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17:
Seja f : X → X uma função. Um subconjunto Y ⊂ X chama-se estável relativamente à f quando f (Y ) ⊂ Y. Prove
que um subconjunto X é finito se, e somente existe um função f : X → X que só admite os subconjuntos estáveis
∅ e X.
(⇒) Seja X = {x1 , x2 , ..., xn } e f : X → X dado por f (xi ) = xi+1 se 1 ≤ i < n e f (xn ) = x1 . Se f é estável em
A e xp ∈ A, temos que xq = f q−p(modn) (xp ) ∈ A. Logo, A = X.
(⇐) Dado x0 ∈ X (se X ̸= ∅, X é finito) consideremos o conjunto A = {x0 , f (x0 ), f 2 (x0 ), ..., f n (x0 ), ...}. Daı́
X = A, pois f é estável em A e A ̸= ∅.
Se não existir k ∈ N tal que f k (x0 ) = x0 , A − {x0 } é estável por f e logo A − {x0 } = X − {x0 } = ∅, ou seja,
X = {x0 }, ou A = X = A − {x0 }, absurdo.
Por outro lado, se existir k ∈ N tal que f k (x0 ) = x0 o conjunto {x0 , f (x0 ), f 2 (x0 ), ..., f k−1 (x0 )} é estável por A
e não vazio, logo é igual a X.
50
Exercı́cio 2.18:
Seja f : X → X uma função injetiva tal que f (X) ̸= X. Tomando x ∈ X − f (X), prove que os elementos
x, f (x), f (f (x)), ... são dois a dois distintos.
Provaremos por indução em n que para todo p ∈ N, temos que f n (x) ̸= f n+p (x) e a proposiç ao estar´a
demonstrada. Com x ∈ / f (X), temos que x ̸= f p (x), para todo p ∈ N. Suponhamos que f n (x) ̸= f n+p (x). Então
f n+1
(x) ̸= f n+1+p
(x) pois f é injetora. Pelo PIF o resultado segue.
51
Exercı́cio 2.19:
Dado um conjunto finito X, prove que uma função f : X → X é injetora se, e somente se, é sobrejetora.
(⇒) Temos que g : X → f (X) dada por g(x) = f (x) é uma bijeção. Se f (X) ̸= X terı́amos um absurdo pois
não pode haver bijeção entre um conjunto finito e um subconjunto próprio deste conjunto.
(⇐) Seja X = {x1 , x2 , ..., xn }. Suponha que f não seja injetora, ou seja, existem xi ̸= xj em X tais que
f (x1 ) = f (x2 ). Assim, f (X) = {f (x1 ), f (x2 ), ..., f (xn )} teria no máximo n − 1 elementos e desta forma f (X) ̸= X,
o que é um absurdo. Logo, f é injetora.
52
Exercı́cio 2.20:
(a) Se X é finito e Y é enumerável, então F(X, Y ) é enumerável.
(b) Para cada função f : N → N seja Af = {n ∈ N; f (n) ̸= 1}. Prove que o conjunto X das funções f : N → N
tais que Af é finito é um conjunto enumerável.
Item (a)
Seja X = {x1 , ..., xn }. Definimos
ϕ : F(X, Y ) → Yn
f → (f (x1 ), ..., f (xn )).
Temos que ϕ é claramente injetiva. Logo, F(X, Y ) está em bijeção com o conjunto ϕ(F(X, Y )) ⊂ Y n . Como
Y é enumerável, Y n é enumerável (pois é produto finito de conjuntos enumeráveis). Assim, ϕ(F(X, Y )) ⊂ Y n é
anumerável e, consequentemente, F(X, Y ) é enumerável.
Item (b)
Seja
Fn := {Y ⊂ N; cardY = n}.
Definimos
ϕ: Fn → Yn
Y = {y1 , ..., yn } → (y1 , ..., yn ).
Claramente, ϕ é injetiva. Como Y n é enumerável, segue que Fn é enumerável. Portanto,
∞
∪
F := Fn
n=1
é enumerável.
Seja ∪
ψ: X → Y ∈F F(Y, N)
f → f |Af .
Temos que ψ é injetiva. De fato, se f, g ∈ X são tais que ψ(f ) = ψ(g) temos que
f |Af = g|Ag
implicando que Af = Ag ,
f |Af = g|Ag ,
e
f =g
já que
f |N\Af = 1 = g|N\Af .
∪ ∪
Pelo item anterior, Y ∈F F(Y, N) é uma união enumerável de conjuntos enumeráveis. Logo, Y ∈F F(Y, N) é
enumerável. Assim, como ψ é injetiva, segue que X é enumerável.
53
Exercı́cio 2.21:
Obtenha uma decomposição N = ∪∞
i=1 Xi tal que os conjuntos Xi são infinitos e dois à dois disjuntos.
2k 6 n < 2k+1 .
f (n) = n − 2k ,
Xi := f −1 (i − 1),
que
∞
∪
N= Xi
i=1
54
Exercı́cio 2.22:
Defina f : N × N → N, pondo f (1, n) = 2n − 1 e f (m + 1, n) = 2m (2n − 1). Prove que f é uma bijeção.
Para cada número natural p, temos, pela unicidade da decomposição de números naturais em números primos,
que existem únicos m e q ∈ Z+ tais que p = 2m−1 q e q é ı́mpar. Sendo q ı́mpar, existe um único n ∈ Z+ tal que
q = 2n − 1. Assim, existem únicos m e n ∈ Z>0 tais que p = 2m−1 (2n − 1). Portanto, é bem definida a função
g: Z+ → Z+ × Z+
p = 2m−1 (2n − 1) → (m, n).
55
Exercı́cio 2.23:
Seja X ⊂ N um subconjunto infinito. Prove que existe uma única bijeção crescente f : N → X.
para n > 1. Temos, pelo PIF e pelo fato de X ⊂ N ser bem ordenado, que f está bem definida.
Dados m < n ∈ N, temos que ( )
∪
n−1
f (m) < min X − {f (i)} = f (n)
i=1
∪m−1 ∪n−1 ∪n−1
pois f (m) 6 x, para todo x ∈ X − i=1 ⊃ X − i=1 , e f (m) ∈ / X − i=1 . Com isso, concluimos que f é
estritamente crescente e, consequentemente que f é injetiva.
Provaremos, agora que f é sobrejetiva. Começaremos mostrando, por indução que
n 6 f (n).
x < n 6 f (n).
Mas, como
∪
n−1
x∈X− {f (i)},
i=1
Portanto, f é sobrejetiva.
Provaremos, agora, que se g : N → X é uma bijeção crescente então f = g. Devemos ter que
g(k) = f (k),
56
pois, caso contrário, existiria p > n + 1 tal que
( )
∪
n
g(p) = min X − {g(i)} < g(n + 1).
i=1
57
Exercı́cio 2.24:
Prove que todo conjunto infinito se decompõe como reunião de uma infinidade enumerável de conjuntos infinitos,
dois a dois disjuntos.
é uma decomposição na qual os conjuntos f (Xi ) são infitos e dois à dois disjuntos.
Se C é não-enumerável, existe uma aplicação injetiva f : N → C tal que C − f (N) é infinito. Assim,
∪
C = (C − f (N)) ∪ f (Xi )
i∈N
é uma decomposição na qual os conjuntos C − f (N) e f (Xi ) são infitos e dois à dois disjuntos.
58
Exercı́cio 2.25:
Seja A um conjunto. Dadas funções f, g : A → N, defina a soma f + g : A → N, o produto f · g : A → N, e dê o
significado da afirmação f 6 g. Indicando com ξX a função caracterı́stica de um subconjunto X ⊂ A, prove:
a) ξX∩Y = ξX · ξY ;
b) ξX∪Y = ξX + ξY − ξX∩Y . Em particular, ξX∪Y = ξX + ξY ⇔ X ∩ Y = ∅;
c) X ⊂ Y ⇔ ξX 6 ξY ;
d) ξA−X = 1 − ξX .
Definimos
f +g : A → N
a → f (a) + g(a)
e
f ·g : A → N
a → f (a)g(a).
E dizemos que f 6 g se e somente se
f (a) 6 g(a)
para todo a ∈ A.
a)
Seja a ∈ A.
Se ξX∩Y (a) = 0, então a ∈
/ X ∩Y e, consequentemente, a ∈ / X ou a ∈
/ Y . Assim, ξX∩Y (a) = 0 implica ξX (a) = 0
ou ξY (a) = 0. Logo, ξX∩Y (a) = 0 implica ξX (a)ξY (a) = 0 = ξX∩Y (a).
Se ξX∩Y (a) = 1, então a ∈ X ∩ Y e, consequentemente, a ∈ X e a ∈ Y . Assim, ξX∩Y (a) = 1 implica ξX (a) = 1
e ξY (a) = 1. Logo, ξX∩Y (a) = 1 implica ξX (a)ξY (a) = 1 = ξX∩Y (a).
Como ξX∩Y (a) = 0 ou 1, temos que ξX (a)ξY (a) = ξX∩Y (a) em todos os casos. E, como a ∈ A é arbitrário,
temos que ξX · ξY = ξX∩Y .
b)
Seja a ∈ A.
Se ξX∪Y (a) = 0, então a ∈
/ X ∪ Y e, consequentemente, a ∈/X ea∈ / Y . Assim, ξX∪Y (a) = 0 implica ξX (a) = 0,
ξY (a) = 0 e ξX∩Y (a) = 0. Logo, ξX∪Y (a) = 0 implica ξX (a) + ξY (a) − ξX∩Y (a) = 0 = ξX∪Y (a).
Se ξX∪Y (a) = 1 e ξX∩Y (a) = 0, então a ∈ X ∪Y −X ∩Y = (X −Y )∪(Y −X) e, consequentemente, a ∈ X −Y ou
a ∈ Y − X. Se a ∈ X − Y então ξX (a) = 1, ξY (a) = 0 e, consequentemente, ξX (a) + ξY (a) = 1. Se a ∈ Y − X então
ξX (a) = 0, ξY (a) = 1 e, consequentemente, ξX (a) + ξY (a) = 1. Logo, ξX∪Y (a) = 1 e ξX∩Y (a) = 0 implicam que
ξX (a) + ξY (a) = 1. Portanto, ξX∪Y (a) = 1 e ξX∩Y (a) = 0 implicam que ξX (a) + ξY (a) − ξX∩Y (a) = 1 = ξX∪Y (a).
Se ξX∪Y (a) = 1 e ξX∩Y (a) = 1, então a ∈ X ∩ Y e, consequentemente, a ∈ X e a ∈ Y . Assim, ξX∪Y (a) = 1 e
ξX∩Y (a) = 1 implicam que ξX (a) = ξY (a) = 1. Logo, ξX∪Y (a) = 1 e ξX∩Y (a) = 1 implicam que ξX (a) + ξY (a) = 2.
Portanto, ξX∪Y (a) = 1 e ξX∩Y (a) = 1 implicam que ξX (a) + ξY (a) − ξX∩Y (a) = 1 = ξX∪Y (a).
Como ξX∪Y (a) = 0 ou 1 e ξX∩Y (a) = 0 ou 1, temos que ξX (a) + ξY (a) − ξX∩Y (a) = ξX∪Y (a) em todos os
casos. E, como a ∈ A é arbitrário, temos que ξX + ξY − ξX∩Y = ξX∪Y .
Em particular, temos que X ∩ Y = ∅ é equivalente à ξX∩Y = 0 (i.e. ξX∩Y é a função nula) que é equivalente
(pelo que foi demonstrado acima) à ξX + ξY = ξX∪Y .
c)
Suponhamos que X ⊂ Y . Dado a ∈ A, temos que ξX (a) = 0 ou 1. No primeiro caso, temos imediatamente que
ξX (a) 6 ξY (a) = 0 ou 1. No segundo, temos que a ∈ X ⊂ Y e, consequentemente, ξX (a) = 1 = ξY (a). Em todo
caso, ξX (a) 6 ξY (a). Como a ∈ A é arbitrário, concluimos que ξX 6 ξY .
Suponhamos que ξX 6 ξY . Dado x ∈ X, temos que ξX (x) 6 ξY (x) e, consequentemente, ξY (x) = 1. Logo,
x ∈ X implica que x ∈ Y . E temos que X ⊂ Y .
d)
Seja a ∈ A.
Se ξA−X (a) = 0 temos que a ∈ / A − X e, consequentemente, a ∈ X. Logo, ξA−X (a) = 0 implica que ξX (a) = 0.
Assim, ξA−X (a) = 0 implica que 1(a) − ξX (a) = 0 = ξA−X (a).
Se ξA−X (a) = 1 temos que a ∈ A − X e, consequentemente, a ∈ / X. Logo, ξA−X (a) = 1 implica que ξX (a) = 0.
Assim, ξA−X (a) = 1 implica que 1(a) − ξX (a) = 1 = ξA−X (a).
Em todos casos, temos que 1(a) − ξX (a) = ξA−X (a). E, como a ∈ A é arbitrário, temos que 1 − ξX = ξA−X .
59
Exercı́cio 2.26:
Prove que o conjunta das sequências crescentes (n1 < n2 < n3 < ...) de números naturais não é enumerável.
b1 = a1 + 1
e
bn+1 = max(bn , an+1 ) + 1
não pertence à enumeração acima. De fato, temos, pela definição de b, que
aii < bi
e,consequentemente,
b ̸= ai
para todo i ∈ N.
60
Exercı́cio 2.27:
Sejan (N, s) e (N′ , s′ ) dois pares formados, cada um, por um conjunto e uma função. Suponhamos que ambos
cumpram os axiomas de Peano. Prove que existe uma única bijeção f : N → N′ tal que f (1) = 1′ , f (s(n)) = s′ (f (n)).
Conclua que:
c) f (m · n) = f (m) · f (n).
Como (N, s) e (N′ , s′ ) satisfazem os axiomas de Peano, devemos ter que a função f : N → N fica bem definida
por
f (1) = 1′
e
f (s(n)) = s′ (f (n))
para todo n ∈ N. De fato, f está definida em todo N = {1} ∪ s(N) pois está definida em {1} e s(N). Como s
é injetiva, segue que f está bem definida. Em particular, segue que f é a única função N → N′ satisfazendo as
condições do enunciado. Temos, também, que f é injetiva. De fato, seja
X = {n ∈ N; f (n) ∈
/ f (N − {n})}.
f (n) ̸= f (m),
pois n ∈ X, e, consequentemente,
Implicando, pelo PIF, que f (s(n)) ∈ / f (N − {s(n)} ou, equivalentemente, s(n) ∈ X. Portanto, pelo PIF, temos
que X = N e, da definição de X, concluı́mos que f é injetiva. Temos, também, que f é sobrejetiva. De fato,
1′ = f (1) ∈ f (N) e, se n = f (k) ∈ f (N) temos que
61
Logo, p ∈ X implica que s(p) ∈ X. Assim, concluı́mos, pelo PIF, X = N. Portanto, se m < n, temos, para p ∈ N
tal que n = m + p, que
f (m) < f (m + p) = f (n).
Agora, provaremos que f (m) < f (n) implica que m < n. Seja
E, se
f (1 + m) = f (1) + f (m),
temos que
f (1 + s(m)) = f (s(s(m))) = s′ (f (s(m))) = 1′ + f (s(m)) = f (1) + f (s(m)).
Logo, pelo PIF, temos que f (1 + m) = f (1) + f (m) para todo m ∈ N. Ou seja, 1 ∈ X.
Suponhamos que n ∈ X. Provaremos que s(n) ∈ X. Temos que
Adiante, se
f (s(n) + m) = f (s(n)) + f (m),
temos que
f (s(n) + s(m)) = f (s(s(n) + m))
= s′ (f (s(n) + m))
= f (s(n) + m) + 1′
= f (s(n)) + f (m) + 1′
= f (s(n)) + f (1) + f (m)
= f (s(n)) + f (1 + m)
= f (s(n)) + f (s(m)).
Assim, concluı́mos, pelo PIF, que f (s(n) + m) = f (s(n)) + f (m) para todo m ∈ N. Logo, n ∈ X implica que
s(n) ∈ X.
Portanto, concluı́mos, pelo PIF, que X = N.
62
c)
Seja
X = {n ∈ N; f (n · m) = f (n) · f (m), ∀m ∈ N}.
Provaremos que X = N e teremos, assim, o resultado.
Começamos mostrando que 1 ∈ X. De fato, dado m ∈ N, temos que
Adiante, se
f (s(n) · m) = f (s(n)) · f (m),
temos que
f (s(n) · s(m)) = f (s(n) · m + s(n) · 1)
= f (s(n) · m) + f (s(n) · 1)
= f (s(n) · f (m) + f (s(n)) · 1′
= f (s(n)) · (f (m) + 1′ )
= f (s(n)) · s′ (f (m))
= f (s(n)) · f (s(m)).
Assim, concluı́mos, pelo PIF, que f (s(n)·m) = f (s(n))·f (m) para todo m ∈ N. Logo, n ∈ X implica que s(n) ∈ X.
Portanto, concluı́mos, pelo PIF, que X = N.
63
Exercı́cio 2.28:
Dada uma sequência de conjuntos A1 , A2 , ...,An , ..., considere os conjuntos lim supAn = ∩∞ ∞
n=1 (∪i=n Ai ) e lim infAn =
∪∞
n=1 (∩∞
A
i=n i ).
a) Prove que lim supAn é o conjunto dos elementos que pertencem à An para uma infinidade de valores de n e que
lim infAn é o conjunto dos elementos que que pertencem a todo An salvo para um número finito de valores
de n.
b) Conclua que lim infAn ⊂ lim supAn ;
c) Mostre que se An ⊂ An+1 para todo n então lim infAn = lim supAn = ∪∞
n=1 An ;
d) Por outro lado, se An ⊃ An+1 para todo n então lim infAn = lim supAn = ∩∞
n=1 An ;
e) Dê exemplo de uma sequência (An ) tal que lim supAn = lim infAn ;
f ) Dê exemplo de uma sequência para a qual os dois limites coincidem mas Am ̸⊂ An para todos m ̸= n.
a)
Sejam
X := {a ∈ ∪∞
n=1 An | a ∈ An para uma infinidade de valores de n}
e
Y := {a ∈ ∪∞
n=1 An | a ∈ An para todos exceto uma quantidade finita de valores de n}.
a ∈ ∪∞
i=n Ai
a ∈ ∩∞
i=k Ai .
Assim, como ∩∞ ∞ ∞
i=k Ai ⊂ ∪n=1 (∩i=n Ai ), temos que
a ∈ ∪∞ ∞
n=1 (∩i=n Ai ) = lim infAn .
a ∈ ∩∞
i=k Ai .
64
é tal que
N − I ⊂ {1, ..., k − 1}.
Logo, a ∈ Y . Como a é um elemento arbitrário de lim infAn , temos que Y ⊃ lim infAn .
b)
Pelo ı́tem anterior, temos que
lim supAn := {a ∈ ∪∞
n=1 An | a ∈ An para uma infinidade de valores de n}
e
lim infAn := {a ∈ ∪∞
n=1 An | a ∈ An para todos exceto uma quantidade finita de valores de n}.
lim supAn = ∩∞ ∞ ∞
n=1 (∪i=n Ai ) ⊂ ∪n=1 An .
Ak ⊂ Ak+p
a ∈ Ak ⊂ ∩∞ ∞ ∞ ∞
p=0 Ak+p = ∩i=k Ai ⊂ ∪n=1 (∩i=n Ai ) = lim infAn .
∪∞ ∞
n=1 An ⊂ lim infAn ⊂ lim supAn ⊂ ∪n=1 An .
d)
Temos imediatamente que
∩∞ ∞ ∞ ∞
n=1 An = ∩i=1 Ai ⊂ ∪n=1 (∩i=n Ai ) = lim infAn .
Ak ⊂ Ak+p ,
a ∈ lim supAn = ∩∞ ∞ ∞
n=1 (∪i=n Ai ) ⊂ ∪i=k Ai ⊂ Ak .
Ou seja, a ∈ ∩∞ ∞
n=1 An . Como a é um elemento arbitrário de lim supAn , temos que lim supAn ⊂ ∩n=1 An .
Concluı́mos, então, do ı́tem b) e do que foi discutido acima, que
∩∞ ∞
n=1 An ⊂ lim infAn ⊂ lim supAn ⊂ ∩n=1 An .
e)
65
Definindo
A2k−1 := {1}
e
A2k := ∅,
para todo k ∈ N, temos que
lim supAn = ∩∞ ∞ ∞
n=1 (∪i=n Ai ) = ∩n=1 {1} = {1}
e
lim infAn = ∪∞ ∞ ∞
n=1 (∩i=n Ai ) = ∪n=1 ∅ = ∅.
f)
Definindo
An := {n},
temos que
An ̸⊂ Am ,
para todos n ̸= m,
lim supAn = ∩∞ ∞ ∞
n=1 (∪i=n Ai ) = ∩n=1 {k ∈ N | k > n} = ∅
e
lim infAn = ∪∞ ∞ ∞
n=1 (∩i=n Ai ) = ∪n=1 ∅ = ∅.
66
Exercı́cio 2.29:
(Teorema de Bernstein-Schroeder) Dados conjuntos A e B, suponha que existam funções injetivas f : A → B e
g : B → A. Prove que existe uma bijeção h : A → B.
Solução 1:
Seja C := g(B) ⊂ A. Mostraremos que existe uma bijecção H : A → C. Assim, como g : B → C é uma bijeção,
temos que h := g −1 ◦ H : A → B é uma bijeção.
Como f : A → B e g : B → C são funções injetivas, temos que F := g ◦ f : A → C é uma função injetiva. Logo,
F (X − Y ) = F (X) − F (Y ), para todos X e Y ⊂ A.
Definimos A1 := A e C1 := C. E, pelo princı́pio da definição recursiva, podemos definir
An := F (An−1 )
e
Cn := F (Cn−1 )
para todo n > 1.
Desta forma, dado x ∈ A, temos que x ∈ An − Cn , para algum n ∈ Z+ , ou x ∈ C (pois x ∈
/ A1 − C1 = A − C
implica que x ∈ C). Então, a função H : A → C dada por
{
F (x) se x ∈ An − Cn para algum n ∈ Z+ ;
H(x) =
x caso contrário,
e, consequentemente, x = y. Além disso, se x ∈/ An − Cn , para todo n ∈ Z+ , então, como no caso anterior, temos
que y ∈/ An − Cn , para todo n ∈ Z+ , e, consequentemente,
x = H(x) = H(y) = y.
x = F (y) = H(y)
x = h(x).
Solução 2:
x ∈ A, e
y, f −1 (y), g −1 ◦ f −1 (y), f −1 ◦ g −1 ◦ f −1 (y), ...,
67
y ∈ B. Daı́ particionaremos A e B de modo a obter uma função entre A e B cuja bijetividade é herdada da
injetividade de f e g.
Sejam
AI = {x ∈ A; existe k ∈ Z>0 tal que (g ◦ f )−k (x) ̸= ∅ e g −1 ◦ (g ◦ f )−k (x) = ∅},
AP = {x ∈ A; existe k ∈ Z>0 tal que g −1 ◦ (g ◦ f )−k (x) ̸= ∅ e (g ◦ f )−(k+1) (x) = ∅},
A∞ = {x ∈ A; para todo k ∈ Z>0 vale (g ◦ f )−k (x) ̸= ∅ e g −1 ◦ (g ◦ f )−k (x) ̸= ∅},
BI = {y ∈ B; existe k ∈ Z>0 tal que (f ◦ g)−k (y) ̸= ∅ e f −1 ◦ (f ◦ g)−k (y) = ∅},
BP = {y ∈ A; existe k ∈ Z>0 tal que f −1 ◦ (f ◦ g)−k (y) ̸= ∅ e (f ◦ g)−(k+1) (x) = ∅}
e
B∞ = {y ∈ A; para todo k ∈ Z>0 vale (f ◦ g)−k (y) ̸= ∅ e f −1 ◦ (f ◦ g)−k (y) ̸= ∅}.
Segue que
A = AI ∪A
˙ P ∪A
˙ ∞
e
B = BI ∪B
˙ P ∪B
˙ ∞.
Agora, provaremos três detalhes técnicos sobre f e g:
(I) f (AI ) = BP
(II) g(BI ) = AP
(III) f (A∞ ) = B∞
Agora, segue de A = AI ∪A
˙ P ∪A
˙ ∞ e de (II), que a função
H: A → B
x ∈ AI → f (x) ∈ BP
x ∈ AP → y ∈ BI , tal que g(y) = x
x ∈ A∞ → f (x) ∈ B∞ .
68
Capı́tulo 3
Números Reais
69
Exercı́cio 3.01:
Dados a, b, c, d num corpo K, sendo b e d diferentes de zero, prove:
a c ad + bc
(1) + = ;
b d bd
a c a·c
(2) · = .
b d b·d
(1)
Temos que
a ad
= b−1 a = b−1 d−1 da = (bd)−1 (ad) =
b bd
e, analogamente,
c bc
= .
d bd
Assim,
a c ad bc
+ = +
b d bd −1bd
= (bd) (ad) + (bd)−1 (bc)
= (bd)−1 (ad + bc)
ad + bc
= .
bd
(2)
Temos que
a c a·c
· = (b−1 a) · (d−1 c) = acb−1 d−1 = (bd)−1 (ac) = .
b d b·d
70
Exercı́cio 3.02:
Questão 2-1◦
Propriedade 1. Para todo m inteiro vale
am .a = am+1 .
Demonstração. Para m natural vale pela definição de potência, agora para m = −n, n > 0 ∈ N um inteiro vamos
provar a−n .a = a−n+1 . Para n = 1 temos
a−1 a = a−1+1 = a0 = 1.
Propriedade 2.
am .an = am+n .
Demonstração. Primeiro seja m um inteiro qualquer e n natural, vamos provar a identidade por indução sobre n,
para n = 0 vale
am .a0 = am = am+0
para n = 1 vale
am a1 = am a = am+1 .
Supondo válido para n
am .an = am+n
vamos provar para n + 1
am .an+1 = am+n+1
temos
am .an+1 = am an a = am+n .a = am+n+1 .
Agora para −n com n natural , se m é natural temos que a propriedade já foi demonstrada
am a−n = am−n
am a−n = (a−m )−1 (an )−1 = (a−m an )−1 = (a−m+n )−1 = am−n .
71
Questão 2-2◦
Propriedade 3.
(am )n = amn
para m e n inteiros.
Demonstração. Primeiro por indução para m inteiro e n natural
(am )0 = 1 = am.0
(am )1 = am = am.1 .
Supondo válido para n
(am )n = amn
vamos provar para n + 1
(am )n+1 = am(n+1)
temos pela definição de potência e pela hipótese da indução que
onde usamos a propriedade do produto de potência de mesma base. Para n inteiro negativo
72
Exercı́cio 3.03:
∑
n
Exemplo 1. Se xk
yk = xs
ys para todos k, s ∈ In , num corpo K, prove que dados, ak ∈ K, k ∈ In tais que ak yk ̸= 0
k=1
tem-se
∑
n
ak xk
k=1 x1
∑
n = .
y1
ak yk
k=1
x1 xk
Chamando y1 = p temos yk = p logo xk = pyk e a soma
∑
n ∑
n
ak x k = p ak y k
k=1 k=1
logo
∑
n
ak xk
k=1 x1
∑
n =p= .
y1
ak yk
k=1
73
Exercı́cio 3.04:
Corolário 1.
f (a − b) = f (a) + f (−b) = f (a) − f (b).
Propriedade 7. f é injetora.
Demonstração. Sejam x, y tais que f (x) = f (y), logo f (x) − f (y) = 0, f (x − y) = 0, se x ̸= y então x − y seria
invertı́vel logo f (x − y) não seria nulo, então segue que x = y.
Propriedade 8. Se f : A → B com f (x + y) = f (x) + f (y) e f (x.y) = f (x)f (y) para x, y arbitrários, então
f (x) = 0 ∀x ou f (1) = 1.
Demonstração. f (1) = f (1.1) = f (1)f (1), logo f (1) = f (1)2 por isso f (1) = 1 ou f (1) = 0. Se f (1) = 0 então
f (x.1) = f (x)f (1) = 0, f (x) = 0 ∀x.
74
Exercı́cio 3.05:
f (nh) = nf (h)
p
tomando h = 1 segue que f (n) = n, tomando h = n segue
p p p p
f (n ) = f (p) = p = nf ( ) ⇒ f ( ) = .
n n n n
75
Exercı́cio 3.08:
Propriedade 10. Seja K um conjunto onde valem todos os axiomas de corpo, exceto a existência de inverso
multiplicativo. Seja a ̸= 0. f : K → K com f (x) = ax é bijeção ⇔ ∃ a−1 ∈ K.
Demonstração. ⇒). A função é sobrejetora logo existe x tal que f (x) = 1 = ax portanto a é invertı́vel com
a−1 = x ∈ K.
⇐). Dado qualquer y ∈ K tomamos x = ya−1 daı́ f (x) = aa−1 y = y e a função é sobrejetiva. f também é
injetiva, pois se f (x1 ) = f (x2 ), ax1 = ax2 implica por lei do corte que x1 = x2 .. Em geral f é injetiva ⇔ vale a lei
do corte por essa observação.
Propriedade 11. Seja K finito. Vale a lei do corte em A ⇔ existe inverso para cada elemento não nulo de K,
Demonstração. ⇒). Se vale a lei do corte, pela propriedade anterior tem-se que para qualquer a = ̸ 0 em K,
f : K → K com f (x) = ax é injetiva, como f é injetiva de K em K que é um conjunto finito, então f é bijetiva, o
que implica a ser invertı́vel.
⇐). A volta é trivial pois existência de inverso implica lei do corte.
76
Exercı́cio 3.09:
77
Exercı́cio 3.10:
78
Exercı́cio 3.11:
Exemplo∏n 3. A ∏ função f : K + → K + com f (x) = xn , n ∈ N é crescente. Sejam x > y > 0 então xn > y n pois
n
x = k=1 x > k=1 y = y n , por propriedade de multiplicação de positivos. Se f : Q+ → Q+ , Q+ o conjunto dos
n
racionais positivos, então f não é sobrejetiva para n = 2, pois não existe x ∈ Q tal que x2 = 2 ∈ Q+ .
f (K + ) não é um conjunto limitado superiormente de K, isto é, dado qualquer x ∈ K existe y ∈ K + tal que
n
y > x. O limitante superior do conjunto, se existisse, não poderia ser um número negativou ou zero, pois para
todo y positivo tem-se y n positivo, que é maior que 0 ou qualquer número negativo. Suponha que x positivo seja,
tomando y = x + 1 temos y n = (x + 1)n ≥ 1 + nx > x, logo f (K + ) não é limitado superiormente.
79
Exercı́cio 3.12:
Propriedade 13. Sejam X um conjunto qualquer e K um corpo, então o conjunto F (X, K) munido de adição
e multiplicação de funções é um anel comutativo com unidade, não existindo inverso para todo elemento. Lem-
brando que em um anel comutativo com unidade temos as propriedades, associativa, comutativa, elemento neutro e
existência de inverso aditivo, para adição. valendo também a comutatividade, associatividade, existência de unidade
1 para o produto e distributividade que relaciona as duas operações.
Demonstração. • Vale a associatividade da adição
• Comutatividade da adição
• Existe a função simétrica, dado g(x), temos f com f (x) = −g(x) e daı́
(f (x).g(x)).h(x) = f (x).(g(x).h(x))
• Comutatividade da multiplicação
Por último vale a distributividade (f (g + h))(x) = f (x)(g(x) + h(x)) = f (x)g(x) + f (x)h(x) = (f.g + f.h)(x).
Não temos inverso multiplicativo para toda função, pois dada uma função, tal que f (1) = 0 e f (x) = 1 para
todo x ̸= 1 em K, não existe função g tal que g(1)f (1) = 1, pois f (1) = 0, assim o produto de f por nenhuma
outra função gera a identidade.
80
Exercı́cio 3.13:
81
Exercı́cio 3.14:
Propriedade 15. Sejam a > 0 em K e f : Z → K com f (n) = an . Nessas condições f é crescente se a > 1,
decrescente se a < 1 e constante se a = 1.
Demonstração. Para qualquer n ∈ Z vale f (n + 1) − f (n) = an+1 − an = an (a − 1), an é sempre positivo, então
o sinal da diferença depende do sinal de a − 1. Se a = 1 vale f (n + 1) = f (n) ∀ n ∈ Z logo f é constante, se
a − 1 < 0, a < 1 então f (n + 1) − f (n) < 0, f (n + 1) < f (n), f é decrescente e finalmente se a − 1 > 0, a > 1 então
f (n + 1) > f (n) e a função é crescente.
Perceba que as propriedades citadas valem para todo n ∈ Z, por exemplo no caso de a > 1 temos
· · · < f (−4) < f (−3) < f (−2) < f (−1) < f (0) < f (1) < f (2) < f (3) < · · · < f (n) < f (n + 1) < · · ·
82
Exercı́cio 3.15:
83
Exercı́cio 3.16:
Exemplo 5. Se n ∈ N e x < 1 então (1 − x)n ≥ 1 − nx, pois de x < 1 segue que −x > −1 e daı́ aplicamos a
desigualdade de Bernoulli (1 + y)n ≥ 1 + ny com y = −x.
84
Exercı́cio 3.17:
(a + x)n ≥ an + nan−1 x.
Pois a+x
a = (1 + xa ) > 0 então podemos aplicar a desigualdade de Bernoulli (1 + y)n ≥ 1 + ny com y = xa , resultando
em
(a + x)n ≥ an + nan−1 x.
Se a ̸= 0, arbitrário em R, podendo agora ser negativo, substituı́mos y = x
a em (1 + x)2n > 1 + 2nx. chegando
na desigualdade
(a + x)2n > a2n + a2n−1 2nx.
Se vale x
a < 1 então da desigualdade (1 − y)n ≥ 1 − ny, novamente tomamos y = x
a de onde segue
85
Exercı́cio 3.18:
a1
Propriedade 16. Sejam sequências (ak ) , (bk ) em um corpo ordenado K onde cada bk é positivo, sendo b1 o
mı́nimo e abnn o máximo dos termos da sequência de termo abkk então vale
∑
n
ak
a1 an
≤ k=1
∑
n ≤ .
b1 bn
bk
k=1
∑n
Demonstração. Para todo k vale a1
b1 ≤ ak
bk ≤ an
bn ⇒ bk ab11 ≤ ak ≤ bk abnn pois bk > 0, aplicamos a soma k=1 em
ambos lados, de onde segue
∑
n
a1 ∑
n ∑ an n
bk ≤ ak ≤ bk
b1 bn
k=1 k=1 k=1
∑n
dividindo por k=1 bk que é positivo, temos finalmente
∑
n
ak
a1 an
≤ k=1
∑
n ≤ .
b1 bn
bk
k=1
86
Exercı́cio 3.19:
Propriedade 17 (Multiplicatividade).
|a||b| = |a.b|
para a e b reais quaisquer.
Demonstração. Vale que |x.y|2 = (x.y)2 = x2 y 2 e (|x||y|)2 = |x|2 |y|2 = x2 .y 2 os quadrados desses números são
iguais e eles são não negativos, então segue que |x.y| = |x||y|.
√ √ √ √
2. |a.b| = (a.b)2 = a2 .b2 = a2 . b2 = |a||b|.
87
Exercı́cio 3.20:
Propriedade 19.
∏
n ∏
n
|ak | = | ak |
k=1 k=1
temos
∏
n+1 ∏
n ∏
n ∏
n ∏
n+1
|ak | = |ak |.|an+1 | = | ak ||an+1 | = | ak an+1 | = | ak | .
k=1 k=1 k=1 k=1 k=1
Propriedade 20 (Desigualdade triangular generalizada). Sejam g(k) definida para k inteiro ,a, b ∈ Z, então vale
∑
b ∑
b
| g(k)| ≤ |g(k)|.
k=a k=a
∑
b ∑
b ∑
b
− |g(k)| ≤ g(k) ≤ |g(k)|
k=a k=a k=a
que implica
∑
b ∑
b ∑
b
| g(k)| ≤ | |g(k)|| = |g(k)|
k=a k=a k=a
pois os termos |g(k)| somados são não negativos ,logo a soma desses termos é não-negativa e o módulo da soma é
igual a soma.
Propriedade 21. A identidade que provamos acima vale para números reais, vamos provar agora por indução que
se vale |z + w| ≤ |z| + |w| para quaisquer z, w então vale
∑
n ∑
n
| zk | ≤ |zk |
k=1 k=1
de maneira que possa ser usada para números complexos , normas e outras estruturas que satisfazem a desigualdade
triangular.
∑
1 ∑
1
| zk | = |z1 | ≤ |zk | = |z1 |
k=1 k=1
88
logo vale. Supondo a validade para n
∑
n ∑
n
| zk | ≤ |zk |
k=1 k=1
∑
n+1 ∑
n ∑
n ∑
n+1
| zk | = |zn+1 + zk | ≤ |zn+1 | + | zk | ≤ |zk |
k=1 k=1 k=1 k=1
1 Essas demonstrações aprendi com Pedro Kenzo, obrigado por compartilhar as soluções.
89
Exercı́cio 3.22:
e = x n+1 .
• Se n é ı́mpar X
2
x n +1 +x n
e=
• Se n é par X 2 2
.
2
∑n
Exemplo 6. Seja (xk )n1 uma sequência crescente f : R → R com f (x) = k=1 |x − xk |. Se x < x1 então
∑
n
f (x) = −nx + xk
k=1
∑
t ∑
n ∑
t ∑
n
f (x) = (x − xk ) − (x − xk ) = (2t − n)x + xk − xk
k=1 k=t+1 k=1 k=t+1
portanto a função é decrescente se t < n2 e crescente se t > n2 , de t = 1 até t = ⌊ n2 ⌋ em cada intervalo [xt , xt+1 ) a
função é decrescente, sendo ⌊ n2 ⌋ segmentos decrescentes, de t = ⌊ n2 ⌋ + 1 até n − 1, temos n − 1 − ⌊ n2 ⌋ segmentos
crescentes.
• Se n é ı́mpar f é decrescente em [x⌊ n2 ⌋ , x⌊ n2 ⌋+1 ) e crescente em [x⌊ n2 ⌋+1 , x⌊ n2 ⌋+2 ) logo o ponto x⌊ n2 ⌋+1 = x n+1
2
é o único ponto de mı́nimo.
• Se n é par a função é constante em [x n2 , x n2 +1 ), todos os pontos desse intervalo são pontos de mı́nimo. Em
x n +x n +1
especial o ponto 2
2
2
é ponto de mı́nimo.
∑
2n ∑
n ∑
2n ∑
n ∑
2n
|n − k| = |n − k| + |n − k| = (n − k) + (−n + k) =
k=1 k=1 k=n+1 k=1 k=n+1
∑
n ∑
n ∑
n
= (n − k) + (k) = n = n.n = n2 .
k=1 k=1 k=1
∑2n
portanto o mı́nimo de k=1 |x − k| é n . 2
• min{|x − 1| + |x − 2|} = 1
• min{|x − 1| + |x − 2| + |x − 3| + |x − 4|} = 4
• min{|x − 1| + |x − 2| + |x − 3| + |x − 4| + |x − 5| + |x − 6|} = 9
• min{|x − 1| + |x − 2| + |x − 3| + |x − 4| + |x − 5| + |x − 6| + |x − 7| + |x − 8|} = 16.
90
Agora para n ı́mpar, trocamos n por 2n + 1 o mı́nimo acontece no ponto x (2n+1)+1 = xn+1 = n + 1, aplicando na
2
função temos
∑
2n+1 ∑
n+1 ∑
2n+1 ∑
n+1 ∑
2n+1
|n + 1 − k| = |n + 1 − k| + |n + 1 − k| = (n + 1 − k) + −(n + 1) + k =
k=1 k=1 k=n+2 k=1 k=n+2
∑
n ∑
n ∑
n
= (n + 1 − k) + k= (n + 1) = n(n + 1).
k=1 k=1 k=1
• min{|x − 1| + |x − 2| + |x − 3|} = 2
• min{|x − 1| + |x − 2| + |x − 3| + |x − 4| + |x − 5|} = 6
• min{|x − 1| + |x − 2| + |x − 3| + |x − 4| + |x − 5| + |x − 6| + |x − 7|} = 12
• min{|x − 1| + |x − 2| + |x − 3| + |x − 4| + |x − 5| + |x − 6| + |x − 7| + |x − 8| + |x − 9|} = 20.
91
Exercı́cio 3.23:
daı́ segue
|a| ≤ ε + |b|.
Da mesma forma vale se |a − b| < ε então |b| ≤ ε + |a| ⇒ |b| − ε ≤ |a| e com |a| ≤ ε + |b|. temos
Vimos que |a − b| < ε implica |a| < |b| + ε, mas como a ≤ |a| segue a < |b| + ε.
92
Exercı́cio 3.24:
Demonstração. • 1 ⇒ 2. N ⊂ Z então Z é ilimitado superiormente. Suponha por absurdo que Z seja limitado
inferiormente, então existe a ∈ K tal que a < x ∀x ∈ Z, logo −a > −x, porém existe n natural tal que
n > −a ⇒ −n < a o que contraria a hipótese.
|{z}
∈Z
• 3 ⇒ 1 . Para todo y ∈ K existe ab ∈ Q com a, b > 0 naturais tal que ab > y, daı́ a > yb, podemos tomar
y = xb , logo a > x, a ∈ N , portanto N é ilimitado superiormente e o corpo é arquimediano.
93
Exercı́cio 3.25:
Propriedade 24. Seja K um corpo ordenado. K é arquimediado ⇔ ∀ε > 0 em K existe n ∈ N tal que 1
2n < ε.
Demonstração. ⇒). Como K é arquimediano, então ∀ε > 0 existe n ∈ N tal que n > 1ε ⇒ n + 1 > n > 1ε por
desigualdade de Bernoulli temos 2n > n + 1 > 1ε ⇒ 21n < ε.
⇐). Se ∀ε > 0 em K existe n ∈ N tal que 21n < ε, tomamos ε = x1 , x > 0 arbitrário então x < 2n , com
2 = m ∈ N então K é arquimediano, N não é limitado superiormente.
n
94
Exercı́cio 3.26:
• inf(F (Z)) = 0.
Demonstração. • Vale que a > 1 então a = p + 1 onde p > 0, por desigualdade de Bernoulli temos (p + 1)n ≥
1 + pn. ∀ x > 0 ∈ K existe n tal que n > xp ⇒ pn > x ⇒ (p + 1)n ≥ 1 + pn > x, logo f (Z) não é limitado
superiormente.
• 0 é cota inferior de f (Z) pois vale 0 < an ∀n ∈ Z. Suponha que exista x tal que 0 < x < am ∀ m ∈ Z,
sabemos que existe n ∈ N tal que an > x1 daı́ x > a1n = a−n , absurdo, então 0 deve ser o ı́nfimo.
95
Exercı́cio 3.27:
j p
s=
v q
v
multiplicando por j ambos lados segue
p.v
s=
j.q
que é um número racional, logo chegamos a um absurdo.
√ √
Exemplo 8. Existem irracionais a e b tais que a + b e a.b sejam racionais. Exemplos a = 1 + 5 , b = 1− 5
daı́ a + b = 2 e a.b = 1 − 5 = −4.
96
Exercı́cio 3.28:
97
Exercı́cio 3.29:
√
Exemplo 9. O conjunto da forma {x + y p} onde x e y são racionais é subcorpo dos números reais.
√
• O elemento neutro da adição 0 pertence ao conjunto. Pois 0 = 0 + 0 p
√
• O elemento neutro da multiplicação 1 pertence ao conjunto. Pois 1 = 1 + 0 p
√ √ √
• A adição é fechada. Pois x + y p + z + w p = x + z + (y + w) p.
√ √ √ √
• O produto é fechado. Pois (x + y p)(z + w p) = xz + xw p + yz p + y.wp.
√ √
• Dado x ∈ A implica −x ∈ A. Pois dado x + y p temos o simétrico −x − y p.
√
• Dado x ̸= 0 ∈ A tem-se x−1 ∈ A. Pois dado x + y p temos inverso
√
x−y p
x2 − y 2 p
como inverso multiplicativo.
√
Exemplo 10. O conjunto dos elementos da forma a + bα onde α = 3 2 não é um corpo pois o produto não é
fechado, vamos mostrar que α2 não pertence ao conjunto.
Suponha que α2 = a + bα então α3 = aα + bα2 = 2 substituindo a primeira na segunda temos que
se b2 + a ̸= 0 então α = 2−ab
b2 +a o que é absurdo pois α é irracional, então devemos ter a = −b , multiplicamos a
2
2 2 2
expressão aα + bα = 2 por α, de onde segue aα + 2b = 2α, substituindo α = a + bα nessa última temos
porém não existe racional que satisfaz essa identidade, daı́ não podemos escrever α2 da forma a + bα com a e b
racionais, portanto o produto de elementos não é fechado e assim não temos um corpo.
98
Exercı́cio 3.30:
√ √ √ √
Propriedade 29. Sejam a, b ∈ Q+ . a + b é racional ⇔ a e b são racionais.
Demonstração. ⇒).√ √ √
Se a = b então 2 a ∈ Q o que implica a = b ∈ Q. Agora o caso de a ̸= b.√ √
√ √ √ √
Suponha que a + b é racional então seu inverso também racional , que é a− b
, daı́ a − b ∈ Q , a soma
√ √ √ √ √ √ a−b
(√a + √b) + (√ a − √ b) = 2 a ∈ √ √ a ∈ Q, a diferença de números racionais também é um número racional
Q logo
( a + b) − a = b, portanto a e b são racionais.
⇐). A volta vale pois a soma de racionais é um racional.
99