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MOTORES TÉRMICOS

Motores Térmicos

6
Capítulo

Introdução
Transformam energia térmica ou calor em energia
cinética ou trabalho.

Pressupõem:

W Q1>Q2

Q1 Q2
Motor
Fonte Quente Fonte Fria

Sentido de Fluxo Natural

Nota: o sentido do fluxo de calor pode ser invertido


(máquina frigorífica), mas nesta situação “não
natural” teremos que fornecer trabalho:

W Q1>Q2

Q1 Q2
Máquina
Fonte Quente Fonte Fria
Frigorífica

Sentido de Fluxo Natural

1  J. Carlos Lopes da Costa


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MOTORES TÉRMICOS

Resenha Histórica
Primeiro Motor Térmico
Foi Hero, físico da Grécia Antiga, quem inventou
este motor a vapor. O vapor proveniente da agua
na caldeira saía por orifícios situados na esfera,
obrigando-a a rodar.
Utilidade: Mera curiosidade e demonstração da
possibilidade de se poder transformar calor em
trabalho.

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Motores Alternativos
Motor a Vapor de Watt

Q2

Q1 W

Aplicações a Veículos:

Principal problema: Volume e peso da caldeira

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Motor de Combustão Interna

4 Tempos - Princípio Básico:


1 2 3 4
Ar +
Produtos da
Combustivel
Combustão

Q2

Q1

W
W W W
Admissão Compressão Combustão Escape
+ Expansão

2 Tempos - Princípio Básico:

1 Produtos da Ar + 2
Combustão Combustivel

Q1

W W W W
Combustão Escape Admissão Compressão
+ Expansão

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Motores Contínuos
Turbina a vapor

Q2

Rotores (em movimento)

Q1 Estatores (em repouso)

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Turbina de Combustão Interna

Admissão Q2
Combustível
(Ar)
Q1 Combustão Expansão
Escape

W
Compresão

Turbina de Reacção

Q1
Q2

W W

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Princípios termodinâmicos
Para uma determinada quantidade de fluido,
sujeito a uma evolução de um estado inicial para
um estado final:
1ª Lei da Termodinâmica

Q1− 2 − W1− 2 = u 2 + p 2 v2 + gz 2 − ( u1 + p1v1 + gz1 ) Nota:


{ { 144244 3 1442443 Equação expresa em
↑ ↑ ↑ ↑ energia por unidade
Entra Sai = Estado final Estado inicial de massa (J/kg, por
(calor (trabalho exemplo).
fornecido) produzido)

Q1-2 – calor fornecido por unidade de massa (J/kg)


durante 1 Æ 2
W1-2 – trabalho produzido por unidade de massa
(J/kg) durante 1Æ 2
u – energia interna (geralmente térmica) contida no
fluído (J/kg)
p – pressão do fluído
1
v – volume específico do fluido ou (m3/kg)
ρ
Nos gases, o termo gz
z – altura ou cota a que se encontra o fluído relativo à energia
potencial gravítica, é
g – aceleração da gravidade geralmente
desprezado.

Exemplo:
Estado 1 Estado 2

u1 (T1), p1, v1(, h1) Q u2 (T2), p2, v2(, h2=h1)

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Representação gráfica de evoluções


termodinâmicas de um gás perfeito

W=0 ou v constante Gráfico p-v

p Q=0 ou entropia (s) constante Nomenclatura:


Isobárica – p =const.

Isotérmica – T=const.

Isovolúmica ou
isocórica – v = const.;
(W = 0)
p constante Adiabática– s=const.;
(Q = 0)
Politrópica – outras
evoluções

T constante

v
Gráfico T-s

T T constante

W=0 ou
v constante
Q=0 ou s constante

p constante

s
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Trabalho

W = Força × deslocamen to = F ⋅ d
d

Aplicando a um fluido que acciona um pistão:


p F
F
678 } A×d

W = F × d = p × A × d = p × ∆V V ∆V

A : Área do pistão

Para uma evolução elementar: Nota:


dW – [ J/kg]
dW = p ⋅ dv dv – [m3/kg]

W<0 – trabalho
absorvido
Então:
W>0 – trabalho
p produzido para o
exterior

2 1
W1− 2 = ∫ pdv
1
2
W1-2

v1 v2 v

Calor
Para uma evolução elementar:
Q<0 – Calor perdido

dQ = Tds T
Q>0 – Calor Absorvido

1
2
Então: Q1−2 = ∫ Td s 2
1 Q1-2

s1 s2 s
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Expressões que caracterizam as


diversas evoluções num gás
Numa dada evolução elementar:

dQ = c ⋅ dT c - calor específico

• Evolução isocórica (v = const.):

dQ = cv dT cv - calor específico
numa evolução a
volume constante.
• Evolução isobárica (p = const.)
cp - calor específico
dQ = c p dT numa evolução a
pressão constante.

cp > cv – para os mesmos valores de temperatura

cp
γ = = 1.4 para um gás perfeito
cv

Evol. Isobárica: Q = c p (T2 − T1 ) ; W = p(v 2 − v1 )

Evolução Isocórica: Q = cv (T2 − T1 ) ; W = 0

Evolução Isotérmica: Q = T (s 2 − s1 )

Evolução adiabática: Q = 0 ← pv γ = const

Evol. politrópica: Q = c(T2 − T1 ) ← pv = const


k

c − cp
k=
c − cv
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Ciclos Termodinâmicos
Um fluido percorre um ciclo quando, partindo de
um estado físico inicial (p, v, T), retorna a ele após
ter passado por um dado número de
transformações.
Q1-2 >0 (fornecido: entra)
p T
W1-2 >0 (libertado: saí)
1
v1
1 W1−1 = ∫ p.dv

W1-1 Q1-1(= W1-1)


2 v2

W2-1 <0 (absorvido: entra)


Q2-1 <0 (libertado: sai)

v1 v2
v s

v1
v2
W1−1 = W1−2 + W2−1 = W1−2 − W2−1 ;
Q1−1 = Q1−2 + Q2−1 = Q1−2 − Q2−1

Como o estado inicial é igual ao final:

Q1−1 − W1−1 = 0 ; Q1−1 = W1−1 = Wciclo


Nota:
Rendimento térmico Uma máquina real,
apresenta também
Wciclo W Q Qentra − Qsai outras perdas que
ηtérmico = = 1−1 = 1−1 = implicam a
consideração de outros
Q fornecido Q1− 2 Q1− 2 Qentra rendimentos:
rendimento mecânico,
O rendimento térmico é um rendimento rendimento da
implícito a qualquer evolução térmica de um combustão, etc. Não
confundir com este
motor ou máquina. rendimento.
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Ciclo de Carnot
O ciclo de Carnot é um ciclo teórico de referência
que apresenta o máximo rendimento térmico que
é possível retirar de um motor a trabalhar entre
duas temperaturas: temperatura da fonte fria e
temperatura da fonte quente.
p T Q1
2
T fonte quente
Q1 T2 2 1
3

3
Q=0
Q1-1(=W
W1-1)
W Q=0
2
T fonte fria
1 T1 1
4

4 v1 Q2
Q2
v2
v s1 s3 s

v2
v1

Determinação do ηt do ciclo de Carnot:

Gás perfeito: pv = RT
2 Æ 3: T = const. ⇒ ∆u = 0 ⇒ Q = W
3 31 v  v 
W2−3 = Q2−3 = ∫ pdv = RT2 ∫ dv = RT2 ln 3  ⇒ Q1 = Q2 −3 = RT2 ln  3 
2 2 v
 v2   v2 

v 
4 Æ 1: Fazendo o mesmo raciocínio: Q2 = Q4 −1 = − RT1 ln  3 
 v2 

v 
R (T1 − T2 ) ln  3 
Q − Q2  v2  = T1 − T2 T2
ηt Carnot = 1
Q1
=
v  T1
ηt Carnot = 1 −
RT1 ln  3  T1
 v2 
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4
p Explosão
Ciclo Otto ou Beau Q1
de Rochas
Este ciclo (teorizado por Expansão
Beau de Rochas e posto 3
Q=0
em prática por Otto) é o
ciclo segundo o qual W
Compresão
funcionam os motores Q=0 Escape
clássicos de combustão
Admissão 5
interna.
Q2
patm 1ou7
2ou6
v1ouv3 Escape
v2 v
(continuação)

v3
v2

Válvula
de
Admis-
são

1-2 2-3 3-4-5 5-6-7

Taxa de Compressão - ρ 1
3
5
7
Relação existente entre o volume da mistura no 9

cilindro antes e depois da compressão. Se a


mistura for reduzida a um nono do seu volume,
como acontece num automóvel a gasolina v2
ρ= (ver ciclo)
médio, a taxa de compressão é 9:1 ou ρ = 9 . v3
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