Constituição Estadual. calamidade pública de grande proporção, decretou estado de defesa. Dentre as
C) A legitimidade ativa do Governador para a Ação Direta de medidas coercitivas adotadas com o propósito de restabelecer a ordem pública
Inconstitucionalidade vincula-se ao objeto da ação, pelo que deve haver estava o uso temporário de ambulâncias e viaturas pertencentes ao Município
pertinência da norma impugnada com os objetivos do autor da ação; logo, não Alfa. Diante do caso hipotético narrado, assinale a afirmativa correta.
podem impugnar ato normativo oriundo de outro Estado da Federação. A) A fundamentação empregada pelo Presidente da República para decretar o
D) O Governador do Estado Beta é legitimado ativo para propor Ação Direta de estado de defesa viola a Constituição de 1988, porque esta exige, para tal
Inconstitucionalidade em face da Lei Estadual X, a qual, mesmo sendo oriunda de finalidade, a declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada
ente federativo diverso, provoca evidentes reflexos na economia do Estado Beta. estrangeira.
B) Embora seja admitida a decretação do estado de defesa para restabelecer a
XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 03 - Em decorrência de um surto de ordem pública em locais atingidos por calamidades de grandes proporções da
dengue, o Município Alfa, após regular procedimento licitatório, firmou ajuste natureza, não pode o Presidente da República, durante a vigência do período de
com a sociedade empresária Mata Mosquitos Ltda., pessoa jurídica de direito exceção, determinar o uso temporário de bens pertencentes a outros entes da
privado com fins lucrativos, visando à prestação de serviços relacionados ao federação.
combate à proliferação de mosquitos e à realização de campanhas de C) O estado de defesa, no caso em comento, viola o texto constitucional, porque
conscientização da população local. Nos termos do ajuste celebrado, a sociedade apenas poderia vir a ser decretado pelo Presidente da República caso constatada
empresarial passaria a integrar, de forma complementar, o Sistema Único de a ineficácia de medidas adotadas durante o estado de sítio.
Saúde (SUS). Diante da situação narrada, com base no texto constitucional, D) A União pode determinar a ocupação e o uso temporário de bens e serviços
assinale a afirmativa correta. públicos, respondendo pelos danos e custos decorrentes, porque a necessidade
A) O ajuste firmado entre o ente municipal e a sociedade empresária é de restabelecer a ordem pública em locais atingidos por calamidades de grandes
inconstitucional, eis que a Constituição de 1988 veda a participação de entidades proporções da natureza é fundamento idôneo para o estado de defesa.
privadas com fins lucrativos no Sistema Único de Saúde, ainda que de forma
complementar. B) A participação complementar de entidades privadas com fins
lucrativos no Sistema Único de Saúde é admitida, sendo apenas vedada a
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
46
XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 06 - Durval, cidadão brasileiro e “proteção de Deus”, também assegurando aos entes federados ampla liberdade
engenheiro civil, desempenha trabalho voluntário na ONG Transparência, cujo para estabelecer e subvencionar os cultos religiosos e igrejas.
principal objetivo é apurar a conformidade das contas públicas e expor eventuais B) O ato expedido pelo diretor encontra plena correspondência com a ordem
irregularidades, apresentando reclamações e denúncias aos órgãos e entidades constitucional brasileira, a qual veda, aos entes federados, estabelecer cultos
competentes. Ocorre que, durante o ano de 2018, a Secretaria de Obras do Estado religiosos ou igrejas, subvencioná-los ou firmar qualquer espécie de colaboração
Alfa deixou de divulgar em sua página da Internet informações referentes aos de interesse público.
repasses de recursos financeiros, bem como foram omitidos os registros das C) A Constituição da República de 1988 dispõe que, nos termos da lei, é
despesas realizadas. Por essa razão, Durval compareceu ao referido órgão e assegurada assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação
protocolizou pedido de acesso a tais informações, devidamente especificadas. Em coletiva, de modo que a portaria expedida pelo diretor viola um direito
resposta à solicitação, foi comunicado que os dados requeridos são de natureza fundamental dos internos.
sigilosa, somente podendo ser disponibilizados mediante requisição do Ministério D) Inexiste incompatibilidade entre a portaria e a Constituição da República de
Público ou do Tribunal de Contas. A partir do enunciado proposto, com base na 1988, uma vez que a liberdade religiosa apenas se apresenta no ensino
legislação vigente, assinale a afirmativa correta. confessional, ministrado, em caráter facultativo, nos estabelecimentos públicos e
A) A decisão está em desacordo com a ordem jurídica, pois os órgãos e entidades privados de ensino, não sendo tal direito extensível aos presos.
públicas têm o dever legal de promover, mesmo sem requerimento, a divulgação,
em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 09 - Durante campeonato oficial de
interesse coletivo ou geral que produzam ou custodiem. judô promovido pela Federação de Judô do Estado Alfa, Fernando, um dos atletas
B) Assiste razão ao órgão público no que concerne tão somente ao sigilo das inscritos, foi eliminado da competição esportiva em decorrência de uma decisão
informações relativas aos repasses de recursos financeiros, sendo contestável da arbitragem que dirigiu a luta. Na qualidade de advogado(a)
imprescindível a requisição do Ministério Público ou do Tribunal de Contas para contratado(a) por Fernando, assinale a opção que apresenta a medida
acessar tais dados. juridicamente adequada para o caso narrado.
C) Assiste razão ao órgão público no que concerne tão somente ao sigilo das A) Fernando poderá ingressar com processo perante a justiça desportiva para
informações relativas aos registros das despesas realizadas, sendo contestar o resultado da luta e, uma vez esgotadas as instâncias desportivas e
imprescindível a requisição do Ministério Público ou do Tribunal de Contas para proferida decisão final sobre o caso, não poderá recorrer ao Poder Judiciário.
acessar tais dados. B) Fernando poderá impugnar o resultado da luta perante o Poder Judiciário,
D) Assiste razão ao órgão público no que concerne ao sigilo das informações independentemente de esgotamento das instâncias da justiça desportiva, em
postuladas, pois tais dados apenas poderiam ser pessoalmente postulados por virtude do princípio da inafastabilidade da jurisdição.
Durval caso estivesse devidamente assistido por advogado regularmente inscrito C) Fernando, uma vez esgotadas as instâncias da justiça desportiva (que terá o
na Ordem dos Advogados do Brasil. prazo máximo de 60 dias, contados da instauração do processo, para proferir
decisão final), poderá impugnar o teor da decisão perante o Poder Judiciário. D) A
XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 07 - O Supremo Tribunal Federal ordem jurídica, que adotou o princípio da unidade de jurisdição a partir da
reconheceu a periculosidade inerente ao ofício desempenhado pelos agentes Constituição de 1988, passou a prever a exclusividade do Poder Judiciário para
penitenciários, por tratar-se de atividade de risco. Contudo, ante a ausência de dirimir todas as questões que venham a ser judicializadas em território nacional,
norma que regulamente a concessão da aposentadoria especial no Estado Alfa, deslegitimando a atuação da justiça desportiva.
os agentes penitenciários dessa unidade federativa encontram-se privados da
concessão do referido direito constitucional. Diante disso, assinale a opção que XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 10 - O senador João fora eleito
apresenta a medida judicial adequada a ser adotada pelo Sindicato dos Agentes Presidente do Senado Federal. Ao aproximar-se o fim do exercício integral do seu
Penitenciários do Estado Alfa, organização sindical legalmente constituída e em mandato bienal, começa a planejar seu futuro na referida casa legislativa. Ciente
funcionamento há mais de 1 (um) ano, em defesa da respectiva categoria do prestígio que goza entre seus pares, discursa no plenário, anunciando a
profissional. intenção de permanecer na função até o fim de seu mandato como senador, o
A) Ele pode ingressar com mandado de injunção coletivo para sanar a falta da que ocorrerá em quatro anos. Assim, para que tal desejo se materialize, será
norma regulamentadora, dispensada autorização especial dos seus membros. necessário que seja reeleito nos dois próximos pleitos (dois mandatos bienais).
B) Ele não possui legitimidade ativa para ingressar com mandado de injunção Sobre a intenção do senador, segundo o sistema jurídico-constitucional
coletivo, mas pode pleitear aplicação do direito constitucional via ação civil brasileiro, assinale a afirmativa correta.
pública. A) Será possível, já que não há limites temporais para o exercício da presidência
C) Ele tem legitimidade para ingressar com mandado de injunção coletivo, cuja nas casas legislativas do Congresso Nacional.
decisão pode vir a ter eficácia ultra partes, desde que apresente autorização B) Não será possível, pois a Constituição proíbe a reeleição para esse mesmo
especial dos seus membros. cargo no período bienal imediatamente subsequente.
D) Ele pode ingressar com mandado de injunção coletivo, mas, uma vez C) É parcialmente possível, pois, nos moldes da reeleição ao cargo de Presidente
reconhecida a mora legislativa, a decisão não pode estabelecer as condições em da República, ele poderá concorrer à reeleição uma única vez.
que se dará o exercício do direito à aposentadoria especial, sob pena de ofensa à D) Não é possível, pois o exercício da referida presidência inviabiliza a
separação dos Poderes. possibilidade de, no futuro, vir a exercê-la novamente.

XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 08 - O diretor da unidade prisional XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 11 - Giuseppe, italiano, veio ainda
de segurança máxima ABC expede uma portaria vedando, no âmbito da referida criança para o Brasil, juntamente com seus pais. Desde então, nunca sofreu
entidade de internação coletiva, quaisquer práticas de cunho religioso qualquer tipo de condenação penal, constituiu família, sendo pai de um casal de
direcionadas aos presos, apresentando, como motivo para tal ato, a necessidade filhos nascidos no país, possui título de eleitor e nunca deixou de participar dos
de a Administração Pública ser laica. A partir da situação hipotética narrada, pleitos eleitorais. Embora tenha se naturalizado brasileiro na década de 1990,
assinale a afirmativa correta. não se sente brasileiro. Nesse sentido, Giuseppe afirma que é muito grato ao
A) A motivação do ato administrativo encontra-se equivocada, uma vez que o Brasil, mas que, apesar do longo tempo aqui vivido, não partilha dos mesmos
preâmbulo da Constituição da República de 1988 faz expressa menção à valores espirituais e culturais dos brasileiros. Giuseppe mora em Vitória/ES e
descobriu o envolvimento do Ministro de Estado Alfa em fraude em uma licitação
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
47
cujo resultado beneficiou, indevidamente, a empresa de propriedade de seus B) receberá indenização justa e prévia pela desapropriação do terreno em que se
irmãos. Indignado com tal atitude, Giuseppe resolveu, em nome da intangibilidade encontra a jazida, mas não terá direito a qualquer participação nos resultados
do patrimônio público e do princípio da moralidade administrativa, propor ação econômicos provenientes da atividade.
popular contra o Ministro de Estado Alfa, ingressando no juízo de primeira C) terá assegurada, nos termos estabelecidos pela via legislativa ordinária,
instância da justiça comum, não no Supremo Tribunal Federal. Sobre o caso, com participação nos resultados econômicos decorrentes da exploração da referida
base no Direito Constitucional e na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, atividade em sua propriedade.
assinale a afirmativa correta. D) não terá direito a qualquer participação no resultado econômico da atividade,
A) A ação não deve prosperar, uma vez que a competência para processá-la e pois, embora seja proprietário do solo, as riquezas extraídas do subsolo são de
julgá-la é do Supremo Tribunal Federal, e falta legitimidade ativa para o autor da propriedade exclusiva da União.
ação, porque não possui a nacionalidade brasileira, não sendo, portanto,
classificado como cidadão brasileiro. XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 14 - O Município X, visando à
B) A ação deve prosperar, porque a competência para julgar a ação popular em interligação de duas importantes zonas da cidade, após o regular procedimento
tela é do juiz de primeira instância da justiça comum, e o autor da ação tem licitatório, efetua a contratação de uma concessionária que ficaria responsável
legitimidade ativa porque é cidadão no pleno gozo de seus direitos políticos, pela construção e administração da via. Ocorre que, em análise do projeto básico
muito embora não faça parte da nação brasileira. do empreendimento, constatou-se que a rodovia passaria em área de
C) A ação não deve prosperar, uma vez que a competência para julgar a preservação ambiental e ensejaria graves danos ao ecossistema local. Com isso,
mencionada ação popular é do Supremo Tribunal Federal, muito embora não falte antes mesmo de se iniciarem as obras, Arnaldo, cidadão brasileiro e vereador no
legitimidade ad causam para o autor da ação, que é cidadão brasileiro, detentor exercício do mandato no Município X, constitui advogado e ingressa com Ação
da nacionalidade brasileira e no pleno gozo dos seus direitos políticos. Popular postulando a anulação da concessão. Com base na legislação vigente,
D) A ação deve prosperar, porque a competência para julgar a ação popular em assinale a afirmativa correta.
tela tanto pode ser do juiz de primeira instância da justiça comum quanto do A) A Ação Popular proposta por Arnaldo não se revela adequada ao fim de
Supremo Tribunal Federal, e não falta legitimidade ad causam para o autor da impedir a obra potencialmente lesiva ao meio ambiente.
ação, já que integra o povo brasileiro. B) A atuação de Arnaldo, na qualidade de cidadão, é subsidiária, sendo
necessária a demonstração de inércia por parte do Ministério Público.
XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 12 - Em 2005, visando a conferir C) A ação popular, ao lado dos demais instrumentos de tutela coletiva, é
maior estabilidade e segurança jurídica à fiscalização das entidades dedicadas à adequada à anulação de atos lesivos ao meio ambiente, mas Arnaldo não
pesquisa e à manipulação de material genético, o Congresso Nacional decidiu precisaria constituir advogado para ajuizá-la.
discipliná-las por meio da Lei Complementar X, embora a Constituição Federal D) Caso Arnaldo desista da Ação Popular, o Ministério Público ou qualquer
não reserve a matéria a essa espécie normativa. Posteriormente, durante o ano cidadão que esteja no gozo de seus direitos políticos poderá prosseguir com a
de 2017, com os avanços tecnológicos e científicos na área, entrou em vigor a Lei demanda.
Ordinária Y prevendo novos mecanismos fiscalizatórios a par dos anteriormente
estabelecidos, bem como derrogando alguns artigos da Lei Complementar X. XXVIII Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 15 - A população do Estado X,
Diante da situação narrada, assinale a afirmativa correta. insatisfeita com os rumos da política nacional e os sucessivos escândalos de
A) A Lei Ordinária Y é formalmente inconstitucional, não podendo dispor sobre corrupção que assolam todas as esferas do governo, inicia uma intensa
matéria já tratada por Lei Complementar, em razão da superioridade hierárquica campanha pleiteando sua separação do restante da Federação brasileira. Um
desta em relação àquela. plebiscito é então organizado e 92% dos votantes opinaram favoravelmente à
B) Embora admissível a edição da Lei Ordinária Y tratando de novos mecanismos independência do Estado. Sobre a hipótese, com base no texto constitucional,
a par dos já existentes, a revogação de dispositivos da Lei Complementar X assinale a afirmativa correta.
exigiria idêntica espécie normativa. A) Diante do expressivo quórum favorável à separação do Estado X, a Assembleia
C) A Lei Complementar X está inquinada de vício formal, já que a edição dessa Legislativa do referido ente deverá encaminhar ao Congresso Nacional proposta
espécie normativa encontra-se vinculada às hipóteses taxativamente elencadas de Emenda Constitucional que, se aprovada, viabilizará a secessão do Estado X.
pela Constituição Federal de 1988. B) Para o exercício do direito de secessão, exige-se lei estadual do ente
D) A Lei Complementar X, por tratar de matéria a respeito da qual não se exige a separatista, dentro do período determinado por Lei Complementar federal,
referida espécie normativa, pode vir a ser revogada por Lei Ordinária posterior dependendo ainda de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos
que verse sobre a mesma temática. demais Estados, após divulgação dos estudos de viabilidade, apresentados e
publicados na forma da lei.
XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 13 - Bento ficou surpreso ao ler, em C) Diante da autonomia dos entes federados, admite-se a dissolução do vínculo
um jornal de grande circulação, que um cidadão americano adquiriu fortuna ao existente entre eles, de modo que o Estado X poderia formar um novo país, mas,
encontrar petróleo em sua propriedade, situada no Estado do Texas. Acresça-se além da aprovação da população local por meio de plebiscito ou referendo, seria
que um amigo, com formação na área de Geologia, tinha informado que as necessária a edição de Lei Complementar federal autorizando a separação.
imensas propriedades de Bento possuíam rochas sedimentares normalmente D) A forma federativa de Estado é uma das cláusulas pétreas que norteiam a
presentes em regiões petrolíferas. Antes de pedir um aprofundado estudo ordem constitucional brasileira, o que conduz à conclusão de que se revela
geológico do terreno, Bento buscou um advogado especialista na matéria, a fim inviável o exercício do direito de secessão por parte de qualquer dos
de saber sobre possíveis direitos econômicos que lhe caberiam como resultado entesfederados, o que pode motivar a intervenção federal.
da extração do petróleo em sua propriedade. O advogado respondeu que, segundo
o sistema jurídico-constitucional brasileiro, caso seja encontrado petróleo na XXVII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 16 - Após cumprimento de todas as
propriedade, Bento: formalidades constitucionais e legais exigíveis, o Estado Alfa se desmembra
A) poderá, por ser proprietário do solo e, por extensão, do subsolo de sua (desmembramento por formação), ocasionando o surgimento de um novo Estado-
propriedade, explorar, per se, a atividade, auferindo para si os bônus e ônus membro: o Estado Beta. Preocupados com a possibilidade de isso influenciar nas
econômicos advindos da exploração. grandes decisões políticas regionais, um grupo de cidadãos inicia um movimento
exigindo a imediata elaboração de uma Constituição para o novo Estado Beta. Os
líderes políticos locais, sem maiores conhecimentos sobre a temática, buscam
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
48
assessoramento jurídico junto a advogados constitucionalistas, sendo-lhes XXVIII Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 19 - Alisson, cidadão brasileiro,
corretamente informado que, segundo a inteligência do sistema jurídico- ingressa com requerimento administrativo, perante a Secretaria Fazendária do
constitucional brasileiro: Município Y, pleiteando a revisão do valor do Imposto sobre a Propriedade Predial
A) com a criação do Estado Beta no âmbito da República Federativa do Brasil, e Territorial Urbana (IPTU), uma vez que não concorda com os cálculos
passou este a fazer parte do pacto federativo, subordinando-se tão somente à empregados pela autoridade fazendária. Alisson, decorridos 90 dias sem
Constituição Federal, e não a qualquer outra constituição. qualquer atualização no andamento do feito, retorna à repartição administrativa
B) tendo passado o Estado Beta a ser reconhecido como um ente autônomo, indagando o porquê da demora. Ele obtém como resposta que o trâmite do
adquiriu poderes para se estruturar por meio de uma Constituição, sem a procedimento é sigiloso, mas que seria possível obter uma certidão com as
necessidade desta se vincular a padrões de simetria impostos pela Constituição informações postuladas mediante o pagamento de determinada quantia, a título
Federal. de “taxa”. Diante da situação hipotética apresentada, com base no texto
C) pelo fato de o Estado Beta ter sido reconhecido como um ente federado constitucional, assinale a afirmativa correta.
autônomo, passa a ter poderes para se estruturar por meio de uma Constituição, A) A atuação da Secretaria Fazendária revela-se inconstitucional, pois a
que deverá observar o princípio da simetria, conforme os padrões fixados na obtenção de certidões em repartições públicas, contendo informações de
Constituição Federal. interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, é direito de todos, sem o
D) o reconhecimento do Estado Beta como um ente federado autônomo pagamento de taxa, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
assegurou-lhe poderes para se estruturar por meio de uma Constituição, cujo segurança da sociedade e do Estado.
texto, porém, não poderá se diferenciar daquele fixado pela Constituição Federal. B) Para a obtenção de certidão com informações de direito pessoal, como
manifestação do direito de petição aos órgãos e poderes públicos, pode ser
XXVIII Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 17 - Numerosas decisões judiciais, exigido o pagamento de taxas caso Alisson não demonstre ser hipossuficiente
contrariando portarias de órgãos ambientais e de comércio exterior, concederam econômico.
autorização para que sociedades empresárias pudessem importar pneus usados. C) Embora inexista óbice à cobrança de taxas para cobrir as despesas com a
Diante disso, o Presidente da República ingressa com Arguição de emissão de certidões em repartições públicas, ainda que destinadas à defesa e
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), sustentando que tais decisões ao esclarecimento de situações de interesse pessoal, Alisson poderá utilizar o
judiciais autorizativas da importação de pneus usados teriam afrontado preceito habeas data para obter as informações relativas ao procedimento administrativo
fundamental, representado pelo direito à saúde e a um meio ambiente instaurado.
ecologicamente equilibrado. A partir do caso narrado, assinale a afirmativa D) Alisson não pode ter acesso ao feito, porque os procedimentos administrativos
correta. que versem sobre matéria tributária são de natureza sigilosa, somente podendo
A) A ADPF não se presta para impugnar decisões judiciais, pois seu objeto está ser acessados, sem autorização judicial, por advogado regularmente constituído
adstrito às leis ou a atos normativos federais e estaduais de caráter geral e pelo contribuinte, bem como por órgãos da administração pública direta e
abstrato, assim entendidos aqueles provenientes do Poder Legislativo em sua indireta.
função legislativa.
B) A ADPF tem por objetivo evitar ou reparar lesão a preceito fundamental XXVII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 20 - Os produtores rurais do
resultante de ato do Poder Público, ainda que de efeitos concretos ou singulares; Município X organizaram uma associação civil sem fins lucrativos para dinamizar
logo, pode impugnar decisões judiciais que violem preceitos fundamentais da a exploração de atividade econômica pelos associados, bem como para fins de
Constituição, desde que observada a subsidiariedade no seu uso. representá-los nas demandas de caráter administrativo e judicial. Anderson,
C) Embora as decisões judiciais possam ser impugnadas por ADPF, a alegada proprietário de uma fazenda na região, passa a receber, mensalmente, carnê
violação do direito à saúde e a um meio ambiente ecologicamente equilibrado contendo a cobrança de uma taxa associativa, embora nunca tivesse
não se insere no conceito de preceito fundamental, conforme rol taxativo manifestado qualquer interesse em ingressar na referida entidade associativa.
constante na Lei Federal nº 9.882/99. Em consulta junto aos órgãos municipais, Anderson descobre que a associação de
D) A ADPF não pode ser admitida, pois o Presidente da República, na qualidade de produtores rurais, embora tenha sido criada na forma da lei, jamais obteve
chefe do Poder Executivo, não detém legitimidade ativa para suscitar a autorização estatal para funcionar. Diante disso, procura um escritório de
inconstitucionalidade de ato proferido por membros do Poder Judiciário, sob pena advocacia especializado, para pleitear, judicialmente, a interrupção da cobrança
de vulneração ao princípio da separação dos poderes. e a suspensão das atividades associativas. Sobre a questão em comento,
assinale a afirmativa correta.
XXVII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 18 - O Estado Y, bastante conhecido A) Anderson pode pleitear judicialmente a interrupção da cobrança, a qual
pela exuberância de suas praias, que atraem milhares de turistas todos os anos, revela-se indevida, pois ninguém pode ser compelido a associar-se ou a
edita lei estadual impedindo a pesca de peixes regionais típicos, ameaçados de permanecer associado, ressaltando-se que a falta de autorização estatal não
extinção, e limitando o transporte marítimo de passageiros. A partir da hipótese configura motivo idôneo para a suspensão das atividades da associação.
narrada, nos termos da Constituição da República Federativa do Brasil, assinale B) As associações representativas de classes gozam de proteção absoluta na
a afirmativa correta. ordem constitucional, de modo que podem ser instituídas independentemente de
A) O Estado Y possui competência legislativa concorrente com a União para autorização estatal e apenas terão suas atividades suspensas quando houver
dispor sobre pesca, mas poderá legislar sobre transporte e navegação marítima, decisão judicial com trânsito em julgado.
caso Lei Complementar federal o autorize. C) A Constituição de 1988 assegura a plena liberdade de associação para fins
B) O Estado Y tem competência comum com os demais entes federados para lícitos, vedando apenas aquelas de caráter paramilitar, de modo que Anderson
legislar sobre a matéria; logo, a lei estadual é constitucional. não pode insurgir-se contra a cobrança, vez que desempenha atividade de
C) A lei editada pelo Estado Y é inconstitucional, porque compete privativamente produção e deve associar-se compulsoriamente.
à União legislar sobre a proteção do meio ambiente e o controle da poluição. D) A liberdade associativa, tendo em vista sua natureza de direito fundamental,
D) A lei editada pelo Estado Y é inconstitucional, porque trata de pesca e não pode ser objeto de qualquer intervenção do Poder Judiciário, de modo que
navegação marítima, que são de competência exclusiva da União, apesar de o Anderson apenas poderia pleitear administrativamente a interrupção da
Estado Y ter competência privativa para legislar sobre meio ambiente. cobrança dos valores que entende indevidos.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
49
Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de
DIREITO DO TRABALHO relação de emprego entre policial militar e empresa privada,
independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar
prevista no Estatuto do Policial Militar.
1. PRINCÍPIOS DE DIREITO DO TRABALHO
1.1. Princípio da proteção: Diante da vulnerabilidade do trabalhador, visa 4. O EMPREGADOR:
reequilibrar a relação desigual que ele vivencia na relação de emprego  CONCEITO LEGAL: está disposto no caput do Art. 2º da CLT. É toda
diante de seu empregador. Se revela com mais clareza em três regras: pessoa física ou jurídica que utiliza serviços de outrem em virtude de
I. In dubio pro operario, contrato. É o detentor do poder de comando na relação empregatícia.
II. Norma mais favorável e 4.1. Empregadores equiparados: os profissionais liberais, as instituições
III. Condição mais benéfica. de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins
1.2. Princípio da irrenunciabilidade: É a impossibilidade jurídica do lucrativos que admitirem trabalhadores como empregados (Art. 2º, § 1º da
trabalhador privar-se voluntariamente de uma ou mais vantagens CLT).
concedidas pelo direito do trabalho em proveito próprio. 4.2. Jus variandi: O empregador possui a qualidade de alterar as
1.3. Princípio da continuidade: Em regra, os contratos de trabalho são por condições de trabalho de forma unilateral, conforme seus anseios e metas
prazo indeterminado. Entretanto, são regidos pela CLT contratos por prazo para a empresa. Entretanto, essas alterações possuem limitações legais
determinado, ou “a termo”. previstas no Art. 468 da CLT (princípio da não-alteração contratual lesiva).
1.4. Princípio da primazia da realidade: Entre o que expressem os 4.3. Grupo econômico: Sempre que uma ou mais empresas, tendo,
documentos e a realidade em caso de discordância, prevalecerá sempre a embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a
realidade, ou seja, os fatos. direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo
1.5. Princípio da boa-fé: O empregador e o empregado, na relação de guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão
emprego, devem ter uma conduta honesta em relação ao outro, não se responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de
valendo de comportamento traiçoeiro ao executar a parte que lhe cabe no emprego (Art. 2º, § 2º da CLT).
contrato. Importante: O § 3º do Art. 2º da CLT, incluído pela Reforma Trabalhista, faz
1.6. Princípio da igualdade de tratamento: Ou princípio da não- com que se passe a exigir a demonstração de uma sincronia empresarial de
discriminação, versa que o empregador não pode discriminar um ou alguns interesses e ações.
empregados sem uma causa objetiva.
Súmula nº 129 do TST:
2. PRESCRIÇÃO TRABALHISTA CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO ECONÔMICO
 Art. 7º, XXIX da CF/88: Dispõe que os trabalhadores urbanos e rurais A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo
possuem direito de ação, quanto aos créditos resultantes da relação de econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos, após o limite de dois anos coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.
após a extinção do contrato de trabalho (A Reforma incluiu essa regra no
caput do Art. 11 da CLT). 4.4. Sucessão empresarial trabalhista:
Obs: A prescrição não se aplica às ações que tenham por objeto anotações  A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não
para fins de prova junto à Previdência Social (Art. 11, § 1º da CLT). afetará os direitos adquiridos por seus empregados (Art. 10 da CLT) e nem os
contratos de trabalho dos respectivos empregados (Art. 448 da CLT).
3. O EMPREGADO:  A regra é que a empresa SUCESSORA seja a responsável pelos
 CONCEITO LEGAL: está disposto no caput do Art. 3º da CLT. Este créditos trabalhistas tanto dos contratos extintos antes da sucessão, quanto
dispositivo revela os requisitos da relação de emprego: dos contratos em vigor (Art. 448-A da CLT).
 Entretanto, se comprovada fraude na transferência, a empresa
3.1. Pessoa física: Inexiste a possibilidade de Pessoa Jurídica ser SUCEDIDA responderá solidariamente com a sucessora pelos créditos
empregado. trabalhistas (Art. 448-A, parágrafo único, da CLT).
3.2. Pessoalidade: A prestação do serviço tem de ser intuitu personae, o  Sócio retirante: responde subsidiariamente pelas obrigações
empregado não pode se fazer substituir por terceiros. O empregador trabalhistas da época em que figurou como sócio somente em ações
escolheu-o, por suas aptidões, para laborar em seu estabelecimento. ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato.
3.3. Não-eventualidade: A prestação do serviço deve possuir Ordem de responsabilidade pelos créditos: empresa devedora, sócios atuais
continuidade, se prolongar no tempo para o mesmo empregador. e sócios retirantes (Art. 10-A da CLT).
3.4. Subordinação: Sujeição ao poder de comando, que se manifesta por
meio dos poderes de organização, diretivo e disciplinar. 5. RELAÇÃO DE TRABALHO x RELAÇÃO DE EMPREGO
3.5. Onerosidade: A contraprestação pecuniária – salário.  A relação de emprego é espécie do gênero relação de trabalho.
 As relações de emprego, conforme estudado no tópico 3, são aquelas
IMPORTANTE: O empregado doméstico, conforme o disposto no Art. 1º da Lei em que o prestador do serviço realiza suas atividades com pessoalidade,
Complementar nº 150/2015, é aquele que presta serviços de forma não-eventualidade (ou continuidade), subordinação e onerosidade. Devem
continuada, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à ser preenchidos, portanto, os elementos essenciais dispostos no Art. 3º da
pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias CLT.
por semana [...].  Então, as relações de trabalho são aquelas em que não há
subordinação jurídica absoluta, continuidade e pessoalidade. O trabalhador
SÚMULA 386 DO TST: apenas presta um serviço eventual em troca de uma contraprestação
POLICIAL MILITAR. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM pecuniária.
EMPRESA PRIVADA
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
50
 Espécies de trabalhadores não-empregados: Autônomos (Art. 12, V, RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
“h” da Lei nº 8.212/91), eventuais (Art. 12, V, da Lei nº 8.212/91), avulsos e
empreiteiros. 1) Paulo é policial militar da ativa da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. Como
 Cooperativas: Não existe vínculo empregatício entre as cooperativas policial militar, trabalha em regime de escala 24h x 72h.Nos dias em que não tem
de trabalho e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços plantão no quartel, atua como segurança em uma joalheria de um shopping
daquela (Art. 442, parágrafo único da CLT). center, onde tem que trabalhar três dias por semana, não pode se fazer
substituir por ninguém, recebe remuneração fixa mensal e tem que cumprir uma
6. CONTRATO DE TRABALHO: rotina de 8 horas a cada dia laborado. Os comandos do trabalho lhe são
 CONCEITO LEGAL: Está disposto no caput do Art. 442 da CLT. repassados pelo gerente-geral da loja, sendo que ainda ajuda nas arrumações de
6.1. Natureza Jurídica: De direito privado, pois apesar do Estado traçar as estoque, na conferência de mercadorias e em
relações mínimas, as partes, tanto empregado quanto empregador, terão algumas outras funções internas. Paulo não teve a CTPS anotada pela joalheria.
liberdade total de pactuar nessa relação. Diante dessa situação, à luz das normas da CLT e da jurisprudência consolidada
Obs.: O contrato de trabalho é um NEGÓCIO JURÍDICO, devendo, portanto, do TST, assinale a afirmativa correta.
cumprir os requisitos do Art. 104 do Código Civil: agente capaz, objeto lícito, A) Estão preenchidos os requisitos da relação de emprego, razão pela qual Paulo
forma prescrita ou não defesa em lei. tem vínculo empregatício com a joalheria, independentemente do fato de ser
policial militar da ativa, e de sofrer eventual punição disciplinar administrativa
OJ Nº199 DA SDI-1. JOGO DO BICHO. CONTRATO DE TRABALHO. NULIDADE. OBJETO prevista no estatuto do Policial Militar.
ILÍCITO B) Estão preenchidos os requisitos da relação de emprego, mas Paulo não poderá
É nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente ter vínculo empregatício com a joalheria, em razão da punição disciplinar
à prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito administrativa prevista no estatuto do Policial Militar.
de validade para a formação do ato jurídico. C) Não estão presentes os requisitos da relação de emprego, uma vez que Paulo
poderá ser requisitado pela Brigada Militar e não poderá trabalhar nesse dia
6.2. Classificação do contrato de trabalho - Art. 443 da CLT: para a joalheria.
6.2.1. Quanto a forma: Tácito ou expresso (verbal ou escrito). D) Estão preenchidos os requisitos da relação de emprego, sendo indiferente à
Obs: Teoria do contrato realidade - há relação de emprego, ainda que relação de emprego uma eventual punição disciplinar administrativa prevista no
não se tenha ajustado expressamente, nem por escrito, nem estatuto do Policial Militar, mas Paulo não pode ter vínculo empregatício com a
verbalmente, o contrato de trabalho. joalheria tendo em vista que a função pública exige dedicação exclusiva.
6.2.2. Quanto a duração: Por prazo indeterminado (regra), por
prazo determinado (também chamado de “a termo” – exceção) ou para 2) Alaor, insatisfeito com o pequeno lucro do restaurante do qual era sócio,
a prestação de trabalho intermitente. retirou-se da sociedade empresária e averbou, na respectiva junta comercial,
Obs1: Contrato de trabalho por prazo determinado: Possui regras novo contrato social, onde constava sua retirada. O empresário, 36 meses após
específicas dispostas no Art. 443, §§ 1º e 2º da CLT  Só será válido se esse fato, foi surpreendido com sua citação em uma reclamação trabalhista
for celebrado para serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a ajuizada dias antes. Sobre a hipótese apresentada, considerando a atual redação
predeterminação do prazo, em atividades empresariais de caráter da CLT, assinale a afirmativa correta.
transitório ou para contrato de experiência. A) Alaor responde solidariamente pelos débitos da sociedade
Obs2: O contrato de experiência não poderá exceder de 90 dias e pode na ação trabalhista em referência.
ser prorrogado, dentro deste período, uma única vez (Art. 445, p.u. da B) Alaor responde subsidiariamente pelos débitos da sociedade na ação
CLT). trabalhista em referência.
C) Alaor não mais responde, na ação trabalhista em referência, pelos débitos da
Trabalho intermitente – Previsto no Art. 452-A da CLT, é uma sociedade.
modalidade contratual realizada por pessoa física em que há D) No caso, primeiro responde a empresa devedora, depois, os sócios atuais e, em
subordinação, pessoalidade, onerosidade, mas não há continuidade. O seguida, os sócios retirantes, que é o caso de Alaor.
contrato de emprego deve ser obrigatoriamente por escrito e o
empregado é convocado a trabalhar. Caso aceite, receberá pelas horas 3) Paula trabalha na residência de Sílvia três vezes na semana como passadeira.
trabalhadas (que não podem ter valor inferior ao salário-hora da Em geral, comparece às segundas, quartas e sextas, mas, se necessário,
categoria) e ao final de cada período receberá “verbas rescisórias”. mediante comunicação prévia, comparece em outro dia da semana, exceto
sábados, domingos e feriados. A CTPS não foi assinada e o pagamento é por dia
6.3. Transformação do contrato por tempo determinado em de trabalho. Quando Paula não comparece, não recebe o pagamento e não sofre
indeterminado: punição, mas Sílvia costuma sempre pedir que a ausência seja previamente
6.3.1. Se o contrato por prazo determinado extrapolar o prazo comunicada.
de dois anos, passará a vigorar como por prazo indeterminado (Art. 445 Paula procura você, como advogado(a), com dúvida acerca da sua situação
c/c Art. 451 da CLT); jurídica. À luz da legislação específica em vigor, assinale a opção que contempla
6.3.2. Entre um contrato por tempo determinado e outro, a situação de Paula.
prestado pelo mesmo empregado, deve haver um intervalo de seis A) Paula é diarista, pois trabalha apenas 3 vezes na semana.
meses, caso contrário, será caracterizado contrato por tempo B) Paula é autônoma, porque gerencia seu próprio trabalho, dias e horários.
indeterminado (Art. 452 da CLT – comporta exceções). C) Paula é empregada eventual.
D) Paula é empregada doméstica.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
51
4) O sindicato dos empregados em tinturaria de determinado município celebrou, Governo Federal por intermédio de Decreto-Lei, mas alguns estados
em 2018, acordo coletivo com uma tinturaria, no qual, reconhecendo-se a instituem um salário-mínimo diferente do Federal, com fulcro no P.U do
condição financeira difícil da empresa, aceitou a redução do percentual de FGTS Art. 22 da CF/88. Todavia, o valor estabelecido pelo Estado não poderá
para 3% durante 2 anos. Sobre o caso apresentado, de acordo com a previsão da ser menor que o mínimo nacional.
CLT, assinale a afirmativa correta. 7.4. Piso salarial: É o menor valor de salário que pode ser pago para uma
A) É válido o acerto realizado porque fruto de negociação coletiva, ao qual a categoria profissional específica. Pode ser fixado por lei ou por
reforma trabalhista conferiu força legal. negociação coletiva, e deve respeitar o mínimo nacional (Art. 7º, V,
B) Somente se houver homologação do acordo coletivo pela CF/88).
Justiça do Trabalho é que ele terá validade em relação ao FGTS. 7.5. Salário in natura: São valores pagos em forma de alimentação,
C) A cláusula normativa em questão é nula, porque constitui objeto ilícito habitação ou outras prestações equivalentes que a empresa, por força
negociar percentual de FGTS. do contrato ou do costume, fornece habitualmente ao empregado.
D) A negociação acerca do FGTS exigiria que, ao menos, fosse pago metade do 7.5.1. Art. 82 da CLT: Ao receber salário-utilidade, pelo menos
valor devido, o que não aconteceu no caso apresentado. 30% do pagamento deverá ser realizado em dinheiro.
7.5.2. A habitação fornecida como salário-utilidade não poderá
5) José trabalhou como despachante para a sociedade empresária Vinhos do Sul exceder 25% do salário contratual.
Ltda. Frequentemente ele reparava que, nas notas de despacho, constava
também a razão social da sociedade empresária Vinhos e Sucos de Bento Súmula nº 367 do TST
Gonçalves Ltda. Os CNPJs das sociedades empresárias eram distintos, assim UTILIDADES "IN NATURA". HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. VEÍCULO. CIGARRO. NÃO
como suas respectivas personalidades jurídicas, porém, os sócios de ambas eram INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO.
os mesmos, sendo certo que a sociedade empresária Vinhos e Sucos de Bento I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao
Gonçalves Ltda. era sócia majoritária da sociedade empresária Vinhos do Sul empregado, quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm
Ltda., além dos sócios pessoas físicas. Com base no caso narrado, assinale a natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo
opção que apresenta a figura jurídica existente entre as sociedades empresárias empregado também em atividades particulares.
e o efeito disso perante o contrato de trabalho de João, em caso de eventual ação II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à
trabalhista. saúde.
A) Trata-se de consórcio de empregadores, havendo responsabilidade solidária.
B) Trata-se de consórcio de empregadores, havendo responsabilidade 7.5.3. A alimentação fornecida como salário-utilidade não
subsidiária. poderá exceder 20% do salário contratual.
C) Trata-se de grupo econômico, havendo responsabilidade solidária. 7.6. Décimo Terceiro Salário: Disposto no Artigo 7º, VIII, da Constituição
D) Trata-se de grupo econômico, havendo responsabilidade subsidiária. Federal, é um direito dos trabalhadores urbanos e rurais e visa à
melhoria de sua condição social. A obrigação de pagamento do 13º
GABARITO salário ao final do ano, inclusive, foi regulamentada antes da
1) A (Súmula 386 do TST) Constituição de 88 pela Lei nº 4.090/62.
2) C (Art. 10-A da CLT) OBS: Pode ser dividido em 2 parcelas, devendo a primeira ser paga
3) D (Art. 1º da LC nº 150/15) entre fevereiro e novembro e a segunda até o dia 20 de dezembro.
4) C (Princípio da irrenunciabilidade) 7.7. Equiparação Salarial: Atende ao princípio da igualdade de tratamento,
5) C (Art. 2º, §§ 1º e 2º da CLT). e só é válida entre empregados contemporâneos no cargo ou na função.
Será concedida a igualdade de salário quando o trabalho de um
7. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO empregado for de igual valor, com igual produtividade e perfeição
7.1. Conceito: O Art. 457 da CLT, ao conceituar remuneração, deixa evidente técnica, e realizado no mesmo estabelecimento empresarial que de
que a palavra NÃO é sinônimo de salário. O salário é a contraprestação outro empregado que possui salário maior que o seu. Ver Súmula nº 6
percebida pelo empregado em troca do serviço prestado. A do TST.
remuneração é a soma do salário e de todas as parcelas recebidas pelo OBS: § 1º do Art. 461 da CLT  A diferença de tempo de serviço para o
empregado, como horas extras, adicional noturno, adicional de mesmo empregador não pode ser superior a quatro anos e a diferença
periculosidade, insalubridade, comissões, percentagens, gratificações, de tempo na função não pode ser superior a 2 anos.
diárias para viagem, dentre outras. 7.8. Gratificação por exercício de cargo de confiança: O empregado
investido de cargo de confiança é um representante do empregador no
Remuneração serviço. Apresentam as seguintes peculiaridades:
Salário  Não têm direito a perceber horas extras e a jornada diária não tem
Horas extras, o limite de 8h (Art. 62, inciso II da CLT);
adicionais...  RSR deve ser remunerado em dobro;
 A gratificação percebida integra o salário e deve ser igual ou
superior ao salário básico acrescido de 40% do seu valor;
Remuneração: Salário + demais parcelas recebidas.  Se não alcançar este valor, aplicam-se as regras gerais de duração
do trabalho;
7.2. Salário-base: É a parcela salarial ajustada em estado puro, ou seja,  O empregador pode, sem o consenso do ocupante do cargo de
valor que não considera aspectos extraordinários ou atípicos do confiança, determinar seu retorno à função de origem com a perda da
trabalho que justificam o acréscimo de adicionais, gratificações, gratificação (Art. 468, § 2º da CLT  Súmula 372 do TST perde a
abonos. eficácia).

7.3. Salário-mínimo: Previsto no Art. 7º, IV da Constituição, é um direito


social do trabalhador urbano ou rural. É estabelecido e reajustado pelo
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
52
Súmula nº 381 do TST Base de cálculo: Salário-mínimo (IMPORTANTE: A eficácia da Súmula
CORREÇÃO MONETÁRIA. SALÁRIO. ART. 459 DA CLT 228 do TST está suspensa pelo STF, valendo então a regra do Art. 192 da
O pagamento dos salários até o 5º dia útil do mês subseqüente ao vencido não CLT).
está sujeito à correção monetária. Se essa data limite for ultrapassada, incidirá o Graus, de acordo com a nocividade: Mínimo (10%), Médio (20%) e Máximo
índice da correção monetária do mês subseqüente ao da prestação dos serviços, (40%)
a partir do dia 1º.
Súmula nº 47 do TST
7.9. Atraso no pagamento do Salário: Art. 459 da CLT  Até o quinto dia útil INSALUBRIDADE
do mês subsequente ao vencido. O trabalho executado em condições insalubres, em caráter intermitente, não
7.10. Regras de proteção ao salário: afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional.
7.10.1. Irredutibilidade salarial: Art. 7º, VI da CF/88  Só é
admitida a redução de salário com a assistência do sindicato e, Súmula nº 80 do TST
portanto, por meio de norma coletiva. INSALUBRIDADE
OBS: Art. 503 da CLT  EXCEÇÃO! A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos protetores
7.10.2. Impenhorabilidade: Art. 833, IV do CPC/2015  aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo exclui a percepção do
COMPORTA EXCEÇÃO: O salário pode ser penhorado no caso de dívida respectivo adicional.
alimentar (limite de 50%) e, em outros casos, quando o valor líquido do
salário for superior a 50 salários mínimos. Súmula nº 139 do TST
7.10.3. Intangibilidade: Art. 462 da CLT  É vedada a realização ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
de descontos no salário do empregado. COMPORTA EXCEÇÃO: § 1º = Em Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para
caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito desde que todos os efeitos legais.
isto tenha sido acordado previamente ou na ocorrência de dolo.
7.11. Pagamento de comissões: As comissões são valores variáveis de
8.4. Adicional de Periculosidade: Art. 7º, XXIII, da CF/88  Devido quando o
salário, podendo ser pagas de forma indireta ou direta. Integram o
trabalhador é exposto em risco acentuado, de forma permanente ou
salário, por força do Art. 457, § 1º.
intermitente, a inflamáveis, explosivos, energia elétrica, roubos ou
outras espécies de violência física em atividades profissionais de
8. ADICIONAIS LEGAIS:
segurança pessoal ou patrimonial, ou quando o trabalho consiste em
8.1. Adicional de Hora Extra: Art. 7º, XVI da CF/88  Assegura remuneração
condução de motocicleta. Art. 193 da CLT.
do serviço extraordinário superior à jornada de trabalho regular em, no
Base de cálculo: Salário-base do empregado.
mínimo, 50% a mais do que a remuneração do serviço executado na
Grau: Único (30%).
hora normal.
OBS: Art. 62, II e Parágrafo Único da CLT  gerentes recebem HE se sua
Súmula nº 39 do TST
remuneração, compreendendo a gratificação, for inferior ao valor do
PERICULOSIDADE (mantida)
salário acrescido de 40%.
Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao adicional de
8.2. Adicional Noturno: Art. 7º, X da CF/88  O horário noturno de trabalho,
periculosidade (Lei nº 2.573, de 15.08.1955).
para o trabalhador urbano, se dá entre 22h e 5h, e a hora noturna é
reduzida ao tempo de 52 min e 30 seg (o que faz o trabalho neste
horário completar 8 horas noturnas fictas). Deve ser remunerado com Súmula nº 132 do TST
adicional de 20% por força do Art. 73 da CLT. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INTEGRAÇÃO
I - O adicional de periculosidade, pago em caráter permanente, integra o cálculo
Súmula nº 60 do TST de indenização e de horas extras (ex-Prejulgado nº 3).
ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO II - Durante as horas de sobreaviso, o empregado não se encontra em condições
DIURNO de risco, razão pela qual é incabível a integração do adicional de periculosidade
I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado sobre as mencionadas horas.
para todos os efeitos.
II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, Súmula nº 361 do TST
devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ELETRICITÁRIOS. EXPOSIÇÃO INTERMITENTE
5º, da CLT. O trabalho exercido em condições perigosas, embora de forma intermitente, dá
direito ao empregado a receber o adicional de periculosidade de forma integral,
IMPORTANTE: A hora noturna do trabalhador rural é disposta na Lei nº porque a Lei nº 7.369, de 20.09.1985, não estabeleceu nenhuma proporcionalidade
5.889/1973. Para o serviço na lavoura, o horário noturno se dá entre 21h em relação ao seu pagamento.
e 5h. Já para o serviço pastoril, se dá entre 20h e 4h. Em ambos os
casos, o adicional mínimo é de 25%. Súmula nº 364 do TST
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL, PERMANENTE E
Exceções: Portuários (Entre 19h e 7h, de 60 min – OJ nº 60 da SDI-1 do INTERMITENTE
TST) e Advogados (Entre 20h e 5h, adicional de no mínimo 25% - Art. 20, I - Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto
§ 3º da Lei nº 8.906/94). permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco.
8.3. Adicional de Insalubridade: Art. 7º, XXIII, da CF/88  Devido quando o Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado
trabalhador é exposto a agentes químicos, físicos ou biológicos nocivos o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido.
à sua saúde acima dos níveis de tolerância fixados pelas NR’s do MTE. II - Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho fixando
Arts. 189 a 192 da CLT. o adicional de periculosidade em percentual inferior ao estabelecido em lei e
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
53
proporcional ao tempo de exposição ao risco, pois tal parcela constitui medida de O rendimento de Plínio, oito meses após a promoção, deixou de ser satisfatório,
higiene, saúde e segurança do trabalho, garantida por norma de ordem pública por questões pessoais. Em decorrência disso, a empresa retirou de Plínio a
(arts. 7º, XXII e XXIII, da CF e 193, §1º, da CLT). função gerencial e ele voltou à função que exercia antes, deixando de receber a
gratificação de função. Diante disso, assinale a afirmativa correta.
Súmula nº 447 do TST A) O cargo que Plínio passou a ocupar não era de confiança, razão pela qual a
SÚMULA Nº 447 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PERMANÊNCIA A BORDO DURANTE O alteração contratual equivale a rebaixamento, sendo, portanto, ilícita.
ABASTECIMENTO DA AERONAVE. INDEVIDO. B) O cargo que Plínio passou a ocupar era de confiança, porém não poderia haver
Os tripulantes e demais empregados em serviços auxiliares de transporte aéreo o retorno ao cargo anterior com a perda da gratificação de função, razão pela
que, no momento do abastecimento da aeronave, permanecem a bordo não têm qual a alteração contratual equivale a rebaixamento, sendo, portanto, ilícita.
direito ao adicional de periculosidade a que aludem o art. 193 da CLT e o Anexo 2, C) O cargo que Plínio passou a ocupar era de confiança, e a reversão ao cargo
item 1, "c", da NR 16 do MTE. efetivo foi lícita, mas não a perda da remuneração, pois equivale a diminuição
salarial, o que é constitucionalmente vedado.
8.5. Adicional de Transferência: Quando o empregado é transferido D) O cargo que Plínio passou a ocupar era de confiança, razão pela qual se
provisoriamente de uma para outra localidade de trabalho, tem direito admite a reversão ao cargo anterior, sendo lícita a perda da gratificação de
a adicional de 25% sobre o salário, por força do Art. 469, § 3º da CLT. O função.
TST entende que este adicional constitui salário condicional e, enquanto
pago, deve ser computado no salário para fins de cálculo das férias e 3) Solange é comissária de bordo em uma grande empresa de transporte aéreo e
do 13º salário (Art. 457, § 1º da CLT). ajuizou reclamação trabalhista postulando adicional de periculosidade, alegando
que permanecia em área de risco durante o abastecimento das aeronaves
porque ele era feito com a tripulação a bordo. Iracema, vizinha de Solange,
IMPORTANTE: ADICIONAL DE ACOMPANHAMENTO EM VIAGEM DO EMPREGADO
trabalha em uma unidade fabril recebendo adicional de insalubridade, mas, após
DOMÉSTICO: Art. 11 da Lei Complementar nº 150/2015  Adicional mínimo de 25%
cinco anos, sua atividade foi retirada da lista de atividades insalubres, por ato da
sobre a hora normal. Esse adicional pode, mediante acordo entre as partes, ser
autoridade competente. Sobre as duas situações, segundo a norma de regência e
convertido em tempo equivalente (1/4 de hora) a se computar no banco de horas
o entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta.
do empregado.
A) Solange não tem direito ao adicional de periculosidade e Iracema perderá o
OBS: Esse acompanhamento em viagem deve ser precedido de acordo escrito
direito ao adicional de insalubridade.
entre as partes.
B) Solange tem direito ao adicional de periculosidade e Iracema manterá o
adicional de insalubridade por ter direito adquirido.
OJ 159 DA SDI-I. DATA DE PAGAMENTO. SALÁRIOS. ALTERAÇÃO. C) Solange não tem direito ao adicional de periculosidade e Iracema manterá o
Diante da inexistência de previsão expressa em contrato ou em instrumento direito ao adicional de insalubridade.
normativo, a alteração de data de pagamento pelo empregador não viola o art. D) Solange tem direito ao adicional de periculosidade e Iracema perderá o direito
468, desde que observado o parágrafo único, do art. 459, ambos da CLT. ao adicional de insalubridade.

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES 4) Flávio trabalhou na sociedade empresária Sul Minas Ltda., e recebia R$
1.500,00 mensais. Além disso, desfrutava de plano de saúde custeado
1) Jorge era caixa bancário e trabalhava para o Banco Múltiplo S/A. Recebia integralmente pela empregadora, no valor de R$ 500,00. Em sede de ação
salário fixo de R$ 4.000,00 mensais. Além disso, recebia comissão de 3% sobre trabalhista, Flávio pede a integração do valor à sua remuneração. Com base na
cada seguro de carro, vida e previdência oferecido e aceito pelos clientes do hipótese apresentada, na qualidade de advogado da sociedade empresária,
Banco, o que fazia concomitantemente com suas atividades de caixa, assinale a afirmativa correta.
computando-se o desempenho para suas metas e da agência. Os produtos em A) A contestação deverá aduzir apenas que o plano de saúde não tem caráter de
referência não eram do banco, mas, sim, da Seguradora Múltiplo S/A, empresa do contraprestação, sendo concedido como ferramenta de trabalho, por isso não
mesmo grupo econômico do empregador de Jorge. integra a remuneração.
Diante disso, observando o entendimento jurisprudencial consolidado do TST, bem B) A contestação deverá sustentar a inexistência de caráter remuneratório do
como as disposições da CLT, assinale a afirmativa correta. benefício, o que está expressamente previsto em lei.
A) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a remuneração C) A contestação deverá alegar que as verbas rescisórias foram pagas
de Jorge, por se tratar de liberalidade. observando o reflexo do valor do plano de saúde.
B) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a remuneração D) A contestação deverá alegar apenas que a possibilidade de o empregado
de Jorge, porque relacionados a produtos de terceiros. continuar com o plano de saúde após a ruptura do contrato retira do mesmo o
C) Os valores recebidos a título de comissão devem integrar a remuneração de caráter remuneratório.
Jorge.
D) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a remuneração 9. ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
de Jorge, uma vez que ocorreram dentro do horário normal de trabalho, para o 9.1. Previsão Legal: Arts. 468 da CLT a 470 da CLT  A regra é não
qual Jorge já é remunerado pelo banco. alterar o contrato de trabalho (pacta sunt servanda). Entretanto, se alterado,
deve ser de mútuo consentimento e à luz do princípio da inalterabilidade
2) Plínio foi contratado, em 30/11/2017, como auxiliar administrativo de uma contratual lesiva.
fábrica de motores. Graças ao seu ótimo desempenho, foi promovido, passando a OBS.: Via de regra, as alterações ocorrem nas condições de trabalho ou no local
gerente de operações, cargo dispensado do registro de horário, com padrão da prestação do serviço.
salarial cinco vezes mais elevado que o cargo efetivo imediatamente abaixo. 9.2. Alterações nas condições do trabalho: devem ocorrer com mútuo
Plínio era o responsável pela empresa, apenas enviando relatório mensal à consentimento, sem prejuízos ao obreiro  Art. 468, caput da CLT. Pequenas
diretoria. Em razão da nova função, Plínio passou a receber uma gratificação alterações unilaterais nas condições de trabalho são válidas (jus variandi do
equivalente a 50% do salário básico recebido na função anteriormente exercida. empregador).
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM
54
OJ 159 DA SDI-I. DATA DE PAGAMENTO. SALÁRIOS. ALTERAÇÃO. 10. SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
Diante da inexistência de previsão expressa em contrato ou em instrumento 10.1. Definição: Durante o contrato de trabalho, irão surgir algumas
normativo, a alteração de data de pagamento pelo empregador não viola o art. situações em que a prestação do serviço pode ser interrompida ou suspensa. Ou
468, desde que observado o parágrafo único, do art. 459, ambos da CLT. seja: não haverá prestação de serviço, mas o contrato de trabalho não será
9.2.1. Por força dos §§ 1º e 2º do Art. 468 da CLT, a reversão do extinto.
cargo de confiança é uma alteração unilateral válida (cai a Súmula 372 do C.TST). 10.2. Entretanto, ao empregado afastado do emprego, seja por interrupção
9.3. Alteração no local da prestação do serviço: Vale a mesma regra: deve ou por suspensão, são asseguradas, por ocasião de sua volta, todas as vantagens
ocorrer com mútuo consentimento, sem prejuízo ao obreiro (Art. 469, caput, da que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na
CLT). É vedada a transferência sem a anuência do empregado, salvo quando empresa  Art. 471 da CLT.
ocorrer extinção do estabelecimento em que ele trabalha (§2º). 10.3. Diferença entre interrupção e suspensão: Na interrupção, há a
9.3.1. O § 1º do Art. 469 da CLT deixa evidente que os suspensão do serviço sem prejuízo da remuneração. Já na suspensão, há a
trabalhadores que exercem cargo de confiança e aqueles que ocupam cargos suspensão do serviço e o empregado também tem a suspensão temporária da
cujos contratos tenham a transferência como condição implícita ou explícita, não sua remuneração.
estão compreendidos na proibição do artigo. Entretanto, é requisito essencial se 10.4. Casos híbridos: Prestação de serviço militar (art. 472, §§ 3º a 5º da
comprovar a real necessidade relativamente ao serviço. CLT), auxílio-doença por acidente de trabalho (art. 15, § 5º da Lei nº 8.036/90),
9.3.2. Transferência provisória: O empregado terá direito à 25% licença à gestante (art. 28, IV, do Decreto nº 99.684/90) e eleição do empregado à
de adicional de transferência  Art. 469, § 3º da CLT. cargo de direção da sociedade empresarial (art. 16 da Lei nº 8.036/90 e art. 29 do
9.3.3. Transferência definitiva: Na hipótese de mudança de Decreto nº 99.684/90.
domicílio do empregado, as despesas correm por conta do empregador  Art. 10.5. Hipóteses de interrupção e de suspensão contratual  Capítulo IV da
470 da CLT. CLT (vide tabela simplificada abaixo)

HIPÓTESES DE INTERRUPÇÃO PREVISÃO LEGAL


Repouso semanal remunerado Art. 7º, XV, da CF e Lei nº 605/49
Repouso em feriados Lei nº 605/49
Férias anuais remuneradas Art. 7º, XVII, da CF e art. 129 da CLT
Falta abonada Art. 131, IV, da CLT

Falta em até dois dias consecutivos, justificada pelo falecimento de cônjuge, ascendente,
Art. 473, I, da CLT
descendente, irmão ou dependente que viva sob sua dependência econômica

Falta por até um dia, em cada doze meses, para doação de sangue Art. 473, IV, da CLT
Falta por até dois dias consecutivos em virtude de casamento Art. 473, II, da CLT
Falta por cinco dias do pai, em virtude de nascimento de filho Art. 7º, XIX, da CF e art. 10, § 1º, do ADCT
Falta por até dois dias, consecutivos ou não, para alistamento eleitoral Art. 473, V da CLT e art. 48 da Lei nº 4.737/65
Falta ao trabalho para o cumprimento das obrigações de reservista Art. 473, VI da CLT e art. 65, c, da Lei nº 4.375/64
Faltas necessárias à prestação do exame vestibular visando ao ingresso em estabelecimento
Art. 473, VII, da CLT
de ensino superior
Ausência ao trabalho pelo tempo indispensável ao comparecimento em juízo, como parte ou
Art. 473, VIII, da CLT e Art. 822 da CLT
testemunha
Licença remunerada Art. 133, II da CLT
Interrupção da atividade empresarial Art. 133, III, da CLT
O tempo de intervalo intrajornada excedente do limite legal, sem autorização contratual Súmula 118 do TST
Afastamento para o exercício da atividade de conciliador do representante dos empregados
Art. 625-b, § 2º da CLT
na comissão de conciliação prévia
Período de aviso prévio indenizado Art. 487, § 1º da CLT
Ausência por até dois dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares
Art. 473, X, da CLT
durante o período da gravidez de esposa ou companheira
Ausência por um dia para acompanhar filho de até seis anos em consulta médica Art. 473, XI, da CLT

HIPÓTESES DE SUSPENSÃO PREVISÃO LEGAL


Afastamento por exigência de encargo público Art. 472 da CLT
Suspensão disciplinar por até 30 dias Art. 474 da CLT
Aposentadoria por invalidez, enquanto assim se configurar e por tempo indefinido
Art. 475 e § 1º da CLT, Súmula 160 do TST
Suspensão para qualificação profissional, mediante autorização em norma coletiva e prévio
consentimento do trabalhador, por período de 2 a 5 meses Art. 476-A da CLT
Ausência de trabalho em razão de greve, salvo a previsão de direito ao salário em norma
coletiva ou arbitral Art, 7º da Lei nº 7.783/89
Ausência ao trabalho em razão do desempenho de cargo de direção ou representação
sindical, salvo assentimento da empresa ou cláusula em contrato ou norma coletiva que
mantenham a obrigação de o empregador pagar o salário Art. 543, § 2º, da CLT
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

55
11. GARANTIA DE EMPREGO – ESTABILIDADE PROVISÓRIA: Súmula nº 378 do TST
11.1. Conceito: É uma limitação ao poder do empregador de dispensar ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA LEI Nº 8.213/1991.
um empregado sem justo motivo, para que se protejam interesses ou valores. I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à
Pode ser prevista em norma estatal e também em convenção coletiva de estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-
trabalho, no regulamento de empresa ou em qualquer outra fonte do direito do doença ao empregado acidentado.
trabalho, inclusive no contrato individual. II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior
11.1.1. Estabilidade Sindical: Art. 8º, VIII, CF/88 e 543, §3º, CLT a 15 dias e a conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se
 Tem duração do registro da candidatura até 1 ano após o término do constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de
mandato, se estendendo ao titular e ao suplente. É vedada a dispensa causalidade com a execução do contrato de emprego.
imotivada, salvo se cometer falta grave, que deve ser apurada em inquérito III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado
judicial (art. 494 e 853 da CLT). goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho
prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91.
Súmula nº 379 do TST
DIRIGENTE SINDICAL. DESPEDIDA. FALTA GRAVE. INQUÉRITO JUDICIAL. 11.1.5. Outras hipóteses: Membros de Comissão de Conciliação
NECESSIDADE. Prévia eleitos pelos empregados, Membro do Conselho Curador do FGTS,
O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a Empregado eleito Diretor de Cooperativa, Membro do CNPS, Período Pré-
apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT. Eleitoral (Adm. Pública), Membros da Comissão de Representantes dos
Trabalhadores na Empresa e Portadores de doenças graves (Súmula 443 do
11.1.2. Estabilidade dos membros da CIPA: Art. 10, II, “a”, ADCT TST!).
e Art. 165, CLT  Tem duração do registro da candidatura até 1 ano após o
término do mandato, e se estende apenas aos membros eleitos pelos Súmula nº 443 do TST
empregados. É vedada apenas a dispensa arbitrária, que não se funde em DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO PORTADOR DE DOENÇA
motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO À REINTEGRAÇÃO.
Presume-se discriminatória a despedida de empregado portador do vírus HIV
Súmula nº 339 do TST ou de outra doença grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato, o
CIPA. SUPLENTE. GARANTIA DE EMPREGO. CF/1988. empregado tem direito à reintegração no emprego.
I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a",
do ADCT a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988. 11.2. Despedida do empregado estável: Art. 500 da CLT  A regra é que
II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas a estabilidade é irrenunciável. Entretanto, se o empregado pedir demissão
garantia para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de torna-se válida desde que seja homologada pelo Sindicato, Ministério do
ser quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica Trabalho ou pela Justiça do Trabalho. A demissão por justa causa também é
a despedida arbitrária, sendo impossível a reintegração e indevida a permitida, conforme citamos nos exemplos anteriores.
indenização do período estabilitário. 11.3. Reintegração: Art. 495 da CLT  Não havendo justo motivo, a
empresa não poderá demitir o empregado, sob pena de reintegrá-lo por força
11.1.3. Estabilidade da gestante: Art. 10, II, “b”, ADCT  Tem de determinação judicial.
duração da confirmação da gravidez até 5 meses após o parto. É vedada a OBS1: Caso o empregado não responda ao chamado de reintegração, após 30
dispensa arbitrária e sem justa causa. Válida para contratos por tempo dias a empresa poderá configurar o abandono de emprego, devendo proceder
determinado, indeterminado, e no caso de descoberta no curso do aviso prévio. ao pagamento das Verbas Rescisórias, se cabíveis.
OBS2: A empresa que comunicar o desligamento sem justa causa do empregado
Súmula nº 244 do TST que tenha garantia de emprego, percebendo o equívoco antes da homologação,
GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA poderá anular o aviso, comunicando (formalmente) ao empregado que retorne
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o às suas atividades normais.
direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" 11.3.1. Conceito: Retorno do empregado ao serviço, com o
do ADCT). ressarcimento do período de inexecução contratual, como se a relação de
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der emprego não tivesse sofrido solução de continuidade. Pode ocorrer
durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos extrajudicialmente ou judicialmente.
salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. 11.4. Direito à indenização: Art. 496 da CLT  O período de estabilidade
III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. pode ser convertido em indenização equivalente ao período, devendo ser pagos
10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, todas as verbas decorrentes do contrato de trabalho. Quando a reintegração
mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. for desaconselhável, dado o grau de incompatibilidade resultante do dissídio, o
TRT poderá converter em indenização equivalente.
11.1.4. Estabilidade acidentária: Art. 118 da Lei n. 8.213/91  11.5. Demissão por justa causa: Art. 493 e 494 da CLT  O empregado
Tem duração de 12 meses, a contar do final do auxílio-doença acidentário. É acusado de falta grave, nos termos do Art. 482 da CLT, poderá ser suspenso de
vedada a dispensa arbitrária e sem justa causa. Válida para contratos por sua função, mas a despedida só será efetiva após o inquérito e verificação da
tempo determinado, indeterminado, e no caso de ocorrência no curso do aviso procedência da acusação.
prévio. 11.6. Caso de extinção da empresa: Art. 497 e 498 da CLT 
OBS: Afastamento do trabalho maior que 15 dias. Extinguindo-se a empresa, sem a ocorrência de motivo de força maior, ao
empregado estável despedido é garantida a indenização por rescisão do
contrato por prazo indeterminado, paga em dobro.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

56
Súmula nº 396 do TST danoso. Em razão disso, teve a perda da sua habilitação determinada pela
ESTABILIDADE PROVISÓRIA. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO. CONCESSÃO DO SALÁRIO autoridade competente. O empregador procura você, como advogado(a),
RELATIVO AO PERÍODO DE ESTABILIDADE JÁ EXAURIDO. INEXISTÊNCIA DE afirmando que não há vaga disponível para Gerson em outra atividade na
JULGAMENTO "EXTRA PETITA" empresa e desejando saber o que dever. fazer para solucionar a questão da
I - Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas os maneira mais econômica e em obediência às normas de regência.
salários do período compreendido entre a data da despedida e o final do Diante desta situação e dos termos da CLT, assinale a
período de estabilidade, não lhe sendo assegurada a reintegração no emprego. afirmativa correta.
II - Não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que deferir A) O contrato de Gerson deverá ser suspenso.
salário quando o pedido for de reintegração, dados os termos do art. 496 da B) O empregador deverá interromper o contrato de Gerson.
CLT. C) O contrato do empregado deverá ser rompido por justa causa.
D) A empresa deverá dispensar Gerson sem justa causa.
12. FGTS:
12.1. Definição: Substituiu a estabilidade decenal prevista no Artigo 492 3) Rogéria, balconista na empresa Bolsas e Acessórios Divinos Ltda.,
da CLT. É uma espécie de poupança do trabalhador. O empregador tem o dever candidatou-se em uma chapa para a direção do sindicato dos comerciários do
de realizar o depósito mensal de 8% do salário de seu empregado na conta seu Município, sendo eleita posteriormente. Contudo, o sindicato não comunicou
vinculada ao contrato de trabalho. A Lei que dispõe sobre o FGTS é a o registro da candidatura, eleição e posse da empregada ao empregador.
8.093/1990. Durante o mandato de Rogéria, o empregador a dispensou sem justa causa e
12.2. Saque do FGTS: Ao empregado que tem dissolvido o seu contrato é com cumprimento do aviso
assegurado o direito a sacar o saldo existente em sua conta vinculada quando prévio. Rogéria, então, enviou um e-mail dando-lhe ciência dos fatos, mediante
há: prova documental. Apesar das provas, a empresa não aceitou suas razões e
12.3.1. Dispensa sem justa; ratificou o desejo de romper o contrato de trabalho. Sobre o caso narrado, de
12.3.2. Rescisão Indireta; acordo com a jurisprudência do TST, assinale a afirmativa correta.
12.3.3. Cessação do contrato por culpa recíproca; A) Rogéria tem garantia no emprego, já que a comunicação, apesar de fora do
12.3.4. Cessação do contrato por força maior; prazo legal, foi feita na vigência do contrato.
12.3.5. Extinção da empresa ou fechamento de um estabelecimento; B) O sindicato não observou o prazo legal para comunicação, motivo pelo qual
12.3.6. Aposentadoria; a dispensa não pode ser considerada ilícita nem discriminatória, prevalecendo
12.3.7. Falecimento do trabalhador; a ruptura.
12.3.8. Extinção normal do contrato a termo; C) A jurisprudência é omissa, razão empregador aceitar ou não a comunicação.
12.3.9. Declaração de nulidade do contrato por admissão de servidor D) É irrelevante que a comunicação da eleição tenha sido feita, já que a
público sem concurso. responsabilidade do empregador é objetiva.
12.3. Multa Rescisória: Art. 10, I, do ADCT  O empregador que dispensar
um empregado sem justa, deve depositar na conta vinculada uma multa de 4) Paulo, empregado de uma empresa siderúrgica, é portador do vírus HIV.
40% sobre o saldo dos depósitos do FGTS no ato da rescisão. Tomando conhecimento dessa notícia, o empregador o dispensou
OBS1: Na hipótese de cessação do contrato por resilição bilateral, por culpa imotivadamente e pagou todas as verbas rescisórias. No momento da dispensa,
recíproca ou força maior, a indenização sobre o montante é devida, mas à o chefe de Paulo afirmou que a dispensa somente ocorreu em razão de sua
metade (20%). doença, apesar de ser um excelente profissional. Paulo, inconformado, ajuizou
OBS2: Na hipótese da cessação do contrato por resilição bilateral, apenas 80% ação trabalhista para resguardar o seu direito.
do FGTS é liberado em favor do empregado. No caso, se o pedido for julgado procedente, Paulo tem direito a:
A) ser reintegrado.
B) ser readmitido.
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
C) receber apenas os salários do período de afastamento.
D) receber apenas indenização por dano moral.
1) Em uma grande empresa que atua na prestação de serviços de
telemarketing e possui 250 funcionários, trabalham as empregadas listadas a
5) Os empregados da empresa Calçados Ribeiro Ltda. Decidem entrar em greve
seguir: Alice, que foi contratada a título de experiência, e, um pouco antes do
para reivindicar aumento de salário. A greve foi deliberada e votada em
término do seu contrato, engravidou; Sofia, que foi contratada a título
assembleia convocada apenas para tal, tendo o empregador sido comunicado
temporário, e, pouco antes do termo final de seu contrato, sofreu um acidente
com 48 horas de antecedência acerca do movimento paredista. Durante a
do trabalho; Larissa, que foi indicada pelo empregador para compor a CIPA da
greve, de acordo com a Lei,
empresa; Maria Eduarda, que foi eleita para a comissão de representantes dos
A) os contratos de trabalho ficarão interrompidos.
empregados, na forma da CLT alterada pela Lei nº 13.467/17 (reforma
B) não há uma diretriz própria, na medida em que a Lei é omissa a respeito,
trabalhista).
cabendo ao Judiciário decidir.
Diante das normas vigentes e do entendimento consolidado do TST, assinale a
C) o empregador pode contratar imediatamente substitutos para o lugar dos
opção que indica as empregadas que terão garantia no emprego.
grevistas.
A) Sofia e Larissa, somente.
D) os contratos de trabalho ficarão suspensos.
B) Alice e Maria Eduarda, somente.
C) Alice, Sofia e Maria Eduarda, somente.
D) Alice, Sofia, Larissa e Maria Eduarda.

2) Gerson Filho é motorista rodoviário e trabalha na sociedade empresarial


Viação Canela de Ouro Ltda. No dia 20 de agosto de 2018, ele se envolveu em
grave acidente automobilístico, sendo, ao final da investigação, verificado que
Gerson foi o responsável pelo sinistro, tendo atuado com dolo no evento
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

57
10. DURAÇÃO DO TRABALHO Obs.: Não é exclusiva da classe ferroviária, de acordo com
10.1. Conceito: O conceito de duração do trabalho compreende o tempo a jurisprudência. Salário-hora contado à razão de 2/3 do
durante o qual o empregado disponibiliza a sua força de trabalho e, salário-hora normal.
também, o tempo de descanso (necessário à recomposição da força 10.2.6. Tempo de sobreaviso: Difere do tempo de prontidão por o
física e mental), e de dedicação ao lazer, a outras atividades e à trabalhador não precisar permanecer nas dependências da
interação social. empresa a aguardar ordens, pois as aguarda em sua própria
10.2. Jornada de trabalho: Compreende as horas e frações de hora que o residência  Art. 244, § 2º, da CLT. Salário-hora contado à 1/3
empregador deverá considerar no momento de calcular a do salário-hora normal.
remuneração do trabalhador (Art. 58, da CLT). São os critérios gerais
para esse cálculo: Súmula nº 428 do TST
10.2.1. Tempo de efetivo trabalho: Tempo em que o empregado executa SOBREAVISO APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT
as tarefas determinadas pelo empregador  Art. 4º e Art. 6º, I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela
p.u., da CLT. empresa ao empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso.
OBS1: O estabelecimento comercial que tenha mais de 10 II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a
funcionários é obrigado a exigir o registro de ponto  Art. 74, controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer
§§ 2º e 3º, da CLT. em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o
chamado para o serviço durante o período de descanso.
Súmula nº 338 do TST
JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA 10.2.7. Tempo de intervalo especial: Sempre que a norma estatal ou
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o coletiva inclui um intervalo na jornada a ser remunerada,
registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não- estamos a tratar de um critério especial de fixação da jornada
apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção de trabalho. Ex: Intervalo do empregado de mecanografia (Art.
relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por 72, da CLT / Súmula 346 do TST); Intervalo do trabalhador em
prova em contrário. ambientes artificialmente frios (Art. 253, da CLT / Súmula 438 do
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em TST).
instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. 10.3. Jornada extraordinária: Quando inexiste lei, acordo coletivo ou
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída convenção coletiva de trabalho que assegure jornada menor, o
uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, empregado não pode laborar além da 8ª hora diária e da 44ª hora
relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a semanal, salvo em regime de compensação de jornada  Art. 7º, XIII,
jornada da inicial se dele não se desincumbir. da CRFB/88 e Art. 61, da CLT.
OBS1: A CRFB/88 não veda a contratação de horas extras à luz do Art.
OBS2: O registro de ponto do empregado doméstico é OBRIGATÓRIO 59, da CLT.
por força do Art. 12, da Lei Complementar nº 150/2015. OBS2: O regime de horas extras, por força do Art. 12 da L.C. nº
10.2.2. Tempo à disposição do empregador: Tempo em que o empregado 150/2015, se aplica aos empregados domésticos.
aguarda para executar as diretrizes firmadas pelo empregador 10.4. Jornadas normais reduzidas: Havendo jornada reduzida, o tempo que
 Exceções no Art. 4º, § 2º, da CLT. a exceder deverá ser remunerado com o adicional de 50%. Ex:
Bancários (Art. 244, da CLT), Advogados (Art. 20, da Lei nº 8.906/94),
Súmula nº 366 do TST etc.
CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE ANTECEDEM E 10.5. Regime de tempo parcial: Por força do Art. 852-A, da CLT, é permitida
SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO. Não serão descontadas nem computadas a contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à
como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não previsão constitucional de oito horas diárias ou quarenta e quatro
excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos semanais, com o pagamento do piso salarial ou salário mínimo
diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade proporcional ao tempo trabalhado. Ou seja: Em qualquer
do tempo que exceder a jornada normal, pois configurado tempo à disposição circunstância é assegurado ao trabalhador em regime parcial o
do empregador, não importando as atividades desenvolvidas pelo empregado salário-hora pago aos empregados que, na mesma função, cumprem
ao longo do tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal, etc). jornada integral  Art. 58-A, § 1º da CLT.
10.6. Compensação de jornadas: A única hipótese em que o labor prestado
10.2.3. Tempo de deslocamento residência-trabalho-residência: As além da oitava hora não deve ser remunerado com o adicional de
horas in intinere não são mais computadas na jornada de 50% é aquela em que se dá a compensação de jornada (banco de
trabalho enquanto tempo à disposição do empregador  Art. 58, horas)  Art. 59, §§ 2º e 5º, da CLT.
§ 2º, da CLT, salvo quando o local de trabalho for de difícil OBS1: O banco de horas pode ser instituído por acordo (individual ou
acesso ou não servido por transporte público regular. coletivo) ou convenção coletiva de trabalho  Art. 59, §§ 2º, 5º e 6º,
10.2.4. Tempo de afastamento justificado da atividade laborativa: da CLT.
Lembrar das hipóteses de interrupção do contrato de trabalho OBS2: Havendo banco de horas, o Art. 52, § 2º, da CLT, não permite que
 Se o afastamento é justificado, o empregado tem o direito à seja excedida, no período máximo de um ano, a soma das jornadas
remuneração do período. semanais de trabalho previstas, nem que seja ultrapassado o limite
10.2.5. Tempo de prontidão: É um regime de trabalho especial onde o máximo de dez horas diárias.
trabalhador não executa tarefas por todo o tempo, mas se OBS3: Se o contrato de trabalho for finalizado e existirem horas
submete a um regime especial que tem em vista a realização de acumuladas no banco, estas deverão ser percebidas como horas-
serviços imprevistos ou a substituição de empregados faltosos extras, com o adicional mínimo de 50%, ao momento do pagamento
 Art. 244, § 3º, da CLT. das verbas rescisórias  Art. 59, § 3º, da CLT.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

58
QUADRO-RESUMO 10.11.1. Período aquisitivo: A cada ano de trabalho completo para uma
mesma empresa, adquire-se o direito a 30 dias de férias
TIPO DE COMPENSAÇÃO HIPÓTESE DE CABIMENTO acrescidas do terço constitucional.
Acordo individual (não 10.11.2. Período concessivo: As férias serão concedidas, por ato do
ACORDO DE PRORROGAÇÃO necessariamente escrito), empregador, em um só período, nos doze meses subsequentes à
ou por negociação coletiva data em que o empregado tiver adquirido o direito  Art. 134, da
 Art. 59, caput, da CLT. CLT.
BANCO DE HORAS ANUAL Somente por negociação
coletiva  Art. 59, § 2º da Súmula nº 450 do TST
CLT. FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA. PAGAMENTO FORA DO PRAZO. DOBRA DEVIDA.
BANCO DE HORAS Por acordo individual ARTS. 137 E 145 DA CLT.
SEMESTRAL escrito  Art. 59, § 5º da É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o terço
CLT. constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na
BANCO DE HORAS MENSAL Por acordo individual, época própria, o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art. 145 do
tácito ou escrito  Art. 5, mesmo diploma legal.
§ 6º da CLT.
10.11.3. Possibilidade de conversão em pecúnia: O empregado pode
10.7. Empregados excluídos do regime de horas-extras: Art. 62 da CLT  converter 1/3 de suas férias em abono pecuniário, devendo
Empregados em atividade externa, gerentes, empregados em regime manifestar esse desejo até quinze dias antes de se concluir o
de teletrabalho. período aquisitivo  Art. 143, § 1º, da CLT.
10.8. Jornada 12x36: É válida, em caráter excepcional, a jornada de 12h de 10.11.4. Fracionamento de férias: O empregado poderá fracionar as férias
trabalho por 36 de descanso, prevista em lei ou ajustava mediante em até 3 períodos, observando o disposto no § 1º do Art. 134, da
acordo (individual escrito ou coletivo) ou convenção coletiva de CLT.
trabalho  Art. 59-A, caput e parágrafo único, da CLT / Contraria a 10.11.5. Proporção em faltas injustificadas: Art. 130, da CLT:
Súmula 444 do TST. Até 5 faltas  30 dias
6 a 14 faltas  24 dias
ATENÇÃO: A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo 15 a 23 faltas  18 dias
de compensação de jornada e o banco de horas  Art. 59-B, da CLT. 24 a 32 faltas  12 dias
10.11.6. Férias Coletivas: Poderão ser concedidas férias coletivas a todos
10.9. Intervalos intrajornada e interjornada: os empregados de uma empresa, ou de determinados
10.9.1. Intrajornada: Art. 71, da CLT  É o intervalo para descanso e estabelecimentos ou setores da empresa, desde que observadas
alimentação durante a jornada de trabalho. as regras do Art. 139 da CLT.
 Jornada de até 4h: Não tem intervalo
 Jornada de 4 a 6h: 15 min 11. CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO:
 Jornada de mais de 6h: 1 ou 2 horas de intervalo. 11.1. Conceito: O contrato de trabalho é resilido quando se desfaz por
OBS1: Por força do Art. 611-A da CLT, o intervalo pode ser iniciativa das partes ou de uma delas. Regra geral, apenas os
reduzido para 30 min, caso disposto em acordo ou contratos por tempo indeterminado são resilidos. Entretanto, os
convenção coletiva de trabalho. contratos por tempo determinado também podem sofrer resilição.
OBS2: Cuidado com a Súmula 437 do TST  A partir da
vigência da Reforma Trabalhista, a supressão ou Súmula nº 212 do TST
concessão parcial do intrajornada gera pagamento da DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA
parcela com natureza indenizatória, e não mais salarial. O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a
Além disso, não se paga mais a hora completa, e sim o prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da
período suprimido  Art. 71, § 4º da CLT. continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao
10.9.2. Interjornada: Art. 66 da CLT  É o intervalo para descanso e empregado.
realização de atividades pessoais entre duas jornadas de
trabalho, que deverá ser de no mínimo, 11h consecutivas. 11.2. Aviso Prévio: Tem como finalidade evitar a surpresa na resilição do
10.10. Repouso Semanal Remunerado: Art. 7º, XV, da CRFB/88 / Art. 62 da CLT contrato de trabalho, possibilitando ao empregado tempo hábil para
 A folga em um dia da semana é direito indisponível e inviolável, se recolocar no mercado de trabalho, e ao empregador tempo hábil
mas a sua ocorrência deve ser, preferencialmente, aos domingos. para preencher o cargo vago  Art. 487, da CLT.
Somente os empregadores com autorização legal ou com permissão OBS: O Aviso Prévio integra o contrato de trabalho para todos os fins,
específica do MTE podem exercer atividade econômica aos domingos. inclusive para o pagamento das férias e baixa na CTPS.
OBS.: Se o RSR não for observado, deverá ser remunerado em dobro. COMPORTA EXCEÇÃO!
10.11. Férias: Compreendem o período do ano em que o trabalhador pode
intensificar o descanso e o convívio com a família e amigos. Segundo Súmula nº 369 do TST
o Art. 7º, XVII, da CRFB/88, devem ser remuneradas com pelo menos DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA.
1/3 a mais que o salário normal. O trabalhador deve ser avisado das [...] V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical
férias com, no mínimo, 30 dias de antecedência, mediante recibo, e durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a
receber a remuneração de férias até 2 dias antes do respectivo estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação
período. OBS: Art. 138, da CLT. das Leis do Trabalho.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

59
11.2.1. Prazo do Aviso Prévio: Pela CRFB/88, deve ser de no mínimo 30 RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
dias. Observar o disposto na Lei nº 12.506/2011, que trata da
proporcionalidade do aviso prévio  Ao aviso prévio serão 1) Em março de 2015, Lívia foi contratada por um estabelecimento comercial
acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma para exercer a função de caixa, cumprindo jornada de segunda-feira a sábado
empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um das 8h às 18h, com intervalo de 30 minutos para refeição. Em 10 de março de
total de até 90 (noventa) dias. 2017, Lívia foi dispensada sem justa causa, com aviso prévio indenizado,
11.2.2. Modalidades de aviso prévio: afastando-se de imediato. Em 30 de março de 2017, Lívia registrou sua
A – Indenizado: Quando o empregador não pré-avisa o candidatura a dirigente sindical e, em 8 de abril de 2017, foi eleita vice-
empregado da dispensa, deve pagar-lhe uma indenização de presidente do sindicato dos comerciários da sua região.
valor equivalente ao salário do período de aviso prévio  Art. Diante desse fato, Lívia ponderou com a direção da empresa que não seria
487, § 1º, da CLT. possível a sua dispensa, mas o empregador insistiu na manutenção da
B – Trabalhado: Quando o empregador pré-avisa, com pelo dispensa afirmando que o aviso prévio não poderia ser considerado para fins
menos 30 dias de antecedência, que o contrato de trabalho será de garantia no emprego. Sobre a hipótese narrada, de acordo com a CLT e com
extinto, o empregado cumpre o aviso prévio laborando o entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta.
normalmente. A) O período do aviso prévio é integrado ao contrato para todos os fins, daí
11.2.3. Redução da jornada no cumprimento do aviso prévio: Art. 488, da porque Lívia, que foi eleita enquanto o pacto laboral estava em vigor, não
CLT  Quando o empregador pré-avisa o empregado da poderá ser dispensada sem justa causa.
resilição contratual, o horário de trabalho, durante o período B) Não se computa o aviso prévio para fins de tempo de serviço nem anotação
do aviso, poderá ser reduzido em: a - 2 horas diárias sem na CTPS do empregado e, em razão disso, Lívia não terá direito à estabilidade
prejuízo do salário; b - em 7 dias corridos. Não ocorrendo a oriunda da eleição para dirigente sindical.
redução da jornada durante o curso do aviso, ele será C) O aviso prévio é computado para todos os fins, mas, como a candidatura da
considerado nulo. O empregador, portanto, deverá conceder empregada ocorreu no decorrer do aviso prévio, Lívia não terá garantia no
um novo aviso prévio ou indenizá-lo. emprego.
11.2.4. Indenização compensatória do aviso prévio pelo empregado: D) A Lei e a jurisprudência não tratam dessa situação especial, razão pela qual
Quando o empregado não concede o aviso prévio ao caberá ao magistrado, no caso concreto, decidir se o aviso prévio será
empregador, dá a este o direito de descontar os salários computado ao contrato.
correspondentes ao prazo do aviso prévio  Art. 487, § 2º, da
CLT. 2) Lúcio foi dispensado do emprego, no qual trabalhou de 17/11/2017 a
11.2.5. Reconsideração do aviso prévio: Art. 489, caput, da CLT  20/03/2018, por seu empregador. Na sociedade empresária em que trabalhou,
Concedido o aviso prévio, a rescisão só se torna efetiva depois Lúcio batia o cartão de ponto apenas no início e no fim da jornada efetiva de
de expirado o respectivo prazo. Se antes do termo final uma trabalho, sem considerar o tempo de café da manhã, de troca de uniforme (que
parte reconsiderar o ato, à outra parte é facultado aceitar ou consistia em vestir um jaleco branco e tênis comum, que ficavam na posse do
não a reconsideração. empregado) e o tempo em que jogava pingue-pongue após almoçar, já que o
11.2.6. Aviso prévio no contrato por prazo determinado: fazia em 15 minutos, e poderia ficar jogando até o término do intervalo integral.
a) Por parte do empregador: Ocorrendo a rescisão do Você foi procurado por Lúcio para, como advogado, ingressar com ação
contrato por prazo determinado pelo empregador, este pleiteando horas extras pelo tempo indicado no enunciado não constante dos
será obrigado a pagar ao empregado a metade da controles de horário. Sobre o caso, à luz da CLT, assinale a afirmativa correta.
remuneração a que teria direito até o término do A) Lúcio não faz jus às horas extras pelas atividades indicadas, pois as
contrato de trabalho  Art. 479, da CLT. mesmas não constituem tempo à disposição do empregador.
b) Por parte do empregado: Ocorrendo a rescisão do B) Lúcio faz jus às horas extras pelas atividades indicadas, pois as mesmas
contrato por prazo determinado pelo empregado, ele é constituem tempo à disposição do empregador, já que Lúcio estava nas
obrigado a pagar a indenização dos prejuízos causados dependências da empresa.
e devidamente comprovados pelo empregador  Art. C) Apenas o tempo de alimentação e café da manhã devem ser considerados
480, da CLT. como tempo à disposição, já que o outro representa lazer do empregado.
D) Apenas o tempo em que ficava jogando poderá ser pretendido como hora
Súmula nº 73 do TST extra, pois Lúcio não desfrutava integralmente da pausa alimentar.
DESPEDIDA. JUSTA CAUSA. A ocorrência de justa causa, salvo a de abandono de
emprego, no decurso do prazo do aviso prévio dado pelo empregador, retira do 3) Jorge trabalhou para a Sapataria Bico Fino Ltda., de 16/11/2017 a 20/03/2018.
empregado qualquer direito às verbas rescisórias de natureza indenizatória. Na ocasião realizava jornada das 9h às 18h, com 15 minutos de intervalo. Ao ser
dispensado ajuizou ação trabalhista, reclamando o pagamento de uma hora
Súmula nº 276 do TST. AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO. O direito ao integral pela ausência do intervalo, além dos reflexos disso nas demais
aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de parcelas intercorrentes do contrato de trabalho.
cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo Diante disso, e considerando o texto da CLT, assinale a afirmativa correta.
comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego. A) Jorge faz jus a 45 minutos acrescidos de 50%, porém sem os reflexos, dada
a natureza jurídica indenizatória da parcela.
B) Jorge faz jus a 45 minutos acrescidos de 50%, além dos reflexos, dada a
natureza jurídica salarial da parcela.
C) Jorge faz jus a uma hora integral acrescida de 50%, porém sem os reflexos,
dada a natureza jurídica indenizatória da parcela.
D) Jorge faz jus a uma hora integral acrescida de 50%, porém sem os reflexos,
dada a natureza jurídica salarial da parcela.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

60
4) Considerando a grave crise financeira que o país atravessa, a fim de evitar a D) Como apenas a questão religiosa era voluntária, somente essa não gera
dispensa de alguns funcionários, a metalúrgica Multiforte Ltda. pretende horário extraordinário.
suspender sua produção por um mês. O Sindicato dos Empregados da indústria
metalúrgica contratou você para, como advogado, buscar a solução para o 11. CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO (continuação):
caso. Segundo o texto da CLT, assinale a opção que apresenta a solução de 11.2. Hipóteses de rescisão contratual e respectivas parcelas devidas:
acordo mais favorável aos interesses dos empregados.
A) Implementar a suspensão dos contratos de trabalho dos empregados por 30 TIPOS DE RESCISÃO ENQUADRAMENTO LEGAL VERBAS RESCISÓRIAS DEVIDAS
dias, por meio de acordo individual de trabalho. Aviso Prévio, Saldo de Salário, 13º
B) Conceder férias coletivas de 30 dias. Salário proporcional, Férias
C) Promover o lockout. DEMISSÃO SEM Art. 477 da CLT / Art. 7º,
proporcionais e vencidas, Saque do
D) Implementar a suspensão dos contratos de trabalho dos empregados por 30 JUSTA CAUSA I, da CF/88
FGTS, Multa de 40%, Seguro
dias, por meio de acordo coletivo de trabalho. Desemprego, Banco de Horas.
DEMISSÃO POR Saldo de salário, férias vencidas e
5) Renato trabalha na empresa Ramos Santos Ltda. exercendo a função de Art. 482 da CLT
JUSTA CAUSA Banco de horas.
técnico de manutenção. De segunda a sexta-feira, ele trabalha das 8h às 17h, Saldo de salário, 13º Salário
com uma hora de almoço, e, aos sábados, das 8h às 12h, sem intervalo. Ocorre PEDIDO DE DEMISSÃO Art. 487, § 2º, da CLT proporcional, Férias proporcionais
que, por reivindicação de alguns funcionários, a empresa instituiu um culto e vencidas, Banco de Horas.
ecumênico toda sexta-feira, ao final do expediente, cujo comparecimento é
Metade do aviso prévio indenizado,
facultativo. O culto ocorre das 17h às 18h, e Renato passou a frequentá-lo.
saldo de salário, 13º proporcional,
Diante dessa situação, na hipótese de você ser procurado como advogado(a)
RESCISÃO BILATERAL Art. 484-A da CLT férias proporcionais e vencidas,
em consulta formulada por Renato sobre jornada extraordinária, considerando
Saque de 80% do saldo do FGTS,
o enunciado e a legislação trabalhista em vigor, assinale a afirmativa correta.
Multa de 20%, Banco de Horas.
A) Renato não faz jus a qualquer valor de horas extras.
Saldo de salário, Metade do Aviso
B) Renato tem direito a uma hora extra semanal, pois o culto foi instituído pela
Prévio, do 13º Salário proporcional
empregadora.
CULPA RECÍPROCA Art. 484 da CLT e das férias proporcionais, Férias
C) Renato tem direito a uma hora extra diária, de segunda a sexta-feira, em
vencidas integrais, Saque do FGTS,
razão do horário de trabalho das 8h às 17h.
Multa de 20% e Banco de Horas.
D) Renato tem direito a nove horas extras semanais, sendo cinco de segunda a
Aviso Prévio, Saldo de Salário, 13º
sexta-feira e mais as 4 aos sábados.
Salário proporcional, Férias
RESCISÃO INDIRETA Art. 483 da CLT proporcionais e vencidas, Saque do
6) Rita de Cássia é enfermeira em um hospital desde 10/01/2018, no qual
FGTS, Multa de 40%, Seguro
trabalha em regime de escala de 12x36 horas, no horário das 7:00 às 19:00
Desemprego, Banco de Horas.
horas. Tal escala encontra-se prevista na convenção coletiva da categoria da
empregada. Alguns plant.es cumpridos por Rita de Cássia coincidiram com
11.3. Formalização da rescisão contratual de qualquer empregado:
domingos e outros, com feriados. Em razão disso, a empregada solicitou ao seu
Impõe-se ao empregador, por força do Art. 477, da CLT, a
gestor que as horas cumpridas nesses plantões fossem pagas em dobro. Sobre
adoção de algumas providências no ato da rescisão, tais
a pretensão da empregada, diante do que preconiza a CLT, assinale a
sejam:
afirmativa correta.
A – Baixa na CTPS, considerando, para a data de saída, a
A) Ela fará jus ao pagamento com adicional de 100% apenas nos feriados.
projeção temporal ficta do aviso prévio (OJ nº 82 da SDI-I do TST);
B) Ela não terá direito ao pagamento em dobro nem nos domingos nem nos
B – Comunicação da dispensa ao CAGED;
feriados.
C – Pagamento das Verbas Rescisórias;
C) Ela terá direito ao pagamento em dobro da escala que coincidir com o
D – Observância do prazo legal de 10 dias para todas as
domingo.
formalidades atinentes à rescisão contratual.
D) Ela receberá em dobro as horas trabalhadas nos domingos e feriados.

7) Você, como advogado(a), foi procurado por Pedro para ajuizar ação ATENÇÃO!
trabalhista em face da ex-empregadora deste. Pedro lhe disse que após A Reforma Trabalhista eliminou os procedimentos de homologação da rescisão
encerrar o expediente e registrar o efetivo horário de saída do trabalho, ficava no Sindicato ou órgão competente. Mas, no caso do empregado estável que
na empresa em razão de eventuais tiroteios que ocorriam na região. Nos meses pedir demissão, a validade da dispensa depende da assistência do respectivo
de verão, ocasionalmente, permanecia na empresa para esperar o escoamento sindicato e, se não o houver, perante autoridade local competente  Art. 500,
da água decorrente das fortes chuvas. Diariamente, após o expediente, havia da CLT.
culto ecumênico de participação voluntária e, dada sua atividade em setor de
contaminação radioativa, era obrigado a trocar de uniforme na empresa, o que 12. TELETRABALHO:
levava cerca de 20 minutos. Considerando o labor de Pedro, de 10/12/2017 a 12.1. Conceito: É o trabalho realizado preponderantemente fora das
20/09/2018, e a atual legislação em vigor, assinale a afirmativa correta. dependências da empresa, com a utilização de tecnologias de informação e de
A) Apenas o período de troca de uniforme deve ser requerido como horário comunicação  Art. 75-B da CLT.
extraordinário. 12.2. Requisitos legais: É obrigatória a especificação das atividades a
B) Todo o tempo que Pedro ficava na empresa gera hora extraordinária, serem realizadas no contrato de trabalho de forma expressa  Art. 75-C,
devendo ser pleiteado como tal em sede de ação trabalhista. caput, da CLT.
C) Nenhuma das hipóteses gera labor extraordinário.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

61
12.3. Conversão de trabalho comum para teletrabalho: É permitida desde 14. TERCEIRIZAÇÃO:
que haja comum acordo entre as partes, acordo este que deverá ser registrado 14.1. Conceito: É a contratação de serviços por meio de empresa, intermediária
em aditivo contratual  Art. 75-C, § 1º, da CLT. (interposta) entre o tomador de serviços e a mão-de-obra, mediante contrato
12.4. Reversão para o regime presencial: O empregador poderá reverter o de prestação de serviços. A relação de emprego se faz entre o trabalhador e a
empregado que labora no regime de teletrabalho para o regime presencial. empresa prestadora de serviços, e não diretamente com o contratante
Entretanto, deverá fazê-lo garantindo ao empregado um prazo de transição de (tomador) destes.
no mínimo 15 dias, e registrar a reversão em aditivo contratual  Art. 75-C, § 14.2. Ampliação da terceirização: Com a Reforma Trabalhista, a prestação
2º, da CLT. de serviços a terceiros passou a ser considerada a transferência feita pela
12.5. Fornecimento de equipamentos: Os gastos decorrentes do contratante da execução de qualquer uma das suas atividades. A prestadora
investimento em infraestrutura, equipamentos e conexões não podem ser de serviços deve ser uma pessoa jurídica de direito privado e possuir
repassados para o trabalhador. Entretanto, seja mediante pagamento direto ou capacidade econômica compatível com a execução dos serviços. Além do mais,
reembolso, as utilidades concernentes aos equipamentos e demais despesas os empregados terceirizados só poderão exercer os serviços específicos e
necessárias ao teletrabalho, especificadas no contrato de trabalho, não determinados ajustados no contrato avençado entre a prestadora e a tomadora
integrarão a remuneração do empregado  Art. 75-D, da CLT.  Art. 4º-A, caput, da Lei nº 6.019/74.
12.6. Prevenção de doenças e acidente de trabalho: A lei exige que o 14.3. Ausência de vínculo do trabalhador terceirizado com a empresa
empregador instrua os empregados, de maneira expressa e ostensiva, a tomar contratante: A Lei da Terceirização dispõe que não há configuração de vínculo
precauções para evitar doenças ocupacionais e acidentes de trabalho no local empregatício entre os trabalhadores ou sócios da empresa contratada com a
onde desenvolve suas atividades de teletrabalho. O empregado, inclusive, terá empresa contratante  Art. 4º-A, § 2º, da Lei nº 6.019/74.
de assinar termo de responsabilidade se comprometendo a seguir as OBS: A inobservância das formalidades e proibições previstas provocam a
instruções fornecidas pelo empregador  Art. 75-E, da CLT. incidência do Art. 9º da CLT, propiciando a configuração do vínculo
empregatício.
13. TRABALHO INTERMITENTE: 14.4. Requisitos para a constituição das empresas prestadoras de serviços
13.1. Conceito: É uma modalidade contratual em que o labor, com terceirizados: O Art. 4º-B, da Lei nº 6.019/74, dispõe que as empresas que
subordinação, não é contínuo, ocorrendo alternâncias de períodos de prestação prestam serviços terceirizados devem provar a inscrição no CNPJ, o registro na
de serviços nos termos do Art. 443, § 3º da CLT. Não há nenhuma garantia de Junta Comercial e devem ter capital social compatível com o número de
salário ou de número de horas trabalhadas no texto legal. empregados, observados os seguintes parâmetros:
13.2. Requisitos legais: Deverá ser celebrado por escrito, com indicação de
salário-hora ou diário (não inferior ao piso salarial ou ao salário mínimo). Nº de empregados Capital Social
Também deverá indicar o local e o prazo para pagamento dessa remuneração Até 10 R$ 10.000,00
 Art. 452-A, caput, da CLT. Mais de 10 e até 20 R$ 25.000,00
13.3. Cabimento: A rigor, deve ser utilizado em atividades empresariais Mais de 20 e até 50 R$ 45.000,00
marcadas pela descontinuidade ou intensidade variável (bares, restaurantes, Mais de 50 até 100 R$ 100.000,00
construção civil, etc) para que se evitem fraudes nos contratos de trabalho. Mais de 100 R$ 250.000,00
Não é aplicável aos aeronautas.
13.4. Convocações: Por qualquer meio de comunicação eficaz, com no 14.5. Direitos dos trabalhadores terceirizados: Em caso de labor executado
mínimo três dias de antecedência. O empregado deverá responder no primeiro nas dependências da tomadora de serviços, os terceirizados tem, além dos
dia útil seguinte se aceita ou não a convocação. Caso o empregado não direitos trabalhistas garantidos pela CRFB e CLT, os direitos elencados no Art.
responda, a recusa é presumida  Art. 452-A, §§ 1º e 2º, da CLT. 4º-C da Lei nº 6.019/74.
13.5. Recusa: A recusa da convocação pelo empregado não perturbará a 14.6. Isonomia entre trabalhadores terceirizados e empregados do
continuidade do pacto laboral  Art. 452-A, § 3º, da CLT. tomador de serviços: A Lei nº 6.019/74 dispõe que não há garantia de isonomia
13.6. Multa pelo não comparecimento do trabalhador ou frustração da salarial do terceirizado em relação ao trabalhador contratado diretamente
oferta: Caso uma das partes deixe de cumprir o contrato, após a aceitação da pelo tomador de serviços para exercer a mesma função  Art. 4º-C, § 1º, da
convocação para a prestação intermitente de serviços, pagará à outra parte, Lei nº 6.019/74.
em 30 dias, multa de 50% do salário devido pelo tempo que seria despendido 14.8. Responsabilidade subsidiária do contratante: Continuará sendo
na atividade. É permitida a compensação, no mesmo prazo  Art. 452-A, § 4º, desnecessário investigar a conduta da empresa contratante para que se
da CLT. aplique a responsabilidade subsidiária no caso concreto. Portanto, a
13.7. Período de inatividade: Os períodos intercalares, em que não há contratante, subsidiariamente, responde pelos créditos trabalhistas referentes
atividade laboral, não são considerados como tempo à disposição do ao período em que ocorrer a prestação de serviço  Art. 5º-A, § 5º, da Lei nº
empregador  Art. 452-A, §5º, da CLT. 6.091/74 / Súmula 331, IV, do C. TST.
13.8. Verbas devidas pelo serviço: Até o próximo quinto dia útil seguinte ao OBS: Se houver falência da empresa de trabalho temporário, a
mês trabalhado (se a periodicidade de pagamentos for mensal) ou ao final de responsabilidade do contratante será solidária  Art. 16 da Lei nº 6.091/74.
cada dia, semana ou quinzena trabalhada, serão pagos ao trabalhador 14.9. Responsabilidade dos integrantes da administração pública:
intermitente, além dos salários correspondentes, o RSR, os adicionais legais
(noturno, insalubridade, periculosidade, de transferência, etc), as férias Súmula nº 331 do TST
proporcionais acrescidas do terço e o décimo terceiro salário proporcional  CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE.
Art. 452-A, § 6º, da CLT. V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem
OBS1: O pagamento deverá ser efetuado mediante recibo de pagamento subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua
discriminando de forma pormenorizada as verbas quitadas  Art. 452-A, § 7º, conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993,
da CLT. especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e
OBS2: É obrigatório o recolhimento do FGTS e das Contribuições Previdenciárias legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida
sobre a remuneração  Art. 452-A, § 8º da CLT.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

62
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações 15.3.6. Abuso do direito de greve: Constitui abuso do direito de greve a
trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. inobservância das normas contidas na Lei 7.783/1989, bem como a manutenção
da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça
15. DIREITO COLETIVO DO TRABALHO: do Trabalho, salvo descumprimento de cláusula de instrumento normativo ou
15.1. Diferença entre ACORDO e CONVENÇÃO coletiva: mesmo pela superveniência de fato novo ou acontecimento imprevisto que
A – A Convenção Coletiva é um instrumento de caráter normativo derivado modifique substancialmente a relação de trabalho  Art. 14, da Lei nº
da negociação coletiva entre o sindicato da categoria profissional 7.783/89.
(trabalhadores) e o respectivo sindicato da categoria econômica (patronal).
Portanto, se dá ENTRE SINDICATOS  Art. 611, caput, da CLT. Súmula nº 189 do TST
B – Acordo Coletivo é um instrumento normativo derivado da negociação GREVE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. ABUSIVIDADE.
coletiva entre o sindicato da categoria profissional (trabalhadores) e uma ou A Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou não, da
algumas empresas. Portanto, se dá ENTRE O SINDICATO DOS TRABALHADORES E greve.
AS EMPRESAS ONDE OS MESMOS LABORAM  Art. 611, § 1º, da CLT.
OBS: Leitura do Artigo 611-A, da CLT. 15.3.7. Suspensão do contrato de trabalho: a greve sempre suspende o
OBS2: O Artigo 620 da CLT estabeleceu, em definitivo, que o Acordo Coletivo de contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais do período ser regidas
Trabalho sempre prevalecerá sobre a Convenção Coletiva de Trabalho (critério por acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho  Art.
da especificidade). 7º, da Lei nº 7.783/89.
15.2. Contribuição Sindical: Com a nova redação do Artigo 545 da CLT, o 15.3.8. Responsabilidade pelos atos praticados no curso da greve:
desconto da contribuição sindical passou a ser facultativo, dependendo, Será apurada, conforme o caso, segundo a legislação trabalhista, civil ou penal
portanto, da expressa e prévia anuência do trabalhador.  Art. 15, da Lei nº 7.783/89
OBS1: A contribuição sindical anual, constante do Art. 578 da CLT, também
passou a ser facultativa. RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
OBS2: A contribuição sindical dos empregadores, por força do Art. 587 da CLT,
também passou a ser facultativa, e os que optarem por contribuir com a
1) Rogério foi admitido, em 08/12/2017, em uma locadora de automóveis, como
mesma deverão fazê-lo no mês de janeiro de cada ano.
responsável pelo setor de contratos, razão pela qual não necessitava
15.3. Direito de Greve:
comparecer diariamente à empresa, pois as locações eram feitas on-line.
15.3.1. Conceito de Greve: Greve é a paralisação coletiva e temporária
Rogério comparecia à locadora uma vez por semana para conferir e assinar as
do trabalho a fim de obter, pela pressão exercida em função do movimento, as
notas de devolução dos automóveis. Assim, Rogério trabalhava em sua
reivindicações da categoria, ou mesmo a fixação de melhores condições de
residência, com todo o equipamento fornecido pelo empregador, sendo que seu
trabalho.
contrato de trabalho previa expressamente o trabalho remoto a distância e as
15.3.2. Previsão legal: O direito de greve é assegurado aos
atividades desempenhadas.
trabalhadores pelo Art. 9.º da CRFB/88 e pelo Art. 1.º da Lei nº 7.783/89. A
Após um ano trabalhando desse modo, o empregador entendeu que Rogério
classe deverá decidir sobre a oportunidade de o exercer e sobre os interesses
deveria trabalhar nas dependências da empresa. A decisão foi comunicada a
que irão defender na paralisação.
Rogério, por meio de termo aditivo ao contrato de trabalho assinado por ele,
15.3.3. Requisitos legais:
com 30 dias de antecedência. Ao ser dispensado em momento posterior,
A - A greve somente poderá ser realizada após a frustração da
Rogério procurou você, como advogado(a), indagando sobre possível ação
negociação coletiva ou impossibilidade de recurso via arbitral  Art. 3º da Lei
trabalhista por causa desta situação. Sobre a hipótese de ajuizamento, ou não,
nº 7.783/89.
da referida ação, assinale a afirmativa correta.
B - O sindicato da categoria profissional deve convocar
A) Não se tratando da modalidade de teletrabalho, deverá ser requerida a
assembleia geral para definir as reivindicações da categoria e a paralisação
desconsideração do trabalho em domicílio, já que havia comparecimento
coletiva  Art. 4º da Lei nº 7.783/89. semanal nas dependências do empregador.
C - O sindicato patronal e a empresa interessada devem ser B) Não deverá ser requerido o pagamento de horas extras pelo trabalho sem
avisados da greve com antecedência mínima de 48 horas  Art. 3º, parágrafo limite de horário, dado o trabalho em domicílio, porém poderá ser requerido
único, da Lei nº 7.783/89. trabalho extraordinário em virtude das ausências de intervalo de 11h entre os
15.3.4. Greve nos serviços essenciais: Os serviços essenciais são dias de trabalho, bem como o intervalo para repouso e alimentação.
aqueles elencados no Art. 10 da Lei de Greve. C) Em vista da modalidade de teletrabalho, a narrativa não demonstra
OBS1: Neste caso, o sindicato patronal e a empresa interessada devem ser qualquer irregularidade a ser requerida em eventual demanda trabalhista.
avisados da greve com antecedência mínima de 72 horas  Art. 13, da Lei nº D) Deverá ser requerido que os valores correspondentes aos equipamentos
7.783/89. usados para o trabalho em domicílio sejam considerados salário-utilidade.
OBS2: Os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de
comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços 2) Gilda e Renan são empregados da sociedade empresária Alfa Calçados Ltda.
indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade  há 8 meses, mas, em razão da crise econômica no setor, o empregador
Art. 11, da Lei nº 7.783/89. resolveu dispensá-los em outubro de 2018. Nesse sentido, concedeu aviso
OBS3: O Ministério Público do Trabalho, em caso de greve em atividade prévio indenizado de 30 dias a Gilda e aviso prévio trabalhado de 30 dias a
essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, poderá ajuizar Renan. Em relação ao prazo máximo, previsto na CLT, para pagamento das
dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito  Art. verbas devidas pela extinção, assinale a afirmativa correta.
114, § 3.º, da CRFB/88. A) Ambos os empregados receberão em até 10 dias contados do término do
15.3.5. Direitos dos Grevistas: São assegurados aos grevistas o aviso prévio.
emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores B) Gilda receberá até o 10º dia do término do aviso e Renan, até o 1º dia útil
a aderirem à greve, à arrecadação de fundos e à livre divulgação do seguinte ao término do aviso prévio.
movimento  Art. 6º, da Lei nº 7.783/89.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

63
C) Gilda e Renan receberão seus créditos em até 10 dias contados da concessão
do aviso prévio. DIREITO EMPRESARIAL
D) Gilda receberá até o 1º dia útil seguinte ao término do aviso prévio e Renan,
até o 10º dia do término do aviso.
3) Uma sociedade empresária do ramo de informática, visando à redução de DO DIREITO DE EMPRESA
custos, decidiu colocar metade de seus funcionários em teletrabalho, com
possibilidade de revogação, caso não desse certo. Sobre o regime de Evolução histórica:
teletrabalho, com base na legislação trabalhista em vigor, assinale a
afirmativa correta. 1º FASE: FASE SUBJETIVA
A) Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o - Estatuto das Cidades
presencial por determinação do empregador, garantido o prazo de transição - Corporações de Ofício
mínimo de 15 dias, com correspondente registro em aditivo contratual. - Cônsules
B) Os materiais fornecidos pelo empregador para a realização do teletrabalho
representam utilidades e integram a remuneração do empregado. 2º FASE: TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO
C) A jornada do empregado em teletrabalho que exceder o limite constitucional - Caráter objetivo
será paga como hora extra. - Bipartição do direito privado
D) A empresa pode implementar, por vontade própria, o teletrabalho, sendo - Monopólio da jurisdição pelo Estado
desnecessária a concordância expressa do empregado, já que seria mais
vantajoso para ele. 3º FASE: TEORIA DA EMPRESA

4) Em determinada localidade, existe a seguinte situação: a convenção coletiva Conceito de Empresa


da categoria para o período 2018/2019 prevê o pagamento de adicional de 70% Para Alberto Asquini: é um fenômeno econômico que compreende a
sobre as horas extras realizadas de segunda-feira a sábado. Ocorre que a organização dos chamados fatores de produção: capital, tecnologia, mão-de-
sociedade empresária Beta havia assinado um acordo coletivo para o mesmo obra, insumos. Juridicamente, um fenômeno poliédrico, assim:
período, porém alguns dias antes, prevendo o pagamento dessas horas extras - Perfil subjetivo: a empresa seria uma pessoa.
com adicional de 60%. De acordo com a CLT, assinale a opção que indica o - Perfil objetivo: a empresa seria o conjunto de bens afetados.
adicional que deverá prevalecer. - Perfil corporativo: a empresa seria um núcleo social organizado.
A) Prevalecerá o adicional de 70%, por ser mais benéfico aos empregados. - Perfil funcional
B) Diante da controvérsia, valerá o adicional de 50% previsto na Constituição
Federal. Obs.: Particular força de movimento que é a atividade empresarial dirigida a
C) Deverá ser respeitada a média entre os adicionais previstos em ambas as um determinado escopo produtivo, ou seja, atividade econômica organizada.
normas coletivas, ou seja, 65%.
D) Valerá o adicional de 60% previsto em acordo coletivo, que prevalece sobre Empresário e sua caracterização
a convenção. Veja como está organizado o artigo 966 do CC:
Caput  regra
5) Ferdinando trabalha na sociedade empresária Alfa S.A. há 4 anos, mas anda Par. Ún. 1ª parte  exceção
desestimulado com o emprego e deseja dar um novo rumo à sua vida, Par. Ún. 2ª parte  exceção da exceção
retornando, em tempo integral, aos estudos para tentar uma outra carreira
profissional. Imbuído desta intenção, Ferdinando procurou seu chefe, em Art. 966. Considera-se empresário quem exerce
08/03/2018, e apresentou uma proposta para, de comum acordo, ser profissionalmente atividade econômica organizada para a
dispensado da empresa, com formulação de um distrato. Diante do caso produção ou a circulação de bens ou de serviços.
apresentado e dos termos da CLT, assinale a afirmativa correta. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce
A) A realização da extinção contratual por vontade mútua é viável, mas a profissão intelectual, de natureza científica, literária ou
indenização será reduzida pela metade e o empregado não receberá seguro artística, ainda com o concurso de auxiliares ou
desemprego. colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
B) A ruptura contratual por consenso pode ser feita, mas depende de elemento de empresa.
homologação judicial ou do sindicato de classe do empregado.
C) O contrato não pode ser extinto por acordo entre as partes, já que falta Inscrição do empresário
previsão legal para tanto, cabendo ao empregado pedir demissão ou o - Obrigatório
empregador o dispensar sem justa causa. - Não constitutivo
D) O caso pode ser considerado desídia por parte do empregado, gerando então
a dispensa por justa causa, sem direito a qualquer indenização. Registro Público de Empresas Mercantis  Junta Comercial
X
Registro Público de Pessoas Jurídicas

Obs.: Empresário rural torna-se exceção! Nos termos do art. 971 do CC, para o
chamado Empresário rural o registro na Junta Comercial é facultativo,
portanto, constitutivo.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

64
Capacidade para o exercício de empresa - Anônima
A regra geral sobre a capacidade pauta-se, basicamente, em duas premissas: Sociedades não personificadas
1) Capacidade civil plena; Sociedades em comum
2) inexistência de impedimentos. - Em comum propriamente ditas: em formação
- De fato: sem ato constitutivo
Os incapazes e a continuidade da empresa - Irregulares: com ato constitutivo
Requisitos:
- por meio de representante ou devidamente assistido; Sociedades em conta de participação: chamadas de sociedades secretas!!
- autorização judicial prévia; Estão constituídas sob uma espécie de contrato de investimento. Possuem duas
- após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa por um juiz, bem categorias de sócios, sendo eles o sócio ostensivo e o sócio participante.
como da conveniência em continuá-la;
- constar do alvará que conceder a autorização os bens que o incapaz já Sociedades em nome coletivo
possuía e que não estarão sujeitos aos resultados da empresa. Principais características:
A autorização poderá ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou - Sócios possuem responsabilidade ilimitada e solidária pelas obrigações
representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos sociais;
adquiridos por terceiros. - Sócios somente podem ser pessoas físicas;
- Apenas sócios podem ser administradores;
Os casados - Uso exclusivo de firma.
- Não podem contrair sociedade entre si ou com terceiro os casados no regime
da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. Obs.: A responsabilidade dos sócios poderá ser diferente, desde que os sócios
- O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal (outorga acordem entre si no contrato social, porém, isto não poderá prejudicar
uxória), qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o terceiros.
patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
Sociedades em comandita
DA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA (EIRELI) Principais características:
- Possuem duas categorias de sócios: comanditados e comanditários;
Natureza Jurídica não se confunde com a de empresário individual nem - Os sócios comanditados possuem responsabilidade ilimitada e solidária pelas
tampouco com a se sociedade empresária. obrigações sociais;
Nasce para atender anseios de empresários que visavam duas principais - Os sócios comanditários possuem responsabilidade limitada;
características: poder de gestão individualizado e responsabilidade limitada - A administração da sociedade deve ser feita exclusivamente por sócios
pelas obrigações contraídas em nome da Pessoa Jurídica. Assim, guarda a comanditado.
seguintes características principais conforme o art. 980-A CC/02:
Obs.: Caso sócio comanditário pratique atos de gestão que não lhes são
- capital de, no mínimo, 100 vezes o salário mínimo; próprios ou tenha seu nome na firma, terá sua responsabilidade equiparada a
- pode resultar da concentração de quotas; de sócio comanditado perante as obrigações em que intervier.
- pessoa física só pode constituir uma única EIRELI;
- aplicação subsidiária das regras das sociedades limitadas. Sociedades Limitadas
Principais características:
SOCIEDADES - Podem ser constituídas por apenas 1 sócio (novidade da Lei de Liberdade
Econômica): sociedade unipessoal;
São pessoas jurídicas de direito privado, decorrente da união de pessoas, com - Não existe valor mínimo para o capital social (diferentemente da EIRELI);
fins de exploração de atividade econômica organizada. - O capital social é dividido em quotas que podem ser iguais ou não, porém
Ela podem ser simples (natureza civil) ou empresárias (art. 982 do CC). A indivisíveis perante a sociedade;
distinção reside no chamado elemento de empresa! Nas palavras de André
santa Cruz Ramos: Obs.: É o tipo de sociedade empresária mais comum no Brasil!!!
é o requisito da organização dos fatores de produção que
caracteriza a presença do chamado elemento de empresa Condomínio de quotas:
no exercício de profissão intelectual e que, • Os direitos são exercidos pelo condômino representante;
consequentemente, faz com que o profissional intelectual • A responsabilidade dos condôminos é solidária pelas prestações
receba a qualificação jurídica de empresário. necessárias à sua integralização.
Simples:
- Pura OBS.: A esta responsabilidade dos condôminos soma-se a responsabilidade de
- Em nome coletivo um sócio comum, ou seja, além de responsável pela integralização da quota
- Em comandita simples condominial também será responsável solidariamente pela integralização do
- Limitada capital social.

Empresárias: - Responsabilidade dos sócios é limitada, porém há solidariedade quanto à


- Em nome coletivo integralização do capital social (1052 cc/02).
- Em comandita simples
- Em comandita por ações OBS.: Responsabilidade perante terceiros e a própria sociedade  limitada ao
- Limitada capital social subscrito e não integralizado;
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

65
Responsabilidade perante outros sócios  limitada à quota que cada sócio I.1 – Subjetiva
subscreveu e não integralizou. Abuso da personalidade jurídica + intenção + benefício direito ou indireto
Desvio de finalidade Propósito de fraudar
Exemplo:
I.2 – Objetiva
CAPITAL SOCIAL
SÓCIOS Abuso da personalidade jurídica + benefício direito ou indireto
SUBSCRITO INTEGRALIZADO PENDÊNCIAS Confusão Patrimonial

HUGUINHO R$100.000,00 R$100.000,00 - II – MENOR – prejuízo do credor não-negocial (consumidor, meio ambiente,
mercado, trabalhador)
ZEZINHO R$100.000,00 R$60.000,00 R$40.000,00
ATENÇÃO! Desconsideração da personalidade jurídica – é hipótese genérica!
LUIZINHO R$100.000,00 R$20.000,00 R$80.000,00

R$300.000,00 R$180.000,00 R$120.000,00 Obs.: Não se confunde com o instituto da despersonalização (não existe no
Brasil) – retirada total da personalidade jurídica.

Sócio remisso  só em mora/atraso na integralização de sua parcela no Não se confunde com a responsabilização direta (exemplo: art. 135 do CTN) –
capital social. são hipóteses específicas previstas na legislação.
- pode ser excluído da sociedade;
- redução da participação do sócio ao que já integralizou; Como proceder para identificar qual instituto deve ser aplicado a um caso
- efetuar cobrança de juros e multa – indenização (cumulável com os concreto?
anteriores). Existe um caminho que deve ser percorrido!
Suponha que João, sócio da Sociedade Empresária XPTO ltda, pratica ato
Cessão de quotas: contrário à lei ou ao Contrato Social: primeiro deve se verificar se há hipótese
Na omissão do contrato social, é possível a cessão de quotas, desde que: de responsabilização direta prevista na legislação; segundo, caso não haja
- não haja oposição de titulares de mais de ¼ do capital social hipótese específica, deve se verificar se tal se enquadra na teoria da
- haja aprovação de titulares de, no mínimo, ¾ do capital social desconsideração da personalidade jurídica, e apenas neste caso tal teoria será
- não haja oposição de titulares de mais de 25% do capital social aplicada.
- haja aprovação de titulares de, no mínimo, 75% do capital social
Somente terá efeitos perante terceiros após a averbação do documento (com a
anuência dos sócios) na junta comercial.

Fiscalização
A formação de um Conselho Fiscal é opcional e serve como um mecanismo de
controle, fiscalização e gerenciamento dos interesses dos diferentes sócios.
Havendo esse órgão, deve ser composto de, no mínimo, 3 membros (sócios ou
não), que devem residir no Brasil e ser eleitos por deliberação social.

Administração Estabelecimento Empresarial


A Administração pode ser feita por sócios ou não-sócios, devendo, em caso de
não-sócio, ser observado se houve ou não a integralização do capital social: Conjunto de bens + Aviamento = Patrimônio Aziendal
 Unanimidade, caso o capital social não esteja totalmente
integralizado. BENS (têm autonomia – podem ser isolados - e são dignos de apreciação
 2/3, no mínimo, caso o capital social esteja totalmente econômica):
integralizado. • Corpóreos (mercadoria, frota, maquinário)
• Incorpóreos (patentes, registros de marcas, direitos do autor)
Deliberações Sociais
- As quotas definem o poder deliberativo dos sócios (1 quota = 1 voto); AVIAMENTO:
- As deliberações podem ocorrer por meio de simples Reuniões ou por Atributo do estabelecimento empresarial, resultado do conjunto de vários
Assembleias. fatores de ordem material ou imaterial que lhe conferem capacidade ou
aptidão de gerar lucros. (Ricardo Negrão)
Obs.: Se a Sociedade tiver em sua composição mais de dez sócios o meio Sobrevalor, agregado aos bens do estabelecimento empresarial em razão da
Assembleia Geral será obrigatório! sua racional organização pelo empresário. (Fábio Ulhôa)
Art. 1.142 do CC/02
Desconsideração da personalidade jurídica (Disregard Doctrine) ! Considera-se estabelecimento todo complexo de bens
Origem: jurisprudência (EUA) organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou
por sociedade empresária.
Espécies: Os elementos que compõem o estabelecimento são unidos em prol do negócio,
porém, fica mantida a essência dos bens, ou seja, podem ser reagrupados e são
I – MAIOR –> abuso da personalidade jurídica + benefício direto ou indireto autônomos.
(REGRA GERAL – Art. 50 do CC)
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

66
Natureza Jurídica do Estabelecimento (Universalidade de direito x REGRAS ACERCA DA RESPONSABILIDADE NO TRESPASSE
Universalidade de fato) 1 – obrigações/dívidas não contabilizadas -> responsabilidade do Empresário
Antes de mais nada, não se esqueça!!!! Quem realiza a atividade empresarial é Primitivo.
o empresário, seja ele um empresário individual, uma EIRELI ou uma sociedade EXCEÇÃO: Obrigações tributárias e trabalhistas
empresária, são eles sujeitos de direito.
Obs.: Reforma Trabalhista também trouxe novidades!
O estabelecimento não é sujeito de direito, ele é objeto de direito.
Art. 1143 CC/02 REGRAS ACERCA DA RESPONSABILIDADE NO TRESPASSE
2 – obrigações/dívidas devidamente contabilizadas:
Obs.: Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios 2.1 – responsabilidade do Empresário Adquirente
jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua 2.2 – responsabilidade solidária do Empresário Primitivo por 1 (um)
natureza. ano. Passado este prazo a responsabilidade passa a ser exclusiva do
Empresário Adquirente:
Mas então, o estabelecimento é uma unidade, conjunto de bens, mas de fato ou 2.2.1 – um ano a contar da publicação do trespasse para dívidas
é de direito? vencidas no momento do trespasse;
A universalidade de direito é a reunião de bens decorrente da vontade de lei, 2.2.2 – um ano a contar do vencimento para as dívidas não
herança e massa falida etc. vencidas (vincendas) no momento do trespasse.
Os bens do estabelecimento empresarial não são decorrentes de lei, mas pela Obs.: Se no contrato de trespasse forem pactuadas regras diferentes, elas
vontade do empresário ou sociedade empresária sendo assim, é considerado serão válidas apenas entre as partes, não prejudicando os direitos dos
pela doutrina majoritária como uma universalidade de fato e não uma terceiros de boa-fé.
universalidade de direito.
NOME EMPRESARIAL
TRESPASSE
Trespasse é o nome que se dá para o contrato de compra e venda de O artigo 1.155 do CC/02 dispõe:
estabelecimento empresarial que se precisa, instrumentalizar a operação. No Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de
trespasse ocorre a transferência da titularidade do estabelecimento, o titular conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa.
do estabelecimento antes do trespasse era tal, depois passou a ser outro. Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção
da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações.
EMPRESÁRIO PRIMITIVO EMPRESÁRIO ADQUIRENTE
Todo empresário, seja pessoa física ou jurídica, necessariamente tem um nome
empresarial tanto para que possa exercer atividade econômica quanto para
No Trespasse, temos duas figuras: O Alienante (empresário primitivo) quem identificação do mesmo, ou seja, é o elemento de identificação do empresário
vende e o Adquirente, o que está comprando. ou da sociedade empresária.

FORMALIDADES: Este nome empresarial quando se trata de empresário individual pode não
Averbação à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, coincidir com o nome civil, e mesmo que isso aconteça terão eles naturezas
no Registro Público de Empresas Mercantis; diferentes, pois o nome civil está ligado à personalidade do seu titular, ao
Publicação na imprensa oficial. contrário do nome empresarial que por sua natureza é elemento integrante do
estabelecimento empresarial.
Obs.: O simples contrato produz efeitos entre as partes, ou seja, entre
comprador e alienante já produz efeito, não precisa de nada mais para que o PRINCÍPIOS:
contrato de trespasse produza efeitos entre o alienante e o adquirente. 1. VERACIDADE
2. NOVIDADE
As formalidades demonstram que é necessária a concordância expressa ou
tácita dos credores para a concretização do trespasse, o que levará em conta ESPÉCIES:
se os bens do alienante são suficientes para saldar as dívidas deixadas no 1) FIRMA
estabelecimento e se os credores foram ou não pagos antecipadamente. Art. 1.156 - O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo
ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa
Assim, indaga-se: ou do gênero de atividade.
Firma é o nome utilizado pelo empresário individual, pela sociedade em que
Como é tratada a responsabilidade por dívidas anteriores? houver sócio de responsabilidade ilimitada e, de forma facultativa, pela
O Código Civil traz algumas respostas no seu artigo 1.146 sociedade limitada, pela empresa individual de responsabilidade Ltda – Eireli e
pela sociedade em comandita por ações.
Responsabilidade por dívidas anteriores É possível ainda em casos específicos fazer uso de apelidos, quando o
Art. 1146 do CC/02: empresário possuir um nome muito comum como João da Silva, poderá ele
O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos utilizar-se de um apelido pelo qual já tem certo reconhecimento.
anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados,
continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um Obs.: Em se tratando de Razão Social, existe ainda uma outra possibilidade que
ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, é a utilização do nome de apenas um dos sócios ou mesmo dois, seguido da
da data do vencimento. expressão “Companhia ou Cia”.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

67
2. DENOMINAÇÃO Requisitos Preliminares:
A denominação deve ser formada por uma palavra qualquer ou uma expressão I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se
fantasia, sendo facultado o uso de expressão que caracterize o objeto da divide o capital social fixado no estatuto;
sociedade. Pode também adotar o nome de uma pessoa física como II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de
homenagem. Assim, identifica-se 3 subespécies de desta modalidade de nome: emissão das ações subscritas em dinheiro;
• Nome Fantasia III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário
• Identificação do Objeto Social autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado
• Homenagem em dinheiro.

Obs.: Denominação é o nome utilizado pela sociedade anônima e cooperativa e, Obs.: O disposto no item II não se aplica às companhias para as quais a lei
em caráter opcional, pela sociedade limitada, em comandita por ações e pela exige realização inicial de parte maior do capital social. Ex.: caso seja
empresa individual de responsabilidade Ltda – Eireli. constituição de Banco ou Seguradora, o depósito prévio será de 50%.

OUTRAS REGRAS: Subscrição Particular


1. Identificação do tipo  Por deliberação dos subscritores em assembleia-geral.
2. Proteção à moral  Por escritura pública.
3. Vedação a siglas e denominações de órgãos públicos Atenção!!! Serão considerados sócios-fundadores todos os subscritores.
4. Proteção do Nome Empresarial
A proteção do nome empresarial dá-se por meio do registro efetuado na Junta Obs.: Nos atos e publicações referentes a companhia em constituição, sua
Comercial, feito isso não poderá nenhum outro individuo utilizar-se desse denominação deverá ser aditada da cláusula "em organização".
nome no âmbito estadual, pois a Junta Comercial é órgão estadual, portanto
essa proteção é válida somente no estado em que foi efetuado o registro, caso Subscrição Pública
o empresário queira que essa proteção seja efetiva em todo o país, esse Depende do prévio registro da emissão na Comissão de Valores Mobiliários -
registro deverá ser feito em todas as unidades federativas. CVM, e a subscrição somente poderá ser efetuada com a intermediação de
instituição financeira (underwriting).
ATENÇÃO!! Nesse tipo de constituição, ganham importância 3 documentos que devem ser
Não confundir Nome Empresarial com Título de Estabelecimento! produzidos pela sociedade em formação:
Título de Estabelecimento é o nome e/ou símbolo dado ao estabelecimento para  Projeto de Estatuto
identificá-lo.  Estudo de Viabilidade
Ocorre que, muitas vezes, o Empresário opta por utilizar o próprio Nome  Prospecto
Empresarial como Título do seu Estabelecimento, o que lhe é facultativo.
Ex.: Nome Empresarial: F. Caldas Ribeiro e Cia Mercearia Ltda. Requisitos Finais
Título do Estabelecimento: Mercearia do Bairro.  Arquivamento dos atos constitutivos.
 Publicação dos atos constitutivos.
DA SOCIEDADE ANÔNIMA. LEI Nº 6.404/1976 Arquivados os documentos relativos à constituição da companhia, os seus
administradores providenciarão, nos 30 (trinta) dias subsequentes, a
Principais características: publicação deles, bem como a de certidão do arquivamento, em órgão oficial do
• Grande vulto de atividade econômica; local de sua sede.
• Alta rotatividade do quadro societário; Obs.: A certidão dos atos constitutivos da companhia, passada pelo registro do
• Uso exclusivo de denominação; comércio em que foram arquivados, será o documento hábil para a
• Possui dois tipos possíveis: aberta ou fechada (conforme seu transferência, por transcrição no registro público competente, dos bens com
capital social esteja disponível em oferta pública); que o subscritor tiver contribuído para a formação do capital social.
• Capital social dividido em ações;
• Responsabilidade do Acionista limitada ao valor das ações Assembleia Geral
adquiridas e subscritas. Assim que a ação for integrada, o acionista não terá A responsabilidade da assembleia é reunir os acionistas para discutir os
nenhuma responsabilidade suplementar; interesses da companhia, possui competência para tratar de todo e qualquer
• Sua estrutura organizacional se compõe por: assunto relacionado ao objeto social, cabendo a gestão dos negócios da
- Assembleia geral Companhia. Apesar do amplo espectro de sua competência, costumam tratar
- Conselho de administração (facultativo em algumas fechadas) basicamente apenas dos assuntos que estão na órbita privativa (art.122 LSA),
- Diretoria como, p. ex.:
- Conselho fiscal
• É regulamentada e fiscalizada pela Comissão de Valores  reformar o estatuto social;
Mobiliários (CVM).  eleger e destituir administradores e membros do Conselho Fiscal;
 autorizar emissão de debêntures.
Constituição das Sociedades Anônimas: #SeLiga!!! Já ouviu falar de direito de voz?
Pode se dar por subscrição pública ou particular, conforme seu tipo seja aberta
ou fechada. Nem todos os acionistas têm direito de voto, mas todos eles podem comparecer
Lembrete!!! Abertas ou Fechadas: Conforme seu capital social esteja disponível às assembleias e discutir as matérias objeto das deliberações antes das
em oferta pública. votações. Isto é o chamado direito de voz (art. 125 LSA).
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

68
#EoQuórum? No entanto, o estatuto social da empresa é que define se ele será permanente
ou funcionará apenas quando solicitado pelos acionistas, ou seja, facultativo.
Esta é outra história!!! O art. 129 fala que a regra geral é maioria absoluta, mas Esse conselho pode ser formado por três a cinco pessoas (acionistas ou não) e
há doutrina com entendimento divergente, no sentido de ser maioria simples! E suplentes.
agora??? Se cair na sua prova você marca qual alternativa? Depende! Os membros devem ser eleitos respeitando os impedimentos legais
Se a questão for extremamente objetiva e trouxer como opção a redação legal, Funciona como um assessor da assembleia geral, pois auxilia a votação de
sem dúvida, vá na alternativa que traz a opção “maioria absoluta”. assuntos relevantes à administração, fiscaliza os atos dos administradores e
Mas se a questão traz um caso concreto, com número de presentes, número de acompanha de perto o andamento da gestão da empresa.
votos em branco, número de votos favoráveis à demanda e números nas
alternativas... Então faça contas e vá na “maioria simples”. Pois o legislador, VALORES MOBILIÁRIOS:
apesar de falar em maioria absoluta, quis de fato “punir” o faltoso ou
desinteressado na deliberação e tais, portanto, são desconsiderados. AÇÕES (principais espécies de valores mobiliários):

Espécies: Classificação:

Assembleia geral ordinária - obrigatória, anual e visa discutir matérias pré- 1) Quanto aos direitos e obrigações:
estabelecidas na LSA (art. 132 LSA) ou no Estatuto: - Ordinárias: conferem ao acionista direito de voto nas deliberações.
Deve ocorrer todo ano, nos quatro primeiros meses após o fim do exercício - Preferenciais: conferem ao acionistas vantagens financeiras.
social, para tratar dos seguintes assuntos: - De fruição: conferem ao acionista a possibilidade de continuar usufruindo dos
direitos de uma ação, mesmo ela já tendo sido amortizada.
- tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar
demonstrações financeiras; 2) Quanto à forma de transferência:
- deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e distribuição dos - Nominativas: são transferidas mediante registro em livro específico.
dividendos; - Escriturais: não possuem certificado; não se materializam num documento,
- eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o sendo incorpóreas; portanto, sem solenidade para a sua transferência.
caso;
- aprovar a correção da expressão monetária do capital social. Classes de ações: é a possibilidade de distinção entre as ações, conferindo
Assembleia geral extraordinária - pode ser convocada a qualquer momento direitos e obrigações aos seus titulares.
quando houver necessidade de debater assuntos residuais ou urgentes.
ATENÇÃO!!! as ações ordinárias das S.A. abertas não podem ser dividas em
ATENÇÃO!!!! Se liga no art. 135 LSA!! A Assembleia Geral que tiver por objeto a classes!!!!
reforma do Estatuto somente se instará em 1ª convocação com a presença de
acionistas que representem, no mínimo, 2/3 do capital com direito a voto. VALOR DAS AÇÕES:
Valor nominal: tem como parâmetro o capital social.
Conselho de Administração Valor patrimonial: tem como parâmetro o patrimônio líquido da companhia.
É um órgão facultativo nas S.A Fechadas (exceto nas de capital autorizado e Valor de negociação: tem natureza capitalista sendo o parâmetro a oferta e a
nas de economia mista). procura.
É também um órgão deliberativo e composto, no mínimo, por 3 membros e, em Valor econômico: tem como parâmetro especificações técnicas definidas por
regra, por acionistas escolhidos pela assembleia geral, os chamados peritos.
conselheiros.
A principal função do conselheiro é agilizar as decisões e fiscalizar o trabalho OUTROS VALORES MOBILIÁRIOS:
dos diretores, tomando parte de matérias especificamente relacionadas à
gestão dos negócios. Suas principais atribuições estão elencadas no art. 122 Debêntures: conferem ao seu titular um direito de crédito certo contra a
LSA, vale a pena dar uma “passada de vista” antes da tua prova!!! #SeLiga!!! companhia, nos termos do que dispuser a escritura ou o certificado. Espécie de
contrato de mútuo. Podem ser dos seguintes tipos: com garantia real; com
Diretoria garantia flutuante; quirografárias; subordinadas. (v. lei 12.431/11)
É composta por, no mínimo, duas pessoas, que devem ser físicas/naturais,
acionistas ou não. Bônus de Subscrição: confere ao seu titular o direito de preferência na
A escolha dos membros da diretoria é feita por eleição realizada pela subscrição de novas ações.
assembleia geral ou pelo conselho de administração, caso exista.
Partes Beneficiárias: conferem ao seu titular direito eventual de participação
As principais obrigações dos diretores são dirigir a empresa e representar os lucros. (limite de 0,1 dos lucros)
legalmente os interesses dela. É o órgão realmente incumbido de
desempenhar, de maneira efetiva, a gestão dos negócios sociais. DA DISSOLUÇÃO, LIQUIDAÇÃO E EXTINÇÃO DA SOCIEDADE

Obs.: Já caiu na OAB!!! os membros dos Conselho de Administração, até o Art. 1033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
máximo de 1/3, poderão ser eleitos para cargos de diretores. I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este
e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em
Conselho Fiscal liquidação, caso em que se prorrogará por tempo
É um órgão obrigatório na sociedade anônima. indeterminado;
II - o consenso unânime dos sócios;
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

69
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na Obs.: A Incorporação não prejudicará, em caso algum, os direitos dos credores,
sociedade de prazo indeterminado; que continuarão, até o pagamento integral dos seus créditos, com as mesmas
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no garantias que a sociedade anterior lhes oferecia.
prazo de cento e oitenta dias;
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para Fusão
funcionar.
Sociedade Athenas S.A.+ Sociedade Afrodite Ltda = Sociedade Vênus S.A.
O Ato da Dissolução pode ser Judicial ou Extrajudicial. Outra informação
importante é que existem 2 regimes jurídicos: um para as sociedades A Fusão é a operação pela qual se unem para forma Sociedade nova, que lhes
contratuais e outro para as sociedades por ações!!! Porém, são muito parecidos sucede em todos os direitos e obrigações.
e seguem a mesma sequência lógica: Haverá a extinção das Sociedades envolvidas na operação, que se unem para
formar uma nova Sociedade.
 Ato da Dissolução  Liquidação  Extinção
Obs.: A Fusão não prejudicará, em caso algum, os direitos dos credores, que
A liquidação será conduzida pelo liquidante com a finalidade de atingir 2 continuarão, até o pagamento integral dos seus créditos, com as mesmas
objetivos principais: garantias que a Sociedade anterior lhes oferecia.

1) realização do ativo 2) satisfação do passivo Cisão

Obs.: O liquidante é uma espécie de administrador da sociedade que está em A Cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu
liquidação! patrimônio para uma ou mais Sociedades, constituídas para esse fim ou já
existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o
Realizados os ativo e passivo, entra-se na fase da partilha do acervo líquido da seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.
sociedade entre os seus sócios.
Art. 1.108 do CC/02. Pago o passivo e partilhado o remanescente, convocará o Cisão Parcial
liquidante assembleia dos sócios para a prestação final de contas. Sociedade Athenas S.A.  Sociedade Athenas S.A. / Sociedade Afrodite S.A. /
Art. 1.109 do CC/02. Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação, e a Sociedade Hera S.A
sociedade se extingue, ao ser averbada no registro próprio a ata da Cisão Total
assembleia. Sociedade Athenas S.A.  Sociedade Hermes S.A. / Sociedade Afrodite S.A. /
E se algum sócio discordar das contas? Tem até 30 dias após a publicação da Sociedade Hera S.A
ata devidamente averbada para promover a ação que entender cabível.
E se algum credor discordar? Neste caso terá que exigir dos sócios Obs.: A Cisão não prejudicará, em caso algum, os direitos dos credores.
individualmente o pagamento do seu crédito, até o limite da soma por eles
recebida na partilha e propor contra o liquidante ação de perdas e danos. TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

DA TRANSFORMAÇÃO, DA INCORPORAÇÃO, DA FUSÃO E DA CISÃO DE SOCIEDADES  Crença no dinheiro futuro


A área jurídica responsável pelo estudo dos títulos de crédito é o chamado
Transformação/transformação propriamente dita (espécie) direito cambiário. São regras, princípios e características especiais criado com
a finalidade de permitir que os títulos de crédito desempenhem de forma
Sociedade Athenas Ltda  Sociedade Athenas S.A. eficiente e segura a sua principal função: a circulação de riquezas.
Nas palavras de André Santa Cruz Ramos (2015, p. 441):
Operação pela qual a Sociedade muda de tipo, independentemente de qualquer
processo de dissolução ou liquidação. O crédito, ao conseguir fazer com que o capital circule,
A deliberação acerca da transformação exige, em regra, votação unânime, torna-o extremamente mais produtivo e útil. Sendo assim,
salvo nos casos que já haja previsão contratual/estatutária autorizando a resta clara a importância dos títulos de crédito para a
operação. história da economia mundial, na qualidade de documento
que instrumentaliza o crédito e permite a sua mobilização
Obs.: A transformação não prejudicará, em caso algum, os direitos dos com rapidez e segurança.
credores, que continuarão, até o pagamento integral dos seus créditos, com as
mesmas garantias que o tipo anterior de sociedade lhes oferecia. No CC/02 o assunto é tratado a partir do art. 887, que conceitua:
O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e
Incorporação autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos
da lei.
Sociedade Athenas S.A. + Sociedade Baco Ltda = Sociedade Athenas S.A. Entre Princípios e atributos tem-se:
(Incorporadora) (Incorporada) a) cartularidade - exige a existência material do título.
b) literalidade - o título vale pelo que nele está mencionado.
É a operação pela qual uma ou mais Sociedades são absorvidas por outra, que c) autonomia - a emissão do título e a sua entrega ao credor têm, em
lhes sucede em todos os direitos e obrigações. regra, natureza pro solvendo.
Haverá a extinção da(s) Sociedades incorporada(s), mas não surgirá uma nova Destacam-se aqui 2 subprincípios: abstração e inoponibilidade ao
Sociedade. terceiro de boa-fé.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

70
d) executoriedade - constituem títulos executivos extrajudiciais (art. Classificações doutrinárias de endosso:
784 do CPC/15), por configurarem uma obrigação líquida e certa. > endosso próprio: transfere ao endossatário não só a titularidade
e) formalismo – deve preencher os requisitos essenciais previstos em do crédito como também o exercício de seus direitos.
lei. > endosso impróprio: não transfere a titularidade do crédito, mas
tão somente o exercício de seus direitos.
Obs.: é preciso destacar que o princípio da cartularidade vem sendo posto em Endosso-mandato ou endosso-procuração: permite que
xeque em virtude do crescente desenvolvimento tecnológico e da consequente o endossatário aja como representante do endossante, podendo
criação de títulos de crédito vituais, ou seja, que não se materializam numa exercer os direitos inerentes ao título.
cártula. Endosso-caução ou pignoratício: figura como mera
garantia ao endossatário de uma dívida do endossante para com
Classificação dos Títulos de crédito: ele.

Quanto à forma de transferência ou circulação: Aval


> Título ao portador – não identifica o beneficiário. O aval é a garantia cambial pessoal, pela qual terceiro (avalista) firma para
> Título nominal – identifica o beneficiário. com o avalizado, se responsabilizando pelo cumprimento do pagamento do
Obs.: O único caso de título ao portador, quanto a estes títulos próprios, e o do título se este último não o fizer. Poderá o aval se apresentar:
cheque até o limite de R$100,00 (cem reais). > em preto: identifica o avalizado.
> em branco: não identifica o avalizado.
Quanto ao modelo:
> Título de modelo livre – não é há forma pré-determinada. Obs.: O endosso pode se dar pela simples assinatura no anverso do título, neste
> Título de modelo vinculado – há uma forma/modelo específico caso, será considerado em branco.
definido em norma.
Obs.: quando o aval for dado em branco, considera-se avalizado o sacador.
Quanto à estrutura:
> Promessa de Pagamento – estrutura que conta com um devedor e É permitido o aval parcial ou limitado, segundo o art. 30 da Lei Uniforme de
um credor, respectivamente sacador/emitente/subscritor e Genebra.
beneficiário/tomador. > Sucessivo: quando uma pessoa é ao mesmo tempo avalista de alguém e
> Ordem de Pagamento – estrutura mais complexa, que conta com avalizada de outrem.
3 posições bem definidas: sacador/emitente, sacado, beneficiário/tomador. > Simultâneo: quando um avalizado possui mais de 1 avalista.

Quanto às hipóteses de emissão: Letra de câmbio - Lei Uniforme de Genebra – LUG (Dec. 57663/66)
> Causal – existe uma causa pré-determinada em lei para dar
origem ao título e, assim, o título se mantém vinculado a esta origem. A letra de câmbio é um título de crédito que se estrutura como ordem de
> Abstrato – não existe causa específica para a criação do título, o pagamento, razão pela qual, ao ser emitida, dá origem a três situações
que lhe garante maior autonomia nas relações. jurídicas distintas:
a) a do sacador, que emite a ordem;
Endosso b) a do sacado, a quem a ordem é destinada;
É a forma pela qual se transfere o direito de receber o valor que consta no c) a do tomador, que é o beneficiário da ordem.
título através da solenidade e tradição da própria cártula.
De acordo com o art. 893 do Código Civil: "a transferência do título de crédito Obs.: Essas três situações jurídicas distintas não precisam, necessariamente,
implica a de todos os direitos que lhe são inerentes". estar ocupadas por três pessoas diferentes, pois a LUG admite, em seu art. 3.°,
que a letra seja sacada: (i) à ordem do próprio sacador; (ii) sobre o próprio
Obs.: Como mecanismo de segurança jurídica, outra característica foi atribuída sacador; ou (iii) por ordem e conta de terceiro.
ao endosso, assim, ele também garante o adimplemento do título. Ou seja, o
endosso responsabiliza solidariamente o endossante ao pagamento do crédito Em tese, a letra de câmbio deve ser emitida preenchendo os seus requisitos
descrito na cártula caso o sacado e sacador não efetuem o pagamento. essenciais, estabelecidos na legislação (arts. 1.º e 2.° LUG):
a) a expressão letra de câmbio (cláusula cambiária);
Vamos conhecer os envolvidos no endosso? São eles: b) uma ordem incondicional para pagamento de quantia determinada;
> endossante ou endossador: quem garante o pagamento do título c) o nome do sacado;
transferido por endosso; d) o nome do tomador;
> endossatário ou adquirente: quem recebe por meio dessa e) a assinatura do sacador;
transferência a letra de câmbio. f) a data do saque;
g) o lugar do pagamento ou a menção de um lugar junto ao nome do
Espécies: sacado;
> em preto: quando identifica o endossatário (também conhecido h) o lugar do saque ou a menção de um lugar junto ao nome do
por nominal). sacador.
> em branco: quando não identifica o endossatário (título e se
tornará ao portador). Ressalte-se o Enunciado 387 da Súmula de jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal permite que o título seja preenchido nos itens que lhe faltam pelo
Obs.: O endosso pode se dar pela simples assinatura no anverso do título, neste portador de boa-fé.
caso, será considerado em branco.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

71
Aceite da letra f) a assinatura do próprio emitente.
O aceite, na letra de câmbio, é facultativo, porém irretratável.
Sendo o aceite uma faculdade do sacado, ele pode simplesmente recusá-lo, Obs.: Havendo divergência, prevalece o valor mencionado por extenso (art. 12
sem precisar dar qualquer justificativa para tanto. É preciso ressaltar, todavia, da Lei do Cheque).
que a recusa do aceite produzirá efeitos relevantes para o sacador e para o
tomador, uma vez que ocorrerá o vencimento antecipado do título, podendo o CPMF x ENDOSSO
tomador exigir do sacador (codevedor da letra) - o seu pronto pagamento.
Obs.: cláusula não aceitável (art. 22 LUG), que impõe ao tomador a obrigação de A legislação que instituiu a CPMF no Brasil previa a possibilidade de um único
só procurar o sacado para o aceite na data do vencimento. Se resolver endosso no cheque.
procurar antes, em desatendimento à referida cláusula não será possível ao Porém, hoje o cheque não tem limite de número de endossos.
sacado recusar o aceite e, portanto, não haverá o vencimento antecipado do
título. Obs.: o banco tem a obrigação legal de verificar a regularidade da cadeia de
Obs.: se o sacado não aceitar a letra ou não pagá-la, pode o tomador voltar-se endossos, mas não a tem a de verificar a autenticidade de cada assinatura,
contra o sacador. apenas a do emitente.

Prescrição e Ação Cambial Modalidades de cheque


A cobrança do título inadimplido pode se realizar pela via da execução judicial, > cheque cruzado - consiste na aposição de dois traços
com a chamada ação cambial, porém, somente enquanto não prescrito prazo transversais e paralelos no anverso do título, e tem por objetivo conferir
legal. Para a letra de câmbio, a Lei Uniforme, em seu artigo 70 estabeleceu os segurança à liquidação de cheques ao portador.
seguintes prazos: > cheque administrativo - é aquele emitido por um banco contra ele
> 6 meses: a contar do pagamento ou do ajuizamento da execução próprio, sendo, ao mesmo tempo, emitente e sacado.
cambial, para o exercício do direito de regresso por qualquer um dos > cheque visado - aquele em que o banco confirma, mediante assinatura no
coobrigados; verso do título, a existência de fundos suficientes para pagamento do valor
O Protesto da cambial deve ser realizado antes da execução; ele é a prova mencionado, ficando o valor reservado durante o prazo de apresentação do
literal de que o título foi apresentado a aceite ou a pagamento e que nenhuma cheque.
dessas providências foram atendidas, pelo sacado ou aceitante. > cheque para ser creditado em conta - aquele que o sacado não
> 1 ano: para o exercício do direito de crédito contra os coobrigados, pode pagar em dinheiro, sendo expressa a menção ao número da conta do
isto é, contra o sacador, endossante e respectivos avalistas. Prazo este a beneficiário entre os traços do cruzamento.
contar do protesto ou do vencimento, no caso da cláusula "sem despesas"; OBS.: Cheque pré-datado é modalidade legal? Cheque é ordem de pagamento à
> 3 anos: para o exercício do direito de crédito contra o devedor vista! Súmula 370 STJ, entretanto... : "caracteriza dano moral a apresentação
principal e seu avalista, a contar do vencimento. antecipada de cheque pré-datado".

Nota Promissória - Lei Uniforme de Genebra – LUG (Decreto nº 57.663/66) Sustação do cheque
> revogação ou contraordem - produz efeitos após expirado o prazo
Os requisitos essenciais previstos em lei para que valha como título de crédito. de apresentação.
São eles (art. 75 da LUG): > oposição – produz efeitos durante o prazo de apresentação.
a) a expressão nota promissória (cláusula cambiária);
b) uma promessa incondicional de pagamento de quantia Prazo de Apresentação
determinada; Trata-se do prazo no qual o beneficiário deverá levar o cheque para
c) o nome do tomador; pagamento junto à instituição financeira. Este prazo varia conforme o cheque
d) a data do saque; seja ou não da praça.
e) a assinatura do subscritor; > da praça – prazo de apresentação de 30 dias.
f) o lugar do saque ou a menção de um lugar junto ao nome do > de fora da praça - prazo de apresentação de 60 dias.
subscritor.
Obs.: O prazo é contado da data da emissão.
A Nota Promissória deverá seguir, no que couber, as mesmas regras previstas
para a letra de câmbio. Assim, o subscritor de uma nota promissória é Prescrição do cheque
responsável da mesma forma que o aceitante de uma letra. O prazo a ser observado pelo portador para a propositura da ação executória é
de 06 (seis) meses, contados do fim do prazo de apresentação.
Cheque (Lei nº 7.357/1985) Caso o título cambial já esteja definitivamente prescrito, caberá ao portador
outras alternativas judiciais para fazer valer o seu direito, como a ação judicial
O cheque é ordem de pagamento à vista emitida contra um banco em razão de de enriquecimento ilícito (ação de locupletamento injusto), com prazo
fundos que a pessoa (emitente) tem naquela instituição financeira. prescricional de 2 (dois) anos, a contar da prescrição da execução.
Tem modelo vinculado. Obs.: Súmula 600 STF – Cabe ação executiva contra o emitente e seus
Os requisitos essenciais são: avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde
a) a expressão cheque (cláusula cambiária); que não prescrita a ação cambiária.
b) uma ordem incondicional de pagamento de quantia determinada;
c) o nome da instituição financeira contra quem foi emitido (sacado); Duplicata (Lei nº 5.474/1968)
d) a data do saque;
e) o lugar do saque ou a menção de um lugar junto ao nome cio É o título de crédito de modelo vinculado, nominativo, causal, que representa
emitente; uma ordem de pagamento que o sacador (empresário vendedor/prestador de
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

72
serviço), emite contra o sacado (empresário comprador/aquele que recebeu a A inexistência, na lei atual, de uma previsão genérica implica que o Ministério
prestação de serviço), em favor do tomador que é o mesmo sacador Público só terá participação na falência ou recuperação judicial nas hipóteses
(empresário vendedor/prestador de serviço). especificamente apontadas na lei (por exemplo: arts. 52, V; 99, XIII; 142, § 7º;
Título de Crédito de Natureza Causal, pelo fato de sua emissão estar 154, § 3º, etc.).
relacionada à Mercancia ou à Prestação de Serviços, ou seja, é ordem de
pagamento emitida em razão de uma compra e venda (Duplicata Mercantil) ou ADMINISTRADOR JUDICIAL
de uma prestação de serviços (Duplicata de Prestação de Serviços) A LRE trouxe, em substituição ao síndico e ao comissário, a figura do
No que se refere ao Aceite, ele é obrigatório. administrador judicial, cuja principal função é auxiliar o juiz na administração
Hipótese de recusa do Aceite: da massa falida e fiscalizar o devedor. Para tanto, o administrador judicial
1) avaria ou não recebimento das mercadorias (defeitos e diferenças na deverá ser pessoa idônea, preferencialmente advogado, economista,
qualidade ou na quantidade das mercadorias). administrador de empresas, contador, ou ainda pessoa jurídica especializada.
2) não correspondência com os serviços efetivamente contratados ou com
vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados. #SeLiga!!! Olha a PeGaDiNhAAAA!!!
Obs.: Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, O artigo 22 da LRE descreve detalhadamente as atribuições de competência do
conforme o caso, mediante apresentação da Duplicata, da Triplicata, ou, ainda, administrador judicial.
por simples indicações do portador, na falta de devolução do Título. Resta saber, ele poderá ter auxiliares???
Por fim, vale pontuar que o portador que não tirar o Protesto da Duplicata, em
forma regular e dentro do prazo da 30 (trinta) dias, contado da data de seu Sim!!!! Mas, se não quiser arcar com estes custos, deverá ter prévia aprovação
vencimento, perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos do juiz, a quem caberá fixar as remunerações desses profissionais.
avalistas.
Obs.: No tocante a Triplicata, ela representa segunda via da Duplicata e poderá COMITÊ DE CREDORES
ser emitida quando essa última for perdida ou extraviada. Sempre que o patrimônio do devedor comportar, os credores, reunidos em
Assembleia, poderão constituir um Comitê de Credores que terá por principal
Prescrição: função auxiliar o juiz na administração da falência, fiscalizando as atividades
> 03 anos: Contados a partir do vencimento do título, para as ações exercidas pelo administrador judicial.
do titular do crédito contra o devedor principal e seus avalistas.
> 01 ano: Contados a partir do protesto, para as ações do titular do ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES
crédito contra os codevedores, endossantes e avalistas. A Assembleia Geral de Credores é órgão deliberativo por meio do qual a
> 01 ano: Contados a partir do pagamento do título, para as ações vontade predominante dos credores é manifestada.
de regresso dos codevedores contra os outros codevedores. A Assembleia Geral é composta pelas seguintes classes de credores:
> trabalhistas;
DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL, EXTRAJUDICIAL E DA FALÊNCIA > titulares de créditos com garantia real;
> titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com
Recuperação Judicial privilégio geral ou subordinados;
> titulares de créditos cujos beneficiados sejam empresários
Quem poderá requerer? qualificados como ME ou EPP.
> devedor
> cônjuge sobrevivente, Quórum de deliberação
> herdeiros do devedor, A regra geral nas deliberações é a obtenção de votos favoráveis de credores
> inventariante (liquidante) que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à
> sócio remanescente assembleia geral, porém, nas deliberações sobre o plano de recuperação
Para que o pedido de R.J. possa ser feito e tenha solicitante legitimidade, é judicial, o quórum é diferenciado.
necessário que exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos,
no momento do pedido, atendendo também alguns requisitos, sendo estes:
> não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por CREDORES CRÉDITOS $$$
sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
> não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de TRABALHISTAS + 50% -
recuperação judicial;
> não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de COM GARANTIA + 50% + 50%
recuperação judicial com base no plano especial para Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte;
> não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio QUIROGRAFÁRIOS E OUTROS + 50% + 50%
controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos na Lei
11.101/05. ME E EPP + 50% -

Órgãos da Recuperação Judicial (e da falência)


Recuperação Especial
MINISTÉRIO PÚBLICO
A legislação falimentar anterior previa ampla participação do parquet. A LRE As microempresas ou empresas de pequeno porte podem apresentar plano
restringe a participação aos casos previstos expressamente na lei. especial de recuperação judicial, desde que afirmem sua intenção de fazê-lo
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

73
na petição inicial, na qual estarão expostas as razões da crise e proposta de líquida, constante de título que legitime ação executiva.
renegociação do passivo. A falência é, ao mesmo tempo, um estado de existência das pessoas e um
As obrigações sujeitas a este plano poderão ser pagas em até 36 parcelas processo judiciário, sendo, portanto, de natureza tanto material como
mensais, sucessivas e iguais, sendo que a primeira delas vence em 180 dias da instrumental.
data da distribuição do pedido de recuperação judicial.
E quais são as obrigações que estão sujeitas a este plano??? Princípios basilares
Via de regra, a recuperação judicial da microempresa e empresa de pequeno A falência deve, em seu processo, atender alguns princípios:
porte dá-se pelo parcelamento das dívidas existentes na data da distribuição  Celeridade – compreende o processo como um mal em si, por sua duração.
do pedido, conforme prevê o Plano Especial. Daqui pode-se concluir que resultam o juízo universal e a preservação da
ATENÇÃO!!!! TEMOS EXCEÇÕES!!! São elas: os créditos decorrentes de repasses empresa (o tempo corrói os ativos empresariais);
oficiais, os fiscais e os créditos de titulares da posição de proprietário  Economia Processual – daqui pode-se concluir que resulta o juízo
fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário universal;
ou promitente vendedor de imóvel, e provenientes de restituição em dinheiro. segurança das partes – tratamento equitativo dos credores; preservação da
O pedido de recuperação judicial com base em plano especial não acarreta a empresa (art. 75, parágrafo único, da LRE)
suspensão do curso da prescrição nem das ações e execuções por créditos não
abrangidos pelo plano. Pressupostos do Estado de Falência

Obs.: Sobre a suspensão citada, ela não excederá o prazo improrrogável de 180 1) Pressuposto material subjetivo: a qualidade de empresário ou de sociedade
dias contado do deferimento do processamento da recuperação. empresária do devedor;
 Ademais, certos empresários, por expressa determinação legal, jamais
Convolação da Recuperação Judicial em Falência poderão ter a sua falência decretada.
 Outros empresários somente poderão ser submetidos ao processo
O juiz pode decretar a falência durante o processo de recuperação judicial de falimentar em determinadas circunstâncias.
quatro formas:
> por deliberação da assembleia-geral de credores; 2) Pressuposto material objetivo: insolvência/impontualidade
> pela não apresentação pelo devedor do plano de recuperação no O direito falimentar da insolvência que, nos primórdios, era destinado apenas a
prazo de 60 dias improrrogáveis; salvaguardar os interesses dos credores e, depois, os interesses da economia
> quando houver sido rejeitado o plano de recuperação pela nacional, tem, hoje, sem dúvida, por finalidade precípua proteger, por todos os
assembleia de credores; ou, modos e meios possíveis, os interesses sociais.
>por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano, Insolvência, que é a falta de condições para pagar, gera o estado de falência,
que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação quando o devedor é empresário. Entretanto, o direito brasileiro evoluiu no
judicial. sentido de considerar não apenas o simples estado de insolvência como
caracterizador da falência, mas a impontualidade.
Recuperação Extrajudicial
Assim, considera-se devedor quem (art. 94, I, II e III LRE):
Além da recuperação judicial, o devedor poderá propor e negociar com os I - Sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida,
credores um plano de recuperação extrajudicial. Com atenção ao seguinte: o materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse
devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, se estiver o equivalente a quarenta salários mínimos na data do pedido de falência;
pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido recuperação II - Executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não
judicial ou homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos nomeia à penhora bens suficiente dentro do prazo legal;
de 2 (dois) anos. III - Pratica qualquer dos atos de falência, exceto se fizer parte do plano de
CRÉDITOS NÃO CONTEMPLADOS: os mesmos já previstos para as outras formas recuperação empresarial.
de recuperação e os oriundos da legislação trabalhista e acidentes de 3) Pressuposto Formal: sentença que decreta a falência
trabalho. A sentença poderá ser denegatória ou declaratória do estado de falência. Uma
vez proferida, tem natureza constitutiva. Isso mesmo!!! Mesmo a chamada
Obs.: O plano de recuperação extrajudicial não poderá contemplar o “declaratória” tem natureza constitutiva!
pagamento antecipado de dívidas nem tratamento desfavorável aos credores
que a ele não estejam sujeitos. #SeLiga!!!

Da Abrangência Em Relação Aos Créditos  Sentença Denegatória da Falência


a) Ausência de convencimento do juiz da caracterização da insolvência jurídica
O devedor poderá, também, requerer a homologação de plano de recuperação do empresário do devedor, ou, por razões de ordem processual, não ser
extrajudicial que obriga a todos os credores por ele abrangidos, desde que possível decretar a falência do requerido;
assinado por credores que representem mais de 3/5 (três quintos) de todos os b) Realização do depósito elisivo;
créditos de cada espécie por ele abrangidos. c) Acolhimento das alegações apresentadas pelo requerido em sua defesa.

Falência do Empresário e da Sociedade Empresária  Sentença Declaratória da Falência


A sentença declaratória da falência é de natureza constitutiva, pois após ser
Conceito de Estado de Falência proferida, a pessoa, os bens, os direitos e as obrigações do empresário falido
Falência é expressão de origem latina que tem o sentido de faltar, falhar, passam a submeter-se a um regime jurídico próprio.
omitir-se. É o estado do empresário que falha no cumprimento de obrigação
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

74
A sentença declaratória da falência deve conter, além dos requisitos Foro Competente
essenciais e genéricos do CPC comuns a qualquer sentença, os requisitos É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a
específicos da LRE. recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal
estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do
Recursos Brasil.
Da sentença que decreta a falência cabe agravo de instrumento, no prazo de 15
dias. Já em relação à sentença denegatória da falência, o recurso cabível é o Instauração do Juízo Universal
de apelação, interposto no mesmo prazo de 15 (quinze) dias. Em relação ao juízo falimentar, cumpre analisar dois aspectos: o juízo
competente para declarar a falência do empresário devedor; e a
Obs..: quinze – antes 10! Alteração dada no novo CPC que, para os prazos universalidade do juízo falimentar.
processuais, é legislação aplicada subsidiariamente à lei 11.101/05. Assim, considera-se competente para declarar a falência do empresário
devedor o Juízo do local onde se encontra o seu principal estabelecimento.
Processo Falimentar Propriamente Dito Havendo na mesma comarca mais de um Juízo competente para a declaração
da falência, a distribuição do primeiro pedido de falência, ou de recuperação
Fase Cognitiva: judicial, torna-o prevento.
A Fase Cognitiva tem por finalidade conhecer os bens, direitos e obrigações Todas as ações judiciais referentes a bens, interesses e negócios da massa
que integram o patrimônio do falido. Assim, é nessa fase que irá se proceder à falida serão processadas e julgadas pelo juízo em que tramita o processo
mensuração do ativo e do passivo que compõem o patrimônio do falido. falimentar.
Tão logo sejam arrecadados os bens na posse do falido, o juiz deve determinar
que seja procedida a sua venda, conjunta (prioridade) ou separadamente. Exceções ao juízo universal:
 as ações não reguladas pela Lei de Falências em que a massa
Fase Satisfativa: falida seja autora ou litisconsorte;
A Falência compreende todos os credores do falido que formaram a massa  as reclamações trabalhistas;
falida subjetiva. No entanto, certos credores não poderão exigir do falido o  as execuções fiscais;
pagamento de seus créditos, quando estes forem decorrentes:  ação que demanda obrigação ilíquida;
 de obrigações gratuitas; ou,  houver hasta pública já determinada.
 de despesas individualmente feitas para ingresso na massa falida
subjetiva, exceto as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor. Termo Legal da Falência
Antes do pagamento dos credores, deve-se, com os recursos obtidos com a A sentença deverá fixar o termo legal da falência. Trata-se do lapso temporal
realização do ativo, realizar: fixado pelo Juiz, quando da decretação da falência, que serve de parâmetro
a) o pagamento dos créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial para a investigação dos atos praticados pelo falido.
vencidos nos 03 (três) meses anteriores à decretação da falência e limitados a Durante esse período, certos atos praticados pelo falido poderão ser
05 (cinco) salários mínimos por empregado; considerados ineficazes, ainda que tenham sido praticados sem o intuito de
b) as restituições; e fraudar credores, conforme disposto no “caput” do artigo 129 da LRE.
c) o pagamento dos créditos extraconcursais; O termo legal da falência poderá retrotrair até 90 (noventa) dias contados da
data:
A seguir, proceder-se-á aos pagamentos dos credores concursais do falido, a) do primeiro protesto por falta de pagamento do empresário devedor que não
que agrupados de forma paritária, conforme a natureza de seus créditos, serão tiver sido cancelado (quando o pedido for baseado no art. 94, I e II, LRE);
pagos: b) do pedido de falência (petição inicial, quando o pedido for baseado no art. 94,
1º) créditos trabalhistas, limitados a 150 (cento e cinquenta) salários mínimos III, LRE ou na autofalência);
por credor, e os créditos por acidentes de trabalho; c) do pedido de recuperação judicial (petição inicial).
2º) créditos com garantia real, até o limite do valor do bem gravado;
3º) créditos tributários, exceto as multas tributárias; Efeitos da falência
4º) créditos com privilégio especial;
São créditos com privilégio especial: Vamos aos efeitos mais recorrentes!!!
 Créditos por benfeitorias necessárias ou úteis;
 Créditos do autor de obra, pelos direitos do contrato de edição, na 1) Quanto à pessoa do devedor
falência da editora; > Inabilitação empresarial;
 Créditos dos titulares de direito de retenção sobre a coisa retida; > Dissolução da sociedade;
 Créditos do promitente comprador sobre as quantias pagas ao > Perda do direito de administração e da disponibilidade dos seus
incorporador falido; bens.
 Aqueles em favor dos ME e EPP 2) Quanto aos bens do devedor
5º) créditos com privilégio geral; > Os bens passam a ser administrados pelo administrador judicial
São créditos com privilégio geral: > O estabelecimento pode ser lacrado
 Créditos detidos por debenturista titular de debêntures com > Podem sofrer remoção
garantia flutuante; > Pode ser promovida a venda antecipada
 Créditos por honorários de advogado na falência de seu devedor. > Podem ser adquiridos ou adjudicados pelos credores, desde que
6º) créditos quirografários; autorizados e isto se dê de forma imediata e pelo valor da
7º) créditos decorrentes de multas contratuais e de penas pecuniárias por avaliação
infração à legislação penal ou administrativa, inclusive as multas tributárias; 3) Quanto às obrigações do devedor
8º) créditos subordinados > Vencimento antecipado das dívidas do devedor;
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

75
> Conversão de todos os créditos em moeda estrangeira para a > o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50%
moeda do país, pelo câmbio do dia da decisão judicial; dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia
> Não exigibilidade de juros vencidos após a decretação da falência. necessária para atingir essa porcentagem;
Salvo se o ativo for suficiente para tal; > decurso do prazo de 05 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se
> Compensação a despeito da ordem de classificação dos créditos. o falido não tiver sido condenado por prática de crime falimentar;
> decurso do prazo de 10 (anos) anos, contado do encerramento da
Obs.: Deve-se levar em conta, também, no que tange à exigibilidade de juros, a falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime falimentar.
redação do parágrafo único do art. 124 da LRE, onde, em se tratando de OBS.: Verificada qualquer uma das hipóteses citadas, o falido poderá requerer
debênture ou crédito com garantia real, não se aplica a regra em questão; ao juízo da falência que suas obrigações sejam declaradas extintas por
neste caso, o produto dos bens será usado para o pagamento dos juros sentença.

4) Quanto aos contratos do falido Crimes Falimentares


> O vendedor pode obstar a entrega da coisa vendida ao falido A legislação brasileira não trouxe um conceito de crime falimentar, o que
enquanto esta ainda estiver a caminho, exceto se revendido a terceiro de boa- existe, na verdade, são crimes tipificados como falimentares. A terminologia
fé; crime falimentar foi substituída, com a nova Lei de Falências (Lei nº
> Compra e venda com reserva de domínio (devedor falido – 11.101/2005), por disposições penais, pois a falência não é mais a única
comprador). O administrador judicial resolve, ouvido o comitê de credores, se condição de punibilidade, enquadrando-se também, a recuperação judicial e
continua pagando ou não; extrajudicial. No entanto, uma vez que está consagrada pelo uso, a expressão
> Na falência do locador não se resolve de imediato o contrato; na pode ser mantida, devendo-se sempre ter em mente que não mais se limitam
falência do locatário o administrador judicial pode denunciar o contrato; os crimes a condutas exclusivamente praticadas a partir da decretação da
> Ficam resolvidos os mandatos com a decretação da falência, falência.
salvo se for mandato de representação judicial ou se versar sobre matéria Na Lei Falimentar as disposições de natureza penal estão descritas em seu
estranha à atividade empresarial; Capítulo VII, distribuídas da seguinte forma:
> As contas correntes do devedor falido são encerradas, restando o > do artigo 168 ao 178 (Seção I), estão os tipos penais;
saldo para compor a massa falida objetiva. > do artigo 179 ao 182 (Seção II), listam-se as disposições acerca
5) Quanto aos credores do falido dos sujeitos passivos das infrações, da condição objetiva de punibilidade, dos
> Formação da massa de credores, que dará origem aos órgãos de efeitos da condenação e da prescrição; e, por fim,
credores; > os artigos 183 a 188 (Seção III) trazem previsões de natureza
> Suspensão das ações e execuções individuais dos credores, sobre processual.
direitos e interesses relativos à massa falida;
> Vencimento antecipado de todas as dívidas do falido; #SeLiga!!! Nenhuma das condutas descritas pela legislação falimentar é
> Suspensão da fluência dos juros contra a massa falida. punível, ao menos como crime falimentar, sem que um dos elementos abaixo
se faça presente (requisitos):
6) Quanto aos atos do falido > exista um devedor (empresário ou sociedade empresária);
> determinados atos objetivos (art. 129 LRE) serão declarados > exista uma sentença declaratória de falência, ou concessiva de
ineficazes perante a massa; recuperação judicial ou extrajudicial;
> atos praticados em conluio fraudulento, que tenham provocado > ocorra atos e fatos provenientes de culpa, expressamente
efetivo prejuízo à massa, poderão ser revogados. enumerados na Lei de Falências.

Ação Revocatória LEI DAS ESTATAIS


A ação revocatória é o instrumento jurídico adequado para que seja declarada
a ineficácia, objetiva ou subjetiva, do ato praticado pelo falido. A Lei nº 13.303, “Lei da Responsabilidade das Estatais” ou simplesmente de “Lei
O administrador judicial, qualquer credor, ou o Ministério Público têm das Estatais”, não faz distinção em relação a estatais exploradoras de
legitimidade para propor a ação revocatória, no prazo de 03 (três) anos, atividade econômica (ex: Petrobras e Banco do Brasil) e prestadoras de
contato da decretação da falência (art. 132, LRE). serviços públicos (ex: Infraero e Correios): todas, indistintamente, devem
observar os ditames da lei.
O juízo competente para processar e julgar a ação revocatória é o juízo Ela estabelece uma série de mecanismos de transparência e governança a
falimentar. Da sentença proferida cabe recurso de apelação. serem observados pelas estatais, como regras para divulgação de
informações, práticas de gestão de risco, códigos de conduta, formas
Sentença de Encerramento e a Reabilitação do falido de fiscalização pelo Estado e pela sociedade, constituição e funcionamento
Após a venda de todo o ativo e o consequente pagamento dos credores do dos conselhos, assim como requisitos mínimos para nomeação de dirigentes.
falido com os recursos obtidos, o administrador judicial deverá apresentar a Quadro Esquemático das Principais Características:
sua prestação de contas no prazo de 30 (trinta) dias e, após o julgamento
destas, o relatório final da falência. SOCIEDADE DE ECONOMIA
O relatório final da falência elaborado pelo administrador judicial deverá ser DIMENSÕES EMPRESA PÚBLICA
MISTA
apresentado no prazo de 10 (dez) dias contato da data da sentença que julgar PERSONALIDADE
as suas contas. DE DIREITO PRIVADO DE DIREITO PRIVADO
JURÍDICA
A reabilitação compreende a extinção das responsabilidades civis e penais do CAPITAL TOTALMENTE PÚBLICO PÚBLICO E PRIVADO
falido. Nos termos do art. 158 da Lei de Falências, as obrigações civis do falido
FORO (ENTIDADES EM REGRA: JUSTIÇA EM RERA: JUSTIÇA
se extinguem com:
FEDERAIS) FEDERAL ESTADUAL (COMUM)
> o pagamento de todos os créditos;
CONSTITUIÇÃO AUTORIZADA POR LEI AUTORIZADA POR LEI
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

76
REGIME SOCIETÁRIO DA EMPRESA PÚBLICA E DA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA > ocupado cargo na gestão superior da EP ou SEM, comprovando
A sociedade de economia mista será constituída sob a forma de sociedade sua capacidade para assumir as responsabilidades dos cargos;
anônima. > tenha ingressado na EP ou SEM por meio de concurso público;
É sempre importante lembrar que a CF/88 estabelece que o Estado até pode > tenha mais de 10 anos de trabalho efetivo na EP ou SEM.
atuar como explorador de atividades econômicas como um particular, mas, em
respeito aos princípios orientadores da própria Ordem Econômica, não poderão Regime Societário e Função Social da Empresa Pública e Sociedade de
ser privilegiados por terem origem pública. Economia Mista
Assim, quando obrigações e responsabilidades que a empresa pública e a
sociedade de economia mista que explorem atividade econômica assumam em Promulgada em junho de 2016, a Lei nº 13.303/16, Lei da Estatais dispõe, como
condições distintas às de qualquer outra empresa do setor privado em que vimos, sobre modificações relevantes no estatuto social das empresas estatais
atuam deverão: brasileiras, incluindo sociedades de economia mista e suas subsidiárias, nos
Estar claramente definidas em lei ou regulamento, bem como previstas em âmbitos federal, estadual e municipal.
contrato, convênio ou ajuste celebrado com o ente público competente para Em linhas gerais, essas transformações têm como objetivo fortalecer as
estabelecê-las, observada a ampla publicidade desses instrumentos; estruturas de governança corporativa e promover mecanismos de controle,
Ter seu custo e suas receitas discriminados e divulgados de forma transparência e prestação de contas à sociedade e aos órgãos reguladores,
transparente, inclusive no plano contábil. alinhadas às boas práticas já adotadas por empresas de padrão global.
Como qualquer empresa, aliás, talvez mais que quaisquer empresas, deverão Dentre as inovações trazidas está expressa previsão da função social dessas
observar requisitos de transparência; empresas estatais, conforme o art. 27:
Obediência às regras da CVM; terão a função social de realização do interesse coletivo ou
Ter o interesse público, respeitadas as razões que motivaram a autorização de atendimento a imperativo da segurança nacional
legislativa, manifestado por meio do alinhamento entre seus objetivos e expressa no instrumento de autorização legal para a sua
aqueles de políticas públicas; criação.
Observar regras de governança corporativa, de transparência e de estruturas,
práticas de gestão de riscos e de controle interno, composição da Foi com o Estado Social que ganhou espaço no mundo jurídico a função social
administração e, havendo acionistas, mecanismos para sua proteção. da propriedade. Ou seja, além da ideia puramente individualista, transcendeu-
A empresa pública tem algumas restrições importantes previstas na lei, anote se para o necessário cumprimento de objetivos sociais dos bens jurídicos.
lá: A EP não poderá: Importante ressaltar que a função social também deve alcançar o próprio
I - lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliários, conversíveis em interesse do empresário, não sendo, pois, ilimitada a exigência do seu
ações; cumprimento, ou seja, apenas se pode exigir o que esteja relacionado com seu
II - emitir partes beneficiárias. objeto social.
A empresa pública e a sociedade de economia mista terão a função social de Partindo desse pressuposto, concebendo a ideia de que o empresário é o
realização do interesse coletivo ou de atendimento a imperativo da segurança próprio Estado, qual seria esse limite?
nacional expressa no instrumento de autorização legal para a sua criação. Assim como ocorre com as empresas privadas, também não se pode ter uma
Entenda por interesse coletivo o alcance do bem-estar econômico e para a função social irrestrita como exigência para as estatais, afinal, devem, acima
alocação socialmente eficiente dos recursos geridos, bem como para o de tudo, ser sustentáveis. Mas sua função social é delimitada por imperativos
seguinte: de segurança nacional e interesse coletivo, que são os fins precípuos do
I - ampliação economicamente sustentada do acesso de consumidores aos próprio Estado-Empresário.
produtos e serviços da empresa pública ou da sociedade de economia mista;
II - desenvolvimento ou emprego de tecnologia brasileira para produção e Principais mudanças propostas pela Lei das Estatais (Fonte: Deloitte. Disponível
oferta de produtos e serviços da empresa pública ou da sociedade de economia em: https://www2.deloitte.com/content/dam/Deloitte/br/Documents/risk/
mista, sempre de maneira economicamente justificada. Pesquisa-Deloitte-Governan%C3%A7a-Estatais-Relatorio-PDF-Dinamico.pdf):

ADMINISTRAÇÃO DA EMPRESA PÚBLICA E DA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA Governança, conselho de administração, conselho fiscal e comitês de auditoria
Estruturação de uma governança corporativa compatível com o porte e
Para a gestão, deverá ser observado o seguinte: características da empresa, apta a responder às demandas e complexidade do
I - constituição e funcionamento do Conselho de Administração, observados o ambiente de negócios
número mínimo de 7 (sete) e o número máximo de 11 (onze) membros;
II - requisitos específicos para o exercício do cargo de diretor, observado o Auditoria interna
número mínimo de 3 (três) diretores. Avaliação independente de processos, controles e riscos de negócios, para
Consideram-se administradores da empresa pública e da sociedade de minimizar a probabilidade de fraude, erros ou práticas ineficazes de controles
economia mista os membros do Conselho de Administração e da diretoria. internos e gerenciamento de riscos

A escolha dos administradores das estatais deve recair sobre cidadãos de Obras e projetos de investimento
reputação ilibada e notório conhecimento que preencham, cumulativamente, Fortalecimento dos instrumentos de gestão de projetos de investimento em
os seguintes requisitos: bens de capital (CapEx) e despesas operacionais (OpEx)
> Tempo mínimo de experiência profissional, conforme alguma das
alternativas apresentadas a seguir; Licitação de bens e serviços e gestão de fornecedores
> Formação acadêmica compatível; Aprimoramento de processos de licitação de bens e serviços e governança de
> Não ser inelegível. terceiros
os requisitos de tempo de experiência profissional podem ser dispensados no
caso de indicação de empregado que preencha os seguintes requisitos:
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

77
Integridade e conformidade Registro
Implementação de programas de integridade e conformidade incluindo, entre Nos trinta dias subsequentes à sua constituição, a sociedade deverá requerer a
outros, a implementação de códigos de conduta, canal de denúncias e inscrição do contrato social. ATENÇÃO!!!! Quando as sociedades empresárias
mecanismos de prevenção a fraudes e corrupção. devem mesmo fazer seu registro??? “Antes mesmo de dar início à sua
atividade empresária”
Gestão de riscos e controles internos A sociedade simples tem seus atos (constituição, alteração e extinção)
Aplicação de metodologias e ferramentas para identificação, mensuração e registrados no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
acompanhamentos dos riscos de negócios, bem como o desenvolvimento de
estratégias de mitigação. Obs.: Cuidado com as pegadinhas de questões de prova!!! O Registro Público de
Empresas Mercantis, ou simplesmente Junta Comercial, é o local competente
Planejamento estratégico e modelos de gestão para o registro dos atos das sociedades empresárias, mas não das sociedades
Formalização do plano estratégico e alinhamento dos modelos de gestão, de simples.
modo a potencializar o atingimento dos objetivos de negócio da entidade.
Direitos e Obrigações dos Sócios
Sociedade Simples O Código Civil regula, nos artigos 1.001 a 1.009, a responsabilidade dos sócios
Anteriormente à vigência do Código Civil/2002, as Sociedades Simples (sigla em relação aos direitos e obrigações entre si e terceiros, que devem ser
S/S) eram denominadas "Sociedades Civis" (sigla S/C). cumpridas durante todo tempo em que a relação jurídica que foi firmada.
Hoje, as S/S estão disciplinadas nos artigos 982, 983, 997 a 1.038 do Código As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, se este não
Civil. fixar outra data, e terminam quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as
Importante registrar que ela assume papel de destaque no Direito de Empresa, responsabilidades sociais.
posto que as disposições que a disciplinam funcionam, com relação aos demais
tipos societários, como legislação subsidiária. Eles são de caráter patrimonial e pessoal!!!
Não existe propriamente um conceito positivo de S/S, mas sim um conceito
negativo, extraído a partir da exclusão, ou seja, as S/S são aquelas sociedades Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições
que não exercem atividade própria de empresário sujeito a registro.). estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias
Apesar de terem um capítulo dedicado exclusivamente ao seu funcionamento e seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano
estrutura, o legislador também estabeleceu norma que as privilegia, pois emergente da mora.
podem, ainda, constituir-se segundo um dos tipos previstos naturalmente para O que no caso de incorrer a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir,
as sociedades empresárias, conforme regulados nos artigos 1.039 a 1.092 do à indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante
Código Civil, a saber: já realizado, o que deverá ser observado a situação do capital social em
> Sociedade em Nome Coletivo relação a quota do sócio remisso.
> Sociedade em Comandita Simples Visto que nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o
> Sociedade Limitada valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente realizado,
> Sociedade em Comandita por Ações liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação
Caso não se constitua em uma dessas formas, a S/S subordina-se às normas patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço
que lhe são próprias, estabelecidas nos artigos 997 a 1.038 CC/02, neste caso especialmente levantado.
será chamada de Sociedade Simples Pura. O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais sócios
Obs.: Lembremos que o parágrafo único do art. 982 CC/02 determina que, suprirem o valor da quota.
independentemente do objeto, as sociedades anônimas serão sempre
empresárias. Têm elas, portanto, natureza empresarial! Ou seja, não há Cessão de quota - Responsabilidade do Cedente e Cessionário
qualquer possibilidade de uma sociedade simples se revestir da forma de S.A. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do
contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia
Contrato Social quanto a estes e à sociedade.
A sociedade simples constitui-se mediante contrato escrito, particular ou Cumpre ressaltar que até dois anos depois de averbada a modificação do
público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio.
pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios,
se jurídicas; Participação nos Lucros e Perdas
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição consiste em
qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do valor das
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; quotas.
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em Aqui cabe relembrar mais uma grande diferença entre as sociedades
serviços; empresárias e as sociedades simples! É pressuposto daquelas a obrigatória
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus contribuição de todos os sócios para a formação do capital social.
poderes e atribuições; OBS.: É nula qualquer cláusula contratual que exclua qualquer sócio de
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; participar dos lucros e das perdas (a origem da chamada cláusula leonina).
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações
sociais.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

78
Responsabilidade dos Sócios 9) Constitui-se por intermédio da assembleia dos fundadores ou por
Os sócios respondem por seus atos perante terceiros, desde o primeiro instrumento público, e seus atos constitutivos devem ser arquivados na Junta
momento em que se inicia a operação negocial. Mas, no que tange às Comercial e publicados;
obrigações contraídas em nome da sociedade, a responsabilidade poderá ser: 10) Deve ostentar a expressão “cooperativa” em sua denominação, sendo
Solidária e ilimitada, caso adote a forma pura; vedado o uso da expressão “banco”;
Outro tipo de responsabilidade, a depender da forma societária que tenha 11) Neutralidade política e não discriminação religiosa, social e racial;
adotado e sua legislação específica. 12) Indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de
dissolução da sociedade.
#SeLiga!!!!!!! Adora cair em prova!!! Teoria dos atos ULTRA VIRES SOCIETATIS.
Saliente-se que a cooperativa existe com o intuito de prestar serviços a seus
Ultra Vires? Mas o que é isso??? Bom, é instituto de origem anglo-saxônica, e associados, de tal forma que possibilite o exercício de uma atividade comum
podemos tentar traduzir como “além do conteúdo da sociedade”, ou “além das econômica, sem que tenha ela fito de lucro.
forças do administrador”. Significa que o administrador, ao praticar atos de
gestão, se violar o objeto social delimitado no ato constitutivo, este ato não Formação do Quadro Social e Associados
poderá ser imputado como de responsabilidade da sociedade. O ingresso nas Cooperativas é livre a todos que desejarem utilizar os serviços
Em regra, como cabe aos administradores representar os interesses da prestados pela mesma, desde que adiram aos propósitos sociais e preencham
sociedade e atuar por ela, considera-se que todos os atos por eles praticados as condições estabelecidas no estatuto.
foram atos praticados pela própria sociedade, cabendo, portanto, a
responsabilidade dos atos à sociedade. Capital Social
Porém, uma vez que os administradores atuam contrariamente aos interesses O capital social será fixado em estatuto e dividido em quotas-parte que serão
da sociedade, da lei e normas contratuais, essa regra perde força e ganha integralizadas pelos associados, observado o seguinte:
espaço a teoria ultra vires, cujo principal intuito é responsabilizar diretamente a) o valor das quotas-parte não poderá ser superior ao salário mínimo;
os administradores e isentar a sociedade de responsabilidade pela prática b) o valor do capital é variável e pode ser constituído com bens e
desses atos excessivos. serviços;
Desta feita, a sociedade fica isenta de responsabilidade perante terceiros, c) nenhum associado poderá subscrever mais de 1/3 (um terço) do total
salvo se tiver se beneficiado com a prática do ato, quando então, passará a ter das quotas-parte, salvo nas sociedades em que a subscrição deva ser
responsabilidade na proporção do benefício auferido. diretamente proporcional ao movimento financeiro do cooperado ou ao
Em suma, a teoria ultra vires societatis é caracterizada pelo abuso de poder quantitativo dos produtos a serem comercializados, beneficiados ou
por parte do administrador, o que ocasiona violação do objeto social lícito para transformados ou ainda, no caso de pessoas jurídicas de direito público
o qual foi constituída a empresa. nas Cooperativas de eletrificação, irrigação e telecomunicação;
d) as quotas-parte não podem ser transferidas a terceiros estranhos à
O instituto está previsto no parágrafo único do artigo 1.015 do CC/02: sociedade, ainda que por herança.
Art. 1.015. No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os
atos pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo objeto social, a Denominação Social
oneração ou a venda de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios Neste tipo societário será sempre obrigatória a adoção da expressão
decidir. “Cooperativa” na denominação, sendo vedada a utilização da expressão
Parágrafo único. O excesso por parte dos administradores somente pode ser “Banco”.
oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses:
I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio Administração
da sociedade; A Sociedade Cooperativa será administrada por uma diretoria ou conselho de
II - provando-se que era conhecida do terceiro; administração ou ainda outros órgãos necessários à administração previstos
III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da no estatuto, composto exclusivamente de associados eleitos pela assembleia
sociedade. geral, com mandato nunca superior a quatro anos sendo obrigatória a
renovação de, no mínimo, 1/3 do conselho de administração.
SOCIEDADE COOPERATIVA (LEI Nº 5.764/71)
Forma Constitutiva
Cooperativa é uma associação de pessoas com interesses comuns, A Sociedade Cooperativa constitui-se por deliberação da assembleia geral dos
economicamente organizada de forma democrática, isto é, contando com a fundadores, constantes da respectiva ata ou por instrumento público.
participação livre de todos e respeitando direitos e deveres de cada um de
seus cooperados, aos quais presta serviços, sem fins lucrativos. Espécies de Cooperativas:

Características Gerais da Sociedade Cooperativa: Cooperativa de trabalho - Considera-se Cooperativa de Trabalho a sociedade
1) É uma sociedade de pessoas; constituída por trabalhadores para o exercício de suas atividades laborativas
2) O objetivo principal é a prestação de serviços; ou profissionais com proveito comum, autonomia e autogestão para obterem
3) Pode ter um número ilimitado de cooperados; melhor qualificação, renda, situação socioeconômica e condições gerais de
4) O controle é democrático: uma pessoa = um voto; trabalho.
5) Nas assembleias, o “quórum” é baseado no número de cooperados;
6) Não é permitida a transferência das quotas-parte a terceiros, estranhos à Cooperativas Sociais - Finalidade de inserir as pessoas em desvantagem no
sociedade, ainda que por herança. mercado econômico, por meio do trabalho, fundamentadas no interesse geral
7) Retorno proporcional ao valor das operações; da comunidade em promover a pessoa humana e a integração social dos
8) Não está sujeita à falência; cidadãos.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

79
Cooperativas de Crédito - As Cooperativas de Crédito têm por objetivo fomentar Nessa modalidade, não há restrições para o desempenho de serviços, no
as atividades do cooperado via assistência creditícia. É ato próprio de uma entanto, é importante ter o controle do faturamento a partir do registro correto
cooperativa de crédito a captação de recursos, a realização de empréstimos do fluxo de caixa (que deve ser realizado em toda empresa). Se o lucro
aos cooperados bem como a efetivação de aplicações financeiras no mercado, ultrapassar o limite para ME, o contrato social deve ser revisto, alterando
o que propicia melhores condições de financiamento aos associados. também o regime tributário do empreendimento.
A Micro Empresa pode ser dividida em quatro categorias: sociedade simples,
Microempreendedor Individual, Pequeno Empresário, Microempresa e Empresa EIRELI, sociedade empresária e empresário.
de Pequeno Porte
Empresa de Pequeno Porte (EPP)
As microempresas, empresas de pequeno porte e os microempreendedores Negócios com limite de faturamento anual de R$ 4,8 milhões podem ser
individuais contribuem com parcela considerável da geração de emprego e enquadrados como EPP. Da mesma forma que a ME, o titular de uma Empresa
renda em todo o país. No âmbito local, esse setor desempenha papel ainda de Pequeno Porte deve formalizar o negócio em uma Junta Comercial, optando
mais relevante, pois movimenta a economia das cidades e colabora para a por um dos regimes tributários (Simples Nacional, Lucro Real ou Lucro
arrecadação de tributos a serem revertidos em serviços e investimentos de Presumido).
interesse da população. Normalmente, as cobranças em provas vêm em torno das diferenças
Por esse motivo, A Constituição Federal atribui aos governos e legisladores o existentes entre as “pequenas” e as demais, que são, em regra, diferenças que
dever de trabalhar para implementação de políticas públicas necessárias para resultam benefícios para as “pequenas”. Então, vamos destacar, entre as
suporte e incentivo ao seu desenvolvimento. principais vantagens de uma microempresa ou empresa de pequeno porte, as
A política nacional criada por meio da publicação do Estatuto Nacional da seguintes:
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Lei Complementar nº 123, de 14
de dezembro de 2006 (LC nº 123), também conhecida como Lei Geral da MPE, Recolhimento unificado de tributos
instituiu o regime jurídico de tratamento diferenciado para esse segmento, tal O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único
como previsto na Constituição Federal. de arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições:
Aos Estados e Municípios cabe a regulamentação de diversos dispositivos da Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica; Imposto sobre Produtos
legislação nacional, tais como o uso do poder de compras públicas para a industrializados; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; Contribuição para o
promoção do desenvolvimento, o licenciamento de atividades econômicas e a Financiamento da Seguridade Social; Contribuição para o PIS/PASEP;
promoção dos microempreendedores individuais. Contribuição para a Seguridade Social; Imposto sobre a Circulação de
A Lei Complementar nº 123/2006 estabelece normas gerais relativas ao Mercadorias e Serviços e sobre Serviços de Transporte Interestadual e
tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e Intermunicipal; Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza.
empresas de pequeno porte no âmbito dos poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios. Tributação pelo regime de caixa
Consideram-se microempresa ou empresas de pequeno porte, a sociedade Opcionalmente, as empresas optantes pelo Simples poderão utilizar a receita
empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 do bruta total recebida no mês - regime de caixa -, em substituição à receita
CC/02, desde que dentro dos limites de receita bruta especificados pela bruta auferida -regime de competência.
legislação do Simples.
Por óbvio, devem estar registrados no registro de empresas mercantis ou no Fiscalização orientadora
Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso. A fiscalização, no que se refere aos aspectos trabalhista, metrológico,
Definir se o negócio é microempresa (ME), empresa de pequeno porte (EPP), sanitário, ambiental e de segurança, das microempresas e empresas de
microempreendedor individual (MEI) ou empresa de médio e grande porte é pequeno porte deverá ter natureza prioritariamente orientadora, quando a
importante. A partir da formalização em contrato social, o empreendimento atividade ou situação, por sua natureza, comportar grau de risco compatível
passa a arrecadar tributos e emitir nota fiscal dos serviços. O enquadramento com esse procedimento.
errado do porte do negócio pode render multas e a perda de benefícios.
Obs.: Será observado o critério de dupla visita para lavratura de autos de
Microempreendedor individual (MEI) infração, salvo quando for constatada infração por falta de registro de
É a regularização desenvolvida para enquadrar microempreendedores que não empregado ou anotação da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS,
têm sócios, faturam até R$ 81 mil por ano e desempenham uma das mais ou, ainda, na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à
de 400 atividades permitidas pela atual legislação. fiscalização.
Esse profissional pode atuar na venda de produtos ou serviços, trabalha
individualmente e é optante do Simples Nacional (SIMEI). Porém, pode ter um Licitações – preferência
funcionário, ganhando até um salário mínimo. A Administração Pública poderá realizar processo licitatório destinado
O profissional precisa cumprir com o pagamento de tributos específicos, como exclusivamente à participação de microempresas e empresas de pequeno
o Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS-MEI), que garante porte nas contratações.
direitos básicos, como auxílio-maternidade e aposentadoria.
Além disso, o MEI, assim como outros modelos de enquadramento, conta com Obrigações trabalhistas
subsídios do governo para expandir e desenvolver o negócio. As microempresas o as empresas de pequeno porte são dispensadas:
1 - da afixação de Quadro de Trabalho em suas dependências;
Micro Empresa (ME) 2 - da anotação das férias dos empregados nos respectivos livros ou fichas de
Empreendimento que tem receita bruta anual inferior ou igual a R$ 360 mil. registro;
Para formalização, é necessário optar entre uma das formas de tributação 3 - de empregar e matricular seus aprendizes nos cursos dos Serviços
(Simples Nacional, Lucro Real ou Lucro Presumido) e realizar o registro em Nacionais de Aprendizagem;
uma Junta Comercial. 4 - da posse do livro intitulado “Inspeção do Trabalho”
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

80
Esta regra encontra-se inserta no artigo 1.124 do Código Civil:
Representação – justiça do trabalho Art. 1.124. Na falta de prazo estipulado em lei ou em ato do
É facultado ao empregador de microempresa ou de empresa de pequeno porte poder público, será considerada caduca a autorização se a
fazer-se substituir ou representar junto à justiça do trabalho por terceiros que sociedade não entrar em funcionamento nos doze meses
conheçam dos fatos, ainda que não possuam vínculo trabalhista ou societário seguintes à respectiva publicação.
comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego a concessão de férias
coletivas. Se a empresa infringir a ordem pública ou desviar-se de suas finalidades
estatutárias, poderá ser cassada a autorização. É o caso, por exemplo, de uma
Deliberações sociais e da estrutura organizacional empresa autorizada a vender veículos, que passa a também vender produtos
As microempresas e as empresas de pequeno porte são desobrigadas da alimentares. Neste caso, as suas finalidades foram alteradas para outro objeto,
realização de reuniões e assembleias em qualquer das situações previstas na sem que haja a necessária autorização para o comércio de alimentos.
legislação civil, as quais serão substituídas por deliberação representativa do O poder público poderá cassar a autorização concedida. Esta regra encontra-
primeiro número inteiro superior a metade do capital social. se inserta no artigo 1.125 do Código Civil:
Art. 1.125. Ao Poder Executivo é facultado, a qualquer tempo,
Acesso aos juizados especiais cassar a autorização concedida a sociedade nacional ou
As empresas enquadradas na LCMEPP, assim como as pessoas físicas capazes, estrangeira que infringir disposição de ordem pública ou
também são admitidas como proponentes de ação perante o Juizado Especial. praticar atos contrários aos fins declarados no seu estatuto.

Obs.: Dê olho na fraude!!!! São excluídos os casos de transferência de direitos Publicação de atos
de uma pessoa jurídica para outra que seja ME ou EPP, ou seja, os casos de Expedido o decreto de autorização, cumprirá à sociedade publicar os atos
cessionários de direito de pessoas jurídicas. exigidos, em trinta dias, no órgão oficial da União, cujo exemplar representará
prova para inscrição, no registro próprio, dos atos constitutivos da sociedade.
Baixa dos registros públicos A sociedade promoverá, também no órgão oficial da União e no prazo de trinta
As microempresas e as empresas de pequeno porte que se encontrem sem dias, a publicação do termo de inscrição.
movimento há mais de três anos poderão dar baixa nos registros dos órgãos
públicos federais, estaduais e municipais, independentemente do pagamento Obs.: As sociedades anônimas nacionais, que dependam de autorização do
de débitos tributários, taxas ou multas devidas pelo atraso na entrega das Poder Executivo para funcionar, não se constituirão sem obtê-la, quando seus
respectivas declarações nesses períodos. fundadores pretenderem recorrer a subscrição pública para a formação do
capital.
SOCIEDADE NACIONAL
Sociedades Estrangeiras
É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que
tenha no País a sede de sua administração. "Art. 1.138. A sociedade estrangeira autorizada a funcionar é
Quando a lei exigir que todos ou alguns sócios sejam brasileiros? obrigada a ter, permanentemente, representante no Brasil,
Neste caso, as ações da sociedade anônima revestirão, no silêncio da lei, a com poderes para resolver quaisquer questões e receber
forma nominativa. citação judicial pela sociedade.
Obs.: Qualquer que seja o tipo da sociedade, na sua sede ficará arquivada cópia Parágrafo único. O representante somente pode agir
autêntica do documento comprobatório da nacionalidade dos sócios. perante terceiros depois de arquivado e averbado o
instrumento de sua nomeação."
Autorização
No caso de empresas, temos, como regra geral, que o início de suas atividades A autorização é um ato administrativo discricionário, ou seja, a Administração
está condicionado à prévia autorização do poder público, a ser concedida, em Pública poderá decidir se há conveniência e oportunidade no seu deferimento.
geral, pelos órgãos do Poder Executivo dotados de poder de polícia na Trata-se também de ato unilateral e precário, pois pode ser objeto de
respectiva área. Temos, por exemplo, o corpo de bombeiros, a vigilância revogação. No entanto, há autorização com prazo, o que reduz a sua
sanitária, os órgãos ambientais, dentre outros. precariedade.
O requerimento de autorização de sociedade nacional deve ser acompanhado
de cópia do contrato, assinada por todos os sócios, ou, tratando-se de PREPOSTOS
sociedade anônima, de cópia, autenticada pelos fundadores, dos documentos
exigidos pela lei especial. Prepostos são os principais auxiliares do empresário! Agem em nome dele,
Ao Poder Executivo é facultado exigir que se procedam a alterações ou representando-o e tomando decisões que resultam no bom andamento das
aditamento no contrato ou no estatuto, devendo os sócios, ou, tratando-se de atividades empresárias em sua dia-a-dia.
sociedade anônima, os fundadores, cumprir as formalidades legais para Os principais prepostos, que ganharam um capítulo à parte no Código Civil de
revisão dos atos constitutivos, e juntar ao processo prova regular. 2002, são os gerentes e os contabilistas.
Ao Poder Executivo é facultado recusar a autorização, se a sociedade não Mas quem é o preponente e quem é o preposto?
atender às condições econômicas, financeiras ou jurídicas especificadas em Preponente – o empresário, aquele que constitui o preposto, para ocupar-se
lei. dos negócios.
Em regra, a empresa nacional precisa obter a autorização junto a órgãos Preposto – o que se ocupa dos negócios da empresa por delegação do
federais, estaduais e municipais. Publicado o ato autorizativo, a empresa empresário.
possui o prazo de doze meses para iniciar as suas atividades, caso contrário
ocorrerá a caducidade e será necessário um novo ato.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

81
Regras Gerais A autonomia da vontade é relativa, sujeitando-se à lei e aos princípios da oral
A regra principal é de que, se o preposto está praticando determinado ato em e da ordem pública.
nome do preponente, então a responsabilidade pela prática do ato perante 5. Princípio do Consensualismo.
terceiros é inteira do preponente, salvo se houver dolo por parte do preposto. 6. Princípio da Boa-Fé Objetiva.
No exercício de suas funções, os prepostos são pessoalmente responsáveis,
perante os preponentes, pelos atos culposos; e, perante terceiros, Obs.: O Princípio da Boa-Fé Objetiva é cláusula aberta consagrada no Código
solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos. Civil, que está prevista nos artigos 113 e 422 do Código Civil, atuando
Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos, preponderantemente como contraponto ao Princípio clássico da Autonomia
praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da empresa, Privada. Funciona como um elo entre o direito contratual e os princípios
ainda que não autorizados por escrito. constitucionais.
Quando tais atos forem praticados fora do estabelecimento, somente obrigarão
o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, cujo instrumento 7. Princípio do Equilíbrio Econômico
pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor. De forma a limitar o Princípio da Obrigatoriedade dos Contratos, o Princípio do
Como consequência dessa regra principal, o preposto não pode, sem Equilíbrio Econômico se aplica quando determinada obrigação se torna
autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob demasiadamente onerosa para uma das partes.
pena de responder pessoalmente pelos atos do substituto e pelas obrigações 8. Princípio da Função Social dos Contratos
por ele contraídas. Tal princípio se manifesta como limitador do Princípio da Relatividade.
O preposto, salvo autorização expressa, não pode negociar por conta própria ou Cria também a obrigação aos contratantes de agirem de forma a respeitar os
de terceiro, nem participar, embora indiretamente, de operação do mesmo interesses socialmente relevantes que possam ser afetados pelo contrato,
gênero da que lhe foi cometida, sob pena de responder por perdas e danos e de afastando, com isso, concepção individualista.
serem retidos pelo preponente os lucros da operação. Por razões diversas, a atual da matéria dos contratos é dividida em:
OBS.: Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao preposto, - Contratos Civis;
encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto, salvo nos casos em - Contratos com Consumidores; e
que haja prazo para reclamação. - Contratos Empresariais.
O traço diferenciador dos contratos empresariais é o escopo de lucro bilateral,
Gerente ou seja, a perseguição de vantagem econômica é o “motor” das partes
Considera-se gerente o preposto permanente no exercício da empresa, na sede contratantes.
desta, ou em sucursal, filial ou agência. Os contratos empresariais são aqueles em que ambos (ou, conforme o caso,
todos) os polos da relação jurídico-contratual têm sua atividade movida por
Quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se o gerente autorizado a razões empresariais.
praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram
outorgados. É o elemento da empresarialidade!

Obs.: Na falta de estipulação diversa, consideram-se solidários os poderes De forma geral, no âmbito de tais contratos, há equivalência de poderes e
conferidos a dois ou mais gerentes. forças entre as partes contratantes, não havendo relação de hipossuficiência
e/ou desequilíbrio no que tange às questões contratuais.
Obs.: As limitações contidas na outorga de poderes, para serem opostas a
terceiros, dependem do arquivamento e averbação do instrumento no Registro Função Econômica Do Contrato
Público de Empresas Mercantis, salvo se provado serem conhecidas da pessoa Os contratos empresariais assumem como função precípua a de promover a
que tratou com o gerente. circulação de mercadorias e serviços no mercado, bem como a circulação de
valores, que é intrínseca aos contratos celebrados em âmbito comercial.
O preponente responde com o gerente pelos atos que este pratique em seu
próprio nome, mas à conta daquele. Prática e Contratos Empresariais
Os contratos empresariais nascem da prática dos comerciantes e raramente
Obs.: O gerente pode estar em juízo em nome do preponente, pelas obrigações de tipos normativos preconcebidos por autoridades exógenas ao mercado.
resultantes do exercício da sua função.
Oportunismo e Vinculação
Contabilista Intrínseco à própria empresarialidade dos contratos. A parte, ao celebrar um
Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por qualquer dos contrato, gostaria de vincular o parceiro comercial, mas também de
prepostos encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se houver permanecer livre para deixar aquela relação e abraçar outra que
procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. eventualmente se apresente como mais interessante.

CONTRATOS EMPRESARIAIS Incompletude Contratual


Muitos contratos não contêm — e não podem mesmo conter — a previsão sobre
Princípios Fundamentais do Direito Contratual todas as vicissitudes que serão enfrentadas pelas partes.
1. Princípio da Autonomia da Vontade
2. Princípio da Obrigatoriedade dos Contratos (ou Princípio da Força Questões Fundamentais em relação à Interpretação dos Contratos
Obrigatória dos Contratos) - pacta sunt servanda. Empresariais
3. Princípio da Relatividade dos Contratos  Padrão de comportamento - “homem ativo e probo”
O contrato produz efeito apenas entre as partes contratantes.  Racionalidade Econômica - busca do lucro e maximização do valor do
4. Princípio da Supremacia da Ordem Pública investimento
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

82
Compra e Venda Mercantil Espécies de colaboração
O Contrato de compra e venda é o contrato mais utilizado no cotidiano  por aproximação: o colaborador não é intermediário, ou seja, não adquire os
comercial, destinado a promover a transferência e a aquisição da propriedade bens, produtos e/ou serviços para revendê-los. Apenas identifica potenciais
de algum bem e/ou direito. interessados.
Os contratos de compra e venda são marcados por dois momentos: São remunerados por percentual dos negócios que ajudam a viabilizar.
 a celebração do contrato;  por intermediação: o colaborador celebra com o fornecedor um contrato de
 a efetiva transmissão da propriedade da coisa objeto do contrato pela compra e venda; adquire os bens, produtos e/ou serviços para os revender.
entrega da coisa pelo vendedor ao comprador. Colaborador ganha com o resultado positivo de sua atividade empresarial.

Principais Características: Agência ou Representação Comercial


• Sinalagmático (ou Bilateral); A Lei nº. 4.886/1965 (“LRC”), com as alterações introduzidas pela Lei no.
• Oneroso; 8.420/1992, é a legislação aplicável à Representação Comercial.
• Consensual e (em regra) Não Solene; O contrato de Agência ou Representação Comercial é o instrumento pelo qual
• Translativo de propriedade. uma das partes (representante comercial autônomo) se obriga, em localidade
delimitada, a obter pedidos de compra e venda de mercadorias fabricadas ou
Venda com Reserva de Domínio comercializadas pela outra parte (representado ou preponente).
As partes poderão, ainda, em contratos nos quais a forma de pagamento for
parcelada, convencionar o contrato de compra e venda com cláusula de Obs.: Na representação comercial, não há, em regra, vínculo societário e/ou
reserva de domínio, em razão da qual a posse do bem alienado é transferida empregatício entre o representado e o representante comercial autônomo,
para o comprador desde o início da vigência do contrato, mas o domínio, e, sendo esta a principal característica desse tipo de contrato.
portanto, a propriedade, somente é transferida ao comprador mediante o
pagamento da última parcela. Principais elementos:
• Obrigação do representante de promover a conclusão por conta do
Compra e Venda sob Amostra preponente;
A compra e venda sob amostra caracteriza-se pela manifestação de vontade • Recorrência na prestação do serviço;
positiva do comprador pelo conhecimento de uma amostra do produto. Com • Autonomia para organizar suas atividades (i.e. carga horária de trabalho,
isso, o contrato somente se aperfeiçoa com a constatação de que o produto itinerários);
entregue ao comprador possui as mesmas características que a amostra • Delimitação territorial do local onde deve ser prestado o serviço;
oferecida pelo vendedor, de modo que isso configura condição suspensiva para •Direito do representante à retribuição da zona do serviço prestado;
o aperfeiçoamento do contrato. • Exclusividade e independência de ação.

Venda a Contento e Sujeita a Prova do Comprador Concessão Comercial:


As vendas a contento são submetidas à condição suspensiva da aprovação da Trata-se de contrato atípico em que determinado empresário (concessionário)
coisa entregue ao comprador, pelo comprador. se obriga a comercializar, com ou sem exclusividade, com ou sem cláusula de
territorialidade, os produtos fabricados por outro empresário (concedente), nas
Preempção ou Preferência condições estipuladas pelo último.
Ao vender um bem, o vendedor pode vir a resguardar seu direito de preempção A concessão comercial da venda de automóveis, diferentemente dos contratos
ou direito de preferência. Assim, caso o comprador queira vender esse bem a de concessão comercial genéricos, trata-se de contrato típico, disciplinado
terceiros, ele estará obrigado a oferecer o bem ao vendedor, que se pagar o especificamente pela Lei nº 6.729/79 (Lei Ferrari), que engloba automóveis,
mesmo valor oferecido pelo terceiro (e demais termos e condições), terá ônibus, tratores, motocicletas e similares.
preferência sobre ele. Essa forma contratual consiste em instrumento pelo qual o fabricante de
automóveis (concedente) permite que um empresário seja seu concessionário
Contratos de Colaboração e, assim, venda os produtos do concedente com exclusividade em determinada
Os contratos de colaboração empresarial têm como feição característica de área e sob as condições estipuladas pelo fabricante de automóveis.
atribuir obrigação a um dos contratantes (colaborador) a responsabilidade de Aos contratos de concessão comercial da venda de automóveis são inerentes
criar ou ampliar mercado em relação aos bens e/ou serviços do outro as seguintes características:
contratante (fornecedor). • Consensual;
Em termos concretos, o colaborador se obriga a fazer investimentos em • Bilateral;
divulgação, propaganda, manutenção de estoques, treinamento de pessoal e • Oneroso;
outros destinados a despertar, em consumidores, o hábito de adquirir os bens, • Formal;
produtos e/ou serviços do fornecedor. • De execução continuada; e
Os Contratos de Colaboração, em razão da obrigação essencial que os • De adesão.
caracteriza, possuem por marca comum uma subordinação empresarial
estabelecida entre as partes. Ou seja, o contratado deve organizar-se Comissão Mercantil (ou Empresarial)
empresarialmente da forma definida pelo contratante, seguindo as orientações Trata-se de vínculo contratual em que um empresário (comissário) se obriga a
e determinações advindas deste. realizar negócios mercantis por conta de outro (comitente), mas em nome
Sujeitos envolvidos: próprio, assumindo, portanto, responsabilidade pessoal pelos atos praticados.
colaborador contratado - comissário, representante, concessionário, Nesta forma de contratação, o comissário concretiza operações comerciais do
franquiado ou distribuidor. interesse do comitente, mas este não participa dos negócios, podendo até
fornecedor contratante - comitente, representado, concedente, franqueador ou permanecer incógnito.
distribuído.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

83
Obs.: Exercer em seu próprio nome é o que traça a principal diferença com os O contrato de arrendamento mercantil pode prever ou não a opção de compra,
contratos de Representação. pelo arrendatário, do bem de propriedade do arrendador.
O leasing é uma operação com características legais próprias, não se
O contrato de comissão assemelha-se ao mandato. A diferença fundamental da constituindo operação de financiamento. Nas operações de financiamento, o
comissão em relação ao mandato consiste na imputação da responsabilidade bem é de propriedade do mutuário, ainda que alienado, já no ato da compra.
perante terceiros. Principais ocorrências decorrentes do Leasing:
• O mandatário (porque pratica atos e realiza negócios em nome do mandante) • O Arrendatário sugere à arrendadora um bem que deverá por essa ser
não responde se agir nos limites dos poderes outorgados; e adquirido;
• O comissário (porque pratica atos e realiza negócios em nome próprio) será • Após a aquisição do bem, a proprietária do mesmo arrenda-o à terceiro
parte no contrato e responderá nos termos pactuados. interessado pela aquisição (ao arrendatário);

Obs.: Salvo no que contrariar esta diferença, aplica-se à comissão a disciplina • Com o término do prazo do arrendamento, o arrendatário possui a opção de
normativa do mandato (artigo 709 e seguintes do Código Civil). comprar o bem, por um preço menor do que o da sua aquisição inicial.
a) “Leasing” Financeiro ou “Leasing” Puro:
Contrato de Franquia O leasing financeiro ocorre quando uma sociedade se dedica exclusivamente a
adquirir bens fabricados por terceiros para arrenda-los, através de
Conceito redistribuição, a outra sociedade que necessite destes bens.
Regido pela Lei 8.955/1994, o contrato de franquia consiste no instrumento pelo b) “Lease-back” ou “leasing” de retorno:
qual um comerciante (franqueador) licencia o uso de seu nome, sua marca As operações de Lease-back são caracterizadas quando uma sociedade que
e/ou produtos a outro (franqueado) e presta-lhe serviços de organização possui a propriedade de um bem o vende a outra sociedade, esta última
empresarial, com ou sem venda de produtos. adquire o bem e em ato contínuo o arrenda à vendedora. Desta forma, apenas
A franquia consiste, pois, na conjugação de dois contratos: duas sociedades estão envolvidas na operação, não havendo terceiro
 o de Licenciamento de Uso de Marca; e interessado na aquisição do bem arrendado.
 o de Organização Empresarial. c) “Leasing” operacional ou “Renting”:
O contrato de franquia não é um contrato típico, de modo que o contrato As operações em que certa sociedade é proprietária de bens e os dá em
oferece amplo espaço para a alocação de responsabilidades. Sendo contrato arrendamento à terceiro, através do pagamento de determinadas parcelas,
atípico, o contrato de franquia acumula características de outros tipos de comprometendo-se, todavia, o proprietário dos bens a prestar assistência ao
contratos. arrendatário por todo o período do arrendamento, são chamadas de Leasing
Não obstante, o contrato de franquia trata-se de instrumento: operacional.
- Consensual;
- Bilateral; Faturização (Factoring)
- Oneroso; O Contrato de Faturização é atividade parabancária, que consiste na aquisição
- Solene; de créditos a curto prazo, derivados da venda de produtos ou da prestação de
- Prestação Sucessiva. serviços, no mercado interno e externo.
Os polos do contrato de franquia são ocupados pelo franqueado e pelo São três os elementos pessoais dos contratos de facturing:
franqueador. De um lado, normalmente, o franqueado dispõe de recursos e  o faturizador;
deseja constituir uma empresa comercial ou de prestação de serviços. o faturizado (ou vendedor, aderente ou fornecedor) e
Contudo, na maioria das vezes, não tem os conhecimentos geralmente  o comprador (ou cliente ou devedor).
necessários ao sucesso do empreendimento nem os pretende ter.
Do outro lado, há o franqueador (titular de marca já conhecida dos Cláusulas Essenciais ao Contrato de Factoring
consumidores, que deseja ampliar a oferta do seu produto ou serviço, mas sem • Cláusula de exclusividade ou totalidade das contas do faturizado;
as despesas e riscos inerentes à implantação de filiais). • Cláusula de duração do contrato;
Há vantagens para ambos os lados: • Cláusula de faculdade do faturizador de escolher as contas que deseja
a) franqueador - amplia a oferta da mercadoria e serviço sem aporte garantir;
de capital; • Cláusula de cessão dos créditos ao faturizador;
b) franqueado - desenvolve negócio consolidado perante o público e • Cláusula de assunção dos riscos pelo faturizador;
sem encargos de marketing e criação de produto. • Cláusula de remuneração do faturizador.

Da Circular de Oferta de Franquia PROPRIEDADE INDUSTRIAL - LEI Nº 9.279/96


Nos termos do Art. 3º da Lei 8.955/1994 o contrato de franquia precede de
circular de oferta de franquia. A propriedade intelectual é gênero, que engloba:
 Direito autoral (estudado pelo direito civil)
Arrendamento Mercantil (Leasing)  Propriedade industrial
As partes desse contrato são denominadas “arrendador” e “arrendatário”, Quatro são os bens imateriais protegidos pelo Direito Industrial na lei 9.279/96:
conforme sejam, de um lado, um banco ou sociedade de arrendamento • Patentes de invenção;
mercantil e, de outro, o cliente. • Patentes de modelo de utilidade;
O objeto do contrato é a aquisição, por parte do arrendador, de bem escolhido • Registro de marcas;
pelo arrendatário para sua utilização. • Registro de desenho industrial.
O arrendador é, portanto, o proprietário do bem, sendo que a posse e o
usufruto, durante a vigência do contrato, são do arrendatário. Obs: programa de computador não é assunto de propriedade industrial e sim
direito autoral.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

84
Obs.: Não Esqueça!!! A propriedade industrial faz parte do estabelecimento Obs.: O contrato de licença deverá ser averbado no INPI para que produza
empresarial, sendo espécie de bem imaterial/intangível/incorpóreo. efeitos em relação a terceiros.

A lei de propriedade também abriga: Licenciamento da patente: licença compulsória


 Repressão à concorrência desleal; Abuso de direito ou de poder econômico e não exploração ou não satisfação
 Repressão às falsas indicações de lugar (geográficas). das necessidades do mercado.
Ensejam, igualmente, licença compulsória:
Tanto a patente quanto o registro são feitos no INPI – Instituto Nacional de I - a não exploração do objeto da patente no território
Propriedade Industrial, que é uma autarquia federal. brasileiro por falta de fabricação ou fabricação incompleta
PATENTE é modo de proteção que alcança Invenção e Modelo de utilidade. do produto, ou, ainda, a falta de uso integral do processo
REGISTRO é modo de proteção que alcança Desenho Industrial e Marca. patenteado, ressalvados os casos de inviabilidade
econômica, quando será admitida a importação; ou
Invenção II - a comercialização que não satisfizer às necessidades do
mercado.
A invenção não é definida pela lei. Então, recorremos da doutrina! Art. 70. A licença compulsória será ainda concedida quando,
cumulativamente, se verificarem as seguintes hipóteses:
“invenção é o ato original de gênio, pelo qual se cria algo I - ficar caracterizada situação de dependência de uma
até então desconhecido.” (Fábio Ulhôa) patente em relação a outra;
II - o objeto da patente dependente constituir substancial
“trata-se de um ato original decorrente da atividade progresso técnico em relação à patente anterior; e
criativa do ser humano”. (André Santa Cruz) III - o titular não realizar acordo com o titular da patente
dependente para exploração da patente anterior.
A lei limita-se a dizer o que NÃO é invenção e nem modelo de utilidade (art. 10).
A saber: Emergência nacional ou interesse público
• Programa de computador.
• Métodos cirúrgicos (importante, despenca em concurso!). Art. 71. Nos casos de emergência nacional ou interesse
• Regras de jogo. público, declarados em ato do Poder Executivo Federal,
• Planejamento tributário. desde que o titular da patente ou seu licenciado não atenda
• Obras científicas, literárias ou artísticas. a essa necessidade, poderá ser concedida, de ofício, licença
• Métodos matemáticos. compulsória, temporária e não exclusiva, para a exploração
da patente, sem prejuízo dos direitos do respectivo titular.
Obs: não confundir o art. 10 (o que não é invenção nem modelo de utilidade), Parágrafo único. O ato de concessão da licença
com o art. 18, que trata estabelecerá seu prazo de vigência e a possibilidade de
o que não pode ser patenteado, pois ilícito, a saber: prorrogação.
• o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à
saúde públicas; PATENTE PIPELINE
• tudo que for resultado de transformação do núcleo atômico não poderá ser É quando o depósito internacional é válido como interno, por conta do acordo
patenteado; de TRIPS. Também chamada de patente de revalidação, prevista nos arts. 230 e
• o todo ou parte dos seres vivos, exceto os micro-organismos transgênicos que 231 da LPI.
atendam aos três requisitos de patenteabilidade.
Obs.: Segundo o STJ, a concessão da patente “pipeline” representa uma
Modelo de Utilidade/Pequena Invenção mitigação ao princípio da novidade. Além disso, nesse sistema de patente não
são examinados os requisitos usuais de patenteabilidade. Trata-se, portanto,
Art. 9º É patenteável como modelo de utilidade o objeto de de um sistema de exceção, não previsto em tratados internacionais, que deve
uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação ser interpretado restritivamente, seja por contrapor ao sistema comum de
industrial, que apresente nova forma ou disposição, patentes, seja por restringir a concorrência e a livre iniciativa (STJ. 3ª Turma.
envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional REsp nº 1.145.637/RJ, Rel. Desembargador Convocado Vasco Della Giustina,
no seu uso ou em sua fabricação. julgado em 15 12 2009).

Requisitos da patenteabilidade: Tempo de Duração


Novidade - Aquilo que não está compreendido no estado da técnica; A invenção terá o prazo máximo de 20 anos, deve respeitar o prazo mínimo de
Atividade inventiva - A invenção deve despertar nos técnicos da área o sentido 10 anos.
de um real progresso, ou seja, não pode a criação decorrer de maneira óbvia Já o modelo de utilidade terá prazo máximo de 15 anos, devendo respeitar o
do estado da técnica; prazo mínimo de 7 anos.
Aplicação industrial - Somente criações com aproveitamento industrial podem A patente é improrrogável, portanto, após o prazo de 20 (invenção) ou 15 anos
ser patenteadas; (modelo de utilidade), a patente cai em domínio público.
Não impedimento - trata-se de licitude do objeto da patente, conforme o art. 18.
Obs.: Conta-se o prazo a partir do DEPÓSITO do projeto no INPI. Para posterior
Licenciamento da patente: licença voluntária concessão da patente.
Ocorre quando o titular de patente ou o depositante celebra contrato de
licença para exploração.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

85
Extinção • Originalidade - Não colidência com marca notória, independentemente do
A patente extingue-se: registro no INPI, devido à Convenção da União de Paris, da qual o Brasil é
- expiração do prazo de vigência; signatário;
- renúncia de seu titular, ressalvado o direito de terceiros; • Não impedimento legal – Ex.: Símbolo oficial e monumentos nacionais ou
- caducidade; internacionais, falsa indicação geográfica, designação ou sigla de entidade ou
- falta de pagamento da retribuição anual; órgão público)
- pela ausência de procurador devidamente qualificado e domiciliado no país,
com poderes para representá-la administrativa e judicialmente, inclusive para ATENÇÃO!!! MARCA NOTÓRIA é somente protegida no seu ramo de atividade (ou
receber citações, no caso de titular domiciliado no exterior. seja, protegida em relação a produtos idênticos ou similares), diferentemente
Terminado o prazo do licenciamento compulsório e permanecendo a situação da MARCA DE ALTO RENOME, que após ser registrada no INPI e ter reconhecida
que ensejou a medida (exploração insatisfatória da invenção, por exemplo), essa qualificação especial (alto renome), passa a ser protegida em TODOS OS
ocorrerá a caducidade da patente, perdendo o inventor todos os direitos RAMOS da atividade econômica, conforme o art. 125 da LPI (proteção em todos
industriais que possuía, caindo a invenção em domínio público. os itens da classificação do INPI).

REGISTRO Obs.: O STJ decidiu, no entanto, que o Poder Judiciário não poderá declarar
diretamente que a marca é de alto renome por meio de uma decisão judicial. O
Desenho Industrial (“Design”) que o Judiciário pode fazer é determinar que o INPI examine, em um certo
Art. 95. Considera-se desenho industrial a forma plástica prazo, se a marca é realmente de alto renome.
ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de
linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, Para facilitar a administração e gestão de marcas registradas o Tratado de
proporcionando resultado visual novo e original na sua Nice criou uma classificação internacional, que reúne em classes específicas
configuração externa e que possa servir de tipo de produtos e serviços correlacionados.
fabricação industrial.
Quanto a sua natureza
Doutrina: desenho industrial é elemento fútil, pois não traz nenhum tipo de Marca de Produto – distinguem produtos de outros idênticos, semelhantes ou
utilidade, só está preocupado com a configuração externa. afins. Ex.: coca-cola, nike.
Um design inovador é um importante elemento de atração de clientes, pois ao
reunir características visuais inovadoras e originais, o produto passará a Marca de Serviço – distinguem serviços de outros idênticos, semelhantes ou
ocupar um lugar especial na memória dos consumidores e ganhará valor afins. Ex.: não mais pêlo, depile-se.
inestimável na disputa concorrencial.
Marca Coletiva – identifica produtos ou serviços provenientes de membros de
Tempo de Duração determinado grupo ou entidade. Ex.: Associação Brasileira dos Produtores de
O registro de Desenho Industrial concedido pelo INPI tem validade de 10 (dez) Café.
anos, podendo ser renovado por 3 (três) períodos de 5 (cinco) anos cada, ou
seja, pode ter a exclusividade do que se criou por até 25 (vinte e cinco) anos! Marca de Certificação – atestam a conformidade de produtos ou serviços a
determinadas normas técnicas. Ex.: INMETRO, ISO.
10+05+05+05.
Quanto a sua forma de apresentação
Extinção Nominativa – composta apenas por palavras, ou combinação de letras ou
O registro extingue-se: algarismos.
- pela expiração do prazo de vigência;
- pela renúncia de seu titular, ressalvado o direito de terceiros; SONY AVON GOOGLE IBM
- pela falta de pagamento da retribuição prevista; ou
- pela ausência de procurador devidamente qualificado e domiciliado no país, Figurativa – composta por desenho, imagem, formas fantasiosas em geral.
com poderes para representá-la administrativa e judicialmente, inclusive para
receber citações, no caso de titular domiciliado no exterior.

Marca
Marca é um sinal distintivo, cuja finalidade é identificar produtos e serviços,
Mista – combina elementos nominativos e figurativos (inclusive letras
dando-lhes uma identidade.
estilizadas).
Quando falamos “marca” temos uma definição natural do que vem a ser esse
vocábulo. Essa ideia, do senso comum, nos diz que marca é um símbolo, um
sinal, um emblema, uma insígnia, uma “identidade”, etc. Marca é exatamente
isso, ou seja, um sinal distintivo cuja finalidade é realmente identificar
produtos e serviços.
ATENÇÃO: NÃO confunda marca com nome empresarial nem com título do Tridimensional - forma plástica distintiva e necessariamente incomum do
estabelecimento. produto.
Ex.: tampa da caneta bic.
Requisitos para registro de marca
• Novidade (Relativa) – princípio da especificidade/especialidade;
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

86
Tempo de Duração B) A pretensão indenizatória, na data da propositura da ação, encontrava-se
Não tem limite de prorrogação, podendo sempre ser prorrogável por igual prescrita, em razão do decurso de mais de 3 (três) anos.
período (ou seja, de 10 em 10 anos). C) A pretensão indenizatória, na data da propositura da ação, não se
Desta forma, temos: 10+10+10... encontrava prescrita porque o prazo de 5 (cinco) anos não havia se esgotado.
D) A reparação do dano causado não pode ser pleiteada, porque a patente
Conta-se prazo a partir da CONCESSÃO do registro. concedida.

Extinção XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 04 - Luzia Betim pretende iniciar
O registro da marca extingue-se: uma sociedade empresária em nome próprio. Para tanto, procura assessoria
- pela expiração do prazo de vigência; jurídica quanto à necessidade de inscrição no Registro Empresarial para
- pela renúncia; regularidade de exercício da empresa. Na condição de consultor(a), você
- pela caducidade; ou responderá que a inscrição do empresário individual é
- pela ausência de procurador devidamente qualificado e domiciliado no país, A) dispensada até o primeiro ano de início da atividade, sendo obrigatória a
com poderes para representá-la administrativa e judicialmente, inclusive para partir de então.
receber citações, no caso de titular domiciliado no exterior. B) obrigatória antes do início da atividade.
C) dispensada, caso haja opção pelo enquadramento como microempreendedor
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES individual.
D) obrigatória, se não houver enquadramento como microempresa ou empresa
XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 01 - Determinadas pessoas de pequeno porte.
naturais, em razão de sua atividade profissional, e certas espécies de pessoas
jurídicas, todas devidamente registradas no órgão competente, gozam de XXIV Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 05 - Madeireira Juína Ltda.
tratamento simplificado, favorecido e diferenciado em relação aos demais requereu a homologação de plano de recuperação extrajudicial em Juara/MT,
agentes econômicos – microempresas e empresas de pequeno porte. De acordo lugar de seu principal estabelecimento. Após o pedido de homologação e antes
com a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, as microempresas da publicação do edital para apresentação de impugnação ao plano, um dos
e as empresas de pequeno porte, quanto à forma jurídica, são credores com privilégio geral que haviam assinado o plano pretende desistir
A) cooperativa de produção, empresário individual, empresa pública e unilateralmente da adesão. Tal credor possui um terço dos créditos de sua
sociedade limitada. classe submetidos ao plano. Com relação ao credor com privilégio geral, após a
B) empresário individual, empresa individual de responsabilidade limitada, distribuição do pedido de homologação, assinale a afirmativa correta.
sociedade simples e sociedade empresária, exceto por ações. A) Não poderá desistir da adesão ao plano, mesmo com a anuência expressa
C) cooperativa de crédito, empresário individual, empresa individual de dos demais signatários.
responsabilidade limitada e sociedade simples. B) Poderá desistir da adesão em razão da natureza contratual do plano, que
D) empresário individual, profissional liberal, empresa Individual de permite, a qualquer tempo, sua denúncia.
responsabilidade limitada e sociedade por ações. C) Não poderá desistir da adesão ao plano, salvo com a anuência expressa dos
demais signatários.
XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questões 02 - Além da impontualidade, a D) Poderá desistir da adesão ao plano, desde que seja titular de mais de 1/4 do
falência pode ser decretada pela prática de atos de falência por parte do total dos créditos de sua classe.
devedor empresário individual ou dos administradores da sociedade
empresária. Assinale a opção que constitui um ato de falência por parte do XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 06 - Álvares Florence tem um
devedor. filho relativamente incapaz e consulta você, como advogado(a), para saber da
A) Deixar de pagar, no vencimento, obrigação líquida materializada em título possibilidade de transferir para o filho parte das quotas que possui na
executivo protestado por falta de pagamento, cuja soma ultrapasse o sociedade empresária Redenção da Serra Alimentos Ltda., cujo capital social
equivalente a 40 (quarenta) salários mínimos na data do pedido de falência. se encontra integralizado. Apoiado na disposição do Código Civil sobre o
B) Transferir, durante a recuperação judicial, estabelecimento a terceiro sem o assunto, você respondeu que
consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para A) é permitido o ingresso do relativamente incapaz na sociedade, bastando que
solver seu passivo, em cumprimento à disposição de plano de recuperação. esteja assistido por seu pai no instrumento de alteração contratual.
C) Não pagar, depositar ou nomear à penhora, no prazo de 3 (três) dias, B) não é permitida a participação de menor, absoluta ou relativamente incapaz,
contados da citação, bens suficientes para garantir a execução. em sociedade, exceto nos tipos de sociedades por ações.
D) Deixar de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de C) não é permitida a participação de incapaz em sociedade, mesmo que esteja
recuperação judicial, após o cumprimento de todas as obrigações previstas no representado ou assistido, salvo se a transmissão das quotas se der em razão
plano que vencerem até dois anos depois da concessão da recuperação de sucessão causa mortis.
judicial. D) é permitido o ingresso do relativamente incapaz na sociedade, desde que
esteja assistido no instrumento de alteração contratual, devendo constar a
XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 03 - Amambaí Inovação e vedação do exercício da administração da sociedade por ele.
Engenharia S/A obteve, junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial
(INPI), patente de invenção no ano de 2013. Dois anos após, chegou ao XIX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 07 - André de Barros foi
conhecimento dos administradores a prática de atos violadores de direitos de desapossado de nota promissória com vencimento à vista no valor de R$
patente. No entanto, a ação para reparação de dano causado ao direito de 34.000,00 (trinta e quatro mil reais), pagável em Lagoa Vermelha/RS, que lhe
propriedade industrial só foi intentada no ano de 2019. Você é consultado(a), foi endossada em branco pela sociedade empresária Arvorezinha Materiais de
como advogado(a), sobre o caso. Assinale a opção que apresenta seu parecer. Limpeza Ltda. Em relação aos direitos cambiários decorrentes da nota
A) A reparação do dano causado pode ser pleiteada, porque o direito de patente promissória, assinale a afirmativa correta.
é protegido por 20 (vinte) anos, a contar da data do depósito.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

87
A) A sociedade empresária endossante ficará desonerada se o título não for XXVIII Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 11 - Jacinto Almenara EIRELI teve
restituído a André de Barros no prazo de 30 (trinta) dias da data do um bem de sua propriedade arrecadado pelo administrador judicial na falência
desapossamento. de Rubim & Divisa Ltda., mas foi informado que o referido bem já tinha sido
B) André de Barros poderá obter a anulação do título desapossado e um novo alienado pela massa. Ciente dessa circunstância, o(a) advogado(a) da EIRELI
título em juízo, bem como impedir que seu valor seja pago a outrem. A) não poderá pleitear a restituição do bem nem receber o preço da venda em
C) A sociedade empresária endossante não poderá opor ao portador atual razão de já ter sido alienado pela massa falida.
exceção fundada em direito pessoal ou em nulidade de sua obrigação. B) deverá habilitar o crédito no processo de falência, com a classificação de
D) O subscritor da nota promissória ficará desonerado perante o portador atual quirografário, diante da impossibilidade de sua restituição in natura.
se provar que o título foi desapossado de André de Barros involuntariamente. C) poderá pleitear a restituição em dinheiro, recebendo o preço obtido com a
venda do bem arrecadado, devidamente atualizado.
XXVIII Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 08 - Inocência adquiriu um D) deverá ajuizar ação revocatória para obter indenização da massa falida
aparelho de jantar para sua nova residência em uma loja de artigos pela venda ilegal do bem arrecadado, que deveria lhe ter sido restituído.
domésticos. A vendedora, sociedade limitada empresária, recebeu um cheque
cruzado emitido pela compradora e, se comprometeu, a não o apresentar ao XXVII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 12 - Roberto desligou-se de seu
sacado antes de 10 de janeiro de 2019. Em 13 de dezembro de 2018, exatamente emprego e decidiu investir na construção de uma hospedagem do tipo pousada
uma semana após a compra, Inocência verificou, no extrato de sua conta- no terreno que possuía em Matinhos. Roberto contratou um arquiteto para
corrente bancária, que o cheque em referência havia sido apresentado a mobiliar a pousada, fez cursos de hotelaria e, com os ensinamentos recebidos,
pagamento e devolvido por insuficiência de fundos, em decorrência da contratou empregados e os treinou. Ele também contratou um desenvolvedor
apresentação antecipada ao sacado. Sobre a apresentação de cheque pós- de sites de Internet e um profissional de marketing para divulgar sua pousada.
datado antes da data indicada como sendo a de emissão, com base na Desde então, Roberto dedica-se exclusivamente à pousada, e os resultados são
jurisprudência pacificada, assinale a afirmativa correta. promissores. A pousada está sempre cheia de hóspedes, renovando suas
A) Caracteriza dano moral. estratégias de fidelização; em breve, será ampliada em sua capacidade.
B) Não pode ensejar qualquer indenização ao emitente. Considerando a descrição da atividade econômica explorada por Roberto,
C) Pode ensejar apenas dano material. assinale a afirmativa correta.
D) Pode ensejar indenização apenas se o cheque não estiver cruzado. A) A atividade não pode ser considerada empresa em razão da falta tanto de
profissionalismo de seu titular quanto de produção de bens.
XXVIII Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 09 - Indústria de Celulose Três B) A atividade não pode ser considerada empresa em razão de a prestação de
Rios Ltda. requereu homologação de plano de recuperação extrajudicial no serviços não ser um ato de empresa.
lugar do seu principal estabelecimento. No plano de recuperação apresentado C) A atividade pode ser considerada empresa, mas seu titular somente será
há um crédito quirografário em moeda estrangeira, com pagamento segundo a empresário a partir do registro na Junta Comercial.
variação cambial do euro. Foi prevista ainda pelo devedor a supressão da D) A atividade pode ser considerada empresa e seu titular, empresário,
variação cambial pela substituição da moeda euro pelo real. O plano foi independentemente de registro na Junta Comercial.
aprovado por credores que titularizam mais de três quintos dos créditos de
cada classe, mas Licínio, o credor titular deste crédito, não o assinou. De XXVII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 13 - Dirce Reis trabalha como
acordo com as disposições legais para homologação da recuperação advogada e presta apoio jurídico aos empreendedores da cidade de São
extrajudicial, assinale a afirmativa correta. Francisco interessados na constituição de sociedades cooperativas. Um grupo
A) O plano pode ser homologado porque, mesmo sem a assinatura de Licínio, de prestadores de serviços procurou a consultora para receber informações
houve aprovação por credores que titularizam mais de três quintos dos sobre o funcionamento de uma cooperativa. Sobre as regras básicas de
créditos de cada classe. funcionamento de uma cooperativa, assinale a afirmativa correta.
B) O plano não pode ser homologado porque, diante da supressão da variação A) O estatuto da cooperativa deve ser aprovado previamente pela Junta
cambial, o credor Licínio pode vetar sua aprovação, qualquer que seja o Comercial do Estado da Federação onde estiver a sede, sendo arquivado no
quórum de aprovação. Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
C) O plano pode ser homologado porque o consentimento expresso de Licínio só B) Na sociedade cooperativa, cada sócio tem direito a um só voto nas
é exigido para os créditos com garantia real, não se aplicando a exigência aos deliberações sociais, tenha ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o
créditos quirografários. valor de sua participação.
D) O plano não pode ser homologado por não ter atingido o quórum mínimo de C) A responsabilidade dos sócios de uma cooperativa é sempre limitada ao
aprovação, independentemente da supressão da cláusula de variação cambial. valor do capital social, mas todos respondem solidária e ilimitadamente pela
sua integralização.
XXVIII Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 10 - Filadélfia emitiu nota D) Sob pena de nulidade, o capital social da cooperativa deverá ser igual ou
promissória à vista em favor de Palmas. Antes da apresentação a pagamento, superior a 100 salários mínimos, que também será variável durante toda sua
Palmas realizou endosso-mandato da cártula para Sampaio. De posse do título, existência.
é correto afirmar que Sampaio
A) poderá exercer todos os direitos inerentes ao título, inclusive realizar novo XXVII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 14 - Resende & Piraí Ltda. sacou
endosso sem as restrições daquele realizado em cobrança. duplicata de serviço em face de Italva Louças e Metais S/A, que a aceitou.
B) poderá transferir o título na condição de procurador da endossante ou Antes do vencimento, o título foi endossado para Walter. Há um aval em preto
realizar endosso em garantia (endosso pignoratício). no título dado por Casimiro Cantagalo em favor do sacador. Após o vencimento,
C) somente poderá transferir a nota promissória, por meio de novo endosso, na ocorrido em 11 de setembro de 2018, a duplicata foi levada a protesto por falta
condição de procurador da endossante. de pagamento, em 28 de setembro do mesmo ano. Com base nas informações
D) não poderá realizar qualquer endosso do título, pois caso o faça será dadas, assinale a opção que indica contra quem Walter, endossatário da
considerado como parcial, logo nulo. duplicata, poderá promover a ação de execução.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

88
A) Italva Louças e Metais S/A, exclusivamente, em razão da perda do direito de XXVI Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 18 - Antes da decretação de
ação em face dos coobrigados pela apresentação da duplicata a protesto por falência da sociedade Talismã & Sandolândia Ltda., foi ajuizada ação de
falta de pagamento além do prazo de 1 (um) dia útil após o vencimento. execução por título extrajudicial por Frigorífico Rio Sono Ltda., esta
B) Resende & Piraí Ltda. e Casimiro Cantagalo, somente, pois a duplicata foi enquadrada como empresa de pequeno porte. Com a notícia da decretação da
apresentada a protesto tempestivamente, assegurando o portador seu direito falência pela publicação da sentença no Diário da Justiça, o advogado da
de ação em face dos coobrigados, mas não em face do aceitante. exequente tomará ciência de que a execução do título extrajudicial
C) Resende & Piraí Ltda. e Italva Louças e Metais S/A, somente, em razão da A) não será suspensa, em razão do enquadramento da credora como empresa
perda do direito de ação em face do avalista pela apresentação da duplicata a de pequeno porte.
protesto por falta de pagamento além do prazo de 1 (um) dia útil após o B) está suspensa pelo prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias,
vencimento. contados da publicação da sentença.
D) Resende & Piraí Ltda., Italva Louças e Metais S/A e Casimiro Cantagalo, pois C) não será suspensa, em razão de ter sido ajuizada pelo credor antes da
a duplicata foi apresentada a protesto tempestivamente, assegurando o decretação da falência.
portador seu direito de ação em face dos coobrigados e do aceitante. D) está suspensa, devendo o credor se submeter às regras do processo
falimentar e ter seu crédito verificado e classificado.
XXVII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 15 - A Fazenda Pública do Estado
de Pernambuco ajuizou ação de execução fiscal em face de sociedade XXVI Exame de Ordem (201 - FGV) - Questão 19 - Cruz Machado pretende iniciar
empresária. No curso da demanda, houve o processamento da recuperação o exercício individual de empresa e adotar como firma, exclusivamente, o
judicial da sociedade. Em relação à execução fiscal em curso, assinale a nome pelo qual é conhecido pela população de sua cidade – “Monsenhor”. De
afirmativa correta. acordo com as informações acima e as regras legais de formação de nome
A) Fica suspensa com o processamento da recuperação até seu encerramento. empresarial para o empresário individual, assinale a afirmativa correta.
B) Não é suspensa com o processamento da recuperação judicial. A) A pretensão de Cruz Machado é possível, pois o empresário individual pode
C) Fica suspensa com o processamento da recuperação judicial até o máximo escolher livremente a formação de sua firma.
de 180 (cento e oitenta) dias. B) A pretensão de Cruz Machado não é possível, pois o empresário individual
D) É extinta com o processamento da recuperação judicial. deve adotar denominação indicativa do objeto social como espécie de nome
empresarial.
XXVI Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 16 - Três Coroas Comércio de C) A pretensão de Cruz Machado não é possível, pois o empresário individual
Artigos Eletrônicos Ltda. subscreveu nota promissória em favor do Banco Dois opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado.
Irmãos S.A. com vencimento a dia certo. Após o vencimento, foi aceita uma D) A pretensão de Cruz Machado é possível, pois o empresário individual pode
proposta de moratória feita pelo devedor por 120 (cento e vinte) dias, sem substituir seu nome civil por uma designação mais precisa de sua pessoa.
alteração da data de vencimento indicada no título. O beneficiário exigiu dois
avalistas simultâneos, e o devedor apresentou Montenegro e Bento, que XXV Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 20 - Paulo precisa de um veículo
firmaram avais em preto no título. Sobre esses avais e a responsabilidade dos automotor para entregar os produtos de seu estabelecimento aos clientes, mas
avalistas simultâneos, assinale a afirmativa correta. não tem numerário para adquiri-lo. Ele foi aconselhado por sua advogada a
A) Por ser vedado, no direito brasileiro, o aval póstumo, os avais simultâneos celebrar um contrato de arrendamento mercantil. Assinale a opção que indica
são considerados não escritos, inexistindo responsabilidade cambial dos as faculdades do arrendatário ao final desse contrato.
avalistas. A) Devolver o bem ao arrendador, renovar o contrato ou exercer opção de
B) O aval lançado na nota promissória após o vencimento ou o protesto tem compra.
efeito de fiança, respondendo os avalistas subsidiariamente perante o B) Subarrendar o bem a terceiro ou exercer opção de compra.
portador. C) Subarrendar o bem a terceiro, renovar o contrato ou exercer opção de
C) O aval póstumo produz os mesmos efeitos do anteriormente dado, compra.
respondendo os avalistas solidariamente e autonomamente perante o portador. D) Devolver o bem ao arrendador ou renovar o contrato.
D) O aval póstumo é nulo, mas sua nulidade não se estende à obrigação
firmada pelo subscritor (avalizado), em razão do princípio da autonomia. XXV Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 21 - O empresário individual José
de Freitas alienou seu estabelecimento a outro empresário mediante os termos
XXVI Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 17 - Leandro, Alcides e Inácio de um contrato escrito, averbado à margem de sua inscrição no Registro
pretendem investir recursos oriundos de investimentos no mercado de capitais Público de Empresas Mercantis, publicado na imprensa oficial, mas não lhe
para constituir uma companhia fechada por subscrição particular do capital. A restaram bens suficientes para solver o seu passivo. Em relação à alienação
sociedade será administrada por Inácio e sua irmã, que não será sócia. do estabelecimento empresarial nessas condições, sua eficácia depende
Considerando-se o tipo societário e a responsabilidade legal dos sócios a ele A) da quitação prévia dos créditos trabalhistas e fiscais vencidos no ano
inerente, assinale a afirmativa correta. anterior ao da alienação do estabelecimento.
A) Leandro, Alcides e Inácio responderão limitadamente até o preço de emissão B) do pagamento a todos os credores, ou do consentimento destes, de modo
das ações por eles subscritas. expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.
B) Leandro, Alcides e Inácio responderão limitadamente até o valor das quotas C) da quitação ou anuência prévia dos credores com garantia real e, quanto
por eles subscritas, mas solidariamente pela integralização do capital. aos demais credores, da notificação da transferência com antecedência de, no
C) Leandro, Alcides e Inácio responderão ilimitada, solidária e subsidiariamente mínimo, sessenta dias.
pelas obrigações sociais. D) do consentimento expresso de todos os credores quirografários ou da
D) Leandro e Alcides responderão limitadamente até o preço de emissão das consignação prévia das importâncias que lhes são devidas.
ações por eles subscritas, e Inácio, como administrador, ilimitada e
subsidiariamente, pelas obrigações sociais. XXV Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 22 - Para realizar o pagamento de
uma dívida contraída pelo sócio M. Paraguaçu em favor da sociedade Iguape,
Cananeia & Cia Ltda., o primeiro emitiu uma nota promissória à vista, com
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

89
cláusula à ordem no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). De acordo C) O aval dado no título foi na modalidade em branco, sendo avalizado o
com essas informações e a respeito da cláusula à ordem, é correto afirmar que emitente.
A) a nota promissória, na omissão dessa cláusula, somente poderia ser D) O aval somente é cabível no cheque não à ordem, sendo considerado não
transferida pela forma e com os efeitos de cessão de crédito. escrito se a emissão for à ordem.
B) a cláusula implica a possibilidade de transferência do título por endosso,
sendo o endossante responsável pelo pagamento, salvo cláusula sem garantia. XXIV Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 26 - A sociedade empresária Pará
C) a cláusula implica a possibilidade de transferência do título por endosso, de Minas Veículos Ltda. pretende requerer sua recuperação judicial. Ao
porque a modalidade de vencimento da nota promissória é à vista. analisar a minuta de petição inicial, o gerente administrativo listou os
D) tal cláusula implica a possibilidade de transferência do título por cessão de impedimentos ao pedido de recuperação. Assinale a opção que apresenta um
crédito, não respondendo o cedente pela solvência do emitente, salvo cláusula desses impedimentos.
de garantia. A) O devedor ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação
judicial.
XV Exame de Ordem (2014 - FGV) - Questão 23 - Fabrício, com dolo de matar, B) O devedor possuir ativo que não corresponda a, pelo menos, 50% (cinquenta
realiza vários disparos de arma de fogo em direção a Cristiano. Dois projéteis por cento) do passivo quirografário.
de arma de fogo atingem o peito da vítima, que vem a falecer. Fabrício foge C) O devedor deixar de requerer sua autofalência nos 30 (trinta) dias seguintes
para não ser preso em flagrante. Os fatos ocorreram no final de uma tarde de ao vencimento de qualquer obrigação líquida.
domingo, diante de várias testemunhas. O inquérito policial foi instaurado, e D) A sociedade ter como administrador pessoa condenada por crime contra o
Fabrício foi indiciado pelo homicídio de Cristiano. Os autos são remetidos ao patrimônio ou contra a fé pública.
Ministério Público, que denuncia Fabrício. O processo tem seu curso regular e
as testemunhas confirmam que Fabrício foi o autor do disparo. Após a XXIV Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 27 - O administrador da sociedade
apresentação dos memoriais, os autos são remetidos para conclusão, a fim de empresária Dutra & Filhos Comércio de Alimentos Ltda. consulta seu advogado
que seja exarada a sentença, sendo certo que o juiz está convencido de que há para orientá-lo sobre o contrato apropriado para o aumento de sua capacidade
indícios de autoria em desfavor de Fabrício e prova da materialidade de crime de distribuição. A intenção da pessoa jurídica é celebrar um contrato pelo qual
doloso contra a vida. Diante do caso narrado, assinale a alternativa correta possa receber a posse direta de veículos, que serão indicados por ela ao
acerca da sentença a ser proferida pelo juiz na primeira fase do procedimento proprietário, para utilizá-los por prazo determinado, mediante o pagamento de
do Júri. prestações mensais durante a vigência do contrato. Ao termo final, a cliente
A) O juiz deve impronunciar Fabrício pelo crime de homicídio, diante dos deseja ter a possibilidade de adquirir os veículos ao invés de ser obrigada a
indícios de autoria e prova da materialidade, que indicam a prática de crime devolvê-los ao proprietário ou renovar o contrato. Assinale a opção que indica
doloso contra a vida. o contrato apropriado para a sociedade empresária.
B) O juiz deve pronunciar Fabrício, remetendo os autos ao Juízo comum, diante A) Locação a prazo determinado.
dos indícios de autoria e prova da materialidade, que indicam a prática de B) Cessão de uso a título oneroso.
crime doloso contra a vida. C) Compra e venda a prazo.
C) O juiz deve pronunciar Fabrício, submetendo-o ao plenário do Júri, diante D) Arrendamento mercantil.
dos indícios de autoria e prova da materialidade, que indicam a prática de
crime doloso contra a vida. XXIII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 28 - Pedrinho emitiu quatro
D) O juiz deve pronunciar Fabrício, submetendo-o ao plenário do Júri mediante cheques em 26 de março de 2017, mas esqueceu de depositar um deles. Tendo
desclassificação do crime comum para crime doloso contra a vida, diante dos um débito a honrar com Kennedy e sendo beneficiário desse quarto cheque,
indícios de autoria e prova da materialidade, que indicam a prática de crime Pedrinho o endossou em preto, datando no verso “dia 20 de maio de 2017”.
doloso contra a vida. Sabe-se que o lugar de emissão do quarto cheque é o mesmo do de pagamento.
Sobre esse endosso, assinale a afirmativa correta.
XXIV Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 24 - Miguel e Paulo pretendem A) O endosso produz seus efeitos legais porque a transmissão do cheque se deu
constituir uma sociedade do tipo limitada porque não pretendem responder dentro do prazo de apresentação.
subsidiariamente pelas obrigações sociais. Na consulta a um advogado B) No endosso em preto, o endossatário fica dispensado da apresentação em
previamente à elaboração do contrato, foram informados de que, nesse tipo tempo hábil do cheque ao sacado.
societário, todos os sócios respondem C) O endosso do cheque tem efeito de cessão de crédito por ter sido realizado
A) solidariamente pela integralização do capital social. após o decurso do prazo de apresentação.
B) até o valor da quota de cada um, sem solidariedade entre si e em relação à D) Pedrinho ficou exonerado de responsabilidade pelo pagamento do cheque
sociedade. em razão do caráter póstumo do endosso.
C) até o valor da quota de cada um, após cinco anos da data do arquivamento
do contrato. XXIII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 29 - Você participou da
D) solidariamente pelas obrigações sociais. elaboração, apresentação e negociação do plano de recuperação extrajudicial
de devedor sociedade empresária. Tendo sido o plano assinado por todos os
XXIV Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 25 - Um cliente apresenta a você credores por ele atingidos, seu cliente o contratou para requerer a
um cheque nominal à ordem com as assinaturas do emitente no anverso e do homologação judicial. Assinale a opção que indica o juízo em que deverá ser
endossante no verso. No verso da cártula, também consta uma terceira apresentado o pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial.
assinatura, identificada apenas como aval pelo signatário. Com base nessas A) O juízo da sede do devedor.
informações, assinale a afirmativa correta. B) O juízo do principal estabelecimento do devedor.
A) O aval dado no título foi irregular, pois, para a sua validade, deveria ter sido C) O juízo da sede ou de qualquer filial do devedor.
lançado no anverso. D) O juízo do principal estabelecimento ou da sede do devedor.
B) A falta de indicação do avalizado permite concluir que ele pode ser qualquer
dos signatários (emitente ou endossante).
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

90
Pode ser juntada após a distribuição?
ESTATUTO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL E ÉTICA PROFISSIONAL _________________________________________________________________________________
Qual o prazo?
_________________________________________________________________________________
PARTE 01
Esse prazo pode ser prorrogado?
 PRINCIPAIS NORMAS: _________________________________________________________________________________
- Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei nº. 8.906, de 04 de julho de 1994);
- Código de ética e Disciplina; Se a procuração não for juntada, qual a consequência jurídica?
- Regulamento Geral; _________________________________________________________________________________
- Provimentos nº 94 (Publicidade na Advocacia), nº 109 (Exame de Ordem), nº
112 (Sociedade de Advogados) e nº 114 (Atuação da Advocacia Pública); 3. SUBSTABELECIMENTO

1. ATIVIDADES PRIVATIVAS DA ADVOCACIA (Art. 1º do Estatuto da OAB) COM RESERVA DE PODERES SEM RESERVA DE PODERES
a) Assessoria e Consultoria nas Áreas jurídicas; Os dois advogados permanecem Somente um advogado permanece
(atuação extrajudicial/ diretoria jurídica/ gerência jurídica). Só recebe honorários com aval do Não depende de aval para
b) Visar atos de constituição de pessoas jurídicas; substabelecente recebimento de honorários
c) Postular em juízo; Não pode contratar honorários com o Receberá honorários de forma
cliente proporcional
Se sujeito não inscrito nos quadros da Ordem ou Sociedade de Advogados É necessário que se informe o
Não precisa informar o cliente
irregular, praticar atos privativos da advocacia? (vide art. 4º, Regulamento cliente, antes de substabelecer
Geral).
_________________________________________________________________________________ O Advogado substabelecente, sem reserva de poderes, fará jus a honorários de
_________________________________________________________________________________ sucumbência?
_________________________________________________________________________________
A OAB pode punir quem o praticou?
_________________________________________________________________________________ RENÚNCIA
_________________________________________________________________________________ É direito/dever do advogado.
Deve informar ao cliente por AR;
Bacharel pode ser Gerente Jurídico? Prazo de _________ dias;
_________________________________________________________________________________ Contatos a partir ______________________________ do AR
Razões de foro íntimo.
Bacharel, devidamente aprovado em exame da OAB pode ser gerente jurídico?
_________________________________________________________________________________ REVOGAÇÃO
É direito do cliente.
Obs1.:. O visto do advogado na constituição de pessoa jurídica, não é mera A revogação está vinculada ao pagamento de honorários por parte do cliente?
formalidade. Significa, portanto, responsabilidade efetiva deste profissional na _________________________________________________________________________________
referida constituição.
Empresa de Pequeno Porte (EPP) e Microempresa (ME) precisam de visto de 4. DIREITOS DOS ADVOGADOS – PRERROGATIVAS (Art. 7º do Estatuto da OAB)
advogado para sua constituição? a) Exercício em todo território nacional;
_________________________________________________________________________________ b) Imunidade profissional (injúria e difamação);
 Imunidade penal - Desacato e calunia (STF)
Obs2.: Advogado que presta serviço para Junta Comercial não pode praticar c) Comunicação com o juiz ou cliente;
atos constitutivos de pessoa jurídica (art. 2º, p. único, do Regulamento Geral). d) Inviolabilidade do local de trabalho;
 Requisitos para busca:
- Postular em juízo apresenta 04 exceções:  Autorização judicial;
I - impetrar HC;  Presença da OAB;
II – Justiça do Trabalho;  Mandado específico/detalhado;
III – Justiça de Paz;  Indícios de que a infração foi cometida por Advogado.;
IV – Juizados Especiais Cíveis (causas de até 20 salários mínimos e desde que  Acesso à informações pessoais do adv.
não haja recurso); Pode obter-se informações de cliente?
_________________________________________________________________________________
EXCEÇÃO NA JUSTIÇA DO TRABALHO: _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
e) Responder processo recolhido em sala de Estado Maior.
- O que é exercício efetivo da Advocacia? (art. 5º do Regulamento Geral)
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

2. PROCURAÇÃO
- É o instrumento do mandato!
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

91
PARTE 02 4. SOCIEDADE DE ADVOGADOS
_________________________________________________________________________________
1. INSCRIÇÃO (art. 8º do Estatuto da OAB) _________________________________________________________________________________
I - Capacidade civil; _________________________________________________________________________________
II - Diploma ou certificado de bacharelado em direito; _________________________________________________________________________________
II - Estar em dias com as obrigações eleitorais e militares;
IV - Aprovação em exame de Ordem; Existe sociedade de advogado individual?
V - Não exercer atividade incompatível com a advocacia (art. 28, Estatuto); _________________________________________________________________________________
VI - Idoneidade moral; _________________________________________________________________________________
VII - Prestar compromisso no Conselho Competente;
(solene, formal e personalíssimo) Estagiário pode ser sócio?
_________________________________________________________________________________
O que significa ter idoneidade moral? _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ O que ocorre em caso de falecimento de sócio cuja sociedade é composta por
somente dois advogados?
O que é crime infamante? _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Obs.: A sociedade de advogados passa a existir a partir do registro de seus
Quais são os requisitos para o estagiário? estatutos (atos constitutivos) no Conselho Seccional da OAB.
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ ATENÇÃO!
_________________________________________________________________________________ - Nome ou Razão Social:
_________________________________________________________________________________  1 SÓCIO + S.A;
 PARTE DO NOME DOS SÓCIOS + S.A;
Obs.: A cédula de advogado e de estagiário tem valor de identidade civil em
todo o território nacional. - É vedado nome de fantasia;
- Pode ser mantido na razão social de sociedade de advogados, o nome de
- Inscrição principal sócio já falecido?
Onde deve ocorrer? _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

O que é inscrição suplementar? Onde está inscrita a sociedade, todos os sócios deverão ter inscrição?
_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Se houver transferência de domicílio profissional?
_________________________________________________________________________________ Em caso de filial, todos os sócios deverão estar inscritos?
_________________________________________________________________________________
2. CANCELAMENTO (Art. 11 do Estatuto da OAB)
_________________________________________________________________________________ Obs.: Para abrir filial, é necessário averbar no contrato da matriz e arquivar no
_________________________________________________________________________________ Conselho Seccional da filial;

- Hipóteses: O mesmo advogado pode participar de sociedades de advogados distintas?


a) pedido do advogado; _________________________________________________________________________________
b) pena de exclusão; _________________________________________________________________________________
c) falecimento;
d) exercício de atividade incompatível (definitiva); Obs.: A procuração nunca é outorgada à sociedade, mas aos advogados, no
e) perda de quaisquer dos requisitos de inscrição; conjunto ou individualmente.

3. LICENCIAMENTO (Art. 12 do Estatuto da OAB). O que é união por cooperação? Isto é permitido?
_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

- Três Hipóteses: - Responsabilidade da pessoa jurídica.


a) pedido justificado do advogado; a) Criminal: _____________________________________________________________________
b) incompatibilidade temporária; b) Disciplinar:___________________________________________________________________
c) doença mental curável; c) Civil:__________________________________________________________________________

Obs.: A responsabilidade dos sócios em relação à sociedade é


_____________________________________ e _____________________________________,
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

92
enquanto que a responsabilidade entre os sócios é - Art. 29: EXCLUSIVIDADE
_____________________________________. _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
4. ADVOGADO EMPREGADO (Art. 18 ao art. 21 do Estatuto da OAB e RG) _________________________________________________________________________________
- Regido pela CLT (vínculo empregatício);
Há subordinação? 2. PRINCÍPIOS:
_________________________________________________________________________________ a) Sigilo;
_________________________________________________________________________________ b) Confiabilidade;
c) Pessoalidade;
- Direitos trabalhistas do advogado: d) Exclusividade;
a) Salário mínimo: sentença normativa, salvo acordo ou convenção coletiva; e) Não mercantilização;
b) Jornada de trabalho (especial): 4 h/d (20 h/s);
c) Hora extra de 100%; Obs1.: A quebra do sigilo pelo advogado gera PAD, ficando o advogado sujeito à
d) Jornada noturna: 20h – 5h sanção de ______________________________________________________________________.
e) Adicional noturno: 25%
Obs2.: No caso de reincidência de infração disciplinar, fica sujeito à sanção de
5. ESTAGIÁRIO (Art. 3º, § 2º, do Estatuto da OAB) _________________________________________________________________________________.
- Pode praticar as atividades da advocacia em conjunto com advogado e sob a
responsabilidade deste. - Hipótese que justificam a quebra do sigilo:
- Atividades que podem ser praticadas pelo estagiário isoladamente (art. 29 a) Ameaça à vida;
RG): b) Ameaça à honra;
a) carga / devolução de autos; c) Afronta/ameaça pelo cliente (até o limite da defesa)
b) Obter certidões junto aos cartórios; Informações em consultas são sigilosas?
c) Assinar petições de juntada de documentos (administrativos e judiciais); _________________________________________________________________________________
d) Realizar reuniões extrajudiciais (desde que autorizados pelo advogado); _________________________________________________________________________________

PARTE 03 Advogado intimado a depor na condição de testemunha, pode recusar-se?


_________________________________________________________________________________
1. INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTO (Art. 28, art. 29, art. 30 do Estatuto da OAB
e RG) - Confiança = Reciprocidade!
A quebra da confiança do advogado em relação a seu cliente gera o dever de
- INCOMPATIBILIDADE _________________________________________________________________________________.
Proibição total para o exercício da advocacia.
- Pessoalidade = Está intimamente ligada à confiança.
ATENÇÃO - DICA PARA PROVA: ___________________________________________________ - Não mercantilização = Proibição de práticas típicas de comércio.

a) Facilidade de captação de clientes; 3. HONORÁRIOS ($$$$$)


b) Facilidade para obter informações; a) Moderação;
c) Facilidade de acesso; b) Tabela de honorários;
c) Código de Ética e Disciplina (valor da causa, complexidade, tempo;
- IMPEDIMENTO competência-renome);
Proibição parcial para o exercício da advocacia (restrição ao exercício da
atividade típica). - Perda da moderação = enriquecimento indevido = enriquecimento ilícito =
locupletar-se (sanção de suspensão);
 Servidores públicos:
a) Contra a Fazenda Pública que o remunera; - Aviltamento de honorários pode?
b) Contra a Fazenda Pública a qual está vinculado; _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
 Membros do Poder Legislativo:
Contra ou a favor da Pessoa Jurídica de Direito Público. Tipos de honorários:
Exceção: ________________________________________________________________________ a) Convencionais (1/3, 1/3, 1/3);
(parágrafo único do art. 30 do EAOAB). b) Arbitrados (contrato verbal e assistência judiciária);
c) Sucumbência;
ATENÇÃO!
MEMBROS DA MESA DO PODER LEGISLATIVO: ATENÇÃO! (art. 24, § 3º, do Estatuto da OAB)
_________________________________________________________________________________ - Honorários ”ad exitum” (cláusula “cota litis”)
a) Contrato escrito;
- Quanto à inscrição, o que ocorre? b) Contrato em pecúnia;
_________________________________________________________________________________ c) RISCO;
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

93
Justiça gratuita pode? 2. Erro de julgamento (violação à lei, descumprimento de qualquer
_________________________________________________________________________________ normatização da ordem).
_________________________________________________________________________________
RECURSOS NA OAB
Assistência judiciária pode?  Prazo: ______________________________________________________________
_________________________________________________________________________________  Recurso na OAB é Inominado.
_________________________________________________________________________________  O recurso não deixa de ser recebido por conta de nome.
 Apesar de ser inominado, o RG faz referência ao ED
Honorários em Bens pode?  Recorro para o CS ou CF
_________________________________________________________________________________  C.S. “vou recorrer de (quase) tudo”
_________________________________________________________________________________  C.F. somente de decisão do C.S. (não unânimes ou unânimes desde
que afronte norma da OAB)
PARTE 04  Efeitos dos recursos: Efeitos suspensivo e devolutivo

1. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR EFEITO


Tem natureza administrativa; formalismo moderado; processo simplificado. Terá efeito somente devolutivo:
 Condenado por falsa prova para inscrição;
ATENÇÃO!  Em caso de eleição;
- Dispositivos = CED + EAOAB  Em caso de suspensão preventiva;
- Subsidiariamente utiliza-se o CPP (basta que a questão fale em infração)
- Subsidiariamente utiliza-se o Processo Administrativo e, após, o CPC (se a PROCEDIMENTO
questão não falar em infração).  REPRESENTAÇÃO;
 NOMEAÇÃO DE RELATOR (pode propor o deferimento ou
- Prazo para manifestação de qualquer interessado em processo na OAB: ______ arquivamento);
_________________________________________________________________________________  INSTRUÇÃO (notificações, defesa prévia e razões finais);

Obs.: Se a questão falar em defesa prévia o prazo será de: _____________________ PARTE 05
_________________________________________________________________________________
INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES (Art. 34 e seguintes do Estatuto da OAB)
Direito de representação: Pode ser de ofício
 Do C.S Qual a dica?
 De subseção Devo estudar as sanções e dentro de cada punição, veremos as infrações.
 Do próprio TED  Censura;
 Qualquer interessado pode representar  Suspensão;
 Exclusão;
ATENÇÃO!  Multa;
O PAD é sigiloso!
- Quem pode ter acesso às informações do PAD? a) CENSURA:
_________________________________________________________________________________ - Sanção mais leve, não é publicada (mas consta nos assentamentos do
_________________________________________________________________________________ inscrito, fica registrada no prontuário do adv.). isto significa, que perante a
OAB, o Advogado deixou de ser primário.
- Quantas testemunhas podem ser arroladas no processo? - Pode ser registrada alguma infração na carteira brochura do Advogado?
_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

COMPETÊNCIA: - A censura pode ser substituída pela advertência (art. 40 = circunstâncias


- C.S. do local da infração (regra geral), a exceção é o conselho federal. atenuantes).
- C.F. é o órgão competente para processar e julgar em três hipóteses. - Advertência é uma alternativa à censura, diante de uma circunstancia
1. Quando o conselho federal for o local da infração; atenuante.
2. Quando o representado é membro do conselho federal; Exemplos: primariedade; pratica de infração em defesa de uma prerrogativa;
3. Quando o representado for presidente de conselho seccional. prestar serviços relevantes à advocacia.

DEFENSOR DATIVO: A advertência é publicada?


1. Quando o advogado não for encontrado; _________________________________________________________________________________
2. Quando for encontrado, no entanto permaneceu silente; _________________________________________________________________________________

REVISÃO DO PAD: A advertência é registrada nos assentamentos do inscrito?


- Não significa recurso _________________________________________________________________________________
- Tem natureza de ação exclusiva _________________________________________________________________________________
- Significa revisão de decisão transitada em julgado.
1. Diante de condenação com base em falsa prova
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

94
Obs.: A advertência não é registrada nos assentamentos do inscrito, mas ATENÇÃO!
consta em ofício reservado. Tanto a censura quanto a advertência podem ser - Cada Estado tem um valor de multa;
substituídas por um curso de ética dentro do prazo de 120 dias, desde que o - De 01 a 10 anuidades;
inscrito seja primário. - Advertência = Atenuante;
- Multa = Agravante.
CUIDADO:
_________________________________________________________________________________ Obs.: Para o advogado voltar a ser primário deverá fazer provas de
_________________________________________________________________________________ reabilitação.
_________________________________________________________________________________
DOS FINS, DA ORGANIZAÇÃO E DA ELEIÇÃO.
Destacam-se duas infrações:
1. Violar sigilo profissional sem justa causa; 1. DOS FINS
2. Violar normas do CED;
- OAB: Órgão de controle da atividade do advogado, tem personalidade jurídica
b) SUPENSÃO: própria, não tem qualquer vinculação com a administração pública e por
Impede o exercício da advocacia, regra geral, por trinta dias a 12 meses. prestar atividade social tem imunidade tributária sobre seus bens patrimônios
e serviços.
EXCEÇÕES: - A OAB tem algumas atribuições essenciais:
 Advogado que deixou de prestar contas à OAB; I. Defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de
 Advogado que deixou de prestar contas ao cliente de quantias direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa
recebidas dele ou de terceiros, por conta dele; aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo
 Suspensão por erros reiterados; aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas;
_________________________________________________________________________________ II. Promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a
_________________________________________________________________________________ disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil (vide
_________________________________________________________________________________ art. 133 da CF).

ATENÇÃO: MACETE SOBRE SUSPENSÃO: RECEITA DE 100% (Imunidade Tributária)


Outras infrações que são punidas com infração: Como se dá a receita?
a) Reincidência em infração;
b) Reter/extraviar autos de forma abusiva (independe de dolo, independe de Obs.: todos os órgãos da OAB são de cargo gratuito.
prejuízo a parte contrária, é necessário que o adv. seja intimado a devolver os
autos); O pagamento da anuidade dispensa o Advogado de pagamento de contribuição
c) Praticar conduta incompatível com a advocacia de forma habitual (tóxicos, sindical obrigatória.
embriagues habitual, jogos de azar habitual, incontinência pública e
escandalosa - vide parágrafo único do art. 34); 2. DA ORGANIZAÇÃO
- A suspensão é objeto de publicidade e será registrada nos assentamentos do
inscrito;  CONSELHO FEDERAL:

c) EXCLUSÃO: - Órgão máximo da entidade;


É a sanção mais grave que a OAB pode aplicar ao inscrito. - É composto por delegações;
- Para que seja aplicada, 2/3 do Conselho deve concordar com a sua aplicação. - De três em três anos ocorre eleições para o Conselho Seccionais da OAB
- Implica no cancelamento da inscrição. (chapa inteira).

A exclusão é objeto de publicidade? Ex-Presidentes do Conselho Federal tem direito a voz ou voz e voto?
_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

A exclusão deve ser registrada nos assentamentos do inscrito? - 05 de julho de 1994.


_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

Hipóteses de exclusão: Os presidentes dos Conselhos Seccionais têm direito a voz?


 Condenação com base em falsa prova para inscrição; _________________________________________________________________________________
 Prática de crime infamante; _________________________________________________________________________________
 Suspensão pela terceira vez;
 Perda da idoneidade moral (patrocínio infiel); Como se dá o voto no Conselho Federal
_________________________________________________________________________________
d) MULTA: _________________________________________________________________________________
Somente poderá ser aplicada de forma cumulativa.
Multa + Censura ou Multa + Suspensão.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

95
EXCEÇÃO: _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Quais os requisitos para ser Conselheiro?
Quais são os órgãos do Conselho Federal? _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Este mandato pode ser extinto antes dos 03 anos?
 CONSELHOS SECCIONAIS: _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Compostos por diretores e conselheiros _________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
_________________________________________________________________________________
XXXI Exame de Ordem (2020 – FGV) - Questão 01 - Havendo indícios de que Sara
Quantos conselheiros integram o Conselho Seccional? obteve inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil mediante prova falsa, foi
_________________________________________________________________________________ instaurado contra ela processo disciplinar. Sobre o tema, assinale a afirmativa
_________________________________________________________________________________ correta.
_________________________________________________________________________________ A) O processo disciplinar contra Sara pode ser instaurado de ofício ou mediante
representação, que pode ser anônima.
Qual o número máximo de Conselheiros? B) Em caso de revelia de Sara, o processo disciplinar seguirá,
_________________________________________________________________________________ independentemente de designação de defensor dativo.
_________________________________________________________________________________ C) O processo disciplinar instaurado contra Sara será, em regra, público. D) O
recurso contra eventual decisão que determine o cancelamento da inscrição
Cada Conselho terá personalidade jurídica própria? de Sara não terá efeito suspensivo.
_________________________________________________________________________________
XXXI Exame de Ordem (2020 – FGV) - Questão 02 - Em certo município, os
 SUBSEÇÕES: advogados André e Helena são os únicos especialistas em determinado assunto
jurídico. Por isso, André foi convidado a participar de entrevista na imprensa
Quando pode ser criada? escrita sobre as repercussões de medidas tomadas pelo Poder Executivo local,
_________________________________________________________________________________ relacionadas à sua área de especialidade. Durante a entrevista, André
convidou os leitores a litigarem em face da Administração Pública,
Quem cria? conclamando-os a procurarem advogados especializados para ajuizarem,
_________________________________________________________________________________ desde logo, as demandas que considerava tecnicamente cabíveis. Porém,
_________________________________________________________________________________ quando indagado sobre os meios de contato de seu escritório, para os leitores
interessados, André disse que, por obrigação ética, não poderia divulgá-los por
Quantos membros? meio daquele veículo. Por sua vez, a advogada Helena, irresignada com as
_________________________________________________________________________________ mesmas medidas tomadas pelo Executivo, procurou um programa de rádio,
_________________________________________________________________________________ oferecendo-se para uma reportagem sobre o assunto. No programa, Helena
manifestou-se de forma técnica, educativa e geral, evitando sensacionalismo.
 CAIXA DE ASSISTÊNCIA: Considerando as situações acima narradas e o disposto no Código de Ética e
Disciplina da OAB, assinale a afirmativa correta.
Quando pode ser criada? A) André e Helena agiram de forma ética, observando as normas previstas no
_________________________________________________________________________________ Código de Ética e Disciplina da OAB.
_________________________________________________________________________________ B) Nenhum dos dois advogados agiu de forma ética, tendo ambos inobservado
as normas previstas no Código de Ética e Disciplina da OAB.
Tem personalidade jurídica? C) Apenas André agiu de forma ética, observando as normas previstas no
_________________________________________________________________________________ Código de Ética e Disciplina da OAB.
_________________________________________________________________________________ D) Apenas Helena agiu de forma ética, observando as normas previstas no
Código de Ética e Disciplina da OAB.
Qual a sua função?
_________________________________________________________________________________ XXXI Exame de Ordem (2020 – FGV) - Questão 03 - O advogado Fernando foi
_________________________________________________________________________________ contratado por Flávio para defendêlo, extrajudicialmente, tendo em vista a
_________________________________________________________________________________ pendência de inquérito civil em face do cliente. O contrato celebrado por
ambos foi assinado em 10/03/15, não prevista data de vencimento. Em 10/03/17,
3. DAS ELEIÇÕES foi concluída a atuação de Fernando, tendo sido homologado o arquivamento do
inquérito civil junto ao Conselho Superior do Ministério Público. Em 10/03/18,
Quando deve ocorrer? Fernando notificou extrajudicialmente Flávio, pois este ainda não havia
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

96
adimplido os valores relativos aos honorários contratuais acordados. A ação de XXXI Exame de Ordem (2020 – FGV) - Questão 07 - A sociedade Antônio, Breno,
cobrança de honorários a ser proposta por Fernando prescreve em Caio & Diego Advogados Associados é integrada, exclusivamente, pelos sócios
A) três anos, contados de 10/03/15. Antônio, Breno, Caio e Diego, todos advogados regularmente inscritos na OAB.
B) cinco anos, contados de 10/03/17. Em um determinado momento, Antônio vem a falecer. Breno passa a exercer
C) três anos, contados de 10/03/18. mandato de vereador, sem figurar entre os integrantes da Mesa Diretora da
D) cinco anos, contados de 10/03/15. Câmara Municipal ou seus substitutos legais. Caio passa a exercer, em caráter
temporário, função de direção em empresa concessionária de serviço público.
XXXI Exame de Ordem (2020 – FGV) - Questão 04 - Os sócios Antônio, Daniel e Considerando esses acontecimentos, assinale a afirmativa correta.
Marcos constituíram a sociedade Antônio, Daniel & Marcos Advogados A) O nome de Antônio poderá permanecer na razão social da sociedade após o
Associados, com sede em São Paulo e filial em Brasília. Após desentendimentos seu falecimento, ainda que tal possibilidade não esteja prevista em seu ato
entre eles, Antônio constitui sociedade unipessoal de advocacia, com sede no constitutivo.
Rio de Janeiro. Marcos, por sua vez, retira-se da sociedade Antônio, Daniel & B) Breno deverá licenciar-se durante o período em que exercer o mandato de
Marcos Advogados Associados. Sobre a situação apresentada, assinale a vereador, devendo essa informação ser averbada no registro da sociedade.
afirmativa correta. C) Caio deverá deixar a sociedade, por ter passado a exercer atividade
A) Daniel não está obrigado a manter inscrição suplementar em Brasília, já que incompatível com a advocacia.
a sociedade Antônio, Daniel & Marcos Advogados Associados tem sede em São D) Com o falecimento de Antônio, se Breno e Caio deixarem a sociedade e
Paulo. nenhum outro sócio ingressar nela, Diego poderá continuar suas atividades,
B) Antônio deverá retirar-se da Antônio, Daniel & Marcos Advogados caso em que passará a ser titular de sociedade unipessoal de advocacia.
Associados, já que não pode integrar, simultaneamente, uma sociedade de
advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia. XXXI Exame de Ordem (2020 – FGV) - Questão 08 - Os advogados Diego, Willian
C) Mesmo após Marcos se retirar da sociedade Antônio, Daniel & Marcos e Pablo, todos em situação regular perante a OAB, desejam candidatar-se ao
Advogados Associados permanece o impedimento para que ele e Antônio cargo de conselheiro de um Conselho Seccional da OAB. Diego é advogado há
representem em juízo clientes com interesses opostos. dois anos e um dia, sendo sócio de uma sociedade simples de prestação de
D) Caso Antônio também se retire da Antônio, Daniel & Marcos Advogados serviços de advocacia e nunca foi condenado por infração disciplinar. Willian,
Associados, a sociedade deverá passar a ser denominada Daniel Sociedade por sua vez, exerce a advocacia há exatos quatro anos e constituiu sociedade
Individual de Advocacia. unipessoal de advocacia, por meio da qual advoga atualmente. Willian já foi
condenado pela prática de infração disciplinar, tendo obtido reabilitação um
XXXI Exame de Ordem (2020 – FGV) - Questão 05 - Um escritório de renome ano e três meses após o cumprimento da sanção imposta. Já Pablo é advogado
internacional considera expandir suas operações, iniciando atividades no há cinco anos e um dia e nunca respondeu por prática de qualquer infração
Brasil. Preocupados em adaptar seus procedimentos internos para que reflitam disciplinar. Atualmente, Pablo exerce certo cargo em comissão, exonerável ad
os códigos brasileiros de ética profissional, seus dirigentes estrangeiros nutum, cumprindo atividades exclusivas da advocacia. Considerando as
desejam entender melhor as normas a respeito da relação entre clientes e informações acima e o disposto na Lei no 8.906/94, assinale a afirmativa
advogados no país. Sobre esse tema, é correto afirmar que os advogados correta.
brasileiros A) Apenas Diego e Willian cumprem os requisitos para serem eleitos para o
A) podem, para a adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis, aceitar cargo pretendido.
procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento B) Apenas Willian cumpre os requisitos para ser eleito para o cargo pretendido.
deste. C) Apenas Diego e Pablo cumprem os requisitos para serem eleitos para o
B) deverão considerar sua própria opinião a respeito da culpa do acusado ao cargo pretendido.
assumir defesa criminal. D) Apenas Pablo cumpre os requisitos para ser eleito para o cargo pretendido.
C) podem funcionar, no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e
preposto de seu cliente, desde que tenham conhecimento direto dos fatos. XXX Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 01 - O advogado Carlos não
D) podem representar, em juízo, clientes com interesses opostos se não adimpliu suas obrigações relativas às anuidades devidas à OAB. Assinale a
integrarem a mesma sociedade profissional, mas estiverem reunidos em opção que, corretamente, trata das consequências de tal inadimplemento.
caráter permanente para cooperação recíproca. A) Carlos deverá quitar o débito em 15 dias contados da notificação para tanto,
sob pena de suspensão, independentemente de processo disciplinar. Na
XXXI Exame de Ordem (2020 – FGV) - Questão 06 - O advogado João era terceira suspensão por não pagamento de anuidade, seja a mesma ou
conselheiro de certo Conselho Seccional da OAB. Todavia, por problemas anuidades distintas, será cancelada sua inscrição.
pessoais, João decidiu renunciar ao mandato. Considerando o caso narrado, B) Carlos deverá quitar o débito no prazo fixado em notificação, sob pena de
assinale a afirmativa correta. suspensão mediante processo disciplinar. Após 15 dias de suspensão, caso não
A) Compete ao plenário do Conselho Seccional respectivo declarar extinto o realizado o pagamento da mesma anuidade, será cancelada sua inscrição.
mandato, sendo exigido que previamente ouça João no prazo de dez dias, após C) Carlos deverá quitar o débito em 15 dias contados da notificação para tanto,
notificação deste mediante ofício com aviso de recebimento. sob pena de suspensão, mediante processo disciplinar. Na terceira suspensão
B) Compete à Diretoria do Conselho Seccional respectivo declarar extinto o por não pagamento de anuidades, será cancelada sua inscrição.
mandato, independentemente de exigência de prévia notificação para oitiva de D) Carlos deverá quitar o débito em 15 dias contados da notificação para tanto,
João. sob pena de suspensão, independentemente de processo disciplinar. Na
C) Compete ao plenário do Conselho Seccional respectivo declarar extinto o segunda suspensão por não pagamento de anuidades distintas, será cancelada
mandato, sendo exigido que previamente ouça João no prazo de quinze dias, sua inscrição, após o transcurso de processo disciplinar.
após notificação pessoal deste.
D) Compete à Segunda Câmara do Conselho Federal da OAB declarar extinto o
mandato, independentemente de exigência de prévia notificação para oitiva de
João.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

97
XXX Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 02 - Em certa situação, uma XXX Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 05 - Beatriz, advogada
advogada, inscrita na OAB, foi ofendida em razão do exercício profissional regularmente inscrita na OAB, deseja organizar uma chapa para concorrer à
durante a realização de uma audiência judicial. O ocorrido foi amplamente diretoria de Subseção. Ao estudar os pressupostos para a formação da chapa, a
divulgado na mídia, assumindo grande notoriedade e revelando, de modo realização das eleições e o futuro exercício do cargo, Beatriz concluiu
urgente, a necessidade de desagravo público. Considerando que o desagravo corretamente que
será promovido pelo Conselho competente, seja pelo órgão com atribuição ou A) a chapa deverá ser integrada por advogados em situação regular junto à
pela Diretoria ad referendum, assinale a afirmativa correta. OAB, que exerçam cargos em comissão, desde que atuem, efetivamente, na
A) A atuação se dará apenas mediante provocação, a pedido da ofendida ou de profissão há mais de cinco anos.
qualquer outra pessoa. É condição para concessão do desagravo a solicitação B) a eleição será realizada na segunda quinzena do mês de novembro, do
de informações à pessoa ou autoridade apontada como ofensora. último ano do mandato, sendo o comparecimento obrigatório para todos os
B) A atuação se dará de ofício ou mediante pedido, o qual deverá ser formulado advogados inscritos na OAB.
pela ofendida, seu representante legal ou advogado inscrito na OAB. É condição C) o mandato é de três anos, iniciando-se em primeiro de fevereiro do ano
para concessão do desagravo a solicitação de informações à pessoa ou seguinte ao da eleição.
autoridade apontada como ofensora. D) o mandato extingue-se automaticamente, antes do seu término, sempre que
C) A atuação se dará de ofício ou mediante provocação, seja da ofendida ou de o titular faltar, sem motivo justificado, a mais de três reuniões ordinárias.
qualquer outra pessoa. Não é condição para concessão do desagravo a
solicitação de informações à pessoa ou autoridade apontada como ofensora. XXX Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 06 - O advogado Geraldo foi
D) A atuação se dará de ofício ou mediante pedido, o qual deverá ser formulado regularmente constituído por certo cliente para defendê-lo em um processo
pela ofendida, seu representante legal ou advogado inscrito na OAB. Não é judicial no qual esse cliente é réu. Geraldo ofereceu contestação, e o processo
condição para concessão do desagravo a solicitação de informações à pessoa segue atualmente seu trâmite regular, não tendo sido, por ora, designada
ou autoridade apontada como ofensora. audiência de instrução e julgamento. Todavia, por razões insuperáveis que o
impedem de continuar exercendo o mandato, Geraldo resolve renunciar. Em
XXX Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 03 -Jailton, advogado, após dez 12/02/2019, Geraldo fez a notificação válida da renúncia. Três dias depois da
anos de exercício da advocacia, passou a apresentar comportamentos notificação, o mandante constituiu novo advogado, substituindo-o. Todo o
incomuns. Após avaliação médica, ele foi diagnosticado com uma doença ocorrido foi informado nos autos. Considerando o caso narrado, de acordo com
mental curável, mediante medicação e tratamento bastante demorado. o Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.
Segundo as disposições do Estatuto da Advocacia e da OAB, o caso do advogado A) Geraldo continuará a representar o mandante durante os dez dias seguintes
Jailton incide em causa de A) suspensão do exercício profissional. à notificação da renúncia.
B) impedimento para o exercício profissional. B) O dever de Geraldo de representar o mandante cessa diante da substituição
C) cancelamento da inscrição profissional. do advogado, independentemente do decurso de prazo.
D) licença do exercício profissional. C) Geraldo continuará a representar o mandante até que seja proferida e
publicada sentença nos autos, ainda que recorrível.
XXX Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 04 - Maria, formada em uma D) Geraldo continuará a representar o mandante até o término da audiência de
renomada faculdade de Direito, é transexual. Após a aprovação no Exame de instrução e julgamento.
Ordem e do cumprimento dos demais requisitos, Maria receberá a carteira de
identidade de advogado, relativa à sua inscrição originária. Sobre a hipótese XXX Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 07 - Antônio e José são advogados
apresentada, de acordo com o disposto na Lei nº 8.906/94 e no Regulamento e atuam em matéria trabalhista. Antônio tomou conhecimento de certos fatos
Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta. relativos à vida pessoal de seu cliente, que respondia a processo considerado
A) É admitida a inclusão do nome social de Maria, em seguida ao nome de interesse acadêmico. Após o encerramento do feito judicial, Antônio
registral, havendo exigência normativa de que este seja o nome pelo qual resolveu abordar os fatos que deram origem ao processo em sua dissertação
Maria se identifica e é socialmente reconhecida, mediante mero requerimento pública de mestrado. Então, a fim de se resguardar, Antônio notificou o cliente,
formulado pela advogada. indagando se este solicitava sigilo sobre os fatos pessoais ou se estes podiam
B) É admitida a inclusão do nome social de Maria, desde que, por exigência ser tratados na aludida dissertação. Tendo obtido resposta favorável do
normativa, este seja o nome pelo qual Maria se identifica e que consta em cliente, Antônio abordou o assunto na dissertação. Por sua vez, o advogado
registro civil de pessoas naturais, originariamente ou por alteração, mediante José também soube de fatos pessoais de seu cliente, em razão de sua atuação
mero requerimento formulado pela advogada. em outro processo. Entretanto, José foi difamado em público, gravemente, por
C) É admitida a inclusão do nome social de Maria, independentemente de uma das partes da demanda. Por ser necessário à defesa de sua honra, José
menção ao nome registral, havendo exigência normativa de que este seja o divulgou o conteúdo particular de que teve conhecimento. Considerando os dois
nome pelo qual Maria se identifica, e é socialmente reconhecida, e de que haja casos narrados, assinale a afirmativa correta.
prévia aprovação em sessão do Conselho Seccional respectivo. A) Antônio infringiu o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, violando
D) Não há previsão na Lei nº 8.906/94 e no Regulamento Geral do Estatuto da o dever de sigilo profissional. Por outro lado, José não cometeu infração ética,
Advocacia e da OAB sobre a inclusão do nome social de Maria na carteira de já que o dever de sigilo profissional cede na situação descrita.
identidade do advogado, embora tal direito possa advir de interpretação do B) Antônio e José infringiram, ambos, o disposto no Código de Ética e Disciplina
disposto na Constituição Federal, desde que haja cirurgia prévia de da OAB, violando seus deveres de sigilo profissional.
redesignação sexual e posterior alteração do nome registral da advogada para C) José infringiu o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, violando o
aquele pelo qual ela se identifica e é socialmente reconhecida. dever de sigilo profissional. Por outro lado, Antônio não cometeu infração ética,
já que o dever de sigilo profissional cede na situação descrita.
D) Antônio e José não cometeram infração ética, já que o dever de sigilo
profissional, em ambos os casos, cede nas situações descritas.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

98
XXX Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 08 - João Pedro, advogado A) É competência dos presidentes do Conselho Federal, do Conselho Seccional
conhecido no Município Alfa, foi eleito para mandato na Câmara Municipal, na ou da Subseção formularem a representação administrativa cabível. Em razão
legislatura de 2012 a 2015. Após a posse e o exercício do cargo de vereador em da natureza da autoridade e da providência, o ato não pode ser delegado a
2012 e 2013, João Pedro licenciou-se do mandato em 2014 e 2015 a convite do outro advogado.
Prefeito, para exercer o cargo de Procurador-Geral do Município Alfa. Diante B) É competência apenas dos presidentes do Conselho Federal ou do Conselho
desses fatos, João Pedro, Seccional formularem a representação administrativa cabível. Todavia, pode
A) em 2012 e 2013, poderia exercer a advocacia a favor de entidades ser designado outro advogado, investido de poderes bastantes, para o ato.
paraestatais. C) É competência apenas do presidente do Conselho Seccional formular a
B) em 2012 e 2013, não poderia exercer a advocacia contra empresa representação administrativa cabível. Em razão da natureza da autoridade e
concessionária de serviço público estadual. da providência, o ato não pode ser delegado a outro advogado.
C) em 2014 e 2015, poderia exercer a advocacia privada, desde que não atuasse D)É competência dos presidentes do Conselho Federal, do Conselho Seccional
contra o Município Alfa ou entidade que lhe seja vinculada. ou da Subseção formularem a representação administrativa cabível. Todavia,
D) em 2014 e 2015, não poderia exercer a advocacia a favor de autarquia pode ser designado outro advogado, investido de poderes bastantes, para o ato.
vinculada ao Município Alfa.
XXIX Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 04 - A Sociedade de Advogados X
XXIX Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 01 - Os sócios de certa sociedade pretende associar-se aos advogados João e Maria, que não a integrariam como
de advogados divergiram intensamente quanto à solução de questões relativas sócios, mas teriam participação nos honorários a serem recebidos. Sobre a
a conduta disciplinar, relação com clientes e honorários. Em razão disso, pretensão da Sociedade de Advogados X, de acordo com o disposto no
passaram a pesquisar quais as atribuições do Tribunal de Ética e Disciplina, do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa
Conselho Seccional da OAB respectivo, que poderiam ajudar a solver suas correta.
dificuldades. Considerando o caso narrado, bem como os limites de A) É autorizada, contudo deve haver formalização em contrato averbado no
competência do Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho Seccional, previstos registro da Sociedade de Advogados. A associação pretendida deverá implicar
no Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a afirmativa correta. necessariamente vínculo empregatício.
A) Não compete ao Tribunal de Ética e Disciplina responder a consultas B) É autorizada, contudo deve haver formalização em contrato averbado no
realizadas em tese por provocação dos advogados, atuando apenas diante de registro da Sociedade de Advogados. A associação pretendida não implicará
situações concretas. vínculo empregatício.
B) Compete ao Tribunal de Ética e Disciplina atuar como um conciliador em C) É autorizada, independentemente de averbação no registro da Sociedade. A
pendências concretas relativas à partilha de honorários entre advogados associação pretendida não implicará vínculo empregatício.
contratados conjuntamente. D) Não é autorizada, pois os advogados João e Maria passariam a integrar a
C) Não compete ao Tribunal de Ética e Disciplina ministrar cursos destinados a Sociedade X como sócios, mediante alteração no registro da sociedade.
solver dúvidas usuais dos advogados no que se refere à conduta ética que
deles é esperada. XXIX Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 05 - Júnior é bacharel em Direito.
D) Compete ao Tribunal de Ética e Disciplina coordenar as ações do Conselho Formou-se no curso jurídico há seis meses e não prestou, ainda, o Exame de
Seccional respectivo e dos demais Conselhos Seccionais, com o objetivo de Ordem para sua inscrição como advogado, embora pretenda fazêlo em breve.
reduzir a ocorrência das infrações disciplinares mais frequentes. Por ora, Júnior é inscrito junto à OAB como estagiário e exerce estágio
profissional de advocacia em certo escritório credenciado pela OAB, há um ano.
XXIX Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 02 - Milton, advogado, exerceu Nesse exercício, poucas semanas atrás, juntamente com o advogado José dos
fielmente os deveres decorrentes de mandato outorgado para defesa do cliente Santos, devidamente inscrito como tal, prestou consultoria jurídica sobre
Tomás, em juízo. Todavia, Tomás deixou, injustificadamente, de efetuar o determinado tema, solicitada por um cliente do escritório. Os atos foram
pagamento dos valores acordados a título de honorários. Em 08/04/19, após assinados por ambos. Todavia, o cliente sentiu-se lesado nessa consultoria,
negar-se ao pagamento devido, Tomás solicitou a Milton que agendasse uma alegando culpa grave na sua elaboração. Considerando o caso hipotético, bem
reunião para que este esclarecesse, de forma pormenorizada, questões que como a disciplina do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a opção correta.
entendia pertinentes e necessárias sobre o processo. Contudo, Milton informou A) Júnior não poderia atuar como estagiário e deverá responder em âmbito
que não prestaria nenhum tipo de informação judicial sem pagamento, a fim de disciplinar por essa atuação indevida. Já a responsabilidade pelo conteúdo da
evitar o aviltamento da atuação profissional. Em 10/05/19, Tomás solicitou que atuação na atividade de consultoria praticada é de José.
Milton lhe devolvesse alguns bens móveis que haviam sido confiados ao B) Júnior não poderia atuar como estagiário e deverá responder em âmbito
advogado durante o processo, relativos ao objeto da demanda. Milton também disciplinar por essa atuação indevida. Já a responsabilidade pelo conteúdo da
se recusou, pois pretendia alienar os bens para compensar os honorários atuação na atividade de consultoria praticada é solidária entre Júnior e José.
devidos. Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta. C) Júnior poderia atuar como estagiário. Já a responsabilidade pelo conteúdo
A) Apenas a conduta de Milton praticada em 08/04/19 configura infração ética. da atuação na atividade de consultoria praticada é solidária entre Júnior e
B) Ambas as condutas de Milton, praticadas em 08/04/19 e em 10/05/19, José.
configuram infrações éticas. D) Júnior poderia atuar como estagiário. Já a responsabilidade pelo conteúdo
C) Nenhuma das condutas de Milton, praticadas em 08/04/19 e em 10/05/19, da atuação na atividade de consultoria praticada é de José.
configura infração ética.
D) Apenas a conduta de Milton praticada em 10/05/19 configura infração ética. XXIX Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 06 - O advogado X foi preso em
flagrante enquanto furtava garrafas de vinho, de valor bastante expressivo,
XXIX Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 03 - A conduta de um juiz em em determinado supermercado. Conduzido à delegacia, foi lavrado o auto de
certa comarca implicou violação a prerrogativas de advogados previstas na Lei prisão em flagrante, sem a presença de representante da OAB. Com base no
nº 8.906/94, demandando representação administrativo-disciplinar em face do disposto no Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.
magistrado. Considerando a hipótese narrada, de acordo com o Regulamento A) A lavratura do auto de prisão em flagrante foi eivada de nulidade, em razão
Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta. da ausência de representante da OAB, devendo a prisão ser relaxada.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

99
B) A lavratura do auto de prisão em flagrante não é viciada, desde que haja
comunicação expressa à seccional da OAB respectiva. DIREITO PENAL
C) A lavratura do auto de prisão em flagrante foi eivada de nulidade, em razão
da ausência de representante da OAB, devendo ser concedida liberdade
provisória não cumulada com aplicação de medidas cautelares diversas da
1) DIREITO PENAL E O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
prisão.
- Características marcantes do Direito Penal em um Estado Democrático de
D) A lavratura do auto de prisão em flagrante não é viciada e independe de
Direito.
comunicação à seccional da OAB respectiva.
Ius Poenale: Arcabouço normativo (crimes e penas);
Ius Puniendi: Poder Punitivo exclusivo do Estado.
XXIX Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 07 - O advogado João, conselheiro
em certo Conselho Seccional da OAB, foi condenado, pelo cometimento de
crime de tráfico de influência, a uma pena privativa de liberdade. João 2) PRINCÍPIOS PENAIS E CONSTITUCIONAIS
respondeu ao processo todo em liberdade, apenas tendo sido decretada a A) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, DA ANTERIORIDADE E DA RESERVA LEGAL
prisão após o trânsito em julgado da sentença condenatória. Quanto aos - Fundamental para a manutenção da Segurança Jurídica;
direitos de João, considerando o disposto no Estatuto da Advocacia e da OAB,  LEGALIDADE: art. 5º, inciso XXXIX, da CF (1988) / art. 1º do CP (1940)
assinale a afirmativa correta. (recepcionado pela CF);
A) João tem direito à prisão domiliciar em razão de suas atividades  RESERVA LEGAL: apenas a Lei, em sentido estrito, pode definir
profissionais, ou à prisão em sala de Estado Maior, durante todo o cumprimento crimes e cominar penas;
da pena que se inicia, a critério do juiz competente.  ANTERIORIDADE.
B) João tem direito a ser preso em sala de Estado Maior durante o cumprimento - Art. 2º do CP Princípio da Irretroatividade;
integral da pena que se inicia. Apenas na falta desta, em razão de suas Retroatividade Benéfica (art. 5º, inciso XL, da CF) ->
atividades profissionais, terá direito à prisão domiciliar. Súmula nº 501 do STJ;
C) João não tem direito a ser preso em sala de Estado Maior em nenhum - “Abolitio Criminis”: Lei nova deixa de considerar crime determinada conduta.
momento do cumprimento da pena que se inicia, nem terá direito, em Ex.: Adultério (art. 240 do CP) e Sedução (art. 217 do CP);
decorrência de suas atividades profissionais, à prisão domiliciar. - Vedação à Punição por Analogia -> TAXATIVIDADE do Tipo Penal;
D) João tem direito a ser preso em sala de Estado Maior apenas durante o - NORMA PENAL “EM BRANCO”:
transcurso de seu mandato como conselheiro, mas não terá direito, em Homogênea: art. 235 do CP (casamento) | art. 316 do CP (funcionário
decorrência de suas atividades profissionais, à prisão domiciliar público);
Heterogênea: art. 33 da Lei Federal nº 11.343/2006 (drogas).
XXIX Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 08 - O Conselho Seccional X da - Diferente do TIPO PENAL ABERTO: cabe ao intérprete buscar sua
OAB proferiu duas decisões, ambas unânimes e definitivas, em dois processos definição. Ex. Ato Obsceno - art. 233 do CP).
distintos. Acerca da matéria que é objeto do processo 1, há diversos julgados,
em sentido diametralmente oposto, proferidos pelo Conselho Seccional Y da B) PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA (“ULTIMA RATIO”)
OAB. Quanto ao processo 2, há apenas uma decisão contrária, outrora proferida - Incumbe ao Direito Penal selecionar as condutas mais lesivas e relevantes
pelo Conselho Federal da OAB. De acordo com a situação narrada, assinale a para criminalizar;
afirmativa correta. - Competência legiferante em Matéria Penal: Competência Privativa da União
A) Cabe recurso da decisão proferida no processo 1 ao Conselho Federal da (art. 22, inciso I, da CF);
OAB, com fundamento na divergência com as decisões emanadas do Conselho - Admite delegação, mediante Lei Complementar Federal, para “matérias de
Seccional Y. Também cabe recurso da decisão proferida no processo 2 ao interesse meramente local” -> delegação possível, mas inaplicável.
Conselho Federal da OAB, com base na divergência com a decisão anterior do
Conselho Federal.
C) PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE OU LESIVIDADE
B) Não cabe recurso da decisão proferida no processo 1 ao Conselho Federal da
OAB, com fundamento na divergência com as decisões emanadas do Conselho - Necessidade de Lesão Jurídica Relevante ou Perigo de Dano ao Bem Jurídico
Seccional Y. No entanto, cabe recurso da decisão proferida no processo 2 ao Tutelado;
Conselho Federal da OAB, com base na divergência com a decisão anterior do - Bem Jurídico alheio –> “autolesão” não é crime;
Conselho Federal. - ATENÇÃO: autolesão pode ser punida apenas quando “afetar terceiro” (Ex.:
C) Cabe recurso da decisão proferida no processo 1 ao Conselho Federal da Autolesão para Fraude à Seguradora – Crime de Estelionato - art. 171, § 2º,
OAB, com fundamento na divergência com as decisões emanadas do Conselho inciso V, do CP).
Seccional Y. No entanto, não cabe recurso da decisão proferida no processo 2
ao Conselho Federal da OAB, com base na divergência com a decisão anterior D) PRINCÍPIO DA PESSOALIDADE DA PENA
do Conselho Federal. - Pena pessoal e individualizada (art. 5º, inciso XLVI, da CF): aplicação e
D) Não cabem recursos das decisões proferidas no processo 1 e no processo 2, execução;
tendo em vista a definitividade das decisões emanadas do Conselho Seccional. - Inconstitucionalidade do regime integralmente e inicialmente fechado para
Crimes Hediondos (definidos pela Lei Federal nº 8.072/1990) -> Súmula
Vinculante nº 26 do STF.

E) PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
- Ausência de Lesão Relevante ao Bem Jurídico Tutelado;
- Critérios adotados pelo STF:
 Mínima Ofensividade da Conduta do Agente;
 Ausência de Periculosidade Social da Ação;
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

100
 Ínfimo Grau de Reprovabilidade Social; - ATENÇÃO: Lei Federal nº 13.245/2016, que alterou o Estatuto da OAB (Lei
 Inexpressividade da Lesão Jurídica. Federal nº 8.906/1994) – art. 7º, incisos XIV e XXI.
- ATENÇÃO: culmina com a ausência de TIPICIDADE MATERIAL –> FATO ATÍPICO;
- Não se aplica aos crimes praticados com violência ou grave ameaça à 3) TEMPO DO CRIME (ART. 4º DO CP)
pessoa; - Art. 4º do CP: Teoria da Atividade (momento da ação ou omissão);
- Entendimento do STF: não se aplica ao crime de Tráfico de Drogas; - EXCEÇÃO: nos “crimes de gerúndio” (“estão acontecendo”) será o momento da
- Para Crimes Tributários (Ex.: Lei Federal nº 8.137/1990; art. 168–A do CP): consumação (Ex.: Sequestro, Associação Criminosa e Porte Ilegal de Arma);
insignificância aplica-se de acordo com o valor do tributo devido; - Súmula 711 do STF: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou
 STJ: R$ 20.000,00 - em março/2018 a 3ª Seção do STJ majorou o ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade
teto; ou da permanência”;
 STF: R$ 20.000,00 (Portaria nº 75/2012 e nº 130/2012 do Ministério a) Crime Continuado (art. 71 1 do CP) – Ex.: serial killer;
da Fazenda - HC 120617, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em b) Crime Permanente: consumação prolongada por vontade do agente –
04/02/2014). Ex.: Sequestro (art. 148 do CP).
- “Crimes de Bagatela” vs. “Crime Famélico”;
- ATENÇÃO: Entendimentos do STJ -> Súmula nº 589 e 599.
4) LUGAR DO CRIME (ART. 6º DO CP)
- Art. 6º do CP: Local da Ação ou Omissão + Local onde produziu ou deveria
F) PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE produzir-se o resultado -> Teoria da Ubiquidade.
- “Nulla Poena Sine Culpa”: a pena não pode ultrapassar a culpabilidade do
agente;
5) TEORIA DICOTÔMICA (BIPARTIDA) E A INFRAÇÃO PENAL
- Conduta reprovável, considerado o homem médio (experiência cotidiana):
- INFRAÇÃO PENAL
dolo (direto ou indireto) ou falta de um “dever de cuidado” (culpa: negligência,
a) CONTRAVENÇÃO PENAL
imperícia ou imprudência);
Prisão simples ou multa (Decreto-Lei nº 3.688/1941 - Lei de
- Não é alvo do Direito Penal caso fortuito ou força maior.
Contravenções Penais);
b) CRIME
G) PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE Detenção ou Reclusão e/ou Multa; (Decreto-Lei nº 2.848/1940 - Código
TERRITORIALIDADE Penal).
 Regra: aplica-se a lei brasileira aos fatos ocorridos em solo * Vide Quadro Comparativo na próxima página.
brasileiro (art. 5º do CP);
6) PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO (ART. 8º DO CP)
EXTRATERRITORIALIDADE:
- Crimes com pena cumprida no estrangeiro: diversa -> atenua / idêntica ->
 Em casos excepcionais, a lei penal brasileira poderá extrapolar os
computa.
limites do território nacional, alcançando crimes cometidos
exclusivamente no estrangeiro;
 Vítima Estado Brasileiro ou crime de Genocídio. 7) PRAZO PENAL (ART. 10 DO CP)
ATENÇÃO: É inaplicável o Princípio da Extraterritorialidade às - Prescrição, decadência, pena e prisão;
Contravenções Penais (art. 2º da LCP). - Inclui-se o dia do início;
- Prazo Penal NÃO SE PRORROGA.
EXTENSÕES:
 Espaço aéreo e águas territoriais brasileiras; RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
 Embarcações e Aeronaves Brasileiras
- Privadas: zona neutra; XXXI Exame de Ordem (2020 – FGV) - Questão 59 - Maria, em uma loja de
- Militares / Serviço do Governo: qualquer lugar. departamento, apresentou roupas no valor de R$ 1.200 (mil e duzentos reais)
 Praticados por brasileiros no estrangeiro, mas detido no Brasil. ao caixa, buscando efetuar o pagamento por meio de um cheque de terceira
pessoa, inclusive assinando como se fosse a titular da conta. Na ocasião, não
H) PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO OU ABSORÇÃO foi exigido qualquer documento de identidade. Todavia, o caixa da loja
- O Crime-fim absorve o crime-meio; desconfiou do seu nervosismo no preenchimento do cheque, apesar da
- O crime-meio configura um “crime de passagem” / caminho necessário -> assinatura perfeita, e consultou o banco sacado, constatando que aquele
atipicidade da conduta-meio, absorvida pela conduta-fim; documento constava como furtado. Assim, Maria foi presa em flagrante
- Ex.: Estelionato pode absorver a Falsificação (vide Súmula 17 do STJ) / naquele momento e, posteriormente, denunciada pelos crimes de estelionato e
Homicídio pode absorver o Porte Ilegal e o Disparo de Arma de Fogo. falsificação de documento público, em concurso material. Confirmados os
fatos, o advogado de Maria, no momento das alegações finais, sob o ponto de
J) DIREITO DE DEFESA ENDÓGENO vista técnico, deverá buscar o reconhecimento
- Atos praticados no curso do Inquérito Policial (declarações do acusado ou
intervenção do Advogado em situação excepcional), para assegurar as
garantias individuais do investigado. Ex.: Solicitação de Diligências e/ou
Acareações pelo Advogado; 1 Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica
- Súmula Vinculante nº 14 do STF; dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar,
ATENÇÃO: Assunto alterado pelo Pacote Anticrime (Lei maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser
Federal nº 13.964/2019) – art. 14-A do CPP. havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer
caso, de um sexto a dois terços.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

101
A) do concurso formal entre os crimes de estelionato consumado e falsificação XXIX Exame de Ordem (2019 – FGV) – Questão 58 - Inconformado com o
de documento público. comportamento de seu vizinho, que insistia em importunar sua filha de 15 anos,
B) do concurso formal entre os crimes de estelionato tentado e falsificação de Mário resolve dar-lhe uma “lição” e desfere dois socos no rosto do
documento particular. importunador, nesse momento com o escopo de nele causar diversas lesões.
C) de crime único de estelionato, na forma consumada, afastando-se o Durante o ato, entendendo que o vizinho ainda não havia sofrido na mesma
concurso de crimes. intensidade do constrangimento de sua filha, decide matá-lo com uma barra
D) de crime único de estelionato, na forma tentada, afastando-se o concurso de de ferro, o que vem efetivamente a acontecer.
crimes. Descobertos os fatos, o Ministério Público oferece denúncia em face de Mário,
imputando-lhe a prática dos crimes de lesão corporal dolosa e homicídio, em
XXV Exame de Ordem (2018 – FGV) - Questão 58 - Márcia e Plínio se concurso material. Durante toda a instrução, Mário confirma os fatos descritos
encontraram em um quarto de hotel e, após discutirem o relacionamento por na denúncia.
várias horas, acabaram por se ofender reciprocamente. Márcia, então, Considerando apenas as informações narradas e confirmada a veracidade dos
querendo dar fim à vida de ambos, ingressa no banheiro do quarto e liga o gás, fatos expostos, o(a) advogado(a) de Mário, sob o ponto de vista técnico, deverá
aproveitando-se do fato de que Plínio estava dormindo. buscar o reconhecimento de que Mário pode ser responsabilizado
Em razão do forte cheiro exalado, quando ambos já estavam desmaiados, os A) apenas pelo crime de homicídio, por força do princípio da consunção, tendo
seguranças do hotel invadem o quarto e resgatam o casal, que foi levado para ocorrido a chamada progressão criminosa.
o hospital. Tanto Plínio quanto Márcia acabaram sofrendo lesões corporais B) apenas pelo crime de homicídio, por força do princípio da alternatividade,
graves. sendo aplicada a regra do crime progressivo.
Registrado o fato na delegacia, Plínio, revoltado com o comportamento de C) apenas pelo crime de homicídio, com base no princípio da especialidade.
Márcia, procura seu advogado e pergunta se a conduta dela configuraria crime. D) pelos crimes de lesão corporal e homicídio, em concurso formal.
Considerando as informações narradas, o advogado de Plínio deverá
esclarecer que a conduta de Márcia configura crime de QUADRO COMPARATIVO DE INFRAÇÃO PENAL: CRIME VS. CONTRAVENÇÃO PENAL
A) lesão corporal grave, apenas.
B) tentativa de homicídio qualificado e tentativa de suicídio.
Crime
C) tentativa de homicídio qualificado, apenas.
- Pena Privativa de Liberdade: Detenção ou Reclusão;
D) tentativa de suicídio, por duas vezes.
- Limite máximo de cumprimento de pena: 40 (quarenta) anos;
XXV Exame de Ordem (2018 – FGV) - Questão 61 - Laura, nascida em 21 de ATENÇÃO: Assunto alterado pelo Pacote Anticrime (Lei
fevereiro de 2000, é inimiga declarada de Lívia, nascida em 14 de dezembro de Federal nº 13.964/2019) – art. 75 do CP.
1999, sendo que o principal motivo da rivalidade está no fato de que Lívia tem - Ação Penal: Privada ou Pública (Incondicionada ou Condicionada à
interesse no namorado de Laura. Durante uma festa, em 19 de fevereiro de Representação);
2018, Laura vem a saber que Lívia anunciou para todos que tentaria manter - Competência: Justiça Estadual ou Federal;
relações sexuais com o referido namorado. Soube, ainda, que Lívia disse que, - Tentativa: Punível.
na semana seguinte, iria desferir um tapa no rosto de Laura, na frente de seus
colegas, como forma de humilhá-la. Diante disso, para evitar que as ameaças Contravenção Penal
de Lívia se concretizassem, Laura, durante a festa, desfere facadas no peito de - Pena Privativa de Liberdade: Prisão Simples;
Lívia, mas terceiros intervêm e encaminham Lívia diretamente para o hospital. - Limite máximo de cumprimento de pena: 05 (cinco) anos;
Dois dias depois, Lívia vem a falecer em virtude dos golpes sofridos. - Ação Penal: Pública Incondicionada;
Descobertos os fatos, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Laura - Competência: Justiça Estadual;
pela prática do crime de homicídio qualificado. Confirmados integralmente os - Tentativa: Impunível.
fatos, a defesa técnica de Laura deverá pleitear o reconhecimento da
A) inimputabilidade da agente. 8) TEORIA TRIPARTIDA DO CRIME
B) legítima defesa. - Elementos do Crime: TIPICIDADE, ILICITUDE e CULPABILIDADE.
C) inexigibilidade de conduta diversa.
D) atenuante da menoridade relativa.
8.1) TIPICIDADE
XI Exame de Ordem (2013 – FGV) - Questão 59 - O Art. 33 da Lei n. 11.343/06 (Lei - Previsão in abstracto de determinada conduta / Lesão relevante ao bem
Antidrogas) diz: “Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, jurídico tutelado;
adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer - Estrutura do FATO TÍPICO: CONDUTA, RESULTADO, NEXO CAUSAL e TIPICIDADE.
consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer A) CONDUTA
drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com - Comportamento humano positivo (fazer) ou negativo (não fazer);
determinação legal ou regulamentar. Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) - “Iter Criminis”: Cogitação, Preparação, Execução, Consumação e
anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.” Exaurimento*;
Analisando o dispositivo acima, pode-se perceber que nele não estão inseridas - Fases da Cogitação e Preparação são impuníveis (EXCEÇÃO: art. 288 do
as espécies de drogas não autorizadas ou que se encontram em desacordo com Código Penal);
determinação legal ou regulamentar. Dessa forma, é correto afirmar que se - Necessário que a conduta seja DOLOSA ou CULPOSA (necessidade de
trata de uma norma penal previsão legal).
A) em branco homogênea.
B) em branco heterogênea.
C) incompleta (ou secundariamente remetida).
D) em branco inversa (ou ao avesso).
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

102
A.1) CONDUTA DOLOSA: vontade e consciência dirigida a realizar a Tipo Penal Ex.: Omissão
CRIME DE
conduta criminalizada (art. 18, inciso I, do CP 2) -> Teoria da Vontade e descreve Não há Resultado de Socorro
MERA
do Assentimento; apenas a Naturalístico (art. 135 do
CONDUTA
- ESPÉCIES DE DOLO: conduta CP)
a) DIRETO: o agente quer efetivamente o resultado. Ex.: animus
necandi; 8.2) ANTIJURIDICIDADE / ILICITUDE
b) INDIRETO - Todo o Fato Típico também é Ilícito, salvo quando o sujeito agir sob o pálio de
b.1) ALTERNATIVO: com relação ao resultado (ferir ou matar) uma EXCLUDENTE DE ILICITUDE, na forma do art. 23 do CP:
ou à pessoa (matar uma ou outra); I) ESTADO DE NECESSIDADE: Repelir perigo atual e inevitável, não criado
b.2) EVENTUAL: o agente não quer o resultado, mas assume o dolosamente pelo agente, agindo-se em defesa de bem próprio ou de
risco. terceiro (art. 24 do CP);
A.2) CONDUTA CULPOSA: inobservância de um “dever de cuidado”; II) LEGÍTIMA DEFESA: Repelir agressão injusta atual ou iminente, em defesa
- Características: Resultado Naturalístico / Previsibilidade / de bem próprio ou alheio, moderadamente (art. 25 do CP);
Finalidade Lícita; ATENÇÃO: Assunto alterado pelo Pacote Anticrime (Lei
- Se imprevisível: caso fortuito ou força maior; Federal nº 13.964/2019) – art. 25, parágrafo único, do CP.
- Necessária expressa previsão legal -> exceção à regra dolosa;
III) ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL: Funcionário Público que atua
- ATENÇÃO: Não admite tentativa;
cumprindo de forma estrita um dever imposto por lei;
- Inobservância de um “dever de cuidado”:
IV) EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO: Exercício regular e limitado de um
 NEGLIGÊNCIA: negativa - omissiva;
direito outorgado por lei. Ex.: lesões no esporte.
 IMPRUDÊNCIA: positiva - comissiva;
- OFENDÍCULOS: meios de defesa prévia do patrimônio (Ex.: “caco de vidro” no
 IMPERÍCIA: inaptidão no exercício de arte, profissão ou
muro, cerca elétrica, arame farpado, etc.) -> Legítima Defesa Preordenada
ofício (atividade profissional).
(depois do acionamento) e Exercício Regular de um Direito (antes do
CULPA CONSCIENTE vs. DOLO EVENTUAL acionamento) – Corrente Doutrinária Majoritária.
confiança na habilidade indiferença ao resultado
- ATENÇÃO: Acidente de Trânsito decorrente de velocidade 8.3) CULPABILIDADE
excessiva e embriaguez ao volante = culpa consciente ou dolo - Juízo de reprovação pessoal que se realiza sobre a conduta típica e ilícita
eventual? Observar previsibilidade e comportamento do agente praticada pelo agente -> “reprovabilidade”;
no comando da questão. - ELEMENTOS DA CULPABILIDADE:
- CULPA IMPRÓPRIA: o agente age dolosamente, entretanto é a) Imputabilidade (Capacidade de Culpabilidade) *;
punido culposamente (Erro de Tipo Evitável); b) Potencial Consciência sobre a Ilicitude do Fato;
- ERRO DE TIPO (art. 20 do CP) vs. ERRO DE PROIBIÇÃO (art. 21 do CP) c) Exigibilidade de Conduta Diversa.
ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO * INIMPUTABILIDADE:
Percebe a realidade, mas se I) DOENÇA MENTAL OU DESENVOLVIMENTO MENTAL
Falsa percepção da
equivoca com relação à regra INCOMPLETO OU RETARDADO
realidade
de proibição - Inteiramente Incapaz – Isenção de Pena (INIMPUTÁVEL);
Não sabe o que faz Sabe o que faz, sem saber ser - Relativamente Incapaz – Causa de Diminuição de 1/3 a 2/3.
(TIPICIDADE) proibido (CULPABILIDADE) II) MENOR DE 18 ANOS (INIMPUTÁVEL) – Súmula nº 605 do STJ;
III) EMBRIAGUEZ COMPLETA PROVENIENTE DE CASO FORTUITO
B) RESULTADO OU FORÇA MAIOR (álcool ou substância análoga – art. 45 e
- Naturalístico (modificação do mundo exterior) e/ou Jurídico (lesão ao art. 46 da Lei Federal nº 11.343/2006 3)
bem jurídico). - Inteiramente Incapaz – Isenção de Pena (INIMPUTÁVEL);
Tipo Penal - Relativamente Incapaz – Causa de Diminuição de 1/3 a 2/3.
Consumação: Ex.:
descreve a - Doentes mentais (inimputáveis) recebem Medida de Segurança (art. 96 do
CRIME Resultado Homicídio
conduta e o Código Penal): Internação ou Tratamento Ambulatorial;
MATERIAL Naturalístico (art. 121 do
Resultado - Emoção, Paixão e Embriaguez Voluntária ou Culposa: não excluem a
(Indispensável) CP)
Naturalístico imputabilidade (art. 28 do Código Penal);
Ex.: - Embriaguez Preordenada: crime doloso + agravante do art. 61, inciso II, alínea
Tipo Penal Consumação:
Extorsão “L”, do CP;
descreve a Conduta
CRIME mediante - Embriaguez ao volante: art. 302, § 3º (Lei Federal nº 13.546/2017), e art. 306,
conduta e o (Resultado
FORMAL Sequestro ambos do CTB.
Resultado Naturalístico
(art. 159 do
Naturalístico Dispensável)
CP)
3 Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o
2 Art. 18 - Diz-se o crime: efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da
Crime doloso ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada,
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
Crime culposo de acordo com esse entendimento.
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força
negligência ou imperícia. das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito
por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

103
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES advogado(a) de Jonas deverá alegar que a morte de Leonardo decorreu de
causa superveniente
XXX Exame de Ordem (2019 – FGV) – Questão 59 - Enquanto assistia a um jogo A) absolutamente independente, devendo ocorrer desclassificação para que
de futebol em um bar, Francisco começou a provocar Raul, dizendo que seu Jonas responda pelo crime de lesão corporal seguida de morte.
clube, que perdia a partida, seria rebaixado. Inconformado com a indevida B) relativamente independente, devendo ocorrer desclassificação para o crime
provocação, Raul, que estava acompanhado de um cachorro de grande porte, de lesão corporal seguida de morte, já que a morte teve relação com sua
atiça o animal a atacar Francisco, o que efetivamente acontece. Na tentativa conduta inicial.
de se defender, Francisco desfere uma facada no cachorro de Raul, o qual vem C) relativamente independente, que, por si só, causou o resultado, devendo
a falecer. O fato foi levado à autoridade policial, que instaurou inquérito para haver desclassificação para o crime de homicídio culposo.
apuração. Francisco, então, contrata você, na condição de advogado(a), para D) relativamente independente, que, por si só, produziu o resultado, devendo
patrocinar seus interesses. Considerando os fatos narrados, com relação à haver desclassificação para o crime de lesão corporal, não podendo ser
conduta praticada por Francisco, você, como advogado(a), deverá esclarecer imputado o resultado morte.
que seu cliente
A) não poderá alegar qualquer excludente de ilicitude, em razão de sua XVI Exame de Ordem (2015 – FGV) - Questão 60 - Patrício e Luiz estavam em um
provocação anterior. bar, quando o primeiro, mediante ameaça de arma de fogo, obriga o último a
B) atuou escorado na excludente de ilicitude da legítima defesa. beber dois copos de tequila. Luiz ficou inteiramente embriagado. A dupla,
C) praticou conduta atípica, pois a vida do animal não é protegida penalmente. então, deixou o local, sendo que Patrício conduzia Luiz, que caminhava com
D) atuou escorado na excludente de ilicitude do estado de necessidade. muitas dificuldades. Ao encontrarem Juliana, que caminhava sozinha pela
calçada, Patrício e Luiz, se utilizando da arma que era portada pelo primeiro,
XXXI Exame de Ordem (2020 – FGV) – Questão 61 - Inconformado por estar constrangeram-na a com eles praticar sexo oral, sendo flagrados por
desempregado, Lúcio resolve se embriagar. Quando se encontrava no interior populares que passavam ocasionalmente pelo local, ocorrendo a prisão em
do coletivo retornando para casa, ele verifica que o passageiro sentado à sua flagrante. Denunciados pelo crime de estupro, no curso da instrução, mediante
frente estava dormindo, e o telefone celular deste estava solto em seu bolso. perícia, restou constatado que Patrício era possuidor de doença mental grave e
Aproveitando-se da situação, Lúcio subtrai o aparelho sem ser notado pelo que, quando da prática do fato, era inteiramente incapaz de entender o caráter
lesado, que continuava dormindo profundamente. Ao tentar sair do coletivo, ilícito do seu comportamento, situação, aliás, que permanece até o momento do
Lúcio foi interpelado por outro passageiro, que assistiu ao ocorrido, iniciando- julgamento. Também ficou demonstrado que, no momento do crime, Luiz estava
se uma grande confusão, que fez com que o lesado acordasse e verificasse que completamente embriagado. O Ministério Público requereu a condenação dos
seu aparelho fora subtraído. Após denúncia pelo crime de furto qualificado acusados. Não havendo dúvida com relação ao injusto, tecnicamente, a defesa
pela destreza e regular processamento do feito, Lúcio foi condenado nos técnica dos acusados deverá requerer, nas alegações finais,
termos da denúncia, sendo, ainda, aplicada a agravante da embriaguez A) a absolvição dos acusados por força da inimputabilidade, aplicando, porém,
preordenada, já que Lúcio teria se embriagado dolosamente. Considerando medida de segurança para ambos.
apenas as informações expostas e que os fatos foram confirmados, o(a) B) a absolvição de Luiz por ausência de culpabilidade em razão da embriaguez
advogado(a) de Lúcio, no momento da apresentação de recurso de apelação, culposa e a absolvição imprópria de Patrício, com aplicação, para este, de
poderá requerer medida de segurança.
A) o reconhecimento de causa de diminuição de pena diante da redução da C) a absolvição de Luiz por ausência de culpabilidade em razão da embriaguez
capacidade em razão da sua embriaguez, mas não o afastamento da completa decorrente de força maior e a absolvição imprópria de Patrício, com
qualificadora da destreza. aplicação, para este, de medida de segurança.
B) a desclassificação para o crime de furto simples, mas não o afastamento da D) a absolvição imprópria de Patrício, com a aplicação de medida de
agravante da embriaguez preordenada. segurança, e a condenação de Luiz na pena mínima, porque a embriaguez
C) a desclassificação para o crime de furto simples e o afastamento da nunca exclui a culpabilidade.
agravante, não devendo a embriaguez do autor do fato interferir na tipificação
da conduta ou na dosimetria da pena. XII Exame de Ordem (2013 – FGV) - Questão 62 - Wilson, competente professor
D) a absolvição, diante da ausência de culpabilidade, em razão da embriaguez de uma autoescola, guia seu carro por uma avenida à beira-mar. No banco do
completa. carona está sua noiva, Ivana. No meio do percurso, Wilson e Ivana começam a
discutir: a moça reclama da alta velocidade empreendida. Assustada, Ivana
XXIX Exame de Ordem (2019 – FGV) – Questão 58 - Após discussão em uma casa grita com Wilson, dizendo que, se ele continuasse naquela velocidade, poderia
noturna, Jonas, com a intenção de causar lesão, aplicou um golpe de arte facilmente perder o controle do carro e atropelar alguém. Wilson, por sua vez,
marcial em Leonardo, causando fratura em seu braço. Leonardo, então, foi responde que Ivana deveria deixar de ser medrosa e que nada aconteceria,
encaminhado ao hospital, onde constatou-se a desnecessidade de intervenção pois se sua profissão era ensinar os outros a dirigir, ninguém poderia ser mais
cirúrgica e optou-se por um tratamento mais conservador com analgésicos competente do que ele na condução de um veículo. Todavia, ao fazer uma
para dor, o que permitiria que ele retornasse às suas atividades normais em 15 curva, o automóvel derrapa na areia trazida para o asfalto por conta dos
dias. ventos do litoral, o carro fica desgovernado e acaba ocorrendo o
A equipe médica, sem observar os devidos cuidados exigidos, ministrou o atropelamento de uma pessoa que passava pelo local. A vítima do
remédio a Leonardo sem observar que era composto por substância à qual o atropelamento falece instantaneamente. Wilson e Ivana sofrem pequenas
paciente informara ser alérgico em sua ficha de internação. Em razão da escoriações. Cumpre destacar que a perícia feita no local constatou excesso de
medicação aplicada, Leonardo sofreu choque anafilático, evoluindo a óbito, velocidade. Nesse sentido, com base no caso narrado, é correto afirmar que,
conforme demonstrado em seu laudo de exame cadavérico. em relação à vítima do atropelamento, Wilson agiu com
Recebidos os autos do inquérito, o Ministério Público ofereceu denúncia em A) dolo direto.
face de Jonas, imputando-lhe o crime de homicídio doloso. Diante dos fatos B) dolo eventual.
acima narrados e considerando o estudo da teoria da equivalência, o(a) C) culpa consciente.
D) culpa inconsciente.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

104
9) LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA - Coação Moral Resistível e Ordem Manifestamente Ilegal: Atenuante (art. 65,
- ATENÇÃO: Legítima Defesa Putativa NÃO É EXCLUDENTE DE ILICITUDE; inciso III, alínea c, do CP 4).
- Pode derivar de um ERRO DE TIPO (Falsa percepção da realidade - TIPICIDADE)
ou de um ERRO DE PROIBIÇÃO (Equívoco sobre a “regra de conduta” - 13) CONSUMAÇÃO E TENTATIVA (“CONATUS”) (ART. 14 DO CP)
CULPABILIDADE); - “ITER CRIMINIS”: COGITAÇÃO (mente), PREPARAÇÃO (seleção dos meios),
- Erro EXECUÇÃO (tipo legal), CONSUMAÇÃO (reunião de todos os elementos do tipo
EVITÁVEL: crime culposo (ET) / diminuição de pena (EP); legal) e EXAURIMENTO (crimes formais);
INEVITÁVEL: isenção de pena (ET e EP). - Crime Tentado: conduta dolosa; atos de execução; e interrupção por
- Culpa Imprópria -> Erro de Tipo Evitável; circunstâncias alheias à vontade do agente (fato externo);
- Exemplo 1 (ERRO DE _______________________): “Rafael é ameaçado de morte por - Tentativa Branca: pessoa ou coisa não atingida;
um perigoso marginal que comanda o tráfico na região onde reside. A fama de - Pena do Crime Tentado: Pena do Crime Doloso reduzida de 1/3 a 2/3;
tal traficante é de que nunca deixou de cumprir uma ameaça. Rafael, não - Contravenção Penal: Não admite Tentativa (art. 4º da LCP) -> ATÍPICO;
podendo contar com o apoio das autoridades policiais 24 horas por dia, - Infrações Penais que não admitem tentativa: CCHOUP
assustado, adquire um revólver a fim de se defender do aludido criminoso. Contravenção Penal;
Certo dia, ao se dirigir para a sua casa, em um local ermo, Rafael depara com o Culposos;
mencionado traficante, que, agindo como se fosse sacar uma arma, leva uma Habituais - condutas reiteradas (Ex.: Rufianismo - art. 230 do CP e
das mãos a cintura, momento em que Rafael, imaginando que seria morto pelo Associação Criminosa – art. 288 do CP);
traficante, saca o seu revólver, aponta, atira e o mata. Na verdade, o traficante Omissivos Próprios (Ex.: Omissão de socorro - art. 135 do CP);
de drogas não estava armado e havia ido ao encontro de Rafael para Unissubsistentes - único ato (Ex.: Injúria Verbal - art. 140 do CP);
tranquilizá-lo, pois, uma vez que fora convertido, tornando-se pessoa voltada a Preterdolosos - dolo na conduta e culpa no resultado (Ex.: Lesão corporal
religião, já não mais pratica qualquer infração penal e, naquela situação, ao seguida de morte - art. 129, § 3º, do CP).
colocar uma das mãos na cintura, almejava tão-somente, como prova de sua
amizade, presenteá-lo com o livro cristão” (GRECO, Rogério. Curso de Direito 14) DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA (ART. 15 DO CP)
Penal: Parte Geral. 9. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2007. p. 307); - O agente interrompe, voluntariamente (mesmo que influenciado), os atos de
- Exemplo 2 (ERRO DE _______________________): “[...] um pai, imaginando poder execução, impedindo, por ato seu, a consumação da infração penal;
agir em defesa da honra de sua filha, encontre e mate o agente que a havia - Não responde pela tentativa (circunstâncias alheias), mas pelos atos
estuprado” (GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 9. ed. Rio de praticados (delito-meio);
Janeiro: Impetus, 2007. p. 308); - Ex.: Sujeito com único projétil em seu revólver, após o disparo -> TENTATIVA;
- Exemplo 3 (ERRO DE _______________________): “No dia 23 de fevereiro de 2016, - Diferencia-se a Desistência Voluntária da Tentativa pela Fórmula de Frank:
Roberta, 20 anos, encontrava-se em um curso preparatório para concurso na “se posso prosseguir e não quero é desistência voluntária, mas se quero
cidade de Manaus/AM. Ao final da aula, resolveu ir comprar um café na cantina prosseguir e não posso haverá tentativa”.
do local, tendo deixado seu notebook carregando na tomada. Ao retornar,
retirou um notebook da tomada e foi para sua residência. Ao chegar em casa, 15) ARREPENDIMENTO EFICAZ (ART. 15 DO CP)
foi informada de que foi realizado registro de ocorrência na Delegacia em seu
- Finda execução, o sujeito percorre o caminho inverso: responde pelos atos
desfavor, tendo em vista que as câmeras de segurança da sala de aula
praticados;
captaram o momento em que subtraiu o notebook de Cláudia, sua colega de
- Arrependimento (já fiz) vs. Desistência (estou fazendo).
classe, que havia colocado seu computador para carregar em substituição ao
de Roberta, o qual estava ao lado. [...]” (Comando da Peça Prático-Profissional
do XXIII Exame de Ordem – FGV - 2017). 16) ARREPENDIMENTO POSTERIOR (ART. 16 DO CP)
- Para crimes cometidos sem violência ou grave ameaça;
10) ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO / ERRO DE PROIBIÇÃO (ART. 21 DO CP) - Código Penal: “Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça
à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia
- Desconhecimento da Lei (Inescusável) vs. Consciência Potencial sobre a
ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois
Ilicitude do Fato;
terços”;
- Ex.: Turista holandês que visualiza pessoas fumando determinada substância
- Exceção “a contraio sensu”: Súmula nº 554 do STF – “O pagamento de cheque
na praia e resolve fumar maconha;
emitido sem suficiente provisão de fundos, após o recebimento da denúncia,
- Erro Inevitável – Isenção de Pena / Erro Evitável – Causa de Diminuição de
não obsta ao prosseguimento da ação penal” -> Ausência de Justa Causa para a
Pena (1/6 a 1/3).
Ação Penal;
- Reparação do Dano APÓS o Recebimento da Denúncia (“antes do julgamento”):
11) IMPUTABILIDADE DO INDÍGENA Atenuante (art. 65, inciso III, alínea b, do CP);
- Estatuto do Índio (Lei Federal nº 6.001/1973): isolados, em vias de integração e - Reparação do Dano ANTES o Recebimento da Denúncia: Arrependimento
integrados; Posterior (redução de 1/3 a 2/3 - art. 16 do CP).
- STF (HC 79530/PA, Rel. Ilmar Galvão, 1999): sujeição dos índios ao art. 26 do
CP, sendo em regra IMPUTÁVEIS.
17) CRIME IMPOSSÍVEL (art. 17 do CP)
- “Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou
12) COAÇÃO IRRESISTÍVEL E OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA (ART. 22 DO CP) por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime”;
a) COAÇÃO IRRESISTÍVEL: Física ou Moral (podem configurar Crime de Tortura –
Lei Federal nº 9.455/97);
b) OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA: Ordem Superior Não Manifestamente Ilegal;
- Punível apenas o AUTOR DA ORDEM OU COAÇÃO -> Teoria do Domínio do Fato; 4 c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de
ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção,
provocada por ato injusto da vítima;
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

105
- Iniciados os atos de execução: ATÉ O CRIMES SEM
I) INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO – “não poderá” / não possui a mínima RECEBIMENTO DA VIOLÊNCIA OU
aptidão para produzir os efeitos pretendidos (Ex.: revólver sem munição; ARREPENDIMENTO JÁ FIZ [FINDA
DENÚNCIA: CAUSA GRAVE AMEAÇA /
falsificação grosseira); ou POSTERIOR EXECUÇÃO]
DE DIMINUIÇÃO DE REPARADO O
II) ABSOLUTA IMPROPRIEDADE DO OBJETO (pessoa ou coisa sobre a qual PENA [1/3 A 2/3] DANO
recai a conduta – Ex.: Contaminar pessoa já portadora da moléstia grave –
art. 130 do CP). ESTOU
- Súmula nº 145 do STF e Súmula nº 567 do STJ. DESISTÊNCIA FAZENDO RESPONDE PELOS
QUALQUER CRIME
VOLUNTÁRIA [DURANTE A ATOS PRATICADOS
EXECUÇÃO]
18) CONCURSO DE PESSOAS (art. 29 do CP)
- Crimes Monossubjetivos (Concurso Eventual) vs. Crimes Plurissubjetivos
(Concurso Necessário);
- Relevância causal das condutas: contribuir para o Resultado (antes ou
durante o delito, nunca após a consumação, sob pena de configurar crime
autônomo);
- Conduta Posterior à Consumação: Crime Autônomo (ex.: Receptação,
Ocultação de Cadáver, Favorecimento Real, etc.);
- Não se exige um prévio acordo, mas vontades convergentes (“Exemplo: a
babá abandona o infante em uma área de intensa criminalidade, objetivando
seja ele morto. Será partícipe do homicídio, sem que o assassino saiba que foi
ajudado” 5);
- Liame subjetivo entre os agentes, caso contrário teremos AUTORIA COLATERAL
(desígnios autônomos);
- Exemplo de AUTORIA COLATERAL: João e Antônio se colocam de tocaia, no
mesmo lugar, ignorando-se mutuamente, para matar José. Quando o alvo
passa pelo local, João e Antônio disparam, causando a morte de José.
- AUTORIA COLATERAL OU CONCURSO DE PESSOAS (com vínculo subjetivo)?
- Regra: Teoria Monista ou Unitária [coautores e partícipes respondem pelo
mesmo crime (EXCEÇÃO: quando o agente quis participar de crime menos grave
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
- art. 29, § 2º, do CP) -> Juízo de Reprovação Individual;
- STJ reconhece a TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO: permite que o mandante,
embora não pratique o núcleo do tipo, seja coautor; XVII Exame de Ordem (2015 – FGV) - Questão 64 - Cristiane, revoltada com a
18.1. COAUTORIA – Ex.: no estupro, um constrange, enquanto o outro mantém traição de seu marido, Pedro, decide matá-lo. Para tanto, resolve esperar que
conjunção carnal com a ofendida; ele adormeça para, durante a madrugada, acabar com sua vida. Por volta das
18.2. PARTÍCIPE – “concorre de alguma maneira para a produção do resultado 22h, Pedro deita para ver futebol na sala da residência do casal. Quando chega
ou para a consumação do crime” (Ex.: instigar, auxiliar, ajudar, etc.) – à sala, Cristiane percebe que Pedro estava deitado sem se mexer no sofá.
DIMINUIÇÃO DE 1/6 A 1/3 DA PENA; Acreditando estar dormindo, desfere 10 facadas em seu peito. Nervosa e
- Art. 30 do CP: Comunicação das Elementares do Tipo (ex.: Infanticídio – art. arrependida, liga para o hospital e, com a chegada dos médicos, é informada
123 do CP); que o marido faleceu. O laudo de exame cadavérico, porém, constatou que
- Art. 31 do CP: Participação Impunível (fase preparatória), caso não haja no Pedro havia falecido momentos antes das facadas em razão de um infarto
mínimo tentativa; fulminante. Cristiane, então, foi denunciada por tentativa de homicídio. Você,
 EXCEÇÃO: Incitação ao Crime (art. 286 do CP); Associação Criminosa advogado(a) de Cristiane, deverá alegar em seu favor a ocorrência de
(art. 288 do CP); Auxílio ao Suicídio (art. 122 do CP). A) crime impossível por absoluta impropriedade do objeto.
B) desistência voluntária.
C) arrependimento eficaz.
QUADROS RESUMO
D) crime impossível por ineficácia do meio.

AUTOR PARTÍCIPE XVIII Exame de Ordem (2015 – FGV) - Questão 59 - Mário subtraiu uma TV do seu
CONDUTA PRINCIPAL CONDUTA ACESSÓRIA local de trabalho. Ao chegar em casa com a coisa subtraída, é convencido pela
esposa a devolvê-la, o que efetivamente vem a fazer no dia seguinte, quando o
COM DOMÍNIO DO FATO SEM DOMÍNIO DO FATO fato já havia sido registrado na delegacia. O comportamento de Mário, de
acordo com a teoria do delito, configura
A) desistência voluntária, não podendo responder por furto.
JÁ FIZ [FINDA RESPONDE PELOS
ARREPENDIMENTO EFICAZ QUALQUER CRIME B) arrependimento eficaz, não podendo responder por furto.
EXECUÇÃO] ATOS PRATICADOS
C) arrependimento posterior, com reflexo exclusivamente no processo
dosimétrico da pena.
D) furto, sendo totalmente irrelevante a devolução do bem a partir de
convencimento da esposa.

5 CAPEZ, Fernando; PRADO, Stela. Código Penal Comentado. 4. ed. São Paulo:
Saraiva, 2013. p. 91.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

106
XXVIII Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 62 - Inconformado com o fato de a) Requisito Objetivo: Cumprimento de parte da pena (16%, 20%,
Mauro ter votado em um candidato que defendia ideologia diferente da sua, 25%, 30%, 40%, 50%, 60% ou 70%);
João desferiu golpes de faca contra seu colega, assim agindo com a intenção b) Requisito Subjetivo: Bom comportamento carcerário.
de matá-lo. Acreditando ter obtido o resultado desejado, João levou o corpo da ATENÇÃO: Assunto alterado pelo Pacote Anticrime (Lei
vítima até uma praia deserta e o jogou no mar. Dias depois, o corpo foi Federal nº 13.964/2019) – art. 112 do LEP.
encontrado, e a perícia constatou que a vítima morreu afogada, e não em razão - ATENÇÃO: Crimes hediondos ou equiparados (tráfico, tortura e terrorismo)
das facadas desferidas por João. antes da Lei Federal nº 11.464, de 29/03/2007 -> Cumprimento de no mínimo 1/6
Descobertos os fatos, João foi preso, denunciado e pronunciado pela prática de da pena.
dois crimes de homicídio dolosos, na forma qualificada, em concurso material. - Observar que § 3º do art. 33 (determinação do Regime Inicial) remete ao art.
Ao apresentar recurso contra a decisão de pronúncia, você, advogado(a) de 59 do CP: “Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à
João, sob o ponto de vista técnico, deverá alegar que ele somente poderia ser conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
responsabilizado consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá,
A) pelo crime de lesão corporal, considerando a existência de causa conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
superveniente, relativamente independente, que, por si só, causou o resultado. [...]” -> Súmula nº 440 do STJ;
B) por um crime de homicídio culposo, na forma consumada. - Crimes contra a Administração Pública: Progressão de Regime condicionada
C) por um crime de homicídio doloso qualificado, na forma tentada, e por um à Reparação do Dano (art. 33, § 4º, do CP) -> Requisito Objetivo;
crime de homicídio culposo, na forma consumada, em concurso material. - DETRAÇÃO (cômputo de prisão provisória, administrativa ou internação – art.
D) por um crime de homicídio doloso qualificado, na forma 42 do CP) vs. REMIÇÃO (diminuição de 01 dia de pena a cada 12h de frequência
consumada. escolar ou a cada 03 dias de trabalho – art. 126 da LEP) -> Súmula nº 562 do
STJ (“é possível a remição de parte do tempo de execução da pena quando o
19) DAS PENAS condenado, em regime fechado ou semiaberto, desempenha atividade
- Sanção Penal laborativa, ainda que extramuros”).
a) Penas (Privativa de Liberdade, Restritiva de Direitos ou Multa;
b) Medidas de Segurança - art. 96 do CP [Internação (medida “detentiva”) 19.2. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS EM SUBSTITUIÇÃO À PRIVATIVA DE
ou Tratamento Ambulatorial (medida “restritiva”)]. LIBERDADE (ART. 44 DO CP)
- PENAS: CARÁTER RETRIBUTIVO (“castigo” ao agente), REEDUCATIVO e - Exigências legais - Pena até 04 anos ou crime culposo;
PREVENTIVO (intimidar à sociedade e reafirmar a existência e eficiência do - Crime cometido sem violência ou grave ameaça *;
Direito Penal) / CULPABILIDADE / DETERMINADAS; - Condições pessoais favoráveis (antecedentes,
- MEDIDAS DE SEGURANÇA: CARÁTER PREVENTIVO / PERICULOSIDADE DO AGENTE / conduta social, personalidade e culpabilidade);
INDETERMINADAS (mínimo de 01 a 03 anos – art. 97, § 1º, do CP) -> ATENÇÃO: - Em caso de reincidência: crimes diferentes e medida “socialmente
Súmula º 527 do STJ 6. recomendável”;
- Condenação - Igual ou inferior a 01 ano: multa ou 01
19.1. PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE restritiva;
- RECLUSÃO: Regime Fechado (Penitenciárias), Semiaberto (Colônia Agrícola) ou - Superior a 01 ano: multa + 01 restritiva ou 02 restritivas.
Aberto (Casa de Albergado); - Descumprimento das Restrições: Conversão em Pena Privativa de Liberdade.
- DETENÇÃO: Regime Semiaberto ou Aberto; * * EXCEÇÃO: Lesão Corporal Leve (caput do art. 129 do CP), Constrangimento
Fixação do Regime Inicial (art. 33, § 2º, do CP) Ilegal (art. 146 do CP) e Ameaça (art. 147 do CP) -> Menor Potencial Ofensivo
- ABERTO - Pena até 04 anos; (art. 61 da Lei Federal nº 9.099/1995);
- SEMIABERTO – Pena maior que 04 anos até 08 anos; - ATENÇÃO: TRÁFICO PRIVILEGIADO OU EVENTUAL: art. 33, § 4º 7, da Lei Federal nº
- FECHADO – Pena maior que 08 anos. 11.343/2006 (Cancelamento da Súmula nº 512 do STJ).
- ATENÇÃO: Súmula nº 269 do STJ;
- ATENÇÃO: Admite-se Regime Semiaberto como “prêmio” em caso de Delação 19.3. PENA DE MULTA (ART. 49 DO CP)
Premiada (art. 1º, § 5º, da Lei nº 9.613/1998) mesmo que a pena ultrapasse 08 - Pagamento ao Fundo Penitenciário Nacional (de 10 a 360 dias-multa,
anos. indexados pelo salário-mínimo vigente ao tempo do fato) -> ATENÇÃO: Súmula
- PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO: nº 693 do STF.
- Súmula nº 718 do STF: “a opinião do julgador sobre a gravidade em
ATENÇÃO: Assunto alterado pelo Pacote Anticrime (Lei
abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de Federal nº 13.964/2019) – art. 51 do CP.
regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada”;
- Súmula nº 719 do STF: “a imposição do regime de cumprimento mais
severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea”. 19.4. APLICAÇÃO DA PENA
- Crimes Hediondos: Regime Inicial Fechado (art. 2º, § 1º, da Lei Federal nº - Dosimetria: Princípio da Individualização da Pena;
8.072/1990) -> INCONSTITUCIONAL; - Art. 68 do CP: Critério Trifásico de Fixação da Pena
- Progressão de Regime de acordo com o merecimento do apenado (art. 112 da 1ª Fase) Fixação da Pena-base -> Circunstâncias Judiciais do art. 59 do CP
Lei de Execuções Penais – Lei Federal nº 7.210/1984) – Princípio da (+ art. 42 da Lei Federal nº 11.343/2006);
Progressividade da Pena; 2ª Fase) Incidência de Atenuantes e Agravantes -> Súmula nº 231 do STJ;

6 Súmula nº 527 do STJ - O tempo de duração da medida de segurança não


deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito 7 § 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão
praticado. ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas
* Contravenções Penais punidas com Prisão Simples (Regime Semiaberto ou restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes,
Aberto). não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

107
3ª Fase) Causas de Aumento e Diminuição de Pena (estabelecidas em - Erro na Execução:
proporções fixas. Ex.: 1/2, 1/3, 1/6, etc.) -> apenas nesta fase que a pena a) Unidade Simples ou Resultado Único – apenas o terceiro é atingido;
poderá extrapolar o mínimo legal. b) Unidade Complexa ou Resultado Duplo – atinge a vítima almejada e
- Lei de Drogas: além do art. 59 do CP, observa-se a NATUREZA e a QUANTIDADE terceiro -> Concurso Formal de Crimes (art. 70 do CP).
DO ENTORPECENTE;
- CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES - TAXATIVAS (art. 61 e art. 62 do CP) – destaque 23) RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO – “ABERRATIO CRIMINIS” (ART. 74 DO CP)
para a REINCIDÊNCIA (prática de novo crime após condenação transitada em - “Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na
julgado); MOTIVO FÚTIL (egoísmo, mesquinho) ou TORPE (ofensivo à moralidade); execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente
EMPREGO DE VENENO/TORTURA; EMBRIAGUEZ PREORDENADA; “ORGANIZADOR” DO responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também
CRIME; etc.; o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código”;
- Necessário que não seja elementar ou qualificadora do crime – - Cometimento de um crime no lugar de outro. Ex.: o agente joga uma pedra na
observância à vedação ao bis in idem. vidraça e acaba acertando uma pessoa, ao invés do vidro;
- 05 anos após o cumprimento ou extinção da pena: o agente readquire a - Resultado Diverso do Pretendido:
condição de PRIMÁRIO; a) Unidade Simples ou Resultado Único – apenas o bem jurídico
- CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES – NÃO TAXATIVAS (art. 65 e art. 66 do CP) – diverso do pretendido é atingido -> Ex.: Lesão Corporal Culposa
destaque para DESCONHECIMENTO DA LEI; AGENTE MENOR DE 21 ANOS, AO TEMPO (absorção da Tentativa de Dano);
DO FATO, ou MAIOR DE 70 ANOS, AO TEMPO DA SENTENÇA; MOTIVO DE RELEVANTE b) Unidade Complexa ou Resultado Duplo – atinge o bem jurídico
VALOR SOCIAL OU MORAL; CONFISSÃO ESPONTÂNEA; etc. pretendido e um diverso -> Concurso Formal de Crimes (art. 70 do CP)
-> Ex.: Lesão Corporal Culposa e Dano.
20) CONCURSO DE CRIMES (ART. 69 E ART. 70 DO CP)
20.1. CONCURSO MATERIAL: mais de uma ação ou omissão / dois ou mais crimes RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
(idênticos ou não) -> CUMULAÇÃO/SOMA DAS PENAS. Ex.: dois homicídios; um
homicídio e uma lesão corporal; XIX Exame de Ordem (2016 – FGV) - Questão 59 - Durante uma discussão,
20.2. CONCURSO FORMAL: uma ação ou omissão (diferente de ato) / dois ou mais Theodoro, inimigo declarado de Valentim, seu cunhado, golpeou a barriga de
crimes (idênticos ou não); seu rival com uma faca, com intenção de matá-lo. Ocorre que, após o primeiro
a) PERFEITO: Único Desígnio -> PENA MAIS GRAVE + AUMENTO DE 1/6 À 1/2. golpe, pensando em seus sobrinhos, Theodoro percebeu a incorreção de seus
Ex.: agente que ao dirigir o veículo em alta velocidade mata três pessoas; atos e optou por não mais continuar golpeando Valentim, apesar de saber que
b) IMPERFEITO: Desígnios Autônomos em Conduta Dolosa -> aquela única facada não seria suficiente para matá-lo. Neste caso, Theodoro
CUMULAÇÃO/SOMA DAS PENAS. Ex.: agente incendeia uma casa desejando A) não responderá por crime algum, diante de seu arrependimento.
matar todos os seus moradores. B) responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude de sua desistência
voluntária.
21) CRIME CONTINUADO (ART. 71 DO CP) C) responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude de seu arrependimento
- Mais de uma ação ou omissão / dois ou mais crimes idênticos / execução, eficaz.
tempo e modo semelhantes -> PENA MAIS GRAVE + AUMENTO DE 1/6 A 2/3; D) responderá por tentativa de homicídio.
- Todos os crimes com Violência ou Grave Ameaça + Pluralidade de Vítimas ->
PENA MAIS GRAVE + AUMENTO DE 1/6 AO TRIPLO; XIX Exame de Ordem (2016 – FGV) - Questão 60 - Pedro e Paulo bebiam em um
- Entendimento da Súmula nº 605 do STF (“não se admite continuidade delitiva bar da cidade quando teve início uma discussão sobre futebol. Pedro,
nos crimes contra a vida”) superado após a Reforma do Código Penal de 1984; objetivando atingir Paulo, desfere contra ele um disparo que atingiu o alvo
- ATENÇÃO: Súmulas nº 593 do STJ e nº 723 do STF. desejado e também terceira pessoa que se encontrava no local, certo que
ambas as vítimas faleceram, inclusive aquela cuja morte não era querida pelo
22) ERRO DE EXECUÇÃO – “ABERRATIO ICTUS” (ART. 73 DO CP) agente. Para resolver a questão no campo jurídico, deve ser aplicada a
- “Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o seguinte modalidade de erro:
agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa A) erro sobre a pessoa.
diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, B) aberratio ictus.
atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser C) aberratio criminis.
também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra D) erro determinado por terceiro.
do art. 70 deste Código”;
- ERRO SOBRE A PESSOA: “Art. 20 [...] § 3º - O erro quanto à pessoa contra a XXX Exame de Ordem (2019 – FGV) - Questão 58 - Gabriel foi condenado pela
qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as prática de um crime de falso testemunho, sendo-lhe aplicada a pena de 03
condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente anos de reclusão, em regime inicial aberto, substituída a pena privativa de
queria praticar o crime”; liberdade por duas restritivas de direitos (prestação de serviços à comunidade
- Ex.: “Se a intenção do agente era matar uma mulher grávida, mas, por erro e limitação de final de semana). Após cumprir o equivalente a 01 ano da pena
no golpe, acaba atingindo um homem, deverá ser levada em conta a aplicada, Gabriel deixa de cumprir a prestação de serviços à comunidade. Ao
circunstância agravante prevista no art. 61, II, h, do CP” 8; ser informado sobre tal situação pela entidade beneficiada, o juiz da execução,
- Consequência: deveria o agente responder por tentativa de homicídio (em de imediato, converte a pena restritiva de direitos em privativa de liberdade,
relação à vítima virtual) em concurso com lesão corporal ou homicídio culposo; determinando o cumprimento dos 03 anos da pena imposta em regime
- TEORIA DA ABERRATIO DELICTI: O agente responde pelo crime como se não semiaberto, já que Gabriel teria demonstrado não preencher as condições para
houvesse erro; cumprimento de pena em regime aberto. Para impugnar a decisão, o(a)
advogado(a) de Gabriel deverá alegar que a conversão da pena restritiva de
direitos em privativa de liberdade
8 Ibidem. p. 173.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

108
A) foi válida, mas o regime inicial a ser observado é o aberto, fixado na - Processo suspenso de 02 (dois) a 04 (quatro) anos;
sentença, e não o semiaberto. - Súmulas nº 536 e nº 600 do STJ;
B) foi válida, inclusive sendo possível ao magistrado determinar a regressão ao - Cumprimento das Condições -> EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE.
regime semiaberto, restando a Gabriel cumprir apenas 02 anos de pena
privativa de liberdade, pois os serviços à comunidade já prestados são 26) LIVRAMENTO CONDICIONAL (ART. 83 DO CP E ART. 131 DA LEI FEDERAL Nº
considerados pena cumprida. C) não foi válida, pois o descumprimento da 7.210/1984)
prestação de serviços à comunidade não é causa a justificar a conversão em - Pena Privativa de Liberdade igual ou superior a 02 (dois) anos;
privativa de liberdade.
D) não foi válida, pois, apesar de possível a conversão em privativa de
liberdade pelo descumprimento da prestação de serviços à comunidade, Livramento Não reincidente e Bons
Reincidente
deveria o apenado ser previamente intimado para justificar o descumprimento. Condicional Antecedentes
Crime Comum 1/3 1/2
24) SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA (“SURSIS”) – ART. 77 DO CP
Crime Hediondo 2/3 2/3*
- Exigências Legais
- Pena Privativa de Liberdade não superior à 02 (dois) anos * **; * Reincidência Genérica (Em caso de Reincidência
- Não reincidente em crime doloso; Específica em Crime Hediondo ou Equiparado,
- Circunstâncias judiciais favoráveis; perde-se direito ao Livramento Condicional) – art.
- Incabível a substituição por Restritiva de Direitos (“Subsidiária”). 83, inciso V, CP.
- EXCEÇÕES IMPORTANTES: - Requisitos Objetivos: Cumprimento de Pena e Necessidade de Reparação do
* Crimes Ambientais: Pena Privativa de Liberdade até 03 (três) anos Dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
(art. 16 da Lei Federal nº 9.605/1998); - Requisitos Subjetivos: Bom Comportamento Carcerário, Não Cometimento de
** Condenado com mais de 70 (setenta) anos e/ou gravemente Falta Grave nos últimos 12 (doze) meses, Bom desempenho no Trabalho e
enfermo - Pena Privativa de Liberdade até 04 (quatro) anos ficará Aptidão para prover seu sustento;
suspensa de 04 (quatro) a 06 (seis) anos; ATENÇÃO: Assunto alterado pelo Pacote Anticrime (Lei
- Pena suspensa de 02 (dois) a 04 (quatro) anos – período de prova, a contar da Federal nº 13.964/2019) – art. 83 do CP.
Audiência Admonitória (art. 160 da LEP), inclusive para crimes hediondos; - Crime Doloso cometido com Violência ou Grave Ameaça: pode-se exigir
- Súmula nº 499 do STF: Condenação anterior à pena de multa não obsta o exame criminológico fundamentadamente (Súmula nº 439 do STJ);
benefício; - Falta Grave não interrompe a contagem do prazo para Livramento
- Necessidade de expresso pronunciamento sobre o “sursis”: art. 157 da Lei Condicional, porém interfere no Requisito Subjetivo (Súmula nº 441 e nº 534 do
Federal nº 7.210/1984 e art. 697 do CPP -> Princípio do Livre Convencimento STJ);
Motivado (art. 93, inciso IX, da CF); - Revogação: condenação irrecorrível por cometimento de crime no decorrer
- Imposições do Juízo: não taxativas; do benefício ou crime anterior, se somadas as penas -> incabível o livramento.
- Alteradas as circunstâncias autorizadoras, inclusive a negativa em reparar o - Sem Revogação: EXTINÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE.
dano, pode-se revogar o sursis concedido;
- Cumprimento das Condições -> EXTINÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. 27) EFEITOS DA CONDENAÇÃO (ART. 91 DO CP)
27.1. Genéricos
25) SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO (ART. 89 DA LEI FEDERAL Nº a) Obrigação de Reparação do Dano;
9.099/1995) b) Perda dos Instrumentos e do Produto do Crime em favor da União /
- Exigências Legais Lesado / Terceiro de Boa-fé.
- Pena mínima cominada de até 01 (um) ano; “Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País
- Requisitos da Suspensão Condicional da Pena; onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a
- Não responda a outro “processo” criminal 9. exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e
destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem
qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções
previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.
9 Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em
um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da
denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido especial com destinação específica, na forma da lei”.
condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a
suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, § 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser
recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação
período de prova, sob as seguintes condições: do dano.
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; § 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no
II - proibição de frequentar determinados lugares; curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz; imposta.
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.
e justificar suas atividades. § 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a § 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo
suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. prosseguirá em seus ulteriores termos.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

109
27.2. Específicos
a) Perda da Função, Cargo ou Mandato Eletivo: Pena Prazo Prescricional
- Pena Igual ou Superior a 01 ano + Abuso de Poder / Violação de
Dever; Mais de 12 anos 20 anos
- Pena Superior a 04 anos.
b) Incapacidade para Pátrio Poder, Curatela ou Tutela (reclusão / vítima do Mais de 08 anos até 12 anos 16 anos
crime: filho, curatelado ou tutelado); Mais de 04 anos até 08 anos 12 anos
c) Inabilitação para Dirigir (carro como meio para crime doloso).
Mais de 02 até 04 anos 08 anos
- Efeitos Específicos: não são automáticos, exigindo Motivação Idônea na
Sentença. De 01 ano até 02 anos 04 anos
- ATENÇÃO: “Confisco Alargado” (art. 91-A do CP) -> Efeito Secundário da Pena.
Inferior a 01 ano 03 anos
ATENÇÃO: Assunto alterado pelo Pacote Anticrime (Lei
Federal nº 13.964/2019) – art. 91-A do CP. A) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA (PPP): antes do trânsito em
Trata-se da possibilidade do Ministério Público, quando do oferecimento julgado (art. 109 do CP)
da Denúncia, requerer a perda dos bens do réu incompatíveis com o seu - Termo Inicial: Consumação do fato (art. 111 do CP);
rendimento lícito. - EXCEÇÕES IMPORTANTES: Inciso IV (crimes de bigamia ou alteração
- Pressupostos: de assentamento do registro civil -> quando o fato tornou-se
I) Pena máxima superior a 06 (seis) anos; e conhecido) e Inciso V (crimes contra a dignidade sexual de crianças e
II) Incompatibilidade do Patrimônio com a renda lícita do agente – ônus da adolescentes -> quando a vítima completar 18 (dezoito) anos).
prova do MP. -> CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
A.1. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA PROPRIAMENTE DITA: a
28) REABILITAÇÃO (ART. 93 DO CP) partir da consumação do crime (regula-se pelo máximo da Pena
- Sigilo de Processos e Condenações / Habilitação para dirigir; in abstracto);
- Exigências Legais A.2. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA SUPERVENIENTE OU
- 02 anos após a Extinção da Pena (STJ: PPE), com domicílio no país; INTERCORRENTE: entre a data da publicação da Sentença Penal
- Bom comportamento público e privado; Condenatória e o trânsito em julgado para a Acusação (regula-se
- Reparação do Dano / Impossibilidade de Reparar / Renúncia ou Novação pela Pena aplicada);
(Vítima). A.3. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA RETROATIVA: entre o
- Revogação -> Reincidência (prática de novo crime após o trânsito em julgado Recebimento da Denúncia/Queixa e a publicação da Sentença
do anterior), à exceção da Pena de Multa. Penal Condenatória (Regula-se pela Pena aplicada);
A.4. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA ANTECIPADA,
29) EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE (ART. 107 DO CP) PROJETADA, VIRTUAL OU RETROATIVA EM PERSPECTIVA: seria
- “Clemência Soberana” (Renúncia do Direito de Punir pelo Estado); verificada ainda durante o Inquérito Policial, antecipadamente,
29.1. ANISTIA (Lei Penal de Efeito Retroativo – Consequências de Crimes sendo regulada pela provável pena em concreto que seria
Praticados), GRAÇA (Decreto Presidencial - Benefício Individual) e INDULTO estabelecida pelo Magistrado por ocasião do
(Decreto Presidencial - Benefício Coletivo); processo/condenação.
- STJ NÃO ADMITE TAL MODALIDADE: “Súmula 438: é inadmissível
Efeito Subsistem os Efeitos a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva
ANISTIA Lei Penal com fundamento em pena hipotética, independentemente da
Retroativo Extrapenais
existência ou sorte do processo penal”.
Atinge os efeitos
GRAÇA B) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA: posterior ao trânsito em
Decreto Benefício executórios, subsistindo o
(INDULTO julgado (caput do art. 110 do CP)
Presidencial Individual crime e a condenação |
INDIVIDUAL) C) CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PRESCRIÇÃO (art. 117 do CP)
Depende de provocação
Atinge os efeitos
Decreto Benefício executórios, subsistindo o
INDULTO
Presidencial Coletivo crime e a condenação |
Independe de provocação

29.2. PERDÃO JUDICIAL: Hipóteses Taxativas – art. 121, § 5º; art. 129, § 8º;
art. 140, § 1º, incisos I e II; art. 168-A, § 3º; art. 176, parágrafo único; art.
242, parágrafo único; e art. 249, § 2º, todos do Código Penal;
29.3. PEREMPÇÃO (Sanção Processual ao Querelante desidioso);
29.4. PRESCRIÇÃO: Perda, em razão do decurso do tempo, do direito de
punir ou de executar uma punição imposta.
- Crimes IMPRESCRITÍVEIS: Racismo (Lei Federal nº 7.716/1989) e
Crimes contra a Segurança Nacional (Lei Federal nº 7.170/1983);
- Prazos do art. 109 reduzidos à metade: agente menor de 21 anos, ao
tempo do crime, ou maior de 70 anos, quando da Sentença.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

110
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES esposa, Clara, 30 anos mais nova, efetua disparos de arma de fogo contra ela,
com a intenção de matar.
XVI Exame de Ordem (2015 - FGV) – Questão 63 – Moura, maior de 70 anos, Arrependido, após acertar dois disparos no peito da esposa, Vinícius a leva
primário e de bons antecedentes, mediante grave ameaça, subtraiu o relógio para o hospital, onde ela ficou em coma por uma semana. No dia 12/03/2015,
da vítima Lúcia, avaliado em R$ 550,00 (quinhentos e cinquenta reais), Cerca porém, Clara veio a falecer, em razão das lesões causadas pelos disparos da
de 45 minutos após a subtração, Moura foi procurado e localizado pelos arma de fogo. Ao tomar conhecimento dos fatos, o Ministério Público ofereceu
policiais que foram avisados do ocorrido, sendo a coisa subtraída recuperada, denúncia em face de Vinícius, imputando-lhe a prática do crime previsto no
não sofrendo a vítima qualquer prejuízo patrimonial. O fato foi confessado e Art. 121, § 2º, inciso VI, do Código Penal, uma vez que, em 09/03/2015, foi
Moura foi condenado pela prática do crime de roubo simples, ficando a pena publicada a Lei nº 13.104, que previu a qualificadora antes mencionada, pelo
acomodada em 04 anos de reclusão em regime aberto e multa de 10 dias. fato de o crime ter sido praticado contra a mulher por razão de ser ela do
Procurado pela família do acusado, você, como advogado poderá apelar, gênero feminino.
buscando: Durante a instrução da 1ª fase do procedimento do Tribunal do Júri, antes da
A) reconhecimento da forma tentada do roubo. pronúncia, todos os fatos são confirmados, pugnando o Ministério Público pela
B) aplicação do sursis da pena. pronúncia nos termos da denúncia. Em seguida, os autos são encaminhados
C) o reconhecimento da atipicidade comportamental por força da ao(a) advogado(a) de Vinícius para manifestação. Considerando apenas as
insignificância. informações narradas, o(a) advogado(a) de Vinicius poderá, no momento da
D) a redução da pena abaixo do mínimo legal, em razão das atenuantes da manifestação para a qual foi intimado, pugnar pelo imediato
confissão espontânea e da senilidade. A) reconhecimento do arrependimento eficaz.
B) afastamento da qualificadora do homicídio.
XX Exame de Ordem – Reaplicação Salvador/BA (2016 - FGV) - Questão 60 - C) reconhecimento da desistência voluntária.
Silva e Pereira, amigos de infância, combinam praticar um crime de furto. D) reconhecimento da causa de diminuição de pena da tentativa.
Silva sugere que o crime seja realizado na residência da família Bragança, pois
tinha a informação de que os proprietários estavam viajando e a casa ficava a
uma quadra de suas casas. Juntos dirigem-se ao local e, sem que Silva tivesse
conhecimento, Pereira traz consigo uma arma de fogo municiada. Silva subtrai
uma TV e deixa o imóvel que estava sendo furtado. Pereira, quando se
preparava para sair com o dinheiro subtraído do cofre, depara-se com o
segurança que, alertado pelo alarme acionado, entrara na casa. Pereira, para
garantir o crime, efetua disparos de arma de fogo contra o segurança, vindo
este a falecer em razão dos tiros. Considerando a situação narrada, assinale a
afirmativa correta.
A) Ao Silva será aplicada a pena do furto qualificado e ao Pereira, a do crime
de latrocínio.
B) Silva e Pereira responderão pelo crime de latrocínio, mas, em razão de sua
participação, Silva terá direito à causa de diminuição da pena.
C) Ao Silva será aplicada a pena do crime de furto qualificado e Pereira
responderá por furto qualificado e latrocínio em concurso.
D) Silva e Pereira responderão por latrocínio consumado, sem qualquer
redução de pena para qualquer deles.

XX Exame de Ordem – Reaplicação Salvador/BA (2016 - FGV) - Questão 63 -


Vinicius, colega de faculdade de Beatriz, cansado de ver a amiga sofrer em
razão de decepções amorosas, incentiva a mesma a cometer suicídio, dizendo
que os homens de sua geração não pretendem ter relacionamentos sérios.
Beatriz acolhe a sugestão e decide pular da janela de seu apartamento.
Contudo, em razão da pequena altura, vem a sofrer apenas lesões leves.
Descoberto os fatos, Vinicius é denunciado pela prática de crime de tentativa
de homicídio. O advogado de Vinicius, em suas alegações finais da primeira
fase do procedimento bifásico do Tribunal do Júri, deve alegar como principal
tese de defesa:
A) a desclassificação para o crime de induzimento, instigação ou auxílio ao
suicídio, consumado, crime menos grave do que o imputado.
B) o reconhecimento da inexigibilidade de conduta diversa, causa excludente
da culpabilidade.
C) a desclassificação para o crime de induzimento, instigação ou auxílio ao
suicídio, em sua modalidade tentada.
D) o reconhecimento da atipicidade da conduta.

XXVIII Exame de Ordem (2019 – FGV) – Questão 59 - No dia 05/03/2015, Vinícius,


71 anos, insatisfeito e com ciúmes em relação à forma de dançar de sua
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

111
ATENÇÃO: A existência de processo judicial NÃO impede que haja a
DIREITO PROCESSUAL CIVIL autocomposição entre as partes. A autocomposição é sempre possível e deve
ser estimulada por juízes, advogados, defensores públicos e membros do MP
(art. 3º, § 3º, CPC), a qualquer tempo.
PARTE I
ART. 4º: PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO E PRINCÍPIO DA
 CONVERSA PRELIMINAR: PRIMAZIA DO MÉRITO
Compromisso recíproco  O processo deve se iniciar, desenvolver e encerrar em tempo
Conjugação de esforços razoável, suficiente, sem prolongamentos excessivos ou desnecessários.
 O Estado tem o dever de prestar uma tutela jurisdicional adequada
 PILARES DA APROVAÇÃO: e tempestiva.
Leitura da legislação + Resolução de questões + Pensamento Interdisciplinar +  Além disso, o processo deve ser voltado ao alcance integral do
Dedicação mérito. Esse é o objetivo maior do processo: a resolução do mérito.
 Por isso, o mérito deve ser primordial, prevalente às questões
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL: formais (quando sanáveis, claro).
- Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015: o Novo Código de Processo Civil (NCPC,  Arts. 317 e art. 139, IX, do CPC.
CPC/15 ou CPC)
- O CPC/15 estabeleceu um NOVO modelo processual ART. 5º: PRINCÍPIO DA BOA FÉ PROCESSUAL
- Sintonia com a ordem constitucional vigente  Padrão de comportamento que deve ser observado por todos os
- Estabelecimento de uma parte geral no código, inexistente em 1973 sujeitos do processo.
- Foco nos meios pacíficos de solução de conflitos: conciliação, mediação e  Proibição de manobras, condutas lesivas, para fins
arbitragem, e etc. procrastinatórios ou fraudulentos.

1. NORMAS FUNDAMENTAIS ART. 6º: PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO, DA COLABORAÇÃO OU DA COPARTICIPAÇÃO


LIVRO I: DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS  Cooperação processual: significa a gestão compartilhada do
CAPÍTULO I: DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL processo (“Comunidade de Trabalho”).
Envolve todos os sujeitos do processo (INCLUSIVE O JUIZ - dever de
- Os 12 primeiros artigos do código são responsáveis por disciplinar as normas esclarecimento, consulta e proteção!)
fundamentais do processo civil, as quais se traduzem, fundamentalmente, em  Promoção de maior interação entre as partes, as quais voltam os
princípios e regras que se propõem a nortear a aplicação e interpretação do seus comportamentos para a resolução efetiva do litigio, sem criar obstáculos,
direito processual civil no ordenamento jurídico brasileiro. empecilhos ao deslinde do feito.

ART. 1º: MODELO CONSTITUCIONAL DO PROCESSO CIVIL ART. 7º: PRINCÍPIO DA ISONOMIA E PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA
 Reconhecimento da existência de um modelo constitucional que
deve orientar a interpretação e aplicação do processo civil no ordenamento ALERTA INTERDISCIPLINAR: ART. 4º, Instrução Normativa nº 39, TST: Aplicam-se
pátrio. ao Processo do Trabalho as normas do CPC que regulam o princípio do
 Fenômeno da constitucionalização do processo civil. contraditório, em especial os artigos 9º e 10, no que vedam a decisão surpresa.

ART. 2º: PRINCÍPIO DA INÉRCIA / DISPOSITIVO / DEMANDA (Ler o art. 262 também!)  Art. 5º, caput, CF.
 A jurisdição é inerte.  Necessidade de tratamentos jurídicos idênticos e também diferenciados
 A parte precisa provocar o Estado, para que, então, ele passe a (quando necessário), a fim de atender as peculiaridades das partes e
exercer a tutela jurisdicional (quebra da inércia estatal). necessidades do caso (Igualdade no sentido material).
 O início do processo é condicionado à provocação da parte.  Não pode haver isonomia apenas na condução do processo, mas
 Porém, iniciado o processo por provocação da parte, este passa a também no resultado dele. Isto é, as decisões judiciais também devem
se desenvolver por impulso oficial (Princípio do Impulso Oficial). ser isonômicas (art. 926 e art. 927).
 Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de
ATENÇÃO: Há exceções ao Princípio da Inércia! Exemplos: Alienação Judicial sua desigualdade: prazo em dobro p/ Ministério Público (art. 180),
(art. 730) e Herança Jacente (art. 738). Nesses casos (e em outros também), o Fazenda Pública (art. 183), Defensoria Pública (art. 186); e litisconsortes
juiz poderá tomar providências de ofício, sem necessidade de requerimento da com escritórios de advocacia diferentes (art. 229).
parte.
ART. 8º: PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO PROCESSO
ART. 3º: PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO / ACESSO À JUSTIÇA  Atendimento dos fins sociais e as exigências do bem comum.
 Art.5º, XXXV, CF.  A legalidade deve ser interpretada de forma ampla, como respeito ao
 O acesso à jurisdição e à justiça devem ser plenos, não podendo o sistema jurídico.
órgão jurisdicional se recusar a prestar a tutela jurisdicional. Ela é inafastável.
 Referência expressa à arbitragem, como sendo exceção (art. 3º, § ART. 9º E ART. 10: PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO SUBSTANCIAL – NÃO SURPRESA
1º, do CPC).  Art. 5º, LV, CF.
 Incentivo à solução consensual dos conflitos (conciliação,  É dever do juiz garantir o contraditório substancial às partes.
mediação e outros métodos consensuais).  Antes do juiz proferir uma decisão no processo, deve intimar
PREVIAMENTE as partes, para que elas se manifestem a respeito (se não
tiverem se manifestado antes).
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

112
 Há a proibição de decisões surpresas no processo! - Interesse adequação (ex. falta adequação em demanda ajuizada em face de
traição pleiteando-se anulação de casamento, cujas hipóteses são previstas
ATENÇÃO: Exceções ao Princípio do Contraditório Substancial art. 1550 e 1557/CC; considerando-se que a medida adequada seria o divórcio);
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja - Interesse utilidade (ex. solicitação de um medicamento por quem é
plenamente saudável).
previamente ouvida.
Art. 18: legitimidade – ordinária (pleiteia direito próprio em nome próprio); ou
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: extraordinária (pleiteia direito alheio em nome próprio - ex. MP, lei n. 7347/85)
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, inciso II e III 4 – COMPETÊNCIA
III - à decisão prevista no art. 701. Atribuição
Nesses casos, o juiz pode decidir sem intimar previamente as partes. Não Delimitação da jurisdição
haverá violação ao contraditório. Absoluta: tutela questão de ordem pública; pode ser reconhecida ex officio; a
qualquer tempo; enseja nulidade absoluta, cabendo, inclusive, ação rescisória,
Diferença entre decisão ‘de ofício’ (que se dá sem provocação) e sem conforme art. 966, II, do CPC.
oitiva das partes. Ex. Juiz pode conhecer ‘de ofício’ da prescrição, mas Relativa: protege interesse particular; só pode ser conhecida mediante
deve ouvir as partes (ocasião que permitirá, inclusive, sustentação de provocação, a ocorrer na contestação, sob pena de prorrogação (visa dar
eventual interrupção ou suspensão da prescrição). comodidade).
Obs.: a alegação de incompetência gera remessa ao órgão competente; SALVO
ART. 11: PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS (LX DO ART. 5º DA CF) no Juizado Especial Cível, em que ocorrerá a extinção da demanda sem
E PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS resolução de mérito (art. 51, II, da Lei nº 9099/95).
 Art. 93, IX, CF | art. 489, § 1º, CPC.
 Em regra, os atos judiciais são públicos. Exceção: segredo de CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO:
justiça. - MATERIAL – em razão da matéria de atuação (Eleitoral, trabalhista, militar,
 Além disso, todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, família, sucessões, empresarial, etc);
sob pena de nulidade. - FUNCIONAL – onde cada um juiz/desembargador funcionará – 1º (Juiz), 2º
(Desembargador) 3º (Ministro) instância; execução (que será o Juiz novamente).
ART. 12: ORDEM CRONOLÓGICA DE JULGAMENTO Obs.: foro especial (entendimento mais recente do STJ/STF).
 Os juízes e tribunais devem seguir, preferencialmente, a ordem - VALOR – até 40 salários mínimos (art. 3º da Lei nº 9099/95)
cronológica de conclusão dos seus processos. - TERRITORIAL – critério GEOGRÁFICO: arts. 46 e seguintes do CPC
 A ideia é: O processo que chegou primeiro, deve ser julgado Obs.: em razão da MATÉRIA E FUNCIONAL são de competência absoluta; em
primeiro. E o processo que chegou depois, deve ser julgado depois. (ATENÇÃO: razão do VALOR e TERRITÓRIO são de competência relativa, ou seja, caso não
Há exceções - § 2º! Ler o artigo 12 do CPC). alegado em contestação, prorroga a competência daquele que inicialmente era
incompetente.
2 - JURISDIÇÃO: Obs.: ainda que o art. 47 se refira a competência territorial, essa é de
“Juris”, “dicto”: ato de dizer o direito competência absoluta.
Características: SILMIUDE • Art. 46: regra geral: domicílio do RÉU (ex, inv. de paternidade);
Substitutividade – hetero + solução: Estado substitui a vontade das partes • Art. 47: real imobiliária/possessória: local da COISA (ex. usucapião,
Inércia: decorre do princípio da congruência (2º, 141 e 492) reintegração de posse)
Lide: resistência à pretensão • Art. 50: incapaz: representante legal
Monopólio do Estado • Art. 53, I: divórcio, anulação de casamento: 1) guardião do incapaz;
Imparcialidade 2) último domicílio do casal; 3) do réu.
Una: o que é objeto de delimitação é a competência • Art. 53, II: alimentando (especial em relação ao geral)
Definitividade: insuscetível de controle externo. Coisa julgada (art. 6º, § 3º, LINB • Art. 53, III, ‘e’: idoso
e art. 5º, XXXVI, da CF). Obs.: Relativização da coisa julgada: exame de DNA - art. • Art. 53, V: autor/local do fato: acidente de veículo, inclusive avião
525, § 12 e § 15, e art. 535, §5º e § 8º, do CPC. Obs.: embora a competência territorial seja relativa e, no silêncio da
contestação possa ocorrer a prorrogação; a competência do art. 47 (real
imobiliária/possessória) é absoluta, sendo competente o foro da situação da
ATENÇÃO: Esses princípios não são os únicos que norteiam o processo civil! Há
coisa.
outros princípios processuais, de natureza constitucional: Devido Processo
Legal (inciso LIV do art. 5º da CF); Duplo Grau de Jurisdição; Juiz Natural e da
PERPETUATIO JURISDICIONIS
Imparcialidade (inciso LIII do art. 5º da CF); Proibição do Uso de Provas Obtidas
Art. 43 do CPC (Ler!)
por Meios Ilícitos (inciso LVI do art. 5º da CF).
Registro / Distribuição
Alterações posteriores são irrelevantes
Efetividade: não basta reconhecer direitos; tem que efetivar. Obs.: Jurisdição Supressão de órgão e alteração de competência absoluta (matéria e funcional)
tem poder de execução. Arbitragem só tem poder de decisão, mas não tem Obs.: foro especial
poder de execução.
MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA
3 – AÇÃO Competência relativa (art. 54)
Art. 17: Interesse e legitimidade. Evitar decisões conflitantes e economia processual
- Interesse necessidade (ex.: dívida vincenda não possui necessidade de Reunião de processos e julgamento conjunto
pronunciamento judicial)
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

113
CONEXÃO representante; RÉU REVEL preso ou citação ficta (edital e hora
- Art. 55: pedido (ex.: várias pessoas pleiteando a anulação do mesmo contrato certa);
de prestação de serviços) ou causa de pedir (ex.: avião atraso, cancelamento, - Art. 73: pessoas casadas
acidente).
CAPACIDADE POSTULATÓRIA
CONTINÊNCIA É a aptidão de peticionar em juízo. Os advogados tem capacidade postulatória
- Art. 56: Mesmas partes e mesma causa de pedir plena. Em determinados casos a lei confere capacidade postulatória as partes
Em relação ao pedido: Figuras do Continente (maior) e contido (menor). Peticionar/pedir em juízo
- Art 57: Extinção do posterior, se menor (contido) - Art. 133 da CF: advogado é indispensável à administração da justiça
Ex. mesmas pessoas pedem p/ anular um contrato todo (porque assinado por Obs.: Exceções: até 20 salários mínimos (art. 9º da Lei nº 9.099/95; Justiça do
um menor de 13 anos de idade; enquanto ajuízam demanda posterior Trabalho; Habeas Corpus)
pleiteando anulação de apenas uma cláusula contratual supostamente Obs..: MP e Defensoria Pública também possuem capacidade postulatória
abusiva). - Art. 104: evitar perecimento de direito
- Art. 105: poderes especiais
PREVENÇÃO - Art. 107: direitos
Mais de uma ação. Julgamento conjunto. Competente: juízo PRevento aquele - Art. 111: revogação
que PRimeiro conheceu da ação (art. 59 do CPC). - Art. 112: renúncia: 10d p/ evitar perecimento de direito

PARTE II Obs.: MINISTÉRIO PÚBLICO


- Art. 176 e seguintes do CPC
1. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS Pode ser parte (ex.: Lei nº 7347/85 ou Lei nº 8.429/85)
Pode ser fiscal da lei (Art. 178 do CPC)
A) PRESSUPOSTOS RELATIVOS AO JUIZ: - Art. 180, § 1º: Não é fundamental sua manifestação, mas sim a:intimação
- Investidura: juiz deve tomar posse e estar no exercício de seu cargo;
- Competência: processar e julgar causas que estejam dentro dos limites C) PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS EXTRÍNSECOS - FORA DO PROCESSO
impostos por critérios estabelecidos na lei;
- Imparcialidade: deve ser um terceiro imparcial. 1. Litispendência; pendência de duas ou mais lides - mesmas partes e mesma
causa de pedir. Art. 337, § 1º ao 3º, CPC.
Hipóteses em que há presunção de parcialidade: 2. Perempção - o autor deu causa a extinção da ação sem resolução do mérito,
1. Impedimento - Presunção absoluta de parcialidade (Art. 144) abandono da causa. Se intentar a demanda pela 4 vez está perempta. Art. 486,
2. Suspeição - Presunção relativa de parcialidade (Art. 145) §3º, CPC.
3. Coisa julgada- não se pode mais discutir a matéria - qualidade da sentença
Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição: que torna imodificável seu conteúdo- art. 337, § 2º e § 4º do CPC.
I - ao membro do Ministério Público; 4. Convenção de arbitragem - cláusula compromissória e compromisso
II - aos auxiliares da justiça; arbitral.
III - aos demais sujeitos imparciais do processo.
§ 1º A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em D) PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS INTRÍNSECOS - DENTRO DO PROCESSO
petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em 1. Formas processuais - petição inicial aptas, citação válida e etc.
que lhe couber falar nos autos.
- Deveres das partes e dos procuradores: Art. 77 do CPC
B) PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS RELATIVOS AS PARTES Descumprir IV e VI - Ato atentatório à dignidade da justiça com multa de até
20% do valor da causa. Multa revertida para o fundo de modernização do
PARTES E PROCURADORES Tribunal (Art. 77, § 2º, CPC).
Arts. 70 e seguintes do CPC
- Litigância de má-fé
CAPACIDADE DE SER PARTE Representa a configuração de determinadas condutas processuais das partes.
Aptidão genérica para ser autor ou réu em um processo judicial. Pessoa física Multa de caráter punitivo. – art. 79 do CPC.
ou jurídica. Art. 80 do CPC - condutas
Ente despersonalizado (Massa Falida; Espólio; Condomínio; PROCON; MP; etc.) Multa de 1 a 10 do valor da causa

CAPACIDADE DE ESTAR EM JUÍZO - Proibição de expressões ofensivas


Tem capacidade para estar em juízo quem possui capacidade de fato. Art. 78. É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros do
Importante: art. 75 do CPC Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do
- Art. 70: maior e capaz processo empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados.
- Art. 71: incapaz
- Art. 72: curador especial (figura processual, para aquele ato do processo – 2 – ATOS PROCESSUAIS
chega no processo p/ representar uma das partes que está em desvantagem): Arts. 188 e seguintes do CPC
diferente de curador (figura de direito civil, caráter definitivo): Defensoria
Pública: PRINCÍPIOS:
Hipóteses de nomeação do curador especial: INCAPAZ sem Liberdade das formas
representante legal ou interesses conflitantes com o Instrumentalidade das formas
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

114
Publicidade (art. 93, IX, CF e art. 11 do CPC, salvo o disposto no art. 189) oportunidade de se defender adequadamente ou defesa fundada na má
condução do processo)
EFEITOS
Imediatos (art. 200), salvo desistência (PU), ocasião em que ainda poderia DENUNCIAÇÃO À LIDE – ART. 125
voltar atrás. Pretensão de reembolso / economia processual
É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi
Típico – possui previsão: calendário – art. 191 transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da
Atípico – não possui previsão específica no CPC – art. 190 (ex.: adaptação de evicção lhe resultam;
regras procedimentais, ônus da prova, prazo em dobro p/ todos; renunciar ao II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação
direito de recorrer e o processo só vai até a sentença). regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.

PRAZOS: CHAMAMENTO AO PROCESSO -ART. 130


- Art. 219: só dias úteis FIADOR (benefício de ordem) / DEVEDOR SOLIDÁRIO (pode cobrar de qualquer um
- Art. 224, caput: exclui do começo e inclui do vencimento o todo; então, o que foi cobrado chama os demais).
- Art. 220: férias forenses
- Art. 218, § 3º: omissão – 5 dias INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DE PERSONALIDADE JURÍDICA - IDPJ – ART. 133
- Art. 229: litisconsortes com escritórios advocatícios diferentes E SEGUINTES
- Art. 218, § 4º: antes do termo inicial Proteção de credores
- Art. 224, § 1º: encerrado antes ou indisponibilidade eletrônica: prorroga p/ o Possível ampliação subjetiva – litisconsórcio passivo facultativo –
dia seguinte DESCONSIDERAÇÃO INVERSA – atingir o patrimônio da sociedade quando o sócio
é malicioso.
3 – LITISCONSÓRCIO Depende de provocação – alienação posterior ao incidente é ineficaz (afasta
Há uma acumulação subjetiva que favorece a economia processual risco de esvaziamento patrimonial)
CPC regulamenta o procedimento – pressupostos p/ a desconsideração cabe ao
ATIVO / PASSIVO / MISTO (RECÍPROCO, BILATERAL) direito material – art. 50 do CC (relação civil – abuso da personalidade-desvio
de finalidade ou confusão patrimonial); art. 28 do CDC (relação consumerista -
Quanto ao resultado: UNITÁRIO (juiz deve decidir de igual forma p/ todos ex. excesso de poder); art. 4º da Lei nº 9608/98 (ambiental - mera insuficiência
indivisível/matrimônio) / SIMPLES (não unitário/eventual) – causas repetitivas patrimonial)
(adicional) e por afinidade Admitido (não com o mero ajuizamento), oficia o cartório de distribuição e
suspende o andamento, até solução do incidente.
Quanto à formação: NECESSÁRIO (lei / nat. Obrigação – indivisível – tem que Efeitos: extensão de responsabilidade a quem não era devedor + ineficácia de
estar todos sob pena de nulidade) / FACULTATIVO alienação/oneração em relação ao requerente

MULTITUDINÁRIO (facultativo – solução rápida do litígio / dificultar a defesa). Só AMICUS CURIAE – ART. 138
pode limitar se for facultativo. auxiliar a corte em tomar decisões justas – ampliação do contraditório:
Trata-se de um desmembramento e não exclusão. democratização das decisões
Também cabível na fase executiva. deferimento/determinação – irrecorrível (art. 138, caput); indeferimento – AI –
art. 1015, IX
- Art. 117: DETERMINANTES (prejudica – renúncia / desistência – nem p/ o que Representatividade adequada – interesse institucional (ex.: OAB – suposta
praticou no unitário precisa ser praticada por todos) / ALTERNATIVAS (beneficia cláusula abusiva de honorários, AMB – interesse dos magistrados)
- se estende a todos no unitário– recurso/cont). no simples, ambas só p/ quem Não só PJ: Também pode Pessoa Física, desde que com representatividade
os praticou (excepcionalmente, se disser respeito a defesa comum, vale p/ tds. adequada (ex.: Pelé)
ex. médico e hospital demandados por erro médico – art. 1005; isso não ocorre Relevância da matéria ou repercussão social da controvérsia (pesquisas com
se fui prejudicado no aniversário em que a banda de música e o buffet células tronco)
descumpriram cláusula contratual distinta, aquele atrasando e este Cabível em todas as fases, inclusive, execução.
cancelando. Naturalmente, os fundamentos de defesa de cada um serão
diferentes e, portanto, não serão aproveitados). 5 - ARBITRAGEM
Simples/facultativo: acidente aéreo Direitos patrimoniais disponíveis
Simples/necessário: usucapião de imóvel (decisões diferentes p/ confinantes) Não ofende a inafastabilidade do controle jurisdicional – o próprio direito de
Unitário/facultativo: condôminos ação é disponível
Unitário/necessário: MP anular casamento fraude contra credores Cabe p/ administração pública – interesse público secundário - só de direito e
Necessário no passivo: Juiz determina a citação dos demais, sob pena de p. publicidade - Lei 13.129/15
extinção sem resolução de mérito As partes escolhem um 3º de sua confiança (qualquer pessoa capaz) que será
responsável pela solução do conflito + a decisão é impositiva (independe da
4 – INTERVENÇÃO DE TERCEIROS vontade das partes)
fundamento – economia processual e contraditório – vínculo jurídico. O árbitro tem poder de decisão mas não de execução. Mas é título judicial
executável (art. 515, II, CPC - não precisa mais de homologação judicial). Na
ASSISTÊNCIA – ART. 119 arbitragem não se pode executar e no processo de execução, haverá citação do
SIMPLES (interesse jurídico x moral/econômico) / LITISCONSORCIAL – JUSTIÇA réu (mas resta eliminada a fase de conhecimento).
DA DECISÃO X EFICÁCIA PRECLUSIVA DA COISA JULGAD (exceto se não teve
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

115
Cláusula compromissória (antes do litígio) X Compromisso arbitral (litígio já II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal
instaurado) de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
Art. 3º, §1º + 337, §3º (não pode de ofício – renúncia tácita - §6º) III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas
ou de assunção de competência; IV - enunciado de súmula de tribunal de
PARTE III justiça sobre direito local.

1. PETIÇÃO INICIAL (art. 319 a 321) Nesse caso nem cita o réu
- Requisitos: art. 319 e 320. Atenção para o inc. II e VII (opção pela realização de Obs: extinção COM resolução de mérito, impedindo-se o reajuizamento com o
audiência de conciliação) do art. 319. mesmo objeto.
Obs: juízo de retratação em 5 dias, nos casos de apelação de indeferimento e
Obs.: requerimento de citação do réu não consta mais no rol de requisitos da PI. improcedência liminar.
Obs: pedido certo (natureza / an debeatur / obrigação de fazer, entrega de
ATENÇÃO- REQUISITOS DA PI coisa, obrigação de pagar) e determinado (especificação do pedido / quantum
Art. 319. A petição inicial indicará: debeatur; quanto será pago, o que será entregue; qual a obrigação de fazer).
I - o juízo a que é dirigida; Admite-se excepcionalmente pedido genérico (ações universais ex. herança;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a quando depende de ato a ser praticado pelo réu; ou quando não se pode
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no especificar as consequências do ato ou fato).
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a Obs: pedidos implícitos (322, §1º).
residência do autor e do réu; Obs: cumulação de pedidos:
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; Simples (compatibilidade + procedimento)
IV - o pedido com as suas especificações; ART 322 E 324, CPC. Alternativo (um ou outro)
V - o valor da causa; ART 291 E 292, CPC. Subsidiário ou eventual (se não possível o 1º, concede o 2º)
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos Sucessivo (ex. paternidade e alimentos)
alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de 2. AUDIÊNCIA PRELIMINAR – MEDIAÇÃO / CONCILIAÇÃO
mediação. ART 334, CPC. - Regra: obrigatoriedade de realização.
Podem comparecer os representantes/advogados, desde que com poderes para
EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL transigir (procuração com poderes especiais).
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos Obs: não comparecimento enseja multa – ato atentatório à dignidade da
dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de Justiça (334, §8º);
dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 Obs: hipóteses em que não é realizada a audiência preliminar: 1) versar sobre
(quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser direito indisponível; 2) ambas as partes manifestarem que não quiserem
corrigido ou completado. realizar a audiência (art.334, §4º).
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição
inicial. 3. RESPOSTAS DO RÉU
A) CONTESTAÇÃO (art. 335 a 342)
- Prazo para emendar ou completar (art. 321): 15 dias - Prazo: 15 dias. Art. 335. (contagem em dias úteis ou corridos?).
defeito sanável, ex. indicar o endereço do réu para citação – ilustração do -Termo inicial: art. 335, inc. I e II.
princípio da cooperação e não surpresa.
ATENÇÃO - PRELIMINAR: ART 337, CPC. Supressão das exceções de
- INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL (art. 330) incompetência, de impedimento e de suspeição, e das impugnações autônomas
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: ao valor da causa e à concessão do benefício de gratuidade de justiça. Todas
I - for inepta; essas matérias devem ser alegadas em sede de preliminar de contestação!
II - a parte for manifestamente ilegítima; (337).
III - o autor carecer de interesse processual; Obs: arbitragem e incompetência relativa só podem ser conhecidas mediante
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321. provocação, não cabendo conhecimento ex offício (337, §5º)
Defeito insanável: inépcia (inapta – 330, §1º - ex. sem pedido ou causa de pedir,
da narração dos fatos não decorre logicamente a conclusão); ilegitimidade (18: Quanto ao MÉRITO:
não se pode pleitear direito alheio em nome próprio, salvo hipóteses 1) Concentração/eventualidade das formas de defesa na contestação: (336);
excepcionais autorizadas pelo ordenamento jurídico); não interesse; não 2)- ônus da impugnação específica: vedada negativa geral (341). Exceções:
atendidas as formalidades do 106 e 321. dativo, curador especial e Defensoria Pública (341, PU).
Obs: extinção do processo SEM resolução de mérito, ou seja, será possível a
repropositura posterior. B) RECONVENÇÃO (art. 343)
- Trata-se de um contra-ataque;
- IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO (art. 332). - Exercício do direito de ação. Assim, ainda que o autor desista da ação, a
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, reconvenção pode prosseguir.
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o - Pode ser oferecida em contestação ou de forma independente (art. 343, caput
pedido que contrariar: e par. 6º).
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal - Pode ser oferecida contra o autor e contra terceiro.
de Justiça; - Pode ser oferecida em litisconsórcio do réu com terceiro.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

116
C) REVELIA (344): Ex. produção de provas que podem perecer; evitar dilapidação de patrimônio
Ausência de resposta
C.1 – EFEITOS: ANTECIPADA:
Satisfazer para assegurar
- PROCESSUAIS Natureza satisfativa
Julgamento antecipado do mérito (em razão da incontroversibilidade do pedido Reversibilidade da medida (não será deferida se tiver perigo de
– 355, II) irreversibilidade)
Publicação dos atos processuais, independente de intimação específica do réu Ex. demandas de saúde
revel (346) - Tutela de Evidência (art. 311):
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da
- MATERIAIS demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,
Presunção de veracidade dos fatos narrados na inicial (344, caput) quando: [...]
SALVO: 344, I, II, III, e IV # Estabilização da Tutela (art. 304):
Direitos indisponíveis (ex. interdição) Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se
Desacompanhada de documento essencial (ex. escritura pública que não foi estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
juntada em ação reivindicatória)
Alegações improváveis do autor PARTE IV
Pluralidade de réus e um deles contestar (desde que diga respeito a alegação
comum. (Ex. médico e hospital demandados narrando sobre erro médico. RECURSOS
Diferente do caso de um aniversário em que contratei banda – que cancelou –
e buffet – que atrasou: a defesa deles será distinta e autônoma, embora digam 1. Conceito: é o instrumento processual voluntário e idôneo a ensejar, dentro do
respeito ao prejuízo causado no mesmo evento, conforme art. 117) mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração
de uma decisão judicial.
4. SANEAMENTO: Ex: apelação, agravo de instrumento, recurso especial, etc.
Fixação de pontos controvertidos (delimitação daquilo que necessita ser Obs: quando a parte recorre, ela não propõe nova ação, mas prolonga o curso
provado) da já ajuizada. Por isso, a utilização de recursos representa a extensão do
Solução de questões processuais eventualmente pendentes (ex. impugnação de direito de ação da parte.
valor da causa ou da gratuidade judiciária)
Organização da fase de instrução (até então só se possuem provas 2. Fundamentos
documentais) a) inconformismo da parte
b) possibilidade de erros
5. TUTELA PROVISÓRIA (art. 294 ao art. 311) c) controle do poder judicial (conter abusos e arbitrariedades)
- Nova sistematização:
3. Princípios
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. a) Princípio do duplo grau de jurisdição: é um princípio constitucional implícito
(art. 5º, LV, CF) que garante às partes o direito de ter a decisão judicial
TUTELA PROVISÓRIA É GÊNERO reapreciada por outro julgador, diferente, em regra, daquele que proferiu a
-TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA decisão recorrida. É o direito a um reexame da causa.
ANTECIPADA E CAUTELAR b) Princípio da voluntariedade: o recurso é um ato de vontade da parte. Trata-
-TUTELA PROVISÓRIA DE EVIDÊNCIA se de um ato de natureza voluntária.
c) Princípio da taxatividade: apenas são cabíveis os recursos que possuírem
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode expressa previsão legal. A existência dos recursos é taxativa. Art. 994 do CPC.
ser concedida em caráter antecedente ou incidental. Obs.: embargos infringentes e agravo retido não existem mais como espécies
REQUISITOS recursais, uma vez que não integram o rol do art. 994. Falta-lhes taxatividade.
Probabilidade: Fumus boni iuris (fumaça do bom direito) d) Princípio do gravame ou do prejuízo: os recursos são cabíveis apenas
Risco de dano: Periculum in mora (perigo da demora – risco ao resultado útil quando a decisão judicial trouxer algum prejuízo ao recorrente. Se não houver
do processo) prejuízo, faltará interesse processual ao recorrente. Trata-se da exigência de
sucumbência. Exceção: embargos de declaração (art. 1.022, CPC).
CARACTERÍSTICAS Obs.: Outros princípios: Princípio da singularidade ou unirrecorribilidade: ex:
Provisoriedade art. 1.009 do CPC; Princípio da fungibilidade. ex.: art. 1.024, § 3º; art. 1.032 e art.
Sumariedade 1.033 do CPC; Princípio da primazia do mérito: ex.: art. 932, par. único; art. 1.007,
Revogabilidade §§ 2º e 4º; Princípio da non reformatio in pejus: exceção - matérias de ordem
pública (art. 485, § 3º, do CPC).
- Tutela de Urgência (art. 300 a 302): Antecipada e Cautelar; Incidente e
Antecedente. 4. Vícios das decisões judiciais
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que a) vícios de atividade (error in procedendo): o juiz desrespeita procedimento ou
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao regra prevista no ordenamento jurídico, causando prejuízo à parte. Vício
resultado útil do processo. formal. Enseja a nulidade do processo (a partir do ato viciado).
b) vícios de juízo ou interpretação (error in judicando): o juiz firma
CAUTELAR: convencimento contrário ao que a parte acredita ser o correto. Vício de
Assegurar para satisfazer conteúdo ou de fundo. Enseja a reforma da decisão.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

117
c) vício de integração: a decisão é proferida com omissão, contradição, EXCEÇÃO: 5 dias (Embargos de Declaração).
obscuridade ou erro material. Enseja o esclarecimento ou a complementação - Contagem em dias úteis: art. 219 do CPC.
da decisão recorrida. Em regra, não gera a modificação do resultado
proveniente do pronunciamento judicial. 9. Recursos em espécie
- Art. 994 do CPC.
5. Juízo de admissibilidade e juízo de mérito 1) Apelação (art. 1.009 a art. 1.014)
- Juízo a quo x Juízo ad quem 2) Agravo de Instrumento (art. 1.015 a art. 1.020)
- Antes de o juízo ad quem apreciar a matéria impugnada, é imprescindível que 3) Agravo Interno (art. 1.021)
sejam verificadas o cumprimento de requisitos ou condições impostas pela Lei. 4) Embargos de Declaração (art. 1.022 ao art. 1.026)
- Quando ocorre a declaração de que o recurso é inadmissível, usa-se a 5) Recurso Ordinário (art. 1.027 ao art. 1.028)
expressão “não conhecimento do recurso” e na hipótese contrária (juízo de 6) Recurso Especial (art. 1.029 ao art. 1.041)
admissibilidade positivo), diz-se que houve o “conhecimento do recurso”. 7) Recurso Extraordinário (art. 1.029 ao art. 1.041)
Ultrapassada tal fase preliminar, passa-se à análise de mérito em que se pode 8) Agravo em Recurso Especial ou Extraordinário (art. 1.042)
dar-lhe ou negar-lhe provimento. 9) Embargos de Divergência (art. 1.043)
Obs: existem recursos que possuem admissibilidade unifásica (ex: apelação e
agravo de instrumento) e outros que possuem admissibilidade bifásica (ex: EXECUÇÃO
recurso especial e recurso extraordinário).
1. Noções Iniciais
6. Desistência e renúncia recursal - A execução sempre envolve um direito a uma prestação.
a) desistência do recurso: pode ser total ou parcial, podendo ocorrer até o “Direito a uma prestação é o poder jurídico, conferido a alguém, de exigir de
início do julgamento. Pode ser por escrito ou oral, é incondicional e outrem o cumprimento de uma prestação (conduta), que pode ser um fazer, um
independente de aceitação pela parte contrária (art. 998 do CPC). não fazer, ou um dar – prestação essa que se divide em dar dinheiro e dar
b) renúncia do recurso: é sempre anterior à interposição do recurso. Não se coisa distinta de dinheiro” (Fredie Didier).
fala de renúncia antes do surgimento da pretensão recursal (decisão - Quando o sujeito passivo não realiza a prestação que se obrigou a cumprir,
impugnável). Da mesma forma que a desistência. independe de aceitação da fala-se em inadimplemento ou lesão. Como a autotutela é proibida, abre-se a
parte adversa. Pode ser exercida tácita ou expressamente (art. 999 e art. 1.000 possibilidade ao credor de ir ao Poder Judiciário para obter a tutela
do CPC). jurisdicional executiva, ou seja, satisfazer a obrigação.
- A tutela executiva possui o objetivo de efetivar o direito a uma prestação (de
7. Requisitos de admissibilidade dos recursos fazer/não fazer/entregar/pagar).
a) Intrínsecos: - A execução pressupõe o inadimplemento da obrigação.
1. cabimento: o recurso tem que ser adequado (cabível) em relação ao ato
impugnado; 2. Conceito de Execução
2. Legitimidade recursal: o recorrente tem que ser legitimado à pretensão Executar representa satisfazer uma prestação devida.
recursal nos termos do art. 996 do CPC; A execução pode ser espontânea, quando o devedor cumpre de forma
3. Interesse recursal: o recorrente deverá está amparado pela utilidade x voluntária a obrigação ou forçada, quando o adimplemento da obrigação é
necessidade x adequação do recurso. Aplica-se além do art. 996, o art. 997 do alcançado pela prática de atos executórios pelo Estado.
CPC; A execução pode ser fundada em título executivo judicial ou título executivo
b) Extrínsecos: extrajudicial.
1. tempestividade: todo recurso deve ser interposto dentro do prazo fixado em
Lei, aplicando-se as regras gerais sobre contagem dos prazos processuais (art. 3. Objetivos
1.003 c/c art. 218 art. 219 do CPC). A não observância dos prazos acarreta Cumprimento da prestação e satisfação do direito do credor (exequente).
preclusão temporal. O prazo recursal pode ser comum (sucumbência
recíproca) ou particular (sucumbência total para uma das partes). 4. Princípios
2. regularidade formal: todos os recursos devem obedecer à forma legal a) Princípio da efetividade: este princípio traduz o direito fundamental à tutela
prescrita como forma escrita, petição de interposição, exposição das razões. executiva. Todos direitos devem ser reconhecidos e, sobretudo, efetivados. É
3. preparo: O recurso deve ser acompanhado da comprovação do recolhimento uma consequência do devido processo legal, pois processo devido é processo
das custas processuais e demais despesas como porte de remessa e retorno efetivo.
(art. 1.007). b) Princípio da boa-fé processual: o procedimento executório é terreno fértil
A regra no sistema processual brasileiro é a do “preparo imediato”, ou seja, da para comportamentos abusivos e desleais, por isso a observância ao princípio
comprovação do preparo no momento da interposição do recurso, sob pena de da boa-fé processual é de extrema relevância. É vedada a prática de atos
preclusão (deserção), salvo os casos especificados em lei como a do art. 2 § 1º, fraudulentos e abusivos na execução.
Lei 9.099/95. d) Princípio da responsabilidade patrimonial: a execução é real, logo, recai
sobre o patrimônio do devedor, e não sobre si de modo pessoal. Exceção:
ATENÇÃO: Em razão do princípio da primazia do mérito, a regra do “preparo execução de alimentos.
imediato” não é absoluta, pois a deserção está condicionada à oportunização e) Princípio da menor onerosidade da execução: devem ser empregados os
de recolhimento em dobro ou de complementação das custas relativas ao meios menos onerosos ou gravosos para se obter o cumprimento da obrigação
preparo (§ 2º e § 4º do art. 1.007). pelo devedor. Esse princípio exige a compatibilização, de maneira razoável,
entre os interesses do credor e os direitos do devedor.
8. Prazos recursais f) Princípio da cooperação: necessidade de diálogo entre os sujeitos da
- Unificação dos prazos recursais (art. 1.003, § 5º, do CPC). execução.
REGRA: 15 dias.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

118
5. Técnicas de Execução § 3o O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos
- Há duas técnicas distintas para haver a execução: interessados programa de atualização financeira.
a) Processo Autônomo de Execução: é instaurado um processo autônomo com a § 4o Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença
finalidade de efetivar a satisfação da prestação. que a julgou.
b) Fase de Execução: a execução irá ocorrer no curso de um processo já Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a
existente, apenas dando início a uma nova fase processual (sincretismo apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e,
processual). caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que
couber, o procedimento da prova pericial.
6. Título Executivo Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a
a) Conceito: título executivo é o documento indispensável para a instauração intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de
da execução. É com base nele que a execução será feita. Ele que vai advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no
determinar as caraterísticas e limites da obrigação a ser cumprida pelo prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no
devedor/executado. Livro I da Parte Especial deste Código.
- A execução só será instaurada se houver um título executivo (judicial ou Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso,
extrajudicial). processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao
E esse título, para ser considerado executivo, deve obedecer aos requisitos do liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.
art. 783, CPC.
Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-à sempre em título de DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - art. 513 a 519, CPC.
obrigação certa, liquida e exigível. - DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE
a) Certeza: certeza da existência da obrigação. Um título executivo é certo DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA (art. 520 a 522)
quando há a demonstração da existência do direito e da relação entre as - DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE
partes. OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA (art. 523 a 527)
b) Liquidez: um título executivo é liquido quando é determinado de forma clara - DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE
o seu valor. Para ter força executiva o título precisa ter valor determinado. OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS (art. 528 a 533)
c) Exigibilidade: um título executivo é exigível quando não há impedimento - DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE
nenhum para cobrança, no sentido de não haver dúvida quanto a obrigação de OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA PELA FAZENDA PÚBLICA (art. 534 a 535)
cumprir a prestação. Assim um título executivo será exigível a partir do seu - DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE
inadimplemento. OBRIGAÇÃO DE FAZER, DE NÃO FAZER OU DE ENTREGAR COISA (art. 536 a 538).

7. Classificação da Execução DA EXECUÇÃO – a partir do art. 771 do CPC.


Fundada em título executivo judicial: É aquela execução que se dará com base - PARTE GERAL
em alguns dos títulos elencados no art. 515, CPC. - ESPÉCIES DE EXECUÇÃO
Ex: decisões proferidas no processo civil que reconheçam obrigação de pagar
quantia; decisão homologatória de autocomposição judicial; sentença arbitral; RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
Fundada em título executivo extrajudicial: É aquela execução que se dará com
base em alguns dos títulos elencados no art. 784, CPC. XXXI Exame de Ordem (2020- FGV) - Questão 51- Julieta ajuizou demanda em
Ex: títulos de crédito (cheque, duplicata, letra de câmbio); documento particular face de Rafaela e, a fim de provar os fatos constitutivos de seu direito, arrolou
assinado pelo devedor e 2 testemunhas. como testemunhas Fernanda e Vicente. A demandada, por sua vez, arrolou as
testemunhas Pedro e Mônica. Durante a instrução, Fernanda e Vicente em nada
DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA – art. 509 a 512 contribuíram para o esclarecimento dos fatos, enquanto Pedro e Mônica
- Considera-se líquida a decisão que define os exatos limites do direito por ela confirmaram o alegado na petição inicial. Em razões finais, o advogado da
reconhecido. autora requereu a procedência dos pedidos, ao que se contrapôs o patrono da
- Se a decisão não estiver líquida, precisará passar pelo procedimento de ré, sob o argumento de que as provas produzidas pela autora não confirmaram
liquidação de sentença, para que se torne um título executivo e possa ser suas alegações e, ademais, as provas produzidas pela ré não podem prejudicá-
executado. la. Consideradas as normas processuais em vigor, assinale a afirmativa
- O termo liquidação de “sentença” deve ser lido de modo amplo, a fim de correta.
representar toda e qualquer decisão proferida com aptidão a se tornar um A) O advogado da demandada está correto, pois competia à demandante a
título executivo judicial. prova dos fatos constitutivos do seu direito.
- A liquidação de sentença está prevista no art. 509 ao 512, CPC. B) O advogado da demandante está correto, porque a prova, uma vez
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, produzida, pode beneficiar parte distinta da que a requereu.
proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: C) O advogado da demandante está incorreto, pois o princípio da aquisição da
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas prova não é aplicável à hipótese.
partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; D) O advogado da demandada está incorreto, porque as provas só podem
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar beneficiar a parte que as produziu, segundo o princípio da aquisição da prova.
fato novo.
§ 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é XX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 54 - Davi ajuizou ação em face de
lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a Heitor, cumulando pedido de cobrança no valor de R$ 70.000,00 (setenta mil
liquidação desta. reais) e pedido indenizatório de dano material no valor de R$ 30.000,00 (trinta
§ 2o Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o mil reais). Ultrapassada a fase inicial conciliatória, Heitor apresentou
credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença. contestação contendo vários fundamentos - dentre eles, preliminar de
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

119
impugnação ao valor da causa. O Juiz proferiu decisão saneadora, rejeitando a XXI Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 53 - Lucas foi citado para
impugnação ao valor da causa e determinando o prosseguimento do processo. apresentar defesa em ação de indenização por danos materiais, em razão de
Com base no caso apresentado, assinale a afirmativa correta. acidente de veículo. Contudo, o proprietário e condutor do veículo que causou o
A) Heitor deveria ter apresentado incidente processual autônomo de acidente era Cláudio, seu primo, com quem Lucas havia pego uma carona.
impugnação ao valor da causa. Lucas, em contestação, deverá
B) Heitor poderá formular pedido recursal de modificação da decisão que A) requerer a alteração do sujeito passivo, indicando Cláudio como réu.
rejeitou a impugnação ao valor da causa, em suas razões recursais de B) requerer que Cláudio seja admitido na condição de assistente litisconsorcial.
eventual apelação. C) denunciar Cláudio à lide.
C) O valor da causa deverá ser de R$ 70.000,00 (setenta mil reais), pois D) requerer o chamamento de Cláudio ao processo.
existem pedidos cumulativos.
D) A impugnação ao valor da causa somente poderia ser decidida por ocasião XXI Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 54– Em execução por título
da prolatação da sentença de mérito. extrajudicial, movida pela distribuidora de bebidas Geladão em face do
Supermercado Preço Certo, o executado, citado, não realizou o pagamento da
XX Exame de Ordem (2016-FGV) - Questão 57 - Rafael e Paulo, maiores e dívida. O exequente requereu, então, a indisponibilidade da quantia em dinheiro
capazes, devidamente representados por seus advogados, celebraram um existente em aplicação financeira titularizada pelo executado, o que foi
contrato, no qual, dentre outras obrigações, havia a previsão de que, em deferido pelo juízo sem a oitiva do réu. Bloqueado valor superior à dívida, o juiz
eventual ação judicial, os prazos processuais relativamente aos atos a serem deu vista do processo ao exequente, que requereu a conversão da
praticados por ambos seriam, em todas as hipóteses, dobrados. indisponibilidade em penhora. Sobre o procedimento adotado, assinale a
Por conta de desavenças surgidas um ano após a celebração da avença, Rafael afirmativa correta.
ajuizou uma demanda com o objetivo de rescindir o contrato e, ainda, receber A) A conversão da indisponibilidade em penhora deve ser deferida
indenização por dano material. Regularmente distribuída para o juízo da 10ª independentemente de ciência prévia do ato executado, visto que não houve o
Vara Cível da comarca de Porto Alegre/RS, o magistrado houve por reconhecer, pagamento espontâneo da dívida.
de ofício, a nulidade da cláusula que previa a dobra do prazo. Sobre os fatos, B) A indisponibilidade é nula, pois promovida sem a prévia oitiva do réu, o que
assinale a afirmativa correta. viola o contraditório e a ampla defesa.
A) O magistrado agiu corretamente, uma vez que as regras processuais não C) O juiz, considerando o excesso do bloqueio, não deveria ter dado vista do
podem ser alteradas pela vontade das partes. processo ao exequente, mas promovido o cancelamento da indisponibilidade
B) Se o magistrado tivesse ouvido as partes antes de reconhecer a nulidade, excessiva no prazo máximo de vinte e quatro horas.
sua decisão estaria correta, uma vez que, embora a cláusula fosse realmente D) O juiz, independentemente do excesso da indisponibilidade, deveria ter dado
nula, o princípio do contraditório deveria ter sido observado. vista do processo ao executado, a fim de que este comprovasse a
C) O magistrado agiu incorretamente, uma vez que, tratando-se de objeto impenhorabilidade da quantia bloqueada.
disponível, realizado por partes capazes, eventual negócio processual, que
ajuste o procedimento às especificidades da causa, deve ser respeitado. XXI Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 55- Cristina não foi autorizada por
D) O juiz não poderia ter reconhecido a nulidade do negócio processual, ainda seu plano de saúde a realizar cirurgia de urgência indicada por seu médico.
que se tratasse de contrato de adesão realizado por partes em situações Tendo em vista a necessidade de pronta solução para seu caso, ela procura
manifestamente desproporcionais, uma vez que deve ser respeitada a um(a) advogado(a), que afirma que a ação a ser ajuizada terá como pedido a
autonomia da vontade. realização da cirurgia, com pedido de tutela antecipada para sua efetivação
imediata, sem a oitiva do Réu. O(A) advogado(a) ainda sustenta que não poderá
XXXI Exame de Ordem (2020 - FGV) - Questão 57 O arquiteto Fernando ajuizou propor a ação sem que Cristina apresente toda a documentação que possui
ação exclusivamente em face de Daniela, sua cliente, buscando a cobrança de para a instrução da inicial, sob pena de impossibilidade de juntada posterior. A
valores que não teriam sido pagos no âmbito de um contrato de reforma de respeito do caso, assinale a afirmativa correta.
apartamento. Daniela, devidamente citada, deixou de oferecer contestação, A) O advogado equivocou-se. Trata-se de tutela cautelar e não antecipada, de
mas, em litisconsórcio com seu marido José, apresentou reconvenção em peça modo que o pedido principal terá de ser formulado pela autora no prazo de 30
autônoma, buscando indenização por danos morais em face de Fernando e sua (trinta) dias nos mesmos autos.
empresa, sob o argumento de que estes, após a conclusão das obras de B) O advogado equivocou-se. A urgência é contemporânea à propositura da
reforma, expuseram, em site próprio, fotos do interior do imóvel dos ação, pelo que a tutela antecipada pode ser requerida em caráter antecedente,
reconvintes sem que tivessem autorização para tanto. Diante dessa situação com a possibilidade de posterior aditamento à petição inicial.
hipotética, assinale a afirmativa correta. C) O advogado agiu corretamente. A petição inicial é o momento correto para a
A) Como Daniela deixou de contestar a ação, ela e seu marido não poderiam ter apresentação de documentos.
apresentado reconvenção, devendo ter ajuizado ação autônoma para buscar a D O advogado agiu corretamente. Somente a tutela cautelar e não a antecipada
indenização pretendida. pode ser requerida em caráter antecedente.
B) A reconvenção deverá ser processada, a despeito de Daniela não ter
contestado a ação originária, na medida em que o réu pode propor XXI Exame de Ordem (2016- FGV) - Questão 56-Mariana propôs ação com pedido
reconvenção independentemente de oferecer contestação. condenatório contra Carla, julgado improcedente, o que a levou a interpor
C) A reconvenção não poderá ser processada, na medida em que não é lícito a recurso de apelação ao Tribunal de Justiça, objetivando a reforma da decisão.
Daniela propor reconvenção em litisconsórcio com seu marido, que é um Após a apresentação de contrarrazões por Carla, o juízo de primeira instância
terceiro que não faz parte da ação originária. entendeu que o recurso não deveria ser conhecido, por ser intempestivo, tendo
D) A reconvenção não poderá ser processada, na medida em que não é lícito a sido certificado o trânsito em julgado.
Daniela incluir no polo passivo da reconvenção a empresa de Fernando, que é Intimada dessa decisão mediante Diário Oficial e tendo sido constatada a
um terceiro que não faz parte da ação originária. existência de um feriado no curso do prazo recursal, não levado em
consideração pelo juízo de primeira instância, Mariana deverá
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

120
A) interpor Agravo de Instrumento ao Tribunal de Justiça, objetivando reverter Assinale a opção que contém a correta natureza do vício apontado e o pedido
o juízo de admissibilidade realizado em primeiro grau. adequado à pretensão recursal.
B) ajuizar Reclamação ao Tribunal de Justiça, sob o fundamento de usurpação A) Por se tratar de error in procedendo e a causa não estar madura para
de competência quanto ao juízo de admissibilidade realizado em primeiro grau. julgamento, o pedido recursal deve ser de anulação da sentença.
C) interpor Agravo Interno para o Tribunal de Justiça, objetivando reverter o B) Trata-se de erro material, que justifica o pedido de integração da sentença
juízo de admissibilidade realizado em primeiro grau. pelo Tribunal.
D) interpor nova Apelação ao Tribunal de Justiça reiterando as razões de C) Em se tratando de error in judicando, o pedido adequado, no caso sob exame,
mérito já apresentadas, postulando, em preliminar de apelação, a reforma da é de reforma da sentença.
decisão interlocutória, que versou sobre o juízo de admissibilidade. D) Trata-se de erro de procedimento, que justifica o pedido de julgamento do
mérito da lide no estado em que se encontra.
XXI Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 57 - A sociedade Palavras
Cruzadas Ltda. ajuizou ação de responsabilidade civil em face de Helena e XXII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 54 - Jorge ajuizou demanda contra
requereu o benefício da gratuidade de justiça, na petição inicial. O juiz deferiu Maria, requerendo sua condenação à realização de obrigação de fazer e ao
o requerimento de gratuidade e ordenou a citação da ré. pagamento de quantia certa. Fez requerimento de tutela provisória de urgência
Como a autora não juntou qualquer documento comprobatório de sua em relação à obrigação de fazer. Após o transcurso da fase postulatória e
hipossuficiência econômica, a ré pretende atacar o benefício deferido. probatória sem a análise do mencionado requerimento, sobreveio sentença de
Com base na situação apresentada, assinale a afirmativa correta. procedência de ambos os pedidos autorais, em que o juízo determina o
A) O instrumento processual adequado para atacar a decisão judicial é o imediato cumprimento da obrigação de fazer. Diante de tal situação, Maria
incidente de impugnação ao benefício de gratuidade, que será processado em instruiu seu advogado a recorrer apenas da parte da sentença relativa à
autos apartados. obrigação de fazer. Nessa circunstância, o advogado de Maria deve
B) A ré alegará na contestação que não estão presentes os requisitos para o A) impetrar Mandado de Segurança contra a decisão que reputa ilegal, tendo
deferimento do benefício de gratuidade. como autoridade coatora o juízo sentenciante.
C) A ré alegará na contestação que o benefício deve ser indeferido, mas terá B) interpor Agravo de Instrumento, impugnando o deferimento da tutela
que apresentar documentos comprobatórios, pois a lei presume verdadeira a provisória, pois ausentes seus requisitos.
alegação de insuficiência deduzida. C) interpor Apelação, impugnando o deferimento da tutela provisória e a
D) O instrumento processual previsto para atacar a decisão judicial de condenação final à obrigação de fazer.
deferimento do benefício é o agravo de instrumento. D) interpor Agravo de Instrumento, impugnando a tutela provisória e a
condenação final à obrigação de fazer.
XVII Exame de Ordem (2015 - FGV) - Questão 53 - Em ação de alimentos
promovida por Yolanda em face de Aurélio, o Juiz determinou que Aurélio XXII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 55 - João ajuizou ação
deveria arcar, na condição de futuro pai, com os valores devidos à gestante indenizatória contra Maria, postulando a condenação ao pagamento de R$
durante a gravidez, destinados a cobrir as despesas adicionais decorrentes da 100.000,00 a título de reparação por danos materiais e R$ 50.000,00 por
gestação, fixando para tal a quantia "x". A legislação atinente ao tema dá a indenização de danos morais, em razão do descumprimento de um contrato
Aurélio a possibilidade de defesa. firmado entre eles, referente à compra e venda de dois imóveis, cujos valores
Assinale a opção que indica os termos em que a defesa será exercida. eram R$ 500.000,00 e R$ 200.000,00.
A) Além dos alimentos gravídicos, o Juiz designará a data para a realização da Maria, citada, apresentou contestação e reconvenção, pedindo a declaração de
audiência, que será considerada o termo a quo para o curso do prazo de cinco invalidade parcial do contrato relativo ao imóvel de R$ 200.000,00, bem como
dias para a defesa do réu. a condenação de João ao pagamento de indenização por danos morais, no valor
B) O réu deverá ser informado da fixação dos alimentos gravídicos, de modo de R$ 20.000,00. Diante de tal situação, assinale a opção que apresenta o valor
que o prazo de cinco dias será contado a partir da juntada do mandado de da causa da reconvenção.
citação devidamente cumprido. A) O valor deve ser o mesmo da ação principal, qual seja, R$ 150.000,00, por
C) O momento para apresentação da defesa do réu, nesse caso, será a ser ação acessória.
audiência de instrução e julgamento, que terá a data determinada na decisão B) Não é necessário dar valor à causa na reconvenção.
que fixa os alimentos provisórios. C) O valor deve ser de R$ 220.000,00, referente à soma do pedido de
D) O prazo de 15 dias para o oferecimento de defesa terá início no dia da declaração de invalidade parcial do contrato e do pleito de indenização por
juntada do mandado que fixou e determinou o pagamento de alimentos danos morais.
gravídicos. D) O valor deve ser de R$ 200.000,00, referente ao pedido de declaração de
invalidade parcial do contrato, sendo o pleito de indenização por danos morais
XVI Exame de Ordem (2015 - FGV) - Questão 54 - O Banco Financeiro S.A. ajuizou meramente estimado, dispensando a indicação como valor da causa.
contra Marco Antônio ação de busca e apreensão de veículo, em razão do
inadimplemento de contrato de financiamento garantido por cláusula de XXII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 56-Carlos ajuizou, em 18/03/2016,
alienação fiduciária. A primeira tentativa de citação foi infrutífera, uma vez ação contra o Banco Sucesso, pelo procedimento comum, pretendendo a
que o réu não mais residia no endereço constante da inicial. O Juízo, então, revisão de determinadas cláusulas de um contrato de abertura de crédito.
determinou a indicação de novo endereço para a realização da diligência, por Após a apresentação de contestação e réplica, iniciou-se a fase de produção
decisão devidamente publicada na imprensa oficial. Considerando que o de provas, tendo o Banco Sucesso requerido a produção de prova pericial para
advogado do autor se manteve inerte por prazo superior a 30 dias, o processo demonstrar a ausência de abusividade dos juros remuneratórios. A prova foi
foi julgado extinto, sem resolução do mérito, por abandono. Sabendo da indeferida e o pedido foi julgado procedente para revisar o contrato e limitar a
impossibilidade de extinção do processo por abandono sem a prévia intimação cobrança de tais juros.
pessoal da parte para dar regular andamento ao feito, o advogado do autor Sobre a posição do Banco Sucesso, assinale a afirmativa correta.
interpôs recurso de apelação.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

121
A) Ele deve interpor recurso de agravo de instrumento contra a decisão que A) Deve oferecer embargos à execução e, para tanto, deverá garantir o juízo
indeferiu a produção de prova. Não o tendo feito, a questão está preclusa e não com penhora, depósito ou caução.
admite rediscussão. B) Deve oferecer impugnação à execução, devendo garantir o juízo com
B) Ele deve apresentar petição de protesto contra a decisão que indeferiu a penhora, depósito ou caução.
produção de prova, evitando-se a preclusão, com o objetivo de rediscuti-la em C) Deve oferecer embargos à execução, sem a necessidade de prévia garantia
apelação. do juízo para ser admitido.
C) Ele deve permanecer inerte em relação à decisão de indeferimento de D) Deve oferecer impugnação à execução, sem a necessidade de prévia
produção de prova, mas poderá rediscutir a questão em preliminar de garantia do juízo com penhora.
apelação.
D) Ele deve interpor recurso de agravo retido contra a decisão que indeferiu a XXIII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 53 - Carolina, vítima de doença
produção de prova, evitando-se a preclusão, com o objetivo de rediscuti-la em associada ao tabagismo, requereu, em processo de indenização por danos
apelação. materiais e morais contra a indústria do tabaco, a inversão do ônus da prova,
por considerar que a parte ré possuía melhores condições de produzir a prova.
XXII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 57 - Gláucia ajuizou, em abril de O magistrado, por meio de decisão interlocutória, indeferiu o requerimento por
2016, ação de alimentos em face de Miguel com fundamento na paternidade. O considerar que a inversão poderia gerar situação em que a desincumbência do
réu, na contestação, alegou não ser pai de Gláucia. encargo seria excessivamente difícil. Sobre a hipótese apresentada, assinale a
Após a produção de provas e o efetivo contraditório, o magistrado decidiu afirmativa correta.
favoravelmente ao réu. Inconformada com a sentença de improcedência que A) A decisão é impugnável por agravo interno.
teve por base o exame de DNA negativo, Gláucia resolve agora propor ação de B) A decisão é irrecorrível.
investigação de paternidade em face de Miguel. C) A decisão é impugnável por agravo de instrumento.
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. D) A parte autora deverá aguardar a sentença para suscitar a questão como
A) O magistrado deve rejeitar a nova demanda com base na perempção. preliminar de apelação ou nas contrarrazões do recurso de apelação.
B) A demanda de paternidade deve ser admitida, já que apenas a questão
relativa aos alimentos é que transitou em julgado no processo anterior. XXIII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 54 - Jorge administra cinco
C) A questão prejudicial, relativa à paternidade, não é alcançada pela coisa apartamentos de Marina. Ele recebe os valores relativos à locação dos
julgada, pois a cognição judicial foi restrita a provas documentais e referidos bens, realiza os pagamentos inerentes aos imóveis (condomínio,
testemunhais. IPTU), abate o valor pela prestação de serviços e repassa o saldo residual a
D) A questão prejudicial, relativa à paternidade, é atingida pela coisa julgada, e Marina, mediante depósito em conta corrente, titularizada pela contratante.
o novo processo deve ser extinto sem resolução do mérito. Contudo, nos últimos dez meses, Jorge tem deixado de fornecer os relatórios
mensais acerca da despesa e receita. Incomodada, Marina o questiona acerca
XXII Exame de Ordem - Questão 58 - Jair promove ação em face de Carlos para da omissão, que nada faz.
cobrar uma dívida proveniente de contrato (não escrito) de prestação de Diante desse cenário, Marina procura um advogado, que, com o objetivo de
serviços celebrado pelas partes. Com o trânsito em julgado da sentença que obter os relatórios, deve ajuizar
condenou Carlos a pagar o valor devido, Jair requer o cumprimento de A) Ação de Execução, fundada em título extrajudicial consubstanciado no
sentença. acerto verbal havido entre as partes.
O executado foi intimado regularmente na pessoa do seu advogado. No prazo B) Ação de Reintegração de Posse dos imóveis administrados por Jorge.
da impugnação, deposita o correspondente a 30% do valor devido e requer o C) Ação de Exigir Contas, para que Jorge forneça os relatórios.
parcelamento do remanescente em até 6 (seis) prestações. O juiz defere o D) Ação de Consignação de Pagamento, objetivando que Jorge consigne os
pedido do executado, fundamentando sua decisão no princípio da menor relatórios em Juízo.
onerosidade, mas o exequente se insurge por intermédio de agravo de
instrumento, alegando que o parcelamento legal não se aplica ao cumprimento XXII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 55- A multinacional estrangeira
de sentença. Computer Inc., com sede nos Estados Unidos, celebra contrato de prestação de
Diante da situação hipotética, a decisão do juiz está serviços de informática com a sociedade empresarial Telecomunicações S/A,
A) correta, pois o parcelamento legal pode ser aplicado no caso de constituída de acordo com as leis brasileiras e com sede no Estado de Goiás.
cumprimento de sentença. Os serviços a serem prestados envolvem a instalação e a manutenção dos
B) equivocada, tendo em vista que só poderia deferir se fosse feito depósito de servidores localizados na sede da sociedade empresarial Telecomunicações
50%. S/A. Ainda consta, no contrato celebrado entre as referidas pessoas jurídicas
C) equivocada, pois há vedação expressa para a concessão do parcelamento que eventuais litígios serão dirimidos, com exclusividade, perante a Corte
legal no caso de cumprimento de sentença. Arbitral Alfa, situada no Brasil.
D) correta, pois sempre se deve encontrar a forma mais efetiva para a Após discordâncias sobre o cumprimento de uma das cláusulas referentes à
execução. realização dos serviços, a multinacional Computer Inc. ingressa com demanda
no foro arbitral contratualmente avençado.
XXIII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 51 - Pedro promove ação de Com base no caso concreto, assinale a afirmativa correta.
cobrança em face de José, pelo descumprimento de contrato de prestação de A) A cláusula compromissória prevista no contrato é nula de pleno direito, uma
serviços celebrado entre as partes. vez que o princípio da inafastabilidade da jurisdição, previsto
O processo instaurado teve seu curso normal, e o pedido foi julgado constitucionalmente, impede que ações que envolvam obrigações a serem
procedente, com a condenação do réu a pagar o valor pleiteado. Não houve cumpridas no Brasil sejam dirimidas por órgão que não integre o Poder
recurso e, na fase de cumprimento de sentença, o executado é intimado a Judiciário nacional.
efetuar o pagamento e pretende ofertar resistência. B) Caso a empresa Telecomunicações S/A ingresse com demanda perante a
Sobre a postura adequada para o executado tutelar seus interesses, assinale a Vara Cível situada no Estado de Goiás, o juiz deverá resolver o mérito, ainda
afirmativa correta.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

122
que a sociedade Computer Inc. alegue, em contestação, a existência de A) Caso Almir e José cheguem a um acordo durante a audiência de conciliação,
convenção de arbitragem prevista no instrumento contratual. a autocomposição obtida será reduzida a termo pelo conciliador e,
C) Visando efetivar tutela provisória deferida em favor da multinacional independentemente da sua homologação pelo magistrado, já constitui título
Computer Inc., poderá ser expedida carta arbitral pela Corte Arbitral Alfa para executivo judicial, bastando que o instrumento seja referendado pelos
que órgão do Poder Judiciário, com competência perante o Estado de Goiás, advogados dos transatores ou por conciliador credenciado junto ao tribunal.
pratique atos de cooperação que importem na constrição provisória de bens na B) Agiu equivocadamente o magistrado, uma vez que o CPC/15 prevê a
sede da sociedade empresarial Telecomunicações S/A, a fim de garantir a imprescindibilidade do prévio oferecimento de contestação por José, no prazo
efetividade do provimento final. de 15 (quinze) dias úteis a serem contados de sua citação e antes da
D) A sentença arbitral proferida pela Corte Arbitral Alfa configura título designação da audiência conciliatória, sob pena de vulnerar o princípio
executivo extrajudicial, cuja execução poderá ser proposta no foro do lugar constitucional da ampla defesa e do contraditório, também reproduzido na
onde deva ser cumprida a obrigação. legislação adjetiva.
C) Caso Almir, autor da ação, deixe de comparecer injustificadamente à
XXIII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 57 - Roberta ingressou com ação audiência de conciliação, tal ausência é considerada pelo CPC/15 como ato
de reparação de danos em face de Carlos Daniel, cirurgião plástico, devido à atentatório à dignidade da justiça, sendo sancionado com multa de até dois por
sua insatisfação com o resultado do procedimento estético por ele realizado. cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em
Antes da citação do réu, Roberta, já acostumada com sua nova feição e favor do Estado.
considerando a opinião dos seus amigos (de que estaria mais bonita), troca de D) Almir e José não precisam comparecer à audiência de conciliação
ideia e desiste da demanda proposta. A desistência foi homologada em juízo acompanhados por seus advogados, uma vez que, nessa fase processual, a
por sentença. Após seis meses, quando da total recuperação da cirurgia, relação processual ainda não foi integralmente formada e não há
Roberta percebeu que o resultado ficara completamente diferente do propriamente uma lide, a qual apenas surgirá quando do oferecimento da
prometido, razão pela qual resolve ingressar novamente com a demanda. contestação pelo réu.
A demanda de Roberta deverá ser
A) extinta sem resolução do mérito, por ferir a coisa julgada. XXVIII Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 51- Amauri ingressou com ação
B) extinta sem resolução do mérito, em razão da litispendência. ordinária em face de Mercadinho dos Suínos Ltda., em decorrência do consumo
C) distribuída por dependência. de alimento inapropriado vendido pelo réu. O pedido foi julgado procedente em
D) submetida à livre distribuição, pois se trata de nova demanda. decisão transitada em julgado, condenando a pessoa jurídica ré a indenizar o
autor em R$ 10.000,00 (dez mil reais). Na fase de cumprimento de sentença,
XXV Exame de Ordem (2018- FGV) - Questão 52 - Aline e Alfredo, casados há 20 não foram encontrados bens penhoráveis pertencentes à sociedade, razão pela
anos pelo regime da comunhão parcial de bens, possuem um filho maior de qual o juízo competente decretou, de ofício, a desconsideração da
idade e plenamente capaz. Não obstante, Aline encontra-se grávida do segundo personalidade jurídica, penhorando um automóvel pertencente a Flávio, sócio
filho do casal, estando no sexto mês de gestação. Ocorre que, por divergências majoritário da sociedade ré.
pessoais, o casal decide se divorciar e se dirige a um escritório de advocacia, Diante de tal cenário, assinale a afirmativa correta.
onde demonstram consenso quanto à partilha de bens comuns e ao pagamento A) A decisão está correta, pois o CPC admite a desconsideração da
de pensão alimentícia, inexistindo quaisquer outras questões de cunho pessoal personalidade jurídica, independentemente de requerimento da parte
ou patrimonial. interessada.
Assinale a opção que apresenta a orientação jurídica correta a ser prestada ao B) A decisão está incorreta, diante da necessidade de requerimento da parte
casal. para que haja a desconsideração da personalidade jurídica, a qual possui
A) Inexistindo conflito de interesses quanto à partilha de bens comuns, Aline e natureza jurídica de processo autônomo.
Alfredo poderão ingressar com o pedido de divórcio pela via extrajudicial, C) A decisão está incorreta, pois a desconsideração da personalidade jurídica
desde que estejam devidamente assistidos por advogado ou defensor público. exige, cumulativamente, o requerimento da parte interessada e a instauração
B) Aline e Alfredo deverão ingressar com ação judicial de divórcio, uma vez que do incidente, nos termos do CPC.
a existência de nascituro impede a realização de divórcio consensual pela via D) Não é admissível a desconsideração da personalidade jurídica à luz do CPC.
extrajudicial, ou seja, por escritura pública.
C) O divórcio consensual de Aline e Alfredo somente poderá ser homologado XXVIII Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 57- Felipe, a fim de cobrar dívida
após a partilha de bens do casal. proveniente de contrato de mútuo firmado com Aline, ajuizou demanda de
D) A partilha deverá ser feita mediante ação judicial, embora o divórcio possa conhecimento em face de João Alberto, fiador. Surpreendido pela citação, João
ser realizado extrajudicialmente. Alberto procura, no mesmo dia, um(a) advogado(a).
Diante de tal quadro, assinale a opção que apresenta a medida mais adequada
XXV Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 54- Almir ingressa com ação pelo a ser adotada pelo(a) advogado(a) para obter a responsabilização de Aline.
procedimento comum em face de José, pleiteando obrigação de fazer A) Realizar o chamamento ao processo de Aline.
consistente na restauração do sinteco aplicado no piso de seu apartamento, B) Efetuar a denunciação da lide de Aline.
uma vez que, dias após a realização do serviço ter sido concluída, o verniz C) Sustentar a ilegitimidade passiva de João Alberto, na medida em que
começou a apresentar diversas manchas irregulares. somente após eventual tentativa malsucedida de responsabilização de Aline,
Em sua inicial, afirma ter interesse na autocomposição. O juiz da causa, João Alberto poderia ser demandado.
verificando que a petição inicial preenche os requisitos essenciais, não sendo D) Não promover a intervenção de terceiros e aguardar a fase executiva,
caso de improcedência liminar do pedido, designa audiência de conciliação a momento em que deverá ser requerido o benefício de ordem, de modo que os
ser realizada dentro de 60 (sessenta) dias, promovendo, ainda, a citação do réu bens de Aline sejam executados antes dos de João Alberto.
com 30 (trinta) dias de antecedência.
Com base na legislação processual aplicável ao caso apresentado, assinale a XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 51 - Maria, ao perceber que o seu
afirmativa correta. bem imóvel foi arrematado por preço vil, em processo de execução de título
extrajudicial, procurou você, como advogado(a), para saber que defesa poderá
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

123
invalidar a arrematação. Você verifica que, no 28º dia após o aperfeiçoamento D) ajuizar ação rescisória, em virtude de a sentença estar fundada em lei
da arrematação, a carta de arrematação foi expedida. Uma semana depois, julgada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, em sede de controle
você prepara a peça processual. concentrado de constitucionalidade
Assinale a opção que indica a peça processual correta a ser proposta.
A) Impugnação à execução. XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Raquel, servidora pública federal, pretende
B) Petição simples nos próprios autos do processo de execução. ajuizar ação em face da União, pleiteando a anulação de seu ato de demissão,
C) Ação autônoma de invalidação da arrematação. bem como requerendo a condenação da ré ao pagamento de indenização por
D) Embargos do executado. danos morais, no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), tendo em vista o
sofrimento causado por ato que considera ilegal.
XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 52 - Em virtude do rompimento de Na qualidade de advogado(a) de Raquel, a respeito do rito a ser seguido na
uma represa, o Ministério Público do Estado do Acre ajuizou ação em face da hipótese, assinale a afirmativa correta.
empresa responsável pela sua construção, buscando a condenação pelos A) A ação deverá seguir o rito dos Juizados Especiais Federais (Lei nº
danos materiais e morais sofridos pelos habitantes da região atingida pelo 10.259/01), uma vez que o valor da causa é inferior a 60 (sessenta) salários
incidente. O pedido foi julgado procedente, tendo sido fixada a responsabilidade mínimos.
da ré pelos danos causados, mas sem a especificação dos valores B) Tendo em vista que a ré é um ente público, aplica-se à hipótese o rito
indenizatórios. Em virtude dos fatos narrados, Ana Clara teve sua casa disposto na Lei nº 12.153/09, que regulamenta os Juizados Especiais da Fazenda
destruída, de modo que possui interesse em buscar a indenização pelos Pública.
prejuízos sofridos. Na qualidade de advogado(a) de Ana Clara, assinale a C) Poderá ser utilizado tanto o rito comum como o dos Juizados Especiais, já
orientação correta a ser dada à sua cliente. que, no foro onde estiver instalada a Vara do Juizado Especial, sua
A) Considerando que Ana Clara não constou do polo ativo da ação indenizatória, competência é relativa.
não poderá se valer de seus efeitos. D) O rito a ser observado será o rito comum, pois não é de competência dos
B) Ana Clara e seus sucessores poderão promover a liquidação e a execução da Juizados Especiais pretensão que impugna pena de demissão imposta a
sentença condenatória. servidor público civil
C) A sentença padece de nulidade, pois o Ministério Público não detém
legitimidade para ajuizar ação no lugar das vítimas. XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 54 - Maria ajuizou ação em face
D) A prolatação de condenação genérica, sem especificar vítimas ou valores, de José, sem mencionar, na inicial, se pretendia ou não realizar audiência de
contraria disposição legal. conciliação ou mediação. Assim, o juiz designou a referida audiência, dando
ciência às partes. O réu informou ter interesse na realização de tal audiência,
XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 53 - Na vigência do Código de enquanto Maria, devidamente intimada, quedou-se silente. Chegado o dia da
Processo Civil de 2015, José ajuizou ação contra Luíza, postulando uma audiência de conciliação, apenas José, o réu, compareceu.
indenização de R$ 100.000,00 (cem mil reais), tendo o pedido formulado sido A respeito do caso narrado, assinale a opção que apresenta possível
julgado integralmente procedente, por meio de sentença transitada em consequência a ser suportada por Maria.
julgado. A) Não existem consequências previstas na legislação pela ausência da autora
Diante disso, José deu início ao procedimento de cumprimento de sentença, à audiência de conciliação ou mediação.
tendo Luíza (executada) apresentado impugnação, a qual, no entanto, foi B) Caso não compareça, nem apresente justificativa pela ausência, Maria será
rejeitada pelo respectivo juízo, por meio de decisão contra a qual não foi multada em até 2% da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa.
interposto recurso no prazo legal. Prosseguiu-se ao procedimento do C) Diante da ausência da autora à audiência de conciliação ou mediação, o
cumprimento de sentença para satisfação do crédito reconhecido em favor de processo deverá ser extinto.
José. D) Diante da ausência da autora à audiência de conciliação ou mediação, as
Ocorre que, após o trânsito em julgado da sentença exequenda e a rejeição da alegações apresentadas pelo réu na contestação serão consideradas
impugnação, o Supremo Tribunal Federal proferiu acórdão, em sede de controle verdadeiras.
de constitucionalidade concentrado, reconhecendo a inconstitucionalidade da
lei que fundamentou o título executivo judicial que havia condenado Luíza na XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 56 - Pedro, na Pedro, na qualidade
fase de conhecimento de advogado, é procurado por Alfredo, para que seja proposta uma demanda
Diante da decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a situação hipotética, em face de João, já que ambos não conseguiram se compor amigavelmente. A
Luiza poderá fim de embasar suas alegações de fato, Alfredo entrega a Pedro contundentes
A) interpor recurso de agravo de instrumento contra a decisão que rejeitou sua documentos, que efetivamente são juntados à petição inicial, pela qual, além
impugnação, mesmo já tendo se exaurido o prazo legal para tanto, uma vez da procedência dos pedidos, Pedro requer a concessão de liminar em favor de
que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade da lei que seu cliente.
fundamentou a sentença exequenda. Malgrado a existência de tese firmada em julgamento de recurso repetitivo
B) interpor recurso de apelação contra a decisão que rejeitou sua impugnação, favorável a Alfredo, o juiz indefere a liminar, sob o fundamento de que não
mesmo já tendo se exaurido o prazo legal para tanto, uma vez que o Supremo existe urgência capaz de justificar o requerimento.
Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade da lei que fundamentou a Posto isso, a decisão está
sentença exequenda. A) correta, pois, ainda que o autor tenha razão, o devido processo legal impõe
C) oferecer nova impugnação ao cumprimento de sentença, alegando a que seu direito seja reconhecido apenas na sentença, exceto na hipótese de
inexigibilidade da obrigação, tendo em vista que, após o julgamento de sua urgência, o que não é o caso.
primeira impugnação, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a B) incorreta, pois, se as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
inconstitucionalidade da lei que fundamentou a sentença proferida na fase de documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos,
conhecimento, que serviu de título executivo judicial. como no caso, a liminar pode ser deferida.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

124
C) correta, pois a liminar só poderia ser deferida se, em vez de tese firmada em C) informar-lhe sobre a possibilidade de propor a reconvenção, advertindo-o,
sede de recurso repetitivo, houvesse súmula vinculante favorável ao pleito do porém, que, caso João desista da ação, a reconvenção restará prejudicada.
autor. D) informar-lhe que poderá, na contestação, propor reconvenção para
D) incorreta, pois a tutela de evidência sempre pode ser concedida manifestar pretensão própria, desde que conexa com a ação principal ou com o
liminarmente fundamento da defesa.

XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - O Tribunal de Justiça do Estado X, em XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 53 - Um advogado, com estudos
mandado de segurança de sua competência originária, denegou a ordem em apurados em torno das regras do CPC, resolve entrar em contato com o
ação dessa natureza impetrada por Flávio. Este, por seu advogado, patrono da parte adversa de um processo em que atua. Sua intenção é tentar
inconformado com a referida decisão, interpôs recurso especial. um saneamento compartilhado do processo.
Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. Diante disso, acerca das situações que autorizam a prática de negócios
A) O Superior Tribunal de Justiça poderá conhecer do recurso especial, por jurídicos processuais, assinale a afirmativa correta.
aplicação do princípio da fungibilidade recursal. A) As partes poderão apresentar ao juiz a delimitação consensual das questões
B) O recurso especial não é cabível na hipótese, eis que as decisões de fato e de direito da demanda litigiosa.
denegatórias em mandados de segurança de competência originária de B) As partes não poderão, na fase de saneamento, definir a inversão
Tribunais de Justiça somente podem ser impugnadas por meio de recurso consensual do ônus probatório, uma vez que a regra sobre produção de provas
extraordinário. é matéria de ordem pública.
C) O recurso especial não deve ser conhecido, na medida em que o recurso C) As partes poderão abrir mão do princípio do contraditório consensualmente
ordinário é que se mostra cabível no caso em tela. de forma integral, em prol do princípio da duração razoável do processo.
D) As decisões denegatórias de mandados de segurança de competência
originária de Tribunais são irrecorríveis, razão pela qual o recurso não deve D) As partes poderão afastar a audiência de instrução e julgamento, mesmo se
ser conhecido. houver provas orais a serem produzidas no feito e que sejam essenciais à
solução da controvérsia.
XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 51- Carolina foi citada para
comparecer com seu advogado ao Centro Judiciário de Solução de Conflitos XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 54 - Daniel, sensibilizado com a
(CEJUSC) da comarca da capital, para Audiência de Mediação (Art. 334 do CPC), necessidade de Joana em alugar um apartamento, disponibiliza-se a ser seu
interessada em restabelecer o diálogo com Nestor, seu ex-marido. fiador no contrato de locação, fazendo constar nele cláusula de benefício de
O fato de o advogado de seu ex-cônjuge conversar intimamente com o ordem. Um ano e meio após a assinatura do contrato, Daniel é citado em ação
mediador Teófilo, que asseverava ter celebrado cinco acordos na qualidade de judicial visando à cobrança de aluguéis atrasados.
mediador na última semana, retirou sua concentração e a deixou desconfiada Ciente de que Joana possui bens suficientes para fazer frente à dívida
da lisura daquela audiência. Não tendo sido possível o acordo nessa primeira contraída, Daniel consulta você, como advogado(a), sobre a possibilidade de
oportunidade, foi marcada uma nova sessão de mediação para buscar a Joana também figurar no polo passivo da ação.
composição entre as partes, quinze dias mais tarde. Diante do caso narrado, assinale a opção que apresenta a modalidade de
Sobre o caso narrado, assinale a afirmativa correta. intervenção de terceiros a ser arguida por Daniel em sua contestação.
A) Carolina pode comparecer sem seu advogado na próxima sessão de A) Assistência.
mediação. B) Denunciação da lide.
B) O advogado só pode atuar como mediador no CEJUSC se realizar concurso C) Chamamento ao processo.
público específico para integrar quadro próprio do tribunal. D) Nomeação à autoria.
C) Pode haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não
podendo exceder 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 55- Cláudio, em face da execução
desde que necessária(s) à composição das partes. por título extrajudicial que lhe moveu Daniel, ajuizou embargos à execução, os
D) O mediador judicial pode atuar como advogado da parte no CEJUSC, pois o quais foram julgados improcedentes. O advogado de Cláudio, inconformado,
CPC apenas impede o exercício da advocacia nos juízos em que desempenhe interpõe recurso de apelação. Uma semana após a interposição do referido
suas funções. recurso, o advogado de Daniel requer a penhora de um automóvel pertencente
a Cláudio. Diante do caso concreto e considerando que o juízo não concedeu
XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 52 - João dirigia seu carro a efeito suspensivo aos embargos, assinale a afirmativa correta.
caminho do trabalho quando, ao virar em uma esquina, foi atingido por A) A penhora foi indevida, tendo em vista que os embargos à execução
Fernando, que seguia na faixa ao lado. Diante dos danos ocasionados a seu possuem efeito suspensivo decorrente de lei.
veículo, João ingressou com ação, junto a uma Vara Cível, em face de Fernando, B) O recurso de apelação interposto por Cláudio é dotado de efeito suspensivo
alegando que este trafegava pela faixa que teria como caminho obrigatório a por força de lei, tornando a penhora incorreta.
rua para onde aquele seguiria. Realizada a citação, Fernando procurou seu C) A apelação interposta em face de sentença que julga improcedentes os
advogado, alegando que, além de oferecer sua defesa nos autos daquele embargos à execução é dotada de efeito meramente devolutivo, o que não
processo, gostaria de formular pedido contra João, uma vez que este teria impede a prática de atos de constrição patrimonial, tal como a penhora.
invadido a faixa sem antes acionar a “seta”, sendo, portanto, o verdadeiro D) O recurso de apelação não deve ser conhecido, pois o pronunciamento
culpado pelo acidente. Considerando o caso narrado, o advogado de Fernando judicial que julga os embargos do executado tem natureza jurídica de decisão
deve interlocutória, devendo ser impugnada por meio de agravo de instrumento.
A) instruí-lo a ajuizar nova ação, uma vez que não é possível formular pedido
contra quem deu origem ao processo. XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 56 - A Associação “X”, devidamente
B) informar-lhe que poderá, na contestação, propor reconvenção para representada por seu advogado, visando à proteção de determinados
manifestar pretensão própria, sendo desnecessária a conexão com a ação interesses coletivos, propôs ação civil pública, cujos pedidos foram julgados
principal ou com o fundamento da defesa, bastando a identidade das partes. improcedentes. Ademais, a associação foi condenada ao pagamento de
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

125
honorários advocatícios no percentual de 20% (vinte por cento) sobre o valor D) Ocorrerá o indeferimento de plano da petição inicial, caso o juiz entenda que
da causa. Diante de tal quadro, especificamente sobre os honorários não há elementos para a concessão da tutela antecipada.
advocatícios, a sentença está
A) correta no que se refere à possibilidade de condenação ao pagamento de XX Exame de Ordem –FGV (2016) - Questão 53 - Distribuída a ação, Antônia
honorários e, incorreta, no que tange ao respectivo valor, porquanto fixado fora (autora) é intimada para a audiência de conciliação na pessoa de seu
dos parâmetros estabelecidos pelo Art. 85 do CPC. advogado. Explicado o objetivo desse ato pelo advogado, Antônia informa que
B) incorreta, pois as associações não podem ser condenadas ao pagamento de se recusa a participar da audiência porque não tem qualquer possibilidade de
honorários advocatícios, exceto no caso de litigância de ma-fé, no âmbito da conciliação com Romero (réu).
tutela individual e coletiva. Acerca da audiência de conciliação ou de mediação, com base no CPC/15,
C) correta, pois o juiz pode fixar os honorários de acordo com seu prudente assinale a afirmativa correta.
arbítrio, observados os parâmetros do Art. 85 do CPC. A) Romero deverá ser citado para apresentar defesa com, pelo menos, 15
D) incorreta, pois as associações são isentas do pagamento de honorários (quinze) dias de antecedência.
advocatícios em ações civis públicas, exceto no caso de má-fé, hipótese em B) A audiência não será realizada, uma vez que Antônia manifestou
que também serão condenadas ao pagamento do décuplo das custas. expressamente seu desinteresse pela conciliação.
C) Ainda que ambas as partes manifestem desinteresse na conciliação, quando
XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) – Questão 57 - O edifício Vila Real ajuizou a matéria não admitir autocomposição, a audiência de conciliação ocorrerá
ação de execução das contribuições de condomínio em atraso em face de normalmente.
Paper & Paper Ltda., proprietária da unidade 101. D) Antônia deve ser informada que o seu não comparecimento é considerado
Citada a ré em janeiro de 2018, não houve o pagamento da dívida e, ato atentatório à dignidade da justiça, sob pena de multa.
preenchidos os requisitos legais para tanto, houve a desconsideração da
personalidade jurídica da devedora, a fim de que seus sócios Ana e Guilherme,
casados, fossem citados, o que ocorreu em dezembro de 2018.
Posteriormente, o condomínio exequente identificou que Ana e Guilherme
venderam a Consuelo um imóvel de sua propriedade, em julho de 2018.
Considerando que a execução em tela é capaz de reduzir à insolvência de
Paper & Paper Ltda. e que não foram localizados bens penhoráveis de Ana e
Guilherme, assinale a afirmativa correta.
A) A alienação realizada por Ana e Guilherme configura fraude à execução, e
deverá ser reconhecida independentemente da intimação de Consuelo.
B) A alienação realizada por Ana e Guilherme configura fraude à execução e
seu reconhecimento não pode se dar antes da intimação de Consuelo, que
poderá opor embargos de terceiro.
C) A alienação realizada por Ana e Guilherme não configura fraude à execução,
pois realizada antes da citação dos sócios.
D) A alienação realizada por Ana e Guilherme não configura fraude à execução,
uma vez que a insolvência atingiria apenas a devedora original, e não os
sócios.

XXVII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 51- Márcia está muito doente e
necessita fazer uso contínuo do medicamento XYZ para sobreviver. Embora,
durante os últimos anos, tenha obtido os medicamentos no único hospital
público da cidade em que reside, foi informada de que aquela era a última
caixa e que, no mês seguinte, o medicamento não seria mais fornecido pela
rede pública.
Diante de tal circunstância, desejando obter o fornecimento do medicamento,
Márcia procura você, como advogado(a), para elaborar a petição inicial e
ajuizar a demanda que obrigue o Poder Público ao fornecimento do
medicamento XYZ. A petição inicial distribuída trouxe o pedido de
medicamentos em caráter antecedente e tão somente a indicação do pedido de
tutela final, expondo na lide o direito que busca realizar e o perigo de dano à
saúde de Márcia.
A respeito do caso mencionado, assinale a afirmativa correta.
A) O(A) advogado(a) de Márcia fez uso da denominada tutela da evidência, em
que se requer a demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil
do processo.
B) O procedimento adotado está equivocado, pois a formulação completa da
causa de pedir e do pedido final é requisito do requerimento de tutela
antecedente.
C) O(A) advogado(a) agiu corretamente, sendo possível a formulação de
requerimento de tutela antecipada antecedente para o fornecimento de
medicamento.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

126
Atos processuais realizados em única audiência.
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ex.: Procedimento Sumaríssimo.

1.7 PRINCÍPIO DA ORALIDADE


1. PRINCÍPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO Atos processuais realizados pelas partes e pelo próprio magistrado de forma
verbal, oral.
1.1 PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO Materialização: Defesa Oral (art. 847, da CLT), Interrogatório das partes (art.
O princípio da proteção (também denominado princípio tutelar) é o princípio 848, da CLT).
basilar do direito processual do trabalho. Decorre da existência de normas, que
objetivam proteger o trabalhador. 1.8 PRINCÍPIO DA IMEDIAÇÃO / IMEDIATIDADE
Podemos demonstrar a aplicação deste princípio no processo do trabalho com Contato direto do juiz com as partes, testemunhas, peritos, terceiros e a
os seguintes exemplos: própria coisa que será julgada em busca da verdade real.
- A gratuidade de justiça, via de regra, é concedida apenas ao empregado,
conforme art. 790, § 1º e § 3º, da CLT. 1.9 PRINCIPIO DA IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES INTERLOCUTORIAS –
- O comparecimento à audiência é tratado de forma diferenciada pela CLT em art. 893, §1º, da CLT
seu art. 844. Permite-se a apreciação em recurso de decisão definitiva
- Nos casos de recursos, o depósito recursal é exigido apenas do empregador, Exceções: Súmula 214 do TST
quando este for o recorrente, conforme art. 899, § 4º, da CLT. Decisão TRT contrário a Sumula e OJ do TST;
Suscetível de Recurso para o mesmo tribunal;
1.2 PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL Acolhimento de Incompetência Territorial.
Princípio que decorre do princípio da primazia da realidade, aplicada ao direito
material do trabalho. Conforme art. 765 da CLT: “Os juízos e Tribunais do 1.10 PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ
Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo Igualdade de tratamento das partes, garantia da justiça.
andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência
necessária ao esclarecimento delas”. 1.11 PRINCÍPIO DO JUS POSTULANDI –art. 791, 893, ‘a’, da CLT e SÚMULA 425 DO
TST
1.3 PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO Reclamantes e reclamados poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça
O princípio da conciliação está esculpido no art. 764 da CLT, entre outros: “Os do Trabalho e acompanhar o processo até o final. Tal princípio tem limitação
dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do nas varas do trabalho e nos TRTs.
Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação”. Não alcança: A. Rescisória; A. Cautelar; MS e Recurso de Competência.
A não observância, pelo juiz, da proposta de conciliação no procedimento
sumaríssimo acarretará nulidade dos atos posteriores praticados no processo 1.12 PRINCÍPIO DA LEALDADE E BOA-FÉ
(art. 852-E da CLT). Dever de agir com probidade.
Na justiça do trabalho o termo de conciliação é irrecorrível e tem força de
coisa julgada, conforme art. 831, parágrafo único, da CLT: “No caso de 1.13 PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE
conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo As partes devem aduzir de uma única vez matérias de ataque e defesa sob
para a previdência social quanto às contribuições que lhe forem devidas”. pena de PRECLUSÃO.

1.4 PRINCÍPIOS DA NORMATIZAÇÃO COLETIVA 1.14 PRINCÍPIO DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA


O princípio da normatização coletiva está insculpido no art. 114, § 2º, da CF: Impugnação específica da Reclamação Trabalhista. Não é permitido defesa por
“Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é negação geral (inexistência da contestação).
facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza
econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as 1.15 PRINCÍPIO DA EXTRAPETIÇÃO
disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as Permite ao juiz, em casos previstos em lei, condenar o réu em pedidos não
convencionadas anteriormente”. contidos na R.T.
A Justiça do Trabalho brasileira é a única dotada do chamado poder normativo, Exemplos: Juros e correção monetária (Súmula 211); Pena diária, em caso de
que consiste no poder de proferir sentença normativa, com eficácia ultra não concessão de férias (art. 137, § 2º, da CLT); Multa parcela incontroversa
partes, cujos efeitos irradiarão para os contratos individuais dos trabalhadores (art. 467 da CLT).
integrantes da categoria profissional representada pelos sindicatos que
ajuizaram o dissídio coletivo, criando normas e condições gerais e abstratas 1.16 PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE/ FINALIDADE
para aquelas relações de trabalho. Serão validos os atos que, embora realizados de outra forma, alcançarem sua
finalidade. Desde que a Lei não preveja a sua nulidade.
1.5 PRINCÍPIO APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO CPC
Arts. 769 da CLT. As normas do processo civil serão utilizadas no Processo do 1.17 PRINCÍPIO DO PERPETUO JURISDICTIONIS
Trabalho: Fixação da competência no momento da propositura da ação.
SUBSIDIÁRIA (quando houver omissão) Exceção: Supressão do órgão jurisdicional e mudança de competência da
SUPLETIVA (para complementar norma existente). matéria e hierarquia.
Ex.: Multa Embargos de Declaração protelatórios

1.6 PRINCÍPIO CONCENTRAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS


A Tutela jurisdiciona deve ser prestada com rapidez.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

127
1.18 PRINCÍPIO DA ESTABILIDADE DA LIDE jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
Permissão de aditar/ alterar pedido/ causa de pedir até a apresentação da equipamentos públicos e comunitários.
contestação, que no Processo do Trabalho acontece em audiência, sem o “CÂMARAS REGIONAIS”: Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar
consentimento da parte. descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o
Após a apresentação da defesa, não mais poderá ser realizado o aditamento, pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo,
salvo se o reclamado anuir. principalmente nos estados que não possuem TRT. Exemplo: AMAPÁ. ACRE e
outros.
2. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
JUÍZES DO TRABALHO (Varas do Trabalho) – art.116 da CF
CONSTITUIÇÃO FEDERAL (1988) 1 grau de jurisdição;
Recrutamento: Aprovação em Concurso Público de Provas e Títulos, para o
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: cargo de Juiz do Trabalho Substituto (art. 654, da CLT).
I - o Tribunal Superior do Trabalho; Juízes de direito (Art. 668, CLT) serão investidos de jurisdição trabalhista
II - os Tribunais Regionais do Trabalho; em comarcas não abrangidas por varas de trabalho, porem os recursos dessas
III - Juizes do Trabalho decisões são submetidos ao TRT.

TST - Art. 111-A da CF 3. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO


3º grau - 27 ministro;
Brasileiros com mais 35 e menos de 65 anos; 3.1 COMPETENCIA MATERIAL – Art. 114 da CLT.
Aprovados por maioria absoluta do S.F
Nomeados pela P.R Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
Recrutamento: um quinto dentre advogados com mais de dez anos de I as ações oriundas da relação de trabalho, incluindo neste a relação de
efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho emprego. Servidores Públicos Regidos pela CLT.
com mais de dez anos de efetivo exercício, os demais dentre juízes dos II as ações que envolvam exercício do direito de greve, incluindo as ações
Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, possessórias;
indicados pelo próprio Tribunal Superior. III as ações sobre representação sindical, entre:
SINDICATO X SINDICATO
São órgãos do TST: SINDICATO X EMPREGADO
TRIBUNAL PLENO; ORGÃO ESPECIAL; SDC (SECÃO ESPECIALIZADA EM SINDICATO X EMPREGADOR
DISSIDIOS COLETIVOS); SDI- I e II (SEÇÃO ESPECIALIZADA EM DISSIDIO IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato
INDIVIDUAL) questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
Funcionarão junto ao TST V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista:
I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do TRT – Varas do trabalho mesma região;
Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos - Juízes de Direito mesma região
oficiais para o ingresso e promoção na carreira; - Juízes e Varas do Trabalho;
II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na TST – TRTs
forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e Varas de Trabalho de Regiões diferentes;
patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como Juizes de Direito de Regiões diferentes
órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da
relação de trabalho;
TRT- art. 115 da CF VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos
2º grau– mínimo 7 juízes; empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
Brasileiros com mais 30 e menos de 65 anos; VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e
Nomeados pela P.R II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
Recrutamento: um quinto dentre advogados com mais de dez anos de IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho Exemplos:
com mais de dez anos de efetivo exercício, os demais dentre juízes dos 1) Lides envolvendo o cadastramento do empregado no PIS/PASEP
Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, O TST, por meio da Sumula 300, estabeleceu que compete a JT
indicados pelo próprio Tribunal Superior, os demais, mediante promoção processar e julgar as ações propostas por empregados em face de
de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente. empregadores relativas ao cadastramento no PROGRAMA DE INTEGRAL
SOCIAL (PIS).
- Explicação do quinto: Art. 94 da CF Um quinto dos será composto de membros, Uma vez que JT e competente para julgar as lides decorrentes das
do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de relações de trabalho, é também competente para julgar os pedidos de
notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva indenização substitutiva decorrente do não cadastramento do
atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de empregado no PIS e também para o pedido de obrigação de fazer
representação das respectivas classes. consistente na imposição para o cadastramento no PIS.
Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder 2) Lides decorrentes da não concessão das quias do Seguro Desemprego.
Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes O TST pela Sumula 389, estabeleceu que: a) compete a JT julgar as lides
para nomeação. entre empregado e empregador decorrente do não fornecimento das
JUSTIÇA INTINERANTE: Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça guias do seguro desemprego; e b) o não fornecimento das guias
itinerante, com a realização de audiências e demais funções de atividade assegura ao empregado indenização substitutiva.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

128
3) Quadro de carreira f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de
Também e competente a JT para apreciar a reclamação de empregado competência da Justiça do Trabalho. (Incluída pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017) -
que tenha por objeto direito fundado em quadro de carreira, Sumula 19 NOVIDADE
do TST. Parágrafo único - Terão preferência para julgamento os dissídios sobre
4) Servidores de Cartório Extrajudicial pagamento de salário e aqueles que derivarem da falência do empregador,
A jurisprudência do STF é no sentido de que a relação jurídica havida podendo o Presidente da Junta, a pedido do interessado, constituir processo em
entre os serventuários e o cartório extrajudicial, encontra-se adstrita separado, sempre que a reclamação também versar sobre outros assuntos
ao regime celetista, porquanto o art. 236 da atual Carta Magna é alto Art. 653 - Compete, ainda, às Juntas de Conciliação e Julgamento:
aplicável, não carecendo de regulamentação. a) requisitar às autoridades competentes a realização das diligências
5) Homologação de Acordo Extrajudicial necessárias ao esclarecimento dos feitos sob sua apreciação, representando
Art. 652, IV, F, da CLT. Trata-se de procedimento de jurisdição Voluntaria, contra aquelas que não atenderem a tais requisições;
em que o juiz apenas homologa o acordo celebrado entre as partes b) realizar as diligências e praticar os atos processuais ordenados pelos
extrajudicialmente. Tribunais Regionais do Trabalho ou pelo Tribunal Superior do Trabalho;
c) julgar as suspeições argüidas contra os seus membros;
3.2 COMPETÊNCIA TERRITORIAL- art. 651 do CLT. d) julgar as exceções de incompetência que lhes forem opostas;
A competência é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante e) expedir precatórias e cumprir as que lhes forem deprecadas;
ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido f) exercer, em geral, no interesse da Justiça do Trabalho, quaisquer outras
contratado noutro local ou no estrangeiro. atribuições que decorram da sua jurisdição.
Art. 659 – COMPETÊNCIA DOS JUIZES.
EXCEÇÕES: Competem privativamente aos Presidentes das Juntas, além das que lhes
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência forem conferidas neste Título e das decorrentes de seu cargo, as seguintes
será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta atribuições:
o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a localização em I - presidir às audiências das Juntas; (Vide Constituição Federal de 1988)
que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. II - executar as suas próprias decisões, as proferidas pela Junta e aquelas cuja
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida execução lhes for deprecada;
neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no III - dar posse aos vogais nomeados para a Junta, ao Secretário e aos demais
estrangeiro, desde que: funcionários da Secretaria;
1. O empregado seja brasileiro; IV - convocar os suplentes dos vogais, no impedimento destes;
2. Não haja convenção internacional dispondo em contrário; V - representar ao Presidente do Tribunal Regional da respectiva jurisdição, no
3. A empresa possua filial ou representante no Brasil. caso de falta de qualquer vogal a 3 (três) reuniões consecutivas, sem motivo
Obs.: Divergência na doutrina: sobre a Vara competente, alguns entendem que justificado, para os fins do art. 727;
será no local da filial, outros no domicilio do autor ou localidade mais próxima. VI - despachar os recursos interpostos pelas partes, fundamentando a decisão
Nestes Casos: recorrida antes da remessa ao Tribunal Regional, ou submetendo-os à decisão
Lei Processual: Brasileira da Junta, no caso do art. 894;
Lei Material: Estrangeiro, exceto se a Lei local for mais benéfica. VII - assinar as folhas de pagamento dos membros e funcionários da Junta;
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades VlIl - apresentar ao Presidente do Tribunal Regional, até 15 de fevereiro de
fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar cada ano, o relatório dos trabalhos do ano anterior;
reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos IX - conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações
respectivos serviços. trabalhistas que visem a tornar sem efeito transferência disciplinada pelos
parágrafos do artigo 469 desta Consolidação.)
3.3 DA COMPETÊNCIA FUNCIONAL X - conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações
trabalhistas que visem reintegrar no emprego dirigente sindical afastado,
COMPETÊNCIA DAS VARAS DO TRABALHO – ART. 652, 653 e 659, DA CLT. suspenso ou dispensado pelo empregador.
Art. 652 - Compete às Varas do Trabalho:
a) conciliar e julgar: COMPETÊNCIA DOS TRTs – ART. 678, 679 e 680, DA CLT.
I - os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade de Art. 678 - Aos Tribunais Regionais, quando divididos em Turmas, compete:
empregado; I - ao Tribunal Pleno, especialmente:
II - os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por motivo a) processar, conciliar e julgar originariamente os dissídios coletivos;
de rescisão do contrato individual de trabalho; b) processar e julgar originariamente:
III - os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro 1) as revisões de sentenças normativas;
seja operário ou artífice; 2) a extensão das decisões proferidas em dissídios coletivos;
IV - os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho; 3) os mandados de segurança;
V - as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o 4) as impugnações à investidura de vogais e seus suplentes nas Juntas de
Órgão Gestor de Mão-de-Obra - OGMO decorrentes da relação de trabalho; Conciliação e Julgamento;
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) c) processar e julgar em última instância:
b) processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave; 1) os recursos das multas impostas pelas Turmas;
c) julgar os embargos opostos às suas próprias decisões; 2) as ações rescisórias das decisões das Juntas de Conciliação e Julgamento,
d) impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência; dos juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista, das Turmas e de seus
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 6.353, de 20.3.1944) próprios acórdãos;
e) ... (Suprimida pelo Decreto-lei nº 6.353, de 20.3.1944)
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

129
3) os conflitos de jurisdição entre as suas Turmas, os juízes de direito h) elaborar p Regimento Interno do Tribunal e exercer as atribuições
investidos na jurisdição trabalhista, as Juntas de Conciliação e Julgamento, ou administrativas previstas em lei, ou decorrentes da Constituição Federal.
entre aquêles e estas; II - em última instância: (Redação dada pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954)
d) julgar em única ou última instâncias: a) julgar os recursos ordinários das decisões proferidas pelos Tribunais
1) os processos e os recursos de natureza administrativa atinentes aos seus Regionais em processos de sua competência originária; (Redação dada pela Lei
serviços auxiliares e respectivos servidores; nº 2.244, de 23.6.1954
2) as reclamações contra atos administrativos de seu presidente ou de b) julgar os embargos opostos às decisões de que tratam as alíneas "b" e "c" do
qualquer de seus membros, assim como dos juízes de primeira instância e de inciso I deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954)
seus funcionários. c) julgar embargos das decisões das Turmas, quando esta divirjam entre si ou
II - às Turmas: de decisão proferida pelo próprio Tribunal Pleno, ou que forem contrárias à
a) julgar os recursos ordinários previstos no art. 895, alínea a; letra de lei federal; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
b) julgar os agravos de petição e de instrumento, estes de decisões d) julgar os agravos de despachos denegatórios dos presidentes de turmas, em
denegatórias de recursos de sua alçada; matéria de embargos na forma estabelecida no regimento interno; (Redação
c) impor multas e demais penalidades relativas e atos de sua competência dada pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954)
jurisdicional, e julgar os recursos interpostos das decisões das Juntas dos e) julgar os embargos de declaração opostos aos seus acordãos. (Redação dada
juízes de direito que as impuserem. pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954)
Parágrafo único. Das decisões das Turmas não caberá recurso para o Tribunal § 1º Quando adotada pela maioria de dois terços dos juízes do Tribunal Pleno, a
Pleno, exceto no caso do item I, alínea "c", inciso 1, deste artigo. (os recursos decisão proferida nos embargos de que trata o inciso II, alínea "c", deste artigo,
das multas impostas pelas Turmas); terá força de prejulgado, nos termos dos §§ 2º e 3º, do art. 902. (Incluído pela
Art. 679 - Aos Tribunais Regionais não divididos em Turmas, compete o Lei nº 2.244, de 23.6.1954)
julgamento das matérias a que se refere o artigo anterior, exceto a de que § 2º É da competência de cada uma das turmas do Tribunal: (Incluído pela Lei
trata o inciso I da alínea c do Item I, (os recursos das multas impostas pelas nº 2.244, de 23.6.1954)
Turmas) como os conflitos de jurisdição entre Turmas. a) julgar, em única instância, os conflitos de jurisdição entre Tribunais
Art. 680 - Compete, ainda, aos Tribunais Regionais, ou suas Turmas: Regionais do Trabalho e os que se suscitarem entre juízes de direito ou juntas
a) determinar às Juntas e aos juízes de direito a realização dos atos de conciliação e julgamento de regiões diferentes; (Incluída pela Lei nº 2.244,
processuais e diligências necessárias ao julgamento dos feitos sob sua de 23.6.1954)
apreciação; b) julgar, em última instância, os recursos de revista interpostos de decisões
b) fiscalizar o comprimento de suas próprias decisões; dos Tribunais Regionais e das Juntas de Conciliação e julgamento ou juízes de
c) declarar a nulidade dos atos praticados com infração de suas decisões; direito, nos casos previstos em lei; (Incluída pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954)
d) julgar as suspeições arguidas contra seus membros; c) julgar os agravos de instrumento dos despachos que denegarem a
e) julgar as exceções de incompetência que lhes forem opostas; interposição de recursos ordinários ou de revista; (Incluída pela Lei nº 2.244,
f) requisitar às autoridades competentes as diligências necessárias ao de 23.6.1954)
esclarecimento dos feitos sob apreciação, representando contra aquelas que d) julgar os embargos de declaração opostos aos seus acordaos; (Incluída pela
não atenderem a tais requisições; Lei nº 2.244, de 23.6.1954)
g) exercer, em geral, no interesse da Justiça do Trabalho, as demais e) julgar as habilitações incidentes e arguições de falsidade, suspeição e
atribuições que decorram de sua Jurisdição. outras nos casos pendentes de sua decisão. (Incluída pela Lei nº 2.244, de
COMPETENCIA DOS TST – Art. 702 Ao Tribunal Pleno compete: (Redação dada 23.6.1954)
pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954) § 3º As sessões de julgamento sobre estabelecimento ou alteração de súmulas
I - em única instância: (Redação dada pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954) e outros enunciados de jurisprudência deverão ser públicas, divulgadas com,
a) decidir sobre matéria constitucional, quando arguido, para invalidar lei ou no mínimo, trinta dias de antecedência, e deverão possibilitar a sustentação
ato do poder público; (Redação dada pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954) oral pelo Procurador-Geral do Trabalho, pelo Conselho Federal da Ordem dos
b) conciliar e julgar os dissídios coletivos que excedam a jurisdição dos Advogados do Brasil, pelo Advogado-Geral da União e por confederações
Tribunais Regionais do Trabalho, bem como estender ou rever suas próprias sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional. (Incluído pela Lei nº
decisões normativas, nos casos previstos em lei; (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
2.244, de 23.6.1954) § 4º O estabelecimento ou a alteração de súmulas e outros enunciados de
c) homologar os acordos celebrados em dissídios de que trata a alínea jurisprudência pelos Tribunais Regionais do Trabalho deverão observar o
anterior; (Redação dada pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954) disposto na alínea f do inciso I e no § 3º deste artigo, com rol equivalente de
d) julgar os agravos dos despachos do presidente, nos casos previstos em lei; legitimados para sustentação oral, observada a abrangência de sua
(Redação dada pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954) circunscrição judiciária.(Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
e) julgar as suspeições arguidas contra o presidente e demais juízes do
Tribunal, nos feitos pendentes de sua decisão; (Redação dada pela Lei nº 2.244, 3.4 MODIFICAÇÃO OU PRORROGAÇÃO DE COMPPETENCIA
de 23.6.1954)
f) estabelecer ou alterar súmulas e outros enunciados de jurisprudência Ocorre quando se amplia a competência de um órgão judiciário para conhecer
uniforme, pelo voto de pelo menos dois terços de seus membros, caso a mesma de causas que não eram de sua competência originaria.
matéria já tenha sido decidida de forma idêntica por unanimidade em, no Parte-se da premissa que o órgão jurisdicionado e competente, mas em razão
mínimo, dois terços das turmas em pelo menos dez sessões diferentes em cada da prorrogação de competência, deve a causa ser remetida para outro órgão
uma delas, podendo, ainda, por maioria de dois terços de seus membros, jurisdicional, O PREVENTO – AÇÃO TRABALHISTA FOR PROPOSTA EM 1° LUGAR.
restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a Na competência absoluta (material e funcional), NÃO ocorre à prorrogação nem
partir de sua publicação no Diário Oficial; (Redação dada pela Lei nº 13.467, de a modificação da competência.
13.7.2017) Entretanto a competência relativa (territorial), nos termos do art. 54 do CPC,
g) aprovar tabelas de custas emolumentos, nos termos da lei; poderá ser modificada por:
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

130
- Art. 439 - É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários.
CONEXÃO – ART. 55 DO CPC E ART. 842 DA CLT Tratando-se, porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de
Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido 18 (dezoito) anos dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação
ou a causa de pedir. ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe for devida;
A conexão se verifica quando a semelhança entre as causas, com o objetivo - No âmbito da JT, a capacidade postulatória, nas demandas envolvendo
que sejam reunidas para julgamento em conjunto. A modificação da relação de emprego, é conferida também as próprias partes. (art. 791, CLT).
competência tem como escopo evitar sentenças contraditórias sobre a mesma - A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser
matéria. efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos (DE OFICIO OU A verbal do advogado interessado, com anuência da parte representada. (art. 791,
REQUERIMENTO DAS PARTES) para decisão conjunta, salvo se um deles já § 3º - tão mandado não engloba os poderes previstos no art. 105 do CPC
houver sido sentenciado. (POSSIBILIDADE DE JULGAMENTO SIMULTÃNEO DAS (confessar, transigir, desistir, receber e dar quitação).
AÇÕES) - art. 790 § 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos
§ 2º Aplica-se o disposto no caput: tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e
mesmo ato jurídico; instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40%
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar Previdência Social.
risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos § 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar
separadamente, mesmo sem conexão entre eles.niao das insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.”
“Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da
CONTINÊNCIA – ART. 56 DO CPC parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da
Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade justiça gratuita.
quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, § 1o Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite
abrange o das demais. máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta § 2o O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais.
anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença § 3o O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de
sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente perícias.
reunidas. Art. 57, CPC. § 4o Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha
A continência está contida na conexão, pois, toda vez que houver continência obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput,
entre duas ou mais causas, serão elas também conexas, pois para que se ainda que em outro processo, a União responderá pelo encargo.”
verifique a continência é necessário que haja identidade de causa de pedir e “Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
isso já e hipótese de conexão. honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o
Segundo o art. 58 do CPC, a reunião das ações propostas em separado far-se-a máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da
no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente. No âmbito sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,
trabalhista. Tendo em vista que não há despacho citatório, sendo a notificação sobre o valor atualizado da causa.
postal ato automático da Secretaria da Vara do trabalho, na hipótese de duas (OJ-SDI1-348 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. BASE DE CÁLCULO. VALOR LÍQUIDO. LEI
ou mais ações conexas, o juízo prevento será aquele cuja a ação trabalhista for Nº 1.060, DE 05.02.1950 (DJ 25.04.2007) Os honorários advocatícios, arbitrados
protocolada em primeiro lugar. nos termos do art. 11, § 1º, da Lei nº 1.060, de 05.02.1950, devem incidir sobre o
valor líquido da condenação, apurado na fase de liquidação de sentença, sem a
4. ATOS, TERMOS, PRAZOS E NULIDADES PROCESSUAIS dedução dos descontos fiscais e previdenciários.)
§ 1o Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e
4.1 NOTAS IMPORTANTES nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua
- Na hipótese da parte constituir pluralidade de advogados no processo e um categoria.
deles solicitar que a intimação seja feita de forma exclusiva em seu nome, não § 2o Ao fixar os honorários, o juízo observará:
será considerada válida a intimação realizada em nome de outro advogado, I - o grau de zelo do profissional;
salvo se constatada a inexistência de prejuízo, conforme Súmula 427 do TST II - o lugar de prestação do serviço;
- o prazo para o recurso da parte que, devidamente intimada não comparecer III - a natureza e a importância da causa;
a audiência de julgamento para prolação da sentença conta-se da publicação IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
da sentença, na própria audiência, conforme Súmula 197 do TST. § 3o Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de
- O início do prazo ocorre no momento em que o interessado toma sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários.
conhecimento ou ciência do ato processual a ser realizado. Já o inicio da § 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em
contagem do prazo ocorre no dia útil subsequente ao início do prazo. juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as
- os prazos judiciais são contados em dias úteis (art. 775 da CLT) obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva
de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos
5. DAS PARTES E PROCURADORES subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que
5.1 NOTAS IMPORTANTES justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais
- A capacidade civil plena dos empregados, ou seja, a plena capacidade de, na obrigações do beneficiário.
qualidade de parte, estar em juízo sem assistência ou representação § 5o São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.”
(maioridade trabalhista) ocorre aos 18 anos (art. 792 da CLT);
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

131
- também está abrangida pela gratuidade da justiça a memoria de cálculos 6. DISSÍDIO INDIVIDUAL
exigida para a instauração da execução (art. 98, VII, do CPC), conforme
preceitua o art. 879, 6.1 RECLAMAÇÃO TRABALHISTA: Provocada pela parte interessada
§ 6o Tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o juiz poderá nomear VERBAL:
perito para a elaboração e fixará, depois da conclusão do trabalho, o valor dos Mais de 1 V.T, será distribuída antes de ser reduzida a termo (PRAZO: 5
respectivos honorários com observância, entre outros, dos critérios de DIAS);
razoabilidade e proporcionalidade; Caso não comparece, salvo motivo de forca maior, perde o direito de
- Nas hipóteses em que o sindicato assistir a parte, os honorários serão reclamar na J.T pelo prazo de 6 MESES – mesmo reclamante, reclamado e
devidos ao sindicato, e não ao advogado, à luz do art. 16 da Lei 5.584/1970 por objeto - (art. 731 e 786, § 4 da CLT) PEREMPÇÃO TEMPORARIAL
tratar especificamente da assistência judiciaria do processo do trabalho; ESCRITA:
- os honorários são pedidos implícitos, caso a decisão seja omissa quanto aos Mais de 1 V.T, será distribuída
direitos aos honorários ou ao seu valor, deverá se oposto ED para que seja Única Vara, R.T entregue na secretaria (art. 837, 838, da CLT).
sanada a omissão. Art. 837 - Nas localidades em que houver apenas 1 (uma) Junta de Conciliação
e Julgamento, ou 1 (um) escrivão do cível, a reclamação será apresentada
HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL diretamente à secretaria da Junta, ou ao cartório do Juízo.
Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por Art. 838 - Nas localidades em que houver mais de 1 (uma) Junta ou mais de 1
petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. (um) Juízo, ou escrivão do cível, a reclamação será, preliminarmente, sujeita a
§ 1o As partes não poderão ser representadas por advogado comum. distribuição, na forma do disposto no Capítulo II, Seção II, deste Título.
§ 2o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
categoria. § 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a
qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o
LITISCONSÓRCIO pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data
Art. 842 - Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, e a assinatura do reclamante ou de seu representante. (Redação dada pela Lei
poderão ser acumuladas num só processo, se se tratar de empregados da nº 13.467, de 13.7.2017)
mesma empresa ou estabelecimento (RECLAMATORIA PLURIMA) § 2º Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e
Art, 113 a 118 do CPC assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no
Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou § 1º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
passivamente, quando: Art. 786 - A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo.
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à Parágrafo único - Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo
lide; motivo de força maior, apresentar-se no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; à secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena estabelecida no art. 731.
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal,
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à
litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo
quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho.
cumprimento da sentença.
Art. 842 DA CLT PROIBIÇÃO A LIMITAÇÃO - Sendo várias as reclamações e INICIAL TRABALHISTA – REQUISTOS: ART. 840 DA CLT.
havendo identidade de matéria, poderão ser acumuladas num só processo, se
se tratar de empregados da mesma empresa ou estabelecimento IMPORTANTE: VALOR DA CAUSA: Determina o rito que será utilizado:
(RECLAMATORIA PLURIMA) Rito Ordinário: acima de 40 salários mínimos.
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou Rito Sumaríssimo: de 2 a 40 salários mínimos.
resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar. Não cabe neste procedimento: ADM PÚBLICA DIRETA AUTARQUIA E FUNDACIONAL.
Art. 114 O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela Rito Sumário: até 2 salários mínimo
natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da NÃO CABE RECURSO, SALVO SE VERSAREM SOBRE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. (R.
citação de todos que devam ser litisconsortes. EXTRAORDINÁRIO- STF)
Art. 115 A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do
contraditório, será: ADITAMENTO/ ALTERAÇÃO E MODIFICAÇÃO DA R.T
I – nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam Poderá ser realizado até o momento do protocolado da defesa, fato que
ter integrado o processo; acontece até a audiência, após a apresentação da defesa, o reclamante não
II – ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados. poderá fazê-lo, salvo com o consentimento da parte.
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz Caso o juiz defira o aditamento, remarcara audiência para que a parte
determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser contraria possa se defender dos novos pedidos, respeitando novamente o prazo
litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo. de 5 dias.
Art. 116 O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica,
o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes. NO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO: Caso o pedido não contenha pedidos líquidos
Art. 117 Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte e certos deverá extinguir o processo SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. (ART. 852-B,
adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em §1° DA CLT).
que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão
beneficiar EMENDA A R.T: Não é comum na J.T, porém pode acontecer, neste caso o juiz
Art. 118 Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, dará o prazo de 15 dias para a parte emendar. Art. 769, CLT c/c 321, CPC.
e todos devem ser intimados dos respectivos atos.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

132
6.2 DISTRIBUIÇÃO DA RT. RETENÇÃO: 767 DA CLT: retenção de bens do autor ate o pagamento
Após distribuída entres as varas do trabalho, acorre a NOTIFICAÇÃO APÓS 48 de dívida do mesmo com o reclamado;
HORAS: contados da postagem do nos correios RECONVENÇÃO: manifestação de ataque contra o reclamante.
A NOTIFICAÇÃO É POSTAL PARA APRESENTAR CONTESTAÇÃO EM AUDIENCIA – Requisitos: juízo deve ser competente para apreciar as duas
PRAZO MINIMO ENTRE A NOTIFICAÇÃO E A REALIZAÇÃO DA AUDIENCIA 5 DIAS – art. demandas; conexão com a ação principal; estar pendente o
841, CLT. processo da causa principal. Art. 343 do CPC
PRESUNÇÃO DE RECEBIMENTO DE NOTIFICAÇÃO: 48 HORAS – é do reclamado o
ônus de comprovar que não recebeu a notificação – SÚMULA 16 do TST DEFESA DA RECONVENÇÃO – PRAZO 5 DIAS – ART. 841 DA CLT.
Art. 841 - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário,
dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do 6.3.2 EXECEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA: ABSOLUTA (MATERIA E FUNCIONAL) – DE
termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à OFICIO, QUALQUER TEMPO DO PROCESSO. NÃO ADMITE PRORROGAÇÃO DE
audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) COMPETENCIA.
dias. RELATIVA (TERRITORIAL): NÃO PODE SER ALEGADA DE OFICIO – SUMULA 33 DO STJ.
§ 1º - A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado ADMITE PRORROGAÇÃO DE COMPETENCIA.
criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a
notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente DE SUSPEIÇÃO:
forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo. Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser
§ 2º - O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclamação ou opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.
na forma do parágrafo anterior. § 1º - As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa.
§ 3o Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não § 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo,
poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação. quanto a estas, se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no
entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão
OBS: Na prática no caso da outra parte causar embaraço a J.T realiza final.
notificação por OFICIAL DE JUSTIÇA Art. 800 - Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco
PESSOAS JURIDICAS DE DIREITO PUBLICO: PRAZO QUADRUPLO PARA CONTESTAR E dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a
DOBRO PARA RECORRER existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste
M.P.T: SERÃO INTIMADOS PESSOALMENTE. artigo.
§ 1º Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO: Não cabe notificação por edital, devendo a parte audiência a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a
informar corretamente o endereço do reclamado, sob pena de arquivamento e exceção. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
pagamento de custas. § 2º Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o
reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo
6.3 DEFESA DO RECLAMADO- comum de cinco dias. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
Tipos: CONTESTAÇÃO/RECONVENÇÃO E EXCEÇÃO DE INCOMPETENCIA E DE § 3º Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará
SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO. audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem
ouvidos, por carta precatória, no juízo que este houver indicado como
6.3.1 CONTESTAÇÃO. competente. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
Apresentação em audiência: VERBAL: 20 MINUTOS E ESCRITA § 4º Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu
REQUISITOS DA DEFESA: curso, com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução
NÃO É PERMITIDA CONTESTAÇÃO GENERICA – INEXISTENCIA DO ATO - (PRINCÍPIO processual perante o juízo competente. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA) 13.7.2017)
TODAS A MATERIAS DE DEFESA E ATAQUE DEVEM SER ADUZIDAS NA DEFESA - Art. 801. O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por suspeito, e pode
(PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE) ser recusado, por algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos
DEVE SER ALEGADO EM CONTESTAÇÃO: litigantes:
A) PREMILINARES – DEFESA PROCESSUAL – a) inimizade pessoal;
EXEMPLO – NULIDADE DE CITAÇÃO: b) amizade íntima;
B) PREJUDICIAIS DE MERITO: c) parentesco por consangüinidade ou afinidade até o terceiro grau civil;
EXEMPLOS: d) interesse particular na causa.
PRESCRIÇÃO: Perda do direito de ação. Tipos de prescrição: BIENAL Parágrafo único - Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja
E QUINQUENAL. Não poderá ser alegada de oficio SUMULA 153, DO consentido na pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição,
TST. A simples protocolo de petição interrompe a prescrição, salvo sobrevindo novo motivo. A suspeição não será também admitida, se do
SÚMULA 268, TST. Não corre a prescrição contra os menores de 18 processo constar que o recusante deixou de alegá-la anteriormente, quando já
anos (art. 197, CC); a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou, finalmente,
DECADENCIA: Perda do próprio direito. Pode ser alegada e oficio. Ex: se procurou de propósito o motivo de que ela se originou.
Prazo da ação rescisória – 2 anos. Art. 802. Apresentada a exceção de suspeição, o juiz ou Tribunal designará
C) MÉRITO audiência dentro de 48 (quarenta e oito) horas, para instrução e julgamento da
COMPENSAÇÃO – ART. 477, §5 E SUMULA 18 DO TST: Esta restrita as exceção.
dívidas trabalhistas, não poderá exceder a um mês de § 1º - Nas Juntas de Conciliação e Julgamento e nos Tribunais Regionais,
remuneração. Ex.: Aviso prévio não realizado em pedido de julgada procedente a exceção de suspeição, será logo convocado para a
demissão; mesma audiência ou sessão, ou para a seguinte, o suplente do membro
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

133
suspeito, o qual continuará a funcionar no feito até decisão final. Proceder-se- EXTRAJUDICIAL: (exceto para o empregado – presunção de coação e pelo
á da mesma maneira quando algum dos membros se declarar suspeito. princípio da indisponibilidade e irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas).
§ 2º - Se se tratar de suspeição de Juiz de Direito, será este substituído na REAL: Extraída mediante oitiva das partes (Rainhas das Provas). Presunção
forma da organização judiciária local. Absoluta de Veracidade dos Fatos.
FICTA: Não comparecimento em audiência que deveria prestar seu depoimento
6.4 - DAS PROVAS – Art. 818, DA CLT pessoal desde que intimado, ou comparecendo se nega a responder perguntas
formuladas pelo magistrado ou afirme ignorar fatos relevantes e pertinentes a
1 CONCEITO: Meio utilizado para a demonstração no processo da veracidade das solução da lide. SÚMULA 74, possui presunção relativa, prevalecendo, se não
alegações. houver outros meios de prova já existente nos autos, capaz de elidi-la.
2 OBJETIVOS: Comprovar as alegações de autores e réus. O juiz conhece o QUEM PODE CONFESSAR: PARTES: (CAPACIDADE E LEGITIMIDADE). PREPOSTO
direito, cabendo às partes narrar os fatos e apresentar provas. (ART.843, § 1°), ADVOGADOS COM PODERES ESPECIFICOS
3 PRINCÍPIOS: CARACTERÍSTICAS:
a) NECESSIDADE DA PROVA: As partes necessitam provar a veracidade de suas INDIVISÍVEL – ART. 395 DO CPC: a parte não pode invocar apenas a parte que o
alegações. Fatos não provados são inexistentes no mundo jurídico. beneficiar.
b) UNIDADE DA PROVA: A prova deve ser apreciada em seu conjunto, como um IRREVOGÁVEL: salvo quando emanar de erro, dolo ou coação.
todo, não devendo a prova ser considerada isoladamente. Revogação: AÇÃO ANULATÓRIA, AÇÃO RESCISÓRIA (SENTENÇA ÚNICO
c) LEALDADE DA PROVA OU PROBIDADE: Devem ser produzidas com ética e FUNDAMENTO).
lealdade. Não pode haver provas ilícitas, falsas e desleais no processo. ORDEM -> Art. 456 do CPC:
d) CONTRADITÓRIO; 1° - Reclamante.
e) IGUALDADE DE OPORTUNIDADES; 2° - Reclamado.
f) OPORTUNIDADE DA PROVA: Deve ser produzida no momento oportuno. A PARTE QUE NÃO DEPOS NÃO PODE OUVIR O DEPOIMENTO DA OUTRA – ART. 385, §
g) LEGALIDADE: 2° do CPC.
Art. 818 - A prova das alegações incumbe à parte que as fizer. APÓS O FIM DO INTERROGATORIO AS PARTES PODERÃO RETIRAR-SE,
RECLAMANTE: FATOS CONSTITUTIVOS PROSSEGUINDO A INSTRUÇÃO COM OS REPRESENTANTES – (ART. 848, §1°, DA CLT).
RECLAMADO: FATOS IMPEDITIVOS, EXTINTIVOS OU MODIFICATIVOS DO DIREITO DO
RECLAMANTE. b) TESTEMUNHAL
INVERSÃO DO ONUS DA PROVA: Pessoa chamada a juízo para depor sobre fatos constantes do litigio, atestando
Pode ocorrer a Transferência do ônus da prova que seria do obreiro para o ou não a veracidade dos mesmos ou prestando esclarecimento fatos indagados
reclamado em proteção a hipossufiência da relação jurídica. Exemplo: CARTÃO pelo juízo.
DE PONTO, EMPRESAS ACIMA DE 20 FUNCIONÁRIOS. É considerado Serviço Público (dever de colaboração) art. 463 do CPC.
Art. 818. O ônus da prova incumbe: (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) Salvo incapazes, impedidos (cônjuge, companheiro, ascendente, descendentes)
I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; (Incluído pela Lei e suspeitos (interesse no litigio, amigo, inimigo).
nº 13.467, de 2017) Comparecem independente de intimação, art. 825 e art. 852-H, § 2º, CLT).
II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou - Não comparecendo serão intimada pelo juízo, art. 825, p.ú, da CLT
extintivo do direito do reclamante. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) - Não comparecendo, sem motivo justificado, após intimação, ficam sujeitas a
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa condução coercitiva, art.852-H, § 3° e multa, art. 730 da CLT
relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o SÚMULA 357, TST – Não é suspeita a testemunha que litigou u esta litigando
encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do contra o mesmo empregador.
fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde CONTRADITAR TESTEMUNHA: antes do compromisso, logo após a qualificação.
que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a (art. 828 da CLT)
oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. (Incluído pela Lei Negação da Testemunha: meios de prova: documental e testemunha até 3, no
nº 13.467, de 2017) ato ou inquiridas em separado. Se comprovado, o juiz dispensará a testemunha
§ 2o A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida antes da ou tomará o depoimento sem o compromisso.
abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da
audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito QUANTIDADE:
admitido. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO – 3 Art. 821 da CLT
§ 3o A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO – 2 art. 852-H, § 2°, da CLT
desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente INQUÉRITO APURAÇÃO FALTA GRAVE – 6 Art. 821 da CLT
difícil. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 456 do CPC: 1° testemunha do autor, depois testemunha do réu. O Juiz pode
mudar a ordem se as partes concordarem
TIPOS DE PROVAS. A testemunha será inquirida pelo Juiz, podendo ser reinquirida por seu
a) DEPOIMENTO PESSOAL: art. 848 da CLT – VER SÚMULA 74, I, DO TST intermédio, a requerimento das partes, seus representantes ou advogados. Art.
Em regra realizado de oficio pelo Juiz, porém não a impedimento das partes 820 da CLT.
solicitarem o depoimento uma da outra. Neste caso, pode haver o ORDEM: 1° A PARTE, DEPOIS A PARTE CONTRARIA (Art. 459 do CPC)
indeferimento do juiz desde que de forma fundamentada, sem que isso, O depoimento não será ouvido pela outra testemunha. Art. 824 da CLT.
necessariamente, configure cerceio de defesa, o que ocorre quando a sentença Art. 819 - O depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a
pauta-se em outras provas constantes dos autos. Do depoimento pessoa pode língua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou
ocorre a CONFISSÃO pode ser: presidente.
JUDICIAL: Espontânea – Em regra, feita por petição. § 1º - Proceder-se-á da forma indicada neste artigo, quando se tratar de
Provocada – Proveniente depoimento pessoal. surdo-mudo, ou de mudo que não saiba escrever.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

134
§ 2º - Em ambos os casos de que este artigo trata, as despesas correrão por HONORÁRIOS DOS PERITOS ASSISTENTES: DE QUEM OS INDICAR. SUMULA 341, TST.
conta da parte a que interessar o depoimento. PROCEDIMENTO SUMARISSIMO: Art. 852-H, DA CLT – SOMENTE QUANDO A PROVA
§ 2º As despesas decorrentes do disposto neste artigo correrão por conta da DO FATO O EXIGIR OU FOR LEGALMENTE IMPOSTA. JUIZ DEVE FIXAR PRAZO, OBEJTO
parte sucumbente, salvo se beneficiária de justiça gratuita. (Redação dada E PERITO. PRAZO COMUM PARA MANIFESTAÇÃO – 5 DIAS.
pela Lei nº 13.660, de 2018) A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte
Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça
podendo ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das gratuita. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
partes, seus representantes ou advogados. § 1º Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite
Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho. (Incluído
testemunhas, salvo quando se tratar de inquérito, caso em que esse número pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
poderá ser elevado a 6 (seis). (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de § 2º O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais. (Incluído
19.1.1946) pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
Art. 822 - As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas faltas § 3º O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de
ao serviço, ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, quando perícias. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
devidamente arroladas ou convocadas. § 4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha
Art. 823 - Se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor em obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput,
hora de serviço, será requisitada ao chefe da repartição para comparecer à ainda que em outro processo, a União responderá pelo encargo. (Incluído pela
audiência marcada. Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
Art. 824 - O juiz ou presidente providenciará para que o depoimento de uma
testemunha não seja ouvido pelas demais que tenham de depor no processo. e) INSPEÇÃO JUDICIAL: ART. 481 a 484 DO CPC
Art. 825 - As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de REQUERIMENTO: DE OFICIO OU PELAS PARTES, EM QUALQUER FASE DO PROCESSO.
notificação ou intimação. PODERÁ SER DE PESSOAS E COISAS
Parágrafo único - As que não comparecerem serão intimadas, ex-officio ou a
requerimento da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva, além das f) PROVA EMPRESTADA: ART 372 DO CPC.
penalidades do art. 730, caso, sem motivo justificado, não atendam à intimação Transferência de provas realizadas em um processo para outro mediante
Art. 828 - Toda testemunha, antes de prestar o compromisso legal, será certidão.
qualificada, indicando o nome, nacionalidade, profissão, idade, residência, e, Exemplo: Docs, Depoimento Pessoal, Testemunhal, pericial etc.
quando empregada, o tempo de serviço prestado ao empregador, ficando Deverá ser respeitado o contraditório;
sujeita, em caso de falsidade, às leis penais. Inserida no novo processo como prova documental;
Parágrafo único - Os depoimentos das testemunhas serão resumidos, por Utilizada Excepcionalmente.
ocasião da audiência, pelo secretário da Junta ou funcionário para esse fim
designado, devendo a súmula ser assinada pelo Presidente do Tribunal e pelos 6.5 DAS AUDIÊNCIAS
depoentes. Art. 813 - As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e
Art. 829 - A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados,
ou inimigo de qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas
depoimento valerá como simples informação. seguidas, salvo quando houver matéria urgente.
§ 1º - Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização
c) DOCUMENTAL: Escritos, gráficos, fotografias, desenhos, reproduções das audiências, mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a
cinematográficas e etc. antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas.
MOMENTO OPORTUNO: INICIAL E CONTESTAÇÃO § 2º - Sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências
EXCEÇÃO: a qualquer tempo, fatos ocorridos depois dos articulados ou para extraordinárias, observado o prazo do parágrafo anterior.
contrapô-los aos que foram produzidos nos autos. Art. 814 - Às audiências deverão estar presentes, comparecendo com a
SÚMULA 8 DO TST - Docs. juntados na fase recursal, requisitos: fatos posterior a necessária antecedência. os escrivães ou secretários.(Vide Leis nºs 409, de
sentença, justo impedimento. 1943 e 6.563, de 1978)
DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE: ART. 830 DA CLT Art. 815 - À hora marcada, o juiz ou presidente declarará aberta a audiência,
Docs. de conhecimento comum entre as partes sem a devida autenticação, ex: sendo feita pelo secretário ou escrivão a chamada das partes, testemunhas e
Convenção coletiva, a mesma terá validade se não for impugnada pela parte demais pessoas que devam comparecer. (Vide Leis nºs 409, de 1943 e 6.563, de
contraria. (OJ 36 DA SDI-I) 1978)
Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado Parágrafo único - Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou
autêntico pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. (Redação presidente não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo
dada pela Lei nº 11.925, de 2009). o ocorrido constar do livro de registro das audiências. Art. 816 - O juiz ou
Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu presidente manterá a ordem nas audiências, podendo mandar retirar do
será intimada para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original, recinto os assistentes que a perturbarem.
cabendo ao serventuário competente proceder à conferência e certificar a Art. 817 - O registro das audiências será feito em livro próprio, constando de
conformidade entre esses documentos. (Incluído pela Lei nº 11.925, de 2009). cada registro os processos apreciados e a respectiva solução, bem como as
ocorrências eventuais.
d) PERICIAL: Esclarecimento de questões técnicas (exames, vistoria ou Parágrafo único - Do registro das audiências poderão ser fornecidas certidões
avaliação). Art. 156 do CPC. às pessoas que o requererem.
REQUERIMENTO: JUIZ E PARTES Art. 843. [Reforma Trabalhista 2017] Na audiência de julgamento deverão estar
PAGAMENTO DO PERITO: PARTE SUCUMBENTE NO PEDIDO QUE GEROU A PERICIA, presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do
AINDA QUE BENEFICIARIO DA J.G. Art. 790,- B, § 4º, CLT. comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

135
Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se Parágrafo único - No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como
representar pelo Sindicato de sua categoria. (Redação dada pela Lei nº 6.667, decisão irrecorrível.
de 3.7.1979) Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como
§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições
outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão que lhe forem devidas. (Redação dada pela Lei nº 10.035, de 2000)
o proponente. Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua
§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por
comprovado, não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá ambas as partes. (Redação dada pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995)
fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de
pelo seu sindicato. processo judicial eletrônico até a audiência. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
§ 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser empregado 13.7.2017)
da parte reclamada. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017) Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o
Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o presidente, ex-officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário,
arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa interrogar os litigantes. (Redação dada pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995)
revelia, além de confissão quanto à matéria de fato. § 1º - Findo o interrogatório, poderá qualquer dos litigantes retirar-se,
Parágrafo único - Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o presidente prosseguindo a instrução com o seu representante.
suspender o julgamento, designando nova audiência. § 2º - Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, os peritos e os técnicos, se
§ 1o Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, houver.
designando nova audiência. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível,
§ 2o Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente
pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente
ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de de nova notificação.
quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável. Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) -ADIIN prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou
§ 3o O pagamento das custas a que se refere o § 2o é condição para a presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será
propositura de nova demanda. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) proferida a decisão.
§ 4o A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se: Parágrafo único - O Presidente da Junta, após propor a solução do dissídio,
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) tomará os votos dos vogais e, havendo divergência entre estes, poderá
I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação; (Incluído desempatar ou proferir decisão que melhor atenda ao cumprimento da lei e ao
pela Lei nº 13.467, de 2017) justo equilíbrio entre os votos divergentes e ao interesse social.
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017) 6.6 DO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei
considere indispensável à prova do ato; Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o
IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam
estiverem em contradição com prova constante dos autos. submetidos ao procedimento sumaríssimo.
§ 5o Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas
aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados. (Incluído em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional.
pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:
I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente;
SE O RECLAMANTE DER CAUSA A DOIS ARQUIVAMENTOS, OCORRERÁ A PEREMPÇÃO II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do
TEMPORARIA (Art. 731, 732, CLT); nome e endereço do reclamado;
AINDA QUE REVEL O RECLAMADO DEVERÁ SER NOTIFICADO DA DECISAO – ART. 852 III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze
DA CLT; dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de
O NÃO COMPARECIMENTO DE AMBOS EM AUDIENCIA POSTERIOR A DE CONCILIAÇÃO acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento. § 1º
GERARÁ PARA AMBOS CONFISSAO QUANTO A MATERIA DE FATO (SÚMULA 74 DO O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo
TST) importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de
custas sobre o valor da causa.
Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência § 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço
acompanhados das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas
provas. ao local anteriormente indicado, na ausência de comunicação. (Incluído pela
Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação. Lei nº 9.957, de 2000)
§ 1º - Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e
litigantes, consignando-se o prazo e demais condições para seu cumprimento. julgadas em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto,
§ 2º - Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá ser que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular.
estabelecida a de ficar a parte que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas
integralmente o pedido ou pagar uma indenização convencionada, sem prejuízo a serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo
do cumprimento do acordo. limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias,
Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência
de conciliação. comum ou técnica.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

136
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as c) Dispositivo: Coberto pelo Manto da Coisa Julgada, sua falta gera a
vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a inexistência do ato
solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. JULGAMENTO ULTRA (+)
Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos EXTRA (diferente)
essenciais, as afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à CITRA (-)
solução da causa trazidas pela prova testemunhal. Poderá ser atacada por RECURSO E AÇÃO RESCISORIA (ART. 966, V,CPC)
Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que
possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demais ORDEM DA AUDIÊNCIA
questões serão decididas na sentença. 1° PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e DEFESA – ORAL 20 MINUTOS OU ESCRITA
julgamento, ainda que não requeridas previamente. DEPOIMENTO DAS PARTES – ART. 848, DA CLT.
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á DEPOIMENTO DAS TESTEMUNHAS
imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta RAZÕES FINAIS – ART. 850, CLT.
impossibilidade, a critério do juiz. 2° PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO (CASO NÃO OCORRA GERA NULIDADE ABSOLUTA DA
§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à DECISAO – ENTENDIMENTO DOUTRINARIO)
audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação. SENTENÇA
§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente OBS: ACORDO REALIZADO SEM RESSALVA, ALCANÇA TODAS AS PARCELAS
convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o TRABALHISTA DO EXTINTO CONTRATO DE TRABALHO (OJ – 132 – SDI, II, DO TST)
juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva.
§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será 6.8 COISA JULGADA: Atinge a parte dispositiva da sentença; Atinge: autor, réu e
deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto terceiros
da perícia e nomear perito. MATERIAL: Apenas em sentenças definitivas, onde ocorre a resolução do mérito;
§ 6º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum Não permite renovação da demanda.
de cinco dias. FORMAL: Quando para aquela decisão não cabe recurso. Sentença definitivas
§ 7º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo ou terminativas, sem resolução do mérito, renovação da demanda;
dar-se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado LEI ENTRE AS PARTES: Nos limites da demanda (pedido, causa de pedir e
nos autos pelo juiz da causa. questões decididas no processo, desde que constem da parte dispositiva da
Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com sentença.
resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. QUESTÃO PREJUDICIAL: Faz coisa julgada se dessa resolução depender o
§ 1º O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e julgamento do mérito – art. 503, § 1°, CPC.
equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum. PEDIDO DE REVISÃO: Relação Jurídica Continuativa + modificação do estado de
(Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000) fato/direito = pedido de revisão do que foi estatuído em sentença
§ 3º As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável
prolatada. e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
Art. 851 - Os tramites de instrução e julgamento da reclamação serão Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei
resumidos em ata, de que constará, na íntegra, a decisão. nos limites da questão principal expressamente decidida.
§ 1º - Nos processos de exclusiva alçada das Juntas, será dispensável, a juízo § 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida
do presidente, o resumo dos depoimentos, devendo constar da ata a conclusão expressa e incidentemente no processo, se:
do Tribunal quanto à matéria de fato. I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
§ 2º - A ata será, pelo presidente ou juiz, junta ao processo, devidamente II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando
assinada, no prazo improrrogável de 48 (quarenta e oito) horas, contado da no caso de revelia;
audiência de julgamento, e assinada pelos juízes classistas presentes à III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la
mesma audiência. como questão principal.
Art. 852 - Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu § 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições
representante, na própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á probatórias ou limitações à cognição que impeçam o aprofundamento da
pela forma estabelecida no § 1º do art. 841. análise da questão prejudicial.
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
6.7 DA SENTENÇA – ART. 832 DA CLT I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte
dispositiva da sentença;
MOMENTO DE INTIMAÇÃO DO PRAZO RECURSAL: II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
DA PUBLICAÇÃO – SUMULA 197, TST Art. 505.Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à
SEM A JUNTADA EM 48 HORAS, MOMENTO EM QUE A PARTE FOR INTIMADA – mesma lide, salvo:
SUMULA 30 DO TST. I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio
TIPOS DE SENTENÇA: modificação no estado de fato ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a
a) Terminativas: extinguem o processo SEM RESOLUÇAÕ DO MERITO; revisão do que foi estatuído na sentença;
b) Definitivas: Extinguem o processo COM RESOLUÇÃO DO MERITO: II - nos demais casos prescritos em lei.
REQUISITOS DA SENTENÇA Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não
a) Relatório: Exceto para o P. SUMARÍSSIMO, art. 852, I, da CLT; prejudicando terceiros.
b) Fundamentação: Motivação – sua falta gera reconhecimento da Art. 507.É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já
nulidade; decididas a cujo respeito se operou a preclusão.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

137
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão e) PRINCÍPIO REFORMATIO IN PEJUS: não pode a decisão do recurso
deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia prejudicar a parte que recorreu.
opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.
7.5 JUÍZOS DE ADMISSIBILIDADE
a) Juízo a quo: prolator da decisão impugnada.
a) Juízo ad quem: competente para julgar o recurso
EXCEÇÃO: Embargos de Declaração

7.6 PRESSUPOSTOS RECURSAIS OBJETIVOS E SUBJETIVOS


a) Objetivos
a.1) Recorribilidade do ato: o ato deve ser impugnável através de recurso;
a.2) Adequação: a parte deve utilizar o recurso adequado, se o recurso for
grosseiro não prevalecerá o princípio da fungibilidade
a.3) Tempestividade:
Recurso deve ser interposto no prazo legal sob pena de não conhecimento do
recurso.
Pode ser protocolado antes da publicação.
a.4) Preparo: Exige o recolhimento de custas e deposito recursal. (EXCETO A.I –
momento da interposição do recurso).
Recolhimento até o prazo recursal. A insuficiência do pagamento das CUSTAS e
deposito recursal (OJ – 140), poderá ser suprimido em 5 dias.
RECURSOS SEM DEPOSITO RECURSAL; A.P; A.R; E.D; PEDIDO DE REVISAO

PARTE RECORRENTE CONDENAÇÃO DEPOSITO FUNDAMENTO


EM PECUNIA
RECLAMANTE - NAO ART.899, §4,
DA CLT
RECLAMADO NÃO NAO SUMULA 161,
TST
RECLAMADO SIM SIM ART.899, CLT
RCDO – MASSA FALIDA SIM NÃO SUMULA 86,
TST
RCDO – RECUPERAÇÃO JUDICIAL/ SIM NÃO ART. 899 §
ENTIDADES FILANTROPICAS 10 DA CLT
BENEFICIARIOS DA JUSTIÇA GRATUITA
EMPRESAS PUBLICAS E SOCIEDADE SIM SIM SUMULA 170
DE ECONOMINA MISTA DO TST

ENTIDADES SEM/FINS LUCRATIVO SIM SIM 50% ART. 899, § 9


EMP.DOMESTICOS, EMPRESAS DA CLT
INDIVIDUAIS E MICROEMPRESAS E
EMPRESAS DE PEQUENO PORTE
FAZENDA SIM NÃO ART. 1º, IV DO
DL n° 779/69

Havendo condenação solidaria de uma ou mais empresas o deposito recursal


7 RECURSOS NO PROCESSO DO TRABALHO
realizado por uma aproveita as demais, exceto se quem realizou esta pedindo
7.1 CONCEITO: Provocação de reexame de determinada matéria, para autoridade
exclusão da lide – (SUMULA 128, TST)
hierarquicamente superior ou própria autoridade.
Na há deposito recursal nos dissídios coletivos, visto que a natureza jurídica da
7.2 OBJETIVO: Reforma ou modificação do julgado.
sentença e constitutiva ou declaratória.
7.3 NATUREZA JURIDICA: Prolongamento do exercício do direito de ação.
Multa por litigância de má fé não e requisito para interposição do recurso, pois
7.4 PRINCÍPIOS DO RECURSO
não se qualifica como custas processuais (OJ 409, SDI 1, do TST).
a) PRINCÍPIO CONTRADITORIO/AMPLA DEFESA:
a.5) Regularidade de representação: sob pena de não conhecimento do recurso
b) PRINCÍPIO SINGULARIDADE E UNICIDADE RECURSAL: Não permite a
em face da irregularidade processual.
interposição de mais de 1 recurso na mesma decisão;
c) PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RCURSAL: Requisitos: Inexistir erro
b) SUBJETIVOS
grosseiro; duvida plausível entre os recursos, recurso interposto errado
b.1) Legitimidade: Partes, MPT e terceiro prejudicado.
deve obedecer ao prazo recursal do recurso cabível;
b.2) Capacidade: a parte deve ser plenamente capaz no momento da
d) PRINCÍPIO VOLUNTARIEDADE: as partes interpõem recursos se desejarem.
interposição do recurso;
Exceto: remessa necessária: U, E, DF, M, AUT, Fundações.
b.3) Interesse: o recurso deve ser útil e necessário a parte. Ex: recorrer de
sentença que lhe foi favorável
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

138
7.7 DOS RECURSOS EM ESPÉCIE a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe
Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a
I - embargos; Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou
II - recurso ordinário; contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula
III - recurso de revista; vinculante do Supremo Tribunal Federal;
IV - agravo. b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de
§ 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de
admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal
somente em recursos da decisão definitiva (IRRECORRIBILIDADE DE IMEDIATO Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da
DAS DECISOES INTERLOCUTORIAS) alínea a;
§ 2º - A interposição de recurso para o Supremo Tribunal Federal não c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta
prejudicará a execução do julgado. e literal à Constituição Federal.
Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 § 1º O recurso de revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será interposto
(oito) dias: perante o Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, que, por decisão
I - de decisão não unânime de julgamento que: fundamentada, poderá recebê-lo ou denegá-lo.
a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que § 1º-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte:
excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o
estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista;
nos casos previstos em lei; II - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de
II - das decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões lei, súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que
proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou conflite com a decisão regional;
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou súmula III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos
vinculante do Supremo jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de
§ 2º A divergência apta a ensejar os embargos deve ser atual, não se cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação
considerando tal a ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho jurisprudencial cuja contrariedade aponte.
ou do Supremo Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória IV - transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade
jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos
§ 3º O Ministro Relator denegará seguimento aos embargos declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão
I - se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula da veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão regional que rejeitou os
jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, da ocorrência
Federal, ou com iterativa, notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior da omissão. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
do Trabalho, cumprindo-lhe indicá-la; § 2º Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas
II - nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de
representação ou de ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco de embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de
admissibilidade. ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal.
§ 4º Da decisão denegatória dos embargos caberá agravo, no prazo de 8 (oito) REVOGADOS – 3° a ¨6°
dias. § 7º A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser atual, não se
Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: considerando como tal a ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do
I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória
(oito) dias; e jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.
II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em § 8º Quando o recurso fundar-se em dissenso de julgados incumbe ao
processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos recorrente o ônus de produzir prova da divergência jurisprudencial, mediante
dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou
§ 1º - Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicada a
ordinário: decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na internet,
II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o com indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as
relator liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.
Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor; § 9º Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido
III - terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do
de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal
certidão; Federal e por violação direta da Constituição Federal.
IV - terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a § 10. Cabe recurso de revista por violação a lei federal, por divergência
indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal nas execuções fiscais e nas
voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a controvérsias da fase de execução que envolvam a Certidão Negativa de
certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão. Débitos Trabalhistas (CNDT)
§ 2º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma para § 11. Quando o recurso tempestivo contiver defeito formal que não se repute
o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas grave, o Tribunal Superior do Trabalho poderá desconsiderar o vício ou mandar
demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo. saná-lo, julgando o mérito.
Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do § 12. Da decisão denegatória caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias.
Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio § 13. Dada a relevância da matéria, por iniciativa de um dos membros da Seção
individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho,
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

139
aprovada pela maioria dos integrantes da Seção, o julgamento a que se refere em casos idênticos aos afetados como recursos repetitivos, até o
o § 3o poderá ser afeto ao Tribunal Pleno. pronunciamento definitivo do Tribunal Superior do Trabalho.
§ 14. O relator do recurso de revista poderá denegar-lhe seguimento, em § 4o Caberá ao Presidente do Tribunal de origem admitir um ou mais recursos
decisão monocrática, nas hipóteses de intempestividade, deserção, representativos da controvérsia, os quais serão encaminhados ao Tribunal
irregularidade de representação ou de ausência de qualquer outro pressuposto Superior do Trabalho, ficando suspensos os demais recursos de revista até o
extrínseco ou intrínseco de admissibilidade. (Incluído pela Lei nº 13.467, de pronunciamento definitivo do Tribunal Superior do Trabalho.
13.7.2017) § 5o O relator no Tribunal Superior do Trabalho poderá determinar a suspensão
Art. 896-A O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará dos recursos de revista ou de embargos que tenham como objeto controvérsia
previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos idêntica à do recurso afetado como repetitivo.
gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica. (Incluído pela Medida § 6o O recurso repetitivo será distribuído a um dos Ministros membros da
Provisória nº 2.226, de 4.9.2001) Seção Especializada ou do Tribunal Pleno e a um Ministro revisor.
§ 1º São indicadores de transcendência, entre outros: (Incluído pela Lei nº § 7o O relator poderá solicitar, aos Tribunais Regionais do Trabalho,
13.467, de 13.7.2017) informações a respeito da controvérsia, a serem prestadas no prazo de 15
I - econômica, o elevado valor da causa; (Incluído pela Lei nº 13.467, de (quinze) dias.
13.7.2017) § 8o O relator poderá admitir manifestação de pessoa, órgão ou entidade com
II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do interesse na controvérsia, inclusive como assistente simples, na forma da Lei
Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
Lei nº 13.467, de 13.7.2017) § 9o Recebidas as informações e, se for o caso, após cumprido o disposto no §
III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social 7o deste artigo, terá vista o Ministério Público pelo prazo de 15 (quinze) dias.
constitucionalmente assegurado; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017) § 10. Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do
IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da relatório aos demais Ministros, o processo será incluído em pauta na Seção
legislação trabalhista. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017) Especializada ou no Tribunal Pleno, devendo ser julgado com preferência sobre
§ 2º Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao recurso de os demais feitos.
revista que não demonstrar transcendência, cabendo agravo desta decisão § 11. Publicado o acórdão do Tribunal Superior do Trabalho, os recursos de
para o colegiado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017) revista sobrestados na origem:
§ 3º Em relação ao recurso que o relator considerou não ter transcendência, o I - terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido coincidir
recorrente poderá realizar sustentação oral sobre a questão da com a orientação a respeito da matéria no Tribunal Superior do Trabalho; ou
transcendência, durante cinco minutos em sessão. (Incluído pela Lei nº 13.467, II - serão novamente examinados pelo Tribunal de origem na hipótese de o
de 13.7.2017) acórdão recorrido divergir da orientação do Tribunal Superior do Trabalho a
§ 4º Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, será respeito da matéria.
lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que constituirá decisão § 12. Na hipótese prevista no inciso II do § 11 deste artigo, mantida a decisão
irrecorrível no âmbito do tribunal. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017) divergente pelo Tribunal de origem, far-se-á o exame de admissibilidade do
§ 5º É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de recurso de revista.
instrumento em recurso de revista, considerar ausente a transcendência da § 13. Caso a questão afetada e julgada sob o rito dos recursos repetitivos
matéria. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017) também contenha questão constitucional, a decisão proferida pelo Tribunal
§ 6º O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela Presidência Pleno não obstará o conhecimento de eventuais recursos extraordinários sobre
dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise dos pressupostos a questão constitucional.
intrínsecos e extrínsecos do apelo, não abrangendo o critério da § 14. Aos recursos extraordinários interpostos perante o Tribunal Superior do
transcendência das questões nele veiculadas. (Incluído pela Lei nº 13.467, de Trabalho será aplicado o procedimento previsto no art. 543-B da Lei nº 5.869,
13.7.2017) de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), cabendo ao Presidente do
Art. 896-B. Aplicam-se ao recurso de revista, no que couber, as normas da Lei Tribunal Superior do Trabalho selecionar um ou mais recursos representativos
no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), relativas ao da controvérsia e encaminhá-los ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os
julgamento dos recursos extraordinário e especial repetitivos. demais até o pronunciamento definitivo da Corte, na forma do § 1o do art. 543-
Art. 896-C. Quando houver multiplicidade de recursos de revista fundados em B da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
idêntica questão de direito, a questão poderá ser afetada à Seção § 15. O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho poderá oficiar os Tribunais
Especializada em Dissídios Individuais ou ao Tribunal Pleno, por decisão da Regionais do Trabalho e os Presidentes das Turmas e da Seção Especializada
maioria simples de seus membros, mediante requerimento de um dos Ministros do Tribunal para que suspendam os processos idênticos aos selecionados como
que compõem a Seção Especializada, considerando a relevância da matéria ou recursos representativos da controvérsia e encaminhados ao Supremo
a existência de entendimentos divergentes entre os Ministros dessa Seção ou Tribunal Federal, até o seu pronunciamento definitivo.
das Turmas do Tribunal. § 16. A decisão firmada em recurso repetitivo não será aplicada aos casos em
§ 1o O Presidente da Turma ou da Seção Especializada, por indicação dos que se demonstrar que a situação de fato ou de direito é distinta das presentes
relatores, afetará um ou mais recursos representativos da controvérsia para no processo julgado sob o rito dos recursos repetitivos.
julgamento pela Seção Especializada em Dissídios Individuais ou pelo Tribunal § 17. Caberá revisão da decisão firmada em julgamento de recursos repetitivos
Pleno, sob o rito dos recursos repetitivos. quando se alterar a situação econômica, social ou jurídica, caso em que será
§ 2o O Presidente da Turma ou da Seção Especializada que afetar processo respeitada a segurança jurídica das relações firmadas sob a égide da decisão
para julgamento sob o rito dos recursos repetitivos deverá expedir anterior, podendo o Tribunal Superior do Trabalho modular os efeitos da
comunicação aos demais Presidentes de Turma ou de Seção Especializada, que decisão que a tenha alterado.
poderão afetar outros processos sobre a questão para julgamento conjunto, a Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias:
fim de conferir ao órgão julgador visão global da questão. a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções;
§ 3o O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho oficiará os Presidentes dos b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos
Tribunais Regionais do Trabalho para que suspendam os recursos interpostos
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

140
§ 1º - O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento imediato da importância de
justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução depósito, em favor da parte vencedora, por simples despacho do juiz. (Redação
imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de dada pela Lei nº 5.442, 24.5.1968)
sentença. § 2º Tratando-se de condenação de valor indeterminado, o depósito
§ 2º - O agravo de instrumento interposto contra o despacho que não receber corresponderá ao que fôr arbitrado, para efeito de custas, pela Junta ou Juízo
agravo de petição não suspende a execução da sentença de Direito, até o limite de 10 (dez) vêzes o salário-mínimo da região. (Redação
§ 3o Na hipótese da alínea “a” deste artigo, o agravo será julgado pelo próprio dada pela Lei nº 5.442, 24.5.1968)
tribunal, presidido pela autoridade recorrida, salvo se se tratar de decisão de § 3º (Revogado pela Lei nº 7.033, de 5.10.1982)
Juiz do Trabalho de 1ª Instância ou de Juiz de Direito, quando o julgamento § 4º O depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido com
competirá a uma das Turmas do Tribunal Regional a que estiver subordinado o os mesmos índices da poupança. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
prolator da sentença, observado o disposto no art. 679, a quem este remeterá § 5º ... (Revogado pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
as peças necessárias para o exame da matéria controvertida, em autos § 6º - Quando o valor da condenação, ou o arbitrado para fins de custas,
apartados, ou nos próprios autos, se tiver sido determinada a extração de carta exceder o limite de 10 (dez) vêzes o salário-mínimo da região, o depósito para
de sentença. fins de recursos será limitado a êste valor. (Incluído pela Lei nº 5.442,
§ 4º - Na hipótese da alínea b deste artigo, o agravo será julgado pelo Tribunal 24.5.1968)
que seria competente para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada. § 7º No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal
§ 5o Sob pena de não conhecimento, as partes promoverão a formação do corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao
instrumento do agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato qual se pretende destrancar. (Incluído pela Lei nº 12.275, de 2010)
julgamento do recurso denegado, instruindo a petição de interposição: § 8º Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso
I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da de revista que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência
respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas
agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão ou em orientação jurisprudencial, não haverá obrigatoriedade de se efetuar o
originária, do depósito recursal referente ao recurso que se pretende depósito referido no § 7º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
destrancar, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito recursal § 9º O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades
a que se refere o § 7o do art. 899 desta Consolidação; sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores
II - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis ao individuais, microempresas e empresas de pequeno porte. (Incluído pela Lei nº
deslinde da matéria de mérito controvertida. 13.467, de 13.7.2017)
§ 6o O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso § 10. São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as
principal, instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial. (Incluído pela
julgamento de ambos os recursos. Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
§ 7o Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso § 11. O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro
principal, observando-se, se for o caso, daí em diante, o procedimento relativo garantia judicial. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
a esse recurso. Art. 900 - Interposto o recurso, será notificado o recorrido para oferecer as
§ 8o Quando o agravo de petição versar apenas sobre as contribuições sociais, suas razões, em prazo igual ao que tiver tido o recorrente.
o juiz da execução determinará a extração de cópias das peças necessárias, Art. 901 - Sem prejuízo dos prazos previstos neste Capítulo, terão as partes
que serão autuadas em apartado, conforme dispõe o § 3o, parte final, e vistas dos autos em cartório ou na secretaria.
remetidas à instância superior para apreciação, após contraminuta. Parágrafo único - Salvo quando estiver correndo prazo comum, aos
Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo procuradores das partes será permitido ter vista dos autos fora do cartório ou
de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão secretaria.
subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito
modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e - RECURSO ADESIVO ART. 997 DO CPC
manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com
§ 1o Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de observância das exigências legais.
qualquer das partes. § 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles
§ 2o Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá poderá aderir o outro.
ocorrer em virtude da correção de vício na decisão embargada e desde que § 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe
ouvida a parte contrária, no prazo de 5 (cinco) dias. aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e
§ 3o Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o
outros recursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, seguinte:
irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura. I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora
Art. 898 - Das decisões proferidas em dissídio coletivo que afete empresa de interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder;
serviço público, ou, em qualquer caso, das proferidas em revisão, poderão II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso
recorrer, além dos interessados, o Presidente do Tribunal e a Procuradoria da especial;
Justiça do Trabalho. III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for
Art. 899 Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito ele considerado inadmissível.
meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a
execução provisória até a penhora. (Redação dada pela Lei nº 5.442, de Súmula 283/TST - 11/07/2017. Recurso adesivo. Pertinência no processo do
24.5.1968) trabalho. Correlação de matérias. CLT, art. 769. CPC, art. 500. Revisão da
§ 1º Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vêzes o salário-mínimo regional, Súmula 196/TST. O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho,
nos dissídios individuais, só será admitido o recurso inclusive o extraordinário, onde cabe, no prazo de 8 dias, nas hipóteses de interposição de recurso
mediante prévio depósito da respectiva importância. Transitada em julgado a ordinário, de agravo de petição, de revista e de embargos, sendo desnecessário
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

141
que a matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto g) DA RESPONSABILIDADE PELAS DESPESAS PROCESSUAIS
pela parte contrária. O devedor e responsável pelo pagamento, além do valor devido ao credor, de
todas as despesas processuais.
8. DO PROCESSO EXECUÇÃO
h) DO NÃO AVILTAMENTO DO DEVEDOR
8.1 OCORRÊNCIA: Só serão sujeitas ao Procedimento de Execução as sentenças A execução não deve afrontar a dignidade humana do executado,
condenatórias. expropriando-lhe bens indispensáveis à sua subsistência e da dos membros de
sua família.
8.2 OBJETIVO Assegurar a satisfação do direito do credor imposto no comando BENS IMPENHORAVEIS – 833 DO CPC E LEI. N° 8.009/1990
sentencia. I) DA LIVRE DISPONIBILIDADE DO PROCESSO PELO CREDOR
Faculdade do credor de desistir da execução ou de alguma medida executiva,
8.3 DISCIPLINA LEGAL independentemente da concordância do devedor. Art. 775, §único do CPC.
CLT – Art. 876 ao art. 892 Divergência: quando o devedor tiver oferecido embargos a execução.
Lei 5.584/1970 – art. 13
Lei 6.830/1980 – (utilizada no caso de omissão da CLT) 8.6 TITULOS EXECUTIVOS TRABALHISTAS- art. 876 da CLT
CPC – (Utilizada no caso da omissão da CLT e Lei e execução fiscal). a) Judiciais:
Art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido
8.4 AUTONOMIA DA EXECUÇÃO TRABALHISTA. recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos;
Em função da nova redação dada ao art. 876 da CLT que possibilitou no âmbito b) Extrajudiciais
da Justiça do Trabalho a execução de títulos extrajudiciais. Entende-se pela Os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do
autonomia do processo de execução em detrimento ao processo de Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de
conhecimento. Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida neste Capítulo.
Cheque e nota promissória – art. 13, da IN 39/2016.
8.5 PRINCÍPIOS Multas inscritas na DAU provenientes dos autos de infração lavrados pelos
auditores fiscais do trabalho
a) DA IGUALDADE DE TRATAMENTO ENTRE AS PARTES; Sentença arbitral condenatória – (remuneração superior a 2 vezes o RPS +
O executado deverá suportar os efeitos dos atos expropriatórios derivados da Clausula compromissória de arbitragem + iniciativa o empregado ou
execução, apenas assegurado ao mesmo que, no cumprimento do julgado, seja concordância expressa)
observada a legislação vigente.
8.7 LEGITIMIDADE
b) DA NATUREZA REAL; ATIVA: art. 878 da CLT e art. 778 do CPC
Os atos expropriatórios devem recair sobre os bens do devedor e nunca sobre a) De oficio pelo juiz ou presidente do tribunal que decidiu o dissidio
a pessoa, conforme dispõe o art. 789 da CLT. (titulo judicial);
b) De oficio pelo juiz ou presidente do tribunal que seria competente
c) DA LIMITAÇÃO EXPROPRIATORIA (titulo extrajudicial);
Impedimento da alienação total dos bens do devedor, quando parte dos bens QUANDOS AS PARTES NÃO ESTIVEREM REPRESENTADAS POR ADVOGADOS.
for bastante para atender a satisfação do direito do devedor. Art. 883 da CLT c) Credor; - SOBREVINDO A MORTE DO CREDOR, O JUIZ SUSPENDERA A
EXECUÇÃO ( ART. 921, I, DO CPC) ATE QUE SE FORMALIZE A
d) DA UTILIDADE PARA O CREDOR HABILITAÇÃO DO ESPOLIO, DOS HERDEIROS E DOS SUCESSORES.
O credor não pode utilizar da execução apenas para acarretar danos ao d) Devedor;
devedor, quando o patrimônio do executado não for suficiente para suportar a e) MPT
dívida. Art. 836 do CPC. f) Legitimados – art. 778, do CPC. Ex: Espolio
Art. 877 - É competente para a execução das decisões o Juiz ou Presidente do
e) DA NÃO PREJUDICIALIDADE DO DEVEDOR Tribunal que tiver conciliado ou julgado originariamente o dissídio.
Quando o credor, por diversos meios puder promover a execução, o juiz Art. 877-A - É competente para a execução de título executivo extrajudicial o
determinará que se faça pelo menos gravoso ao devedor. Art. 805 do CPC. juiz que teria competência para o processo de conhecimento relativo à
APLICAVEL A J.T, CONSOANTE DETERMINA O TST NA IN 39/2016 matéria.
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o Art. 878. [reforma trabalhista 2017] A execução será promovida pelas partes,
juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado.
gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
pena de manutenção dos atos executivos já determinados. Parágrafo único. ... (Revogado pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
Art. 878-A. Faculta-se ao devedor o pagamento imediato da parte que entender
f) DA ESPECIFICIDADE devida à Previdência Social, sem prejuízo da cobrança de eventuais diferenças
Relaciona-se a execução para a entrega de coisa e as obrigações de fazer e encontradas na execução ex officio.
não fazer, segundo o qual o credor além de receber perdas e danos deverá
receber o valor da coisa, quando esta se deteriorou, não foi entregue, não for PASSIVA:
encontrada, ou não for reclamada do poder do terceiro adquirente. Art. 809 e a) Empregador
816 do CPC. b) Trabalhador: Ex.: ação de cobrança de honorários periciais
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

142
8.8 SUCESSÃO TRABALHISTA, GRUPO ECONOMICO E DESCONSIDERAÇÃO DA Pena: Fixação de multa.
PERSONALIDADE JURIDICA.
8.10 – EXECUÇÃO PROVISÓRIA E DEFINITIVA
Na Sucessão trabalhista devidamente comprovada (art. 10 e art. 448 da CLT) a A execução provisória acontece das decisões das quais não tenha havido
empresa sucessora responde pelas dívidas trabalhistas assumidas e não recurso com efeito suspensivo. Tal execução e realizada por carta de sentença
adimplidas pela empresa sucedida, assumindo o sucessor o polo passivo da cujos requisitos estão estipulados no art. 522, do CPC. E execução provisória
execução trabalhista. ocorre até a penhora.
Qualquer empresa do Grupo econômico – a execução trabalhista pode ser Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição
promovida em face de qualquer integrante do grupo econômico, ainda que não dirigida ao juízo competente.
tenha participado do processo de conhecimento e não conste do titulo Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada
executivo judicial. de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser
Para a desconsideração da personalidade jurídica e obedecida a teoria da certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal:
penetração de forma ampla, para todos os casos em que se verifica a I - decisão exequenda;
insuficiência de recurso da empresa para adimplir os créditos trabalhistas, II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo;
independentemente da comprovação de fraude, simulação ou vicio de III - procurações outorgadas pelas partes;
finalidade. IV - decisão de habilitação, se for o caso;
PREVISÃO LEGAL: ART 28, 5° DO CDC E NO ART, 50 DO CC/2002 V - facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para
PROCESSAMENTO – ART. 133 a 137 DO CPC E ART. 855-A DA CLT demonstrar a existência do crédito.
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será A execução definitiva será realizada quando Art. 876 - As decisões passadas;
instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber os acordos, quando não cumpridos;
intervir no processo. Inadimplemento dos termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os Público do Trabalho e o inadimplemento de conciliação firmados perante as
pressupostos previstos em lei. Comissões de Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa neste Capítulo.
da personalidade jurídica. TITULO EXECUTIVO DEVE SER: LIQUIDO CERTO E EXIGIVEL
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do
processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução 8.11 LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA
fundada em título executivo extrajudicial. Art. 879. Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por
para as anotações devidas. artigos. (Redação dada pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954)
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da § 1º - Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda
personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será nem discutir matéria pertinente à causa principal. (Incluído pela Lei nº 8.432,
citado o sócio ou a pessoa jurídica. 11.6.1992)
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § § 1º-A. A liquidação abrangerá, também, o cálculo das contribuições
2º. previdenciárias devidas. (Incluído pela Lei nº 10.035, de 2000)
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos § 1º-B. As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do
legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica. cálculo de liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente.
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para (Incluído pela Lei nº 10.035, de 2000)
manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. § 2º Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens
decisão interlocutória. e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão. (Redação dada pela
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de § 3º Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do
bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente. Trabalho, o juiz procederá à intimação da União para manifestação, no prazo de
Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração 10 (dez) dias, sob pena de preclusão. (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007)
da personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei no 13.105, de 16 de § 4º A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os
março de 2015 - Código de Processo Civil. critérios estabelecidos na legislação previdenciária. (Parágrafo incluído pela
§ 1o Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente: Lei nº 10.035, de 2000)
I - na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1o do art. § 5º O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamentado,
893 desta Consolidação; dispensar a manifestação da União quando o valor total das verbas que
II - na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de integram o salário-de-contribuição, na forma do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24
garantia do juízo; de julho de 1991, ocasionar perda de escala decorrente da atuação do órgão
III - cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado jurídico. (Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007)
originariamente no tribunal. § 6º Tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o juiz poderá nomear
§ 2o A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de perito para a elaboração e fixará, depois da conclusão do trabalho, o valor dos
concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 da respectivos honorários com observância, entre outros, dos critérios de
Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).’ razoabilidade e proporcionalidade. (Incluído pela Lei nº 12.405, de 2011)
§ 7º A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial será feita
8.9 ATOS ATENTATORIOS A DIGNIDADE DA JUSTIÇA - art. 774 do CPC pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme a
Conduta comissiva ou omissiva do devedor que frauda a execução. Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017).
Ex.: Resiste injustificadamente a ordens judiciais
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

143
SEÇÃO II II – os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a
DO MANDADO E DA PENHORA residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as
Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
expedir mandado de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o III – os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo
acordo no prazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou, quando se se de elevado valor;
tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de contribuições sociais devidas à IV – os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os
União, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a execução, proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como
sob pena de penhora. as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do
§ 1º - O mandado de citação deverá conter a decisão exeqüenda ou o termo de devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários
acordo não cumprido. de profissional liberal, ressalvado o § 2º;
§ 2º - A citação será feita pelos oficiais de diligência. V – os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou
§ 3º - Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no espaço de 48 (quarenta outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do
e oito) horas, não for encontrado, far-se-á citação por edital, publicado no executado;
jornal oficial ou, na falta deste, afixado na sede da Junta ou Juízo, durante 5 VI – o seguro de vida;
(cinco) dias. VII – os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem
Art. 881 - No caso de pagamento da importância reclamada, será este feito penhoradas;
perante o escrivão ou secretário, lavrando-se termo de quitação, em 2 (duas) VIII – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada
vias, assinadas pelo exeqüente, pelo executado e pelo mesmo escrivão ou pela família;
secretário, entregando-se a segunda via ao executado e juntando-se a outra IX – os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação
ao processo. compulsória em educação, saúde ou assistência social;
Parágrafo único - Não estando presente o exeqüente, será depositada a X – a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40
importância, mediante guia, em estabelecimento oficial de crédito ou, em falta (quarenta) salários-mínimos;
deste, em estabelecimento bancário idôneo. XI – os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos
Art. 882 - O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir termos da lei;
a execução mediante depósito da mesma, atualizada e acrescida das despesas XII – os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de
processuais, ou nomeando bens à penhora, observada a ordem preferencial incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
estabelecida no art. 655 do Código Processual Civil. § 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao
próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição.
GRADAÇÃO PARA NOMEAÇÃO DE BENS A PENHORA – ART. 835 DO CPC § 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora
A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem,
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8º, e no art.
cotação em mercado; 529, § 3º.
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; § 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os
IV - veículos de via terrestre; equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa
V - bens imóveis; física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens
VI - bens móveis em geral; tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a
VII - semoventes; negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar,
VIII - navios e aeronaves; trabalhista ou previdenciária
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias; Lei 8.009/1990 - Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade
X - percentual do faturamento de empresa devedora; familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil,
XI - pedras e metais preciosos; comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam,
alienação fiduciária em garantia; salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
XIII - outros direitos. Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se
§ 1º É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e
alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que
concreto. guarnecem a casa, desde que quitados.
§ 2º Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança Art. 883 - Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á
bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do penhora dos bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da
débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento. condenação, acrescida de custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer
§ 3º Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa caso, devidos a partir da data em que for ajuizada a reclamação inicial.
dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também Art. 883-A. [reforma trabalhista 2017]: A decisão judicial transitada em julgado
será intimado da penhora. somente poderá ser levada a protesto, gerar inscrição do nome do executado
em órgãos de proteção ao crédito ou no Banco Nacional de Devedores
DOS BENS IMPENHORAVEIS Trabalhistas (BNDT), nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo de
Art. 833 São impenhoráveis: quarenta e cinco dias a contar da citação do executado, se não houver garantia
I – os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à do juízo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
execução;
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

144
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO E DA SUA IMPUGNAÇÃO § 1º A arrematação far-se-á em dia, hora e lugar anunciados e os bens serão
vendidos pelo maior lance, tendo o exeqüente preferência para a adjudicação.
FAZENDA PUBLICA ESTA DISPENSADA DA GARANTIA DO JUIZO. PRAZO: 30 DIAS – § 2º O arrematante deverá garantir o lance com o sinal correspondente a 20%
ART. 910 (vinte por cento) do seu valor.
EMMBARGOS A EXECUÇÃO POSSUI EFEITO SUSPENSIVO § 3º Não havendo licitante, e não requerendo o exeqüente a adjudicação dos
HAVENDO VARIOS EXECUTADOS NO MESMO PROCESSO, SOMENTE DEVERÃO SER bens penhorados, poderão os mesmos ser vendidos por leiloeiro nomeado pelo
ACEITOS OS EMBBARGOS A EXECUÇÃO INDIVIDUALMENTE OFERECIDOS, DAQUELES Juiz ou Presidente.
EXECUTADOS QUE GARANTIREM O JUIZO, PREVIAMENTO A EXECUÇÃO § 4º Se o arrematante, ou seu fiador, não pagar dentro de 24 (vinte e quatro)
Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 horas o preço da arrematação, perderá, em benefício da execução, o sinal de
(cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para que trata o § 2º dêste artigo, voltando à praça os bens executados.
impugnação. (DEVERÁ GARANTIR O JUIZO) Art. 889 - Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis,
§ 1º - A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o
decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da divida. (APLICA-SE processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da
SUBSIDIARIAMENTE O ART. 525, DO CPC – Outras matérias que podem ser Fazenda Pública Federal.
apreciadas) Art. 889-A. Os recolhimentos das importâncias devidas, referentes às
§ 2º - Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o contribuições sociais, serão efetuados nas agências locais da Caixa Econômica
Presidente do Tribunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcar Federal ou do Banco do Brasil S.A., por intermédio de documento de
audiência para a produção das provas, a qual deverá realizar-se dentro de 5 arrecadação da Previdência Social, dele se fazendo constar o número do
(cinco) dias. processo.
§ 3º - Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a § 1o Concedido parcelamento pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, o
sentença de liquidação, cabendo ao exeqüente igual direito e no mesmo prazo. devedor juntará aos autos a comprovação do ajuste, ficando a execução da
(RITO ANTIGO) contribuição social correspondente suspensa até a quitação de todas as
§ 4º - Julgar-se-ão na mesma sentença os embargos e as impugnações à parcelas.
liquidação apresentadas pelos credores trabalhista e previdenciário. § 2o As Varas do Trabalho encaminharão mensalmente à Secretaria da Receita
§ 5º - Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo Federal do Brasil informações sobre os recolhimentos efetivados nos autos,
declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação salvo se outro prazo for estabelecido em regulamento.
ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal.
DA EXECUÇÃO POR PRESTAÇÕES SUCESSIVAS
REIJEIÇÃO DOS EMBARGOS – ART. 918 DO CPC Art. 890 - A execução para pagamento de prestações sucessivas far-se-á com
Art. 918. O juiz rejeitará liminarmente os embargos: observância das normas constantes desta Seção, sem prejuízo das demais
I - quando intempestivos; estabelecidas neste Capítulo. Art. 891 - Nas prestações sucessivas por tempo
II - nos casos de indeferimento da petição inicial e de improcedência liminar do determinado, a execução pelo não-pagamento de uma prestação
pedido; compreenderá as que lhe sucederem.
III - manifestamente protelatórios. Art. 892 - Tratando-se de prestações sucessivas por tempo indeterminado, a
Parágrafo único. Considera-se conduta atentatória à dignidade da justiça o execução compreenderá inicialmente as prestações devidas até a data do
oferecimento de embargos manifestamente protelatórios. ingresso na execução.
Art. 885 - Não tendo sido arroladas testemunhas na defesa, o juiz ou
presidente, conclusos os autos, proferirá sua decisão, dentro de 5 (cinco) dias, EXCEÇÃO DE PRE-EXECUTIVDADE.
julgando subsistente ou insubsistente a penhora. Possibilidade de devedor alegar determinadas matérias, sem que para isso,
Art. 886 - Se tiverem sido arroladas testemunhas, finda a sua inquirição em necessite efetuar a garantia patrimonial da execução.
audiência, o escrivão ou secretário fará, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, Ex: Prescrição, Decadência.
conclusos os autos ao juiz ou presidente, que proferirá sua decisão, na forma EXCEÇÃO: FAZENDA PUBLICA
prevista no artigo anterior.
§ 1º - Proferida a decisão, serão da mesma notificadas as partes interessadas, PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
em registrado postal, com franquia. Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo
§ 2º - Julgada subsistente a penhora, o juiz, ou presidente, mandará proceder de dois anos. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
logo à avaliação dos bens penhorados. § 1º A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o
Art. 887 - A avaliação dos bens penhorados em virtude da execução de decisão exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução.
condenatória, será feita por avaliador escolhido de comum acordo pelas (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
partes, que perceberá as custas arbitradas pelo juiz, ou presidente do tribunal § 2º A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada
trabalhista, de conformidade com a tabela a ser expedida pelo Tribunal de ofício em qualquer grau de jurisdição. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
Superior do Trabalho. 13.7.2017)
§ 1º Não acordando as partes quanto à designação de avaliador, dentro de
cinco dias após o despacho que o determinou a avaliação, será o avaliador EMBARGOS DE TERCEIROS ARTS 674 AO ART. 680 DO CPC
designado livremente pelo juiz ou presidente do tribunal. Art. 674 Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de
§ 2º Os servidores da Justiça do Trabalho não poderão ser escolhidos ou constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível
designados para servir de avaliador. com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por
Art. 888 - Concluída a avaliação, dentro de dez dias, contados da data da meio de embargos de terceiro.
nomeação do avaliador, seguir-se-á a arrematação, que será anunciada por § 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou
edital afixado na sede do juízo ou tribunal e publicado no jornal local, se possuidor.
houver, com a antecedência de vinte (20) dias. § 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

145
I – o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de ADJUDICAÇÃO – NUNCA POR PREÇO INFERIOR AO DA AVALIAÇÃO
sua meação, ressalvado o disposto no art. 843; ALIENAÇÃO POR INICIATIVA PARTICULAR OU INTERMEDIO DO CORRETOR JUDICIAL
II – o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a LEILAO - ARREMATAÇÃO.
ineficácia da alienação realizada em fraude à execução; REMIÇÃO
III – quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração
da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte; RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
IV – o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de
direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos XX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 01 - Ramiro e João trabalharam
atos expropriatórios respectivos. para a sociedade empresária Braço Forte Ltda. Ramiro foi dispensado e
Art. 675 Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de cumpriu o aviso prévio trabalhando. João pediu demissão e a sociedade
conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no empresária o dispensou do cumprimento do aviso prévio. Sobre o prazo de
cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias pagamento das verbas rescisórias, a partir do caso descrito, assinale a
depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da afirmativa correta.
arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. A) No caso de Ramiro, as verbas deverão ser pagas no primeiro dia útil
Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse seguinte ao término do contrato; e, no caso de João, até dez dias após a
em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente. dispensa do cumprimento do aviso prévio.
Art. 676 Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou B) No caso de Ramiro, as verbas deverão ser pagas até dez dias após o término
a constrição e autuados em apartado. do contrato; e, no caso de Jo, até dez dias após a projeção do aviso prévio.
Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os C) No caso de Ramiro, as verbas deverão ser pagas no primeiro dia útil
embargos serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo seguinte ao término do contrato; e, no caso de João, até dez dias após a
deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta projeção do aviso prévio, mesmo dispensado de seu cumprimento.
Art. 677 Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou D) Em ambos os casos, as verbas rescisórias deverão ser pagas no primeiro no
de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de prazo de 10 dias.
testemunhas.
§ 1º É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz. XX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 02 - Paulo é juridicamente pobre,
§ 2º O possuidor direto pode alegar, além da sua posse, o domínio alheio. razão pela qual teve a gratuidade de justiça deferida em sede de reclamação
§ 3º A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído trabalhista ajuizada em face de seu empregador, na qual pleiteava adicional
nos autos da ação principal. de periculosidade. No curso do processo, o perito constatou que o local de
§ 4º Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, trabalho não era perigoso, uma vez que Paulo não trabalhava em condição que
assim como o será seu adversário no processo principal quando for sua a ensejasse o pagamento do adicional de periculosidade.
indicação do bem para a constrição judicial. Diante disso, assinale a opção que indica a quem cabe custear os honorários
Art. 678 A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a periciais.
posse determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens A) Paulo deverá realizar o pagamento, pois honorários periciais não se incluem
litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a reintegração na gratuidade de justiça, que alcança apenas as custas.
provisória da posse, se o embargante a houver requerido. B) A sociedade empresária deverá pagar a perícia, já que Paulo não tem
Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de condições de fazê-lo.
reintegração provisória de posse à prestação de caução pelo requerente, C) A União será a responsável pelo pagamento dos honorários periciais, caso o
ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente. reclamante não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa
Art. 679 Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze) dias, referida, ainda que em outro processo.
findo o qual se seguirá o procedimento comum. D) O perito deverá se habilitar como credor de Paulo até que esse tenha
Art. 680 Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado condição de custear a perícia.
somente poderá alegar que:
I – o devedor comum é insolvente; XX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 03 - Mário ajuizou reclamação
II – o título é nulo ou não obriga a terceiro; III – outra é a coisa dada em trabalhista em face de seu ex-empregador. No dia da audiência, não
garantia. compareceu, razão pelo qual o processo foi arquivado. Em nova ação proposta
em idênticos termos, o juiz extinguiu o feito sem resolução do mérito, pois a ré
SEQUENCIA DOS ACONTECIMENTOS não foi localizada. Imediatamente, Mário ajuizou a demanda pela terceira vez.
Na audiência, com todos presentes, o advogado da sociedade empresária
1.SENTENÇA TORNA-SE LIQUIDA aduziu que o juiz deveria extinguir o processo sem resolução do mérito em
2.EXPEDIÇÃO DE MANDADO EXECUTVO - O EXECUTADO DEVERA PAGAR A DIVDA EM razão da perempção, pois não decorreu o prazo de seis meses entre o segundo
48 HORAS OU GARANTIR O JUIZO (POSSIBILIDADE DE OPOR EMBARGOS A e o terceiro processo.
EXECUÇÃO) Sobre a hipótese apresentada, na qualidade de advogado de Mário, assinale a
PRAZO: 5 DIAS afirmativa correta.
IMPUGNAÇÃO DO EXEQUENTE – PRAZO: 5 DIAS A) Deverá ser requerido que o juiz apenas suspenda o processo.
3. NÃO PAGANDO A DIVIDA, NÃO APRESENTANDO BENS A PENHORA E NÃO AFETUAR B) Deverá desistir da ação para evitar a condenação em custas.
DEPOSITO JUDICIAL PARA APRESENTAÇÃO DE EMBARGOS A EXECUÇÃO – O OFICIAL C) Deverá aduzir que o prazo de seis meses é contado da primeira ação.
RETORNA-SE AO LOCAL E REALIZARÁ A PENHORA DOS BENS PARA SATISFAZER O D) Deverá aduzir que não houve perempção e requerer o prosseguimento do
JULGADO. feito.
NO PRAZO PARA EMBARGOS- REQUERER O PARCELAMENTO DA DIVIDA.(ART. 916,
DO CPC) XX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 04 - Carlos tinha 17 anos quando
4. BENS PENHORADOS – HASTA PÚBLICA começou a trabalhar na sociedade empresária ABCD Ltda. No dia seguinte ao
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

146
completar 18 anos foi dispensado. A sociedade empresária pagou as verbas
rescisórias, mas não pagou as horas extras trabalhadas ao longo de todo o XXVII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 08 - Jorge foi dispensado e, no
contrato de trabalho. Para o caso apresentado, na qualidade de advogado de dia designado para homologação da ruptura contratual, a empresa informou
Carlos, assinale a afirmativa correta. que não tinha dinheiro para pagar a indenização. O TRCT estava preenchido,
A) A ação deverá ser ajuizada no prazo de dois anos contados da dispensa. com o valor total de R$ 5.000,00 que Jorge deveria receber.
B) Sendo Carlos menor na época da contratação e durante quase todo o pacto Diante da situação narrada pela empresa e da extrema necessidade de Jorge,
laboral, não corre prescrição bienal, iniciando-se a quinquenal a partir da data o sindicato concordou em fazer a homologação apenas para liberar o FGTS e
da dispensa. permitir o acesso ao seguro-desemprego, lançando no TRCT um carimbo de que
C) A ação deverá ser proposta no prazo de cinco anos após a dispensa, já que nada havia sido pago. Jorge, então, ajuizou ação monitória na Justiça do
Carlos era menor quando da contratação, não correndo prescrição. Trabalho, cobrando a dívida de R$ 5.000,00. Sobre a situação narrada, assinale
D)Não há prazo prescricional para ajuizamento da ação, pois não corre a afirmativa correta.
prescrição para o empregado menor e Carlos trabalhou sempre nessa A) O comportamento de Jorge é viável, sendo que, nesse caso, o juiz expedirá
condição. mandado de pagamento, nos moldes do CPC.
B) Na Justiça do Trabalho, a ação monitória somente é possível em causas de
XX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 05 - Em audiência trabalhista sob o até dois salários mínimos, sendo que da sentença não caberá recurso, o que
rito sumaríssimo, o advogado da ré aduziu que suas testemunhas estavam não é a hipótese retratada.
ausentes. Sem apresentar qualquer justificativa ou comprovante de C)Jorge deveria ajuizar ação de execução de título extrajudicial, que é a
comunicação às testemunhas, requereu o adiamento do feito. Diante disso, natureza jurídica do TRCT preenchido, mas não quitado.
estando presentes as testemunhas do autor, o juiz indagou do advogado do D)Jorge agiu mal, porque não cabe ação monitória na Justiça do Trabalho, em
autor se ele concordava ou não com o adiamento, requerendo justificativa. razão da incompatibilidade de procedimentos.
Sobre o caso relatado, na qualidade de advogado do autor, assinale a
afirmativa correta. XXVII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 09 - A sociedade empresária
A) Deve concordar com o adiamento, já que ausentes as testemunhas, essas Sanear Conservação e Limpeza Ltda. ajuizou ação de consignação em
poderão ser intimadas para comparecimento na próxima audiência. pagamento em face do ex-empregado Pedro Braga, afirmando que ele se
B) Deve se opor ao adiamento, requerendo o prosseguimento do feito, pois, não negava a receber as verbas resilitórias a que faria jus. Citado, Pedro Braga
havendo comprovação do convite às testemunhas, a audiência não poderá ser apresentou resposta sob a forma de contestação e reconvenção, postulando
adiada para intimação das mesmas. diversos direitos alegadamente lesados e incluindo no polo passivo a
C) Deve se opor ao adiamento imediato, requerendo a oitiva de suas sociedade empresária Réptil Imobiliária, tomadora dos serviços terceirizados
testemunhas e protestar por depoimentos pessoais para, na próxima do empregado, requerendo dela a responsabilidade subsidiária. Diante da
audiência, serem ouvidas as testemunhas da ré. situação retratada e da norma de regência, assinale a afirmativa correta.
D) Deve concordar com o adiamento, pois a lei não exige justificativa ou A) Não é possível, em sede de reconvenção, ajuizar ação contra quem não é
comprovação de convite às testemunhas. parte na lide principal.
B) A pretensão de Pedro somente se viabilizará se a sociedade empresária
XXI Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 06 - O juiz, em ação trabalhista Réptil Imobiliária concordar em figurar na reconvenção.
proposta por Carlos em face da sociedade empresária ABCD Ltda., julgou C) Não há óbice a se incluir na reconvenção pessoa que não figure na lide
procedente, em parte, o rol de pedidos. Nenhuma das partes apresentou original.
qualquer recurso. O pedido versava exclusivamente sobre horas extras e D)A Lei processual é omissa a respeito; assim ficará a critério do juiz aceitar a
reflexos, estando nos autos todos os controles de horário, recibos salariais, o inclusão da sociedade empresária Réptil Imobiliária.
termo de rescisão de contrato de trabalho (TRCT) e demais documentos
inerentes ao contrato de trabalho em referência. Todos os documentos eram XXIV Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 10 - Um empregado de 65 anos foi
incontroversos. admitido em 10/05/2011 e dispensado em 10/01/2013. Ajuizou reclamação
Com base no caso apresentado, como advogado(a) de Carlos, assinale a opção trabalhista em 05/12/2016, postulando horas extras e informando, na petição
que indica a modalidade a ser adotada para promover a liquidação de inicial, que não haveria prescrição porque apresentara protesto judicial quanto
sentença. às horas extras em 04/06/2015, conforme documentos que juntou aos autos.
A) Por cálculos. Diante da situação retratada, considerando a Lei e o entendimento consolidado
B) Por arbitramento. do TST, assinale a afirmativa correta.
C) Por artigos. A) A prescrição ocorreu graças ao decurso do tempo e à inércia do titular.
D) Por execução por quantia certa. B) A prescrição foi interrompida com o ajuizamento do protesto.
C) A prescrição ocorreu, porque não cabe protesto judicial na seara trabalhista.
XXI Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 07 - De acordo com o entendimento D) A prescrição não corre para os empregados maiores de 60 anos.
consolidado do STF e do TST, assinale a opção que apresenta situação em que a
Justiça do Trabalho possui competência para executar as contribuições XXIV Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 11 - Jorge trabalhou em uma
devidas ao INSS. sociedade empresária francesa, no Brasil. Entendendo que o valor das horas
A) Reclamação na qual se postulou, com sucesso, o reconhecimento de vínculo extras não lhe havia sido pago corretamente, ajuizou ação trabalhista. Como
empregatício. impugnara os controles de horário, necessitou apresentar prova testemunhal,
B) Ação trabalhista na qual se deferiu o pagamento de diferença por porém, sua única testemunha, apesar de trabalhar a seu lado, não fala
equiparação salarial. português. Diante disso, Jorge requereu ao juiz a nomeação de um intérprete.
C) Demanda na qual o empregado teve a CTPS assinada, mas não teve o INSS Nesse caso, nada mais estando em discussão no processo, assinale a opção
recolhido durante todo o contrato. que indica a quem caberá o custeio dos honorários do intérprete.
D) Reclamação trabalhista na qual foi reconhecido o pagamento de salário à A) A Jorge, que é a parte interessada no depoimento da testemunha
margem dos contracheques. B) À União, porque Jorge é autor da ação.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

147
C) Ao réu, já que era empregador de Jorge e da testemunha, que era de XV Exame de Ordem (2014 - FGV) - Questão 15 - Pedro trabalhou por um ano em
nacionalidade igual à da sociedade empresária. Goiânia/GO. Ao ser dispensado, retornou a sua residência em Belém/PA, onde
D) O depoimento ocorrerá fora do processo, por tradutor juramentado, custeado ajuizou ação trabalhista em face do ex-empregador, 5 dias após receber a
pela parte requerente, que depois notificação, foi apresentada exceção de incompetência em razão do lugar, a
deverá juntá-lo ao processo. qual foi acolhida pelo juiz, que determinou a remessa dos autos para o TRT/GO.
Dessa decisão, Pedro
XXIV Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 12 - Rodolfo Alencar ajuizou A) poderá interpor agravo de instrumento, porque a remessa dos autos
reclamação trabalhista em desfavor da sociedade empresária Sabonete equivale ao trancamento da ação, dada a hipossuficiência do empregado.
Silvestre Ltda. Em síntese, ele afirma que cumpria longa jornada de trabalho, B) poderá interpor recurso ordinário.
mas que não recebia as horas extras integralmente. A defesa nega o fato e C) poderá impetrar mandado de segurança.
advoga que toda a sobrejornada foi escorreitamente paga, nada mais sendo D) nada poderá fazer, por se tratar de decisão interlocutória, que é irrecorrível
devido ao reclamante no particular. Na audiência designada, cada parte na Justiça do Trabalho.
conduziu duas testemunhas, que começaram a ser ouvidas pelo juiz,
começando pelas do autor. Após o magistrado fazer as perguntas que XV Exame de Ordem (2014 - FGV) - Questão 16 - Jorge, que presta serviços a
desejava, abriu oportunidade para que os advogados fizessem indagações, e o uma companhia aérea na China, é autor de um processo em face da Viação
patrono do autor passou a fazer suas perguntas diretamente à testemunha, Brasil S/A, sua ex-empregadora. Na data da audiência, Jorge estará,
contra o que se opôs o juiz, afirmando que as perguntas deveriam ser feitas a Comprovadamente, trabalhando na China. Considerando que Jorge tem
ele, que, em seguida, perguntaria à testemunha. Diante do incidente instalado e interesse no desfecho rápido de seu processo, deverá
de acordo com o regramento da CLT, assinale a afirmativa correta. A) requerer o adiamento para data próxima
A) Correto o advogado, pois, de acordo com o CPC, o advogado fará perguntas B) dar procuração com poderes específicos ao seu advogado para que este o
diretamente à testemunha. represente.
B) A CLT não tem dispositivo próprio, daí porque poderia ser admitido tanto o C) fazer-se representar por outro empregado da mesma profissão ou pelo seu
sistema direto quanto o indireto. sindicato.
C) A CLT determina que o sistema seja híbrido, intercalando perguntas feitas D) deixar arquivar a demanda e ajuizar uma nova.
diretamente pelo advogado, com indagações realizadas pelo juiz.
D) Correto o magistrado, pois a CLT determina que o sistema seja indireto ou XVI Exame de Ordem (2015 - FGV) - Questão 17 - No momento em que a
presidencial. sociedade empresária estava fazendo o recolhimento do preparo relativo ao
recurso de revista que iria interpor em face de um acórdão, houve um lapso do
XV Exame de Ordem (2014 - FGV) - Questão 13 - A sociedade empresária “V” departamento financeiro e o depósito recursal foi feito com uma diferença a
Ltda., executada em ação trabalhista, apresentou embargos à execução menor, de R$ 5,00, o que somente foi verificado após o término do prazo. Diante
arrolando testemunhas, o que foi indeferido pelo juiz, ao argumento de que não da situação retratada e de acordo com o entendimento consolidado do TST,
se tratava de processo de conhecimento. Sobre o caso apresentado, assinale a assinale a afirmativa correta.
afirmativa correta. A) A diferença é ínfima e deve ser desprezada, não prejudicando a apreciação
A) Correta a decisão do juiz, pois já fora ultrapassada a fase de conhecimento. imediata do recurso.
B) Errada a decisão do juiz, pois era cabível a prova testemunhal em sede de B) Apesar de pequena, a diferença existe, cabendo, então, ao Ministro Relator,
embargos à execução, podendo o juiz indeferir as testemunhas se no TST, intimar a parte complementação do preparo, sob pena de deserção.
desnecessários os depoimentos. C) Deverá a sociedade empresaria ser intimada para fazer a complementação
C) Errada a decisão do juiz, sendo cabível a prova testemunhal, não podendo do valor.
indeferir as testemunhas, cabendo, nesse caso, arguição de nulidade da D) Não havendo nenhuma disciplina a respeito, caberá a cada magistrado,
decisão. valendo-se do seu poder diretivo do processo, determinar o que deve ser feito.
D) Correta a decisão do juiz, já que a matéria da execução está restrita a
valores. XVI Exame de Ordem (2015 - FGV) - Questão 18 - Antônio é assistente
administrativo na sociedade empresária Setler Conservação Ltda., que presta
XV Exame de Ordem (2014 - FGV) - Questão 14 - Simone, ré em uma demanda serviços terceirizados à União. Ele está com o seu contrato em vigor, mas não
trabalhista ajuizada por sua ex- empregada doméstica, em audiência una recebeu o ticket refeição dos últimos doze meses, o que alcança o valor de R$
requereu ao juiz o adiamento para juntada de documento suplementar, que não 2.400,00 (R$ 200,00 em cada mês). Em razão dessa irregularidade, estimulada
conseguiu obter, pois se referia ao depoimento prestado pela ora autora em pela ausência de fiscalização por parte da União, Antônio pretende cobrar o
outro processo como testemunha, no qual confessava nunca haver laborado valor em reclamação trabalhista contra a empregadora e o tomador dos
em horário extraordinário. O documento não foi obtido por Simone, pois, logo a serviços, objetivando garantir deste a responsabilidade subsidiária, na forma
audiência daquele processo, os autos seguiram para conclusão, sem que fosse da Súmula 331 do TST. Diante da hipótese, assinale a afirmativa correta.
permitido a ela o acesso ao depoimento. O juiz da causa ora em audiência A) A ação deverá seguir o procedimento ordinário, vez que há litisconsórcio
indeferiu o adiamento requerido por Simone, e, ao sentenciar, condenou-a ao passivo, sendo, em razão disso, obrigatório o rito comum.
pagamento de horas extras. No prazo de recurso ordinário, Simone finalmente B) A ação deverá seguir o procedimento sumaríssimo, uma vez que o valor do
teve acesso ao documento que comprovava a inexistência do labor pedido é inferior a 40 salários mínimos.
extraordinário. C) A ação tramitará pelo rito ordinário porque um dos réus é ente público.
Diante da situação apresentada, assinale a afirmativa correta. D) O autor poderá optar pelo procedimento que lhe seja mais vantajoso.
A) Simone poderá juntar o documento no recurso ordinário.
B) Não cabe juntada do documento em recurso ordinário. XVI Exame de Ordem (2015 - FGV) - Questão 19 - O Desembargador Relator de
C) Precluiu a possibilidade de produção da prova documental por Simone. um recurso ordinário, ao verificar que a matéria posta em debate já era
D) Simone só poderia juntar o documento em embargos de declaração. sumulada pelo TRT do qual é integrante, resolveu julgar, monocraticamente, o
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

148
recurso. Diante do caso e da jurisprudência consolidada do TST, assinale a
afirmativa correta. XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 23 - Augusto foi empregado de
A) A atitude está equivocada, pois, na Justiça do Trabalho, não cabe julgamento uma lavanderia por 2 anos, tendo sido desligado em setembro de 2018. Após
monocrático pelo TRT. receber as verbas da ruptura, procurou um advogado com a intenção de
B) O julgamento monocrático está correto e dessa decisão não caberá recurso, ajuizar reclamação trabalhista para postular horas extras não recebidas
com o objetivo de abreviar o trânsito em julgado. durante o pacto laboral. Após a entrevista e colheita de todas as informações,
C) É possível o uso subsidiário do Art. 557 do CPC, de modo que a decisão o advogado de Augusto entrou em contato com a ex-empregadora na tentativa
monocrática é válida na hipótese, e caberá recurso contra a decisão. de formular um acordo, que, após debatido e negociado, teve sucesso e foi
D) A única possibilidade de julgamento monocrático válido é aquele feito pelo reduzido a termo. Então, as partes ajuizaram uma homologação de acordo
TST. extrajudicial na Justiça do Trabalho, em petição conjunta assinada pelo
advogado de cada requerente, mas que não foi homologado pelo juiz, por este
XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 20 - Em sede de impugnação à entender que o valor da conciliação era desfavorável ao trabalhador. Desse
sentença de liquidação, o juiz julgou improcedente o pedido, ocorrendo o modo, o magistrado extinguiu o feito sem resolução do mérito. Diante da
mesmo em relação aos embargos à execução ajuizados pela executada. A situação e dos termos da CLT, assinale a afirmativa correta.
princípio, você, na qualidade de advogado(a) da executada, entendeu por bem A) Agiu corretamente o juiz, porque não há previsão desse tipo de demanda na
não apresentar recurso. Contudo, foi apresentado o recurso cabível pelo Justiça do Trabalho.
exequente. Diante disso, assinale a afirmativa correta. B) As partes poderão interpor recurso ordinário da decisão que negou a
A) A parte exequente interpôs agravo de petição, e a executada poderá interpor homologação desejada.
agravo de petição na modalidade de recurso adesivo. C) Augusto e seu ex-empregador deverão propor novamente a ação, que
B) Ambas as partes poderiam interpor agravo de petição na hipótese, porém deverá ser levada à livre distribuição para outro juízo.
não mais existe essa possibilidade para a executada, pois esta não apresentou D) Nada poderá ser feito na ação proposta, porque o juiz não é obrigado a
o recurso no prazo próprio. homologar acordo
C) A parte autora interpôs recurso de revista, e não resta recurso para a parte
executada. XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 24 - Considere as situações a
D) A parte autora apresentou recurso ordinário, e a executada poderá seguir. I. Victor é um artista mirim e precisa de autorização judicial para poder
apresentar agravo de petição. participar de uma peça cinematográfica como ator coadjuvante. II. A empresa
FFX Ltda. foi multada por um auditor fiscal do trabalho e deseja anular
XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 21 - Em março de 2019, durante judicialmente o auto de infração, alegando vícios e nulidades. III. O empregado
uma audiência trabalhista que envolvia a sociedade empresária ABC S/A, o juiz Regis teve concedido pelo INSS auxílio-doença comum, mas entende que
indagou à pessoa que se apresentou como preposto se ela era empregada da deveria receber auxílio-doença acidentário, daí porque pretende a conversão
empresa, recebendo como resposta que não. O juiz, então, manifestou seu judicial do benefício. IV. Jonilson, advogado, foi contratado por um cliente para
entendimento de que uma sociedade anônima deveria, obrigatoriamente, o ajuizamento de uma ação de despejo, mas esse cliente não pagou os
fazer-se representar por empregado, concluindo que a sociedade empresária honorários contratuais que haviam sido acertados. Diante da norma de
não estava adequadamente representada. Decretou, então, a revelia, excluiu a regência acerca da competência, assinale a opção que indica quem deverá
defesa protocolizada e sentenciou o feito na própria audiência, julgando os ajuizar ação na Justiça do Trabalho para ver seu pleito atendido.
pedidos inteiramente procedentes. Diante desse quadro e do que prevê a CLT, A) Victor e Jonilson
assinale a afirmativa correta. B) Regis e a empresa FFX Ltda.
A) Nada há a ser feito, porque uma S/A, por exceção, precisa conduzir um C) Victor e Regis
empregado para representá-la. D) Apenas a empresa FFX Ltda.
B) O advogado da ré deverá interpor recurso ordinário no prazo de 8 dias,
buscando anular a sentença, pois o preposto não precisa ser empregado da XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 25 – Um juiz, em sede de execução
reclamada. trabalhista, intimou a parte para cumprir despacho, determinando que o
C) O advogado da ré deverá impetrar mandado de segurança, porque a exequente desse seguimento à execução, indicando os meios de
exigência de que o preposto seja empregado, por não ser prevista em Lei, prosseguimento na execução, já que não foram encontrados bens no
violou direito líquido e certo da empresa. patrimônio do réu. Com fundamento na legislação vigente, assinale a
D) Uma vez que a CLT faculta ao juiz aceitar ou não como preposto pessoa que afirmativa correta.
não seja empregada, o advogado deverá formular um pedido de A) O processo ficará parado aguardando a manifestação do exequente por
reconsideração judicial. período indefinido de tempo.
B) A declaração de prescrição somente poderá ocorrer por requerimento da
XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 22 - O réu, em sede de parte contrária.
reclamação trabalhista, ajuizada em 20/04/2018, apresentou defesa no C) A prescrição intercorrente ocorrerá após dois anos, se a parte não cumprir
processo eletrônico, a qual não foi oferecida sob sigilo. Feito o pregão, logo com o comando judicial.
após a abertura da audiência, a parte autora manifestou interesse em desistir D) O juiz deverá intimar novamente a parte, a fim de dar início ao curso do
da ação. Sobre a desistência da ação pela parte autora, assinale a afirmativa prazo prescricional.
correta.
A) O juiz deverá, imediatamente, homologar a desistência.
B) Não é possível desistir da ação após a propositura desta.
C) Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não
poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação.
D) O oferecimento da defesa pelo réu em nada se relaciona à questão da
desistência de pedidos ou da demanda.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

149
ESPÉCIE RECURSAL FUNDAMENTO PRAZO DECISÃO ATACADA ÓRGÃO A QUO ÓRGÃO AD QUEM
Sentença em
Recurso Ordinário Art. 895 da CLT 8 dias conhecimento/acórdão originário Juiz do Trabalho ou TRT TRT/TST
de TRT
Agravo de Petição Art. 897 da CLT 8 dias Sentença em execução Juiz do Trabalho TRT
Acórdão de recurso ordinário ou de
Recurso de Revista Art. 896 da CLT 8 dias TRT Turma do TST
agravo de petição
Acórdão de recurso de revista que
julga recurso ordinário ou agravo
Embargos de
Art. 894 da CLT 8 dias de petição, ou agravo e agravo de Turma do TST SDI-1 do TSRT
Divergência
instrumento de recurso de revista
(Sum. 353)
Embargos de Acórdão originário e não unânime
Art. 894 da CLT 8 dias SDC do TST SDC do TST
infringentes do TST em dissídio coletivo
Recurso Extraordinário Art. 102, III da CF 15 dias Decisão de última instância do TST TST STF
Art. 1021 do Novo CPC, IN.
Agravo (Regimental ou
17 do TST e Art. 896, § 12 8 dias Decisão monocrática de relator Relator Colegiado
Interno)
da CLT
Art. 897 da CLT e IN 16 do Órgão a quo do Recurso Órgão ad quem do Recurso
Agravo de Instrumento 8 dias Decisão que tranca recurso
TST trancado trancado
Decisão que tranca Recurso
Agravo de Instrumento Art. 1.042 do Novo CPC 10 dias Vice-Presidência do TST STF
Extraordinário
Decisão omissa, contraditória ou
Embargos de Mesmo prolator da decisão
Art. 897-A da CLT 5 dias para questionar requisito ------
Declaração atacada
extrínseco de recurso
Art. 997, § 1º e § 2º do
Recurso Adesivo ------ Súmula 283 do TST Mesmo do Recurso Original Mesmo do Recurso Original
Novo CPC
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

150
- ATENÇÃO: Crime de Estelionato, em regra, é de Ação Penal Pública
DIREITO PROCESSUAL PENAL Condicionada à Representação.
ATENÇÃO: Assunto alterado pelo Pacote Anticrime (Lei
Federal nº 13.964/2019) – art. 171, § 5º, do CP.
1) APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO 3.1.3. PRIVADA – inicia-se com a Queixa-Crime.
- Aplica-se o Código de Processo Penal a todos os crimes praticados em a) PROPRIAMENTE DITA OU EXCLUSIVA – desde o início o crime procede-se
território brasileiro, na forma do art. 1º do Código de Processo Penal. mediante Queixa e está previsto expressamente no tipo penal, podendo
ser proposta pela vítima, representante legal ou sucessor processual;
b) PERSONALÍSSIMA – não admite representação legal, nem substituição
2) APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
processual, podendo ser movida apenas pela própria vítima. Admissível
- Regra de aplicação: Tempus Regit Actum -> aplica-se a lei vigente à época do
apenas no crime de induzimento a erro essencial ou ocultação de
ato processual;
impedimento para o casamento (art. 236 do CP), pois neste delito apenas o
- Caso sobrevenha outra lei processual, após a prática de determinados atos,
cônjuge ofendido poderá propor a ação. ATENÇÃO: exige uma condição
aqueles realizados sob a vigência da lei anterior são válidos, não havendo
específica, quer seja a anulação do referido casamento, por decisão
necessidade de repraticá-los (art. 2º do CPP).
transitada em julgado (parágrafo único do art. 236 do CP);
c) ALTERNATIVA OU SECUNDÁRIA – admissível nos Crimes contra a Honra de
3) INQUÉRITO POLICIAL Servidor Público, em razão de suas funções, coexistindo duas Ações
- Natureza jurídica: Procedimento Administrativo (Preliminar e/ou Penais possíveis: Ação Penal Pública Condicionada à Representação ou
Preparatório) -> Informatio Delicti; Ação Penal Privada. ATENÇÃO: Súmula nº 714 do STF 10;
- Características: d) PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA - recebendo os autos do Inquérito
a) Inquisitório: não garante o contraditório e a ampla defesa; Policial (ou outras Peças de Informação), o Ministério Público deverá
b) Discricionário: cabe ao Delegado de Polícia decidir quais provas serão manifestar-se (opinio delicti), decidindo: pelo oferecimento da Denúncia
produzidas (Exceção: obrigatoriedade do Exame de Corpo de Delito – art. (art. 46 do CPP), devolução dos autos para diligências (art. 16 do CPP) ou
158 do CPP); requerer o arquivamento do Inquérito Policial (art. 28 do CPP). Uma vez
c) Sigiloso: vide art. 20 do CPP / Súmula Vinculante nº 14 do STF -> inerte o MP, não apresentando nenhum tipo de manifestação no prazo
Garantido de acesso ao Advogado; legal (art. 46 do CPP), será possível o oferecimento, por parte da vítima, da
- ATENÇÃO: Direito do Agente de Segurança Investigado Queixa-crime Subsidiária (art. 100, § 3º, do CP).
constituir Advogado para acompanhar as investigações. ATENÇÃO: Assunto alterado pelo Pacote Anticrime (Lei
ATENÇÃO: Assunto alterado pelo Pacote Anticrime (Lei Federal nº 13.964/2019) – art. 28 do CPP.
Federal nº 13.964/2019) – art. 14-A do CPP. - ATENÇÃO: Se o investigado tiver prerrogativa de função, as investigações
d) Dispensável: vide art. 46, § 1º, do CPP -> A Ação Penal pode ser devem ser autorizadas pelo Tribunal competente, sob pena de nulidade.
oferecida sem o Inquérito Policial / Possibilidade de Investigação do MP:
Peças de Informação ou Procedimento Investigatório Criminal) *; 3.2. PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
e) Indisponível: a Autoridade Policial não pode determinar seu
arquivamento;
PRAZO RÉU PRESO RÉU SOLTO
f) Escrito; e
REGRA GERAL - ART. 10 DO CPP 10 dias 30 dias
g) Formal.
JUSTIÇA FEDERAL – ART. 66 DA
15 dias -
LEI Nº 5.010/1966
# ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL - ANPP: Positivação da Resolução nº LEI DE DROGAS - LEI Nº
181/2017 do CNMP 30 dias 90 dias
11.343/2006
- Pressupostos: CRIMES CONTRA A ECONOMIA
a) Existência de Procedimento Investigatório; 10 dias 10 dias
POPULAR – LEI Nº 1.521/1951
b) Não ser caso de Arquivamento; - Ao final do Inquérito Policial, a Autoridade Policial poderá indiciar o
c) Crime sem violência ou grave ameaça; investigado, remetendo os autos ao Juízo competente.
d) Pena mínima inferior a quatro anos;
e) Confissão formal e circunstanciado.
3.3. ARQUIVAMENTO
- Recurso cabível contra não homologação do ANPP: RESE (art. 581, inciso
- Tratando-se de ATIPICIDADE DO FATO ou EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE, as
XXV, do CPP).
investigações jamais poderão ser reabertas, fazendo coisa julgada material;
ATENÇÃO: Assunto alterado pelo Pacote Anticrime (Lei - Entretanto, caso o arquivamento decorra de INSUFICIÊNCIA DE PROVAS, as
Federal nº 13.964/2019) – art. 28-A do CPP e art. 581, inciso investigações podem ser reabertas, se surgirem novas provas (coisa julgada
XXV, do CPP. formal).

3.1. AÇÕES PENAIS (art. 100 do CP e art. 24 e seguintes do CPP) 4) JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
3.1.1. PÚBLICA INCONDICIONADA – regra geral, necessitando apenas da justa 4.1) JURISDIÇÃO
causa (prova da materialidade e indícios de autoria delitiva) -> permite a
instauração do Inquérito Policial de ofício;
3.1.2. PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO – requisito específico da
Representação -> “Condição de Procedibilidade”, que admite retratação até o 10 Súmula nº 714 do STF: “É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante
oferecimento da Denúncia (art. 25 do CPP, a contrario sensu); queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para
a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do
exercício de suas funções”.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

151
- Conceito: poder-dever do Estado de aplicar a lei ao caso concreto, cabendo, - Súmula Vinculante nº 45: “A competência constitucional do Tribunal do
em regra, ao Poder Judiciário; Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido
- Características da Jurisdição: exclusivamente pela Constituição Estadual”;
a) Inércia (exceto quando houver razões de ordem pública); - COMPETÊNCIA TERRITORIAL OU DE FORO (art. 70 do CPP): possui como regra
b) Substitutividade (vedação à autotutela); e geral o lugar da infração (Teoria do resultado);
c) Imutabilidade (coisa julgada material); Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que
- EXCEÇÃO IMPORTANTE: Julgamento do Presidente da República pelo Senado se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que
Federal, quanto à acusação de Crime de Responsabilidade (Processo de for praticado o último ato de execução.
Impeachment) -> art. 52, inciso I, da Constituição Federal; § 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se
 IMPORTANTES PRINCÍPIOS PROCESSUAIS consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em
a) PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO OU CONGRUÊNCIA: “compreende-se, dessarte, que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
que o juiz se ache de certo modo vinculado à denúncia, não podendo julgar § 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território
o réu por fato de que não foi acusado (extra petita), ou de modalidade nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora
mais grave (in pejus), proferindo sentença que se afasta ou se alheia do parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
requisitório da acusação” (grifos apostos) 11; § 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições,
- Portanto, deve haver correspondência (correlação) entre o pedido e a ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou
sentença; tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência
- Emendatio Libelli (art. 383 do CPP): definição jurídica diversa, sem firmar-se-á pela prevenção.
alterar os fatos narrados, pois coincidem com os fatos provados; Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada
- Mutatio Libelli (art. 384 do CPP): os fatos narrados não correspondem em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á
aos fatos provados, devendo o Ministério Público aditar/emendar a pela prevenção.
Denúncia. Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência
b) PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL: garante a imparcialidade do Poder regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. (FORO SUPLETIVO)
Judiciário, na forma dos incisos XXXVII e LIII do art. 5º da Constituição § 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-
Federal, proibindo a criação de Tribunais ou Juízos de exceção, com á pela prevenção.
absoluto respeito às regras objetivas de determinação de competência, § 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu
para que não seja afetada a independência e a imparcialidade do órgão paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento
julgador; do fato.
c) PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL: assegura o direito ao andamento Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá
processual na forma determinada em lei e pelas garantias preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando
constitucionais, podendo ocasionar a nulidade do processo se inobservado conhecido o lugar da infração.
(art. 5º, inciso LIV, da CF). (grifos apostos)

4.2) COMPETÊNCIA - COMPETÊNCIA POR CONEXÃO E CONTINÊNCIA: são causas que modificam a
 Determinação da Competência: competência, ensejando a reunião de ações penais para julgamento único,
a) JUÍZO COMPETENTE: combina-se o art. 70 do CPP com as normas de conforme art. 76 do CPP.
organização judiciária do Estado; a) CONEXÃO: reunião dos processos que guardam algum vínculo entre
a.1) JUSTIÇAS ESPECIAIS (ELEITORAL E MILITAR): preferência sobre si.
a Justiça Comum (Federal e Estadual), as quais tem competência Art. 76 - A competência será determinada pela conexão:
residual; I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas,
a.2) JUSTIÇA COMUM: a Justiça Federal tem competência ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas
expressamente pelo art. 109 da CF, sendo a competência da em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias
Justiça Estadual residual (vide art. 109, incisos IV, V, V-A, VI, IX e pessoas, umas contra a outra; (CONEXÃO INTERSUBJETIVA)
XI, da CF). II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar
- Crimes Políticos: aqueles previstos na Lei de Segurança Nacional (Lei Federal ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em
nº 7.170/83), quando o agente objetiva atentar contra a Soberania Nacional e a relação a qualquer delas; (CONEXÃO OBJETIVA)
estrutura política brasileira (Ex.: Tentativa de Homicídio de Jair Bolsonaro); III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas
- ATENÇÃO: Crimes praticados contra a Ordem dos Advogados do Brasil -> circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.
Justiça Federal; (CONEXÃO INSTRUMENTAL)
- SÚMULA 192 DO STJ: “Compete ao juízo das execuções penais do estado a b) CONTINÊNCIA: quando um fato criminoso contém outros, impondo o
execução das penas impostas a sentenciados pela justiça federal, militar ou julgamento em conjunto.
eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a administração Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
estadual”; I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
- INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA – IDC (art. 109, inciso V-A e § (SUBJETIVA)
5º, da CF); II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51,
- COMPETÊNCIA POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO: perdura enquanto a função é § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal. (OBJETIVA)
exercida, cessando com a perda do cargo, aposentadoria, etc;

11 NORONHA, Edgard Magalhães. Curso de Direito Processual Penal. 25. ed.


Saraiva: São Paulo, 1997. p. 287.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

152
5) MEDIDAS DESPENALIZADORAS DA LEI Nº 9.099/1995 Federal nº 7.210/1984 e Súmula nº 700 do STF (segue o rito do Recurso em
5.1) COMPOSIÇÃO DOS DANOS CIVIS Sentido Estrito – RESE).
- Prevista no art. 74 e 75 da Lei Federal nº 9.099/95, só é possível em crimes de
Ação Penal Pública Condicionada à Representação ou de Ação Penal Privada; 7) PRISÕES
7.1) PRISÃO PREVENTIVA (ART. 312 DO CPP)
5.2) TRANSAÇÃO PENAL - Observar as previsões do art. 311 (Legitimidade), art. 312 (Requisitos) e art.
313 (Cabimento) do CPP;
- Prevista no art. 76 da Lei Federal nº 9.099/95, refere-se à proposta formulado
pelo Promotor, em Ações Penais Públicas Incondicionadas e Condicionadas à ATENÇÃO: Assunto alterado pelo Pacote Anticrime (Lei
Representação, de imediata aplicação de Pena Restritiva de Direitos ou Multa; Federal nº 13.964/2019) – art. 311, 312 e 313 do CPP.
- Depende do aceite do RÉU, sem que isso importe em confissão tácita; - Requisitos necessários para decretação da Prisão Preventiva: fumus comissi
- Se não forem cumpridos os termos da Transação Penal, o Ministério Público delicti, periculum libertatis e “perigo gerado pelo estado de liberdade do
poderá oferecer Denúncia, seguindo a Ação Penal; imputado”.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação - ATENÇÃO: Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a prática de
penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o atos infracionais anteriores podem servir para justificar a decretação ou
Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena manutenção da prisão preventiva, como garantia da ordem pública,
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. considerando que indicam que a personalidade do agente é voltada à
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz criminalidade, havendo fundado receio de reiteração criminosa. (STJ. 5ª Turma.
poderá reduzi-la até a metade. RHC 47.671-MS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 18/12/2014 - Info 554) (STJ.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: 3ª Seção. RHC 63.855-MG, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à em 11/05/2016).
pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco 7.2) PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI FEDERAL Nº 7.960/1989)
anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste - O art. 1º da Lei Federal nº 7.960/1989 define as hipóteses de cabimento da
artigo; Prisão Temporária:
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a Art. 1° Caberá prisão temporária:
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
ser necessária e suficiente a adoção da medida. (DESENVOLVIMENTO DE INVESTIGAÇÕES / VIABILIZAR A PRODUÇAO DE
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será DETERMINADAS PROVAS)
submetida à apreciação do Juiz. II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da necessários ao esclarecimento de sua identidade;
infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova
não importará em reincidência, sendo registrada apenas para admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos
impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. seguintes crimes:
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
referida no art. 82 desta Lei. b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
interessados propor ação cabível no juízo cível. f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e
parágrafo único);
5.3) SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO (ART. 89 DA LEI FEDERAL Nº g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o
9.099/1995) art. 223, caput, e parágrafo único);
- Exigências Legais h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e
- Pena mínima cominada de até 01 (um) ano; parágrafo único);
- Requisitos da Suspensão Condicional da Pena; i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
- Não responda a outro “processo” criminal. j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou
- Processo suspenso de 02 (dois) a 04 (quatro) anos; medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art.
- Súmula nº 536 do STJ: “A suspensão condicional do processo e a transação 285);
penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
Penha”; m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956),
- Súmula nº 696 do STF: “Reunidos os pressupostos legais permissivos da em qualquer de sua formas típicas;
suspensão condicional do processo, mas se recusando o Promotor de Justiça a n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
propô-la, o juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral, o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de
aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal”, 1986).
- Cumprimento das Condições -> EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei nº 13.260, de
2016)
6) EXECUÇÃO PENAL: INCIDENTES PROCESSUAIS - Prazo: 05 (cinco) dias para crimes comuns e 30 (trinta) dias para crimes
hediondos;
- Recurso cabível das decisões proferidas pelo Juízo da Execução Penal:
- Cabível apenas durante o Inquérito Policial, por prazo determinado,
AGRAVO EM EXECUÇÃO, no prazo de 05 (cinco) dias, na forma do art. 197 da Lei
diferentemente da Prisão Preventiva.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

153
7.3) PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO (ART. 302 E SEGUINTES DO CPP) - Princípio da Vedação a Reformatio in Pejus;
- Espécies de Prisão em Flagrante: a) Reformatio in Pejus Direta;
a) Flagrante PRÓPRIO (inciso I e II do art. 302 do CPP); b) Reformatio in Pejus Indireta (Súmula nº 160 do STF e Pena por Novo
b) Flagrante IMPRÓPRIO (inciso III do art. 302 do CPP): dispensada a Julgamento no Tribunal do Júri).
certeza visual / razoabilidade quanto ao lapso temporal entre a - Rito Sumariíssimo (Juizados Especiais Criminais): prazo de 10 (dez) dias, na
consumação do crime e a perseguição; forma do caput do art. 82 e § 1º da Lei Federal nº 9.099/1995;
c) Flagrante PRESUMIDO ou FICTO (inciso IV do art. 302 do CPP). - Súmula nº 705 do STF: “A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada
- Flagrante Retardado ou Diferido (obtenção de maior número de provas – Ex.: sem a assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por
art. 8º da Lei Federal nº 12.850/2013 12; art. 53, inciso II, da Lei Federal nº este interposta”;
11.343/2006) vs. Flagrante Esperado (sem interferência); - Súmula nº 708 do STF: “É nulo o julgamento da apelação se, após a
- Observar o ART. 301 DA LEI FEDERAL Nº 9.503/1997 (CTB): “Ao condutor de manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi
veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se previamente intimado para constituir outro”.
imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e
integral socorro àquela”; 8.2) RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (ART. 581 E SEGUINTES DO CPP)
- Em regra, não cabe Prisão em Flagrantes para o Crime de Uso Pessoal de - Prazos:
Drogas (art. 28 e 48, § 2º, da Lei Federal nº 11.343/2006) e para Crimes de a) Interposição: 05 dias;
Menor Potencial Ofensivo (art. 69 da Lei Federal nº 9.099/1995), lavrando-se um b) Razões: 02 dias.
Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO); - ATENÇÃO: Exceção do art. 586, parágrafo único, do CPP.
- Fases da PRISÃO EM FLAGRANTE: Captura, Condução, Formalização (Delegacia - Hipóteses de cabimento: art. 581 do CPP (TAXATIVAS);
de Polícia – inicia-se com as oitivas do art. 304 do CPP, e finaliza-se com a - Em regra, atacará Decisão Interlocutória, vez que de Sentença de Mérito
entrega da Nota de Culpa) e Judicialização; caberá Apelação;
- Lei Federal nº 9.099/1995: impede a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante; - Cabimento do “Juízo de Retratação” (art. 589 do CPP);
- ATENÇÃO: Flagrante Forjado (fato inexistente) e Preparado (indução à prática - Prazo para Contrarrazões: 02 (dois) dias (art. 588 do CPP);
criminosa / impossibilidade de consumação – Súmula nº 145 do STF) são - Encerramento da Primeira Fase do Tribunal do Júri: DESCLASSIFICAÇÃO (RESE
ILEGAIS; – art. 581, inciso II ou III, do CPP) / PRONÚNCIA (RESE - art. 581, inciso IV, do CPP)
- USO DE ALGEMAS: Súmula Vinculante nº 11 do STF. / IMPRONÚNCIA (Apelação – art. 416 do CPP) / ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (Apelação -
art. 416 do CPP).
8) RECURSOS
8.1) APELAÇÃO CRIMINAL (ART. 593 E SEGUINTES DO CPP) 8.3) AGRAVO EM EXECUÇÃO (ART. 197 DA LEI FEDERAL Nº 7.210/1984 – LEI DE
- Prazos: EXECUÇÕES PENAIS)
a) Interposição: 05 dias; - Prazo:
b) Razões: 08 dias (crimes) e 03 (contravenções penais). a) Interposição: 05 dias;
- Hipóteses de cabimento: art. 593 do CPP; b) Razões: 02 dias.
- Em regra, atacará Sentença de Mérito ou Definitiva, vez que de Decisão - Hipóteses de cabimento: ataca decisões proferidas pelo Juízo em sede de
Interlocutória caberá RESE; Execução Criminal;
- ATENÇÃO: Súmula nº 347 do STJ. - Mesmo rito processual do Recurso em Sentido Estrito, inclusive com relação
- Efeitos da Apelação: Devolutivo e Suspensivo (art. 597 do CPP); ao “Juízo de Retratação”, com base no art. 589 do CPP, por analogia;
- ATENÇÃO: “Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz - Súmula 700 do STF: “É de cinco dias o prazo para interposição de Agravo
singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no contra Decisão do Juiz da Execução Penal”.
prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda
que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que 8.4) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (ART. 382, ART. 619 E ART. 620, DO CPP / ART. 83
não terá, porém, efeito suspensivo. Parágrafo único. O prazo para interposição DA LEI FEDERAL Nº 9.099/1995)
desse recurso será de quinze dias e correrá do dia em que terminar o do - Prazo: 02 dias (art. 382 do CPP);
Ministério Público”; - Hipóteses de cabimento: Ataca Sentença ou Acórdão que contenha
OBSCURIDADE, AMBIGUIDADE, CONTRADIÇÃO ou OMISSÃO;
- Necessário indicar expressamente o ponto obscuro, ambíguo, contraditório ou
12 Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou omisso do julgado, requerendo que o Juízo o DECLARE, sanando-o;
administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela - ATENÇÃO: Rito Sumariíssimo (Juizado Especial Criminal) -> Prazo de 05 (cinco)
vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a dias (art. 83, § 1º, da Lei Federal nº 9.099/1995).
medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e
obtenção de informações. 8.5) CARTA TESTEMUNHÁVEL (ART. 639 DO CPP)
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será - Prazo: 48 (quarenta e oito) horas, a contar do Despacho (art. 640 do CPP);
previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá - Hipóteses de cabimento: art. 639 do CPP;
os seus limites e comunicará ao Ministério Público. - Em regra, atacará Decisão que inadmite o Recurso em Sentido Estrito ou o
§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter Agravo em Execução, ou nega seguimento destes, possivelmente por
informações que possam indicar a operação a ser efetuada. intempestividade;
§ 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao juiz, - Tratando-se de Recurso Extraordinário e Especial, caberá AGRAVO EM
ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o êxito RECURSO ESPECIAL ou AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO, no prazo de 15
das investigações. (quinze) dias, na forma do art. 1.042 cumulado com o art. 1.030, § 1º, ambos do
§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado acerca da Novo Código de Processo Civil;
ação controlada.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

154
- Necessário indicar as peças que devem ser transladadas -> formação do  Incidentes Importantes: Suspeição, Falsidade, Insanidade Mental;
instrumento (art. 643 do CPP);  Medidas Assecuratórias: Sequestro, Arresto e Hipoteca Legal.
- ATENÇÃO: Caberá RESE da decisão que denegar a Apelação (art. 581, inciso XV,
do CPP). RESOLUÇÃO DE QUESTÕES

9) PROVAS X Exame de Ordem (2013 - FGV) - Questão 01 - Na cidade “A”, o Delegado de


- Princípio do Livre Convencimento Motivado: incumbe ao Magistrado apontar Polícia instaurou inquérito policial para averiguar a possível ocorrência do
qual a prova fundamentou sua decisão (art. 155 do CPP); delito de estelionato praticado por Márcio, tudo conforme minuciosamente
- Princípio da Íntima Convicção: inerente aos integrantes do Conselho de narrado na requisição do Ministério Público Estadual. Ao final da apuração, o
Sentença do Tribunal do Júri (dispensa-se a fundamentação); Delegado de Polícia enviou o inquérito devidamente relatado ao Promotor de
- PROVA ILÍCITA: aquela resultante de violação à direito material. Ex.: Justiça. No entendimento do parquet, a conduta praticada por Márcio, embora
interceptação telefônica sem autorização judicial ou fora do prazo típica, estaria prescrita. Nessa situação, o Promotor deverá
determinado; A) arquivar os autos.
- ATENÇÃO: O Juiz que tiver contato com a prova ilícita não poderá B) oferecer denúncia.
proferir Sentença ou Acórdão. C) determinar a baixa dos autos.
ATENÇÃO: Assunto alterado pelo Pacote Anticrime (Lei D) requerer o arquivamento.
Federal nº 13.964/2019) – art. 157, § 5º, do CPP.
- PROVA ILEGÍTIMA: aquela resultante da violação à lei processual. Ex.: art. 479 X Exame de Ordem (2013 - FGV) - Questão 02 - Um professor na aula de
do CPP; Processo Penal esclarece a um aluno que o Ministério Público, após ingressar
- A Prova Ilícita não poderá ser utilizada contra o réu, apenas em seu favor, com a ação penal, não poderá desistir dela, conforme expressa previsão do Art.
para buscar sua absolvição, caso a sua inocência não possa ser comprovada 42 do CPP. O professor estava explicando ao aluno o princípio da
de outra forma; A) indivisibilidade.
- PROVA EMPRESTADA: aquela produzida em outro processo e, através da B) obrigatoriedade.
reprodução documental, juntada ao processo criminal pendente de decisão. C) indisponibilidade.
Para ser utilizado no Processo Penal deve observar os seguintes requisitos: D) intranscedência.
a) as partes envolvidas nos dois processos devem ser as mesmas;
b) o fato objeto dos dois processos deve ser o mesmo; XIII Exame de Ordem (2014 - FGV) - Questão 03 - Carolina, voltando do Paraguai
c) a prova deve ter sido produzida sob o contraditório e a produção deve com diversas mercadorias que configurariam o crime de contrabando, entra no
ter observado os requisitos legais. país pela cidade de Foz do Iguaçu (PR). Em lá chegando, compra uma passagem
- Para o STJ, a prova emprestada pode ser importada de processo em que não de ônibus para a cidade de São Paulo e segue, posteriormente, para o Rio de
eram as mesmas partes, dando importância maior para a realização sob o Janeiro, sua cidade natal, quando é surpreendida por policiais federais que
manto do contraditório (Informativo nº 543); participavam de uma operação de rotina na rodoviária. Os policiais, então,
- ENCONTRO FORTUITO DE PROVAS: ocorre quando a prova de determinada apreendem as mercadorias e conduzem Carolina à Delegacia Policial. Na
infração penal é obtida a partir da busca regularmente autorizada para a hipótese, assinale a alternativa que indica o órgão competente para proceder
investigação de outro crime. STJ: SERENDIPIDADE); ao julgamento de Carolina.
- PROVA PERICIAL: ocorre quando a infração penal deixar vestígios, sendo certo A) A Justiça Federal de Foz de Iguaçu.
que nem a confissão do acusado pode suprir a falta da perícia (EXCEÇÃO: Crime B) A Justiça Federal do Rio de Janeiro.
de Estupro); C) A Justiça Federal de São Paulo.
 LAUDO PERICIAL: em regra, confeccionado por um Perito Oficial, D) Qualquer das anteriores, independentemente da regra da prevenção.
portador de diploma de nível superior, e, na falta deste, por duas
pessoas portadoras de diploma de curso superior preferencialmente XIII Exame de Ordem (2014 - FGV) - Questão 04 - Fernanda, durante uma
na área específica, que deverão prestar compromisso de bem discussão com seu marido Renato, levou vários socos e chutes. Inconformada
desenvolver sua atividade (a falta de prestação de compromisso é com a agressão, dirigiu-se à Delegacia de Polícia mais próxima e narrou todo o
mera irregularidade e não anula a perícia). CUIDADO: o resultado do ocorrido. Após a realização do exame de corpo de delito, foi constatada a
Laudo Pericial não vincula o Magistrado. prática de lesão corporal leve por parte de Renato. O Delegado de Polícia
- INTERROGATÓRIO DO ACUSADO: meio de defesa e de prova. Assim, somente o registrou a ocorrência e requereu as medidas cautelares constantes no Artigo
acusado poderá prestar seu depoimento em juízo, e, por ser meio de defesa, 23 da Lei nº 11.340/2006. Após alguns dias e com objetivo de reconciliação com
poderá ficar em silêncio ou mesmo mentir quanto ao delito em apuração, o marido, Fernanda foi novamente à Delegacia de Polícia requerendo a
devendo sempre ser acompanhado na presença de um advogado; cessação das investigações para que não fosse ajuizada a ação penal
- Por motivos de ordem pública, tanto o interrogatório do acusado, quanto a respectiva. Diante do caso narrado, de acordo com o recente entendimento do
oitiva das testemunhas, podem ser feitos por vídeo conferência. Supremo Tribunal Federal, assinale a afirmativa correta.
- OFENDIDO (VÍTIMA): tem o dever de depor em juízo e não possui direito ao A) No âmbito da Lei Maria da Penha, nos crimes de lesão corporal leve, a ação
silêncio, exceto se o seu depoimento puder incriminá-lo por algo, sendo penal é condicionada à representação. Desta forma, é possível a sua
informante, ou seja, não prestando compromisso; retratação, pois não houve o oferecimento da denúncia.
- TESTEMUNHAS: todos tem o dever de colaborar com o esclarecimento dos B) No âmbito da Lei Maria da Penha, nos crimes de lesão corporal leve, a ação
crimes, podendo ser conduzida coercitivamente para falar em juízo e, se ficar penal é pública incondicionada, sendo impossível interromper as investigações
em silencio, responde pelo crime de falso testemunho. ATENÇÃO: art. 206 e art. e obstar o prosseguimento da ação penal.
208 do CPP. C) No âmbito da Lei Maria da Penha, nos crimes de lesão corporal leve, a ação
penal é pública incondicionada, mas é possível a retratação da representação
antes do oferecimento da denúncia.
10) OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
 Interceptação Telefônica – Lei Federal nº 9.296/1996;
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

155
D) No âmbito da Lei Maria da Penha, nos crimes de lesão corporal leve, a ação Ministério Público, em audiência de custódia, manifesta-se pela conversão da
penal é pública condicionada à representação, mas como os fatos já foram prisão em flagrante em preventiva, valorizando o fato de Caio ser reincidente,
levados ao conhecimento da autoridade policial será impossível impedir o conforme confirmação constante de sua Folha de Antecedentes Criminais.
prosseguimento das investigações e o ajuizamento da ação penal. Quando de sua manifestação, o advogado de Caio, sob o ponto de vista técnico,
deverá requerer
XIII Exame de Ordem (2014 - FGV) - Questão 05 - Felipe foi reconhecido em sede A) liberdade provisória, pois, apesar da prisão em flagrante ser legal, não
policial por meio de fotografia como o autor de um crime de roubo. O inquérito estão presentes os pressupostos para prisão preventiva.
policial seguiu seus trâmites de forma regular e o Ministério Público decidiu B) relaxamento da prisão, em razão da ausência de situação de flagrante.
denunciar o indiciado. O oficial de justiça procurou em todos os endereços C) revogação da prisão preventiva, pois a prisão em flagrante pelo crime de
constantes nos autos, mas a citação pessoal ou por hora certa foram roubo foi ilegal.
impossíveis. Assim, o juiz decidiu pela citação por edital. Marcela, irmã de D) substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, pois Caio é
Felipe, ao passar pelo fórum leu a citação por edital e procurou um advogado responsável pelos cuidados de adolescente de 14 anos.
para tomar ciência das consequências de tal citação, pois ela também não
sabe do paradeiro do irmão. Diante da situação descrita, acerca da orientação XXV Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 08 - Bruna compareceu à
a ser dada pelo advogado, assinale a afirmativa correta. Delegacia e narrou que foi vítima de um crime de ameaça, delito este de ação
A) Felipe deve comparecer em juízo, sob pena de ser processado e condenado penal pública condicionada à representação, que teria sido praticado por seu
sem que seja dada oportunidade para a sua defesa. marido Rui, em situação de violência doméstica e familiar contra a mulher.
B) Se Felipe não comparecer e não constituir advogado, o processo e o curso do Disse, ainda, ter interesse que seu marido fosse responsabilizado
prazo prescricional ficarão suspensos, sendo decretada a sua prisão criminalmente por seu comportamento. O procedimento foi encaminhado ao
preventiva de forma automática. C) Se Felipe não comparecer e não constituir Ministério Público, que ofereceu denúncia em face de Rui pela prática do crime
advogado, o processo e o curso do prazo prescricional ficarão suspensos, de ameaça (Art. 147 do Código Penal, nos termos da Lei nº 11.340/06). Bruna,
sendo determinada a produção antecipada de provas de forma automática, porém, comparece à Delegacia, antes do recebimento da denúncia, e afirma
diante do risco do desaparecimento das provas pelo decurso do tempo. não mais ter interesse na responsabilização penal de seu marido, com quem
D) Se Felipe não comparecer e não constituir advogado, o processo e o curso do continua convivendo. Posteriormente, Bruna e Rui procuram o advogado da
prazo prescricional ficarão suspensos e, se for urgente, o juiz determinará a família e informam sobre o novo comparecimento de Bruna à Delegacia.
produção antecipada de provas, podendo decretar a prisão preventiva se Considerando as informações narradas, o advogado deverá esclarecer que
presentes os requisitos expressos no artigo 312, do CPP. A) a retratação de Bruna, perante a autoridade policial, até o momento, é
irrelevante e não poderá ser buscada proposta de suspensão condicional do
XIII Exame de Ordem (2014 - FGV) - Questão 06 - João foi denunciado pela processo.
prática de crime de furto simples. Na denúncia, o Ministério Público apenas B) a retratação de Bruna, perante a autoridade policial, até o momento, é
narrou que houve a subtração do cordão da vítima, indicando hora e local. Na válida e suficiente para impedir o recebimento da denúncia.
audiência de instrução e julgamento, a vítima narrou que João empurrou-a em C) não cabe retratação do direito de representação após o oferecimento da
direção ao chão dizendo que se gritasse “o bicho ia pegar”, arrancando, em denúncia; logo, a retratação foi inválida.
seguida, o seu cordão. Diante da narrativa da violência e da grave ameaça, o D) não cabe retratação do direito de representação nos crimes praticados no
juiz fica convencido de que houve crime de roubo e não de furto. Sobre o caso âmbito de violência doméstica e familiar contra a mulher, e nem poderá ser
apresentado, de acordo com o Código de Processo Penal, assinale a afirmativa buscada proposta de transação penal.
correta.
A) O juiz na sentença poderá condenar João pelo crime de roubo, com base no XXV Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 09 - Zeca e Juca foram
artigo 383 do CPP, que assim dispõe: “O juiz, sem modificar a descrição do fato denunciados pela prática de crime de sequestro, figurando como vítima Vanda.
contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, Por ocasião do interrogatório, Zeca nega a autoria delitiva e diz que nem
ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave”. conhece Juca; já Juca alega que conhece Zeca e que somente este seria o
B) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a autor do fato, declarando-se inocente. Após a instrução, o juiz profere sentença
denúncia em 5 (cinco) dias. Se o Ministério Público ficar inerte, o juiz deve absolvendo os denunciados. No dia da publicação da sentença, Vanda e Juca
aplicar o artigo 28 do CPP. procuram seus respectivos advogados e reiteram a certeza quanto à autoria
C) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a delitiva de Zeca e ao interesse em intervir no processo como assistentes de
denúncia em 5 (cinco) dias. Se o Ministério Público ficar inerte, o juiz poderá acusação. Considerando apenas as informações narradas, assinale a
condenar João pelo crime de roubo, tendo em vista que a vítima narrou a afirmativa correta.
agressão em juízo. A) O advogado de Juca poderá requerer a intervenção de seu cliente como
D) O juiz poderá condenar João pelo crime de roubo, independentemente de assistente de acusação, devendo, porém, o Ministério Público ser ouvido
qualquer providência, em homenagem ao princípio da verdade real. previamente sobre a admissão do assistente.
B) Os advogados de Juca e Vanda não poderão requerer a intervenção de seus
XXV Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 07 - No dia 15 de maio de 2017, clientes como assistentes de acusação, tendo em vista que já foi proferida
Caio, pai de um adolescente de 14 anos, conduzia um veículo automotor, em via sentença.
pública, às 14h, quando foi solicitada sua parada em uma blitz. Após consultar C) O advogado de Vanda poderá requerer a intervenção de sua cliente como
a placa do automóvel, os policiais constataram que o veículo era produto de assistente de acusação, mas não poderá solicitar a realização de nova
crime de roubo ocorrido no dia 13 de maio de 2017, às 09h. Diante da suposta audiência para elaborar as perguntas que entender pertinentes.
prática do crime de receptação, realizaram a prisão e encaminharam Caio D) O advogado de Vanda poderá requerer a intervenção de sua cliente como
para a Delegacia. Em sede policial, a vítima do crime de roubo foi convidada a assistente de acusação, e do despacho que admitir ou não o assistente caberá
comparecer e, em observância a todas as formalidades legais, reconheceu recurso em sentido estrito.
Caio como o autor do crime que sofrera. A autoridade policial lavrou auto de
prisão em flagrante pelo crime de roubo em detrimento de receptação. O
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

156
XXV Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 10 - O Ministério Público ofereceu XXVI Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 13 - Maicon, na condução de
denúncia em face de Matheus, imputando-lhe a prática de um crime de veículo automotor, causou lesão corporal de natureza leve em Marta,
estelionato. Na cota da denúncia, o Promotor de Justiça solicitou a realização desconhecida que dirigia outro automóvel, que inicialmente disse ter interesse
de exame grafotécnico para comparar as assinaturas constantes da em representar em face do autor dos fatos, diante da prática do crime do Art.
documentação falsa, utilizada como instrumento da prática do estelionato, com 303, caput, do Código de Trânsito Brasileiro. Em audiência preliminar, com a
as de Matheus. Após ser citado, Matheus procura seu advogado e esclarece, em presença de Maicon e Marta acompanhados por seus advogados e pelo
sigilo, que realmente foi autor do crime de estelionato. Considerando as Ministério Público, houve composição dos danos civis, reduzida a termo e
informações narradas, sob o ponto de vista técnico, o advogado deverá homologada pelo juiz em sentença. No dia seguinte, Marta se arrepende,
esclarecer que Matheus procura seu advogado e afirma não ter interesse na execução do acordo
A) deverá realizar o exame grafotécnico, segundo as determinações que lhe celebrado. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de
forem realizadas, já que prevalece no Processo Penal o Princípio da Verdade Marta deverá
Real. a) interpor recurso de apelação da sentença que homologou a composição dos
B) poderá se recusar a realizar o exame grafotécnico até o momento de seu danos civis.
interrogatório, ocasião em que deverá fornecer padrão para o exame b) esclarecer que o acordo homologado acarretou renúncia ao direito de
grafotécnico, ainda que com assinaturas diferentes daquelas tradicionalmente representação.
utilizadas por ele. c) interpor recurso em sentido estrito da sentença que homologou composição
C) deverá realizar o exame grafotécnico, tendo em vista que, no recebimento dos danos civis.
da denúncia, prevalece o princípio do in dubio pro societatis. d)esclarecer que, sendo crime de ação penal de natureza pública, não caberia
D) poderá se recusar a realizar o exame grafotécnico durante todo o processo, composição dos danos civis, mas sim transação penal, de modo que a sentença
e essa omissão não pode ser interpretada como confissão dos fatos narrados é nula.
na denúncia.
XXVI Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 14 - Caio vinha sendo investigado
XXVII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 11 - Paulo, ofendido em crime pela prática de crime de organização criminosa. Durante os atos de
contra o patrimônio, apesar de sua excelente condição financeira, veio a investigação, agentes da Polícia Civil descobriram que ele realizaria ação no
descobrir, após a identificação da autoria, que o autor dos fatos adquiriu, com exercício da atividade criminosa da organização que deixaria clara a situação
os proventos da infração, determinado bem imóvel. Diante da descoberta, de flagrante e permitiria a obtenção de provas. Todavia, a investigação
procurou você, na condição de advogado(a), para a adoção das medidas também indicava que nos dias seguintes outros atos do grupo criminoso
cabíveis. Com base apenas nas informações expostas, a defesa técnica do seriam praticados por Caio, o que permitiria a identificação de outros
ofendido deverá esclarecer ser cabível envolvidos na organização. Diante disso, a autoridade policial determina
a) o sequestro, desde que após o oferecimento da denúncia, mas exige diretamente e em sigilo que ocorra ação controlada, comunicando apenas ao
requerimento do Ministério Público ou decisão do magistrado de ofício. Ministério Público, retardando a intervenção policial para que a medida se
b) o arresto, ainda que antes do oferecimento da denúncia, mas a ação concretizasse de forma mais eficaz à formação da prova e obtenção de
principal deverá ser proposta no prazo máximo de 30 dias, sob pena de informações. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de
levantamento. Caio poderá buscar a invalidade da chamada “ação controlada”, porque
c) o sequestro, ainda que antes do oferecimento da denúncia, podendo a a) não foi deferido acesso aos autos, antes do encerramento da diligência, à
decisão judicial ser proferida a partir de requerimento do próprio ofendido. defesa técnica, mas tão só ao Ministério Público e ao delegado.
d) o arresto, que deve ser processado em autos em apartados, exigindo b) não é instrumento previsto na Lei de Organização Criminosa, diferente da
requerimento do Ministério Público ou decisão do magistrado de ofício. infiltração de agentes, devidamente disciplinada no diploma legal.
c) não houve prévia comunicação ao juiz competente, que nos termos da lei,
XXVIII Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 12 - Marcus, advogado, atua em poderia, inclusive, estabelecer os limites do ato.
duas causas distintas que correm perante a Vara Criminal da Comarca de d) não poderia haver retardo na realização da prisão em flagrante, sob pena de
Fortaleza. Na primeira ação penal, Renato figura como denunciado em ação não mais ser admitida medida cautelar restritiva de liberdade, apesar de ser
penal por crime de natureza tributária, enquanto, na segunda ação, Hélio possível o retardo na formação e obtenção das provas.
consta como denunciado por crime de peculato.
Entendendo pela atipicidade da conduta de Renato, Marcus impetra habeas XVI Exame de Ordem (2015 - FGV) - Questão 15 - O inquérito policial pode ser
corpus, perante o Tribunal de Justiça, em busca do “trancamento” da ação definido como um procedimento investigatório prévio, cuja principal finalidade
penal. Já em favor de Hélio, impetra mandado de segurança, também perante o é a obtenção de indícios para que o titular da ação penal possa propô-la contra
Tribunal de Justiça, sob o fundamento de que o magistrado de primeira o suposto autor da infração penal.
instância, de maneira recorrente, não estava permitindo o acesso aos autos do Sobre o tema, assinale a afirmativa correta.
processo. a) A exigência de indícios de autoria e materialidade para oferecimento de
Na mesma data são julgados o habeas corpus e o mandado de segurança por denúncia torna o inquérito policial um procedimento indispensável.
Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará, sendo que a ordem de b) O despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito policial é
habeas corpus não foi concedida por maioria de votos, enquanto o mandado de irrecorrível.
segurança foi denegado por unanimidade. c) O inquérito policial é inquisitivo, logo o defensor não poderá ter acesso aos
Intimado da decisão proferida no habeas corpus e no mandado de segurança, elementos informativos que nele constem, ainda que já documentados.
caberá a Marcus apresentar, em busca de combatê-las, d) A autoridade policial, ainda que convencida da inexistência do crime, não
a) Recurso Ordinário Constitucional, nos dois casos. poderá mandar arquivar os autos do inquérito já instaurado.
b) Recurso em Sentido Estrito e Recurso Ordinário Constitucional,
respectivamente.
c) Embargos infringentes, nos dois casos.
d) Embargos infringentes e Recurso Ordinário Constitucional, respectivamente.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

157
XVI Exame de Ordem (2015 - FGV) - Questão 16 - A prisão temporária pode ser c) revisão criminal.
definida como cautelar restritiva, decretada por tempo determinado, destinada d) apelação.
a possibilitar as investigações de certos crimes considerados pelo legislador
como graves, antes da propositura da ação penal. Sobre o tema, assinale a XIX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 20 - Antônio foi denunciado e
afirmativa correta. condenado pela prática de um crime de roubo simples à pena privativa de
a) Assim como a prisão preventiva, pode ser decretada de ofício pelo juiz, após liberdade de 4 anos de reclusão, a ser cumprido em regime fechado, e 10 dias-
requerimento do Ministério Público ou representação da autoridade policial. multa. Publicada a sentença no Diário Oficial, o advogado do réu se manteve
b) Sendo o crime investigado hediondo, o prazo poderá ser fixado em, no inerte. Antônio, que estava preso, foi intimado pessoalmente, em momento
máximo, 15 dias, prorrogáveis uma vez pelo mesmo período. posterior, manifestando interesse em recorrer do regime de pena aplicado.
c) Findo o prazo da temporária sem prorrogação, o preso deve ser Diante disso, 2 dias após a intimação pessoal de Antônio, mas apenas 10 dias
imediatamente solto. após a publicação no Diário Oficial, sua defesa técnica interpôs recurso de
d) O preso, em razão de prisão temporária, poderá ficar detido no mesmo local apelação. O juiz de primeira instância denegou a apelação, afirmando a
em que se encontram os presos provisórios ou os condenados definitivos. intempestividade. Contra essa decisão, o advogado de Antônio deverá
apresentar
XIX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 17 – João, no dia 2 de janeiro de a) Recurso de Agravo.
2015, praticou um crime de apropriação indébita majorada. Foi, então, b) Carta Testemunhável.
denunciado como incurso nas sanções penais do Art. 168, §1º, inciso III, do c) Recurso Ordinário Constitucional.
Código Penal. No curso do processo, mas antes de ser proferida sentença d) Recurso em Sentido Estrito.
condenatória, dispositivos do Código de Processo Penal de natureza
exclusivamente processual sofrem uma reforma legislativa, de modo que o rito VIII Exame de Ordem (2012 - FGV) - Questão 21 - Um Delegado de Polícia
a ser seguido no recurso de apelação é modificado. O advogado de João determina a instauração de inquérito policial para apurar a prática do crime
entende que a mudança foi prejudicial, pois é possível que haja uma demora no de receptação, supostamente praticado por José. Com relação ao Inquérito
julgamento dos recursos. Nesse caso, após a sentença condenatória, é correto Policial, assinale a afirmativa que não constitui sua característica.
afirmar que o advogado de João a) Escrito.
a) deverá respeitar o novo rito do recurso de apelação, pois se aplica ao caso o b) Inquisitório.
princípio da imediata aplicação da nova lei. c) Indispensável.
b) não deverá respeitar o novo rito do recurso de apelação, em razão do d) Formal.
princípio da irretroatividade da lei prejudicial e de o fato ter sido praticado
antes da inovação. XX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 22 - Lúcio Flavio, advogado,
c) não deverá respeitar o novo rito do recurso de apelação, em razão do ofereceu queixa-crime em face de Rosa, imputando-lhe a prática dos delitos
princípio da ultratividade da lei. de injúria simples e difamação. As partes não celebraram qualquer acordo e a
d) deverá respeitar o novo rito do recurso de apelação, pois se aplica ao caso o querelada negava os fatos, não aceitando qualquer benefício. Após o regular
princípio da extratividade. processamento e a instrução probatória, em alegações finais, Lúcio Flávio
requer a condenação de Rosa pela prática do crime de difamação, nada
XXVII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 18 - Após ser instaurado inquérito falando em sua manifestação derradeira sobre o crime de injúria. Diante da
policial para apurar a prática de um crime de lesão corporal culposa praticada situação narrada, é correto afirmar que
na direção de veículo automotor (Art. 303 da Lei nº 9.503/97 – pena: detenção a) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria, em
de seis meses a dois anos), foi identificado que o autor dos fatos seria Carlos, razão da perempção.
que, em sua Folha de Antecedentes Criminais, possuía três anotações b) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria, em
referentes a condenações, com trânsito em julgado, pela prática da mesma razão do perdão do ofendido.
infração penal, todas aptas a configurar reincidência quando da prática do c) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria, em
delito ora investigado. Encaminhados os autos ao Ministério Público, foi razão da renúncia ao direito de queixa.
oferecida denúncia em face de Carlos pelo crime antes investigado; diante da d) poderá Rosa ser condenada pela prática de ambos os delitos, já que houve
reincidência específica do denunciado civilmente identificado, foi requerida a apresentação de alegações finais pela defesa técnica do querelante.
decretação da prisão preventiva. XX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 23 - Guilherme foi denunciado pela
Recebidos os autos, o juiz competente decretou a prisão preventiva, reiterando prática de um crime de lesão corporal seguida de morte. Após o recebimento
a reincidência de Carlos e destacando que essa circunstância faria com que da denúncia, Guilherme é devidamente citado. Em conversa com sua defesa
todos os requisitos legais estivessem preenchidos. Ao ser intimado da decisão, técnica, Guilherme apresenta prova inequívoca de que agiu em estado de
o(a) advogado(a) de Carlos deverá requerer necessidade. Diante da situação narrada, o advogado de Guilherme, em
a) a liberdade provisória dele, ainda que com aplicação das medidas resposta à acusação, deverá requerer a
cautelares alternativas. a) rejeição de denúncia, que fará coisa julgada material.
b) o relaxamento da prisão dele, tendo em vista que a prisão, em que pese ser b) absolvição sumária do réu, que fará coisa julgada material.
legal, é desnecessária. c) absolvição imprópria do réu, que fará coisa julgada material.
c) a revogação da prisão dele, tendo em vista que, em que pese ser legal, é d) impronúncia do acusado, que não faz coisa julgada material.
desnecessária.
d) o relaxamento da prisão dele, pois ela é ilegal. XX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 24 - José foi absolvido em 1ª
instância após ser denunciado pela prática de um crime de extorsão em face
V Exame de Ordem (2011 - FGV) - Questão 19 - Da sentença que absolver de Marina. O Ministério Público interpôs recurso de apelação, sendo a sentença
sumariamente o réu caberá(ão) de primeiro grau reformada pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina para
a) recurso em sentido estrito. condenar o réu à pena de 05 anos, sendo certo que o acórdão transitou em
b) embargos. julgado. Sete anos depois da condenação, já tendo cumprido integralmente a
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

158
pena, José vem a falecer. Posteriormente, Caio, filho de José, encontrou um B) sua absolvição sumária, podendo o Ministério Público apresentar recurso de
vídeo no qual foi gravada uma conversa de José e Marina, onde esta admite apelação em caso de acolhimento do pedido pelo magistrado, ou oferecer,
que mentiu ao dizer que foi vítima do crime pelo qual José foi condenado, mas posteriormente, nova denúncia.
que a atitude foi tomada por ciúmes. Caio, então, procura o advogado da C) sua absolvição sumária, podendo o Ministério Público apresentar recurso em
família. Diante da situação narrada, é correto afirmar que Caio, através de seu sentido estrito em caso de acolhimento do pedido pelo magistrado, mas,
advogado, transitada em julgado a decisão, não poderá ser oferecida nova denúncia com
a) não poderá apresentar revisão criminal, pois a pena de José já havia sido base nos mesmos fatos.
extinta pelo cumprimento. D) a rejeição da denúncia, podendo o Ministério Público apresentar recurso de
b) não poderá apresentar revisão criminal, pois o acusado, que é quem teria apelação em caso de acolhimento do pedido pelo magistrado, mas, uma vez
legitimidade, já é falecido. transitada em julgado a decisão, não caberá oferecimento de nova denúncia.
c) poderá apresentar revisão criminal, sendo competente para julgamento o
Superior Tribunal de Justiça.
d) poderá apresentar revisão criminal, sendo competente para julgamento o
Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

XX Exame de Ordem – Reaplicação Salvador/BA (2016 - FGV) Questão 25 - Em


razão de uma determinada conduta de um juiz de direito de 1ª instância, que
atuava em uma Vara Criminal da Comarca de Curitiba, o advogado Frederico
ingressou com um habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça do Paraná,
figurando como autoridade coatora o magistrado. A ordem de habeas corpus foi
denegada pelo Tribunal. Dessa decisão, desconsiderando a hipótese de habeas
corpus, caberá ao advogado interpor a seguinte medida:
a) recurso em sentido estrito, que permite o exercício do juízo de retratação.
b) recurso ordinário constitucional perante o STJ.
c) recurso ordinário constitucional perante o STF.
d) recurso especial perante o STJ.

XXXI Exame de Ordem (2020 – FGV) – Questão 26 - Durante escuta telefônica


devidamente deferida para investigar organização criminosa destinada ao
contrabando de armas, policiais obtiveram a informação de que Marcelo
receberia, naquele dia, grande quantidade de armamento, que seria depois
repassada a Daniel, chefe de sua facção. Diante dessa informação, os policiais
se dirigiram até o local combinado. Após informarem o fato à autoridade
policial, que o comunicou ao juízo competente, eles acompanharam o
recebimento do armamento por Marcelo, optando por não o prender naquele
momento, pois aguardariam que ele se encontrasse com o chefe da sua
organização para, então, prendê-los. De posse do armamento, Marcelo se
dirigiu ao encontro de Daniel e lhe repassou as armas contrabandeadas,
quando, então, ambos foram surpreendidos e presos em flagrante pelos
policiais que monitoravam a operação. Encaminhados para a Delegacia, os
presos entraram em contato com um advogado para esclarecimentos sobre a
validade das prisões ocorridas. Com base nos fatos acima narrados, o
advogado deverá esclarecer aos seus clientes que a prisão em flagrante
efetuada pelos policiais foi
A) ilegal, por se tratar de flagrante esperado.
B) legal, restando configurado o flagrante preparado.
C) legal, tratando-se de flagrante retardado.
D) ilegal, pois a conduta dos policiais dependeria de prévia autorização judicial.

XXXI Exame de Ordem (2020 – FGV) – Questão 27 - Caio foi denunciado pela
suposta prática do crime de estupro de vulnerável. Ocorre que, apesar da
capitulação delitiva, a denúncia apresentava-se confusa na narrativa dos
fatos, inclusive não sendo indicada qual seria a idade da vítima. Logo após a
citação, Caio procurou seu advogado para esclarecimentos, destacando a
dificuldade na compreensão dos fatos imputados. O advogado de Caio,
constatando que a denúncia estava inepta, deve esclarecer ao cliente que, sob
o ponto de vista técnico, com esse fundamento poderia buscar
A) a rejeição da denúncia, podendo o Ministério Público apresentar recurso em
sentido estrito em caso de acolhimento do pedido pelo magistrado, ou oferecer,
posteriormente, nova denúncia.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

159
Art. 7° CTN – A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das
DIREITO TRIBUTÁRIO funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos
ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa
jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3° do artigo 18 da
constituição.
Capítulo 1
§ 1° A atribuição compreende as garantias e privilégios processuais que
Ementa: 1. Conceito de Tributo. 1.1 Espécies tributárias. 1.2 Competência
tributária. 1.3 Características da Competência Tributária. 1.4 Capacidade competem a pessoa jurídica de direito público que a conferir.
tributária ativa. 1.5 Exercício da Competência Tributária. 1.6 Limites ao § 2° A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da
Exercício da Competência. 1.7 Princípios do Direito Tributário. pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.
§ 3° Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de
1. CONCEITO DE TRIBUTO direito privado, do encargo ou da função de arrecadas tributos.

Tributo: Art. 3º - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou UNIÃO ESTADOS D. FEDERAL MUNICIPIOS
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, TAXA TAXA TAXA TAXA
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente Art. 145°, II CF Art. 145°, II CF Art. 145°, II CF Art. 145°, II CF
vinculada. CONT. MELHORIA CONT. MELHORIA CONT. MELHORIA CONT. MELHORIA
Art. 145°, III CF Art. 145°, III CF Art. 145°, III CF Art. 145°, III CF
São receitas derivadas, necessárias à manutenção da máquina estatal, e CONT. SOCIAL CONT. SOCIAL CONT. SOCIAL
possuem definição no art. 3º do CTN. CONT. SOCIAL
PREV. SERV. PREV. SERV. PREV. SERV.
PREV. SERV. PUBLICO
PUBLICO PUBLICO PUBLICO
Ninguém paga tributo por ter desrespeitado uma lei, tributo não é castigo. Ao Art. 149°, § 1° CF
Art. 149°, § 1° CF Art. 149°, § 1° CF Art. 149°, § 1° CF
contrário paga-se o tributo por incorrer em uma situação prevista em lei como CONT. SOCIAL
hipótese de incidência tributária, ou seja, o legislador elegeu uma situação que COSIP COSIP
CIDE COMBUSTIVEL
uma vez praticada pelo sujeito, no mundo concreto, estará sujeito à incidência Art. 149-A CF Art. 149-A CF
Art. 149° CF
da norma tributária e por essa razão irá nascer a obrigação de pagar um CONT. INTER. CATEG.
tributo. PROF. ECONOMICA
As hipóteses de incidência da norma tributárias são sempre constituídas por Art. 149° CF
fatos lícitos. Contudo, verifica-se que embora a hipótese de incidência EMP. COMPULSÓRIO
tributária não possa ser algo ilícito, os frutos de uma atividade ilícita podem Art. 148° CF
ser objeto de tributação. Isso por que o artigo 118, I do Código tributário
Nacional – CTN, prevê que a definição de fato gerador será interpretada COMPETÊNCIA EM RELAÇÃO AOS IMPOSTOS
abstraindo-se da validade dos atos praticados pelo sujeito.
UNIÃO ESTADOS e DF MUNICIPIOS e DF
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: Art. 153°,154° CF Art. 155° CF Art. 156° CF
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes,
responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus IPI ITCMD IPTU
efeitos; IE ICMS ITBI

Além disso, os tribunais superiores aplicam o Princípio do pecunia non olet, IR IPVA ISS
segundo o qual o tributo não tem cheiro, não importa de onde vem, nesse caso, II
o que importa é que ocorreu o fato gerador. O próprio CTN prevê que a definição
ITR
legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se a validade jurídica dos atos
efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem IOF
como a natureza de seu objeto ou efeitos ou dos efeitos dos fatos efetivamente
IGF
ocorridos.
I. RESIDUAL
1.1 ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS: O art.5° do CTN e o art. 145 da CF prevêem três IEG
espécies tributárias:
1) Impostos 1.3 CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
2) Taxas
3) Contribuição de Melhoria • Indelegável: O ente federativo NÃO poderá transferir a sua competência
tributária para nenhum outro ente, NÃO se confundindo com a capacidade
O art. 148 da CF faz menção ao Empréstimo Compulsório e o art. 149 da CF tributária ativa, esta administrativa e delegável, inclusive no tocante à
refere-se às Contribuições. capacidade processual para o ajuizamento da execução fiscal (As funções
fiscais são delegáveis).
1.2 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA • Facultativa: Os entes federativos NÃO se obrigam a instituir os tributos cuja
competência lhe foi atribuída pela CF/88, em que pese o art. 11 LRF (LC 101/01)
É a outorga de poder concedido pela Constituição Federal aos Entes Federativos vedar as transferências voluntárias aos entes que não instituírem os impostos.
para que eles possam criar, instituir e majorar tributos. Somente os entes • Incaducabilidade: O direito do ente federativo instituir o tributo pode ser
Federativos apresentam competência tributária, pois os tributos só podem ser exercido a qualquer tempo, e não se condiciona a prazo decadencial.
instituídos por meio de lei.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

160
• Inalterabilidade: A competência tributária NÃO pode ser alterada por lei A Medida Provisória, no entanto, para instituir ou majorar impostos deverá
infraconstitucional. observar dois requisitos:
• Irrenunciabilidade: O ente federativo NÃO pode renunciar a sua competência Primeiro: Que Impostos possa ser instituídos por meio de Lei Ordinária, pois o
tributária em favor de outro ente, pode apenas deixar de exercê-la. art. 62, § 1º, lll da CF, veda a MP tratar sobre a matérias reservadas a Lei
Complementar.
Para memorizar, a competência tributária é: Segundo: Em se tratando de impostos, excepcionados o imposto Extraordinário
1) Indelegável Guerra, Imposto sobre Importação (ll) Imposto sobre Exportação (IE), Imposto
2) Facultativa sobre Operações Financeiras (IOF), e Imposto sobre Produtos Industrializados
3) Incaducavel (IPI), é necessário que a medida provisória que os criar seja convertida em lei
4) Inalterável até o final do exercício financeiro, para que possa produzir efeitos no exercício
5) Irrenunciável subsequente.

1.4 CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA 1.6 LIMITES AO EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA

• COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA: Se refere à possibilidade de editar lei instituindo o Os limites ao exercício da competência tributária podem ser dois: Limites
tributo, definindo seus elementos essenciais e decorre de previsão genéricos e limites específicos.
constitucional – É INDELEGÁVEL;
• CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA: Decorre da competência tributária, mas possui Limites Genéricos: São os limites trazidos pela Constituição Federal e pelo Ato
natureza administrativa, referindo-se as funções de arrecadar ou fiscalizar das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT. Nenhum tributo poderá ser
tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em instituído sem observar a Constituição Federal e a ADCT.
matéria tributária – É DELEGÁVEL.
Limites Específicos: São os princípios e imunidades, que se encontram
praticamente nos artigos: 145, § 1º, 150, 151, à 152 da Constituição Federal.
1.5 EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
1.7 PRINCÍPIOS DO DIREITO TRIBUTÁRIO:
Os Entes Federativos irão criar, instituir e majorar os tributos apenas por meio
de lei e via de regra lei ordinária. Os princípios constitucionais tributários estabelecem as regras pelas as quais
A lei ordinária é o instrumento por excelência da imposição tributária. Para a tributação será realizada e estabelecem os requisitos mínimos para o
efeito de votação parlamentar, indica um quórum de maioria simples, o voto exercício da tributação pelos entes públicos. É possível mencionar os seguintes
favorável de mais da metade do número de parlamentares presentes no dia da princípios:
votação.
Existem 4 tributos, todavia, que só podem ser instituídos ou majorados por L EGALIDADE (Art. 150°, I CF)
meio de Lei Complementar, que são: Contribuição Social Residual (art. 195, § 4º U NIFORMIDADE GEOGRÁFICA (Art. 151°, I CF)
da CF); Empréstimo Compulsório (art. 148 da CF); IGF (Imposto sobre Grandes C APACIDADE CONTRIBUTIVA (Art. 145° § 1° CF)
Fortunas – Art. 153, Vll da CF) e Imposto Residual (art. 154, l da CF). I SONOMIA (Art. 150, II CF)
Dizemos aqui, para fins mnemônicos que os tributos que só podem ser I RRETROATIVIDADE (Art. 150°, III “a” CF)
instituídos e majorados por meio de LC è ou CEGI! A NTERIORIDADE DO EXERCÍCIO (Art. 150°, III “b” CF)
Contribuição Social Residual N ÃO CONFISCO (Art. 150°, IV CF)
Empréstimo Compulsório A NTERIORIDADE NONAGESIMAL (Art. 150°, III “c” CF)
IGF
Imposto Residual Princípio da Legalidade: Está previsto no art. 150, I, da Constituição:
Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
ATENÇÃO: Nem todas as contribuições têm que ser criadas por lei vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
complementar. Só as contribuições RESIDUAIS, ou seja, novas contribuições I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
para a seguridade social que venham a ser criadas.
- Instituição de tributos por medida provisória Assim, nem a União, nem Estados, nem DF e nem Municípios poderão exigir ou
É cabível a instituição e majoração de tributos por medida provisória, SALVO os aumentar tributos sem lei que o estabeleça. No mesmo sentido, preleciona o
que exigem lei complementar para a sua criação, já que não cabe MP para art. 97 do CTN:
regular matérias de lei complementar. Porém, NÃO cabe MP: Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
• Para regular matérias do art. 146 CF; I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
A medida provisória que implique MAJORAÇÃO de IMPOSTOS só produzirá II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos
efeitos no exercício financeiro seguinte se for convertida em lei até o ultimo 21, 26, 39, 57 e 65;
dia daquele em que foi editada, com exceção dos impostos extrafiscais e os III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o
impostos extraordinários de guerra. disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o
Segundo a literalidade do art. 62, § 2º da CF Medida Provisória, que é um disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
instrumento normativo com força de lei, e poderá instituir e majorar impostos. V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus
Primeira Observação: Ainda que o art. 62, § 2º da CF estabeleça que a Medida dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
Provisória poderá instituir e majorar impostos, o STF tem entendimento de que VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou
as Medidas Provisórias podem instituir e majorar outras espécies tributárias, de dispensa ou redução de penalidades.
desde que essas não necessitem de Lei Complementar para sua instituição.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

161
De acordo com o Art. 97 § 1° CTN, considera-se MAJORAÇÃO de tributo a III - cobrar tributos:
modificação da base de cálculo de forma a torna-lo mais oneroso. a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que
A mera atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo NÃO os houver instituído ou aumentado;
constitui majoração de tributo, nos termos do Art. 97 § 2° do CTN, podendo ser
realizada por meio de simples decreto. No entanto se a atualização monetária A lei tributária NÃO pode retroagir, SALVO em três situações:
ocorrer com índices superiores ao oficial, não teremos uma mera atualização 1 – Em se tratando de Lei expressamente interpretativa, desde de que não
de valores, e sim, uma majoração de base de cálculo disfarçada, e por esse comine penalidade (Art. 106, I CTN).
motivo o instrumento normativo necessário será a lei. Nestes termos temos 2 – Em se tratando de Ato NÃO definitivamente julgado, vier uma lei que excluir
ainda a Sumula 160 STJ. infrações ou reduzir penalidades. (Art. 106, II CTN)
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, 3 – Em se tratando de lançamento, vier uma lei que crie novos critérios de
que importe em torná-lo mais oneroso. fiscalização ou apuração tributária. (Art. 144, § 1º, do CTN).
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da
deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente
ATENÇÃO: Não há nenhuma exceção para o princípio da legalidade em relação à modificada ou revogada.
instituição do tributo! Caso na prova tenha alguma alternativa de que a § 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do
instituição do tributo se deu por ato infra legal, essa alternativa está errada. fato gerador da obrigação, TENHA INSTITUÍDO NOVOS CRITÉRIOS DE APURAÇÃO OU
PROCESSOS DE FISCALIZAÇÃO, ampliado os poderes de investigação das
NÃO requerem lei: autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou
• Mera atualização monetária da base de cálculo do tributo: privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade
• Fixação/ alteração de prazo de pagamento do Tributo; tributária a terceiros.
Art. 106 - A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
Exceções ao princípio da legalidade I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a
A Constituição Federal, em seu Art. 153, § 1°, prevê alguns impostos que podem aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
ter as alíquotas alteradas, desde de que observados os limites e condições II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
estabelecidos em lei, por meio de ato do Poder Executivo, o que se dá por a) quando deixe de defini-lo como infração;
Decreto Presidencial ou portaria do Ministério da Fazenda (SOMENTE EM b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou
RELAÇÃO A ALTERAÇÃO/MAJORAÇÃO DAS ALÍQUOTAS, PARA MAIS OU PARA omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta
MENOS). Estão associados a tributos extrafiscais, a fim de se compatibilizar de pagamento de tributo;
com as políticas de arrecadação estatal: c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao
tempo da sua prática.
• II, IE, IPI e IOF: As ALÍQUOTAS poderão ser ALTERADAS por DECRETO do
Presidente da República, sem necessidade de lei. Princípio da Anterioridade
• O Art. 177, § 4° I, “b” da CF, também possibilita o Poder Executivo REDUZIR E É a vedação à cobrança do tributo no mesmo exercício financeiro em que haja
RESTABELECER as alíquotas da CIDE-COMBUSTÍVEL, por ato próprio, no caso sido publicada a lei que instituiu ou aumentou a exação. Anterioridade guarda
Decreto do Presidente. relação com o prazo para a produção de efeitos da lei tributária.
• O Art. 155, § 4° IV, “c” da CF, possibilita ao Poder Executivo REDUZIR E
RESTABELECER as alíquotas do ICMS- COMBUSTÍVEL. Atenção – NÃO se sujeitam à anterioridade:
Princípio da Isonomia: • Redução ou extinção de desconto para pagamento;
• Alteração do prazo de recolhimento do tributo;
A lei tributária não poderá instituir tratamento desigual ou discriminatório • Redução do tributo (benéfico ao contribuinte).
entre contribuintes que se encontrem na mesma situação. O princípio da
isonomia está previsto no art. 150, II, da Constituição Federal. - Regra da Anterioridade:
Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: • Anterioridade do Exercício: É a vedação à cobrança do tributo no mesmo
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que instituiu ou aumentou
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação o tributo;
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; • Anterioridade Nonagesimal (Noventena): Entre a data da publicação e a data
da produção de efeitos, deve haver um intervalo mínimo de 90 dias.
- Isonomia e capacidade contributiva: A capacidade contributiva é uma das
faces da isonomia e garante as seguintes dimensões: Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
• Equidade horizontal: Contribuintes de igual capacidade deverão pagar o vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
mesmo valor pecuniário; III - cobrar tributos:
• Equidade vertical: Contribuintes com desigual capacidade deverão pagar b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
diferentes quantidades pecuniárias. instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei
Princípio da Irretroatividade que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;
A lei tributária não pode retroagir para que a cobrança do tributo alcance fatos
passados. Previsto no art. 150, III, “a”, CF/88: A regra da Anterioridade do Exercício e Nonagesimal se aplica às
Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é contribuições? As contribuições previdenciárias não estão na regra, e seu
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: prazo de anterioridade é de 90 dias, conforme art. 195, §6º, da CF/88:
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

162
Art. 195, § 6º: As contribuições sociais de que trata este artigo ATENÇÃO: Embora a CF tenha previsto a aplicação do princípio da capacidade
(PREVIDENCIÁRIAS) só poderão ser exigidas após decorridos NOVENTA DIAS da contributiva apenas para os impostos no art. 145, §1º, a jurisprudência do STF
data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes entende que nada impede sua aplicação a outras espécies tributarias. Obs.: Se
aplicando o disposto no Art. 150, III, (b). na prova houver menção ao posicionamento da jurisprudência, adotem a
posição do STF. Se houver menção ao texto constitucional, adotem a
- Exceções ao Princípio da Anterioridade: interpretação literal.
Exceção – Anterioridade Exercício Exceção - Noventena
II II Princípio da Liberdade de tráfego
IE IE O inciso V do art. 150 da CF, proíbe os entes federados de estabelecer
IOF IOF limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais
EMPRESTIMO COMPULSÓRIO EMPRESTIMO COMPULSÓRIO ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
GUERRA/CAL GUERRA/CAL conservadas pelo poder público. Como exceções ao princípio, é possível citar:
IEG IEG • Possibilidade de cobrança de ICMS interestadual: Como a cobrança tem
IPI IR fundamento constitucional, é plenamente válida, não havendo que se discutir
CIDE COMBUSTÍVEL – Redução e IPTU e IPVA – Alteração da base de sua legitimidade.
Restabel. cálculo • Cobrança de Pedágio (Preço Público) pela utilização de vias públicas.
ICMS COMBUSTÍVEL – Redução e Lembrando que pedágio não é tributo.
Restabel.
Princípio da Uniformidade Geográfica
Temos tributos que não precisam aguardar o próximo exercício e nem 90 dias, A União deverá conferir tratamento tributário igualitário, equânime em relação
ou seja, o tributo pode ser cobrado: IMEDIATAMENTE, são eles: a todos os entes da federação:
- Imposto Extraordinário Guerra (Art. 154, II CF) Art. 151, I da CF
- Empréstimo Compulsório Guerra ou Calamidade Pública (Art. 148, I CF) É vedado à União:
- Imposto sobre a Importação - II (Art. 153, I CF) I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que
- Imposto sobre a Exportação – IE (Art. 153, II CF) implique distinção ou preferência em relação ao Estado, Distrito Federal ou a
- Imposto sobre Operações Financeiras - IOF (Art. 153, V CF) Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre
Princípio do Não-confisco as diferentes regiões do País;
A tributação não poderá ser tão gravosa a ponto de expropriar o patrimônio,
não pode criar um tributo tão caro que inviabilize o direito de propriedade. Está Princípio da proibição das isenções heterônomas
previsto no art. 150, IV, da CF: A isenção é forma de exclusão do crédito tributário consistente na dispensa
Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é legal do pagamento do tributo. É benefício fiscal concedido EXCLUSIVAMENTE
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: por lei, elaborada pelo ente que tem competência para a criação do tributo.
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; Assim, NÃO pode a União conceder isenção de tributo que não seja de sua
ATENÇÃO: A identificação do efeito confiscatório se dá pela totalidade da carga competência:
tributária, à luz de todo sistema tributário (STF). As multas também não podem Art. 151, III CF/88.
ter efeito confiscatório. É vedado à União:
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito
Princípio da Capacidade Contributiva Federal ou dos Municípios.
O princípio da capacidade contributiva é o princípio basilar do Direito tributário
e está preceituado no Art. 145, § 1°, CF: ATENÇÃO – Exceções ao princípio (ou seja, hipóteses em que a União pode
“Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados conceder isenção de tributos dos Estados e Municípios), previsto no Art. 156 §
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado a administração 3°, II CF:
tributária especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, • Possibilidade de a União conceder, também via lei complementar, isenção
identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, heterônoma do ISS, da competência dos Municípios nas exportações de
os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. serviços para o exterior.
• Possibilidade de o tratado internacional conceder isenções de tributos
TÉCNICAS PARA SE ANALISAR A CAPACIDADE CONTRIBUTIVA: estaduais e municipais.
• Progressividade: Técnica de incidência de alíquotas variadas, cujo aumento se
dá com a majoração da base de cálculo, podendo ser fiscal ou extrafiscal. Princípio da Não discriminação em razão da procedência ou destino - Art. 152
• Proporcionalidade: O desembolso será proporcional à grandeza da expressão da CF:
econômica do fato tributado. A alíquota é uma constante e a base de cálculo é Art. 152. É vedado aos ESTADOS, AO DISTRITO FEDERAL E AOS MUNICÍPIOS
variável. NÃO vem explícita na CF como a progressividade. estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza,
• Seletividade: Meio para inibir a regressividade, sendo forma de concretização em razão de sua procedência ou destino.
da capacidade contributiva em tributos indiretos. DICA: Note que a vedação NÃO abrange a União, que está autorizada a estipular
• Não-cumulatividade: Segundo Leandro Paulsen, a não-cumulatividade tratamento diferenciado entre os estados da federação tendo por meta
objetiva impedir que incidências sucessivas nas diversas operações de uma diminuir as desigualdades socioeconômicas tão comuns no Brasil.
cadeia econômica de produção ou comercialização de um produto impliquem
ônus tributário muito elevado, decorrente da tributação da mesma riqueza
diversas vezes. Consiste em fazer com que os tributos NÃO onerem em cascata
o mesmo produto (ex: Incidências sucessivas de IPI ou ICMS).
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

163
Capítulo 2 renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas
Ementa: 2 Imunidade tributária. 2.1 Distinção entre imunidade, isenção e não decorrentes.
incidência. 2.2 Imunidades em espécie.
Em princípio, as autarquias e fundações, instituídas e mantidas pelo Poder
2. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA Público, são imunes ao pagamento de impostos, desde que a imunidade se
2.1 - Distinção entre imunidade, isenção e não incidência: condicione à existência de patrimônio, renda ou serviços que se relacionem às
- Não incidência: São coisas que ocorrem no mundo, NÃO aplicáveis ao direito finalidades essenciais desses órgãos e que, portanto, tenham finalidade
tributário (Tout cout). O ente federativo, embora autorizado pública.
constitucionalmente, NÃO exerce a sua competência tributária. Para empresas públicas e sociedades de economia mista, o art. 150, §3º, da
- O tributo NÃO é instituído; CF/88, dispõe:
- NÃO há fato gerador, NÃO nasce a obrigação tributária, nem o crédito § 3º - As vedações do inciso VI, (a), e do parágrafo anterior (autarquias e
tributário. fundações) NÃO se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados
- A situação NÃO se enquadra na regra matriz de incidência. com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
- Imunidade: Casos que se enquadrariam na hipótese de incidência, mas a CF empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de
diz que NÃO incidirão determinados tributos. preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da
- É IRREVOGÁVEL, e deve ser interpretada à luz dos princípios (a imunidade obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
delimita o âmbito de atuação da competência).
- É exoneração tributária prevista na CF. Caso se trate de um ente da Administração Indireta que atue como agente
- Trata-se de uma competência negativa instituída pela CF/88. privado, com fins lucrativos, se inserindo na exploração de uma atividade
- Isenção: É a dispensa legal do pagamento do tributo. Se dá no plano da econômica, esse ente da Administração Indireta não fica sujeito à imunidade
legislação ordinária, devendo ser interpretada literalmente. Pode ser tributária recíproca num primeiro momento. No entanto, o STF tem entendido
revogada, SALVO a hipótese do art. 178 CTN, Isenção ONEROSA por prazo certo e ainda que certas EMPRESAS PUBLICAS e SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA,
em função de determinadas condições. quando prestam serviços públicos de prestação obrigatória e de forma
- Alíquota zero: Ocorre com tributos extrafiscais, em que o governo decide exclusiva do Estado também seriam IMUNES, por serem “longa manus” das
temporariamente reduzir a zero a carga de determinados produtos. O governo pessoas políticas que lhes criam e apontam os objetivos, a exemplo dos
quer reduzir sem isentar. Correios, CAERD, CODESP e INFRAERO.
- A competência tributária é exercida, o fato gerador ocorre, mas NÃO há o
dever de pagar tributo em razão da multiplicação da base de cálculo pela CONCLUSÃO: a imunidade tributária recíproca abrange as empresas públicas e
alíquota zero. sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos de prestação
obrigatória e exclusiva do estado.
2.2 – IMUNIDADES EM ESPÉCIE
Imunidades Genéricas ATENÇÃO: a regra imunizante NÃO exonera o promitente comprador da
As imunidades genéricas estão previstas no art. 150, VI da CF e referem-se obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. Nesse sentido:
apenas aos IMPOSTOS. As pessoas e situações previstas no artigo 150, VI da CF
não devem pagar apenas impostos, devendo pagar as demais espécies Súmula 583 do STF: Promitente comprador de imóvel residencial transcrito em
tributárias, como as taxas, contribuição de melhoria, contribuições e nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano.
empréstimos compulsório. Por isso, é possível afirmar que quem tem
imunidade genérica tem SORTE na vida de NÃO pagar IMPOSTO!! Imunidade dos Templos de Qualquer Culto
O Art. 150, VI, “b” da CF, veda aos entes federativos instituírem IMPOSTOS sobre
- Imunidade Recíproca os templos de qualquer culto. Essa decorre da liberdade de crença e religiosa,
É VEDADO a União, aos Estados, ao distrito Federal e aos Municípios instituir e é aplicável EXCLUSIVAMENTE AOS IMPOSTOS, não sendo extensiva, por
impostos sobre o patrimônio, rendas e serviços, uns dos outros, a fim de exemplo, as contribuições sindicais. Como a imunidade tem por objetivo evitar
preservar o pacto federativo. Trata-se de CLÁUSULA PÉTREA. a submissão da entidade religiosa ao Estado, a proteção abrange todo o
Note: A aludida imunidade se refere apenas aos IMPOSTOS, razão pela qual o patrimônio, todas as rendas e todos os serviços destas entidades, e não apenas
município pode cobrar taxa da União, por exemplo. o local da celebração religiosa.
ATENÇÃO: Embora a vedação constitucional se refira ao patrimônio, renda e
serviços dos entes da federação, o STF adota interpretação ampla, a abarcar - Requisitos elementares para a imunidade:
todos os impostos. Por meio do RE 192.888, o STF disse que a União NÃO pode • Investimento integral do montante pecuniário na consecução dos objetivos
tributar o Município com IOF. institucionais da igreja;
• Inexistência de prejuízo à livre concorrência, vedando-se o cunho
- Imunidade recíproca e entes da administração indireta: empresarial.
De acordo com o art. 150, § 2°, § 3° da Constituição dispõe que a Imunidade
Reciproca e extensiva as AUTARQUIAS e FUNDAÇÕES PÚBLICAS, desde que - Alguns entendimentos do STF:
cumpram 4 requisitos: - Os bens pertencentes à diocese, quando destinados as suas finalidades
1 – Cumpram suas finalidades essenciais ou qualquer uma delas decorrentes; essenciais, NÃO devem sofrer a incidência de impostos.
2 – Sejam instituídas e mantidas pelo Poder Público; - Se os imóveis da entidade são usados como estacionamento para auferir
3 – Não cobrar preços e nem tarifas; recursos para utilizar no objeto social dessas entidades, subsiste a imunidade.
4 – Não entrar na concorrência privada - Se um imóvel que pertence ao ente imune é alugado, não deixa de estar
vinculado as finalidades essenciais do ente, não perdendo a imunidade, desde
§ 2º - A vedação do inciso VI, (a), é extensiva às autarquias e às fundações que os rendimentos obtidos com o aluguel do imóvel se revertam para as
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à finalidades essenciais da instituição.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

164
- A imunidade é extensiva aos CEMITÉRIOS que funcionem como entidade sem • Livros: são imunes livros que transmitem pensamentos e ideias formalmente
fins lucrativos. Mas não se aplica a imunidade religiosa aos cemitérios orientadas, independente do conteúdo. - Inclui-se a apostila e manuais
instituídos por particulares com manifesta finalidade lucrativa. técnicos, livro piano, livro erótico, álbum de figurinhas, listas telefônicas,
revistas em quadrinhos.
- Imunidade e tributos indiretos: - Excluem-se (NÃO TEM IMUNIDADE): livros de pontos, livros de bordo, livros
• NÃO incide ICMS nas operações de venda de mercadorias fabricadas pelos fiscais de contabilidade.
templos, desde que o lucro seja revertido na finalidade da entidade religiosa; • Jornais – O STF inclui na imunidade até as propagandas feitas, desde que
• Incide o ICMS na compra de mercadoria pelos templos. impressas no jornal ou periódico. Os jornais e periódicos são imunes se, e
somente se, não forem eminentemente publicitários. Os CATALOGOS NÃO
As Maçonarias e União Espirita não possuem Imunidade Tributária. possuem imunidade.
Imunidade Subjetiva do Art. 150, VI “c” CF • Papel destinado à impressão: A imunidade se refere tão somente ao papel
utilizado para impressão, a TINTA NÃO POSSUI IMUNIDADE, é o único insumo
São 04 Imunidades: imune.
a) IMUNIDADE DAS ENTIDADES DE ASSITÊNCIA SOCIAL SEM FISN LUCRATIVOS O benefício alcança não só o papel, mas filmes e papel fotográfico. (SÚMULA n°
Conceito se “ Assistência Social” está no art. 203, CF/88. 657 do STF)
Importante: Além de não pagar imposto, também não pagam Contribuição • De acordo com o STF, também são imunes os livros digitais (e-books).
Social, nos termos do art. 195, § 7°, CF/88).
Imunidade Musical
b) IMUNIDADES DAS ENTIDADES DE EDUCAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS A EC 75/2013, originada pela aprovação da chamada "PEC da Música", inseriu
Educação e em sentido lato, quer dizer qualquer tipo de educação. Exemplos: nova alínea no texto constitucional com intuito de assegurar condições
Pré-escolas, Faculdades, Cursos de Capacitação, etc. especiais para a exploração comercial, por artistas nacionais, do mercado de
Importante: somente aquelas que não visem lucro, ou seja, se enquadrem o venda de músicas.
CTN, art. 14. Art. 150, VI, “e”: fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil
contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras
c) IMUNIDADES DOS PARTIDOS POLÍTICOS E DE SUAS FUNDAÇÕES em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes
A jurisprudência entende que devem preencher 02 requisitos para ser imune a materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação
cobrança de impostos. São eles: a) estar registrado perante o STE; e, b) não industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda
atentar contra os princípios e bons costumes do Estado Brasileiro. Constitucional nº 75, de 15.10.2013)
- Requisitos:
d) IMUNIDADE DOS SINDICATOS DE TRABALHADORES • Fonogramas e videogramas produzidos no Brasil;
Só não paga imposto. • Conteúdo: obras musicais OU autores brasileiros ou interpretados por artistas
As pessoas do art. 150, VI, “c” da CF para gozarem da imunidade tributária brasileiros.
devem cumprir os requisitos do art. 14 do CTN:
1 - Não distribuir lucro entre seus associados;
2 - Não remeter valores para o exterior; Capítulo 3
3 - Manter a Escrituração Contábil em dia. Ementa: 3 Classificação Tributaria. 3.1 Espécies Tributárias 3.2 Taxas. 3.3
Nos certames da Súmula n° 724 do STF, hoje Súmula Vinculante n° 52, todas as Contribuição de melhoria. 3.4 Empréstimo compulsório. 3.5 Contribuições. 3.6
pessoas do artigo 150, VI, “c” da CF, ainda que tenha imóveis locados para Impostos 3.7 - Espécies de Competência.
terceiros, não irão pagar IPTU desses imóveis, desde de que utilizem o valor
dos alugueis para o cumprimento de suas atividades essenciais.
Conforme Súmula n° 730 do STF, as Entidades fechadas de Previdência Privada, 3 - CLASSIFICAÇÃO TRIBUTÁRIA
que NÃO exigirem de seus associados contribuições para custeio do benefício,
também tem direito a imunidade que se refere o artigo 150, VI, “c” da CF. 1 – Tributo Real- Leva em consideração os atributos da coisa. Exemplo: IPTU,
De acordo com o Art. 150 § 4° CF, tudo que estiver em nome das pessoas IPVA, ...
prevista no Art. 150, VI, “c” e que cumpram suas finalidades essenciais, estarão 2 – Tributo Pessoal – Leva em consideração os atributos da pessoa. Exemplo: IR
imunes aos IMPOSTOS. 3 – Tributo Fiscal – Tem por finalidade a arrecadação, possuem intuito
nitidamente arrecadatório. Exemplo: IR, ITBI, ITCMD, ISS.
Imunidade Objetiva dos Livros, Jornais, Periódicos e do Papel Destinado a sua 4 – Tributo Extrafiscal – Visa estimular ou desestimular condutas, tem por
Impressão. (Art. 150, VI, “d” CF). finalidade reguladora de mercado ou da economia. Exemplo: II, IE, IPI, IOF.
A imunidade objetiva incide tão somente nos Impostos incidentes diretamente 5 – Tributo Parafiscal – Quando a pessoa que detém a competência tributária é
sobre os livros, jornais, periódicos e sobre o papel destinado a impressão. distinta daquela que detém a capacidade ativa tributária. Exemplo:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é Contribuição de das categorias profissionais e econômicas. (CRM, CRO,CREA).
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 6 – Tributo Direto - A carga econômica é suportada pelo contribuinte e NÃO
VI - instituir IMPOSTOS sobre: repercute para terceiros. Ex: IR, IPTU, IPVA, ITBI, ITCMD.
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 7 – Tributo Indiretos - O ônus tributário repercute sobre terceira pessoa
(contribuinte de fato), NÃO se onerando o contribuinte de direito. Exemplo:
Não existe possibilidade de diferenciar livros, jornais e periódicos quanto ao ICMS, IPI.
conteúdo, de forma a reconhecer a imunidade apenas às publicações cujas 8 - Tributo Progressivo - A alíquota do tributo irá aumentar de acordo com o
informações veiculadas possuam relevante valor didático ou artístico. Ex. aumento da base de cálculo do tributo. (IR, ITR, IPTU, e ITCMD)
Álbum de figurinhas é imune, apostilas são imunes.
- São imunes:
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

165
9 - Tributo Proporcional: A alíquota é invariável ainda que a base de cálculo do III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de
tributo aumente. A alíquota se mantem a mesma, mesmo que aumente a base cada um dos seus usuários.
de cálculo.
Súmula Vinculante STF nº 19 - A taxa cobrada EXCLUSIVAMENTE em razão dos
- A Obrigação tributária pode ser Principal ou Acessória. serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou
Principal: Tem por objeto o PAGAMENTO de tributo ou penalidade. Pagar Imposto resíduos DOMICILIAR (Individual e Não a limpeza pública), não viola o artigo 145,
de Renda. Importante: para a OAB é pagar tributo ou penalidade. (art. 113, § 1º II, da Constituição Federal.
CTN).
Acessória: São deveres formais que o sujeito passivo está obrigado a fim de - Súmula 670 STF - O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado
facilitar a arrecadação e a fiscalização. Exemplo: Emitir nota fiscal, declarar mediante taxa.
tributo, escriturar livros contábeis. (art. 113, § 2º CTN). - NÃO pode ser cobrado por taxas:
• Segurança pública – Inclusive segurança para eventos de grande porte
3.1 - ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS privados;
• Limpeza pública – Note que se for “coleta domiciliar de lixo”, pode ser
3.2 - TAXAS – Art. 145, II da CF/88 e Art. 77 a 79 do CTN cobrada por taxa municipal, por serem suscetíveis de utilização, de modo
É tributo vinculado à ação estatal, e NÃO está relacionado à condição separado, por cada usuário.
econômica do contribuinte. • Iluminação pública – S. 670 STF
Luciano Amaro: O fato gerador da taxa NÃO é um fato do contribuinte, mas um • Asfaltamento – No contexto de obras públicas, deve ser cobrada contribuição
FATO DO ESTADO, qual seja, prestação de serviço público ou exercício do Poder de melhoria.
de Polícia. As taxas serão cobradas em razão do exercício do poder de polícia,
podendo ser entendido como atividade da administração pública que visa - De acordo com o Art. 145 § 2° da CF as taxas NÃO poderão ter base de cálculo
atender o interesse publico idênticas a dos impostos. Entretanto poderão conter um ou mais elementos da
A competência tributária para instituição desse tributo é comum, a taxa pode base destes, desde que não haja identidade entre elas.
ser exigida por U, E, M e DF, NÃO se admitindo em face de atividade privada. – O
Território Federal NÃO pode instituir taxa (quem faz é U/M). STF - Súmula Vinculante nº 29 - É constitucional a adoção, no cálculo do valor
- Taxa de Polícia: Em seu art. 78, o CTN conceitua poder de polícia: de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado
Art. 78. Considera-se PODER DE POLÍCIA atividade da administração pública imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.
que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática
de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à - STF: As custas e emolumentos, por serem taxa, só podem ser fixadas por lei,
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do em face do princípio da reserva legal, para instituir ou aumentar tributo. As
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou custas judiciais e emolumentos cartorários são tributos da espécie Taxa.
autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. - As taxas NÃO cumpre funções extrafiscais.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando - É constitucional a cobrança de taxa de fiscalização ambiental sobre o mesmo
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com fato gerador pela União e pelos Estados, pois ambos têm competência para
observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como exercer a fiscalização desta atividade, por se tratar de competência comum.
discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Taxa x Preço Público
- O STF entendia que o exercício regular do poder de polícia era o policiamento TAXA Preço Público
efetivo, concreto ou real. Porém, posteriormente alterou o seu entendimento, Regime jurídico de direito público: É Regime jurídico de direito privado:
de modo que o simples fato de EXISTIR UM ÓRGÃO ESTRUTURADO E EM PLENO tributo NÃO é tributo
FUNCIONAMENTO VIABILIZA A COBRANÇA DA TAXA. O vínculo de natureza tributária. O vínculo de natureza contratual.
- Quanto aos casos em que o procedimento fiscalizatório é cíclico, devendo ser O sujeito ativo é uma pessoa jurídica de O sujeito ativo pode ser uma
renovado em dada periodicidade, o STF tem entendido que deve haver a direito público. pessoa jurídica de direito público
repetição concreta da atividade fiscalizadora, como condição à exigência da ou de direito privado.
taxa renovável. No entanto, o STF vem admitindo a constitucionalidade da taxa O vínculo nasce da lei, Há necessidade de válida
de renovação anual de licença para localização, instalação e funcionamento de independentemente de manifestação de manifestação de vontade
estabelecimentos comerciais e similares, desde que haja órgão administrativo vontade (compulsório). (facultativo).
que exerça o poder de polícia. Pode ser cobrada em virtude de Somente pode ser cobrada em
- Taxa de Serviço Público: A criação das taxas de serviço só é possível utilização efetiva ou potencial do virtude de utilização efetiva de
mediante disponibilização de serviços públicos que se caracterizam pela serviço público. serviço público.
divisibilidade e especificidade. Pode ser cobrada pelo exercício do NÃO existe Tarifa em função do
Poder de Polícia. exercício do Poder de Polícia.
Art. 79, do CTN. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: A receita é derivada. A receita é originária (decorre da
I - utilizados pelo contribuinte: exploração de patrimônio estatal).
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; Sujeita-se aos princípios tributários. Não se sujeita aos princípios
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à tributários.
sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de - Taxa de iluminação pública: NÃO é possível instituir taxa de iluminação
intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas; pública, por não se tratar de serviço específico e divisível:
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

166
STF Súmula nº 670 - O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado 3.4 - EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS – Art. 148 da CF
mediante taxa.
No entanto, a EC-39 acresceu à Constituição o art. 149-A, possibilitando a Art. 148. A UNIÃO (Competência Privativa/exclusiva), mediante LEI
cobrança de contribuição sobre iluminação pública (COSIP): COMPLEMENTAR, poderá instituir EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade
Art. 149-A - Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na pública, de guerra externa ou sua iminência;
forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante
observado o disposto no art. 150, I e III. interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo
- STF: A COSIP é contribuição de caráter sui generis, em que podem ser eleitos compulsório será VINCULADA à despesa que fundamentou sua instituição.
contribuintes os consumidores de energia elétrica, a base de cálculo pode ser
definida conforme o consumo e, ainda, podem ser impostas alíquotas - Instituição e competência do Empréstimo Compulsório:
progressivas que consideram a quantidade de consumo e as características 1 – Competência Privativa da UNIÃO;
dos diversos tipos de consumidor. 2 - Deve ser criado por meio de Lei complementar;
- NÃO é aplicada à COSIP as disposições do art. 195, §4º CF, mas obedece à 3 – Vai ser criado por causa de guerra externa e calamidade pública,
anterioridade do exercício e nonagesimal. investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional
4 – No caso de guerra externa não respeita a anterioridade do exercício e nem
3.3 - CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA - Art. 145, III da CF/88 e Art. 81 e 82 do CTN a nonagesimal. Quando o Empréstimo Compulsório for criado, no caso de
Trata-se de tributo instituído em virtude da realização de obra pública que de investimento público de caráter urgente, esse respeita os princípios da
maneira geral, valoriza os imóveis da região abrangida por ela. Com essa anterioridade do exercício e da anterioridade nonagesimal;
valorização o ente federativo que a realizou poderá exigir a contribuição de 5 – Tudo que for arrecadado com o empréstimo compulsório deve ser utilizado
melhoria com o fim da sua criação;
• NÃO se confunde com imposto, pois depende de atividade estatal específica. 6 – Pode ter qualquer fato gerador, inclusive os já previstos na CF.
• NÃO se confunde com taxa, pois pressupõe obra pública E valorização do
imóvel, e não um serviço público. - Pressupostos fáticos a autorizar a instituição:
- Elementos: • Despesas extraordinárias decorrentes de calamidades públicas, guerra
• Necessidade de valorização (mais valia imobiliária); externa ou a sua iminência
• Necessidade de que a valorização ocorra sobre bens imóveis: Deve haver a - Calamidades públicas: Situações limítrofes, hecatombes;
valorização do imóvel de propriedade privada em virtude de obras públicas. O - Guerra externa: conflito armado internacional, NÃO podendo ser iniciado pelo
decreto lei 195/67 traz o rol de obras públicas ensejadoras do tributo. Brasil nem ser comoção interna.
STF: a realização de pavimentação na rua, manutenção asfáltica, suscetível de - Investimento público urgente e relevante interesse nacional: É Antecipação
valorizar o imóvel, NÃO justifica a cobrança de contribuição de melhoria. de receita.

A Contribuição de Melhoria: - Empréstimos compulsórios e o princípio da anterioridade:


1 – Competência para todos os entes federativos (Competência Comum) • Se decorrente de calamidade pública ou guerra externa: NÃO se sujeitam à
2 – Criado por meio de Lei Ordinária Anterioridade do Exercício e a Nonagesimal;
3 – Será criado em razão da obra pública que decorra em valorização • Se instituídos para a realização de investimentos públicos de caráter urgente
imobiliária (ASFALTO, PRAÇA, PARQUE) e relevante interesse nacional: DEVE respeitar o Princípio da Anterioridade do
4 – Quando ela for criada tem que ser observado dois limites: Exercício e da Anterioridade Nonagesimal.

• Limite global (total): É o teto de cobrança, NÃO se podendo admitir 3.5 - CONTRIBUIÇÕES – Art. 149 da CF
arrecadação acima do custo da obra; Tributos cujo produto de suas arrecadações deve ser para financiar atividades
• Limite individual: É ilícita a cobrança sobre cada um em montante superior à de interesse público, beneficiando certo grupo, e direta ou indiretamente o
mais-valia imobiliária percebida por cada beneficiário. Corresponde a contribuinte. A contribuição NÃO se confunde com imposto, pois enquanto este
Valorização Individual do Contribuinte, o quanto valorizou para cada apoia-se no poder de império, aqueles adstringem-se à SOLIDARIEDADE, na
contribuinte. busca de uma dada finalidade.
- As espécies tributárias se distinguem, originariamente, a partir de seu fato
A Contribuição de Melhoria só pode ser cobrada depois de finalizada a obra, gerador. Porém, com as contribuições de mesmo FG sobre o IR, a CF inaugurou
antes disso não poderá ser cobrada. um novo critério de distinção, de natureza específica, para impostos e
contribuições sociais, razão pela qual é possível cobrar IRPJ e CSLL.
- Base de Cálculo: É o quantum de valorização experimentada pelo imóvel. - Via de regra as contribuições sociais são criadas pela União salvo nos termos
Art. 81, CTN - A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, do Art. 149, § 1°, se for a contribuição social previdenciária do servidor publico,
pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas compete aos ente federativo a que pertence o servidor.
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que
decorra VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA (fato gerador), tendo como limite total a Espécies de contribuições e competência: Dispõe o art. 149 da CF ser
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra competência EXCLUSIVA da União a instituição das contribuições ali delineadas:
resultar para cada imóvel beneficiado. Art. 149 - Compete EXCLUSIVAMENTE À UNIÃO instituir contribuições sociais, de
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais
ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas,
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no
Art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

167
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, produto de sua arrecadação a uma terceira pessoa que realiza atividade de
cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime interesse público. Ex. CREA, CRM, CRA, CRC.
previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da ATENÇÃO: O STF entendeu que a OAB NÃO é autarquia, mas entidade sui generis
contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. na defesa da democracia. Assim, a anuidade da OAB NÃO possui natureza
tributária, NÃO é Tributo, e não entra como categoria profissional e econômica.
O legislador constituinte previu a possibilidade de a União instituir três
espécies de contribuições, quais sejam: CONTRIBUIÇÃO PARA CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA - COSIP
• Contribuições sociais; Art. 149-A - Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na
• Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE); e forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública,
• Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas. observado o disposto no art. 150, I e III.
Competência dos Municípios e do Distrito Federal. Instituída por Lei Ordinária.
Importante: Embora seja competência Exclusiva da União instituir as Respeita a Anterioridade do Exercício e a Nonagesimal e pode ser cobrada na
contribuições, a Contribuição Previdenciária do servidor público é a ÚNICA fatura da energia elétrica.
Contribuição que NÃO é criada criada pela União, será criada pelo ente que
pertencer o servidor público, conforme art. 149 § 1° CF . 3.6 - IMPOSTOS – Art. 145, I, CF e Art. 16 do CTN
É tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
- CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: As contribuições sociais são espécies de independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativo ao
contribuições especiais. Segundo entendimento do STF, essa subespécie ainda contribuinte. (É não-vinculado).
está sujeita a mais uma subdivisão. - É tributo UNILATERAL, desvinculado de qualquer atividade estatal, ou seja
• Contribuições de seguridade social. Ex: PIS, COFINS, CSLL; refere-se a atividade do particular, basta a realização do fato gerado para o
• Outras contribuições sociais (Residuais e instituídas por Lei Complementar); nascimento da obrigação tributária, e posteriormente, o recolhimento do
• Contribuições sociais gerais - salário educação + sistema S + Contribuição do imposto.
FGTS (LC 110). - A receita dos impostos visa custear as despesas públicas gerais ou
universais.
União:
- Previdência; Importante: A receita NÃO se atrela a órgão, fundo ou despesa: NÃO se pode
- Assistência; majorar um imposto e vincular tal aumento a uma dada finalidade, sob pena de
- Saúde inconstitucionalidade (o conjunto de receitas deverá compor massa distinta e
única a cobrir o conjunto de despesas). Com isso diz-se que imposto é gravame
- O Art. 195 CF, versa em relação a base de calculo das contribuições sociais: A de arrecadação não afetada, previsto no art. 167, IV, da CF/88.
contribuição paga sobre a folha de pagamento (INSS), Faturamento Exceções ao princípio da não-afetação dos impostos, previstas no art. 167, IV da
(Empresário), Receita (Empresário) e Concurso de prognósticos. (Fezinhas da CF/88:
loteria). - Repartição de receitas tributárias;
- A Contribuição Social só respeita o Princípio da Anterioridade Nonagesimal. - Destinação de recursos para saúde, educação e atividades da Administração
(Art. 195 § 6° CF). tributária;
- Não incide Contribuição Social para entidades de Assistência Social sem fins - Prestação de garantias:
lucrativos (Art. 195 § 7° CF). - Operação de crédito por ARO;
- Não paga Contribuição Social sobre receita de Exportação, mas paga na - Para a União (garantias e contragarantias);
Importação. (Art. 149, § 2° CF). - Para pagamento de débitos com a União
- A Contribuição Social via de regra é criada por meio de lei Ordinária, a única
que é criada através de Lei Complementar é a Contribuição Social Residual, IMPOSTOS MUNICIPAIS
prevista no Art. 195 § 4° CF.
IPTU – Imposto Predial territorial Urbano – Art. 156, I CF e Art. 32 a 34 CTN
- CIDES O IPTU incide sobre propriedades imobiliárias da mesma forma que o ITR. No
São contribuições de intervenção no domínio econômico e possuem caráter entanto, trata-se de imposto municipal, incidente apenas sobre os imóveis
nitidamente extrafiscal. A competência é exclusiva da União, e seu exercício, localizados em áreas urbanas, ao passo que o ITR incide sobre os imóveis
por NÃO estar sujeita a reserva de lei complementar, pode se dar na via de lei rurais.
ordinária ou da medida provisória. - Base legal: art. 32 a 34 do CTN.
- Dica: A CIDE-Combustível é a única com fato gerador previsto na Constituição - Fato Gerador: Ser proprietário de imóvel urbano, o domínio útil ou a posse de
Federal, no Art. 177 § 4º. imóvel por natureza ou acessão física.
As Alíquotas da CIDE combustível podem ser REDUZIDAS ou RESTABELECIDAS por - Base de Cálculo e Alíquota: A base de cálculo será o Valor venal do imóvel. A
Decreto do poder executivo. alíquota poderá ser progressiva no tempo ou com base no valor do imóvel ou
- CONTRIBUIÇÕES DE INTERESSE DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU poderá ser diferente de acordo com a localização ou uso do imóvel.
ECONÔMICAS - Contribuinte: O contribuinte será o proprietário do imóvel, detentor do
Competência EXCLUSIVA da União com o objetivo parafiscal de obter recursos domínio útil ou possuidor com animus domini.
destinados a financiar atividades de interesses de instituições representativas Ser Proprietário é ter o direito de usar, fruir, dispor do imóvel ou reaver de
ou fiscalizatórias de categorias profissionais ou econômicas. Podem ser: quem injustamente possua. (Ter todos os direitos do GRUD).
• Contribuições corporativas para o custeio das entidades de fiscalização do - Ser possuidor, detentor de DOMINIO UTIL de imóvel urbano, com ANIMUS
exercício de profissões regulamentadas: É típica utilização do tributo com DOMINI, deve pagar o IPTU, ou seja, animus de ser dono da coisa. Logo o MERO
finalidade parafiscal, uma vez que o Estado cria o tributo por lei e atribui o detentor do domínio útil (LOCATARIO, ARRENDATARIO, USUARIO, COMODATARIO),
não é contribuinte do IPTU, NÃO paga IPTU.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

168
O USUFRUTUARIO é contribuinte do IPTU, pois tem direito a posse, uso do Imovel. Art. 156, § 2º CF – Imunidade Especifica
- Lançamento: O lançamento é realizado de ofício, com o envio do carnê do Não incide ITBI na transmissão de imóvel para realização (INTEGRALIZAÇÃO) de
IPTU. capital, na incorporação, cisão, fusão e extinção de Pessoa Jurídica, salvo se a
- Progressividade: O IPTU poderá ser progressivo em razão do cumprimento da atividade preponderante do adquirente for a compra e venda, locação e
função social (Art. 182 § 4°, II CF) e em razão do valor do imóvel (Art. 156 § 1° , I arrendamento mercantil de imóveis.
CF) .
ISS – Imposto sobre serviços de qualquer natureza – Art. 156, III CF
IMOVÉL URBANO: e o perímetro urbano do município, determinado pela - Base legal: Lei Complementar 116/03
legislação municipal. O art. 32 traz os requisitos para que o imóvel seja - Fato gerador: Prestar serviços compreendidos na lista anexa à Lei
considerado urbano, desde que atendidos pelo menos 2 dos requisitos ali Complementar 116/03. O STJ entende que esta lista é taxativa, porém em
expostos. alguns casos é possível uma interpretação extensiva (quando a lista fala em
1 - Ter meio-fio ou calçamento com canalização de águas pluvias; congêneres, por exemplo).
2 - Ter abastecimento de água; - Base de Cálculo e Alíquota: A base cálculo será o valor do serviço e a alíquota
3 - Ter saneamento básico; irá variar entre 2% e 5%. Importante ressaltar que a houve uma alteração
4 - Ter iluminação pública; legislativa importante na LC 116/03, que incluiu uma possibilidade de
5 - Ter escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 Km do enquadramento do ato do gestor que reduzir a carga tributária para menos de
imóvel. 2% como ato de improbidade administrativa.
Mesmo que NÃO tenha esses requisitos e o imóvel estiver dentro da zona - Contribuinte: O contribuinte será o prestador de serviço. Em alguns casos, a
urbana, incidirá o IPTU (Art. 32 § 2° CTN). Se o imóvel estiver dentro da zona lei estipula que o tomador será responsável pelo recolhimento.
urbana, terá que pagar o IPTU, se estiver dentro da zona rural terá que pagar o - Lançamento: Por homologação.
ITR. Agora mesmo que o imóvel tenha esses requisitos, e esse tiver DESTINAÇÃO - A LC 116/2003 contém uma relação de serviços passiveis de tributação por via
RURAL ECONOMICA, terá que pagar o ITR do ISS.
O STJ entende que a lei é taxativa e que está definido em LC significa que o
O critério temporal do IPTU é aquele estabelecido em legislação, em regra serviço não está descrito na lista não pode ser tributado.
geral dia primeiro de janeiro. - LC 116/03 – Conceito de prestação de serviços: prestação a terceiros de uma
- O IPTU segue via de regra tanto a anterioridade do exercício quanto a utilidade, com conteúdo econômico, sob regime de direito privado, desde que
anterioridade nonagesimal. Portanto se a modificação for na BASE DE CÁLCULO não trabalhista.
DO IPTU, esse não respeita os 90 dias. Serviço gratuito não pode ser alvo de tributação do ISS, porque não possui base
de cálculo.
- O promitente comprador PODE ser considerado contribuinte do IPTU O art. 7 diz que a base de cálculo é o preço do serviço.
conjuntamente com o proprietário do imóvel, responsável pelo pagamento. O imposto deve incidir sobre uma execução de prestação física ou intelectual
Conforme Sumula 339 STJ. remunerada.
Lei Ordinária institui o ISS. Segue anterioridade. Por essa regra seu
ITBI – Imposto de Transmissão de Bens Imóveis Entre Vivos – Art. 156, II CF e Art. lançamento é por homologação, salvo no caso de ISS fixo, pois neste caso e
35 a 42 CTN lançamento de oficio.
Imposto sobre transmissão de Bens Móveis, por natureza ou acessão física, e Incide sobre serviços que não estejam na incidência do ICMS. Tem como
de Direitos Reais sobre Imóveis, exceto os de Garantia, bem como cessão de alíquota mínima de 2% e máxima de 5%.
Direitos a sua aquisição.
ITBI – Art. 15, II da CF e Arts. 35 a 42 do CTN. IMPOSTOS ESTADUAIS
Trata-se de imposto de Competência Exclusiva dos municípios pelos quais se ICMS - Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
encontra a situação do bem, podendo ser criado por meio de lei ordinária e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
respeita o princípio da Anterioridade do Exercício e Nonagesimal (Art. 150, VIII, Comunicação – Art. 155, II e § 2° da LC 87/96.
“b” e “c” da CF ). Esse Imposto deverá ser criado por lei ordinária. Isto não quer dizer que a Lei
Sujeito Ativo: Município da situação do imóvel. Complementar nº 87/1996 seja inconstitucional, visto que esse diploma legal
Sujeito Passivo: Qualquer das partes envolvidas na operação tributária de apenas estruturou tal imposto.
transmissão de bem imóvel, determinado pela legislação municipal Em relação ao Princípio da Anterioridade, destaca-se que o ICMS o respeita,
(geralmente é o adquirente). todavia, a alíquota do ICMS sobre combustíveis respeitará apenas a
Critério Temporal: Momento da transmissão que ocorre nos bens com o registro Anterioridade nonagesimal, em caso de redução ou restabelecimento de
no órgão competente, segundo art. 1.245 do Código Civil. alíquota, nos termos do art. 155, §4º, IV da CF.
Base de cálculo - valor venal do bem imóvel transmitido ou direito real Sujeito Ativo: Estados e Distrito Federal.
concedido (valor de marcado) – Art. 38 CTN. Fato Gerador:
- Fato Gerador – Transmissão de bens imóveis a TITULO ONEROSO (Compra e 1) Operações de Circulação de Mercadorias;
venda) e transmissão de um direito real sobre o imóvel, excetos o de garantia 2) Prestação de serviço de Transporte Interestadual e Intermunicipal;
e sobre os direitos de sua aquisição. O legislador considera ter ocorrido o fato 3) Serviço de Comunicação;
gerador no momento da transmissão do bem imóvel, ou seja, no registro do 4) Energia Elétrica
imóvel em cartório. 5) Importação de mercadoria, ainda que o importador não seja
O ITBI também incide sobre Dação em pagamento de bem imóvel e incide na contribuinte habitual do ICMS.
Arrematação de bem imóvel em hasta pública. A resolução do Senado Federal poderá fixar as suas alíquotas mínimas e
- A Alíquota Não pode ser Progressiva no ITBI (SUMULA 656 STF). máximas do ICMS.
- Não Incidi ITBI no USUCAPIÃO, SERVIDÃO, DESAPROPRIAÇÃO, CONTRATO DE Alíquotas: Há alíquotas distintas para cálculo do ICMS. As razões dessa
PROMESSA DE COMPRA E VENDA, VENDA DE AÇÕES S/A. distinção das alíquotas está no princípio da Seletividade (Art. 155, § 2º, III da
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

169
CF) e na existência de alíquotas internas (estipuladas pelos Estados) e as - Fato Gerador: transmissão de qualquer bens (Moveis e Imóveis) e na
interestaduais. O Senado Federal, por meio de resolução, estabelecerá as transmissão de direitos a título GRATUITO em razão da causa mortis ou doação. É
alíquotas mínimas ou máximas, nos termos do Art. 155, §2ª, IV e V da CF. aplicada a alíquota da época do fato gerador, ou seja, no momento da abertura da
Sobre o ICMS e importante destacar que existem dois princípios que devem ser sucessão (Falecimento).
observados:
Princípio da Não Cumulatividade (Art.155, §2º I da CF e Art. 19 da LC 87/1996): IMPOSTOS FEDERAIS
significa dizer que o ICMS será compensado em cada operação relativa à
circulação de mercadorias ou prestação de serviços interestaduais ou Importação, Exportação e IOF – (Art. 153, I, II, V da CF)
intermunicipais ou de comunicação com o montante cobrado nas operações Competência exclusiva da União, instituídos por meio de lei ordinária, NÃO
anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. Vale destacar que esse Princípio, respeitam as anterioridades do exercício e nonagesimal – Cobrança Imediata.
em casos de isenções ou não incidência, não implica em crédito para Alíquotas alteradas por decreto do poder executivo nos termos do Art. 153, § 1º
compensações como o montante devido nas operações seguintes e acarretará da CF.
em anulação do credito relativo às operações anteriores;
Princípio da Seletividade (Art. 155, §2º, da CF): tem como função orientar a IPI – Imposto sobre produtos Industrializados - (Art. 153, IV da CF)
estipulação das alíquotas diferenciadas de ICMS, utilizando por base a O IPI não respeita a anterioridade do exercício, mas respeita 90 dias!
seletividade, em função da essencialidade do produto. Esse princípio é utilizado As alíquotas podem ser alteradas por meio de ato do Poder Executivo (Decreto),
para justificar a redução da carga tributária dos produtos considerados nos termos do art. 153, § 1º da CF. A legislação do IPI estabelece que e possível
essenciais. No ICMS PODE ser Seletivo!! ao presidente alterar as alíquotas para reduzir até zero ou aumentar dentro do
Imunidade Especifica (Art. 155 § 2°, X, da CF) certo limite, de 30 unidades percentuais, acima da alíquota originalmente
1) Sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem estabelecida em lei. Todo mundo que importar paga o IPI.
sobre serviços prestados a destinatário no exterior, assegurada a
manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado Respeita:
nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela a) Não Cumulatividade - art. 153, § 1º, II, da CF. Em cada operação
Emenda Constitucional nº, 42, de 19.12.2003). desconta-se o imposto incidente na operação anterior – utiliza-se
2) Sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive como crédito o IPI pago na operação anterior.
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e b) Seletividade - art. 153, § 3º, I, da CF. Haverá uma seleção dos
energia elétrica; produtos pelo critério de sua essencialidade; quanto mais
3) Sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º essencial para a vida do povo, menor será a tributação. O IPI DEVE
4) Nas prestações de serviços de comunicação nas modalidades de ser seletivo.
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e O IPI possui Lançamento por Homologação, e não incide sobre produtos
gratuita; destinados ao exterior, mas incide na importação.

IPVA - Imposto sobre a propriedade de veículos automotores – Art. 155, III da CF IMPOSTO DE RENDA - renda e proventos de qualquer natureza (Art. 153, III da CF)
Trata-se de imposto de competência Estadual e Distrital, que poderá ser exigido Auferir Renda: Quanto aos princípios especiais – art. 153 § 2°, I CF. O princípio
em 1º de janeiro de cada exercício, sendo devido no local do registro do veículo. da Universalidade se aplica às rendas – todas as rendas devem ser alcançadas
Esse imposto pode ser criado por lei ordinária. pelo IR. Isso acontece hoje embora haja o fato do IR não tributar todas as
rendas com a mesma proporcionalidade. Há algumas distinções dependendo do
Tem como característica respeitar o princípio da Anterioridade do Exercício e a tipo de rendimento. Os países menos envolvidos tendem a tributar mais o
nonagesimal, todavia, em relação à Base de cálculo, esta respeita apenas a trabalho do que o capital porque é mais fácil controlar este.
anterioridade do exercício. Outro Princípio é o da Generalidade, que diz respeito aos contribuintes. Todos
os contribuintes devem ser alcançados na medida de sua capacidade
O IPVA terá suas alíquotas fixadas por meio de resolução do Senado Federal, contributiva. Aqueles que não possuem capacidade alguma não devem ser
fixando suas alíquotas mínimas. (Art. 155 § 6 da CF). alcançados.
O Princípio da Progressividade. O IR sempre foi progressivo; Hoje possuímos 4
- Sujeito Ativo: Estados e Distrito Federal. alíquotas, porém continua existindo a alíquota máxima de 27,5%, e 22,5%, 15% ,
- Sujeito Passivo: Proprietários de veículos automotor de qualquer espécie, não 7,5%, Isenção.
se aplicando ás aeronaves. O IR tem como fato gerador (hipótese de incidência) a aquisição da renda ou de
- Fato Gerador: A propriedade sobre veículos automotores USADOS ocorre, por proventos de qualquer natureza, entendidos como acréscimos patrimoniais não
ficção jurídica em 1º de janeiro de cada ano. Todavia, em caso de veículo zero KM incluídos no primeiro. O legislador encara tanto renda como proventos como
ocorre no momento da aquisição. acréscimo patrimonial.
- Base de Cálculo: Valor venal do veículo ou preço do mercado. Se o indivíduo recebe verbas de caráter indenizatório, não incide IR.
- Alíquota: Será estabelecida em lei ordinária estadual. Não há limite máximo, no Critério especial – 2 adotados: territorial e renda universal. Fala-se em
entanto o Senado Federal, por meio de Resolução estabelecerá as alíquotas tributação da renda na fonte se considera apenas a renda obtida de fontes. A
mínimas, nos temos do Art. 155, §6º, I da CF. as demais, o IPVA poderá ter tributação na renda mundial considera na renda adquirida de qualquer lugar
alíquotas diferenciadas em razão do tipo e da utilização do veículo, nos termos do do país. Hoje, adota-se o critério da universalidade.
Art. 155, §6.º, II da CF. Lançamento de oficio. Possui lançamento por homologação.

ITCMD - Imposto sobre transmissão causa mortis e doação – Art. 155, I da CF - O IR respeita a anterioridade do exercício e não respeita 90 dias!
Imposto de competência dos Estados e DF, instituído por meio de lei ordinária, Súmula Importantes do IR
segue a anterioridade do exercício e nonagesimal.
- Alíquota máxima fixada por resolução do Senado Federal.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

170
STJ Súmula nº 125 Competência da União podendo ser criado por lei ordinária, não segue o
O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não está princípio da anterioridade.
sujeito à incidência do Imposto de Renda.
STJ Súmula nº 136 Imposto Residual - Art. 154, I da CF.
O pagamento de licença-prêmio não gozadas por necessidade do serviço não
está sujeito ao Imposto de Renda. Competência da União, somente criado por lei complementar, deve ser Não-
STJ Súmula nº 184 cumulativo e não pode ter base de cálculo ou fato gerador de imposto já
A microempresa de representação comercial é isenta de Imposto de Renda. existente.

STJ Súmula nº 215 3.7 - ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA:


A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo á demissão • Competência privativa ou exclusiva: A própria CF determina o rol dos
voluntária não está sujeito a incidência do Imposto de Renda. impostos relativos a cada ente tributante. Inclui-se o poder para a criação de
STJ Súmula nº 262 outros tributos, diversos de impostos:
Incide o Imposto de Renda sobre o resultado das aplicações financeiras pelas União: Empréstimo compulsório + contribuições especiais;
cooperativas. Estados: Contribuições sociais para custeio do seu sistema previdenciário;
STJ Súmula nº 386 Municípios: Contribuições sociais para custeio do seu sistema previdenciário e
São isentas de imposto de renda as indenizações de férias proporcionais e o COSIP.
respectivo adicional.
STJ Súmula nº 394 • Competência comum: Diz respeito aos tributos vinculados, em que todos os
É admissível, em embargos á execução, compensar os valores de imposto de entes podem cobrar (taxa e contribuição de melhoria;
renda retidos indevidamente na fonte com os valores restituídos apurados na
declaração anual. • Competência cumulativa: Atrelado ao poder legiferante de instituição de
STJ Súmula nº 386 impostos pela União nos territórios federais, e pelo DF (cobrança tanto dos
São isentas de imposto de renda as indenizações de férias proporcionais e o impostos Estaduais e Municipais pelo DF), em sua base territorial.
respectivo adicional.
STJ Súmula nº 447 • Competência especial: É o poder de instituir empréstimos compulsórios e
Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de contribuições especiais;
imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores.
STJ Súmula nº 463 • Competência residual: É o poder de instituir tributo diverso dos já existentes.
Incide imposto de renda sobre os valores percebidos a título de indenização Ex: Competência da União para instituir impostos residuais;
por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo
coletivo. • Competência extraordinária: É o poder de a União instituir, por lei ordinária,
STJ Súmula nº 498 imposto extraordinário de guerra (pode ser por MP, inclusive).
Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais.

ITR - Imposto territorial rural – Art. 153, VI CF e Art. 29 a 31 do CTN Capítulo 4


O imposto incide sobre a propriedade rural, ou seja, o imóvel rural: aquele que Ementa: 4 Fontes do direito tributário. 4.1 Lei tributária x Legislação Tributária.
não é localizado na zona urbana, por exclusão. Encontra-se disciplinado no art. 4.2 Leis complementares. 4.3 Resoluções. 4.4 Tratados internacionais. 4.5
29 e seguintes do CTN; na Lei n.º 9.393/96 e Decreto n.º 4.382/02. Decretos. 4.6 Normas complementares. 4.7 Vigência, aplicação, interpretação e
Competência da União. Deverá ser instituído por lei ordinária. Segue o princípio integração da legislação tributária.
da anterioridade.
4. FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Imunidade Especifica – Art. 158, II CF
O ITR possui imunidade especifica, não incide sobre pequenas glebas rurais, 4.1 - LEI TRIBUTÁRIA X LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
definidas em lei quando quem as explore não tenha outro imóvel. - Segundo o CTN, NÃO se confundem.
Lançamento por Homologação e pode ser fiscalizado e arrecadado pelos - Lei tributária (art. 97 CTN): Volta-se à proteção do contribuinte, oferecendo-
Munícipios, desde que haja convênio com a União, sendo que neste caso 100% lhe garantias à atividade do Estado.
da arrecadação ficará com o Município. Se não houver convênio 50% da - É comando normativo que registra os elementos estruturais à precisa
arrecadação é destinada para o Município e os outros 50% para a União. definição normativa da lei tributária.
Alíquotas variando conforme a função social da terra. - Legislação tributária (art. 96 CTN): É cláusula aberta, e designa lei latu sensu,
Fato Gerador: Ter a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por abrangendo normas legais e infra legais, para compreender:
natureza. • Leis
Base de Cálculo e Alíquota: Valor fundiário (terra nua) e a alíquota progressiva • Decretos
de acordo com a utilização do imóvel. • Tratados internacionais
Contribuinte: Proprietário do imóvel, titular do seu domínio útil ou o seu • Normas complementares sobre tributos
possuidor. • Resoluções do Senado
Lançamento: Por homologação. • Convênios
- STF: A iniciativa de lei tributária NÃO é de iniciativa privativa, enquadrando-
IGF - Imposto sobre Grandes Fortunas - Art. 153, VII CF se na regra de iniciativa geral.
Competência da União podendo ser criado somente por lei complementar. - Matérias que exigem lei:
IEG - Imposto Extraordinário (Guerra) – Art. 154, II CF • Instituição de tributos ou sua extinção;
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

171
• A majoração de tributos ou sua redução; • Veicular alterações de alíquotas de tributos que mitigam o princípio da
• A definição do fato gerador e do seu sujeito passivo; legalidade (II, IE, IPI, IOF, CIDE-Combustível, ICMS-Combustível);
• A fixação de alíquota e de sua base de cálculo; • Tratar de matérias não submetidas a reserva legal:
• A cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus - Estabelecer regras sobre as obrigações tributárias acessórias;
dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; - Atualização da base de cálculo dos tributos, com índices oficiais de correção
• As hipóteses de exclusão, suspensão e extinção do credito tributário ou de no período;
dispensa ou redução de penalidade. - Estabelecimento (fixação ou alteração) de prazo para pagamento do tributo.

4.2 - LEIS COMPLEMENTARES 4.6 - NORMAS COMPLEMENTARES


Só é exigida lei complementar quando a CF expressamente requerer. - As decisões dos órgãos coletivos e singulares de jurisdição administrativa a
*ATENÇÃO: O CTN, por ter sido recepcionado com status de LC, só pode ser que a LEI atribua eficácia normativa:
modificado por nova LC ou pelas normas que lhe forem hierarquicamente Via de regra, as decisões proferidas pelos ditos “órgãos de jurisdição
superiores. administrativa” NÃO integram a legislação tributária, pois versam sobre casos
- Matérias de relevância da Lei Complementar: A LC tem relevância para os concretos objeto de impugnação por determinado contribuinte ou responsável.
seguintes tributos: Assim, as decisões proferidas só tem efeito para aquele contribuinte que
• ISS – Fixação de alíquotas máximas e mínimas e as isenções heterônomas interpôs a impugnação. No entanto, é possível que o ente político decida
nas exportações de serviços; atribuir, por lei, eficácia normativa às decisões proferidas por seu órgão de
• ICMS – Estabelece vários campos reservados à LC; “jurisdição administrativa”.
• ITCMD – Fixa critérios de competência; - As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas:
• Contribuições sociais – Fixa limites de valor para a concessão de remissão ou Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções
anistia de certas contribuições sociais. internacionais e dos decretos:
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
- Tríplice função da LC:
• Dirimir conflitos de competência; O principal objetivo da expressa inclusão das práticas administrativas entre as
• Regular limitações constitucionais ao poder de tributar; normas complementares em matéria tributária é garantir ao contribuinte que,
• Estabelecer normas gerais de direito tributário. seguindo a interpretação que o Fisco vem dando a norma, uma mudança de
interpretação por parte da administração só lhe será aplicada para os casos
4.3 - RESOLUÇÕES futuros.
São editadas pelo Congresso Nacional ou pelas respectivas Casas no uso de - Os convênios que entre si venham a celebrar a União, os Estados, o DF e os
suas competências exclusivas e privativas. Não se sujeitam à deliberação Municípios: Os convênios são acordos de vontade firmados entre as pessoas
executiva (sanção ou veto). políticas de direito público interno para a consecução de objetivos comuns.
* ATENÇÃO: Para o ICMS, alguns convênios tem previsão constitucional, sendo,
4.4 - TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS portanto, normas primárias, de hierarquia legal, não podendo ser classificados
Consistem em acordos bilaterais ou multilaterais de vontades manifestadas como atos meramente complementares.
por Estados soberanos ou organismos internacionais, regularmente
representados por órgão competente, destinando-se a produzir efeitos 4.7 - VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
jurídicos.
*ATENÇÃO: A CF atribui privativamente ao Presidente da República a - Conceitos Iniciais:
competência para firmar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a a) Validade: Surge quando o processo de produção e formação da lei houver
referendo do Congresso Nacional (por meio de decreto legislativo). observado as diretrizes e os requisitos procedimentais previstos na CF
(aspecto formal) e seu conteúdo não agredir a CF (aspecto material).
- No Direito Tributário, ganham relevo os tratados sobre Imposto de b) Vigência: É a lei que terminou seu ciclo de produção, foi publicada, existe
Importação, Exportação e Renda (II, IE, IR), para coibir a bitributação juridicamente, e já atingiu o termo porventura determinado pelo legislador
internacional. para possuir força de atingir seus objetivos finais, apesar de ser possível a
existência de algum outro requisito para a efetiva produção de efeitos.
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais REVOGAM OU MODIFICAM a c) Eficácia: É a lei que está completamente apta a gerar imediatamente os
legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. efeitos jurídicos pretendidos pelo legislador. Para ser considerada eficaz, é
necessário também que a lei não tenha sido declarada inconstitucional pelo
4.5 - DECRETOS STF em sede de controle concentrado, ou suspensa pelo Senado, após
Atos emanados de autoridade máxima do poder executivo, com a tarefa de declaração de inconstitucionalidade pelo STF em sede de controle difuso.
regular o conteúdo das leis.
- NÃO há previsão no CTN para os decretos autônomos em matéria tributária. - Vigência da legislação tributária no CTN
- O conteúdo e alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das - A LINDB (Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro) é plenamente
quais sejam expedidos, NÃO podendo ir contra, nem extrapolar os balizamentos aplicável ao direito tributário, salvo a existência de disposição legal específica
legais. deste ramo do direito. Logo, Se uma lei tributária NÃO dispuser sobre a data de
- NÃO podem penetrar no campo reservado à lei tributária. sua entrada em vigor, deve se aplicar a regra da vacatio legis (45 dias).
- Sua função de concentra na atividade regulamentadora da lei, sendo Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se
aplicável: pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o
• Para veicular ou instituir os regulamentos consolidadores de leis tributárias previsto neste Capítulo.
afetas aos impostos (IR, IPI, ICMS, ISS...);
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

172
- O art. 103 do CTN traz regras especiais: ATENÇÃO: Não se admite que o legislador tributário altere um conceito de
• Atos administrativos: entram em vigor na data da publicação; direito privado da qual o legislador constituinte fez uso na definição ou
• Decreto Administrativo normativo: Quanto aos seus efeitos normativo, 30 dias limitação de competência tributária. Dispõe o art. 110 do CTN:
após a publicação; Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de
• Convênios: entram em vigor na data neles previstas. institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou
implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou
ATENÇÃO: REGRA DE ANTERIORIDADE NÃO É REGRA DE VIGÊNCIA, MAS DE pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou
PRODUÇÃO DE EFEITOS. limitar competências tributárias.
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:
- APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA I - da capacidade civil das pessoas naturais;
Consiste em concretizar no mundo fático a vontade que o legislador manifestou II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou
em abstrato na norma. Nesse sentido, se insere a Irretroatividade da legislação limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da
tributária. Dispõe o art. 105 do CTN: administração direta de seus bens ou negócios;
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que
futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido configure uma unidade econômica ou profissional.
início mas não esteja completa nos termos do artigo 116.
Pelo dispositivo legal, a legislação tributária se aplica aos fatos futuros – - Integração da legislação tributária
quando estes vierem a se verificar – e aos pendentes, assim denominados pelo Em matéria tributária, prevê o art. 108 do CTN a respeito das regras de
CTN os fatos cuja ocorrência tenha se iniciado, mas não concluído. No entanto, integração da legislação:
o próprio CTN prevê situações em que a lei nova aplica-se a fato pretérito: Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ORDEM INDICADA
I - em qualquer caso, quando seja EXPRESSAMENTE INTERPRETATIVA, excluída a (ordem hierárquica):
aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; I - a ANALOGIA;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado (em aberto, na esfera II - os princípios gerais de DIREITO TRIBUTÁRIO;
judicial): III - os princípios gerais de DIREITO PÚBLICO;
a) quando deixe de defini-lo como infração; IV - a EQUIDADE.
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou § 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não
omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta previsto em lei.
de pagamento de tributo; § 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tributo devido
tempo da sua prática. ATENÇÃO:
• O CTN proíbe que da utilização da analogia decorra cobrança de tributo não
- INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA: previsto em lei.
• O emprego da equidade NÃO pode resultar na dispensa de tributo devido.
a) Interpretação da legislação tributária: Consiste em decifrar o pensamento do
legislador (captar significado e alcance).
• Interpretação econômica: Deve o intérprete considerar os fatos econômicos Capítulo 5
constantes nas atividades tributária; Ementa: 5 Obrigação tributária. 5.1 Sujeição Ativa. 5.2 Sujeito Passivo da
• Interpretação literal (art. 111 CTN): Corrobora o princípio da legalidade Obrigação Tributária. 5.3 Sujeição Passiva no CTN. 5.4 Objeto da Obrigação
tributária. Art. 111 do CTN: Deve ser interpretada literalmente a legislação Tributária. 5.5 Causa da Obrigação Tributária. 5.6 O lançamento no CTN. 5.7
sobre: Espécies de lançamento. 5.8 Estudo do Crédito Tributário. 5.9 Suspensão da
- Suspensão ou exclusão do crédito tributário; Exigibilidade do crédito Tributário. 5.10. Extinção e Exclusão do crédito
- Outorga de isenção; Tributário. 5.11. Domicilio Tributário.
- Dispensa do cumprimento das obrigações tributárias acessórias.
LINHA DO TEMPO
b) Interpretação benigna em matéria de infrações: Dispõe o art. 112 do CTN:
Art. 112. A lei tributária que DEFINE INFRAÇÕES, OU LHE COMINA PENALIDADES, HI – FG – OT - LANÇ – CT – INSC – DA – CDA – EF
interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, EM CASO DE DÚVIDA
quanto: 5 - OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA (OT):
I - à capitulação legal do fato; 1. Auferir renda (hipótese de incidência/HI)
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou 2. João aufere renda (Fato Gerador/FG)
extensão dos seus efeitos; 3. Nasce a obrigação tributária (OT), quanto ao dever de pagar o IR.
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. A relação jurídico tributária é eminentemente obrigacional. Tem no polo ativo
um ente político ou outra pessoa jurídica de direito público a quem tenha sido
c) princípios de direito privado e princípios de direito público: Dispõe o art. 109 delegada a capacidade ativa (parafiscalidade). E no polo passivo, um particular
do CTN: obrigado ao cumprimento da obrigação.
Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da
definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas
não para definição dos respectivos efeitos tributários.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

173
O estudo da OT pode ser desdobrado em 4 elementos: 5.3 - SUJEIÇÃO PASSIVA NO CTN
1. Sujeito ativo (arts.7º e 119, CTN) Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal e a pessoa obrigada ao
2. Sujeito passivo (arts.121, e 123, CTN) pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
3. Objeto (art. 113, CNT) Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
4. Causa (arts. 114 e 115, CTN)
I- Contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação
5.1 - SUJEIÇÃO ATIVA: que constitua o respectivo fato gerador;
II- Responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua
Sujeito Ativo é o ente credor do tributo/multa. obrigação decorra de disposição expressa de lei.
Desse modo o sujeito ativo é o Estado. Temos dois tipos de sujeitos ativos:
5.4 - OBJETO DA OT
A) Sujeito Ativo direto O objeto é a apresentação de cunho pecuniário ou não pecuniário a cargo do
São eles: União; Municípios e Distrito Federal. Tais entidades têm o poder de sujeito passivo da OT diante do FG.
instituir o tributo, esse poder de criar é chamado “Competência Tributária”. É - Prestação de cunho pecuniário: ato de pagar tributo/multa (Obrigação
sabido que ela é indelegável. Principal).
Exemplo: Imposto sobre grandes fortunas – imposto federal ainda não criado - Prestação de cunho não pecuniário: atos diferentes de pagamento
pela União: não pode vir a ser criado pelo Estado do Rio de Janeiro. (Obrigações Acessórias).
Exemplos: emitir nota fiscal, entregar declarações, escriturar livros fiscais,
B) Sujeito Ativo Indireto etc.
São chamados “entes parafiscais” (CREA, CRC, CRM, CRO E etc.). Os profissionais
respectivos pagam as contribuições profissionais para esses Conselhos O Objeto da Obrigação tributária
Autárquicos. Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
Assim esses entes credores NÃO criam tais tributos federais, mas apenas os § 1º A OBRIGAÇÃO PRINCIPAL surge com a ocorrência do fato gerador, tem por
arrecadam. Assim, eles não tem “Competência Tributária”, mas apenas objeto o PAGAMENTO DE TRIBUTO OU PENALIDADE PECUNIÁRIA e extingue-se
“Competência Tributária Ativa” - Poder delegável de arrecadação e juntamente com o crédito dela decorrente.
fiscalização do tributo. § 2º A OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA decorre da legislação tributária e tem por objeto
as PRESTAÇÕES, POSITIVAS OU NEGATIVAS (nunca dar dinheiro), nela previstas
A SUJEIÇÃO ATIVA DO CTN no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
- Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, CONVERTE-
titular da competência para exigir o seu cumprimento. SE em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
- Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções
de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou Principal: A obrigação deve ser de pagar dinheiro, seja o valor do tributo, seja o
decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa valor de eventual penalidade aplicada.
jurídica de direito público a outra, nos termos de § 3º do artigo 18 da Acessória: Consiste na obrigação positiva ou negativa, meramente
Constituição. instrumentais, diversa da obrigação pecuniária. As obrigações acessórias
existem no interesse da fiscalização ou arrecadação de tributos, ou seja, são
5.2 - SUJEITO PASSIVO DA OT criadas com o objetivo de facilitar o cumprimento da obrigação tributária
É aquele obrigado a pagar o tributo ou a penalidade pecuniária (obrigação principal, bem como de possibilitar a comprovação deste cumprimento
principal) ou cumprir as obrigações acessórias. (fiscalização). Dispõe o art. 113 § 2º do CTN:
Os entes devedores, quer de tributo, quer de multa, são denominados: Atenção: Em direito tributário é possível existir obrigação acessória sem
a) Contribuinte: aquele que tem uma relação pessoal direta com o fato gerador. obrigação principal.
Ex: Entidade imune ao pagamento de tributos, ainda assim deve cumprir a
Contribuinte de fato: é o sujeito que suporta que suporta o ônus econômico do obrigação acessória. E em caso de descumprimento, pode ser multada. Se
tributo, ou seja, a quem a carga do tributo indireto é repassada, normalmente o descumprida, obrigação acessória é convertida em uma obrigação principal.
consumidor final, esse não integra a relação jurídica tributária. Os tributos
indiretos são aqueles que comportam a transferência do encargo financeiro. O 5.5 - CAUSA DA OT
contribuinte de fato NÃO detém legitimidade ativa para pleitear a restituição A causa é o vínculo jurídico justificador do dever que surge com o fato gerador.
de valores pagos a título de tributo indireto, por não integrar a relação jurídico Assim teremos a causa da obrigação tributária principal e a causa da
tributária. obrigação tributária acessória:
Ex: Consumidor final do ICMS, a quem é repassado o tributo no valor final da Causa da OT principal: é a Lei Tributária, uma vez que o dever de pagar só pode
mercadoria. está previsto em lei (Princípio da Legalidade Tributaria)
Contribuinte de direito: É quem figura formalmente no polo passivo da relação Causa da OT acessória: é a Legislação Tributária, expressão que inclui
jurídico tributária, é aquele que tem relação pessoal e direta com o fato portarias, instruções normativas, regulamentos,...
gerador, é quem recolhe o tributo para o fisco. Isso significa por exemplo que uma portaria pode tratar de obrigação tributária
Ex: Estabelecimento comercial que promove a circulação do ICMS. acessória, mas não pode tratar de obrigação tributária principal.
b) Responsável: é a terceira pessoa escolhida por lei para pagar o tributo,
sem ter realizado o fato gerador. Naturalmente, há um anexo mínimo que CAUSA DA OT NO CTN
liga esse terceiro ao FG, tornando-o devedor do tributo. O detalhamento da Art. 114 CTN. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei
matéria chamada Responsabilidade Tributária ocorre entre os artigos 128 como necessária e suficiente a sua ocorrência.
e 138 do CTN. Abaixo seguem alguns exemplos:
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

174
Art. 115 CTN. Fato gerador da obrigação Acessória é qualquer situação que, na 2. Causas de extinção do CT (Artigo 156 do CTN) – 11 INCISOS
forma da legislação aplicável, impõe a pratica ou abstenção de ato que não 3. Causas de Exclusão do CT (Artigo 175 do CTN) – 2 INCISOS
configure obrigação principal. Portanto, o CT pode ser suspenso, ou extinto ou excluído. Por exemplo: se o
tributo é pago, haverá extinção do CT; se o tributo é parcelado, haverá a
5.6 - O LANÇAMENTO NO CTN suspensão do CT; por fim se o tributo e isento, haverá exclusão do CT.
Art. 142. Compete PRIVATIVAMENTE à autoridade administrativa constituir o O crédito tributário é o objeto da relação jurídico-tributária, também conhecida
crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento como obrigação tributária. No caso, por ter caráter patrimonial, o crédito
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributário estará presente somente na obrigação principal, tendo em vista que
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do na obrigação acessória, o objeto será uma obrigação de fazer ou não fazer.
tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da Assim, como o fato gerador faz nascer a obrigação tributária, o crédito
penalidade cabível. tributário nasce quando a autoridade administrativa efetua o lançamento,
- O lançamento é um instituto jurídico que constitui o crédito tributário, identificando os sujeitos passivos e tornando a obrigação tributária exequível
conforme se nota na linha do tempo. Assim, o lançamento tributário traz a (Possível de ser Executado).
noção de exigibilidade para a relação jurídico-tributaria, uma vez que, até OT,
só havia o “dever de pagar”. 5.9 - SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CT (ART. 151 DO CTN)
- O lançamento permite a identificação do tributo devido, bem como de seu O artigo 151 do CTN trata das causas suspensivas da exigibilidade do CT.
valor, tudo respeitando a lei. Daí se fala que o lançamento é o ato vinculado, e Quando o CT está suspenso, há vantagens de ordem prática para o sujeito
não discricionário (aquele pontuado pela oportunidade e conveniência. passivo da OT.
A competência para lançar é exclusiva da autoridade administrativa, sendo 1ª Vantagem: obtenção de “Certidão Positiva com efeitos de negativa” (Certidão
também indelegável e insuscetível de avocação. Assim, o Poder Judiciário não de regularidade fiscal). Ela está prevista no artigo 206 do CTN, permitindo que o
pode corrigir o lançamento, devendo proclamar sua nulidade, caso esteja devedor participe das licitações, obtenha empréstimos bancários, etc.;
viciado, para que o Fisco constitua o crédito novamente. Eis a razão pela qual o 2ª Vantagem: obstar a cobrança judicial do tributo.
STF tem entendimento pacificado no sentido de que não se pode propor ação A suspensão da exigibilidade do CT impede a cobrança judicial do tributo.
penal por crimes tributários antes da conclusão do procedimento de Portanto, se estou com o parcelamento em dia não pode haver inscrição em DA
lançamento, pois o juiz não pode decidir sobre a existência ou inexistência do e consequentemente execução fiscal. O mesmo raciocínio vale para o período
crédito tributário. de vigência de uma liminar ou tutela concedidas em uma ação judicial; ou
Embora a autoridade administrativa tenha competência exclusiva para lançar, ainda, para o período de discussão administrativa pendente de julgamento.
o crédito tributário também pode ser constituído pelo contribuinte, no chamado Causas de suspenção do CT (6 causas);
lançamento por homologação. Desta forma, de acordo com a jurisprudência do MO – Moratória
STJ: A declaração do sujeito passivo que informa um débito tributário, ainda DE – Depósito do Montante integral
que desacompanhada de pagamento, importa, por si só, a constituição do RE – Reclamação e Recursos administrativos (impugnação)
crédito tributário, independentemente de qualquer outra providência da CO – Concessão, podendo ser concessão de liminar ou concessão de tutela
Administração, conforme Súmula 436 do STJ. (duas causas).
PA – Parcelamento
5.7 - ESPÉCIES DE LANÇAMENTO As causas suspensivas acima indicam que o CT pode ser suspenso por
O que pode ocorrer, em seu processamento, é um auxilio maior ou menor do iniciativa exclusiva do contribuinte (parcelamento) ou por iniciativa dele, com o
contribuinte no ato de lançar. Vejamos, assim, as espécies de lançamento: devido patrocínio do advogado (concessão de liminar/concessão da tutela de
1 - Lançamento direto, de Ofício ou EX Oficio (Art. 149 do CTN) – O Fisco utiliza os urgência).
dados de que dispõe, verifica e declara a ocorrência do fato gerador, calcula o Da mesma forma, a suspensão do CT pode se dar na órbita administrativa
tributo e o lança. O sujeito passivo não participa da atividade. (reclamação e recursos administrativos) ou na esfera judicial (depósito do
Exemplo: IPTU, IPVA, Taxas, Contribuições de melhoria. montante integral).
2 - Lançamento Misto ou por Declaração (Art. 147 do CTN) – O Fisco calcula e Para o estudo das causas suspensivas, não seguiremos a ordem normal dos
lança o tributo com base em declaração relacionada à matéria de fato incisos do art. 151 do CTN, em prol da melhor didática.
fornecida pelo sujeito passivo, equilíbrio entre a participação do sujeito passivo
e a atividade do sujeito ativo. ANÁLISE RECORTADA (“MO-DE-RE-CO-PA”)
Nos tributos sujeitos a lançamento por declaração, o CTN admite a retificação DE – Depósito do montante integral.
da declaração por iniciativa do próprio declarante, com o objetivo de reduzir ou Temos agora a via onerosa do depósito do montante integral. O depósito não
extinguir tributo, desde que seja feita mediante comprovação do ERRO em que significa pagamento. Tanto é verdade que, ao término da demanda, sendo o
se funde, e ANTES de notificado o lançamento (art. 147, §1º, CTN). Pontue-se que contribuinte depositante vitorioso, haverá o levantamento do depósito. Por
as simples escolhas infelizes não são considerados “erros”, para fins de outro lado, se o contribuinte depositante perder, haverá a “conversão do
retificação da declaração. depósito em renda” (art. 156, VI, CTN), extinguindo-se o CT.
Exemplo: II, IE, ITBI, ITCMD
3 - Lançamento por Homologação ou Autolançamento (Art. 150 do CTN) - O Macete:
sujeito passivo, além de prestar as informações de fato, enquadra-as nas Depósito...............=
disposições de direito pertinentes, antecipando o valor do tributo. O Fisco Suspende o CT.
apenas homologa o referido pagamento. Conversão do deposito em renda = Extingue o CT.
Exemplos: ICMS, ISS, IR, IPI, PIS, CONFINS, etc. O depósito deve ser integral e em dinheiro (Súmula 112 do STJ), não pode ser
confundido com as modalidades de garantia no âmbito de uma execução fiscal
5.8 - ESTUDO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (arts. 9º e 16 da LEF).
O estudo do CT se divide em 3 vertentes. Duas Súmulas Vinculantes importantes:
1. Causas de suspensão do CT (Artigos 151 do CTN) – 6 INCISOS
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

175
Súmula Vinculante 21: “É inconstitucional a exigência de depósito ou Por fim, se o julgamento for improcedente, ainda no próprio CARF, poderá
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso haver o recurso para a Câmara superior de recursos Fiscais. Se houver derrota
administrativo”. aqui a orbita administrativa estará encerrada.
Explicação: lembre-se de que a via administrativa é marcada pela gratuidade. Esse quadro desfavorável leva o autuado derrotado a alguns caminhos:
Além disso, temos na CF a garantia do contraditório, da ampla defesa e do 1 – Pagar;
duplo grau de jurisdição. Por fim, o depósito é causa de suspensão do CT, e não 2 – Parcelar;
forma obstativa de discussão administrativa. Esse foi o entendimento do STF. O 3 – Levar a questão ao Poder judiciário.
deposito é facultativo.
Súmula Vinculante 28: “É inconstitucional a exigência de depósito prévio como ANÁLISE RERCORTADA (“MO-DE-RE-CO-PA”)
requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a CO – Concessão de Liminar e concessão de tutela.
exigibilidade de crédito tributário”. A dispensa judicial permite, em determinados casos, que o CT seja suspenso. O
Explicação: os argumentos constitucionais expostos na Súmula acima valem processo judicial tributário oferta as ações judiciais adequadas:
aqui também. Além disso, o CTN não faz esse tipo de condicionamento, o STF Mandado de segurança com pedido de liminar; Ações ordinárias (Declaratória e
Todavia, os julgadores mais fiscalistas sempre puderam se basear no teor do Anulatória)... Veja que a ação em si, não suspende o credito tributário, mas as
parágrafo único do art. 40 fa LEF (Lei n. 6.830/90), cuja interpretação dava tutelas de urgência deferidas no cursos dessas ações principalmente “initio
chancela à exigência confrontada na Súmula Vinculante28 (...). litis”. Enquanto a tutela viger, o credito tributário estará suspenso, viabilizando
Uma vez conhecidas as particularidades do depósito do montante integral, a certidão positiva com efeito de negativa. (Art. 206 CTN).
restam duas causas suspensivas para o encerramento do estudo das causas O que acontece se a tutela for denegada? Com a denegação da tutela de
de suspensão da exigibilidade do CTN: o Parcelamento e a Moratória ( MO DE RE urgência (liminar ou tutela antecipada), a gratuidade que prevalecia até agora
CO PA). na busca da suspensão do credito tributário começará a mudar de figura.
ANÁLISE RERCORTADA (“MO-DE-RE-CO-PA”)
MO (...) (...) PA – MORATÓRIA E PARCELAMENTO ESTUDO DO CTN – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
O parcelamento é uma sistemática de pagamento fragmentado e, por isso DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO TRIBUTÁRIA
mesmo, não pode ser causa extintiva CT. (...) Decadência e Prescrição: pontos comum.
Com efeito, se o fosse, seria convidativo pagar a primeira parcela e deixar de 1. Causas da extinção do crédito tributário (art. 156, V, CTN);
pagar o presente. 2. Institutos jurídicos: lidam com a questão complexa do tempo;
Enquanto a legislação admitir, quer na órbita administrativa, quer na judicial, 3. Objetivam manter a estabilidade das relações jurídicas;
será facultado ao contribuinte parcelar a dívida. 4. Geram o direito à restituição do tributo(decaído ou prescrito).
A Moratória, por sua vez é tratada em alguns artigos no CTN, embora o tema 5. Prazos quinquenais (lustro decadencial / lustro prescricional):
seja bastante teórico. Isso porque a Moratória acabou sendo substituída pelo Súmula Vinculante n. 8, STF.
próprio parcelamento – uma causa suspensiva que entrou no CTN com a LC
104/2001. Antes dessa data, todos os parcelamentos feitos no Brasil  Decadência Quinquênio
suspendiam o CT pela via Moratória.  5 anos Prazo quinquenal
Entretanto, a Moratória, mesmo reservada ao ambiente teórico, possui detalhes  Prescrição Lustro
relevantes que constam dos artigos 152 a 155, do CTN. Ali temos que a
Moratória é uma dilatação legal do prazo para pagamento de tributo (lei Súmula Vinculante nº 8 do STF declarou inconstitucional os artigos 45 e 46, da
específica – art. 155-A, caput, CTN). Daí a sua semelhança com o Parcelamento. Lei nº 8.212/91, pois as normas relativas à prescrição e decadência têm
Ela deve ser concedida pela Pessoa Jurídica competente para criar o tributo natureza de normas gerais de direito tributário, sendo reservada a lei
(Moratória Autonômica): complementar.
Regra da Moratória Autonômica:
- União cria o tributo federal ----> União concede Moratória para o tributo CONCEITO DE DECADÊNCIA
federal. É um instituto jurídico que demarca no tempo a perda do direito subjetivo de
- Estados e DF criam o tributo estadual -- Estado e DF concedem Moratória constituir o crédito tributário pelo lançamento.
para o tributo estadual.  Ideia = lançamento extemporâneo (a destempo).
ANÁLISE RERCORTADA (“MO-DE-RE-CO-PA”)
RE – Reclamações e recursos administrativos. Linha de tempo:
A reclamação significa a defesa administrativa ou a impugnação. Desse modo,
o advogado o contador ou o próprio interessado, pode protocolizar uma defesa Lançamento Inscrição
no fisco, a qual deverá ser encaminhada para as seções e delegacias de HI  FG OT CT  DA  Execução Fiscal
julgamento.
Frise-se que o prazo para a defesa é fatal (30 dias). Uma vez feita a defesa, Decadência Prescrição
após certo tempo ocorrera o julgamento em primeira instancia, o qual tende a Cobrança Cobrança
ser ratificador do lançamento. Frise-se que o julgamento ocorre em ambiente Administrativa Judicial
reservado, sem sustentação oral ou acesso a advogados, e é feito por fiscais
julgadores que não se confundem com aqueles que autuaram. Revisão de “Lançamento Tributário”
Com julgamento improcedente poderá manter a suspensão do CT interpondo Art. 142 do CTN – conceito:
um recurso administrativo para os tribunais administrativos (TIT – Tribunal de O lançamento é ato privativo do Fisco, sempre. O que pode ocorrer, em seu
Impostos e Taxas, em São Paulo, na orbita estadual; CARF – Conselho processamento, é um auxílio maior ou menor do contribuinte no ato de lançar.
Administrativo de Recursos fiscais, em Brasilia na orbita Federal; entre outros. Vejamos, assim, as espécies de lançamento:
Auxílio (maior ou menor) ou sem auxílio (contribuições)
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

176
Tipos de Lançamento: Parece-nos que é o exercício em que houver ocorrido o fato imponível,
Auxilio: sinalizando que o prazo ao art. 173, I, CTN é somente um pouco maior que o
 Direto (ou de ofício ou ex ofício) prazo de que cuida o art. 150, §4º, CTN, podendo dar ao fisco, no máximo, 11
 Misto (ou por declaração) art. 147, CTN; (onze) meses a mais para efetuar o lançamento (caso o fato gerador tenha
 Por Homologação (ou autolançamento) art. 150, CTN. ocorrido em Janeiro, e claro).

Direto: (ou de ofício ou ex ofício); CASO PRÁTICO


Misto: (ou por declaração) art. 147, CTN; Exemplo: O IPTU, relativo ao ano de 2009, pode ser exigido até que data, por
Por Homologação: (ou autolançamento) art. 150, CTN. meio de lançamento?
 Lançamento Direto ou de Ofício ou ex ofício (Art. 149 do CTN).
 Lançamento Misto ou por Declaração (Art. 147 do CTN). Art. 173, I, CTN
 Lançamento por Homologação ou Autolançamento (Art. 150 do CTN). IPTU (lançamento de ofício)
Como é cediço, o IPTU é um imposto lançado de ofício. Assim sendo, evidencia-
É imperioso repisar que a espécie de lançamento é determinada conforme o se a necessidade de aplicação do art. 173, I, do CTN: cinco anos a contar do
auxílio do contribuinte no ato de lançar. Vamos detalhar as espécies de primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter
lançamento: sido efetuado. De acordo com o Art. 173, I do CTN, o prazo decadencial é de
a) Lançamento Direto ou de Ofício: é aquele em que o fisco, dispondo cinco anos, a contar do primeiro dia do exercício seguinte aquele em que o
de dados suficientes para efetuar a cobrança, realiza-lo, lançamento poderia ter sido efetuado.
dispensado o auxílio do contribuinte. Exemplos: IPTU (lançamento  2009 ...........Exercício em que o lançamento poderia ter sido
de ofício, por excelência), IPVA, autos de infração, taxas e efetuado.
contribuição de melhoria.  2010............Exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia
b) Lançamento Misto ou Por Declaração: é aquele representado pela ter sido efetuado.
ação conjugada entre o fisco e o contribuinte, restando aquele o 01.01.2010 Primeiro dia do exercício seguinte:
trabalho privativo de lançar. Nesse passo, o fisco, não dispondo de
dados suficientes para realizar o lançamento, conta com o auxílio Contagem: “0” (ZERO)
do contribuinte que supre a deficiência da informação por meio de 01.01.2011................. Contagem: um ano
uma declaração prestada. Exemplos: o imposto de importação e o 01.01.2012..................Contagem: dois anos
imposto de exportação. 01.01.2013..................Contagem: três anos
c) Lançamento por Homologação ou Autolançamento: é aquele em que 01.01.2014..................Contagem: quatro anos
o contribuinte auxilia ostensivamente a Fazenda Pública na 01.01.2015...................Contagem: cinco anos
atividade do lançamento, cabendo ao fisco, no entanto, realiza-lo
de modo privativo, homologando-o, isto é, conferindo sua exatidão. É possível chegarmos as três conclusões:
Exemplos: ICMS, IR, IPI, ISS e a maior parte dos impostos, uma vez 1. Se a autoridade fiscal vier até dezembro de 2014, isto é, até 31.12.2014,
que tal lançamento compreende o maior volume de arrecadação. poderá haver lançamento, sem vício de decadência.
2. Se a autoridade fiscal vier na data de 01.01.2015, já terá havido
VISÃO GERAL SOBRE A DECADÊNCIA DO CTN - (Art. 173, I, Art. 150, §4º) decadência, não se podendo falar em lançamento.
Decadência: Visão do STJ 3. Se a autoridade fiscal vier após a data de 01.01.2015, maior perda de
STJ: dois dispositivos que tratam do tema: prazo terá havido, exsurgindo nítida a ocorrência da decadência.

Art. 150, § 4º, CTN - Regra Especial Macete:


Art. 173, I, CTN:
Art. 173, I, CTN – Regra Geral 1º passo: pegue o ano do FG;
Aplicação autoexcludente (ou se aplica um, ou se aplica outro). Qual artigo se 2º passo: some 5 anos;
aplica? 3º passo: trabalhe com 31/12.
Exemplos: FG (ICMS): Maio de 2008 (falta de pagamento) Ai deve ser lavrado até
Artigo 150, 4 §º, do CTN (Regra especial) 31-12-2013.
Tributos de lançamento por homologação (forma típica = antecipação do
pagamento) Outro exemplo:
AIIM (ICMS): Agosto/2015 01-01-2011=0
Artigo 173, I, do CTN (regra geral) FG (ICMS): Março/2010 01-01-2012=1
(Serve Para) Tributos de Lançamento: Falta de pagamento 01-01-2013=2 Portanto sem decadência
 Direto Decadência 01-01-2014=3
 Misto Gabarito: art. 173, I, CTN 01-01-2015=4
 Por homologação (forma atípica = FALTA DE PAGAMENTO) 01-01-2016=5

Quando se confrontam os comandos, há de se analisar o dies a quo, neles Macete:


previsto, para a contagem da decadência. O art. 173, I, CTN prevê como marco Art. 173, I, CTN:
inicial o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento 1º passo: pegue o ano do FG;
poderia ter sido efetuado; já o art. 150, §4º, CTN prevê a data do fato gerador. 2º passo: some 5 anos;
Analisando o primeiro marco, qual será o exercício em que o lançamento 3º passo: trabalhe com 31/12.
poderia ter sido efetuado?
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

177
Exemplos: FG (ICMS): março de 2010 (falta de pagamento) Ai deve ser lavrado Conclusão: quando não há pagamento, segundo a esteira do STJ, deve-se
até 31-12-2015. calcular o prazo de decadência a partir do art. 173,I, CTN.

O Art. 150, §4º, CTN – A DECADÊNCIA DO DIREITO DE LANÇAR, COM O PAGAMENTO Caso não haja o pagamento antecipado, não há o que homologar e, portanto,
ANTECIPADO – RESSALVA A REGRA GERAL caberá ao fisco promover o lançamento de ofício, submetendo-se ao prazo do
art. 173, I, CTN.
O artigo em apreço deverá ser aplicado nos casos de tributos lançados por
homologação, em que houver a antecipação de pagamento. Tal entendimento encontra guarida na Súmula 219 do extinto Tribunal Federal
No lançamento por homologação, pode haver uma antecipação de pagamento, de Recursos (Súmula 219 do TFR: “Não havendo antecipação do pagamento, o
permitindo-se ao fisco homologa-lo em um prazo decadencial de cinco anos, direito de constituir o crédito previdenciário extingue-se decorridos 5 (cinco)
contados a partir do fato gerador. anos do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorreu o fato
O transcurso in albis do quinquênio decadencial, sem que faça uma gerador.”) e no ERESP 101.407/SP (abril de 2000).
conferência expressa, provocará o procedimento homologatório tácito, segundo
o qual perde o fisco o direito de cobrar eventual diferença. PRESCRIÇÃO
Art. 150 do CTN: (...)
§ 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 5 anos, a contar da 1. Conceito
ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a fazenda pública se É o instituído jurídico que demarca, no tempo, a perda do direito à pretensão
tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente executória, OU SEJA, PERDA DO DIREITO PARA QUE O FISCO EXECUTE.
extinto o crédito, SALVO se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou  “ideia” = execução fiscal extemporânea (a destempo).
simulação”.
DEFINITIVIDADE NA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TIBUTÁRIO
- Imaginando que o fato gerador do ISS se dê em 06-07-2009, com o Quando isso ocorre?
recolhimento do gravame em 30-07-2009. Art. 174, caput, CTN: indicação do termo a quo para a prescrição.
Termo quo: data da constituição definitiva do crédito tributário, depois do
Caso o fisco queira rever o valor recolhido, deverá fazê-lo no prazo de 5 (cinco) lançamento.
anos a contar do fato gerador, isto é, de 06-07-2009. Essa é a sistemática de Definitividade: “é a eficácia que torna indiscutível o ato” (Zelmo Denari)
cálculo – bastante simples, por sinal – imposta pelo artigo 150, §4º, CTN.  Definitivamente indica o momento de
INDISCUTIBIIDADE
Observe que, antecipadamente o pagamento, inicia-se o prazo para o fisco (I)
homologar o pagamento ou (II) lançar de ofício o tributo cujo pagamento foi PARA O FISCO
irregular (art. 149, V, CTN). DOIS CASOS PRÁTICOS
Caso haja o transcurso “in albis” do lustro decadencial, não mais poderá o fisco PRESCRIÇÃO – CASO 1
discordar do importe antecipado. AIIM (ICMS): novembro de 2009 ( + 30 dias + 5 anos )
Aplicação dos dispositivos: Contribuinte nada fez
Não parcelou, não pagou,
1. FG (ISS): abril de 2010 = antecipação do pagamento / AI (ISS) agosto de Não impugnou etc.
2015 Execução Fiscal: Janeiro de 2015
Decadência? Houve prescrição?
Gabarito: art. 150, §4º, CTN Gabarito:
HOUVE DECADÊNCIA Termo a quo art. 174, caput, CTN

2. FG (ISS): abril de 2010 = falta de pagamento / AI (ISS): agosto de 2015 Termo a quo:
Decadência?  Data do lançamento 11/2009 = 30 dias
Gabarito: art. 173, I, CTN ++
NÃO HOUVE DECADÊNCIA  Prazo para defesa 12/2009
(30 dias, geralmente) 01/2015 – data que houve a execução
Macete:
Art. 173, I, CTN 12/2009 12/2014
1º passo: pegue o ano do FG; HOUVE PRESCRIÇÃO
2º passo: some 5 anos;
3º passo: trabalhe com 31/12 PRESCRIÇÃO – CASO 2
Exemplos: FG (ICMS): maio de 2008 (falta de pagamento)  AI deve ser lavrado AIIM (ICMS): novembro de 2002
até 31-12-2013  Contribuinte impugnou
(Julgamento improcedente)
A RESSALVA: 7 ANOS
O art. 150, §4º, CTN deverá ser ressalvado, no seguinte caso: se houver prova  Contribuinte recorreu
da ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (Julgamento improcedente)
Nesse caso, avoca-se a explicação do art. 173, I, CTN.
Após quase 7 anos de disputa administrativa...
OBS: AS ANTECIPAÇÕES COM FRAUDE, DOLO OU SIMULAÇÃO, APLICA-SE O ART. Em março de 2009, foi prolatada a última decisão administrativa da qual não
173, I do CTN. coube mais recurso. (E ele perdeu) Execução Fiscal: janeiro de 2015.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

178
Gabarito: Por exemplo: se o tributo é parcelado, haverá a suspensão do CT; se o tributo é
Art. 174, caput, CTN. pago, haverá extinção do CT; se o tributo é isento, haverá exclusão do CT.
Houve prescrição.
03/2009 03/2014 CAUSAS DE EXCLUSÃO DO CT
Esse último caso (Caso 2) ensina que enquanto a exigibilidade do CT estiver Temos duas causas que excluem o Crédito Tributário:
suspensa, não se cogitará do termo a quo da prescrição. 1. Isenção: Artigos 176 a 179, CTN;
2. Anistia: artigos 180 a 182, CTN.
DICA FINAL: Pontos em comum entre INSENÇÂO e ANISTIA:
A prescrição intercorrente: art. 40, §§ 2º e 4º, da lei nº 6.830/80. Na prescrição I) A isenção e a anistia são instituídos jurídicos de desoneração ($).
intercorrente ou o devedor não é encontrado ou não tem como pagar, só é II) Ambas, a isenção e a anistia, dependem de lei.
cabível com a prova que a Fazenda pública foi negligente. III) A lei, em tela, será a “específica” (art. 150, §6º, CF).
Citação infrutífera no executivo fiscal Art. 150. §6º, CF: qualquer subsídio ou isenção redução de base de cálculo,
1. O Juiz suspenderá o curso do processo da execução; (prazo de um concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos,
ano) taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica,
2. Com a manutenção do impasse, os autos deverão ir para o arquivo; federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
3. Após 5 anos (prazo de prescrição intercorrente), o juiz, depois de enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do
ouvida a Fazenda, poderá, de ofício, decretar a prescrição disposto no art. 155, § 2º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3,
intercorrente.) de 1993).
Observação: as isenções de ICMS são veiculares por CONVÊNIOS interestaduais,
ESTUDO DO CTN – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA celebrado no âmbito do CONFAZ (Conselho de Política Fazendária). Os
representantes dos Estados-membros (Secretários da Fazenda) reúnem-se no
5.10 - EXTINÇÃO E EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Conselho para a deliberação acerca desse benefício no tocante ao ICMS. Em
tese, tais convênios precisariam ser ratificados por decreto legislativo, mas
não é o que ocorre.
- Se atingem o ato de pagar, significa dizer que a isenção e a anistia afetam a
OT principal, permanecendo inalteradas as OTs acessórias (art. 175, parágrafo
único, CTN).
Exemplo: Transporte de mercadoria isenta de ICMS: sem pagamento do ICMS,
mas devendo esta acompanhada de Nota Fiscal (OT acessória). Veja que a
máxima “o acessório segue o principal” não se aplica aqui.
- Ambas, para o STF, inibem o lançamento:

HI---------->FG-------------> OT-- -----------LANÇAMENTO--->CT(...)

Isenção e anistia
Note que, na isenção/anistia, acaba se realizando o FG, fazendo-se surgir a OT,
despontando-se o sujeito passivo, entretanto, não se vê constituído o crédito
tributário pelo lançamento. Portanto, a isenção e a anistia são causas
obstativas ou inibitórias do lançamento (visão do STF).

- Interpretação literal
Art. 111, I, CTN: a necessidade da chamada “interpretação literal” para as
causas de SUSPENSÃO e EXCLUSÃO DO CT. Portanto, para as causas extintivas
do CT, não se utilizará a interpretação literal. (Atenção: o dispositivo é bastante
solicitado em provas de concurso público). Para as causas de Extinção não se
utiliza a interpretação literal, só se usa essa interpretação nas causas de
Suspensão (MO-DE-RE-CO-PA) e Exclusão (Isenção e Anistia).

ESTUDO DA ISENÇÃO
A isenção é o instituto desonerativo de tributo por questões sociopolíticas.
Exemplo isenção de ICMS para medicamentos; isenção de IR para aquelas que
ESTUDO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO detêm enfermidades graves, etc.
Na primeira concepção, a isenção seria uma norma de não incidência
O estudo se divide em 3 vertentes: tributária, localizando-se em um momento “anterior” à cronologia da “linha do
I. Causas de suspensão do CT (Artigo 151, CTN) – 6 incisos (JÁ ESTUDADAS) tempo”. Na concepção adotada pelo STF – A Isenção APARECE COMO DISPENSA
II. Causas de extinção do CT (Artigo 156, CTN) – 11 INCISOS. LEGAL DO TRIBUTO, INIBINDO O LANÇAMENTO -, HAVERIA O FG, A OT, A SUJEIÇÃO
III. Causas de exclusão do CT (Artigo 175, CTN) – 2 INCISOS PASSIVA ... , SÓ NÃO OCORRENDO O PLANO DA EXIGIBILIDADE DO LANÇAMENTO.
A doutrina costuma conceituar a isenção como uma norma de exceção à regra
Cuidado: extinção não se confunde com exclusão! da incidência tributária (a norma isentiva incide para que a norma da
Portanto, o CT pode ser suspenso, extinto ou excluído. tributação não incida). Por outro lado, o STF, a par da corrente clássica, vê a
isenção como uma dispensa legal do tributo.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

179
As propostas conceituadas, na divergência, provocam conclusões relevantes: ESTUDO DA ANISTIA
Não confunda Isenção com imunidade: esta consta da CF, enquanto a isenção - A anistia é o instituto desonerativo de multa, portanto, visa retirar o rótulo de
está na lei. A imunidade é justificada por elevados valores (liberdade religiosa, “impontual” do infrator. Lembre-se de que anistia não é para tributo. Será
liberdade política, liberdade de expressão etc), enquanto a isenção prende-se impropriedade afirmar que “o IPTU foi anistiado”.
a valores de menor densidade axiológica. A anistia não é para tributo e sim para multa, é o perdão da Multa tributária, ou
Recapitulando... (conceito de imunidade Tributária): seja, a anistia serve para afastar a exigência da multa. A lei da Anistia olha
“ A norma constitucional de desoneração tributária, que, justificada no para trás (Vigência Retrospectiva), ou seja, a anistia atinge situações antes da
conjunto de caros valores proclamados na Carta Magna, inibe negativamente a lei.
atribuição de competência impositiva e credita ao beneficiário o direito público Quando a anistia, há um aspecto importante no plano da vigência da lei
subjetivo de ‘não incomodação’ perante o ente tributante”. (SABBAG, Eduardo de anistiadora. É que a lei de anistia, devendo afastar uma penalidade, só poderá
Moraes Manual de Direito Tributária. 7. Ed, São Paulo: Saraiva, 2015, p, 290) conter vigência retrospectiva, alcançando situações que lhe são pretéritas.
Assim, não pode haver uma lei de anistia para alcançar o futuro.
DISPOSITIVOS NA CF CONTENDO “FALSAS” ISENÇÕES (...e verdadeiras Dispositivo no CTN acerca da ANISTIA (Art. 180 a 182, CTN):
imunidades): ARTIGO:
Art. 195. § 7º, CF – São isentas de contribuições para a seguridade social as Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas
entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências posteriormente vigência da lei que a concede, não se aplicando:
estabelecidas em lei. I- aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que,
Art. 184. § 5º, CF – São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as mesmo sem essa qualificação, sejam praticados como dolo, fraude ou
operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma simulação pelo sujeito passivo ou por terceiros em benefício daquele;
agrária. II- salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre
Dispositivos no CTN acerca da ISENÇÃO (arts. 176 a 179). duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.
ANÁLISE: o dispositivo, em total consonância com as ciências penais,
ARTIGOS: demonstra que o Direito Tributário não pode “afagar”, se aquelas se propõem
Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de a “perseguir”. Com efeito, a infração qualificada como crime, como
lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os contravenção ou cometida com dolo, fraude ou simulação NÃO poderá ser
tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. abrangida pelos efeitos benéficos da lei anistiadora. O mesmo raciocínio se
Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território estende ao conluio ou à infração resultante de conluio, exceto se houver lei
da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares. dispondo de modo contraditório.
ANÁLISE: A isenção depende de lei, ainda que haja prévia estipulação
contratual. O parágrafo único, por sua vez, menciona, ademais, o caso da Art. 181. A anistia pode ser concedida: I – em caráter geral; II –
isenção restrita a uma determinada região (isenção circunscrita). limitadamente: a) a certas infrações de legislação relativas a tributos; b) às
infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante,
ARTIGO: Art. 177. Salvo disposição de lei em contraditório, a isenção NÃO é conjugadas ou não com penalidades de outra natureza; c) a determinada
extensiva. região do território da entidade tributante, em função de condições a ela
I- ás taxas e ás contribuições de melhoria; peculiares; d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei
II- aos tributos instituídos posteriormente á sua concessão. que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade
ANÁLISE: salvo disposição em contraditório, a isenção NÃO é extensiva a duas administrativa.
situações. Note-se (...) ANÁLISE: a anistia pode ser geral ou limitada. Esta última ganha esse
- Taxas e contribuições de melhoria (Motivo: são tributos contraprestacionais formato por ser restringir a
ou bilaterais, e a isenção não se coaduna com tal característica); - certas informações pertinentes a alguns tributo;
- Tributos cuja competência tributária não tenha ainda sido exercida (Motivo: o - montantes diversos de penalidades;
poder de isentar e relatado ao poder de criar. Exemplo: uma isenção de - determinada região (anistia circunscrita)
imposto sobre grandes fortunas). Não pode haver isenção sobre impostos ainda - condicionada a pagamento de tributo;
não criados.
ARTIGO:
ARTIGO: Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em
Art. 178 – A isenção, salvo se concedia por prazo certo e em função de cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento
determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer com a qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do
tempo, observando o disposto no inciso III do art. 104. cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão.
- Regra geral, a Isenção pode ser revogada, SALVO se for concedida por prazo Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido,
certo e em função de determinadas condições. aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.
ANÁLISE: O dispositivo, bastante cobrado em provas, versa sobre a revogação ANÁLISE: a anistia concedida em caráter individual depende de despacho da
das isenções. Todavia, há um tipo de isenção IRREVOGÁVEL (isenção temporal + autoridade administrativa, observando-se, necessariamente, a lei
condicional), uma vez geradora de direito adquirido (ler, acerca do tema, a estipuladora do benefício. O despacho é mero ato administrativo, reservado
vetusta Súmula 544, STF). aos ditames legais. Lembre-se, por fim, eu a anistia em caráter individual
E quanto ao princípio da anterioridade tributária perante o instituto da não gera direito adquirido.
revogação da isenção?
O STF vem entendendo que a revogação de isenção genuinamente tratada, não ESTUDO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
se confunde com a criação de tributo. Daí não se cogitar do princípio da CAUSAS DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
anterioridade tributária. Vale dizer que a Corte Suprema defende a pronta Causas de extinção do CT. (Artigo 156, CTN) – 11 INCISOS
incidência da norma.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

180
A EXTINÇÃO DO CT NO CTN: (Legenda: CaEx1 a CaEx 11) A remissão, por sua vez, sendo causa extintiva do CT, deve ocorrer APÓS o
CgaEx1) Decadência e Prescrição – inciso V: lançamento, pressupondo uma notificação/auto de infração.
Art. 156, “Extinguem o crédito tributário: A remissão é um instituto jurídico que significa perdão, vale dizer, perdão do
V- a decadência e a prescrição tributo/multa lançados.
CaEx2) Conversão do Depósito em Renda – inciso VI Exemplo: João recebe notificação de IPTU. Sobrevém uma lei que afasta o
Art. 156. “Extinguem o crédito tributário: tributo/multa. Qual é a natureza dessa desoneração?
VI- a conversão de deposito em renda. Resposta: Remissão (não e isenção, tampouco anistia).
“ o deposito ocorrido na órbita judicial, âmbito de uma ação, poderá, ao Obs: Para complemento, ler o art. 172 do CTN. Para ser isenção/anistia, o
término da lide, ser convertido em renda ao fisco (“contribuinte perdendo”). benefício teria que vir antes do lançamento.
REVISÃO: ART. 151, II, CTN (“MO-DE-RE-CO-PA”) A remissão indica que o Fisco, perdoando, irá remitir, sempre por meio de lei
DE-------> Depósito do montante integral específica. (art. 172 do CTN c/c art. 150, §6º, da CF).
O depósito não significa pagamento. Tanto é verdade que, ao término da
demanda sendo o contribuinte depositante vitorioso, haverá o levantamento CaEex8) Dação em pagamento – inciso – XI:
do depósito. Art. 156. “Extinguem o crédito tributário:
XI- a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições
CaEex3) Decisão administrativa irreformável – inciso IX estabelecidas em lei”
Art. 156. “Extinguem o crédito tributário. A dação em pagamento significa o ato de dar em pagamento algo distinto da
IX- a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na pecúnia. Se analisarmos bem o próprio artigo 3º do CTN, ao conceituar
órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória. tributo, deixou um “espaço” para isso: prestação pecuniária ou em cujo valor
Trata-se de uma decisão favorável ao contribuinte, e não contrária a ele. De nela possa exprimir”.
fato, se a decisão ali for contrária ao contribuinte, este poderá leva-la para Tal permissão legitimou a inserção desse inciso XI no CTN (LC104/2001).
a órbita judicial. Veja que o fisco, diante de uma decisão administrativa Embora o CTN permita o expediente, a dação em pagamento é de raro uso no
favorável ao contribuinte, de cuja elaboração ele participou, não poderá Brasil, uma vez que o Fisco prefere a pecúnia, em virtude da liquidez do
tentar rever o que ele próprio chancelou. recurso, à dação em pagamento.

CaEx4) Decisão judicial transitada em julgado – inciso X: CaEex9) Transação – inciso III:
Art. 156. “Extinguem o crédito tributário; Art. 156. “ Extinguem o crédito tributário:
X- a decisão judicial passada em julgado “Veja que tal decisão e extintiva III- a transação”.
mesmo, independentemente de sua natureza, se favorável ao contribuinte; A transação é um instituto jurídico previsto no art. 171 do CTN, com o conceito
ou contrária a ele. naturalmente oriundo do Direito Civil.
Art. 171”A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativos
CaEex5) Pagamento antecipado e a homologação – inciso VII: e passivos da obrigação tributária celebrar transação que, mediante
Art. 156. “ Extinguem o crédito tributário: concessões mútuas, importe em determinação de litígio e consequente
VII- o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do extinção de crédito tributário.
disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º”. Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a
Veja que, nos tributos lançados por homologação (ICMS, IR, ISS, PIS, COFINS e transação em cada caso”.
tantos outros), não é pagamento que extinguem o CT, mas a homologação do O civilista vê a transação como acordo que se celebra mediante concessões
procedimento, sob pena de se admitir, por absurdo, que o pagamento parcial recíprocas, pondo-se fim ao litígio, ou seja, o Fisco cede, e o contribuinte
promoveria a extinção do CT. também. Um bom exemplo está na legislação que prevê descontos (na multa,
geralmente) para casos de pagamento à vista. Tais descontos variam e
CaEex6) Consignação em pagamento – inciso VIII: representam uma espécie de transação legalmente prevista.
Art. 156. “Extinguem o Crédito tributário:
VIII- a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo CaEex10) Compensação – inciso II:
164; Art. 156. “Extinguem o crédito tributário:
A consignação em pagamento, ao final dela (art. 164, §2º, CTN), ou ação II- a compensação”.
consignatória (arts.. 890 e seguintes do CPC), pressupõe o depósito initio litis, A compensação é mais um instituto do Direito Civil apropriado pelo Direito
e isso equivale a dizer que, ao final, com o julgamento dela, haverá a Tributário (art. 170, CTN). O conceito é o mesmo de sempre: instituto que
apropriação desse depósito pelo Estado, extinguem-se o CT. permite um encontro de contas, reunindo-se na mesma pessoa as condições
Art. 164, CTN “A importância de crédito tributário pode ser consignada de credor e devedor.
judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: O contribuinte, se pagar algo a maior ou indevidamente, passará a ser
§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a credor do Fisco. Sendo credor, terá direito á restituição do indébito (a ser
importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a feita por meio de pedido administrativo ou judicial). Por outro lado, se ele
consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de credor, também for devedor, a lei poderá autorizar o tal encontro de contas.
mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis“. Por meio da chamada “compensação de tributos”.
O procedimento pode ser pleiteado na órbita administrativa (por exemplo, o
CaEex7) Remissão – inciso IV: PERDCOMP, na órbita federal) ou por meio de ações judiciais pertinentes,
Art. 156. “Extinguem o crédito tributário: com o balizamento de duas Súmulas do STJ:
IV- Remissão” Súmula nº 212: “Compensação de créditos tributários não pode ser deferida
A remissão é um benefício fiscal que não se confunde com a isenção/anistia. em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória”.
Sabemos que essas duas são as causas inibitórias de lançamentos, Súmula nº 213: “O mandato de segurança constitui ação adequada para a
excludentes do CT, conforme se estudou no início desta aula. declaração do direito à compensação tributária”.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

181
CaEex11) Pagamento – inciso I: Paguei um tributo a maior hoje, quanto tempo eu tenho para pegar o dinheiro
Art. 156. “ Extinguem o crédito tributário: em excesso de volta?
I- o pagamento “. Resposta: 5 anos. Qual o termo a quo? O inciso I do artigo 168 prevê o termo “a
Neste ponto, afeto ao PAGAMENTO, o estudo de alguns artigos do CTN faz quo” na data da extinção do crédito tributário, vale dizer, do pagamento do
necessários, com destaque para alguns deles: tributo.
Art. 158. “O pagamento de um crédito NÃO importa em presunção de Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da lei nº 5.172, de 25
pagamento: de Outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito
I- quando parcial, das prestações em que se decomponha; tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no
II- quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a tributos”. momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º d art. 150 da referida
lei.
Pela leitura do artigo 158, percebe-se que não se admite presunção de
pagamento no Direito Tributário. 5.11 - DOMICILIO TRIBUTÁRIO – Art. 127 do CTN
Art. 160. “Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o
vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera Em direito tributário, domicilio é o lugar onde o sujeito passivo é chamado a
o sujeito passivo notificado do lançamento. cumprir seus deveres de ordem tributária.
Parágrafo único. A legislação pode conceder desconto pela antecipação do
pagamento, nas condições que estabeleça”. Segundo o Art. 127 do CTN, podemos depreender que a regra geral do domicilio
O prazo geral para pagamento é de 30 dias, desde que a legislação tributária tributário é a utilização do domicilio de eleição, ou seja, o contribuinte elege o
não disponha em contrário, podendo, inclusive, ser menor. local de sua preferência. Caso o contribuinte não eleja, os incisos I, II e III do
Art. 161. “O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de referido artigo, deverão ser aplicados, na busca da solução.
juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da
imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de Em caso de impossibilidade de aplicação dos incisos citados, ou na hipótese de
garantia previstas nesta lei ou em lei tributária. a Administração recusar, fundamentadamente, o domicilio de eleição, o § 1° do
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada Art. 127 deverá ser aplicado. Tal dispositivo indica que será escolhido como
pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito”. domicilio o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que
A consulta é um procedimento de formulação de dúvida ao fisco. Se o originaram a obrigação.
consulente estiver dentro do prazo para pagamento (30 dias), no lugar de Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio
pagar/inadimplir, pode tentar satisfazer a dúvida no próprio Fisco com o tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal:
processo de consulta. Ao término dele, o Fisco entendendo pela incidência, será I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta
exigido o tributo (sem juros e multa, tudo em homenagem a boa fé). incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
Art. 163. “Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o
sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à
ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidades pecuniárias obrigação, o de cada estabelecimento;
ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas
pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes repartições no território da entidade tributante.
regras, na ordem em que enumeradas: § 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos
I- em primeiro lugar, os débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou
decorrentes de responsabilidade tributária; responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos
II- primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos que deram origem à obrigação.
impostos; § 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando
III- na ordem crescente dos prazos de prescrição; impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-
IV- na ordem decrescente dos montantes”. se então a regra do parágrafo anterior.
Inciso II: A lógica é que as Contribuições de Melhoria e as taxas antecedem o
imposto na ordem de imputação, uma vez que são tributos bilaterais (o Estado
já realizou esforço, justamente por isso espera mais emergencialmente o Capítulo 7
retorno financeiro). O imposto, entretanto, é um tributo unilateral. Ementa: 7 Responsabilidade tributária. 7.1 Conceitos relevantes. 7.2
Inciso III e IV: Memorize, de acordo com tais incisos, a ordem decrescente de Modalidades de Responsabilidade. 7.3 Denúncia Espontânea.
montante e a crescente de prescrição.
Art. 165. “O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, 7 - RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu
pagamento, ressalvados o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: 7.1 - CONCEITOS RELEVANTES:
I- Cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o
devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou a) Responsável tributário:
circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido. Sentido Estrito: Sujeição passiva indireta por expressa determinação legal (art.
O prazo ´para resgate de pagamento indevido é de 5 anos. 128 CTN)
Inciso I: Pagamento indevido ou a maior que o devido. Sentido Amplo: Submissão de determinada pessoa, contribuinte ou não, ao
direito do FISCO de exigir a prestação da obrigação tributária.
Art. 168. “O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo
de 5 (cinco) anos, contados; b) Contribuinte de fato x contribuinte de direito
I- nas hipóteses dos incisos I e II do artigo 165 da data da extinção do crédito Contribuinte de direito: É o sujeito passivo que tem relação direta e pessoal
tributário . com o fato gerador (contribuinte de jure).
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

182
Contribuinte de fato: NÃO integra a relação jurídica tributária pertinente. taxa de serviços. Com a aquisição do imóvel, o adquirente passa a ser
c) Contribuinte x responsável: responsável por todo o crédito tributário relativo ao imóvel, mesmo que
Contribuinte: Pessoa física ou jurídica que tenha relação de natureza ultrapasse o valor do bem.
econômica, pessoal e direta com a situação do fato gerador, sendo o SUJEITO Dispõe o art. 130, do CTN:
PASSIVO DIRETO.
Responsável: É o sujeito passivo INDIRETO, com responsabilidade derivada de Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a
lei de modo expresso (art. 128 CTN). propriedade, o domínio útil ou a posse de BENS IMÓVEIS, e bem assim os
relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a
d) Responsabilidade pessoal x responsabilidade subsidiária contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos
Responsabilidade Pessoal: O contribuinte é excluído totalmente, dando ensejo à adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
responsabilidade pessoal sobre terceira pessoa, vinculada ao fato gerador. A Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação
responsabilidade pessoal afasta a dos devedores originais, que NÃO ocorre sobre o respectivo preço.
responderão nem supletiva ou subsidiariamente.
Responsabilidade Subsidiária ou supletiva: O responsável por lei responde por EXCEÇÃO: NÃO ocorrerá a responsabilidade tributária do adquirente:
parte ou pelo todo da obrigação tributária que o contribuinte deixar de cumprir. 1) Quando constar no título de transferência da propriedade a prova da
quitação dos tributos.
7.2 - MODALIDADES DE RESPONSABILIDADE 2) No caso de arrematação em hasta pública.

a) Responsabilidade por substituição: Ocorre quando a lei determina que o a.2) Responsabilidade do adquirente de bens móveis: A regra é a mesma dos
responsável (substituto) ocupe o lugar do contribuinte desde a ocorrência do bens imóveis, porém sem a previsão das exceções.
fato gerador (o responsável é sujeito passivo desde o nascimento da obrigação Obs.: Há jurisprudência do STJ no sentido de que o adquirente de boa-fé poderá
tributária. É originária! ser beneficiado com as exceções relacionadas aos bens imóveis. IMPORTANTE:
Para a prova, é preferível considerar a literalidade do CTN, ou seja, sem as
b) Responsabilidade por transferência: A ocorrência de um fato, posterior ao exceções.
surgimento da obrigação, transfere a um terceiro a condição de sujeito passivo
da obrigação tributária até então ocupada pelo contribuinte. Importante a.3) Responsabilidade na sucessão causa mortis (Importante –
ressaltar que a transferência pode excluir a responsabilidade do contribuinte Interdisciplinaridade): Prevê o CTN:
ou atribui-la em caráter supletivo. É derivada! Art. 131. São pessoalmente responsáveis:
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo
- RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO: Normalmente, é o sujeito passivo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade
quem pratica o fato gerador, mas há casos em que uma pessoa substitui outra ao montante do quinhão do legado ou da meação;
no dever de pagar tributos a particular, para facilitar a cobrança. III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da
sucessão.
a) Substituição tributária para trás (antecedente/ regressiva): Ocorre nas
cadeias de produção e circulação de mercadorias, em que há concentração de - Com a morte, ocorre a abertura da sucessão. Segundo o direito da sucessão,
mercadorias (Ex: produtores diversos enviam o leite à indústria X. Como é a transferência do patrimônio do de cujus ocorre imediatamente com tal fato.
complicado fiscalizar todos os produtores, a indústria paga logo os seus Assim, há algumas hipóteses:
tributos devidos como os devidos pelos produtores. Ao final, quem paga tudo é • Até a morte (abertura da sucessão), o de cujus era sujeito passivo na
o consumidor). Nesta situação, o fato gerador ocorre no passado e o pagamento modalidade contribuinte.
é diferido (postergado) para o futuro. • Após a morte, os novos fatos geradores terão como contribuinte o espólio, e
É chamada de “pra trás”, pois o responsável substituto irá substituir quem tal situação durará até a data da partilha ou adjudicação.
estava atrás dele na cadeia produtiva. • Após a partilha ou adjudicação, os novos fatos geradores terão como
contribuintes os sucessores a qualquer título e o cônjuge meeiro.
b) Substituição tributária para frente (subsequente/ progressiva): Ocorre nas • O espólio é pessoalmente responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até
situações em que há CAPILARIDADE (Ex: postos de gasolina, indústria de a data da abertura da sucessão.
bebidas, em que sai do produtor e vai para as distribuidoras e depois para o • O sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro são pessoalmente
consumidor). Nesta situação, a ocorrência do fato gerador é presumida para o responsáveis pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou
futuro e o pagamento do tributo é ANTECIPADO. adjudicação, tendo como limite do débito o montante do quinhão, do legado ou
É chamada de “pra frente”, pois o responsável substituto irá substituir quem da meação recebidos.
está a frente dele na cadeia produtiva.
ATENÇÃO: A cobrança antecipada é constitucional, mas se NÃO ocorrer o fato ATENÇÃO: O espólio surge com a morte do de cujus, e existe até a data da
gerador, o Estado deverá devolver o valor do tributo pago por antecipação. partilha ou adjudicação. Quanto aos fatos geradores ocorridos durante tal
Também caberá a restituição nos casos em que crédito tributário não se período, o espólio será contribuinte.
constituir no valor antecipado pelo substituto, ou seja, a diferença deverá ser ATENÇÃO 2: A responsabilidade na sucessão causa mortis engloba apenas os
restituída. tributos (literalidade do CTN), porém de acordo com a jurisprudência também
se transferem as multas punitivas e as moratórias (posicionamento do STJ). Na
RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA prova, considerem a literalidade do CTN.

a) Por sucessão: a.4) Responsabilidade por sucessão empresarial: A sucessão empresarial gera
a.1) Responsabilidade do adquirente de bens imóveis: É OBRIGAÇÃO PROPTER sucessão tributária.
REM, que acompanha o imóvel, e abrange impostos, contribuição de melhoria e
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

183
a.4.1) Responsabilidade em fusão, incorporação, transformação e cisão: Dispõe a.5.2) Responsabilidade subsidiária do adquirente: Quando o alienante continua
o art. 132 do CTN: na exploração da atividade econômica, primeiro se buscam os tributos do
alienante. Se infrutífera a cobrança, é possível cobrar do adquirente se o
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, alienante continuar ou iniciar, dentro de seis meses da alienação, nova
transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos atividade, no MESMO OU em OUTRO RAMO.
tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado
fusionadas, transformadas ou incorporadas. a.5.3) ATENÇÃO: Não há responsabilidade do adquirente:
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de - Alienação ocorrida em processo de falência;
pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva - Alienação em decorrência de plano de recuperação judicial.
atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob Exceção da exceção: Não se aplica a exceção quando o adquirente for Sócio da
a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. falida; Parente dos sócios; Agente do falido ou do devedor em recuperação
judicial.
IMPORTANTE – Interdisciplinaridade!
Fusão: Quando se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, b) Responsabilidade de terceiros
que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações, inclusive as de natureza b.1) Responsabilidade de terceiros decorrentes de atuação regular: Os terceiros
tributária. possuem algum vínculo jurídico com a pessoa que deveria ocupar o polo
Incorporação: uma sociedade absorve a outra. A sociedade que absorve a outra passivo da relação jurídico tributária na condição de contribuinte. Dispõe o art.
continua existindo como sujeito de direitos e obrigações, sendo, ainda, 134 do CTN:
contribuinte dos seus tributos. Já a sociedade absorvida deixará de existir
como pessoa jurídica e seus tributos passariam a ter como sujeito passivo a Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da
sociedade incorporadora, na condição de responsável. obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente (deveria ser
Transformação: A sociedade passa, independentemente de dissolução e subsidiariamente) com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de
liquidação, de um tipo para o outro. Sob a ótica do CTN, a sociedade resultante que forem responsáveis:
da transformação passa a ser responsável pelos tributos devidos pela I – os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
sociedade transformada. II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou
Cisão: É a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu curatelados;
patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já III – os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo seu IV – o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. V – o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo
concordatário;
ATENÇÃO: VI – os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos
Súmula 554 STJ devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu
Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora ofício;
abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas VII – os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de
sucessão. penalidades, às de caráter moratório.
O STJ decidiu que a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os
tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas b.1.1) Requisitos para a responsabilidade:
referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão. O entendimento - Impossibilidade de cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte: A
se deve aos seguintes fundamentos: administração tributária deve inicialmente voltar sua pretensão executória
- As multas moratórias ou punitivas representam dívida de valor e, como tal, contra a pessoa legalmente definida como contribuinte. Somente no caso de
acompanham o passivo do patrimônio transmitido ao sucessor, desde que seu insucesso a cobrança pode ser redirecionada para o responsável. – É
fato gerador tenha ocorrido até a data da sucessão. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA, embora o art. 134 fale em solidária (em provas
- Evitar simulações. objetivas, adotar a literalidade do CTN).
- Ação ou indevida omissão imputável à pessoa designada como responsável.
a.5) Responsabilidade do adquirente do fundo de comércio ou estabelecimento:
Dispõe o art. 133 do CTN: b.1.2) Responsabilidade quanto aos tributos e multas: Segundo o art. 134,
§único, do CTN, a responsabilidade somente se aplica aos tributos e às MULTAS
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, DE MORA!
por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial,
industrial ou profissional, e CONTINUAR a respectiva exploração, sob a mesma b.2) Responsabilidade de terceiros decorrente de atuação irregular: Dispõe o
ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, art. 135 do CTN:
relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a
atividade; obrigações tributárias resultantes de atos praticados com EXCESSO DE
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou PODERES OU INFRAÇÃO DE LEI, CONTRATO SOCIAL OU ESTATUTOS:
iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no I - as pessoas referidas no artigo anterior;
mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito
a.5.1) Responsabilidade exclusiva do adquirente: Quando a empresa que alienou privado.
o estabelecimento ou fundo cessou a exploração da atividade.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

184
b.2.1) Responsabilidade Quanto Aos Tributos E Multas: O terceiro responde Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração,
sozinho, com todo seu patrimônio, ficando afastada qualquer possibilidade de acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de
atribuição da sujeição passiva a pessoa que, de outra forma, estaria na mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa,
condição de contribuinte. quando o montante do tributo dependa de apuração.
Segundo Leandro Paulsen, apenas diretores, gerentes ou representantes de Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o
pessoas jurídicas de direito privado podem ser responsabilizadas, e não todo e início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização,
qualquer sócio => O sócio deve ter exercido gerência ou direção, com poder de relacionados com a infração.
gestão.
Os responsáveis do art. 135 CTN se obrigam a tributos, juros e todas as multas b) Posicionamento do STJ
porventura devidas pelo passivo original (não apenas as multas moratórias). b.1) O parcelamento NÃO é considerado pagamento integral, sendo devida a
multa de mora na confissão de dívida acompanhada de pedido de
Distinção entre o art. 134 e art. 135 parcelamento, ainda que se antecipando a qualquer ação do FISCO.
Art. 134 CTN Art. 135 CTN b.2) Quando ocorre: A denúncia espontânea ocorre quando o sujeito confessa o
Responsabilidade Subsidiária Responsabilidade Pessoal fato, o corrige, quando possível, e paga o tributo eventualmente devido, com
Depende da insolvência do NÃO depende da insolvência do juros. Só haverá denúncia espontânea antes que o fisco tome qualquer
contribuinte contribuinte providência para o lançamento do tributo.
Responsabilidade por substituição b.3) Denúncia espontânea e obrigações acessórias: O STJ entende que o
Responsabilidade por transferência
(doutrina) instituto da denúncia espontânea de infrações NÃO é aplicável no caso de
O responsável incorre em omissão, O responsável age com excesso de descumprimento de obrigações acessórias.
ausente o excesso de poder e a poder ou infração à lei, contrato e b.4) Denúncia espontânea e tributos sujeitos a lançamento por homologação:
infração à lei. estatutos. Para o STJ, também NÃO se aplica o benefício da denúncia espontânea aos
tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas
c) Responsabilidade por infrações: Arts. 136 e 137, CTN. Embora o CTN fale em pagos adestempo. (Súmula 360)
responsáveis, são contribuintes, pois cometeram infrações em relação pessoal
e direta.
Obs.: Para a prova, adotar literalidade do CTN. Capítulo 8
Ementa: 8. Processo Tributário. 8.1 Ação de restituição. 8.2 Ação Declaratória.
Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações 8.3 Ação Anulatória. 8.4 Mandado de Segurança. 8.5 Embargos a Execução. 1.6
da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e Limites ao Exercício da Competência.
da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
8 - PROCESSO TRIBUTÁRIO
Pelo art. 136, CTN, a responsabilidade por infrações tributárias é, em regra,
OBJETIVA (independe de dolo ou culpa). Inclusive, o CTN afirma que a Antes de falarmos sobre processo tributário, vamos comentar sobre a
responsabilidade independe da intenção do agente, permitindo sua punição instituição de tributos.
independentemente da presença de dolo ou culpa. A criação de tributos ocorrerá, via de regra, por meio de Lei Ordinária. No
entanto, existem as exceções de tributos que poderão ser instituídos por meio
O art. 137, do CTN, prevê que a responsabilidade será pessoal do agente de Lei Complementar (são eles: Contribuição Social Residual, Empréstimo
responsável pela infração, e a pessoa jurídica não responde: Compulsório, Imposto sobre Grandes Fortunas e Imposto Residual). Ainda, de
acordo com o artigo 62 § 2° da CF a Medida Provisória poderá instituir tributos.
Art. 137. A responsabilidade é PESSOAL ao agente: A lei, quando instituir tributos, deverá estabelecer tudo o que for necessário
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, para que ocorra no caso concreto. Portanto deverá estabelecer o fato gerador
salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, (verbo a ser praticado no “mundo concreto) para assim nascer a obrigação
função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por tributária.
quem de direito; A obrigação pode ser Principal ou Acessória.
II – quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja A Obrigação principal consiste em pagamento do tributo ou penalidade
elementar; pecuniária. Já a Obrigação acessória consiste em deveres formais que o sujeito
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo passivo está obrigado, a fim de facilitar a arrecadação e a fiscalização.
específico:
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem; Com a obrigação tributária, surgem os sujeitos da relação jurídico tributária,
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, quais sejam: sujeito ativo e sujeito passivo.
preponentes ou empregadores; Sujeito Ativo: aquele que tem o direito subjetivo de exigir o cumprimento da
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito obrigação tributária.
privado, contra estas. Sujeito Passivo: aquele que tem o dever de pagar o tributo, que deverá cumprir
com a obrigação tributária. O sujeito passivo pode ser o contribuinte (que
7.3 - DENÚNCIA ESPONTÂNEA DE INFRAÇÕES possui relação direta e imediata com o fato gerador) ou o responsável (pelo
qual, sem revestir a condição de contribuinte, possui uma relação indireta com
a) Conceito: É uma confissão, política fiscal que permite que o devedor, o fato gerador, a lei impõe o dever de pagar o tributo).
voluntariamente, compareça à repartição fiscal para noticiar a ocorrência de Por meio da ocorrência do fato gerador, surge o credito tributário. Assim, pode-
infração e pagar os tributos em atraso. Afasta-se a aplicação de multa, e NÃO se afirmar que o sujeito ativo possui um credito tributário para com o sujeito
a cobrança dos juros e de correção monetária. passivo. Esse credito tributário é constituído por meio do lançamento. O
lançamento tributário pode ser: de oficio, por declaração ou por homologação.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

185
Uma vez constituído o credito tributário esse poderá ser exigido pelo sujeito OBS: Não esquecer que na hipótese de restituição do ICMS na Energia Elétrica,
ativo, vez que a obrigação torna-se liquida, certa e exigível. Assim o sujeito pode o consumidor final (contribuinte de fato) requerer a restituição, trata-se
passivo deverá pagar o credito, sob pena de sofrer os efeitos da mora. de exceção, segundo o entendimento do STF.

8.1 - AÇÃO DE RESTITUIÇÃO OU DE REPETIÇÃO DE INDEBITO Quanto ao prazo de requerer a restituição, o CTN estabelece em seu art. 168
A ação de restituição tem cabimento no caso de pagamento a maior ou que extingue-se com o decurso de 5 anos, contados:
indevido, em virtude da inconstitucionalidade de lei, ou equivoco da autoridade
administrativa ou do próprio sujeito passivo. Neste sentido o Art. 165 do CTN Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo
estabelece: de 5 (cinco) anos, contados:
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito
restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu tributário; (Vide art 3 da LCp nº 118, de 2005)
pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha
devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória.
circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota 8.2 - AÇÃO DECLATÓRIA
aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência Tem por finalidade buscar o poder judiciário para declarar sobre a existência
de qualquer documento relativo ao pagamento; da relação jurídico tributaria, conforme está previsto no art. 19 do CPC.
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. A ação declaratória é uma ação impropria de rito ordinário, impropria por estar
submetida ao regime jurídico geral do processo civil (Art. 1 do CPC) e carecer
Cumpri informar que quando o legislador utilizou o termo edificação no inciso II de disciplina legal própria de direito processual tributário. Será aforada
do Art. 165 do CTN, quis dizer, na verdade, erro na identificação do sujeito sempre que o contribuinte quiser ver reconhecida judicialmente a existência, o
passivo. modo de ser, ou a inexistência de determinado vinculo obrigacional de caráter
Ressalta-se que apenas o sujeito passivo poderá pedir a restituição do tributo tributário, ou ainda para obter a declaração sobre a autenticidade ou falsidade
pago indevidamente. O sujeito passivo consiste naquele que tem o dever de de um documento (Art. 19, II do CPC).
pagar o tributo, sendo o contribuinte ou o responsável, nos termos do art. 121 A sentença prolatada na ação declaratória tem natureza apenas para declarar,
do CTN. Essa informação tem considerável importância, visto que alguns sem condenar, nem constituir ou desconstituir atos. Por essa razão, essa
tributos permitem o repasse do encargo financeiro para o próximo da cadeia, demanda deve ser ajuizada apenas antes do lançamento tributário.
como é o caso do IPI e do ICMS, que são tributos indiretos. Nos casos de tributos
indiretos a restituição deverá observar o art. 166 do CTN: 8.3 - AÇÃO ANULATÓRIA
A ação anulatória tem previsão no Art. 38 da lei n° 6.830/80, e visa
Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, desconstituir um credito tributário já devidamente constituído, por meio do
transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem lançamento, por estar eivado de ilegalidade, inconstitucionalidade ou outros
prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a vícios.
terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la. Por esta razão para o cabimento desta ação, deve-se partir do pressuposto da
A título de exemplo, considere que uma empresa (contribuinte de direito), ao existência do lançamento ou do ato administrativo de cobrança (autuação,
industrializar determinado produto, deverá recolher o IPI, mas repassa o notificação, CDA, guias de pagamento, carne de imposto ou de decisão
encargo financeiro até o consumidor final (contribuinte de fato). Ao descobrir administrativa).
que recolheu indevidamente o IPI, em virtude da decisão que declara A sentença proferida na ação anulatória tem natureza declaratória e
inconstitucional a lei que aplica a alíquota do tributo, somente o contribuinte constitutiva negativa, uma vez que visa desconstituir o lançamento tributário.
de direito poderá pedir a restituição, tendo em vista que foi este que praticou o O STF declarou a inconstitucionalidade da exigência de deposito para
fato gerador, no entanto, deverá comprovar o atendimento dos requisitos do admissibilidade de ações. Por essa razão, não é necessário realizar o deposito
art. 166 do CTN. Assim, pode-se concluir que o contribuinte de fato não do montante exigido pelo fisco para ajuizar uma ação anulatória, pois não é
participou da relação jurídico tributaria, não podendo pedir a restituição. mais condição de admissibilidade.
STF – Súmula Vinculante n° 28 - É inconstitucional a exigência de depósito
Quanto a esse entendimento, o STF, entendia que nos casos de tributos prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda
indiretos, não caberia a restituição, pois caracterizaria o enriquecimento ilícito. discutir a exigibilidade de crédito tributário.
Existia a Súmula 71 sobre esse assunto. Com o passar do tempo foi modificado A realização do deposito pelo contribuinte não é condição de admissibilidade
o entendimento do STF, pois verificou-se que não são todos os contribuintes da ação anulatória, conquanto, vale ressaltar que a mera propositura dessa
que repassam os encargos dos tributos, por esse motivo o STF emitiu a Súmula demanda NÃO SUSPENDE A EXIGIBILIDADE DO CREDITO TRIBUTÁRIO. Assim, como
546: já existe um lançamento tributário, ainda que seja proposta ação anulatória, o
fisco poderá ajuizar uma execução fiscal. Para suspender a exigibilidade do
STF Súmula 546 - Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando credito tributário, e assim evitar a propositura da execução fiscal, o
reconhecido por decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou do contribuinte deverá conseguir a concessão de tutela antecipada ou realizar o
contribuinte "de facto" o "quantum" respectivo. deposito do montante integral.

Até pouco tempo, o STF entendia que caberia ao contribuinte de fato restituir, 8.4 - MANDADO DE SEGURANÇA
no entanto atualmente é unanime o entendimento de que o contribuinte de fato O mandado de segurança é uma garantia constitucional do particular contra o
NÃO pode requerer a restituição. poder público, destinado a proteger todo e qualquer direito, desde de que
líquido e certo e não amparado por habeas corpus nem habeas data.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

186
O mandado de segurança tem rito mais célere e simples, mas, precisamente STJ – SÚMULA n° 393 – A exceção de pré-executividade é admissível na
por isso, em seu âmbito não pode haver dilação probatória. Assim quando execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não
houver possibilidade de a autoridade coatora, em suas informações, suscitar demandem dilação probatória.
aspectos de fato controvertendo a narração contida na inicial.
Consoante o art. 5°, LXIX, da CF A título de exemplo, podemos citar que as matérias que podem ser conhecidas
Art. 5° da CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer de oficio são:
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País I – Na hipótese de faltar certeza, liquidez e inelegibilidade do título executivo,
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à art. 204 do CTN
propriedade, nos termos seguintes: II – quando presentes as causas impeditivas do credito tributário: imunidade,
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e isenção, anistia, nos termos do Art. 175, do CTN;
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável III – Casos de extinção do credito tributário, nos termos do art. 156, V, do CTN
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa IV – Tributo declarado inconstitucional pelo STF
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

O mandado de segurança pode ser impetrado individualmente ou Capítulo 9


coletivamente, conforme dispõe o art. 5, LXX, da CF, e Lei n° 12.016/2009. Pode Ementa: 9. Repartição de Receitas tributárias.
ser preventivo (de cunho declaratório) ou repressivo (de cunho anulatório).
No caso de ser repressivo, o art. 23 da Lei 12.016/2009 e Súmula 632 do STF 9 - REPARTIÇÃO DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS
preveem o prazo de 120 dias para impetrar o mandado de segurança, a contar A repartição de receita sempre consiste na participação dos entes menores na
da ciência do ato coator. arrecadação dos entes maiores, jamais ocorrendo no sentido inverso. Trata-se
Será preventivo quando da ocorrência de situação concreta e objetiva da chamada transferência obrigatória/constitucional. Pode ocorrer de duas
indicativa de iminente lesão ou direito líquido e certo. formas:
O mandado de segurança não possui dilação probatória e nem são cabíveis • Direta: o ente beneficiado pela repartição da receita recebe-a diretamente,
honorários de sucumbência. É considerada a medida judicial mais célere e sem qualquer intermediário e sem que esta receita faça parte de qualquer
menos custosa. fundo constitucional. Ex. a CF atribui aos municípios metade do IPVA
Súmula n° 460 STJ - É incabível o mandado de segurança para convalidar a arrecadado pelos estados em virtude dos veículos automotores licenciados em
compensação tributária realizada pelo contribuinte. seu território.
• Indireta: os recursos a serem repartidos são destinados a um fundo de
8.5 - EMBARGOS A EXECUÇÃO participação, cujas receitas são divididas entre os beneficiários. Segundo os
Os embargos à execução é a defesa do contribuinte frente a uma execução critérios legais e constitucionais previamente definidos.
fiscal. Trata-se de uma ação autônoma, distribuída por dependência aos autos
de execução fiscal e visa desconstituir o título executivo fiscal. Tem previsão ESQUEMA DE REPARTIÇÃO
no Art. 16 da Lei n° 6.830/80. a) Repartição direta – Tributos Federais:
Art. 16 - O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias,
contados:
I - do depósito;
II - da juntada da prova da fiança bancária;
III - da intimação da penhora. IMP.
IOF - CIDE-
§ 1º - Não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a União IRRF IRPF Resid ITR IPI
Ouro Comb.
execução. uais
§ 2º - No prazo dos embargos, o executado deverá alegar toda matéria útil à Estados 100% 30% 20% 29% 10%
defesa, requerer provas e juntar aos autos os documentos e rol de 50%
testemunhas, até três, ou, a critério do juiz, até o dobro desse limite. Municíp ou
100% 70% 25% 25%
§ 3º - Não será admitida reconvenção, nem compensação, e as exceções, salvo ios 100%
as de suspeição, incompetência e impedimentos, serão argüidas como matéria (*)
preliminar e serão processadas e julgadas com os embargos.
(*) Se Município optar por arrecadar, ele possui direito a 100% da receita do ITR.
O prazo para oferecer os embargos é de 30 (trinta) dias a contar da intimação Obs.: Na CIDE, os Estados recebem 29% do que é arrecadado pela União e desse
da penhora, da juntada da carta fiança bancária ou da efetivação do deposito montante, repassam 25% aos Municípios. No IPI, os Estados recebem 10% do
integral, conforme Art. 16 da Lei n° 6.830/80. que é arrecadado pela União e desse montante, repassam 25% aos Municípios.

8.6 - EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE b) Repartição direita – Tributos Estaduais:


A Exceção de pré-executividade é outra modalidade de defesa do contribuinte Estados IPVA – art. 158, III ICMS – art. 158, IV
frente a propositura de execução fiscal pelo fisco. Esse instrumento permite ao Municípios 50% 25% (*)
executado formular defesa dentro do processo de execução, por meio de (*) ¾ para valor adicionado (quem mais contribuiu) e ¼ o Estado define o
SIMPLES PETIÇÃO, evitando a obrigatoriedade de garantir o juízo. critério.
A Exceção de pré-executividade tem fundamento legal no Art. 5, XXXIV, “a” e
XXXV da CF e Sumula n° 393, do STJ. É necessário que a matéria abordada na c) Repartição por intermédio de fundos:
exceção de pré-executividade seja conhecida de oficio pelo juiz, e NÃO IR + IPI (ART. 159, I) – Total: 49%:
COMPORTE DILAÇÃO PROBATÓRIA. • 21,5% - Fundo de Participação dos Estados;
• 22,5% - Fundo de Participação dos Municípios;
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

187
• 3% - Programas de financiamento do Norte, Nordeste14 e Centro-oeste; B) Ainda quando alugado a terceiros, o imóvel pertencente a qualquer das
• 1% - Fundo de participação dos Municípios, entregue no 1º decêndio do mês de entidades referidas pelo Art. 150, inciso VI, alínea c, da CRFB/88, permanece
dezembro de cada ano; imune ao IPTU, não importando a finalidade a que os aluguéis se destinem.
• 1% - Fundo de participação dos Municípios, entregue no 1º decêndio do mês de C) A norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária
julho de cada ano (EC 54/14). está sujeita ao princípio da anterioridade.
D) A exigência de depósito prévio, como requisito de admissibilidade de ação
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário, é
constitucional.
XXVII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 01 - Em dezembro de 2017, João
adquiriu o domínio útil de um terreno de marinha. No ano de 2018, foi XX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 05 - O Estado Alfa institui, por meio
surpreendido com a chegada de duas notificações: uma da Secretaria de de lei complementar, uma taxa pela prestação de serviço público específico e
Patrimônio da União (SPU), para pagamento do foro anual à União; outra do divisível. Posteriormente a alíquota e a base de cálculo da taxa vêm a ser
Município, contendo a cobrança do IPTU do imóvel. Acerca desse cenário, modificadas por meio de lei ordinária, que as mantém em patamares
assinale a afirmativa correta. compatíveis com a natureza do tributo e do serviço público prestado.
A) A cobrança do IPTU é devida, pois o titular do domínio útil também é A lei ordinária em questão é:
contribuinte do IPTU. A) integralmente inválida, pois lei ordinária não pode alterar lei complementar.
B) A dupla cobrança é indevida, pois, tratando-se do mesmo imóvel, a base de B) parcialmente válida – apenas no que concerne à alteração da base de
cálculo e o fato gerador do foro anual e do IPTU seriam idênticos, configurando cálculo, pois a modificação da alíquota só seria possível por meio de lei
um bis in idem vedado em matéria tributária. complementar.
C) A cobrança do IPTU é indevida, pois, sendo o imóvel de propriedade da União, C) parcialmente válida – apenas no que concerne à alteração da alíquota, pois
goza da imunidade recíproca. a modificação da base de cálculo só seria possível por meio de lei
D) Como ambos os tributos (foro anual e IPTU) destinam-se a entes federados complementar.
distintos, é admissível a dupla cobrança. D) integralmente válida, pois a matéria por ela disciplinada não é
constitucionalmente reservada à lei complementar.
XIX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 02 - A pessoa jurídica Verdes
Campos Ltda. realiza transporte de cargas entre os estados “X” e “Y” por meio XXIX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 06 - A União, diante de grave
de sua frota de 30 caminhões. Sobre a referida prestação de serviço de desastre natural que atingiu todos os estados da Região Norte, e considerando
transporte, assinale a opção correta. ainda a severa crise econômica e financeira do país, edita Medida Provisória,
A) Incide o ISS, de competência dos Municípios. que institui Empréstimo Compulsório, para que as medidas cabíveis e
B) Não incide qualquer imposto. necessárias à reorganização das localidades atingidas sejam adotadas. Sobre
C) Incide o ICMS, de competência dos Estados. a constitucionalidade da referida tributação, assinale a afirmativa correta.
D) Incide o IPVA, de competência dos Estados. A) O Empréstimo Compulsório não pode ser instituído para atender às despesas
extraordinárias decorrentes de calamidade pública.
XXIII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 03 - O laboratório de análises B) O Empréstimo Compulsório deve ser instituído por meio de Lei
clínicas X realizou a importação de equipamento eletrônico necessário para a Complementar, sendo vedado pela CRFB/88 que Medida Provisória trate desse
realização de alguns exames. Por ocasião do desembaraço aduaneiro, foi lhe assunto.
exigido o pagamento de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), cuja base C) Nenhum tributo pode ser instituído por meio de Medida Provisória.
de cálculo correspondia a 150% do preço corrente do equipamento no mercado D) A União pode instituir Empréstimo Compulsório para atender às despesas
atacadista da praça do remetente, acrescido do Imposto de Importação (II), das decorrentes de calamidade pública, sendo possível, diante da situação de
taxas exigidas para a entrada do produto no país e dos encargos cambiais relevância e urgência, a edição de Medida Provisória com esse propósito.
efetivamente pagos pelo laboratório. Sobre a exigência feita, assinale a
afirmativa correta. II Exame de Ordem (2010 - FGV) - Questão 07 - Semprônio dos Santos é
A) é ilegal, pois, além dos acréscimos, a base de cálculo está sendo de 150% do proprietário de um sítio de recreio, local destinado ao lazer, na área de
preço corrente do equipamento no mercado atacadista da praça do remetente. expansão urbana, na região serrana de Paraíso do Alto. A área é dotada de
B) É ilegal, pois a base de cálculo está incluindo o montante correspondente ao rede de abastecimento de água, rede de iluminação pública e esgotamento
imposto de importação. mantidas pelo município, embora não existam próximos quer escola, quer
C) É ilegal, pois a base de cálculo está incluindo o montante correspondente às hospitais públicos. Neste caso Semprônio deve pagar o seguinte imposto:
taxas exigidas para a entrada do produto no país. A) O IPTU, por ser área de expansão urbana, dotada de melhoramentos.
D) É ilegal, pois a base de cálculo está incluindo o montante correspondente B) O ITR, por ser sítio de recreio, não inserido em área urbana.
aos encargos cambiais efetivamente pagos pelo laboratório C) O IPTU, por ser sitio, explorado para fins empresariais.
D) O ITR, por não haver escola ou hospital próximos a menos de 3 km do imóvel.
XXI Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 04 - João, advogado tributarista, é
procurado para orientar a empresa L a respeito do comportamento da XX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 08 - Determinado ente da
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre matéria tributária. Como Federação instituiu um tributo incidente sobre a folha de salários e demais
assistente de João, assinale a opção que veicula enunciado com efeito rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física
vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração que preste serviço a empregador privado, ainda que sem vínculo empregatício,
Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. com o objetivo de financiar a seguridade social. Em sintonia com a CRFB/88,
A) Na entrada de mercadoria importada do exterior é legítima a cobrança do assinale a opção que indica o ente da federação competente para a instituição
ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro. do tributo descrito e o nome do tributo em questão.
A) Estados-membros e o Distrito Federal. Contribuição previdenciária.
B) União. Contribuição social.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

188
C) União. Imposto sobre a renda. B) O referido decreto é inconstitucional, uma vez que viola o principio do não
D) União. Contribuição social residual confisco.
C) As alíquotas são diferenciadas em razão da progressividade do IPI.
Exame de Ordem (2009 - CESPE) - Questão 09 - Considere que João e Marcos D) As alíquotas são diferenciadas em razão do principio da Seletividade do IPI.
tenham deliberado pela constituição de sociedade limitada, com atuação no
segmento de transporte de cargas e passageiros na América do Sul. Nessa XXII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 13 - O Município Alfa realizou obras
situação, dada a atividade social eleita, a sociedade será obrigada a recolher nas praças públicas de determinado bairro, incluindo iluminação e
A) ISSQN no caso de transporte de passageiros entre dois Municípios de um arborização. Tais obras acarretaram a valorização imobiliária de dezenas de
mesmo Estado da Federação. residências daquela região. Em decorrência disso, o município instituiu
B) ICMS no caso de transporte de passageiros no mesmo Município de um contribuição de melhoria. Sobre a contribuição em questão, segundo o CTN,
mesmo Estado da Federação. assinale a afirmativa correta.
C) ICMS no caso de transporte de passageiros realizado entre dois Municípios A) É inválida, pois deveria ter sido instituída pelo Estado Beta, onde está
que se situem em diferentes Estados da Federação. localizado o Município Alfa.
D) IPI no caso de transporte de cargas realizado estritamente nos limites B) É válida, porque foi instituída para fazer face ao custo de obra pública da
territoriais de determinado Município. qual decorre a valorização imobiliária.
C) É válida, mas poderia ter sido instituída independentemente da valorização
XXII Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 10 - Por meio da Lei Ordinária nº dos imóveis dos contribuintes.
123, a União instituiu contribuição não cumulativa destinada a garantir a D) É inválida, porque deveria ter, como limite individual, o valor global da
expansão da seguridade social, utilizando, para tanto, fato gerador e base de despesa realizada pelo Poder Público na obra e não a valorização de cada
cálculo distintos dos discriminados na Constituição da República. A referida lei imóvel.
foi publicada em 1º de setembro de 2015, com entrada em vigor em 2 de janeiro
de 2016, determinando o dia 1º de fevereiro do mesmo ano como data de XXIV Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 14 - João e Maria celebram entre
pagamento. si contrato de locação, sendo João o locador e proprietário do imóvel. No
Por considerar indevida a contribuição criada pela União, a pessoa jurídica A, contrato eles estipularam que a responsabilidade pelo pagamento do Imposto
atuante no ramo de supermercados, não realizou o seu pagamento, razão pela sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) do imóvel será de Maria
qual, em 5 de julho de 2016, foi lavrado auto de infração para a sua cobrança locatária. Com base nessas informações, assinale a afirmativa correta.
A) A nova contribuição viola o princípio da anterioridade nonagesimal. A) O contrato será ineficaz entre as partes, pois transferiu a obrigação de
B) A nova contribuição viola o princípio da anterioridade anual. pagar o imposto para pessoa não prevista na lei.
C) A nova contribuição somente poderia ser instituída por meio de lei B) O contrato firmado entre particulares não poderá se opor ao fisco municipal,
complementar. no que tange a alteração do sujeito passivo do tributo.
D) A Constituição da República veda a instituição de contribuições não C) O contrato é valido e eficaz, e por consequência dele, a responsabilidade
cumulativas. pelo pagamento do tributo se tornará solidaria, podendo o fisco municipal
cobra-lo de João e/ou de Maria.
XXVI Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 11 - José, preocupado com o meio D) No caso de o fisco municipal cobrar o tributo de João, ele não poderá ajuizar
ambiente, faz uso de um processo caseiro de transformação do lixo orgânico ação regressiva em face de Maria.
em adubo, bem como separa o lixo inorgânico, destinando-o à reciclagem. Por
isso, sempre que os caminhões que prestam o serviço público de coleta de lixo XXVII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 15 - O Município M resolve ele
passam por sua casa, não encontram lixo a ser recolhido. José, então, se mesmo fiscalizar e cobrar o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR)
insurge contra a cobrança da taxa municipal de coleta de lixo proveniente de dos imóveis rurais localizados em seu território. Acerca desse cenário,
imóveis, alegando que, como não faz uso do serviço, a cobrança em relação a assinale a afirmativa correta.
ele é indevida. Acerca desse cenário, assinale a afirmativa correta. A) O ITR não pode ser fiscalizado e cobrado pelo Município M, por se tratar de
A) Por ser a taxa de um tributo contraprestacional, a não utilização do serviço tributo de competência da União.
pelo contribuinte retira seu fundamento de validade. B) O Município M poderá optar, na forma da lei, por fiscalizar e cobrar
B) A coleta de lixo domiciliar nessas condições não configura a prestação de diretamente o ITR.
um serviço público específico e divisível, sendo inconstitucional. C) A fiscalização e a cobrança do ITR pelo Município M autorizam-no a reter
C) Por se tratar de serviço público prestado à coletividade em geral, no 50% do produto da arrecadação do imposto, como contraprestação pela
interesse da saúde pública, seu custeio deve ocorrer por meio dos recursos fiscalização e cobrança no lugar da União.
genéricos auferidos com a cobrança de impostos. D) A partir da opção por fiscalizar e cobrar o ITR, o Município M passa a ter
D) A cobrança é devida, pois o serviço está sendo potencialmente colocado à competência para alterar as alíquotas do imposto, inclusive para sua redução.
disposição do contribuinte.
XXV Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 16 - O Município M, ao realizar a
XVIII Exame de Ordem (2015 - FGV) - Questão 12 - A presidência da republica, opção constitucionalmente prevista, fiscalizou e cobrou Imposto sobre
por meio de decreto 123, de 1 de janeiro de 2015, aprovou novas alíquotas, para Propriedade Territorial Rural (ITR), incidente sobre as propriedades rurais
o imposto sobre produtos industrializados (IPI), dentro das balizas fiadas na lei localizadas fora da sua área urbana. Em função desse fato, o Município M
tributária, a saber: recebeu 50% (cinquenta por cento) do produto do imposto da União sobre a
CIGARRO – alíquota de 100% propriedade rural, relativo aos imóveis nele situados. Diante dessa situação,
VESTUARIO - alíquota de 10% sobre a fiscalização e a cobrança do ITR pelo Município M, assinale a afirmativa
MACARRÃO - alíquota zero correta.
A) O referido decreto é inconstitucional, uma vez que viola o principio da A) Não são possíveis, por se tratar de imposto de competência da União.
legalidade. B) São possíveis, sendo igualmente correta a atribuição de 50% (cinquenta por
cento) do produto da arrecadação do imposto a ele.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

189
C) São possíveis, porém, nesse caso, a totalidade do produto da arrecadação do B) ocorre somente após a expedição de ofícios aos registros públicos do
imposto pertence ao Município. domicílio do executado, embora desnecessária qualquer outra providência.
D) São possíveis, porém, nesse caso, 25% (vinte e cinco por cento) do produto C) ocorre somente após o exaurimento das diligências na busca por bens
da arrecadação do imposto pertence ao Município. penhoráveis.
D) é impossível durante a execução fiscal.
XIX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 17 - O Estado X, visando aumentar a
sua arrecadação, instituiu novo imposto, não previsto na Constituição Federal. XVI Exame de Ordem (2015 - FGV) - Questão 21 - Em 2007, a pessoa jurídica Y
Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. recebeu notificação para pagamento de débitos de Imposto sobre a
A) O Estado X pode instituir imposto, mediante lei complementar, desde que Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). Em 2014, diante da constatação
previsto na Constituição Estadual. de que a contribuinte não havia apresentado qualquer impugnação e nem
B) Para exercer a competência residual do Estado X, é necessária lei de realizado o pagamento, o Município X ajuizou execução fiscal para a cobrança
iniciativa do Governador do Estado. destes créditos. Considerando os fatos narrados e as disposições da Lei nº
C) O Estado X não pode instituir o imposto novo, tendo em vista que a 6.830/80, o juiz, ao analisar a inicial da execução fiscal proposta pelo Fisco,
competência residual para a instituição de novos impostos é somente da União. A) poderá, de ofício, reconhecer e decretar a prescrição somente depois de
D) É vedada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a ouvida a Fazenda Pública.
instituição de impostos não previstos na Constituição Federal. B) poderá, de ofício, reconhecer e decretar a prescrição somente depois de
ouvida a Fazenda Pública e a contribuinte.
XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 18 - O Estado Y concedeu, em 2018, C) poderá decretar a prescrição de ofício, independentemente da prévia oitiva
por iniciativa própria e isoladamente, mediante uma lei ordinária estadual, da Fazenda Pública.
isenção fiscal do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a D) só poderá decretar a prescrição se esta vier a ser suscitada pela
um determinado setor de atividade econômica, como forma de atrair contribuinte.
investimentos para aquele Estado. Diante desse cenário, assinale a afirmativa
correta. XX Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 22 - Após verificar que realizou o
A) É suficiente lei ordinária estadual para a concessão de tal isenção de ICMS, pagamento indevido de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços -
por se tratar de tributo de competência estadual. ICMS, determinado contribuinte requer administrativamente a restituição do
B) Ainda que se trate de tributo de competência estadual, somente por lei valor recolhido. O órgão administrativo competente denega o pedido de
estadual complementar seria possível a concessão de tal isenção de ICMS. restituição.
C) A lei ordinária estadual pode conceder tal isenção de ICMS, desde que Qual o prazo, bem como o marco inicial, para o contribuinte ajuizar ação
condicionada a uma contrapartida do contribuinte beneficiado. anulatória da decisão administrativa que denega a restituição?
D) Apesar de se tratar de tributo de competência estadual, a concessão de tal A) 2 (dois) anos contados da notificação do contribuinte da decisão
isenção de ICMS pelo Estado deve ser precedida de deliberação dos Estados e administrativa.
do Distrito Federal (CONFAZ). B) 5 (cinco) anos contados da notificação do contribuinte da decisão
administrativa.
XXX Exame de Ordem (2019 - FGV) - Questão 19 - Otávio, domiciliado no Estado C) 5 (cinco) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte ao fato
X, possui ações representativas do capital social da Sociedade BETA S/A, com gerador.
sede no Estado Y, e decide doar parte da sua participação acionária a Mário, D) 1 (um) ano contado da data do julgamento.
seu filho, então domiciliado no Estado Z. Com dúvidas quanto ao Estado para o
qual deverá ser recolhido o imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e XVII Exame de Ordem (2015 - FGV) – Questão 23 - A União ajuizou execução
Doação (ITCD) incidente nessa operação, Mário consulta seu escritório, fiscal em face da pessoa jurídica XYZ Ltda., devedora de tributos federais. No
destacando que o Estado Z estabelece alíquotas inferiores às praticadas pelos curso da execução fiscal, a falência da pessoa jurídica foi decretada. Após
demais Estados. Com base nisso, assinale a afirmativa correta. requerimento da União, deferido pelo Juízo, Francisco, sócio da pessoa jurídica
A) O ente competente para exigir o ITCD na operação em análise é o Estado X, XYZ Ltda., é incluído no polo passivo da execução fiscal, em razão da
onde tem domicílio o doador. decretação de falência. Sobre a hipótese, é possível afirmar que
B) O ITCD deverá ser recolhido ao Estado Y, uma vez que o bem a ser doado A) A decretação de falência autoriza o redirecionamento da execução fiscal
consiste em participação acionária relativa à sociedade ali estabelecida, e o para Francisco, por ser considerada hipótese de infração à lei, que enseja
imposto compete ao Estado da situação do bem. responsabilidade tributária.
C) O ITCD deverá ser recolhido ao Estado Z, uma vez que o contribuinte do B) o fato de Francisco ser sócio da XYZ Ltda. acarreta, por si só,
imposto é o donatário. responsabilidade pessoal pelos créditos correspondentes a obrigações
D) Doador ou donatário poderão recolher o imposto ao Estado X ou ao Estado Z, tributárias da pessoa jurídica.
pois o contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada. C) Francisco não poderia ser incluído no polo passivo, ainda que fosse
administrador da XYZ Ltda. e tivesse encerrado ilegalmente as atividades da
XXIV Exame de Ordem (2017 - FGV) - Questão 20 - O Estado A ajuizou execução pessoa jurídica.
fiscal em face da pessoa jurídica B, com o objetivo de cobrar crédito referente D) Francisco não poderia, unicamente em razão da decretação de falência de
ao Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). XYZ Ltda., ser incluído no polo passivo da execução fiscal.
Nesse sentido, requereu, em sua petição inicial, que, após a citação, fosse
determinada a imediata indisponibilidade de bens e direitos da contribuinte. XXVII Exame de Ordem (2018 - FGV) - Questão 24 - A União concedeu isenção de
Nesse caso, o juiz deve indeferir o pedido, porque a decretação da Imposto sobre a Renda aos portadores da doença Beta. João e Maria são
indisponibilidade de bens e direitos portadores da referida doença, sendo João servidor público do Estado ABC e
A) ocorre somente após o insucesso do pedido de constrição sobre ativos Maria, servidora pública do Município XYZ. Em razão de retenção indevida do
financeiros, embora desnecessária qualquer outra providência. tributo, João e Maria desejam propor ação de restituição de Imposto sobre a
Renda retido na fonte. Com base nesse relato, assinale a afirmativa correta.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

190
A) João e Maria devem ajuizar ação em face da União, sendo a competência da
Justiça Federal.
B) João deve ajuizar ação em face do Estado ABC, enquanto Maria deve ajuizar
ação em face do Município XYZ, sendo a competência da Justiça Estadual.
C) João deve ajuizar ação em face da União e do Estado ABC e Maria, em face
da União e do Município XYZ, sendo a competência da Justiça Federal.
D) João e Maria devem ajuizar ação em face do respectivo ente empregador,
sendo a competência da Justiça Federal, tendo em vista o interesse da União.

XXI Exame de Ordem (2016 - FGV) - Questão 25 - João deixou de pagar o


Imposto de Importação sobre mercadoria trazida do exterior, sendo notificado
pelo fisco federal. Ao receber a notificação, logo impugnou
administrativamente a cobrança. Percebendo que seu recurso administrativo
demoraria longo tempo para ser apreciado e querendo resolver a questão o
mais rápido possível, propõe ação anulatória para discutir matéria idêntica
àquela demandada administrativamente. Com base nesse relato, assinale a
afirmativa correta.
A) Haverá o sobrestamento da ação anulatória até que seja efetivamente
apreciada a impugnação administrativa.
B) A medida judicial será indeferida devido à utilização de recurso na esfera
administrativa.
C) A propositura de ação judicial sobre matéria idêntica àquela demandada na
esfera administrativa não constitui em desistência de tal esfera.
D) A concomitância de defesa administrativa com medida judicial versando
sobre matérias idênticas implica desistência do recurso administrativo
interposto.
LIBBRE EDUCACIONAL
TURMA EXTENSIVA: PRIMEIRA FASE DO XXXII EXAME DE ORDEM

191

Anexo – Quadro Comparativo: Principais Alterações do Pacote


Anticrime – Lei Federal nº 13.964/2019
LIBBRE EDUCACIONAL - XXXII EXAME DE ORDEM

QUADRO COMPARATIVO: PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DO PACOTE ANTICRIME - LEI FEDERAL Nº 13.964/2019

DIREITO PENAL
TEMA REDAÇÃO ANTERIOR REDAÇÃO ATUAL
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios
LEGÍTIMA DEFESA Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima
mantida refém durante a prática de crimes.

Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da
MULTA de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da
Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.

Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40
superior a 30 (trinta) anos.
(quarenta) anos.
§ 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja
LIMITE MÁXIMO DE § 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 40
superior a 30 (trinta), devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste
CUMPRIMENTO DE PENA (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo.
artigo.
§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova
§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena,
unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.
far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de


Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual
liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:
ou superior a 2 (dois) anos, desde que:
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver
doloso e tiver bons antecedentes;
bons antecedentes;
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom
III - comprovado:
desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria
a) bom comportamento durante a execução da pena;
subsistência mediante trabalho honesto;
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela
LIVRAMENTO CONDICIONAL c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e
infração;
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;
hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de
pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não
natureza.
for reincidente específico em crimes dessa natureza.
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à
grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à
pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que
constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a
façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir.
delinqüir.

Autoria: Professor Thiego Ferreira


LIBBRE EDUCACIONAL - XXXII EXAME DE ORDEM

Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima superior a 6
(seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens
correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível
com o seu rendimento lícito.
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado todos
os bens:
I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou indireto, na data
da infração penal ou recebidos posteriormente; e
II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do início da
CONFISCO ALARGADO - atividade criminal.
§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do
patrimônio.
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público, por
ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada.
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar os bens cuja
perda for decretada.
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias deverão
ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça onde tramita a ação
penal, ainda que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública, nem
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para
regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos:
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem
violência à pessoa ou grave ameaça;
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à
pessoa ou grave ameaça;
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido com
violência à pessoa ou grave ameaça;
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a pessoa ou grave ameaça;
transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou
PROGRESSÃO DE REGIME tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom equiparado, se for primário;
comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:
normas que vedam a progressão. a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado
o livramento condicional;
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a
prática de crime hediondo ou equiparado; ou
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou
equiparado;
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado
com resultado morte, vedado o livramento condicional.

Autoria: Professor Thiego Ferreira


LIBBRE EDUCACIONAL - XXXII EXAME DE ORDEM

§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa conduta
carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida de
manifestação do Ministério Público e do defensor, procedimento que também será adotado na concessão
de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas
vigentes.
§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com
deficiência, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente:
I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;
III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;
IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do
estabelecimento;
V - não ter integrado organização criminosa.
§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do benefício previsto no §
3º deste artigo.
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas
previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.
§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo
para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do
requisito objetivo terá como base a pena remanescente.
§ 7º (VETADO).
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:
crime;
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior;
CAUSAS IMPEDITIVAS DA da existência do crime;
III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando
PRESCRIÇÃO II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro;
inadmissíveis; e
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal.
não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo.
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre
durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo.

Autoria: Professor Thiego Ferreira


LIBBRE EDUCACIONAL - XXXII EXAME DE ORDEM

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
da coisa para si ou para terceiro. I – (revogado);
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
I – (revogado); III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância;
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal exterior;
circunstância; V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
ROUBO MAJORADO
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente,
Estado ou para o exterior; possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca;
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; análogo que cause perigo comum.
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou
ou de artefato análogo que cause perigo comum. proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.
§ 3º Se da violência resulta: § 3º Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.

Autoria: Professor Thiego Ferreira


LIBBRE EDUCACIONAL - XXXII EXAME DE ORDEM

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo
ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio
fraudulento: Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
réis. Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a § 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o
pena conforme o disposto no art. 155, § 2º. disposto no art. 155, § 2º.
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: § 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
Disposição de coisa alheia como própria Disposição de coisa alheia como própria
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;
própria; Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando
gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante sobre qualquer dessas circunstâncias;
pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; Defraudação de penhor
Defraudação de penhor III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia
ESTELIONATO III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado; Fraude na entrega de coisa
Fraude na entrega de coisa IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
alguém; V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a Fraude no pagamento por meio de cheque
saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
ou valor de seguro; § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito
Fraude no pagamento por meio de cheque público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe Estelionato contra idoso
frustra o pagamento. § 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso.
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de § 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for:
entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou I - a Administração Pública, direta ou indireta;
beneficência. II - criança ou adolescente;
Estelionato contra idoso III - pessoa com deficiência mental; ou
§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso. IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Excesso de exação Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber Excesso de exação
indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou,
CONCUSSÃO
não autoriza: quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para
indevidamente para recolher aos cofres públicos: recolher aos cofres públicos:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Autoria: Professor Thiego Ferreira


LIBBRE EDUCACIONAL - XXXII EXAME DE ORDEM

QUADRO COMPARATIVO: PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DO PACOTE ANTICRIME - LEI FEDERAL Nº 13.964/2019

DIREITO PROCESSUAL PENAL


TEMA REDAÇÃO ANTERIOR REDAÇÃO ATUAL
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição
Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais
procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal
praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas
no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá
constituir defensor.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do
procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a
ACOMPANHAMENTO DA contar do recebimento da citação.
INVESTIGAÇÃO - AGENTES DE - § 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo
SEGURANÇA investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava
vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, indique defensor para a representação do investigado.
§ 3º (VETADO).
§ 4º (VETADO).
§ 5º (VETADO).
§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados às instituições
dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito a missões
para a Garantia da Lei e da Ordem.

Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma
natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma
arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso da lei.
ARQUIVAMENTO DO de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito
INQUÉRITO POLICIAL informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à
Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
então estará o juiz obrigado a atender. § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a
revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem
couber a sua representação judicial.

Autoria: Professor Thiego Ferreira


LIBBRE EDUCACIONAL - XXXII EXAME DE ORDEM

Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente
a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o
Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e
alternativamente:
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos,
produto ou proveito do crime;
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima
cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma
do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal);
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da
execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos
aparentemente lesados pelo delito; ou
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que
proporcional e compatível com a infração penal imputada.
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO
- consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.
CRIMINAL
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei;
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal
habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas;
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de
não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher
por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do
Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor.
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz
deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e
sua legalidade.
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não
persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de
acordo, com concordância do investigado e seu defensor.
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério
Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal.

Autoria: Professor Thiego Ferreira


LIBBRE EDUCACIONAL - XXXII EXAME DE ORDEM

§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando não
for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da
necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia.
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descumprimento.
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério
Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia.
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser utilizado
pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do
processo.
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão de
antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo.
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a extinção
de punibilidade.
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, o
investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código.

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas,
as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem
independente das primeiras.
ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,
PROVA ILÍCITA § 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e
próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por
objeto da prova.
decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será
§ 4º (VETADO)
inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a
§ 4º (VETADO)
sentença ou acórdão.

Autoria: Professor Thiego Ferreira


LIBBRE EDUCACIONAL - XXXII EXAME DE ORDEM
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a:
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando- I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos
se a: expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais;
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado
nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; ou acusado.
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições § 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.
pessoais do indiciado ou acusado. § 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no curso da
§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente. investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das Público.
partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade § 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de
policial ou mediante requerimento do Ministério Público. medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco)
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao dias, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo, e
MEDIDAS CAUTELARES
receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, os casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e fundamentados em decisão que contenha
DIVERSAS DA PRISÃO
acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos elementos do caso concreto que justifiquem essa medida excepcional.
em juízo. § 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento do
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em
mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, nos termos do parágrafo único do art. 312
substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão deste Código.
preventiva (art. 312, parágrafo único). § 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou substituí-la quando
§ 5º O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a
motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
justifiquem. § 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por
§ 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substituição por
outra medida cautelar (art. 319). outra medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do
caso concreto, de forma individualizada.

Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas
após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do
acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e,
nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal; ou
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312
I - relaxar a prisão ilegal; ou deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as § 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer das
medidas cautelares diversas da prisão; ou condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
PRISÃO EM FLAGRANTE III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória,
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de revogação.
praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto- § 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou milícia,
Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem
conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os medidas cautelares.
atos processuais, sob pena de revogação. § 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia
no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela
omissão.
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a
não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da
prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata
decretação de prisão preventiva.

Autoria: Professor Thiego Ferreira


LIBBRE EDUCACIONAL - XXXII EXAME DE ORDEM

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva
preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do
PRISÃO PREVENTIVA decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por
Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade
representação da autoridade policial.
policial.
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica,
por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da
existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do
ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação
imputado.
da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
PRISÃO PREVENTIVA § 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das
Parágrafo Único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de
obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).
descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de
cautelares (art. 282, § 4o).
perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da
medida adotada.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão
preventiva: Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
(quatro) anos; II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso,
dezembro de 1940 - Código Penal; enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;
PRISÃO PREVENTIVA III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, IV - (revogado).
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das § 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa
medidas protetivas de urgência; ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado
IV - (revogado). imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da
Parágrafo Único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre medida.
a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para § 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. ou recebimento de denúncia.
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada e
fundamentada.
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz deverá
indicar concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação
da medida adotada.
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
acórdão, que:
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a
MOTIVAÇÃO DA DECRETAÇÃO Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre causa ou a questão decidida;
DA PRISÃO PREVENTIVA motivada. II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no
caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
adotada pelo julgador;
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

Autoria: Professor Thiego Ferreira


LIBBRE EDUCACIONAL - XXXII EXAME DE ORDEM

Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da
investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a
MOTIVAÇÃO DA DECRETAÇÃO decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões
DA PRISÃO PREVENTIVA Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a
que a justifiquem.
necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de
ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que:
I – no caso de condenação:
a) fixará a pena-base;
b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates;
c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas admitidas pelo júri;
d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código;
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os
requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual ou superior a 15
Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que: (quinze) anos de reclusão, determinará a execução provisória das penas, com expedição do
I – no caso de condenação: mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser
a) fixará a pena-base; interpostos;
b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates; f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação;
c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas admitidas pelo júri; II – no caso de absolvição:
d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código; a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não estiver preso;
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se b) revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas;
presentes os requisitos da prisão preventiva; c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível.
f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação; § 1º Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, ao presidente do
EXECUÇÃO PENAL II – no caso de absolvição: Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, aplicando-se, quando o delito resultante da nova
PROVISÓRIA NO TRIBUNAL DO a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não estiver preso; tipificação for considerado pela lei como infração penal de menor potencial ofensivo, o disposto nos arts.
JÚRI b) revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas; 69 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível. § 2º Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida será julgado pelo juiz
§ 1º Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto no § 1o deste artigo.
presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, aplicando-se, quando § 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de autorizar a execução provisória das penas
o delito resultante da nova tipificação for considerado pela lei como infração penal de de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver questão substancial cuja
menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de resolução pelo tribunal ao qual competir o julgamento possa plausivelmente levar à revisão da
setembro de 1995. condenação.
§ 2º Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida será § 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma pena igual ou superior a
julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto 15 (quinze) anos de reclusão não terá efeito suspensivo.
no § 1o deste artigo. § 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apelação de que trata o § 4º deste
artigo, quando verificado cumulativamente que o recurso:
I - não tem propósito meramente protelatório; e
II - levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anulação da sentença, novo julgamento
ou redução da pena para patamar inferior a 15 (quinze) anos de reclusão.
§ 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser feito incidentemente na apelação ou por meio
de petição em separado dirigida diretamente ao relator, instruída com cópias da sentença condenatória,
das razões da apelação e de prova da tempestividade, das contrarrazões e das demais peças necessárias à
compreensão da controvérsia.
RECURSO EM SENTIDO Art. 581 [...] XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto
-
ESTRITO no art. 28-A desta Lei.

Autoria: Professor Thiego Ferreira

Você também pode gostar