Você está na página 1de 9

Dimensões do processo ensino-aprendizagem:

desafios à prática docente


Vera Lúcia Lins Sant’Anna *

Resumo
Este trabalho propõe-se a colocar em discussão os postulados e princípios que têm orientado as
dimensões do processo ensino-aprendizagem no atual contexto educacional. É necessário entender
os paradigmas de conhecimento que estão surgindo, o que permitirá ao profissional da educação vis-
lumbrar possibilidades concretas de investigação de suas práticas educativas. Refletir sobre a sala de
aula com todas as suas contradições é o nosso objetivo, levantando questões que estejam organizadas
em torno da resolução de problemas práticos de sala de aula que sejam significativos para os sujeitos
envolvidos e que estejam, portanto, diretamente relacionados às concepções sobre ensino-aprendi-
zagem veiculadas por eles nos diversos momentos do processo. O novo princípio educativo exige do
professor um novo perfil, que tenha domínio do fazer pedagógico, novas atitudes e comportamentos
perante a sociedade e sua prática docente.

Palavras-chave: Educação; Ensino-aprendizagem; Concepções; Desafios.

1 - Introdução Diante deste quadro, é preciso pensar em Pro-

D
postas de Educação que não sejam antagônicas às
iante de tantas transformações advindas propostas formais e à realidade efetiva, mas que ao
do processo de globalização, em que o formulá-las tenha-se como prioridade uma prática
quadro educacional brasileiro aparece pedagógica coerente com o “olhar e pensar” do nos-
como um “caleidoscópio”, as dificulda- so tempo, sem desprezar as propostas mais distan-
des e dilemas educacionais e as contradições peda- tes que poderão propiciar “pistas” para propor novas
gógicas tornaram-se conflitantes, gerando ansiedade, alternativas pedagógicas dos dilemas educacionais
repetições e pseudossoluções. pertinentes às exigências do terceiro milênio. Nesse
Na perspectiva educacional, a intensa luta entre sentido, ressaltam-se as palavras do educador Paulo
tradição e inovação ocorre por meio do dualismo te- Freire:
oria e prática, que se apresenta no processo educacio-
nal de forma difusa. É nessa passagem que surgem [...] viver a abertura respeitosa aos outros e, de quando em
as problematizações em busca de soluções no ato de vez, de acordo com o momento, tomar a prática de aber-
tura ao outro como objeto da reflexão crítica deveria fa-
educar. zer parte da aventura docente. A experiência da abertura
Tendências inovadoras têm despontado, pro- como experiência fundante do ser inacabado que termi-
pondo novas práticas, levando o educador ao desa- nou por ser inacabado. Seria impossível. Saber-se inaca-
fio de transpor as rígidas fronteiras no campo de sua bado e não se abrir ao mundo e aos outros à procura de
atuação pedagógica. Essas novas tendências que per- explicação, de respostas a múltiplas perguntas. O fecha-
passam no contexto educacional refletindo não ape- mento ao mundo e aos outros se torna transgressão ao im-
pulso natural da incompletude. (FREIRE, 2000 p. 153).
nas o político-econômico, mas também a prática da
realidade tem gerado constantes discussões sobre
metodologias no processo ensino-aprendizagem que O grande desafio hoje é articular o saber e o fa-
sejam coerentes com a realidade complexa e hetero- zer no cotidiano educacional, como forma de produ-
gênea da sociedade brasileira. zir propostas que assumam um caráter investigador

*
Professora pesquisadora da PUC Minas (Departamento de Educação), Doutora em Ciências da Religião (Ciências Sociais e
Religião - UMESP), Mestre em Educação (Univ. Mackenzie - SP). E-mail: verasantanna@hotmail.com

Pedagogia em Ação, v. 1, n. 1, p. 1-141, jan./jun. 2009 - Semestral 15


Vera Lúcia Lins Sant’Anna

na procura de uma nova síntese para pensar a educa- A concepção de que o processo de ensino-apren-
ção, trazendo sempre embutida ideias que orientem dizagem é uma unidade dialética entre a instrução e
e mobilizem as esperanças, uma vez que a pedago- a educação está associada à idéia de que igual carac-
gia sempre alimentou utopias, considerando, porém, terística existe entre ensinar e aprender. Esta rela-
que essas utopias não seriam “utopias quiméricas”, ção nos remete a uma concepção de que o proces-
mas trata-se, sem duvida, de descobrir novos conhe- so de ensino-aprendizagem tem uma estrutura e um
cimentos, inventar novas técnicas e explorar ou criar funcionamento sistêmico, isto é, está composto por
“novas realidades”. Assim, a educação deverá supe- elementos estreitamente inter-relacionados. Deve-se
rar e enfrentar uma série de impedimentos de ordem estar atento à necessidade de envolver o aluno com
econômica, política e burocrática, no que diz respei- as diferentes práticas educativas propostas para a sua
to não só à determinação dos valores, mas também formação, de modo que todos percebam o porquê
aos padrões dos sistemas educacionais, uma vez que de se estar realizando cada atividade proposta. Com
a realidade do espaço pedagógico reside na diversi- isso, rompe-se a visão de alienação do aluno com re-
dade das funções que exerce, bem como na intensi- lação aos objetivos e ao processo educativo.
dade deste exercício. Conforme afirma Perrenoud:

2 - Uma visão paradigmática do fazer pedagó- O sistema educativo construiu-se de cima para baixo.
gico É por isso que as mesmas constatações valem, até certo
ponto, para o ensino médio e, em menor medida, para
o ensino fundamental. Quando os alunos são crianças
Refletir sobre a educação requer aberturas para ou adolescentes, eles são menos numerosos e o ensino
repensar e compreendê-la como um fenômeno pro- é mais interativo; há mais possibilidades de exercícios e
cessual que é permeado pela existência das múlti- experiências feitas por eles (e não diante deles). Entre-
plas relações que se estabelecem com os outros no tanto, enquanto praticarem uma pedagogia magistral e
cotidiano. pouco diferenciada, os professores não dominarão ver-
dadeiramente as situações de aprendizagem nas quais
No campo da educação, destacam-se: a comple- colocam cada um de seus alunos. No máximo, podem
xidade das estruturas e das relações sociais, a difusão velar, usando meios disciplinares clássicos, para que to-
das novas tecnologias que vêm invadindo o cotidiano dos os alunos escutem com atenção e envolvam-se ati-
de todo cidadão, principalmente através do meio ur- vamente, pelo menos em aparência, nas tarefas atribuí-
bano. Nessa perspectiva, os diferentes grupos sociais das. A reflexão sobre as situações didáticas começa com
elaboram seus sonhos e projetos, pensando em como a questão de Saint-Onge (1996): “Eu, ensino, mas eles
aprendem?”. (PERRENOUD, 2001 , p. 24).
interagir com essa sociedade para que possam usu-
fruir dela de forma positiva. É também nesse con-
texto que se vêm disputando diferentes concepções Nas últimas décadas, o movimento da escola
ativa e o enfoque construtivista de educação passa-
pedagógicas sobre as práticas educativas no processo
ram por importantes mudanças nas suas propostas
ensino-aprendizagem.
tanto pedagógicas quanto sociais da ação educativa
A eficácia do processo de ensino-aprendizagem
que abrangem todo o sistema. Por um lado, temos o
está na resposta em que este dá à apropriação do co-
desenvolvimento das potencialidades do pensamen-
nhecimento, ao desenvolvimento intelectual e físico
to em termos de valor, comunicação e criação. Por
do estudante, à formação de sentimentos, qualidades
outro, temos, em relação aos conteúdos de aprendi-
e valores, que alcancem os objetivos gerais e específi-
zagem, a inclusão explícita de conteúdos de valores
cos propostos em cada nível de ensino de diferentes
e de procedimentos em termos do “saber fazer”, um
instituições, conduzindo a uma posição transforma-
complexo orientado à resolução de problemas.
dora, que promova as ações coletivas, a solidariedade
Perrenoud, ao fazer algumas alusões a esta ques-
e o viver em comunidade. Por isso é preciso tornar os
tão, afirma:
saberes significativos e interessantes. É necessário ao
aluno compreender com total clareza a importância
Desde Bourdieu (1966), sabe-se que só aprendem ver-
deles e como eles se articulam com outros saberes da dadeiramente, por meio dessa pedagogia, os “herdeiros”,
vida no processo de construção de seu conhecimento. aqueles que dispõem dos meios culturais para tirar pro-

16 Pedagogia em Ação, v. 1, n. 1, p. 1-141, jan./jun. 2009 - Semestral


Dimensões do processo ensino-aprendizagem: desafios à prática docente

veito de uma formação que se dirige formalmente a to- sor, com os demais companheiros, com a realidade social
dos, na ilusão da equidade, identificada nesse caso pela política, econômica e cultural, para que nessa busca de
igualdade de tratamento. Isso parece evidente hoje em interação seja construída a universidade, que jamais po-
dia. No entanto, foi necessário um século de escolarida- derá existir sem professor e aluno voltados para a criação
de obrigatória para se começar a questionar esse modelo, e construção do saber engajado, por isso transformado.
opondo-lhe um modelo mais centrado nos aprendizes, (LUCKESI, 1991, p. 44).
suas representações, sua atividade, as situações concre-
tas nas quais são mergulhados e seus efeitos didáticos. O educando traz consigo uma história de vida,
Sem dúvida, essa evolução - inacabada e frágil - tem
vínculos com a abertura dos estudos longos a novos pú-
modos de viver e experiências culturais que devem
blicos, o que obriga a se preocupar com aqueles para ser valorizados no seu processo de desenvolvimen-
os quais assistir a uma aula magistral e fazer exercícios to. Essa valorização se dá a partir do momento em
não é suficiente para aprender. Há laços estreitos entre a que ele tem a oportunidade de decidir, opinar, deba-
pedagogia diferenciada e a reflexão sobre as situações de ter, construir sua autonomia e seu comprometimento
aprendizagem. (PERRENOUD, 2000, p. 24). com o social, identificando-se como sujeito que usu-
frui e produz cultura.
Outro aspecto fundamental das novas concep- Contudo, percebem-se alguns modelos educa-
ções pedagógicas é a Pedagogia das Competências, cionais e identificam-se algumas raízes desses mo-
que vem impondo novos desafios ao educador: rom- delos, que fundamentam a prática pedagógica, mos-
per os limites da formação fragmentada e reconstruir trando a educação à luz das diferentes propostas
as relações de áreas específicas de conhecimento com didático-pedagógicas.
outras áreas de saber correlatas. Trabalhar nessa pers- Nesta perspectiva, Charlot afirma:
pectiva exige um redimensionar das práticas educa-
tivas. O educador deve ter não apenas a aquisição de [...] O professor, ao mesmo tempo em que contribui
conhecimentos cognitivos, como a de outros saberes para a reprodução social, transmite saberes, instrui,
e competências sociais, políticas e instrumentais, ou educa, forma. Não se pode socializar sem que disso, ao
seja: saber, saber ser e fazer. mesmo tempo, resulte uma certa forma do humano e do
sujeito. O movimento de abertura da escola apresenta,
De acordo com Libâneo, o professor, “ao diri-
pois, simultaneamente, efeitos culturais e pedagógicos.
gir e estimular o processo de ensino em função da (CHARLOT, 2005, p. 82).
aprendizagem dos alunos, utiliza intencionalmente
um conjunto de ações, passos, condições externas e Neste contexto, as propostas de mudanças nos
procedimentos a que chamamos métodos de ensino”. paradigmas do conhecimento tornam-se relevan-
(LIBÂNEO, 1994, p. 150). tes diante deste mundo complexo e de profundas
Sob tal concepção, o processo ensino-aprendiza- transformações.
gem depende da competência técnica do professor. Por que buscar novos paradigmas? Estamos fa-
Logo, os métodos devem ser eficazes, estimuladores zendo apenas reavaliação de rotina? Não estamos
e criativos, no entanto, se o docente teve uma forma- mais satisfeitos com os paradigmas até aqui em vi-
ção teórica cheia de “tecnicismos” sem uma proposta gor? Houve mudanças que nos indicam a necessida-
de redefinição dos conteúdos e métodos utilizados, de de atualização? A discussão sobre os paradigmas,
dificilmente se verá mudança nos profissionais da seus limites e anomalias tem por finalidade desen-
Educação. Sairão da Universidade com os conheci- volver no professor investigador de sua prática a ne-
mentos que aprenderam e começarão a transmiti-los cessária humildade para reconhecer o desafio das
numa cadeia infinita. O professor é sempre profes- experiências inovadoras e dos grupos que as desen-
sor, não importa se universitário ou de Ensino Fun- volvem está em tirar delas as lições aprendidas, que
damental ou Médio. Ele deve ter as habilidades e lhes permitam melhorar o processo ensino-aprendi-
competências necessárias, conforme as exigências de zagem, assim como alimentar as políticas educativas.
cada estágio, turma ou momento vivido. O objetivo das Instituições Escolares é sistematizar,
explicar o conhecimento construído e “pôr em servi-
Cabe ao professor-educador descobrir, efetivamente,
como ser sujeito em diálogo com a realidade, com o alu-
ço” o aprendido.
no; ao aluno, fazer-se sujeito em diálogo com o profes-

Pedagogia em Ação, v. 1, n. 1, p. 1-141, jan./jun. 2009 - Semestral 17


Vera Lúcia Lins Sant’Anna

Uma mudança qualitativa no processo de ensi- pretende realizar uma atividade educacional crítica e
no-aprendizagem acontece quando conseguimos in- voltada para a construção da cidadania.
tegrar dentro de uma visão inovadora todas as meto- Jean-Claude Forquin (1993) ressalta que a es-
dologias significativas e pertinentes ao aprendizado cola deve buscar a aproximação entre os conteúdos
do aluno. Este critério seria um ponto fundamental escolares e as experiências da vida cotidiana dos alu-
para superar o acentuado grau de verificação da in- nos. Afirmação relevante principalmente se conside-
vestigação educativa acompanhado, no entanto, de rarmos que a família é o grupo social onde se iniciam
um baixo grau de proposição. Este, aliás, é um pro- as primeiras relações com o cotidiano, e a escola o
blema já apontado com propriedade, inclusive na re- primeiro grupo social onde as crianças tomam con-
lação da cultura dos movimentos sociais com o ato tato com o não cotidiano. É necessário, então, que o
educativo, segundo a formulação de uma ação cultu- processo educativo faça a mediação entre os conhe-
ral para a liberdade na visão de Freire: cimentos escolares e os saberes da vida cotidiana.
Em relação às práticas educativas, faz-se neces-
Considerando, porém, que o ato de desvelar a realida- sário investigar formas de valorizar e relacionar aos
de, indiscutivelmente importante, não significa engaja- conteúdos escolares as experiências vivenciadas pelos
mento automático na ação transformadora da mesma,
educandos na família e na comunidade, com o obje-
o problema que nos apresenta é de encontrar, em cada
realidade histórica, os caminhos de ida e volta entre o tivo de valorizar e fortalecer a identidade cultural do
desvelamento da realidade e a prática dirigida no senti- grupo e, assim, propiciar condições para o exercício
do de sua transformação. (FREIRE, 1982, p. 60). pleno da cidadania, sem deixar de considerar a com-
plexidade das relações sociais, econômicas, políticas
Nesta perspectiva, é possível interpretar que os e culturais que interferem na vida da comunidade,
caminhos de ida e volta, na verdade, são uma cons- trabalhando junto aos educadores a construção de
tante ação-reflexão na prática educativa num cons- novas práticas educativas, sensíveis às diferentes vi-
tante que-fazer. O que necessariamente implica em sões de mundo, valores, conceitos, conhecimentos e
redimensionar os sentidos metodológicos e episte- práticas culturais, visando à adequação do currículo
mológicos da investigação educativa, ante a realidade escolar às condições de vida dos alunos.
sociocultural desafiadora. Neste sentido:
A forma de entender o ato educativo é, quase
sempre, responsável pelo enfoque dado na ação e or- A práxis é a atividade concreta pela qual os sujeitos se
ganização do trabalho escolar. Por exemplo, existem afirmam no mundo, modificando a realidade objetiva e,
para poderem alterá-la, transformando-se a si mesmos.
leituras de mundo revestidas de ideais de promover É a ação que, para se aprofundar de maneira mais conse-
práticas educativas solidárias que primam pela eleva- quente, precisa de reflexão, do autoquestionamento, da
ção da cultura humana e da justiça social. Estas, nor- teoria; e é a teoria que remete à ação, que enfrenta o
malmente, têm claro o componente político de que desafio de verificar seus acertos e desacertos cotejando-
está imbricado o espaço pedagógico. os com a prática (KONDER apud FRIGOTTO, 1996,
Assim, entendendo que o currículo escolar e as p. 100).
práticas educativas devem levar em conta as experi-
ências cotidianas das crianças, adolescentes e jovens As práticas educativas, neste caso, fazem a me-
que frequentam a escola, dando especial atenção às diação entre o teórico e o mundo, tendo como par-
práticas culturais vivenciadas por elas na família e tícipes professores, alunos, funcionários e familiares,
na comunidade, a fim de estabelecer uma interação alicerçados no engajamento, no compromisso, na re-
constante entre os conhecimentos escolares e os sa- flexão, na intencionalidade de mudar. Práticas edu-
beres, valores e práticas da vida cotidiana. cativas são tessituras em movimento entre a inclu-
Considerando-se que os indivíduos e os grupos são e a exclusão, em busca de uma formação humana
culturais aos quais pertencem possuem diferentes e para educandos e educadores.
complexas características, compreender e aceitar a Morin (2001, p.12), ao referir-se à relação ensi-
diversidade cultural é condição primeira para quem no e educação, afirma que:

18 Pedagogia em Ação, v. 1, n. 1, p. 1-141, jan./jun. 2009 - Semestral


Dimensões do processo ensino-aprendizagem: desafios à prática docente

a) Educar é organizar uma série de atividades didáticas do verdadeiro debate sobre a qualidade da educação
para ajudar os alunos a compreender áreas específicas em nosso país.
do conhecimento (ciências, história, matemática); Como já vimos, a idéia de preparar melhor o
b) Educar é descobrir potencialidades, refazer caminhos, é aluno para um mundo em transformação permanen-
respeitar a autonomia do educando; te não depende apenas de melhores recursos didáti-
c) Educar é relacionar teoria e prática, é aprender a refletir cos, de melhores condições de trabalho ou da qua-
e refletir junto, é desconstruir a ciência com um novo lificação dos professores, é preciso considerar que
olhar; nesse processo de formação, cada vez mais comple-
d) Educar é valorizar o que o aluno traz da família, da rua xo, a educação adquire um outro sentido. Para além
e da sociedade; de uma sólida formação científica e cultural, o alu-
e) Educar é trabalhar a emoção, o sensorial, o intelecto e a no deve ser preparado para enfrentar os desafios do
intuição. mundo contemporâneo do trabalho.
Para além de um de conceito que amplia de for-
Educar é, pois, incentivar a curiosidade e a ad- ma considerável a nossa percepção acerca dos pres-
miração que levam à descoberta do novo. A proble- supostos filosóficos, objetivos e conteúdos das disci-
matização do mundo, matéria-prima dos processos plinas escolares, a interdisciplinaridade é uma noção
educacionais, sejam quais forem os conteúdos que que supõe a existência de diálogos e interações en-
abarquem, necessita da construção não somente de tre professores das diferentes áreas do conhecimento.
novas metodologias, mas de metodologias que se De grande valor e interesse para o desenvolvimen-
edifiquem por sobre novas sensibilidades, que po- to do processo ensino-aprendizagem que perpassa
dem ser compreendidas por meio da cultura midi- todas as disciplinas escolares, a interdisciplinarida-
ática. No entanto, as questões educacionais ainda de pode resumir também a ideia de que o proces-
se encontram no círculo vicioso de seus problemas so de construção do conhecimento pelo educando
viscerais não superados. As próprias tentativas de passa necessariamente pela afirmação de um projeto
resolução desses problemas, apesar de terem como curricular, como dimensão cultural, epistemológica e
parâmetro as novas linguagens que a tecnologia aju- metodológica do projeto escolar. A formação de um
da a construir, são infrutíferas à medida que deixam pensar crítico e categorial caminha, portanto, com a
questões essenciais em aberto. formação de um pensar social, comprometido e en-
Espera-se que as doutrinas ou concepções pe- gajado em um Projeto de Sociedade.
dagógicas que norteiam nossas práticas possam, por A reflexão contínua favorece a metacognição
outro lado, ser questionadas, criticadas e revistas ou, que, de acordo com Vygotsky (1991), pode significar
como explica Cury (1997), que as diretrizes curricu- a tomada de consciência frente à realidade e à pró-
lares possam ser traduzidas em diferentes programas pria aprendizagem. Através da tomada de consciência
de ensino e, como toda e qualquer realidade, possam frente ao que se sabe e ao que não se sabe, as mudan-
também ser entendidas como resultado de diálogos, ças podem ser gestadas. Dessa forma, uma aprendi-
dissensos, controvérsias etc. Assim sendo, as diretri- zagem significativa pode ocorrer quando se promove
zes não são inacabadas. um ensino capaz de provocar mudanças no proces-
Com efeito, a construção do objeto interdiscipli- so de pensar dos sujeitos, alicerçado numa aborda-
nar não nos parece tarefa de fácil realização. A par- gem de conhecimento interdisciplinar, inserido num
tir de problemáticas, teorias e novas abordagens, en- constante processo de ação – reflexão – ação.
tendemos ser possível propor o aprofundamento da Vygotsky diz ainda que:
discussão como forma de nos posicionarmos diante
da complexidade que a questão contém. Como mui- [...] o pensamento propriamente dito é gerado pela mo-
tos educadores têm observado, precisamos recorrer tivação, isto é, por nossos desejos e necessidades, nossos
às reflexões acadêmicas que tratam das questões so- interesses e emoções. Por trás de cada pensamento há
uma tendência afetivo-volitiva. Uma compreensão ple-
bre as qualidades a serem desenvolvidas na vida so- na e verdadeira do pensamento de outrem só é possível
cial, especialmente, se quisermos avançar em termos quando entendemos sua base afetivo-volitiva. A lingua-
gem seria então o motor do pensamento, contrariando

Pedagogia em Ação, v. 1, n. 1, p. 1-141, jan./jun. 2009 - Semestral 19


Vera Lúcia Lins Sant’Anna

assim a concepção desenvolvimentista que considera o e seus colaboradores, o desenvolvimento é impulsio-


desenvolvimento a base para a aquisição da linguagem. nado pela linguagem. Eles acreditam que a estrutura
Vygotsky defende que os processos de desenvolvimento
dos estádios descrita por Piaget seja correta, porém
não coincidem com os processos de aprendizagem, uma
vez que o desenvolvimento progride de forma mais len- diferem na concepção de sua dinâmica evolutiva. En-
ta, indo atrás do processo de aprendizagem. Isto ocorre quanto Piaget defende que a estruturação do orga-
de forma sequencial. (VYGOTSKY, 1991, p. 101-102). nismo precede o desenvolvimento, para Vygotsky é o
próprio processo de aprender que gera e promove o
Compreender o processo de ensino-aprendiza- desenvolvimento das estruturas mentais superiores.
gem considerando a abordagem histórico-cultural Nessa concepção, as interações têm um papel
significa compreender dialeticamente o homem e crucial e determinante. Para definir o conhecimento
sua relação com o mundo e com a natureza, inserido real, Vygotsky sugere que se avalie o que o sujeito é
num campo de significados. Neste sentido, entende- capaz de fazer sozinho, e o potencial, aquilo que ele
se o desenvolvimento da complexidade humana num consegue fazer com ajuda de outro sujeito. Assim,
processo interativo que envolve experiências históri- determina-se a Zona de Desenvolvimento Proximal
cas e culturais. (ZDP) e o nível de riqueza e diversidade das intera-
A Epistemologia Genética é a teoria desenvolvi- ções determinará o potencial atingido. Quanto mais
da por Jean Piaget, e consiste numa combinação das ricas as interações, maior e mais sofisticado será o
teorias então existentes, o apriorismo e o empirismo. desenvolvimento.
Piaget não acredita que todo o conhecimento seja No processo de ensino-aprendizagem, a me-
inerente ao próprio sujeito, como postula o aprioris- diação favorece a reflexão, respaldada na “coerên-
mo, nem que o conhecimento provenha totalmente cia” que deve acompanhar a elaboração e execução
das observações do meio que o cerca, como postula do planejamento. O papel do professor passa a ser
o empirismo. Para Piaget, o conhecimento é gerado o de mediador, alguém que planeja usando de inter-
através de uma interação do sujeito com seu meio, a venções, encaminhamentos e devoluções para pro-
partir de estruturas existentes no sujeito. Assim sen- mover o crescimento dos seus alunos, favorecendo o
do, a aquisição de conhecimentos depende tanto das alcance da autonomia, através do desenvolvimento
estruturas cognitivas do sujeito como de sua relação do pensar.
com o objeto. A construção do conhecimento se realiza no es-
Piaget afirma que: paço das representações, constituído por concepções
de várias ordens e pela vivência. Neste espaço, se es-
[...] adquirida a linguagem, a socialização do pensamen- tabelecem os embates, as contradições, o mal-estar,
to manifesta-se pela elaboração de conceitos e relações onde se dão as relações com o outro (autores, pesso-
e pela constituição de regras. É justamente na medida,
as distantes ou presentes), as relações sociais. Assim,
até, que o pensamento verbo-conceptual é transformado
pela sua natureza coletiva que ele se torna capaz de com- a sala de aula, os encontros de formação/capacita-
provar e investigar a verdade, em contraste com os atos ção no interior das organizações ou fora destas são
práticos dos atos da inteligência sensório-motora e a sua espaços de buscas, esforços e de produção de novos
busca de êxito ou satisfação. (PIAGET, 1975, p. 115). conhecimentos.

Na concepção piagetiana, a aprendizagem só Esse paradigma de procura de uma unidade dinâmica


ocorre mediante a consolidação das estruturas de entre os saberes constitui, ao nosso ver, um modelo a
pensamento, portanto a aprendizagem sempre se transpor para a escola, quer entre professores dos di-
ferentes grupos disciplinares, quer entre os professores
dá após a consolidação do esquema que a suporta, do mesmo grupo. No plano pedagógico, a análise das
da mesma forma a passagem de um estádio a outro concepções dos alunos parece, assim, justificar-se como
estaria dependente da consolidação e superação do ponto de partida para um caminho dialéctico para cada
anterior. disciplina e, também, para um caminho integrador dos
Os estudos de Vygotsky postulam uma dialéti- vários saberes numa perspectiva de construção pessoal
ca das interações com o outro e com o meio, como que constitui a aprendizagem. (DUARTE, 2005).
desencadeadora do desenvolvimento. Para Vygotsky

20 Pedagogia em Ação, v. 1, n. 1, p. 1-141, jan./jun. 2009 - Semestral


Dimensões do processo ensino-aprendizagem: desafios à prática docente

Através da mediação, o processo de aprendi- A educação deve promover, portanto, a transfor-


zagem avança e impulsiona o desenvolvimento dos mação da sociedade, optando por novas relações co-
indivíduos. tidianas de poder, onde um número cada vez maior
Para Demo (2000), uma aula é construída e o de pessoas possa intervir no grupo social e nas toma-
professor tem o poder de planejá-la, o que pode ca- das de decisões. Estas novas relações, baseadas numa
racterizar o processo como diretivo. concepção democrática de mundo, pressupõem uma
Na concepção democrática de educação, o pla- nova intersubjetividade, onde valores como justiça,
nejamento pode ser socializado antecipadamente liberdade e solidariedade possam ser vivenciados.
através da pauta do encontro, possibilitando ao alu- Neste contexto, a concepção metodológica que
no/trabalhador incluir suas idéias e sugestões. Po- embasa as práticas pedagógicas nos processos de for-
rém, a participação do trabalhador no processo de mação (especificamente em cursos) ou nos ambien-
construção da aula/encontro não se restringe a isso. tes cotidianos de aprendizagem (nas Organizações
Este participa também quando faz intervenções, e de Aprendizagem) são frutos das visões de mundo,
sugere encaminhamentos tanto ao professor, quanto de educação, de homem e de sociedade dos educa-
ao próprio grupo. dores, gerentes, líderes/coordenadores e da própria
O processo de mediação, que pode estar alicer- Instituição, expressa no seu Projeto Político/Estraté-
çado nas intervenções, encaminhamentos e devolu- gico. Este passa a ser visto como mediador, articula-
ções, são para Madalena Freire (1995, p.14) “ingre- dor de conhecimento e pensamento nos processos de
dientes do processo de ensino-aprendizagem”. formação, coordenador dos grupos, promotor de um
Além de intervenções, o processo de ensino - ambiente indagador e desafiador.
aprendizagem requer encaminhamentos. Estes se Como sujeito, vale-se de instrumentos específi-
constituem de: cos da sua tarefa de ensinar, com a intenção de pro-
mover mudanças no comportamento de seus alunos.
[...] propostas de atividades dentro da rotina da aula, as Tais instrumentos - intervenção, encaminhamento e
tarefas, os passos a seguir em determinada atividades. devolução - respaldam a mediação no processo de
[...] É através dos encaminhamentos que o educador di-
construção do conhecimento. Neste sentido, torna-
reciona, organiza, delimita o caminho do pensar, sobre
o conteúdo em estudo. Os encaminhamentos oferecem se imprescindível a leitura das mais variadas lingua-
espaço a interação do sujeito com o objeto do conheci- gens que compõem as práticas cotidianas.
mento. (FREIRE, 1995, p.15). Em todas as instâncias nas quais educadores re-
únem-se para discutir sobre educação, parece haver
Percebe-se que as intervenções permitem ao um consenso de que a educação básica deveria visar
professor levantar “outras” perspectivas, ou questões fundamentalmente à preparação para o exercício da
e visões diferentes daquelas que o aluno tem ou hi- cidadania, cabendo à escola formar o aprendiz em
potetiza. Já os encaminhamentos correspondem ao conhecimentos, habilidades, valores, atitudes, formas
“fazer” propriamente dito durante o processo de de pensar e atuar na sociedade através de uma apren-
aprendizagem. É através deste processo pelo qual o dizagem que seja significativa. De fato, para que uma
educador vai construindo os movimentos da devolu- aprendizagem ocorra, ela deve ser significativa, o que
ção, que significa a concretização e a sistematização exige que seja vista como a compreensão de signi-
dos conhecimentos que estão sendo construídos. ficados, relacionando-se às experiências anteriores e
vivências pessoais dos aprendizes, permitindo a for-
[...] Mas para que isto aconteça, é preciso que eles te- mulação de problemas desafiantes que incentivem o
nham tido oportunidade de pensar, expor, discutir e aprender mais, o estabelecimento de diferentes ti-
rever idéias, compartilhando e negociando diferenças
pos de relações entre fatos, objetos, acontecimentos,
de pontos de vista, desconstruindo opiniões apressadas,
contextualizando e problematizando outras, fazendo noções e conceitos, desencadeando modificações de
previsões, propondo novas alternativas para tentar supe- comportamentos e contribuindo para a utilização do
rar as deficiências detectadas. (CASTRO & CARVA- que é aprendido em diferentes situações.
LHO, 2001, p.129). Se pensarmos na aprendizagem significativa
como o estabelecimento de relações entre significa-

Pedagogia em Ação, v. 1, n. 1, p. 1-141, jan./jun. 2009 - Semestral 21


Vera Lúcia Lins Sant’Anna

dos, os preceitos de precisão, linearidade, hierarquia, tendo a oportunidade de interagir com outras pesso-
encadeamento que estão presentes na escola, na or- as, com objetos e situações que exijam envolvimento,
ganização do currículo e na seleção das atividades, dispondo de tempo para pensar e refletir acerca de
devem dar lugar a outras perspectivas na qual o co- seus procedimentos, de suas aprendizagens, dos pro-
nhecimento pode ser visto como uma rede de signi- blemas que têm que superar.
ficados, em permanente processo de transformação Nesse sentido, a intenção de uma aprendizagem
no qual, a cada nova interação, a cada possibilidade significativa, exige uma avaliação a favor do apren-
de diferentes interpretações, uma nova ramificação diz, que contribua para torná-lo consciente de seus
se abre, um significado se transforma, novas relações avanços e necessidades fazendo com que se sinta res-
se estabelecem, possibilidades de compreensão são ponsável por suas atitudes e sua aprendizagem.
criadas. Nesse sentido, rompendo com as teorias li- O grande desafio à prática docente é a tarefa de
neares que dão sustentação ao modelo tradicional de sociabilizar o conhecimento, os múltiplos saberes e a
ensino, em que existem pré-requisitos, etapas rígi- construção coletiva, desenvolvendo assim, uma me-
das e formais de ensino e aprendizagem, cadeias de diação por excelência no ato educativo.
conteúdos, escalas de avaliação da aprendizagem, a
teoria do conhecimento como rede sustenta que a
ABSTRACT
apreensão de um conceito, idéia, fato, procedimen-
The present work intends to put up argument about postula-
to, faz-se através das múltiplas relações que aquele tes and principles that have oriented the dimensions of the te-
que aprende faz entre os diferentes significados desse aching-learning process in the nowadays educational context.
mesmo conceito. It is necessary to understand the knowledge paradigms that are
emerging, in order to permit that the education professionals
become aware of the concrete possibilities of investigation of
3 - Considerações F inais their educative practices. Our goal is to reflect upon the class-
room with all of its contradictions, raising questions organized
Nessa perspectiva, o processo de ensino - apren- in effort to solve classroom’s practical problems that are signi-
ficant for the persons involved and that are, therefore, directly
dizagem deve primar por ampliar as dimensões dos related to the teaching-learning conceptions brought by them
conteúdos específicos dos diversos componentes cur- in different moments of the process. The new educational prin-
riculares, incluindo ações que possibilitem o desen- ciple requires from de teacher a new profile, such as having do-
volvimento e a valorização de todas as competências main of the pedagogical methods and a new attitude and beha-
vior before the society and its teaching practices.
e habilidades do educando.
Sendo a escola o local tanto da instrução como Key words: Education; Teaching; Conception and challenge.
da formação, é fundamental uma ação educativa que
contribua para a construção de uma cidadania fun-
dada na solidariedade, na diversidade, no sincretismo Referências
cultural, no reconhecimento e respeito às diferentes
formas de conhecer, sentir e agir. CHARLOT, BERNARD. Relação com o saber, forma-
Num contexto de globalização crescente, faz-se ção dos professores e globalização: questões para a edu-
necessária uma educação que respeite a diversidade cação hoje. Porto Alegre; Artmed, 2005.
cultural e que entenda a escola como um espaço de
troca, de diálogo e de descoberta. Não é, entretan- CURY, Carlos Roberto Jamil. Categorias políticas para
to, o que ocorre na maioria de nossas escolas. Nelas, a educação básica. Brasília: Ministério da Educação,
através de uma ação homogeneizadora a educação 1997.
escolar tem ignorado ou calado, com freqüência, as
diferenças e desigualdades dos seus alunos e alunas. DEMO, Pedro. Ironias da educação: mudanças e contos
Por isso, a aula deve tornar-se um fórum de de- sobre mudança. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
bate e negociação de concepções e representações da
realidade, um espaço de conhecimento compartilha- DUARTE, José B. A contestação escondida: as críticas
do nos quais os aprendizes seja vistos como indiví- de jovens à escola actual. São Paulo: Cortez, 2005.
duos capazes de construir, modificar e integrar idéias,

22 Pedagogia em Ação, v. 1, n. 1, p. 1-141, jan./jun. 2009 - Semestral


Dimensões do processo ensino-aprendizagem: desafios à prática docente

FREIRE, Madalena. A paixão de conhecer o mundo. cias: autonomia ou adaptação. São Paulo: Cortez, 2001.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.
SACRISTÁN, José Gimeno; GOMES, A.I. Pérez. Com-
FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade e outros preender e transformar o ensino. 4. ed. Porto Alegre:
escritos. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. Artmed, 1998.

FRIGOTTO, Gaudêncio. A formação e a profissionali- SAMPAIO, Maria M. F. Um gosto amargo de escola:


zação do educador: novos desafios. In: SILVA, Tomaz Ta- relações entre currículo, ensino e fracasso escolar. São
deu da; GENTILI, Pablo (org). Escola S. A: quem ganha Paulo: EDUC/FAPESP, 1998.
e quem perde no mercado educacional do neoliberalismo.
Brasília: CNTE, 1996. VYGOTSKY, Lev Semenovich. A Formação Social da
Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
FORQUIN, Jean-Claude. Escola e cultura: as bases so-
ciais e epistemológicas do conhecimento escolar. Porto VYGOTSKY, Lev Semenovich. Pensamento e Lingua-
Alegre: Artes Médicas, 1993. gem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

GARRIDO, Elsa. Sala de aula: Espaço de construção do


conhecimento para o aluno e de pesquisa e desenvolvi-
mento profissional para o professor. In: CASTRO, Amé-
lia Domingues de; CARVALHO, Anna Maria Pessoa de
(org). Ensinar a Ensinar: didática para a escola funda-
mental e média. São Paulo: Pioneira Thomson Learning,
2001.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez,


1994.

LUCKESI, Cipriano et al. Fazer universidade: uma pro-


posta metodológica. 6. ed. São Paulo: Cortez, 1991.

MACHADO, Nilson José. Epistemologia e didática:


as concepções de conhecimento e inteligência e a prática
docente. São Paulo: Cortez, 1995.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação


do futuro. Rio de Janeiro, Cortez Editora, 2001.

PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à re-


gulação das aprendizagens: entre duas lógicas. Porto Ale-
gre: Artmed, 2001.

PIAGET, Jean. A equilibração das estruturas cogniti-


vas. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.

PIAGET, Jean. O Juízo moral na criança. São Paulo,


Summus, 1994.

PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. 23. ed. Rio de


Janeiro: Forense Universitária,1998.

RAMOS, Marise Nogueira. A pedagogia das competên-

Pedagogia em Ação, v. 1, n. 1, p. 1-141, jan./jun. 2009 - Semestral 23

Você também pode gostar