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Assuntos : Aulas 1, 2 e 3 .
TÓPICOS:
AULA 1 : METABOLISMO:
ENERGIA, FLUXO E
REGULAÇÃO
AULA 2 : METABOLISMO
COMO FONTE DE
INTERMEDIÁRIOS - PIRUVATO
AULA 3 : REGULAÇÃO DAS
VIAS METABÓLICAS -
GLICÓLISE E TCA
Energia:
Para que o organismo seja capaz de realizar todas as atividades pelas quais é responsável, ele gasta a
energia advinda do metabolismo, o qual consiste em reações bioquímicas que transformam nutrientes
em um produto.Como é essencial que o organismo realize certas funções, é necessária uma quantidade
específica de calorias diárias, para que o metabolismo as transforme em energia e, assim, funcione
normalmente. Em razão disso, foi criado o termo Taxa Metabólica Basal (TMB), que é justamente essa
quantidade mínima de energia necessária para manter os sistemas fisiológicos funcionando e que varia
de pessoa para pessoa, conforme peso, idade, sexo, quantidade de atividade física realizada, dentre
outros hábitos de vida. Apesar de ser extremamente importante, a eficiência do metabolismo é muito
baixa, com valor próximo de 20%. Como o consumo de energia química e, portanto, de ATP, é contínuo
no organismo, sua formação também é ininterrupta, gerando um fluxo metabólico.
Fermentação lática:
Em condições anaeróbicas, cada molécula do ácido pirúvico é convertida em ácido lático (dentro
do músculo), mantendo assim a produção de ATP via glicólise. Esse processo ocorre devido ao fato
da quantidade de oxigênio que as células musculares recebem para a respiração aeróbia é
insuficiente para a liberação da energia necessária para a atividade muscular intensa, assim, ao
mesmo tempo em que as células musculares continuam respirando, elas começam a fermentar
uma parte da glicose, na tentativa de liberar energia extra. E isso faz com que o ácido lático se
acumule dentro do músculo o que acarreta em dores e cãibras. Após isso, uma parte desse ácido
é conduzida pela corrente sanguínea ao fígado onde é convertido em ácido pirúvico.
Vale ressaltar que a conversão de lactato em glicose é realizada pelo Ciclo de Cori, nele o lactato é
conduzido através da corrente sanguínea, para o fígado, onde é reconvertido pela Lactato
desidrogenase a piruvato, e transformado em glicose pela gliconeogênese.
Fermentação alcóolica:
Em condições anaeróbicas, o piruvato deve ser convertido em um produto final reduzido para
reoxidar o NADH produzido pela reação de GAPDH. Dessa forma, em leveduras e em algumas
bactérias, o piruvato é descarboxilado para produzir CO2 e acetaldeído, o qual é reduzido a NADH
para produzir NAD+ e etanol.
Algumas enzimas atuantes na fermentação alcóolica são: Piruvato descarboxilase (usa o cofator
tiamina pirofosfato); Alcoól desidrogenas (usa os cofatores Zn2+ e nicotinamida adenina
dinucleotídeo); Piruvato oxidase, um exemplo de uma enzima que usa dois cofatores: flavina
adenina dinucleotídeo (FAD) e tiamina pirofosfato (TPP).
Fosfofructocinase:
A fosfofructocinase-1 tem sua atividade correlacionada com a atividade de toda a via glicolítica e é a
primeira reação exclusiva da glicólise. A PFK-1 catalisa a transferência irreversível, em condições
metabólicas normais, do grupo fosfato gama terminal do ATP para frutose 6-fosfato formando frutose
1,6-bisfosfato e ADP na presença do íon cofator Mg+2. Sua atividade é estimulada pelo ADP e quando há
excesso de ATP ela é inibida. Além do ATP, o citrato e o isocitrato, podem agir como moduladores
inibitórios da fosfofrutoquinase, atuando assim como efetores negativos. Por outro lado, o
AMP, ADP e frutose-6-fosfato estimulam a enzima, fazendo papel de efetores positivos. Quando a
relação ATP/ADP for alta a atividade da enzima fosfofrutoquinase é severamente inibida, no entanto
quando esta mesma relação é baixa a fosfofructoquinase tem sua atividade acelerada. Como em
condições aeróbicas a relação ATP/ADP é alta, a velocidade da reação da fosfofructoquinase
é reduzida e consequentemente a glicólise também é reduzida. Dependendo do nível de Acetil CoA, o
nível de intermediários do ciclo de Krebs pode aumentar. Logo, a inibição alostérica da
Fosfofructoquinase, principalmente pelo ATP, é o principal mecanismo regulador da glicólise.
Hexoquinase:
A reação de hexoquinase utiliza uma ligação do ATP de alto poder energético e forma um composto de
baixo poder energético, que é a glicose-6-fosfato. Por apresentar uma inibição pelo produto, a
hexoquinase para de funcionar logo que uma quantidade significativa de glicose-6-fosfato é
produzida e permanece inativa até que o nível dessa molécula reduz como resultado de seu uso por
outras reações. Dessa forma pode-se inferir que a hexoquinase é uma enzima reguladora, na qual a
glicose-6-fosfato é tanto o substrato como o regulador alostérico.
Piruvato quinase:
É também uma enzima alostérica. Em altas concentrações de ATP, a afinidade aparente da cinase do
piruvato pelo fosfoenolpiruvato é relativamente baixa e a velocidade da reação será igualmente baixa
em concentrações normais de fosfoenolpiruvato. A quinase do piruvato é inibida também por Acetil CoA
e por ácidos graxos de cadeia longa, ambos importantes combustíveis do Ciclo de Krebs. Assim, sempre
que a célula já dispõe de uma concentração de ATP alta, a glicólise é inibida pela ação da
fosfofructoquinase ou da piruvato cinase. Por outro lado, em baixas concentrações de ATP, a
afinidade aparente da piruvato quinase pelo fosfoenolpiruvato aumenta, este comportamento capacita a
enzima a transferir o grupo fosfato do fosfoenolpiruvato para o ADP.
AULA 3: – REGULAÇÃO DAS VIAS METABÓLICAS - GLICÓLISE E TCA
Por último, vamos tratar da regulação do ciclo ácido tricarboxílico (TCA). A entrada no ciclo do ácido
cítrico é controlada por meio da piruvato desidrogenase. Entretanto, há mais duas etapas (descritas
abaixo) no ciclo que estão sujeitas à regulação. São as etapas nas quais as moléculas de dióxido de
carbono são liberadas, e também aquelas nas quais as duas primeiras moléculas de NADH do ciclo são
produzidas. A primeira etapa é controlada pela isocitrato desidrogenase controla, transformando uma
molécula de seis carbonos em uma molécula de cinco carbonos.
Esta enzima é inibida por ATP e NADH, e é ativada por ADP. Já a α-cetoglutarato desidrogenase controla
a segunda dessas duas etapas, transformando o composto de cinco carbonos da primeira etapa em um
composto de quatro carbonos ligado à CoA (succinil-CoA). Esta enzima é inibida por ATP, NADH, e por
diversas outras moléculas, entre elas a própria succinil-CoA.
ANEXOS : ESQUEMAS E IMAGENS
Fermentação de piruvato para
Reação de gliconeogênese que contorna a reação
regeneração de NAD+
irreversível da glicose da fosfofructoquinase-1