Você está na página 1de 5

RESUMO BIOQUÍMICA III

Júlia M Margatho NUSP : 11217343 Bianca Torres Lamas NUSP : 11217242


Ana Christina Gomes NUSP : 11320561 Maria Antônia Kubo NUSP : 10292131

Assuntos : Aulas 1, 2 e 3 .

TÓPICOS:

AULA 1 : METABOLISMO:
ENERGIA, FLUXO E
REGULAÇÃO
AULA 2 : METABOLISMO
COMO FONTE DE
INTERMEDIÁRIOS - PIRUVATO
AULA 3 : REGULAÇÃO DAS
VIAS METABÓLICAS -
GLICÓLISE E TCA

FFCLRP- FACULDADE DE FILOSOFIA CIÊNCIAS


E LETRAS - DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
USP- RIBEIRÃO PRETO
AULA 1 : METABÓLISMO: ENERGIA, FLUXO E REGULAÇÃO

Energia:
Para que o organismo seja capaz de realizar todas as atividades pelas quais é responsável, ele gasta a
energia advinda do metabolismo, o qual consiste em reações bioquímicas que transformam nutrientes
em um produto.Como é essencial que o organismo realize certas funções, é necessária uma quantidade
específica de calorias diárias, para que o metabolismo as transforme em energia e, assim, funcione
normalmente. Em razão disso, foi criado o termo Taxa Metabólica Basal (TMB), que é justamente essa
quantidade mínima de energia necessária para manter os sistemas fisiológicos funcionando e que varia
de pessoa para pessoa, conforme peso, idade, sexo, quantidade de atividade física realizada, dentre
outros hábitos de vida. Apesar de ser extremamente importante, a eficiência do metabolismo é muito
baixa, com valor próximo de 20%. Como o consumo de energia química e, portanto, de ATP, é contínuo
no organismo, sua formação também é ininterrupta, gerando um fluxo metabólico.

Regulação e o fluxo metabólico:


O fluxo metabólico é a taxa de moléculas passando por uma via metabólica, citadas anteriormente,
sendo ele regulado através de enzimas.Dessa forma, essa regulamentação é vista em todas vias
metabólicas controlando as atividades dependendo das diferentes condições que se encontra a célula.
Assim, a regulação metabólica é a base do controle biológico de metabolismo, uma vez que permite as
células vivas dirigir estas vias. Essa modulação de enzimas regulatórias de processos metabólicos
chaves, de tal modo que se possa ativar ou inibir reações químicas específicas para cada situação
resultando em respostas biológicas adequadas. Para garantir a eficiência necessária, o organismo lança
mão de vários tipos de regulação enzimática que podem ocorrer simultaneamente. Existem dois tipos
principais de regulação enzimática: uma intracelular, comandada pela presença de moduladores
alostéricos enzimáticos positivos ou negativos, e uma que vem de fora da célula, sistêmica, e que é
fundamental para que hajam ações coordenadas entre os diversos órgãos e tecidos. Na regulagem por
ativação ou inibição o produto final da via metabólica age como um modulador das outras enzimas na
via, logo, há uma acumulação do produto resulta em uma aumenta ou diminuição de atividade das
enzimas na via.
Já na regulagem por indução ou repressão o substrato causa uma a mudança nos níveis de produção
das enzimas da via metabólica por modulação das taxas de transcrição.
Por último é valido ressaltar as vantagens da compartimentalização do controle das vias metabólicas,
isso porque se torna mais fácil concentrar as enzimas e substratos no mesmo local, além de organizar
e permitir o aumento da célula.
AULA 2: METABOLISMO COMO FONTE DE INTERMEDIÁRIOS - PIRUVATO
Como foi visto em bioquímica II, o piruvato possui três destinos: o primeiro seria a via aeróbica
completa, após descarboxilação oxidativa e formação de acetil-CoA para entrada em Krebs
(estudado anteriormente); o segundo e o terceiro serão detalhados mais adiante, sendo eles a
fermentação lática (músculo) e a fermentação alcoólica (leveduras ou bactérias), respectivamente.
A definição química de fermentação é uma reação onde o doador e aceptor de elétrons são
compostos orgânicos, como na fermentação lática demonstrada na reação abaixo:

Glicose + 2ADP + 2Pi 2 lactato + 2ATP + 2H2O

Na fermentação alcoólica, a reação é descrita a seguir:


Glicose + 2ADP + 2Pi 2 etanol + 2CO2 + 2ATP + 2H2O

Fermentação lática:

Em condições anaeróbicas, cada molécula do ácido pirúvico é convertida em ácido lático (dentro
do músculo), mantendo assim a produção de ATP via glicólise. Esse processo ocorre devido ao fato
da quantidade de oxigênio que as células musculares recebem para a respiração aeróbia é
insuficiente para a liberação da energia necessária para a atividade muscular intensa, assim, ao
mesmo tempo em que as células musculares continuam respirando, elas começam a fermentar
uma parte da glicose, na tentativa de liberar energia extra. E isso faz com que o ácido lático se
acumule dentro do músculo o que acarreta em dores e cãibras. Após isso, uma parte desse ácido
é conduzida pela corrente sanguínea ao fígado onde é convertido em ácido pirúvico.
Vale ressaltar que a conversão de lactato em glicose é realizada pelo Ciclo de Cori, nele o lactato é
conduzido através da corrente sanguínea, para o fígado, onde é reconvertido pela Lactato
desidrogenase a piruvato, e transformado em glicose pela gliconeogênese.

Fermentação alcóolica:

Em condições anaeróbicas, o piruvato deve ser convertido em um produto final reduzido para
reoxidar o NADH produzido pela reação de GAPDH. Dessa forma, em leveduras e em algumas
bactérias, o piruvato é descarboxilado para produzir CO2 e acetaldeído, o qual é reduzido a NADH
para produzir NAD+ e etanol.
Algumas enzimas atuantes na fermentação alcóolica são: Piruvato descarboxilase (usa o cofator
tiamina pirofosfato); Alcoól desidrogenas (usa os cofatores Zn2+ e nicotinamida adenina
dinucleotídeo); Piruvato oxidase, um exemplo de uma enzima que usa dois cofatores: flavina
adenina dinucleotídeo (FAD) e tiamina pirofosfato (TPP).

Outros mecanismos interessantes são a descarboxilação oxidativa do piruvato e a fermentação


propiônica. Na primeira, o lactato originado da fermentação láctica é convertido em acetato,
fornecendo um saldo de ATP; na segunda, de grande interesse da indústria de laticínios, tem-se a
conversão do piruvato em proprionato, composto que modifica o sabor de queijos.
AULA 3: – REGULAÇÃO DAS VIAS METABÓLICAS - GLICÓLISE E TCA
Como já visto, a glicólise é um processo espontâneo, que libera grande quantidade de energia. A sua
regulação é dada através das vias glicolíticas, essas por sua vez, são constituídas por reações acopladas
espontâneas (∆G negativo) e não espontâneas (∆G positivo).
Aprofundando mais o assunto, nos princípios da regulação das vias há duas maneiras de ocorrer essa
regulação: a primeira seria através da velocidade da reação controlada pela atividade catalítica da
enzima, sendo elas reações irreversíveis, isto é, com ∆G negativo; já a segunda é dada por meio da
velocidade da reação controlada pela concentração do substrato, essas no caso,
são reações reversíveis, com ∆G perto de 0. As reações irreversíveis ocorrem devido principalmente a
atuação de três enzimas: hexoquinase, fosfofrutctocinase e piruvato quinase.
Explicando as ações dessas:

Fosfofructocinase:
A fosfofructocinase-1 tem sua atividade correlacionada com a atividade de toda a via glicolítica e é a
primeira reação exclusiva da glicólise. A PFK-1 catalisa a transferência irreversível, em condições
metabólicas normais, do grupo fosfato gama terminal do ATP para frutose 6-fosfato formando frutose
1,6-bisfosfato e ADP na presença do íon cofator Mg+2. Sua atividade é estimulada pelo ADP e quando há
excesso de ATP ela é inibida. Além do ATP, o citrato e o isocitrato, podem agir como moduladores
inibitórios da fosfofrutoquinase, atuando assim como efetores negativos. Por outro lado, o
AMP, ADP e frutose-6-fosfato estimulam a enzima, fazendo papel de efetores positivos. Quando a
relação ATP/ADP for alta a atividade da enzima fosfofrutoquinase é severamente inibida, no entanto
quando esta mesma relação é baixa a fosfofructoquinase tem sua atividade acelerada. Como em
condições aeróbicas a relação ATP/ADP é alta, a velocidade da reação da fosfofructoquinase
é reduzida e consequentemente a glicólise também é reduzida. Dependendo do nível de Acetil CoA, o
nível de intermediários do ciclo de Krebs pode aumentar. Logo, a inibição alostérica da
Fosfofructoquinase, principalmente pelo ATP, é o principal mecanismo regulador da glicólise.

Hexoquinase:
A reação de hexoquinase utiliza uma ligação do ATP de alto poder energético e forma um composto de
baixo poder energético, que é a glicose-6-fosfato. Por apresentar uma inibição pelo produto, a
hexoquinase para de funcionar logo que uma quantidade significativa de glicose-6-fosfato é
produzida e permanece inativa até que o nível dessa molécula reduz como resultado de seu uso por
outras reações. Dessa forma pode-se inferir que a hexoquinase é uma enzima reguladora, na qual a
glicose-6-fosfato é tanto o substrato como o regulador alostérico.

Piruvato quinase:
É também uma enzima alostérica. Em altas concentrações de ATP, a afinidade aparente da cinase do
piruvato pelo fosfoenolpiruvato é relativamente baixa e a velocidade da reação será igualmente baixa
em concentrações normais de fosfoenolpiruvato. A quinase do piruvato é inibida também por Acetil CoA
e por ácidos graxos de cadeia longa, ambos importantes combustíveis do Ciclo de Krebs. Assim, sempre
que a célula já dispõe de uma concentração de ATP alta, a glicólise é inibida pela ação da
fosfofructoquinase ou da piruvato cinase. Por outro lado, em baixas concentrações de ATP, a
afinidade aparente da piruvato quinase pelo fosfoenolpiruvato aumenta, este comportamento capacita a
enzima a transferir o grupo fosfato do fosfoenolpiruvato para o ADP.
AULA 3: – REGULAÇÃO DAS VIAS METABÓLICAS - GLICÓLISE E TCA
Por último, vamos tratar da regulação do ciclo ácido tricarboxílico (TCA). A entrada no ciclo do ácido
cítrico é controlada por meio da piruvato desidrogenase. Entretanto, há mais duas etapas (descritas
abaixo) no ciclo que estão sujeitas à regulação. São as etapas nas quais as moléculas de dióxido de
carbono são liberadas, e também aquelas nas quais as duas primeiras moléculas de NADH do ciclo são
produzidas. A primeira etapa é controlada pela isocitrato desidrogenase controla, transformando uma
molécula de seis carbonos em uma molécula de cinco carbonos.
Esta enzima é inibida por ATP e NADH, e é ativada por ADP. Já a α-cetoglutarato desidrogenase controla
a segunda dessas duas etapas, transformando o composto de cinco carbonos da primeira etapa em um
composto de quatro carbonos ligado à CoA (succinil-CoA). Esta enzima é inibida por ATP, NADH, e por
diversas outras moléculas, entre elas a própria succinil-CoA.
ANEXOS : ESQUEMAS E IMAGENS
Fermentação de piruvato para
Reação de gliconeogênese que contorna a reação
regeneração de NAD+
irreversível da glicose da fosfofructoquinase-1

Regulação do fluxo metabólico que


Regulação do fluxo em vias de muitos passos inica-se no piruvato e atravessa o TCA

Lehninger- Princípios de Bioquímica .Vol 3 Capitulos 15 e 16

Você também pode gostar