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Sumário

Prefácio
Introdução
Capítulo I Parte 1 Tempo de Deus Como Construção de Um Ser.
Capítulo I Parte 2 Tempo de Deus Como Construção de Um Ser.
Capítulo I Parte 3 Tempo de Deus Como Construção de Um Ser.
Capítulo II Parte 1 Uma Leitura da Minha Vida
Capítulo II Parte 2 Um Mergulho na Minha Vida
Capítulo II Parte 3 Uma Feliz Experiência
Capítulo II Parte 4 Novas Vidas
Capítulo II Parte 5 Novas Relações
Capítulo II Parte 6 Novo Caminho
Capítulo II Parte 7 Novos Problemas
Capítulo II Parte 8 Um Enigmático Somatório
Capítulo II Parte 9 Novo Horizonte
1
Capítulo II Parte 10 Duas Almas
Capítulo II Parte 11 A Cobra
Capítulo II Parte 12 Um Show
Capítulo II Parte 13 Um “Bom Dia”
Capítulo II Parte 14 Um Convite
Capítulo II Parte 15 Uma Leitura
Capítulo II Parte 16 Um Quadro: Tristeza e Euforia
Capítulo II Parte 17 Uma Recordação Indelével
Capítulo II Parte 18 Um Tônico Insubstituível
Capítulo II Parte 19 Mulheres e Situações
Capítulo II Parte 20 Impotência/Covardia
Capítulo II Parte 21 Uma Mensagem
Capítulo II Parte 22 Uma Compreensão
Capítulo II Parte 23 Dualidade e Presenças Divinas
Capítulo II Parte 24 Um Filme e Uma Realidade
Capítulo II Parte 25 São Jorge (o santo) _ Jorge (o não santo)
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Capítulo II Parte 26 Três Testemunhos Altifalantes

Capítulo III Parte 1 Batalha Por Um Mundo Justo


Capítulo III Parte 2 Forças Espirituais
Capítulo III Parte 3 Do Espiritual à Realidade
Capítulo III Parte 4 Nossa Senhora no Brasil
Capítulo III Parte 5 Representações do Mundo
Capítulo III Parte 6 Minha Representação do Mundo
Capítulo III Parte 7 Professores Marcantes
Capítulo III Parte 8 Vários Escritos e Considerações
Capítulo III Parte 9 À Procura e Surpresas
Capítulo III Parte 10 Que Brilhe a Luz de Jesus Cristo
Capítulo III Parte 11 A Busca Pelo Equilíbrio Espiritual e Material

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Palavras Finais

Posfácio

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Prefácio
Aceitei com amor e gratidão prefaciar o livro A VIDA ENSINA.
A autora quis-me acompanhante em todas as fases da sua elabo-
ração. Capítulo por capítulo, apreciava a exposição. Pronunciava-me,
por escrito, sobre o seu conteúdo.
Esta amiga colaboração tem sido uma oportunidade para dialogar
e para uma respeitosa troca de perspectivas do assunto exposto.
O que qualifica o livro é a transparente partilha das profundas rea-
ções do EU da autora perante as situações, os acontecimentos da rea-
lidade que nos envolve; e da sua vida, marcada pelo sofrimento e por
incompreensões.
Partilha franca de uma vida dolorosa, vivida com lucidez.
Partilha dos recursos naturais e sobrenaturais para encontrar as
soluções para ultrapassar esses “momentos negros” da sua vida.
Partilha franca das alegrias e dos apoios no desempenho da sua
missão.
Partilha da incompreensão e frieza dos colaboradores na mesma
área de atividades, em momentos festivos.
Partilha da fraca ou não fraternidade de certos profissionais clíni-
cos que a acompanharam e trataram.

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Partilha da sua visão pessoal do contexto social, político e religio-
so.
Partilha da sua visão cristã da vida.
PARTILHA de que uma vida, para ser verdadeira vida humana,
não pode prescindir da presença e da ação do além.
Partilha da sua vida cristã concreta.
Partilha de que as situações e acontecimentos da vida nos mar-
cam indelevelmente.
Partilha de que o esquecer e o perdoar, não raro, ultrapassam co-
nhecimentos e simples recursos naturais.
Partilha de quanto o PAI NOSSO é Oração sábia e oportuna para
a nossa vida peregrina do dia-a-dia.
Partilha de alertas para desvios da vida cristã, da vida religiosa.
Partilha de apelos para a sabedoria, valores e serenidade da vida.
Partilha de mensagens do aquém e do além.
Partilha de amor, à espera da resposta.

Leitor e leitora, com os meus votos que descubra os valores que


nos proporcionam mesmo a mais prosaica, a mais simples e comum
vida humana, quando vivida em profundidade.

Leitor, leitora, boa e proveitosa leitura.


Ler... e ... aprender
Aprender... e... viver

Viamão, agosto, 2013.


Irmão Firmino José Schneider F.M.S.
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Irmãos Maristas das Escolas.

Introdução

“Referindo-se ao edifício cultual, esta igreja foi construída para vós, mas
vós é que sois à Igreja” - disse Santo Agostinho.
Sinto que nada sou sem você. Nem sei se saberei um dia. Mas lanço-me
neste grito surdo; talvez não tão surdo assim, se encontrar o eco do meu
pensar, do meu sentir, do meu agir; saberei então que nada foi em vão.
Adelaide

Esta obra é um presente para minha Mãe amada, Nossa Senhora;


intercedeu por mim na caminhada da vida. Estou inteira, aqui estou. Por
estar inteira eu preciso valer para você, isto é, fazer dar sentido a minha
vida; partilhar com você, deixar registrado através deste livro, meu tes-
temunho. A Leitura da Vida me fez vontade de uma dialética. Mesmo
sendo uma dialética parcial ou unilateral. Como filósofa religiosa, me
sinto incumbida de fazer meu melhor, fazer minha parte. Como filósofa
religiosa, tive a observação da Vida e me senti chamada a deixar o eco
da minha voz através deste para uma dialética. Preciso de você, mes-
mo entendendo que a resposta da dialética da qual preciso somente o
Tempo dará.
Somente consegui escrever este livro porque encontrei respaldo
espiritual em minha amada Mãe, Nossa Senhora de Fátima, através do
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surgimento marcante em minha caminhada existencial da Obra Aos Sa-
cerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora, que também chamo Livro
Azul. No decorrer do livro A Vida Ensina Em Busca do Equilíbrio, você
ficará conhecendo meus pensamentos, tudo no qual acredito: na verda-
de, na existência da mentira, na justiça, no amor, fé, esperança e mise-
ricórdia. Tenho muito a dizer, a trazer uma realidade considerada pouco
falada, testemunhada, comentada e o faço com muita coragem. Esta
coragem vem do grande amor sentido por mim, pela Nossa Senhora,
Maria, Mãe de Jesus; através da leitura das Suas mensagens, encontrei
consonância na minha própria vida.
Passava por muitos sofrimentos; intensos sofrimentos existenciais
desde pequena. Outras pessoas faziam parte do meu contexto histórico
no meu sofrimento. A luz da leitura do Livro de Nossa Senhora de Fáti-
ma, com Suas Mensagens, através de Locuções interiores ao padre
italiano Stefano Gobbi, fizeram-me acordar para uma realidade da qual
não sabia ser tão séria e real. De posse do Conhecimento do conteúdo
do Livro, pude perceber que vivia rodeada pelo Mal e tinha uma batalha
espiritual a transpor.
Isso se confirma quando Nossa Senhora nos diz, através da Men-
sagem; deixo para você, parcial, em Cenáculo espiritual realizado em
Fátima, 13 de outubro de 1985. Aniversário da última aparição. Livro,
Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora.

“Esta é uma grande batalha em que se combate sobretudo a nível


espiritual”. Página, 490.

A luta é pelo Mal em si. A luta é contra o Mal de fato! A luta é espi-
ritual. A batalha é ir além do que se vê como a pessoa agindo de forma
má. Ir além. Não é a pessoa, mas aquilo do qual a pessoa faz, ela pro-
cura a nível espiritual maléfico. Faz com que a Humanidade caminhe
em direções antagônicas, contrárias ao desejo do Deus Amoroso e Mi-
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sericordioso. A luta é contra o Mal. Constata-se este Mal quando se co-
nhece a palavra de Deus e principalmente no Livro que se apresentou
para mim no decorrer da vida, pela minha experiência de um submundo
espiritual maléfico e a partir daí, procurar as defesas certas, as defesas
através da Verdade.
A luta não é contra pessoa alguma, não é para fazer sentir ofendi-
do alguém ou pensar num poder de julgar, pois o julgamento é com
Deus; a luta é pelo Mal do qual fala Deus na Bíblia, Sua Palavra para
nós nesta face da Terra; a Bíblia está no mundo para nos orientar. Mais
do que nunca precisamos dela nesse Tempo. Tempo de muitos lixos
espalhados e temos que optar entre o trigo ou o joio e nos defendermos
em oração.
Quão grande é a minha responsabilidade de escrever este meu li-
vro, meu querido leitor. Eu sei disso. Não tenho como narrar aqui, em
pouquíssimo espaço, toda a Obra grandiosa de nossa Mãe amada. De-
sejo, por isso, pedir perdão e desculpas pela minha limitação, mas você
pode saber, entretanto, eu procurei fazer a minha parte. Procurei fazer
o meu melhor; o meu melhor no amor, na fé, na esperança, na credibili-
dade; na dedicação, no empenho, ou seja, no esforço de passar a reali-
dade desta Verdadeira Tela que é a Vida. O meu melhor será o convite
para você, querido, possuir o Livro de Nossa Senhora de Fátima, a Sua
própria Obra.
Com Seu amor de Mãe da Humanidade, a Rainha da Paz, deseja
a todos seja dado o tempo de conversão e se refugie em Seu Coração
Imaculado e nos consagremos a Ela através da oração de consagração
deixada em Seu Livro e deixada no posfácio para você.
Numa de Suas Mensagens, Nossa Senhora nos diz:

“Recordai-vos, hoje, da minha primeira aparição na pobre Cova da


Iria, em Fátima. Desci do Céu como vossa Mãe e Rainha. Manifestei-

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me a vós, no esplendor de minha luz imaculada. Apareci como Mulher
vestida de sol, que tem a missão de formar a sua falange para os mo-
mentos decisivos da batalha. Estes são os tempos da minha grande
Luz. Estes são os tempos da oração e da penitência. Ainda hoje, con-
vido-vos a orar e especialmente pela conversão dos pobres pecadores,
dos ateus e dos afastados. Recitai sempre o Rosário. Oferecei orações
e sacrifícios para a salvação das almas, porque ainda hoje vos repito
que muitas vão para o inferno, porque não existe quem reze e se sacri-
fique por elas. Estes são os tempos da conversão e do retorno ao Se-
nhor. Então, muitos de vossos irmãos seguir-vos-ão pelo caminho do
bem, do amor e da santidade. Obtenho-vos a graça do arrependimento,
para que possais viver longe do pecado, do mal e do egoísmo. Que a
cada dia se torne maior o número dos meus fiéis que renunciam ao pe-
cado para caminhar na estrada da graça de Deus. Que a Lei do Senhor
seja sempre mais observada e praticada. Então, muitos de vossos ir-
mãos seguir-vos-ão pelo caminho do retorno ao Senhor e da salvação.
Estes são os tempos da minha paz. Aos filhos que me escutam e se
consagram ao meu Coração Imaculado, Eu ofereço o dom da minha
Paz. Conduzo-vos a viver na paz do coração e da alma. Faço-vos per-
manecer na serenidade, mesmo em meio a grandes perturbações. Pá-
gina 639. Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora. Cenácu-
lo espiritual realizado em Marienfried (Alemanha), 13 de maio de 1988.
Aniversário da 1ª Aparição de Fátima.” A mensagem não foi copiada na
íntegra.

Continua Nossa Senhora, na mesma Mensagem, a nos dizer:

“Marco-vos com meu selo, para que possais difundir por toda parte
a luz da fé, da santidade e do amor, nestes dias de densa escuridão.
Estes são os tempos da grande misericórdia. O Coração de Jesus está
para derramar as torrentes do seu Amor divino e misericordioso. É
chegada para o mundo a hora da grande misericórdia. Esta descerá
como orvalho sobre cada ferida; abrirá os corações mais duros; purifi-
cará as almas imersas no pecado; conduzirá os pecadores à conversão
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e concederá a todos a graça de uma completa renovação.” Página 640.
Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora. A mensagem não
foi copiada na íntegra.
“Os encontros de padre Gobbi com o Papa João Paulo II ocorre-
ram respectivamente nos seguintes anos: 1988, 1989,1993, 1994,
1995” – consta no Livro. Padre Stefano Gobbi concelebrava na capela
particular do papa João Paulo II. Quando padre Gobbi, a 19 de dezem-
bro de 1994, completava o trigésimo aniversário da sua ordenação sa-
cerdotal, na cidade do Vaticano, concelebrava com o Santo Padre na
sua capela particular.

O Livro possui uma breve introdução de padre Gobbi, seguida de


outra do Cardeal Ignace Moussa I Daoud, patriarca emérito de Antio-
quia dos Sírios, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais.
Respectivamente páginas V, VI, IX.
Qual o motivo pelo qual tudo começou, isto é, para o surgimento
da Obra de Nossa Senhora de Fátima?

“O padre Stefano Gobbi, a 08 de maio de 1972, participa de uma


peregrinação a Fátima e, na Capelinha das Aparições, põe-se a rezar
por alguns Sacerdotes, que, além de traírem a própria vocação, tentam
formar associações rebeldes à autoridade da Igreja. Interiormente uma
força o impele a confiar em Maria. Servindo-se dele como de um humil-
de e pobre instrumento. Nossa Senhora acolherá todos os Sacerdotes
que aceitarem o convite para se consagrarem ao seu Imaculado Cora-
ção, para permanecerem fortemente ligados ao Papa e à Igreja a ele
unida e conduzirem os fiéis ao seguro refúgio de seu Coração Mater-
no”. Página XV. Livro Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Se-
nhora.

Em particular foi escolhido Pe. Stefano Gobbi. Por quê? Na página


6 da Sua Obra, do Seu Livro, encontramos esta explicação, que não
está na íntegra, dada por Nossa Senhora. Cenáculo espiritual realizado
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em 16 de julho de 1973. Festa de Nossa Senhora do Carmo:

“Escolhi-te por seres o instrumento menos apto. Assim, ninguém


dirá que esta Obra é tua. O Movimento Sacerdotal Mariano há-de ser
Obra somente minha. Através da tua fraqueza manifestarei a minha
força; através do seu nada, manifestarei o meu poder. Eu mesma serei
a Comandante deste exército, que estou agora a formar no silêncio e
no recolhimento como, durante nove meses, no meu seio se formou
Jesus e como O ajudei a desenvolver-se dia-a-dia durante tantos
anos”.
“Ele acontece já em toda parte e tu, meu pequeno menino, és o
instrumento escolhido por Mim para uma tão grande missão”. Página
1015. Manaus, Amazônia, Brasil, 17 de setembro de 1995.
“Com o MSM, Nossa Senhora quer oferecer à Igreja um valioso
auxílio para superar a dolorosa crise da purificação em que está viven-
do nestes tempos. Por causa da crise, vê-se que Ordens e Congrega-
ções religiosas, florescentes outrora, atravessam agora momentos de
particular dificuldade. Com Sua Obra, Nossa Senhora deseja ajudar a
todos a superarem, com Ela, os atuais momentos de sofrimentos e, por
isso, convidam em primeiro lugar, os Sacerdotes e, depois, os Religio-
sos e fiéis a consagrarem-se ao Seu Coração Imaculado, e à maior fi-
delidade ao Papa e à Igreja”. Páginas XXXIII e XXXIV. Aos Sacerdotes,
filhos prediletos de Nossa Senhora.
“Também o livro é só um meio para a difusão do meu Movimento.
Um meio importante, que escolhi por ser pequeno. Ele servirá para dar
a conhecer a muitos esta minha Obra de amor entre os meus Sacerdo-
tes”. (24 de junho de 74). Página XXXVIII. Aos Sacerdotes, filhos predi-
letos de Nossa Senhora.
“Em 1974, iniciaram-se os primeiros Cenáculos de oração e frater-
nidade entre os Sacerdotes e fiéis; progressivamente, difundiram-se na
Europa e em todas as partes do mundo. Até o final de 1996, Pe. Stefa-
no Gobbi visitou várias vezes os cinco continentes, para presidir os Ce-
náculos regionais, fazendo cerca de 900 voos de avião além de nume-
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rosas viagens de carro e trem. Fez 2400 Cenáculos, dos quais: 1090,
na Europa; 917, na América; 146, na Ásia; e 142, na Oceania. Isto
constitui uma prova da admirável difusão do Movimento por toda parte,
nesses anos”. Página XVI, do Livro, Aos Sacerdotes, filhos prediletos
de Nossa Senhora.

Nossa Senhora fez quatro promessas às famílias que fizerem o


cenáculo:

Abençoará o casal e cimentará o seu amor mútuo, defendendo-os con-


tra as chagas do divórcio, da separação e da infidelidade.
Salvação das almas dos filhos, defendendo-os de todos os perigos de
se perderem.
Cuidará de todas as suas necessidades materiais e espirituais, pois
Nossa Senhora é nossa Mãe, pensa em tudo.
Durante o período do castigo promete proteger a família com Seu man-
to, contra todos os males.

Considero importante esse meu trabalho, pois a todos cabe o di-


reito de possuir esse Conhecimento e somando-se ao meu sentir, ao
meu vivenciar o espiritual maléfico e o espiritual divino. O Mal e o Bem,
a nível espiritual, são os mesmos em qualquer lugar do mundo. O Pai
da Mentira, satanás e seus sequazes, a nível espiritual é um só, atuan-
do em qualquer lugar do mundo. Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo é
um só em todo o mundo. Nossa Senhora é uma só, no que tange ao
Seu espiritual e amor, em todo o mundo. Seu coração é somente um e
também seu amor. Nossa Senhora poderá se apresentar de uma ma-
neira a cada pessoa, de acordo com a região, com o país, com as ne-
cessidades de um povo, de uma pessoa necessitada, mas Maria, a mãe
de Jesus Cristo, é uma só.
Tive o privilégio de estar presente em alguns destes encontros do

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Movimento Sacerdotal Mariano em Porto Alegre e Guaíba, nos quais o
padre Stefano Gobbi aqui esteve. Nestes movimentos, me fortalecia e
não me sentia só, pois ficávamos em um número grande de pessoas e
em frente à imagem de Nossa Senhora Rainha da Paz, rezávamos o
terço, cantávamos, havia missa com Eucaristia e fazíamos nossa Con-
sagração a Nossa Senhora, a Rainha da Paz. Os Livros ficavam expos-
tos para a venda. O Livro era vendido à parte do Movimento Sacerdotal
Mariano.
O padre Gobbi, sempre que vinha para realizar o Movimento Sa-
cerdotal Mariano, trazia uma pessoa para ser intérprete, por ser italiano.
O livro que eu possuo em mãos atualmente (já tive outros) é da vigési-
ma terceira edição, e nele consta: “tradução da vigésima quinta edição
Italiana 2004 - edição típica “Ai Sacerdoti figli prediletti dela Madonna”.
Nas páginas LXV e LXVI do “Livro de Nossa Senhora aos Seus fi-
lhos prediletos, os Sacerdotes”, encontramos a explicação sobre a au-
tenticidade, pela Igreja, descrito nos manuais de teologia espiritual, so-
bre o fenômeno místico de Locução interior: meio de comunicação de
Nossa Senhora com padre Stefano Gobbi; e assim se sucederam as
demais mensagens realizadas em cenáculos espirituais.
Locução interior “não é um fato estranho, nem sensacional, mas é
um fenômeno místico presente na vida da Igreja e descrito nos manuais
de teologia espiritual. Quando se trata de um fenômeno autêntico, a
‘locução interior’ é o dom de tudo o que Deus quer fazer conhecer e
ajudar a cumprir, revestindo-o de pensamentos e palavras humanas,
conforme o estilo e linguagem de quem recebe a mensagem. A pessoa
se torna instrumento de comunicação, embora conservando intacta a
própria liberdade, que se manifesta num ato de adesão à ação do Espí-
rito Santo. Enquanto acolhe a palavra do Senhor, seu intelecto perma-
nece como que inativo. Não vai à procura dos pensamentos nem da
maneira como expressá-los, como acontece, por exemplo, a quem pre-
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para um discurso importante ou escreve uma carta. São palavras cla-
ríssimas, percebidas pela pessoa que as recebe como se nascessem
do coração, as quais, unidas entre si, formam uma mensagem”.
Das páginas XLIX e L, retiro algumas explicações sobre o fenô-
meno de Locução interior:

“No fenômeno das locuções interiores apresentado no livro, o Pe.


Stefano, em atitude de extrema normalidade, sem entrar em transe
nem cair em êxtase, escreve, em seguida, sem cansaço mental, sem
pensar duas vezes e sem fazer correções, tudo o que sente interior-
mente e se expressa sem prestar atenção, de acordo com a pobreza e
a riqueza do próprio estilo e caráter, ainda quando se trata de evidenci-
ar verdades que anteriormente não conhecia ou não consideradas an-
teriormente por ele como tais”.
“Para julgar-lhes a validade, ateve-se aos critérios clássicos e tra-
dicionais:
• correspondência com a Verdade revelada;
• atitude constante de humildade e obediência;
• alguns sinais pedidos humildemente a Deus;
• disponibilidade serena do indivíduo e paz que precede e continua
após a comunicação divina”.

“Para distinguir as locuções autênticas das espúrias, que são fruto


de engano deliberado ou de mórbida autossugestão, ou até mesmo de
interferência do Demônio, há normas muito precisas”. Página XLVI. Aos
Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora.

Do Livro das Mensagens de Nossa Senhora de Fátima, retiro có-


pias relevantes de alguns trechos e a íntegra de algumas mensagens;
espero sirvam a você, para levar em conta o quanto se faz importante
ter o Livro da Mãe Santíssima e, dessa forma, conhecer, mesmo um
pouco das Suas Mensagens, o que Ela vem nos alertando. Nossa Se-

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nhora avisa sobre como anda a Igreja Católica e a Humanidade e como
devemos proceder. Nossa Senhora de Fátima fez a Sua Obra para reu-
nir os Seus bons filhos prediletos, os Sacerdotes, ao Seu Imaculado
Coração de Maria, ou seja, o convite foi realizado para todos os Sacer-
dotes, através dos Cenáculos espirituais, através do Movimento Sacer-
dotal Mariano; entretanto, nem todos os sacerdotes participaram dos
cenáculos espirituais. Nem todos se consagraram ao Seu Imaculado
Coração. Nossa Senhora pede aos Seus filhos prediletos para serem
exemplos aos demais na Sua Igreja e para perseverarem com Ela na
batalha. A Mãe os chama para um bom caminho, um bom proceder,
porque há dentro da Igreja Católica, sacerdotes que tramam para a
construção de uma falsa Igreja e um falso Cristo. Veremos no decorrer
deste, através das colocações de Nossa Senhora em Suas Mensagens.
Ela, num Tempo concedido por Deus, levou vinte e cinco anos para rea-
lizar a Sua Obra. A minha vontade seria de colocar aqui, neste, todas
as Mensagens de Maria, Nossa Senhora, se eu pudesse. Mas a mim
compete fazer a minha parte. Deixo uma gotinha, apenas, de um ocea-
no.
Nesta colocação de Nossa Senhora, ainda nos primeiros cenácu-
los espirituais, do ano de 1975, Ela diz assim:

“O vosso sim, Sacerdotes consagrados ao meu Coração! Só isto


esperava para começar a agir. Agora, convosco, começarei a minha
Obra. Em primeiro lugar, este meu Movimento espalhar-se-á por toda a
parte, reunirá os meus Sacerdotes prediletos, os quais, levados pela for-
ça irresistível do Espírito Santo, hão-de corresponder e reunir–se no
exército dos meus Sacerdotes chamados a ser fiéis apenas ao evange-
lho e à Igreja. Vós sereis os meus Sacerdotes fiéis quando chegar o
momento da terrível confrontação com os Sacerdotes propagadores do
erro, que se levantarão contra o Papa e contra a minha Igreja, arrastan-
do para a perdição número imenso de meus pobres filhos. Nas trevas

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que o espírito do mal há-de espalhar por toda a parte, sereis fiéis no
meio das muitas ideias errôneas, que, disseminadas pelo espírito de so-
berba, se hão-de afirmar em todo o mundo e que serão seguidas por
quase todos, no momento em que na Igreja tudo será posto em discus-
são e o próprio Evangelho do meu Filho será tido como lenda, vós, Sa-
cerdotes a Mim consagrados, sereis os meus filhos fiéis. Fiéis à Igreja, a
força da vossa fidelidade provirá unicamente de vos terdes habituado a
confiar em Mim, de vos terdes tornado dóceis e obedientes à minha voz.
Escutareis apenas a minha voz, meus filhos, e não a voz deste ou da-
quele teólogo, não a doutrina deste ou daquele, ainda que tenha alcan-
çado vastas adesões”. Páginas, 72 e 73. (4 de janeiro de 1975) Primeiro
sábado do ano. Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora.
(Cópia parcial).

Por favor, meu querido leitor, não fique conjecturando sobre as da-
tas. Não fique considerando que: “ah, mas essas mensagens são tão
ultrapassadas, antigas; imaginam, elas são de 1975 e nada aconteceu”.
Nossa Senhora, através das Mensagens deixadas, explica essa ques-
tão no decorrer do seu Livro. Tudo depende do nosso sim. Depende
das nossas orações. No desenvolvimento desta obra, retiro algumas
Mensagens da Obra de Nossa Senhora para você poder compreender
sobre o tempo de Deus; este se difere do nosso tempo contado pelo
relógio; um tempo cronológico. Acredito poder chamar esse tempo de
Deus de um tempo ontológico. Ou seja, posso afirmar que o Tempo
chegou. Posso afirmar que a Boa Mãe, muito preocupada, faz muito
Tempo, vem preparando o Tempo da Misericórdia. A própria Mãe nos
diz, “a taça divina está transbordante”. É Ela, é Maria, a mãe de Jesus
intercedendo por nós, perante Deus.
Continua a Mãe:

“O meu Coração é um Coração Imaculado, isto é, um coração de


Mãe que nunca foi escurecido pela mínima sombra de pecado, límpido

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como a fonte, resplandecente como a luz. Mas agora está como que
submergido pela lama que penetrou no coração e na alma de tantos fi-
lhos meus. Verdadeiramente, o demônio da corrupção, o espírito de lu-
xúria seduziu, sem exceção, todas as nações da terra. A lama esten-
deu-se, por toda a parte, como véu de morte caindo sobre almas, até
mesmo sobre as que apenas se estão abrindo à primavera da vida. Os
Sacerdotes do meu Movimento devem restaurar nas almas a pureza e
hão-de combater firmemente contra o demônio da luxúria em todas as
suas manifestações. Hão de combater contra a moda, cada vez mais
despudorada, contra a imprensa que propaga o mal, contra os espetá-
culos que são a ruína da moralidade e contra a mentalidade corrente
que tudo legitima e justifica, contra a moral que tudo permite. Os meus
Sacerdotes, deverão, sobretudo, ser puros, muito puros! Eu mesma os
cobrirei com o meu manto imaculado e fá-los-ei homens novos, Sacer-
dotes íntegros e imaculados. Aos que caíram, restituirei à pureza, con-
duzi-los-ei a uma segunda inocência, feita de dor e amor. Desejo que o
Movimento Sacerdotal Mariano difunda pelo mundo aromas de pureza,
porque só através desta emanação celestial, meu Filho Jesus voltará a
ser Rei das almas e dos corações. Compreendeis, Sacerdotes meus, o
que significa a Mim estar consagrado? Significa viver para Mim, sentir
comigo, amar e sofrer comigo, na expectativa dos graves momentos
que vos esperam”. Páginas 21 e 22. (16 de outubro de 1973). Dar-lhes-
ei uma nova pureza. Livro, Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa
Senhora.

E a Mãe Santíssima continua:

“Resta ainda pouco de tempo favorável concedido à humanidade


para a conversão. Olhai para a vossa Mãe do Céu, que nasce “res-
plandecente como o sol”. O que é que ofusca a beleza e o esplendor
da Igreja? É a fumaça dos erros que satanás conseguiu fazer penetrar
na Igreja; tais erros se difundem sempre mais e levam muitíssimas al-
mas à perda da fé”. Página 488. Cenáculo espiritual realizado em Ful-
da, Alemanha, 8 de setembro de 1985. Festa do nascimento da beata
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Virgem Maria.
“Há seu tempo o Movimento sairá a campo descoberto para com-
bater o bando contrário, o exército que o demônio, meu eterno inimigo,
está a preparar com sacerdotes seus. Aproximam-se as horas decisi-
vas. Por hora, deixai-vos formar por Mim; deixai-vos guiar por Mim”.
Página 7. (16 de julho de 1973) Festa de Nossa Senhora do Carmo.
Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora. (Cópia parcial).
“Dia virá em que o meu adversário julgará ter obtido completa vitó-
ria sobre o mundo, sobre a Igreja e sobre as almas. Será somente en-
tão que Eu intervirei — terrível e vitoriosa — para tornar sua derrota
tanto maior quanto mais convencido estava de ter vencido para sem-
pre. Tudo o que se está a preparar é tão grande, que nunca assim foi
desde a criação do mundo: por isso já está tudo predito na Bíblia. Já foi
anunciada a terrível luta entre Mim — “a Mulher vestida de sol” — e o
dragão vermelho, satanás, que conseguiu seduzir a muitos também
com o erro do ateísmo marxista. Já foi anunciada a luta entre os Anjos
e os meus filhos contra os sequazes do dragão guiados pelos anjos re-
beldes. Sobretudo, já foi claramente anunciada a minha completa vitó-
ria”. Páginas 95 e 96. (18 de outubro de 1975) Festa de São Lucas
Evangelista. Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora.

Para mim, considero os bons sacerdotes, como um para raio do


mundo, assim como bispos, cardeais e o próprio Papa. Nossa Senhora
os tem, sim, como Seus filhos prediletos porque representam o próprio
Cristo aqui na Terra; por isso mesmo a nossa atenção como fiéis Cató-
licos, os fiéis que aderiram ao Movimento Sacerdotal Mariano, os cris-
tãos em geral e a atenção dos bons Sacerdotes integrados ao Movi-
mento Sacerdotal Mariano.
O Papa Bento XVI, no seu livro Luz do Mundo, página 23 — retiro
apenas um trechinho — diz assim:

“No anúncio da fé e na administração dos sacramentos, todo sa-

19
cerdote fala e age sob o mandato de Jesus Cristo, por Jesus Cristo.
Cristo confiou sua Palavra à Igreja”.

Acredito na existência do Mal justamente como Nossa Senhora


nos deixa em Seu Livro manifestado; acredito nos Seus filhos predile-
tos, os Sacerdotes, susceptíveis a esse Mal. São uma espécie de para-
raios da Humanidade e o Mal está espalhado nesta Humanidade sofrida
e enferma; o Mal está em qualquer pessoa fazendo parte desta Huma-
nidade. Entre elas, estão também, a pessoa de um religioso (a), sacer-
dote, um bispo, um cardeal ou um papa.
Devemos, como nunca, ficar atentos e saber quem dirige nossas
vidas ou quem são as pessoas que fazem parte de nossas vidas. Como
é, o que fazem quem são elas. Mais do que nunca devemos ficar aten-
tos àqueles que estão dirigindo nossas vidas; tanto no campo político
quanto no campo espiritual. Veremos qual a forte questão norteando
tantas dificuldades na vida dos seres humanos aqui nesta face da Ter-
ra.
Quão grande é a minha responsabilidade, mas sei eu faço a minha
parte. Como sei, também, sou humana.
Não conheço você; não o conheço, meu querido, mas, por ser eu
mãe e avó, desejo que este livro chegue até você através da vida e nas
asas do amor. Um livro nascido da vontade de uma alma em poder aju-
dar. Vontade em deixar esperança às crianças, aos adolescentes de
amanhã, aos amados velhinhos, ao amor deixado para você, e que se
estenda aos animaizinhos para não morrerem os jardins e as borbole-
tas!
Sinto muito pelas crianças, pelos nossos velhinhos desvaloriza-
dos, pelos adolescentes do nosso amanhã, em uma preocupação: o
desejo de um mundo bem mais humano, justo, transparente, puro. Sinto
e sei que a ausência de Deus na Educação, na Moral está matando aos

20
poucos a humanidade. Acredito ser esta a razão do mundo estar como
está: tecnicista, materialista, superficial; um mundo se achando inteli-
gente com seu uso da razão mais do que o coração. Um mundo materi-
alista no qual por pouco pessoas não passam a virar cédulas, papéis
secos; se deixam viver plenamente pela conversa do mundo dos negó-
cios, vinte e quatro horas do dia. O pensamento de muitos gira em torno
do dinheiro e pelo dinheiro passam a fazer de tudo; inclusive vender a
própria alma ao diabo. E, o pior, são esses, em grande parte a viver no
topo do mundo, dirigindo nossas vidas. Essas são, em grande parte, as
cabeças dirigentes do mundo. Sendo assim, onde fica o olhar diligente,
compassivo, ciente das necessidades humanas necessárias para um
bem viver e com humanidade? O olhar ao homem simples, comum e a
quem Deus fez à Sua Imagem e Semelhança? Onde está Deus nestes
homens?
Quando falo Deus, não são deuses! Falo de Deus Único Amoroso.
O nosso Deus amado, forte, todo poderoso! O Deus da oração do Cre-
do. Volto a dizer: consideram-se vivendo num mundo inteligente, mas o
mundo está mais embrutecido pela falta de Deus; com muitas pessoas
mostrando traços dos homens das cavernas, da Idade da Pedra; po-
rém, Deus, ao verificar isso acontecendo, em algumas searas da vida,
outros homens nascem e fazem a paisagem mudar para o humanismo.
Uma nova paisagem pode surgir se dermos nosso sim a Deus. Uma luz
surgirá no final do grande horizonte.
Este é um livro de uma pessoa que, para conseguir continuar vi-
vendo, teve de buscar poesia na vida. Um livro de uma filósofa que
possui um sonho, de que o mundo possa mudar, possa se humanizar
muito; um mundo onde as pessoas ainda sintam o desejo de lutar por
uma transformação interior; um mundo onde haja mais pureza. Par isso
ocorrer há uma necessidade urgente na busca de Deus e na escuta e
prática das palavras de Nossa Senhora. Um livro deixado nas Mãos do
21
Pai Amoroso e mais ainda, de minha amada Mãe, Coração Imaculado
de Maria. Vai ficar no mundo para o mundo e seja feita a Vontade de
Deus “assim na Terra como no Céu”. Este meu livro deseja estender os
braços do amor de Nossa Senhora e de uma mãe e avó para as demais
mães e avós que ainda possam sentir o amor de Maria. Que essas
mães e avós prezem pela Vida através da força do amor de Maria e da
força do amor que brota dos seus próprios interiores. O amor deseja a
Luz, deseja a conservação da espécie, deseja a dignidade, luta pela
Justiça. Está ao lado da Bondade! O amor deseja a humildade no saber
errar, pois o erro faz parte do ter humanidade. O amor sabe perdoar! O
amor possui o Tempo! Um Tempo feito de tempos de espera; um tempo
menor, cronológico-humano, onde “a cada dia basta o seu cuidado”! É
feito de paciência! Um livro franco, sincero; não tem a pretensão de fa-
lar somente o bonito, o que lhe vai agradar, mas primeiramente deixar
as verdades faladas por Nossa Senhora e sobre as quais assino junto
através deste livro; foi o modo encontrado para fazer alguma coisa co-
mo Igreja e na qual luto por ela para ser mais santa e menos pecadora.
Um livro, sobretudo, alicerçado na Palavra de Deus! Um livro, com cer-
teza, vai dar sete por sete (você não entenderá ainda neste momento
inicial o significado: é uma teoria e tese de vida: a minha! São outros
escritos já deixados por aí...). Um livro de alguém simples; vivi um mun-
do com mistérios, meus mistérios interiores e exteriores. A alma huma-
na é um mistério e é sagrada; isto é assim considerado por mim. Um
livro nascido para você; esperei a venda de um apartamento, herança
do meu pai, e, assim, poder voar até você. Um dinheiro que, para mim,
será bem aplicado! Não se preocupe; as razões da venda não estão
somente aqui, mas a intenção primordial nestes últimos Tempos, sim.
Repetindo: deixo meu pedido particular à aquisição do Livro de
Nossa Senhora, para que, com Ela, você possa constatar e ponderar
acerca do sentido da Vida, a fim de resistir a um tempo futuro. Nossa
22
Senhora fala no tempo da purificação e tribulação. Nossa Senhora fala
na preparação da Humanidade para a segunda vinda de seu filho Jesus
Cristo e nossa preparação para o segundo advento. Fala muito mais...
Minhas observações como filósofa religiosa fizeram sentido para
mim. Por isso, lanço esse olhar de um assunto considerado linguagem
universal; um assunto espiritual envolvendo a todos. Quero quase ter-
minar esta introdução deixando dito que para a realização deste, na
caminhada com a Igreja Católica, não poderia deixar de recorrer a al-
guém que lesse com olhos espirituais meus escritos. Assim, meu amigo
e Irmão Marista, meu irmão em Cristo, quem prefaciou este, foi meu
acompanhante em todas as fases de minha elaboração, se pronuncian-
do por escrito onde guardo com todo amor, como aprovação desta
obra.
Esta é uma obra pessoal, luta por uma causa própria, por encon-
trar a força na Eucaristia e ter percebido a Misericórdia de Deus e de
minha Mãe, enviando pessoas no Tempo de Deus para me tirarem do
sofrimento; assim percebi e senti na minha alma o que é Redenção.
Nossa Senhora de Fátima não combateria com o Mal fazendo o
mesmo papel espiritual do Mal, pois, como Mãe, é extremamente amo-
rosa. Sabe reconhecer os pecados, não admite a Igreja Católica esteja
como está, pelas traições de Sacerdotes fazendo parte da maçonaria,
mas espera destes mesmos sacerdotes, a sua conversão.

“Os sacerdotes enfraquecem-se, muitos são maus e infiéis e dissi-


pam os tesouros da Santa Igreja de Deus”.
“A hora do castigo já chegou”.
“Agora, mais do que nunca, tendes necessidade de confiar-vos a
Mim, vossa Mãe Celeste, porque tenho a missão do senhor de conduzir-
vos todos pela estrada do bem, da salvação e da paz”. Página 662, Aos
Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora, em retiro espiritual em

23
Rubbio (Itália), 8 de dezembro de 1988. Festa da Imaculada Conceição.

Nossa Senhora deseja a conversão das pessoas que estão se en-


tregando ao Mal e estejam neste tempo, afastadas de Deus. A conver-
são deve ser livre, deve vir da alma possuidora da vontade em mudar,
em ser nova pessoa. Ela deseja dessas almas escravizadas ao Mal que
se libertem a Tempo, antes da segunda vinda de Jesus Cristo. Nossa
Senhora se preocupa com a Humanidade pecadora. Somos nós, como
um todo, para quem Ela pede rezarmos mais; pede para a Humanidade
se purificar. São aos Sacerdotes traidores da Igreja Católica para quem
Ela, como Mãe amorosa pede a esses Seus filhos prediletos se conver-
ter. Seu filho Jesus Cristo possui toda a autoridade para até o último
instante dar a quem O está traindo, o Seu Perdão, a Sua Misericórdia.
Jesus Cristo, até o último instante de vida pode dar a qualquer pessoa
em pecado, necessitada da Sua Misericórdia, a libertação, pois o con-
trário faz com que a pessoa se sinta tão mal, tão culpada, tão escravi-
zada.
Se a pessoa se arrepende de coração, com sentimento verdadei-
ro, tudo está consumado para o melhor. Podemos encontrar essas ver-
dades nos livros onde a Irmã Faustina, passando no Tempo, ser a san-
ta Faustina, nos deixa todas as instruções dadas por Jesus Cristo a ela,
de como obtermos essa Misericórdia Divina. Que possamos caminhar
para nossa lapidação interior enquanto há Tempo! O livro “A Vida Ensi-
na Em Busca do Equilíbrio”, passa pelos olhos da Mãe bem antes que
os meus, pois meus olhos se fizeram no Tempo, leitura e entendimento,
em Seu Livro Azul, na Palavra de Deus, na interferência de Deus em
minha vida, através da Sua Providência Divina.

24
Capítulo I

Parte 1

“Quero Dizer Meu Sim (K7: Agnus Dei didática 89)


Quero dizer meu sim, Como Tu, Maria,
Como Tu, um dia, Como Tu, Maria.
Quero amar Jesus...
Quero amar o irmão...”

Tempo de Deus Como Construção de Um Ser


Uma maneira simples de entender o vir-a-ser de uma pessoa no
Tempo é deixando o Tempo de Deus fluir, ou seja, deixar os pensamen-
tos leves, onde os problemas ou preocupações possam ser substituídos
por situações que a façam feliz: boas leituras, boas imagens, boas mú-
sicas, pessoas queridas — sem esquecer o espiritual em Deus, o mais
importante. Acredito que não haja direcionamento melhor na vida de um
25
ser humano do que o olhar-se para dentro de si para buscar ser melhor
quando não nos sentimos bem por alguma razão.
Muitas vezes, podemos viver um “mar de problemas” e não pen-
sarmos em mais nada a não ser resolver esses problemas, mas aban-
donando totalmente o pensamento em Deus. E foi exatamente assim
que me encontrava. Na verdade, eu precisava muito de Deus e sei que
Ele surgiu em minha vida porque obtive um toque de classe. Alguém
surgiu em minha vida e me ajudou totalmente. Naquela ajuda vi que
Deus enviara a pessoa certa. Entendi o que era realmente o amor. En-
tendi a frase que li um dia: “Faça o bem sem olhar a quem”. Fiquei
compreendendo o que Jesus Cristo disse: “Amai-vos uns aos outros
como Eu vos amei”. Fui tocada extremamente por uma experiência que
aconteceu nessa caminhada existencial de sofrimentos. Recebi uma
lição forte em sofrimento, mas essa lição me fez ver Jesus Cristo de
outra maneira. Ver Jesus Cristo meu Irmão verdadeiramente, cami-
nhando comigo, isto é, pude sentir profundamente o que Ele sofria, pois
Ele via o que eu sofria e assim eu estive Nele e Ele em mim.
A ausência de Deus torna ainda mais pesada nossa vida, uma vi-
da sem leveza, sem esperança, porque muitos não conhecem esse la-
do da dimensão humana e diria que é a mais importante dimensão,
embora por muitos abandonados. Buscando seu melhor, você será
mais feliz, ficará em paz e fará as pessoas em volta de si, felizes e me-
lhores. Você, que possui o dom da vida, graça divina, é muito importan-
te para Deus. Se você existe, está aqui nesta Terra, há uma razão em
Deus. Ele lhe deu uma alma.
Veja o que diz Edward Neves M. B. Guimarães:

“A nossa vida é fruto de um grande mistério de gratuidade. Rece-


bemos a vida como um dom, um presente. Os que acreditam em Deus
afirmam que a vida é fruto do amor gratuito de Deus Criador. O Cristia-

26
nismo concebe que Deus é Pai Criador e nos criou à sua imagem e
semelhança com a dignidade de sermos seus filhos e filhas. A vida não
tem preço, ninguém consegue comprá-la ou perpetuá-la ou controlá-la
totalmente. No máximo podemos cuidar bem dela, amá-la com toda in-
tensidade procurando vivê-la com sabedoria”.

Há pessoas que não dão valor a sua vida. Dizem que não pediram
para nascer ou acabam culpando Deus por suas mazelas existenciais.
Pensam em Deus culpando-O, mas muitas destas pessoas são esque-
cidas de que o próprio Mal existe; sempre existiu como um perseguidor
por aquele anjo que quis, com sua soberba, seu orgulho, principalmen-
te, sua inveja, copiar o Criador. Aquele que trouxe o pecado para o
mundo onde Deus somente desejaria o Bem, o Paraíso a todos nós.
A desobediência entrou como um Mal. Na desobediência, o peca-
do original faz parte de cada indivíduo. Agora é a nossa vez de mos-
trarmos merecedores do nosso próximo Paraíso: a morada com nosso
Pai após a morte. Há pessoas que não compreendem que ao receber a
dádiva de poder viver esta vida, fazendo dela um merecimento em
Deus, terão as mais belas oportunidades, possibilidades de fazer parte
de outra: o Reino de Deus. Há pessoas que sofrem muito e não supor-
tam e não sabem o que fazer com tais sofrimentos. Não entendem que
valerá a pena passar sofrimentos por aqui, nesta Terra, que, compara-
da ao Reino Eterno, junto com Deus, com nossos amigos queridos, pa-
rentes que também foram merecedores de fazer parte do Reino de
Deus, esses sofrimentos, quando ponderados em Deus, em Jesus Cris-
to serão amenizados e acompanhados de esperança; valerá a pena
passar o que tiverem para passar porque o fim parecendo ser o fim é o
contrário: na morte inicia a verdadeira vida.
Porquanto, se entregarmos nosso fardo nas mãos de Deus, com o
nosso pensamento Nele e nosso coração, a vida se torna muito mais
leve. Assim pensa quem possui fé. Quem procura a confissão ou a re-
27
conciliação com Deus para purificar-se e purificar o mundo. Para quem
vive na força da Eucaristia, na Luz e proteção de sua alma na Eucaris-
tia. Se não tivéssemos nascidos, não nos tornaríamos possibilidades.
Se você, nesse exato momento pensar, imaginar a sua morte, aquele
momento que não tem volta, poderá então dizer assim: “Que tristeza!
Vou e todos e tudo ficará, mas e eu? Todo meu ser jaz aqui, sem mais
possibilidades. Acabou! Para esse mundo aqui, meus olhos se fecham
e o que fui eu, fiz o quê?” Agora é a hora e a vez de fazermos ser, isto
é, é nesta vida recebida de Deus, que você receberá graças, força, luz,
perdão, redenção e tudo mais.
Se nos dizemos Católicos Apostólicos Romanos, nunca haverá
dúvidas sobre o Tempo que deveremos lutar por nossas almas e cons-
truir já um mundo melhor. A Bíblia, que é a palavra de Deus, nos deixa
bem claro, em Hebreus, capítulo 9-27,28, sobre morrer uma única vez e
que foi por isso que Jesus Cristo deu Sua Vida por cada um de nós.

“Como está determinado que os homens morram uma só vez, e


logo em seguida, vem o juízo, assim Cristo se ofereceu uma só vez pa-
ra tomar sobre si os pecados da multidão, e aparecerá uma segunda
vez, não porém em razão do pecado, mas para trazer a salvação àque-
les que o esperam”.

Então, todo aquele que estiver em Jesus Cristo, seguindo a dou-


trina Católica e as igrejas cristãs, reconhece que a vinda de Cristo, Sua
segunda vinda, será para a nossa salvação. É com Nosso Senhor Je-
sus Cristo que possuímos o maior dos legados no que precisamos para
sair do buraco, graças a Deus! Esse sair do buraco é agora, já. Não há
outras vidas para refazer como pessoa. A vida é uma só!
No decorrer da minha vida, senti e aprendi a incomensurável ne-
cessidade da busca pelo Equilíbrio e pela salvação aqui e agora, neste
exato momento, ou seja, nesta vida e não em outra. Era aqui mesmo,

28
em cada dia da minha vida, nos momentos preciosos, eu busquei for-
ças, pois, como mãe, com dois amados filhos, não poderia de forma
alguma aceitar o que estavam querendo que eu me tornasse.
Um pensar velado, que muitas vezes sabia que estava na mente
de certas pessoas; aquela palavrinha que considero uma das mais em-
pregadas, seja por brincadeira, seja por ofensa mesmo, mas muito dita,
porque maldita, porque é exatamente isso que ninguém gostaria de ser:
“louco!”. A palavrinha pesada, quando usada para a pessoa que passa
por problemas de alma, um mal existencial, esta palavrinha, por si so-
mente, já vem tão, mas tão embutida de maldade, destilando desconfi-
ança, destruição da dignidade de qualquer ser humano. É o veneno
destilado. É o veneno solto! Por exemplo, na ignorância de muitos, se a
pessoa recorre à psiquiatria, e outras pessoas tomam conhecimento,
pronto: já é olhada de soslaio; certos murmurinhos acontecem, na pró-
pria casa não é bem quista, muitas vezes, e na sociedade; no grupinho
onde alguns vínculos se formam, se a notícia vaza, ainda pior. Isso po-
de não ser assim para todos, mas para mim foi. Mesmo que não che-
gasse a escutar cara-a-cara, mas os pensamentos, olhares velados,
visto que por trás daqueles olhares estava o pensamento. Não foi assim
tão sentido e intenso, pois segui meu caminho... Segui meu caminho,
porque encontrei pessoas outras, na graça de Deus e de irmãos em
Cristo, na hora certa.
Assim como um filho que não sabe que é adotado, por exemplo;
todos à sua volta, na família, convivem com aquela verdade menos o
próprio filho que em algum dia, um coleguinha acaba por dizer a ele em
uma discussão que ele não é filho daqueles pais realmente, mas fora
adotado. No íntimo, aquela pessoa sempre sentia que havia algo erra-
do, mas sentimento indefinido. Algo no ar. Sentia algo estranho; com-
portamentos de certas pessoas que não sabia explicar... Sentimentos
indefinidos, mas percebidos, sentidos. Conversas pelas costas... E um
29
dia, a pessoa fica sabendo da verdade de uma pior forma: “Você não é
filho verdadeiro, mas é adotado”!
Quando se vive em lugar pequeno, os comentários sobre algumas
situações surgem depressa e são facilmente espalhados. Na minha fa-
mília, havia um caso extremamente sério e que deixara um rastro de
sofrimento. Sofrimento conhecido por muitos na cidadezinha. Fica a
maneira desacreditada como olham a pessoa tida como doente mental
com os seus “surtos psicóticos” sempre na ótica da loucura e, então, da
indiferença; com a indiferença e o descrédito, as piadinhas superficiais,
os deboches, as risadinhas, as brincadeiras ditas para a “louca”; tudo
acompanha o pacote.
Eu seria uma segunda na família a passar por tudo o que ela vi-
veu, ou seja, certamente que nunca passaria por tudo o que ela viveu,
pois cada caso é único! Nunca o que ela viveu. Nunca. Pois aquele so-
frimento da minha mana amada só ela mesma viveu. Nunca outro ser
humano igual; Nunca. Mas... Estava caminhando para o destino dela.
Se não houvesse a interferência de Deus e minha Mãe amada. Se não
fosse a Providência Divina. A grande diferença de não ter chegado ao
ponto de ser internada, como minha amada irmã, foi que além da Provi-
dência Divina, não me deixei levar pelos rótulos e passara a fazer a Lei-
tura da Vida para detectar onde estava a resposta para tanto, mas tanto
sofrimento. Diria mais ainda: realmente peguei o Tempo! Meu Tempo
foi um Tempo de Deus e nesse Tempo a Providência! Quando eu falo
em Providência de Deus ou Providência Divina é a minha percepção
sobre a realidade na qual eu vivia e a outra realidade na qual passaria a
viver, onde as situações passaram a ser outras, quando passei a fre-
quentar a Faculdade de Filosofia. Mas até eu conseguir chegar ali, fo-
ram sucessões de situações horríveis que aconteceram. Muitas! Mas
elas foram corajosamente ultrapassadas. Porém para mim, o marco
principal em Deus, onde Ele pode interferir drasticamente em minha
30
vida, os seus Divinos, foi a partir do meu ingresso em Filosofia no Se-
minário Maior da cidade menor, na época. Lugar que passara a consi-
derar sagrado para mim. Ali, conhecera uma pessoa especial, o meu
amigo certo. Muito pouco ele costumava falar. Mais me escutava, via o
quanto estava sofrendo e me via chorar muito. Mais tarde, anos após a
amizade, fiquei sabendo que ele era terapeuta e a sua visão humanísti-
ca de ver um ser humano. Falara pouco comigo sobre os seus sonhos
pessoais com relação à Filosofia Clínica, mas o pouco que falava eu
percebia se tratar de uma pessoa ímpar. E realmente era. Falava do
seu jeito de clinicar, de visitar os seus partilhantes de bicicleta. Falava
que na Filosofia Clínica não existia loucura. Ficara encantada! Era por
isso que ele me aceitava do jeito que eu era, com tanta naturalidade.
Para ele, eu não tinha nada. Obviamente, que tinha na ótica da psiquia-
tria. Mas para ele eu tinha um mal existencial como outro qualquer.
Como alguém, por exemplo, que precise fazer hemodiálise continua-
mente. Ele sabia que eu fazia terapia, pois contei a ele. Então, eu tive o
amigo certo. Deus sabia disso. Deus e minha Mãe o colocaram na mi-
nha vida. Foi assim também que recebi um convite de uma pessoa mui-
to católica e que me dizia que havia um grupo de oração na igreja ma-
triz da cidade menor. Eu passara a fazer parte do grupo de oração.
Neste grande contexto da procura por mim mesma no desejo de res-
postas para tantos sofrimentos, como uma lagarta rastejante encontrei
uma porta aberta de igreja e foi ali, naquela igreja, que eu encontrei
meus irmãos em Cristo. Fui conduzida pela necessidade de algo que
nem mesma eu sabia explicar, a não ser que eu sofria muito existenci-
almente, pois me sentia numa completa solidão. O rótulo que eu ganha-
ra, como se marca um gado, para mim, eu senti que ficara como uma
pessoa leprosa. O estigma da loucura ficara pairado na família. Sem
Deus, que me conduziria na Sua Providência Divina ao lugar para meu
desenvolvimento espiritual, teria embarcado na canoa furada dos rótu-

31
los da psiquiatria e teria considerado que, se minha mana amada fazia
todas aquelas coisas pavorosas, também era meu destino aquele. Eu,
então, buscava forças para me levantar existencialmente. Era uma pes-
soa catando os caquinhos, os pedacinhos de mim mesma para se reer-
guer do seu mausoléu existencial como uma morta-viva, “bem vestida e
morta de fome”. Só que no meu caso, a fome era puramente de amor.
Não me refiro a um amor carnal, mas a um amor puro, transparente,
que me aceitasse do jeito que eu era e com meus sofrimentos. Não te-
nho palavras para agradecer a Deus e a meu Cristo e Irmão amado o
quanto foi providencial encontrar os meus queridos irmãos em Cristo
naquela igreja da cidade menor. Eu fui conduzida até aquele local pela
completa solidão na qual me encontrava. Encontrei calor humano. Vi
pessoas tão diferentes... Cada qual com seus problemas também lu-
tando numa fé viva, ao lado de um Ser Maior, ou seres Divinos. Ali, eu
vi claramente que as pessoas acreditavam no demônio e que faziam as
suas orações fortes para São Miguel Arcanjo. Aprendera a me defender
do Mal que sentia me perseguir. Eu desejava o invólucro do Divino; eu
queria ser envolvida por uma camada límpida e transparente do Divino.
Eu queria um envolvimento, um escudo invisível sobre mim da parte de
Deus. Eu queria uma auréola não somente como um anjo usa em sua
cabeça, mas em torno de mim. Eu queria que Deus e a Mãe me prote-
gessem; Jesus Cristo, que me livrasse do Mal, este Mal estava em mim
mesma, pois fiquei contaminada pela carga da marca recebida de pes-
soas que eu sabia pensarem de mim o que eu não era. Queria limpar
esse campo de malefícios. Quanto mais sofria tanto mais de Deus eu
me aproximava! Passara a rezar. Passara a ir às missas. Passara a me
confessar e a comungar. Passara a me abastecer de conteúdos fortes,
sólidos em Deus, Jesus e minha amada Mãe, Maria, a mãe de Jesus
Cristo. Sabia que tinha que permanecer fiel a Deus, a minha família ce-
leste, pois estava me sentindo melhor. Eu me sentia perseguida e essa

32
perseguição se fazia perceber em volta de mim, em mim mesma, atra-
vés de pessoas, de situações, de tribulações, de pessoas faladeiras,
dos fuxicos, de uma série de situações erradas no dia-a-dia da minha
existência nesse Tempo. Sabia que era um Mal invisível e percebi que
eu tinha que lutar; a luta era travada com o que eu passara a chamar de
“o animal”. Nossa Senhora, em Sua Obra fala claramente: satanás. Era
mesmo naquele lugar, naquela igreja que eu tinha que estar. Via pes-
soas engajadas numa luta para poderem, cada qual, superar seus so-
frimentos numa força maior. Esse era o nosso grupo e o nosso grupo
era a Renovação Carismática Católica, conhecida como RCC. No grupo
da Renovação Carismática Católica, alcancei meu desenvolvimento
espiritual para seguir em frente. Ali, naquele lugar, eu escutara pela
primeira vez as mais belas canções. Nunca tinha antes escutado aque-
las músicas, cujas letras me ensinavam sobre o Amor Verdadeiro. Um
Amor que estava ali todo Tempo, mas que eu vivia um Tempo outro.
Um Tempo sem abertura, ou seja, um Tempo que não era livre, não era
do mundo; vivia uma procura outra, de cura, em um casulo dentro de
quatro paredes de consultórios particulares e que estavam me levando
a uma existência de morta-viva. Eu seria a outra a ser internada num
hospício. Foi tão significativo, foi tão importante esse Tempo, que foi
através deste casulo existencial, de um existencial de qualidade, com
meus irmãos em Cristo, que eu me renovei, me fortaleci, criei novo fôle-
go para a Vida. Foi desta vivência que passara também a considerar
que eu era única perante Deus. Ficara claro para mim que, em Deus,
em Jesus Cristo e na minha amada Mãe, eu ganhara uma alma e única.
Concomitantemente a esse contexto, eu me fortalecia na leitura da Pa-
lavra de Deus e ali eu encontrara assim:

“Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será
castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão Raca, será casti-
gado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: Louco, será con-
33
denado ao fogo da geena”. Mateus 5,22.

Para mim, já não existiam dúvidas; eu era muito bem considerada


na maior Autoridade existente no céu e na Terra, entre esses espaços:
Deus Todo-Poderoso. Estava compreendendo onde habitava o Mal.
Sentira a importância da Filosofia Clínica para a Humanidade. O quanto
ela chegara no Tempo, diria até um Novo Tempo para Equilibrar esse
mar em tempestade, essa Humanidade enferma que aí está. O quanto
deveremos lutar para quebrar esse vidro transparente, invisível e visível
dos olhares de muitos médicos psiquiatras que se deixaram imbuir dos
conhecimentos de quem ateu era. Não somente quebrar os óticos, co-
mo também os corações empedernidos de quem não acredita na exis-
tência de Deus, nas maiores dimensões nas quais um ser humano de-
veria ser considerado; a dimensão espiritual. Deus nos diz que fomos
criados à Sua Imagem e Semelhança. As músicas da RCC e as suas
letras foram como flechas invisíveis para eu alcançar um aprender so-
bre o espiritual divino, pois o Tempo corria depressa. Eu somente per-
cebo isso agora. No Tempo de sofrimento, não pude nem prestar aten-
ção aos rostos das pessoas do grupo. O sofrimento era intenso demais.
As músicas que cantávamos juntos tocavam sensivelmente e profun-
damente o meu coração. As lágrimas eram as minhas companheiras e
amigas íntimas. Elas brotavam. Elas teimosamente, sem que eu conse-
guisse evitá-las, caiam profusamente. Sentia no âmago, sentia em meu
coração uma satisfação imensa por estar na Casa do Pai. Dei-me conta
do abandono, do meu afastamento total daquela realidade espiritual na
qual vivia ali, no grupo da Renovação Carismática Católica. Não raro,
quando eu chorava ouvindo as belas canções da RCC no livro que eu
passara a comprar em 1995, eu me lembrava da minha mãe terrena
quando a ouvi dizer que, se a deixassem numa missa, ela seria capaz
de chorar a missa inteira. E eu estava ali; não a minha mãe terrena,
mas a filha. E eu fazia igual. Não numa missa, mas curando-me, lavan-
34
do-me, purificando-me no grupo de orações da Renovação Carismática
Católica. Eu, por último, pegava o violão e através do livro com partitu-
ras, do ano de 95, e as melodias cantadas lindamente por uma das
coordenadoras, aprendia com ela e tocava. As letras das músicas can-
tadas no grupo ou nas missas tiveram um poder curativo sobre minha
alma. Como tenho a agradecer a quem descobriu as sete notas musi-
cais! Às vezes, tocava nas quartas-feiras, nas missas ao encargo da
RCC. Deixo para você, querido, algumas dessas canções nas partes de
cada um dos capítulos do meu livro. Assim, você poderá senti-las e es-
cutá-las um dia. Atualmente pela própria Internet, Google, colocando os
títulos das músicas e o ano (95), você poderá ouvi-las. Posso dizer, as-
sim como o filósofo Platão pensara sobre a música, que:

“A música é o meio mais poderoso do que qualquer outro, porque


o ritmo e a harmonia têm sua sede na alma. Ela enriquece-se. Ela enri-
quece esta última, confere-lhe a graça e ilumina aquele que recebe
uma verdadeira educação.”

Posso afirmar que bastava ouvir as letras das canções da RCC


para fazer uma das mais grandiosas experiências de aprendizagem em
Deus, ou seja, na minha família celeste. Foram flechas que me atingi-
ram na alma, pois que esta sentia fome daquelas palavras que se fize-
ram um reencontro na minha chama divina quase apagada. Foi o méto-
do mais eficaz para que eu me encontrasse com Deus, tão profunda-
mente, ao lado daqueles irmãos em Cristo numa intercessão de afins.
Como sou agradecida à Providência de Deus! Eternamente grata!
Passara a dar aulas de Ensino Religioso Escolar. Sentia-me forte.
Sensível, mas forte. Sentia-me merecedora de ocupar o cargo. Sabia
que eu tinha conteúdo sólido em Deus, presença N’Ele para passar aos
meus alunos. Embora não pudesse revelar nada para os alunos na es-
cola sobre o Movimento Sacerdotal Mariano e principalmente sobre o

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conteúdo de “Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora”, eu
nunca me afastava desse Livro; sempre minha companhia. Não raro
estava com ele e o abria para ler. Mas este Livro ficara reservado por
longos anos. Vivia, eu, no cotidiano; levava, eu, a minha vida. Assim, eu
passara a atuar discretamente na minha escola dando as minhas aulas,
fazendo as minhas observações. Num Tempo tivemos um diretor católi-
co que participava de encontros de casais com Cristo. Lembro que doei
um quadro grande de Jesus Misericordioso para colocá-Lo na entrada
da escola, no saguão, bem em frente da parede, logo à entrada da por-
ta principal. Também fora colocada uma Nossa Senhora Aparecida na
entrada, abaixo de Jesus Misericordioso, em altarzinho discreto, sim-
ples. Quando tinha alguma comemoração religiosa mais importante, eu
reunia um grupinho de alunos em frente ao Cristo Misericordioso e
Nossa Senhora Aparecida e cantávamos; eu os acompanhava ao vio-
lão. Algumas músicas eram as que eu havia aprendido na RCC. A mú-
sica “Mãe do Céu Morena” é uma delas; outra, “Tu Estás No Meio de
Nós”.
Você, meu querido leitor, não pode imaginar a luta! A batalha invi-
sível travada era sutil, tanto quanto o demônio o é; eu tive que possuir
Conhecimento, compreensão e muito Amor para estabelecer vínculos
desta natureza ali na escola onde trabalhava. Sabia onde estava pisan-
do; não sabia a extensão, mas sabia que o Mal me vigiava. Constatei
após essa perseguição da Mentira, da calúnia, tantos sentimentos vis,
mesquinhos, de pessoas que não possuem o espiritual em Deus. Hu-
mildemente a caminhada foi realizada. Humildemente, mas cheia de
amor. Um Amor que eu recebia de Deus e de um coração de Mãe que
sabe amar realmente.
Médicos psiquiatras não se preocuparam com a parte “pessoa”,
humana, da alma, da história única que passa cada ser humano. A pri-
meira providência é dar remédios. E depois de um, mais um e outro;
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não acertando, vão trocando... Isso foi o que minha irmã amada passou
em sua vida por mais de quarenta anos. Foi um terror o que eu passava
internamente! Muito sofrimento... Quem é que gosta de seguir os mes-
mos passos de uma pessoa que mostra o pior dos sofrimentos na vida?
Ela viria a ser o meu espelho negativo.
As bases sólidas foram encontradas em Deus, no Livro de Nossa
Senhora, na Providência Divina para minha vida. Você leu na introdu-
ção quando citei as palavras de Nossa Senhora de Fátima:

“Esta é uma grande batalha em que se combate sobretudo a nível


espiritual.”

Então, foi nesse olhar da minha Mãe Celeste, nesse olhar da Mãe
do espiritual é que me deixei conduzir fazendo a minha Leitura da Vida.
Se você tiver esse cuidado de prestar a atenção ao espiritual, à quali-
dade de onde você vai procurar ajuda, antes de qualquer outra coisa na
vida, será muito importante para seu viver. Importantíssimo. Nada me-
lhor para o demônio ver uma pessoa tombar, pois a pessoa tombando,
como uma peça de dominó, as outras tantas pessoas, como em arras-
tão, todas as demais peças do jogo caem igualmente.
Senti muito na minha vida a palavra de Jesus Cristo que está em
Mateus, capítulo 10, versículo 34:

“Não julgueis que vim trazer a paz para a Terra. Vim trazer não a
paz, mas a espada. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a
filha e a mãe, entre a nora e a sogra, e os inimigos do homem serão as
pessoas de sua própria casa”.

Isso acontece, essa separação de pessoas numa mesma casa,


quando da divergência de certas pessoas que não aceitam a Palavra de
Deus não fazem a leitura da Bíblia, mas dão por ouvidas as falsas reli-
giões, como ervas daninha.

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E pior ainda, quando são chamadas de loucas ao falar em Jesus
Cristo, ao rezarem por pessoas da família, por desejarem o bem no
Bem e não em falsas religiões. Muitas daquelas pessoas necessitam de
evangelização na Verdade. Satanás (é a denominação dada por Nossa
Senhora no Seu Livro); o demônio, o animal espiritual com seus espíri-
tos, seus demônios em legião, estão espalhados na Humanidade, nas
famílias sem Deus trazendo a elas a separação, as discórdias, os pro-
blemas numerosos os quais você mesmo passará a ter consciência
dessa realidade pouco, muito pouco falada, exposta por aí.
Você não os vê, mas eles existem! Você não os vê, mas eles pe-
netram no fermento propício através do pecado não depurado em con-
fissão e colocado em sua vida pela não procura da Eucaristia! E assim
passamos observar nos sanatórios, nos mausoléus, como costumo di-
zer, essas pessoas amadas por Deus e passam a se entregar facilmen-
te ao Mal. Muitas delas estão nas mãos de ateus; estes se preocupam
em medicar, em entupir com remédios as pessoas que vieram ao mun-
do à Imagem e Semelhança de Deus; pode ter certeza, não são da par-
te de Deus esses acontecimentos! Essas pessoas, na sua grande maio-
ria, não são devidamente respeitadas. Aqueles que deveriam cuidar
não se importam em tirar a historicidade delas e saber a razão de esta-
rem do jeito que estão. Eu digo a você que muitas delas vêm de um lar
desestruturado, com total falta de amor e do jeito que o animal gosta.
Pois o demônio gosta de secar esse elemento, essa substância funda-
mental onde todo o ser humano basicamente deveria ter o amor. E é
assim então, que ele, o demônio se manifesta. Pega a fragilidade, a
sensibilidade da pessoa revoltada com tudo e com todos por falta de
amor. Não possui a Palavra de Deus como solidez para enxotar de den-
tro de si esses sentimentos que se processam nos pensamentos ruins
de todas as variedades possíveis, transformando muitos em perfeitos
palhaços, seres abomináveis para o mundo, como o animal deseja.
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Se, como Católicos Apostólicos Romanos, acreditamos no nosso
corpo como o templo do Espírito Santo, olha o que faz a maioria de pro-
fissionais médicos psiquiatras — e a maior parte deles, também, ateus
— com as pessoas amadas por Deus. Se, como Católicos Apostólicos
Romanos acreditamos em nosso corpo como templo do Espírito Santo,
o que o próprio ser humano anda comprando e colocando dentro desse
corpo... É de qualidade? É qualquer coisa? Peguemos um exemplo: um
vaso se usa para colocar flores e enfeitar um lugar de destaque onde
queremos. Se esse vaso não for usado para colocar flores em cima de
uma mesa da sala, por exemplo, e começarmos a largar ali dentro coi-
sinhas, quinquilharias, como moedas, grampinhos encontrados pela
casa, chaveirinhos, notinhas de supermercado e tanto mais... Aquele
objeto (vaso) que teria tudo para ficar charmoso, lindo (as flores e seus
perfumes), acaba por virar um depósito de lixo. Perdão pelo comparati-
vo, mas é exatamente isso acontecendo conosco, com nosso templo do
Espírito Santo.
Em Deus, em Jesus Cristo, em Nossa Senhora há um crescimento
extraordinário da nossa pessoa quando deixamos alimentar nossa alma
por seus Conhecimentos. Que maravilha, se soubessem a validez da
Palavra de Deus, da Bíblia para um ser humano! O conteúdo em Deus,
da família celeste — ao penetrar a alma, seus pensamentos, suas von-
tades, sua índole — vai preenchendo o vazio que falta ou vai empur-
rando para fora de si o que é maléfico! Seus pensamentos se abrem! A
Luz entra!
Hebreus, capítulo 4, 11-13, fala sobre a Eficácia da palavra divina:

“Assim, apressemo-nos a entrar neste descanso para não cairmos


por nossa vez na mesma incredulidade. Porque a palavra de Deus é vi-
va, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge
até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os
pensamentos e intenções do coração. Nenhuma criatura lhe é invisível.
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Tudo é nu e descoberto aos olhos daquele a quem havemos de prestar
contas”.

Não basta o sofrimento da cruel, da bruta realidade de que algo


horrível acontece com essa criatura de um minuto para o outro, ainda a
pessoa recebe o peso do rótulo?! O gado é marcado! A pessoa, além
de receber os nomes dos óticos, junto com eles, a crueldade da palavra
dita na sociedade e pelos próprios familiares: “ela ficou louca!”. Pronto!
Trabalho completo! Trabalho completo de destruição da pessoa. Perde
a total dignidade perante si mesma, perante a sociedade. Dificilmente,
levanta. Dificilmente, consegue um reerguer. O demônio interfere no
que há de mais sagrado em um ser humano, a alma.
Alma, você sabe que é a faculdade intelectual. Alma, você sabe
que é sua índole, sua vontade, seus pensamentos. Já imaginou a ale-
gria do animal em pegar uma alma e ir minando aos poucos ou subita-
mente? Será que é em vão que escutamos seguidamente pessoas di-
zerem: “você está louca? Ah! Ele é louco mesmo! Por isso faz isso e
aquilo! Sua louca! Seu louco! Ele é meio louco! Ela é meio louca!”.
Dias desses estava em um banco resolvendo a questão do reca-
dastramento. Um rapaz senta ao meu lado sem parar de falar um minu-
to ao celular e subitamente diz para quem estava do outro lado: “Deixe
ele falar! Louco é assim mesmo: fala, fala, fala e fala sozinho! Deixe ele
falar! É louco mesmo!”.
Nem bem um minuto se passou disso escutado e uma funcionária
sai do seu lugar, atravessa a sala olhando para trás e dizendo para a
outra: “Tu estás louca!”, e seguiu com meio sorriso para a sua mesa de
trabalho do outro lado da sala. Saio do banco, procuro uma casa lotéri-
ca e vejo um homem dizer a duas mulheres, na conversa que manti-
nham, mas ao mesmo tempo olhando para mim, que passava por eles;
e na conversa deles eu ouvi a famosa palavrinha: “louca!”. Estou para

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ver palavra outra mais citada do que esta: “louca!”. E o julgamento está
aí.
Será que existe algo pior do que uma pessoa internada num hos-
pício? Será que existe algo pior do que uma pessoa não ficar de posse
de suas faculdades intelectuais, perder a vontade, a índole, não saber
muitas vezes quem ela é não ter domínio de si mesma? Não fosse as-
sim, a palavrinha essa, “louca”, não seria tão empregada, para determi-
nar um horror! Como sendo a última coisa da face da Terra no desejo
de uma pessoa e horrível mesmo. O medo do ficar louco, o medo de
perder o domínio de si. O medo de ficar internada num hospício e sem
poder participar do mundo, da sociedade, como uma leprosa. O medo
de ser esquecida pelos seus mais amados ali dentro. O medo, o pavor
de viver eternamente jogada num lugar onde não se sabe o que fazem.
E ainda há muito, mas muito mais sobre esse assunto... Mas o pior
mesmo, com a falta das suas faculdades intelectuais, sua vontade, sua
índole perdida, a pessoa não tem como ir atrás de Deus! O demônio
aniquila com tudo. É a alma sem Luz. É a alma nas trevas. Pode ter
certeza, não vem de Deus essa desgraça. Ele nos deixa dito que somos
criação Dele: “Imagem e Semelhança de Deus”.
Feliz daquele que possui alguém de coração e oração para inter-
ceder por quem se encontra num hospício. Que se preocupa com essa
pessoa, que pensa em colocar sua alma no livro de intenções numa
missa. Enfim, feliz aquele que possui uma pessoa que sabe amar na
família! Ah! O amor. Esse sentimento tão precioso e tão desvalorizado e
vulgarizado... Com toda certeza, Deus poderá fazer por ela alguma coi-
sa, pois foi lembrada no desejo para a pessoa necessitada no amor.
A Filosofia, a Filosofia Clínica me mostrava que cada ser humano
é único; como também Deus mandara a pessoa certa no meu caminho
existencial: o amigo. Saber que Deus provera fez toda a diferença na
caminhada existencial frente ao meu espelho negativo, minha amada
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irmã. Minhas leituras, quando lecionava Ensino Religioso Escolar, me
auxiliaram muito a ir-me edificando em Deus. O grupo de oração da
Renovação Carismática Católica, o Movimento Sacerdotal Mariano, fo-
ram fatores relevantes que fizeram com que encontrasse um novo ca-
minho, conteúdos sólidos, o conhecimento da verdade para negar vee-
mentemente o óbvio para muitos.
Muitos da medicina, por exemplo, não enxergam mais a pessoa
em sua frente, pessoa única, com sua alma sem igual. Em sua frente,
está uma pessoa cheia de história, de vivências próprias; portanto, lhe
deve o maior respeito, amor, atenção. Quem ama a Deus já não é o
mesmo. Seu olhar será de esperança sobre qualquer ser humano que
esteja em sua frente. Obviamente que esse ser humano deverá desejar
possuir vontade de conhecer também esse Deus e assim terá todas as
possibilidades que quiser.
O ser humano deve ser visto em sua dimensão superior, a dimen-
são espiritual divina. Enquanto estive fechada em quatro paredes de
consultório, somente fazia chorar e me queixar do meu mundinho exis-
tencial, daquilo tudo que vivia sempre com problemas, com discórdias.
Não enxergava o fim do túnel pelos sofrimentos. Nunca dentro daquelas
quatro paredes de consultório particular encontraria Deus, Jesus Cristo
e Nossa Senhora, minha Mãe, esquecida num Tempo. A dimensão es-
piritual divina era fundamental para mim, que pudesse me afastar da-
quele mundo espiritual outro, oposto, pois que maléfico ele era, para
dar as mãos a Deus (para todo o sempre) e abandonar aquele mundo e
me tornar uma soldadinha de Nossa Senhora, por exemplo.
Mas descobri a minha essência. Acreditava no Mal também, vela-
do, real e invisível. A busca era intensa e extremamente sofrida numa
época, de tempestade, na qual tudo em minha volta, ao que dizia res-
peito à minha existência, não transcorria bem. Eram portas que se fe-
chavam. Eram pessoas que criavam situações e das quais não tive au-
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xílio quando mais precisava, e a dor foi muito intensa. O sofrimento
existencial foi muito intenso. Na verdade, as pessoas são levadas a agir
de acordo com aquilo que carregam em suas almas; não tinham melhor
para me dar e o Tempo me fez compreender isso. Através do Mal que
me envolvia e do que as envolvia, do que viviam também com seus
problemas, suas atribulações; do que procuravam como melhor, e o
nível espiritual maléfico, em algumas delas.
Enquanto via, sentia o sofrimento de alguns ao me olharem, sabia
que aqueles olhares não tinham fundamento. Isso me revoltava e gera-
va mais dor. E na busca, na procura por eu mesma, fui descobrindo on-
de encontrar o tesouro da paz, da proteção contra o Mal que arrasta um
ser humano e toda uma família. Sentia sempre algo no ar e esse senti-
mento impressionante de uma tristeza imensa inexplicável, o meu in-
conformismo com relação ao sofrimento todo da irmã amada, acabava
se refletindo em mim: as observações que fazia sobre membros da mi-
nha família e outras pessoas que faziam parte do meu contexto exis-
tencial, e seus envolvimentos por problemas, atribulações, discórdias...
Ela foi uma das minhas irmãs mais velhas, vivera mais de quaren-
ta anos em hospícios, entre baixas e altas recebidas. Um verdadeiro
sofrimento era saber do padecimento da minha irmã amada. Sempre
tão talentosa, tão linda, acabar naquele estado deprimente e além de
tudo sem nenhum progresso médico. Quando me vi na situação de re-
ceber o mesmo rótulo de minha irmã, psicótica maníaca depressiva,
mais tarde o rótulo mudaria para bipolar, sentia que a família entrara em
polvorosa. Tive um stress muito profundo por inúmeras situações de
tribulações familiares, inclusive o mal desta minha irmã, os sofrimentos
que vivenciei desde pequena, os tumultos se seguiram no meu casa-
mento, e acompanhada, sobretudo pelo pior: estava envolta pelo espiri-
tual maléfico por pessoas que cultuavam seitas. Algo assim não surge
do nada. Há que se verificar o que leva uma pessoa, sua história de
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vida, a deixá-la existencialmente mal.
A falta de paz foi intensa. Foi muito difícil transpor aquela bolha in-
visível do rótulo recebido e me amarrando, me fazia prisioneira; as
amarras invisíveis que deixam um ser humano completamente estigma-
tizado perante os seus mais próximos, perante a sociedade; e, mais
grave, perante a própria pessoa que perde toda a confiança e dignidade
em si mesma. Precisei me fazer quase nova para travar uma batalha
espiritual, para estar com você, que me lê agora. Dizer-lhe com que im-
portância Deus entrou em minha vida, Jesus Cristo, na força encontra-
da espiritualmente na Eucaristia, com meus irmãos em Cristo, na Reno-
vação Carismática Católica. Foi nesse quadro de tristeza e dor de uma
pessoa não encontrando compreensão onde tanto queria, mas acaban-
do por encontrar em Deus, no Livro de Nossa Senhora, as respostas
necessárias e necessitadas para sair daquele horror que me levaria pa-
ra a morte em vida.
Passei a ponderar o que a Bíblia, a palavra de Deus, como Pai
Maior, tinha a dizer. Passei a fazer parte do Movimento Sacerdotal Ma-
riano conseguindo o “Livro de Nossa Senhora”; entrei para a Renova-
ção Carismática Católica e, com meus irmãos em Cristo e a Eucaristia,
minha vida foi mudando.
Verdadeiramente? Se tivesse que ficar naquele enquadramento
recebido, sendo rotulada, marcada como se marca gado, estaria mes-
mo no inferno. Teria acreditado naquilo como verdadeiro e, como muito
mal orientada pela médica e médico, acreditaria que meu fim seria
igual, o mesmo da minha amada irmã; aliás, estava quase acreditando
e quase indo para o escuro fosso existencial, não fosse a intervenção
de Deus através da Providência Divina. Fez toda a diferença o conhe-
cimento de que eu não era ela, entende? Que eu não era a minha irmã
amada. E assim, fez toda a diferença a Filosofia na minha vida e a Filo-
sofia Clínica, pois me deram parâmetros para entender que Deus dá
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uma alma própria a cada um e que cabe a ela ir atrás da sua salvação.
Caminhei rápido em busca e não olhava mais para trás nessa ca-
minhada. A Filosofia Clínica pontua claramente que cada um é um! Não
há dois iguais nesta face da Terra! Na minha completa ignorância e
cercada pela umbanda, de pessoas na própria família cultuando demô-
nios mesmo sem saberem; imagina você o que foi meu sofrimento. Mui-
tos médicos psiquiatras não possuem o senso humano de avaliar o so-
frimento, a dor do outro. Então, como não se sabe de nada, ou seja, a
pessoa vivendo no seu mal existencial, o correto seria chamar quem
está passando pelo problema existencial e explicar-lhe com carinho
que, não é porque uma irmã faz tais coisas, possui tal comportamento,
igualmente a outra pessoa passará também a fazer; já que o rótulo ga-
nho é o mesmo. Essa dimensão, esse cuidado, amor, carinho pelo nos-
so próximo a profundidade do entendimento de uma alma está aquém
da maior parte dos psiquiatras. É impressionante a empáfia, a falta de
humildade, a arrogância, o poder usado por muito deles despreparados
empregando seu jeito de ser e seus diplomas, certificados como escudo
no procedimento no tratamento de seres humanos humildes, bons, que-
ridos.
E eu nada sabia! Eu tinha meus atendentes, meus dois psiquia-
tras da Vida, atendida nos consultórios particulares e os tinha como
deuses. Literalmente, eu sem Deus e Jesus Cristo e a Mãe amada es-
quecida no Tempo era uma peninha solta ao vento. Completamente
desprovida da Verdade.
Então, cuidados humanos, existenciais, desse âmbito, dessa natu-
reza, muitos psiquiatras não possuem. Muitos deles não possuem estu-
dos filosóficos que lhes deem condição de chegar até o mundo do outro
para ajudá-lo. Possuem a ciência, a medicina, mas o trato humano com
o paciente, não. Nem remédios; muitos deles não sabem o que dar para
um paciente, entupindo-o com muitos medicamentos e nada resolvem
45
na maior parte das situações. É incrível o poder que um psiquiatra pos-
sui. É incrível o poder de agendamento que um psiquiatra possui sobre
um ser humano puro, inocente, isto é, que se vê num mal existencial
repentinamente, saindo de si e se vê diante de um rótulo. E a maioria
dos psiquiatras sabe disso; do seu poder. Pior do que isso é a própria
ingenuidade do “paciente” colocando o doutor, o médico na posição de
Deus ou de Jesus Cristo.
Meu amor pela Mãe foi me conduzindo, foi dando-me forças para
prosseguir envolta ao Mal que me cercava. Minha irmã, infelizmente,
não pegou o meu Tempo: o Tempo de Deus, mas viveu muito do tempo
do adversário de Deus: do Espírito Maligno. Na Leitura da Vida, minha
irmã pegou esse Tempo, e isso é assim considerado por mim, isto é, o
Tempo do demônio, do adversário de Deus, porque vivi o sofrimento da
minha irmã, porque vi a empáfia de certas médicas e médicos que se
colocam num pedestal frente aos familiares; falta humildade, falta pre-
paração humanística. Falta, sobretudo, amor. Falta enxergar a pessoa
sofrida com respeito, verificando sua história de vida para saber o moti-
vo da sua dor existencial. Olham, medicam considerando que esse ato
é tudo, o todo. Mas vai muito além, uma pessoa; vai além da medica-
ção, do remédio. O remédio possui a sua importância, mas antes de
tudo, a alma deve vir à frente do restante. A alma de minha irmã, com
toda a certeza, não estava sendo pensada em Deus, não estava sendo
alimentada pelo espiritual divino, pois além dos tantos psiquiatras não
possuírem esse mundo do espiritual divino, sendo muitos deles ateus,
minha mãe, buscava o seu mentor espiritual maléfico da umbanda para
seus pedidos. São forças maléficas a atuarem para a degradação hu-
mana. E... O animal deseja o extermínio gradativo da Humanidade. Ele
está a postos em todos os setores onde Deus não existe, onde Deus
não é invocado como Deus da Santíssima Trindade. Se, num Tempo o
Homem se preocupava com as conquistas dos continentes e fora num
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Tempo Homem da Caverna atualmente, a busca deverá ser cada vez
mais voltada para a alma; voltada para o interior humano. Somente as-
sim o Homem, em Deus, conseguirá descobrir-se capaz humanamente
de excelentes descobertas. Por quê? Porque em Deus da Santíssima
Trindade oferece o desenvolvimento das potencialidades interiores para
cada ser humano que assim desejar. Deus dá através do Espírito Santo
os dons, as aptidões, as descobertas interiores magníficas quando a
pessoa se deixa aberta a Ele. É Deus quem conduz a Humanidade...
Da era passada a nova era o Homem está criando; entretanto, a criação
deve se voltar ao Equilíbrio. A criação deve se voltar ao humanismo
para não se perder a própria Criação. A criação deve se voltar para a
espiritualidade da Verdade; de Deus Pai da Santíssima Trindade. A
Humanidade deverá buscar a humanidade tão perdida pela ação de-
moníaca. Inclusive a fabricação dos remédios o cuidado deve ser man-
tido, pois quem possui interesse em fabricar remédios? Quem deseja
por detrás dos bastidores perpetuarem a desgraça humana empurrando
pessoa, almas para o buraco ao invés de deixá-las “acordadas” para
que, desenvolvam as suas potencialidades em Deus Pai? Para serem
mais e melhores para os seus muito amados? Você vê essa preocupa-
ção com relação às almas das pessoas, por aí? Essa é a Nova Páscoa
da qual eu acredito em Deus Pai esteja dando o Tempo da Misericórdia
com a nossa batalha, a luta dos fiéis católicos praticantes junto a Mãe
Celeste para a Humanidade. Nossa Senhora de Fátima tem feito de
tudo para se manifestar e creditada... Pois eu acredito na Nova Páscoa,
ou seja, no Novo Tempo. Além do Tempo concedido para a Humani-
dade se recuperar, se recuperará para a espera de Jesus Cristo, no
Seu segundo advento.
Não havia ali naquela família uma estrutura de amor, de busca do
Deus Verdadeiro Uno Trino em uma Igreja Católica, por exemplo. Por
mais que minha mãe fosse boa, generosa, mulher lutadora pela verda-
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de, não suportava a mentira, os palavrões, primava pelo respeito; como
a coitada foi perseguida pelo inverso! Por isso, vejo com toda clareza a
importância da busca na Bíblia, da Verdade, para dissipar as trevas da
ignorância. Sempre amei e amo muito minha mãe. Muito da corrida
existencial espiritual tida foi através da minha observação desde criança
de minha mãe, seu jeito de ser severo, sério com relação à vida. Era
uma mulher lutadora, trabalhadora, muito boa mãe, muito bondosa; en-
tretanto, não entendia a sua ira quando pegava um filho para bater, al-
guns deles. Como nunca apanhei dela, costumava ficar pelas portas
olhando aquele jeito e, às vezes, interferindo drasticamente, mesmo
pequena.
Outra situação que norteia este livro preponderantemente é o vín-
culo da minha mãe; ela mantinha um vínculo a nível espiritual com a
umbanda. Também passara a observar o quanto ela mantinha de forma
estreita esse vínculo espiritual. A impressão tida era que ela respirava
isso. A vida da mãe se resumia nos serviços da casa — eram muitos e
intensos, já que nossa casa era grande, para acomodar oito filhos, jar-
dim, pomar — e os problemas surgidos e eram frequentes, levando-a
seguidamente à cidade maior; ela pegava ônibus, subia uma enorme
lomba até chegar à casa do mentor, do chefe de umbanda. Minha irmã
mais velha diz que não conheci a mãe como era no passado. Ela era
linda, magra. Chegou inclusive a me dizer que, quando morava na ci-
dade maior, via nossos pais viverem bem, felizes.
Nessa época em que minha irmã ganhava anel de brilhante, vesti-
dos novos, era uma mocinha e residia com nossos pais em outra cida-
de; eu nem havia nascido. Fui nascer na cidade menor com mais uma
irmã; os seis primeiros filhos nasceram na cidade maior. Quando eu
tinha de quatorze anos de idade para quinze anos, perdi meu pai, ou
seja, enquanto a mana
mais velha vestia-se de festa, eu me vestia de luto! Desejo dizer, com
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isso, que cada alma é uma alma; cada pessoa possui seu Tempo. Cada
pessoa é única em seu contexto de história de vida. O meu Tempo não
é o mesmo da mana mais velha, como o sofrer da mana amada foi dela
e não o meu, por mais que no Tempo passasse a mostrar ser o meu
espelho negativo na minha própria vida. Como o viver das outras ma-
nas e dos outros manos também coube para cada uma ou para cada
um com suas histórias de vidas. A importância ao Tempo pessoal é
fundamental, pois nos esquecemos dessa essência Tempo de cada um,
pois o próprio Tempo passa a ser esquecido das vidas, das almas.
Exemplo dado são as vivências pessoais de uma irmã na diferença da
outra em dez anos enquanto criança em formação. Quando maiores
crescidas esse mesmo Tempo se dilui... Parecendo assim no Tempo
presente em que estão vivendo, ao se encontrarem, suas vivências são
iguais. Nunca será.
Desconheço essa mãe magra e feliz. Conheço uma mãe pouco fa-
lante, trabalhava muito e não tinha tempo de ser a mãe carinhosa, que-
rida, que fosse atenciosa, que mantivesse uma conversação comigo;
como gostaria de ter tido aquele tipo de mãe da irmã mais velha. Minha
mãe tinha qualidades outras maravilhosas. Ela sempre procurava vi-
venciar as situações com muita firmeza, com muito sacrifício, seriedade,
mostrando que era uma mãe de valor. O Tempo foi mostrando essas
situações para mim. Fui compreendendo, mas não aceitando certas
atitudes; algumas situações.
Através do Conhecimento, fui percebendo minha mãe, seu com-
portamento, além dela mesma, ou seja, da sua pessoa. Por exemplo, a
dimensão espiritual. Passei a ponderar através do “Livro de Nossa Se-
nhora”, através da leitura da Bíblia, na Renovação Carismática Católica,
com relação à vida, ao meu contexto existencial que não se deu isolado
do restante da família e da minha própria mãe frequentadora das ses-
sões de umbanda; compreendendo que a dimensão espiritual divina e
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maléfica é de âmbito Universal! E foi assim que a minha jornada exis-
tencial se fez, conjuntamente, para salvar a alma da minha mãe. Che-
guei a Tempo de Deus para ter acesso a alguns sacerdotes que foram
dar a hóstia para a minha amada mãe, como também alguns outros sa-
cramentos, numa preparação meses antes de seu falecimento. Não
somente minha mãe frequentava a umbanda; outras pessoas da família
e parentes bem próximos o faziam.
A falta de instrução, de Conhecimento, gera muitas crendices,
muitas superstições, uma vida construída em castelo de areia. Como
para Deus nada é realmente impossível! Como o acreditar no Mal é tão
fácil para certas pessoas e o quanto fica insuportável, para algumas
pessoas, acreditar na existência de Deus. Acreditar na existência de
Deus no meio de nós e acreditar em Deus Maior que o Mal; está acima
de qualquer coisa. Por isso mesmo, meu querido, faço chegar as suas
mãos esta minha história. Sinto-me Chamada a partilhar com você esse
meu assim chamado Tempo de Deus. Fui compreender a sua incomen-
surável importância após ter vivido o tempo do adversário de Deus, as
verdades que habitam meu coração a partir de tanto sofrer; Deus envi-
ou-me, como Providência Divina, a pessoa certa, as pessoas especiais.
Partilhar do meu antes de Cristo e do meu depois de Cristo no Tempo!
Hoje, realmente tenho muito a dizer. Espero que essas verdades
que habitam o meu coração façam sentido para você, pois o que aqui
deixo é a nível Universal. Procurei tirar uma lição da amarga vida que
se apresentou a mim e diria a lição mais positiva foi a da aproximação
em Deus Amoroso e Misericordioso. Sim, porque quanto mais o Mal
batia à minha porta, tanto mais de Deus me aproximava. Foi Nele e
com Ele pude sair da amarra invisível do rótulo e conquistei a liberdade
limpando o Mal invisível, real, do espiritual maléfico: espíritos malignos
(espalhados nos ares), como a palavra de Deus nos deixa dito, em Efé-
sios, capítulo 6, 10-12.
50
Armadura do cristão
“Finalmente, irmãos, fortalecei-vos no Senhor, pelo seu soberano
poder. Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às
ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que
temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os prín-
cipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (es-
palhadas) nos ares”.

Meu querido do qual faz deste livro a sua leitura: as palavras sem-
pre se diluem ao vento, frente a tudo e ao todo que senti, percebi, vivi,
enfim, na caminhada da vida; quando num Antes de Jesus Cristo (a.C)
e quando num Depois de Jesus Cristo (d.C). Como tudo mudou em mi-
nha vida quando meus olhos deixaram de reparar o chão para passar a
perceber que existia, sim, um Deus, e que Deus! Um Deus Amoroso e
Misericordioso; um Irmão, Jesus Cristo, passara a ser minha compa-
nhia, me salvar do Mal e me fortalecia; uma Mãe realmente mostrou-se
Mãe, quando me senti só e poderia não existir como alma viva. De que
maneira Jesus Cristo me fortalecia? Na busca incessante pela Eucaris-
tia e mantendo meu coração limpo, minha consciência limpa perante
Deus; a perceber aquela Mãe amada de quando criança e fora esque-
cida por mim, mas surgiu com toda a força de presença materna como
a minha grande intercessora! Por mais que eu queira tornar presente
para você cada emoção, cada sofrimento, cada viver do real da minha
história existencial, nunca, jamais, conseguiria, com certeza, fazer com
você sentir as minhas vivências. É natural, entendendo que cada um de
nós recebe de Deus sua própria alma: somos únicos nesta Terra.
Há, com certeza, Alguém sabendo de Tudo e do Todo. E esse Al-
guém é Deus; Ele é Único é Um; Deus é Trindade: Pai, Filho e Espírito
Santo. Ele possui conhecimento de cada fio do nosso cabelo. Ele lê os
nossos corações e para Ele me dirigi em sofrimento e Ele se fez ser
conhecido e Nele tive o meu amparo. As Mensagens da Mãe, para mim,
51
foram fundamentais no reconhecimento da existência do espiritual ma-
léfico; é real. Infelizmente meu caminho foi através da dor e não do
amor; entretanto, tanto mais sofrimento, tanto mais próxima de Deus
me sentia. Para mim, o pior passou. Nada é pior nesta vida do que
quando o homem se afasta de Deus. Que muitas almas possam se
aproximar de Deus pelo caminho do amor e não esperar o caminho da
dor!

52
Capítulo I

Parte 2

“Cristo Amigo (Dyrce Piva Jurado) (LP: Vem Louvar I)


Cristo amigo, Cristo irmão, a paz invade meu coração.
Vossa presença se faz sentir, humildemente venho pedir:
purificai Senhor, as minhas mãos.
Santificai Senhor, meu coração. Minhas angústias acalmareis.
Deixando em mim, Senhor, a vossa paz.”

Diria que o Equilíbrio nas nossas ações é fundamental. Impossível


não ter problema ou preocupações nesta vida; por essa razão, mais do
que nunca temos que rever certas situações das quais vivemos e pro-
curar meios para torná-la cheias de graça. Acredito na sua capacidade
criativa de conduzir a sua vida, a família, seus filhos para situações ou-
tras, que não as da preocupação, se estas tomam parte maior na sua
existência, pois você acaba por deixar de admirar, de sentir, de escutar
lindos sons, pessoas queridas que envolvam seus dias. Você acaba por
não perceber muito da vida se ficar escravizado a certas situações e o
Tempo de Deus não fica livre para que assim Deus possa atuar em vo-

53
cê. A criatividade consiste, sobretudo, em convidar os membros da fa-
mília, desligando a televisão, para uma conversa de como cada um
sente a vida, de como cada um se sente perante a vida. Um convite
para caminharem juntos, para irem numa praça, para simplesmente
olharem a lua e as estrelas. Para escutarem belas canções...
Convidar os membros da família, sobretudo para rezarem juntos.
Um Pai Nosso que fosse, a princípio, e de mãos dadas invocarem a
Santíssima Trindade para esta Terra e para Deus abençoar cada um;
principalmente para dar paz interior; juntos, permanecerem na paz.
Quando se tem paz interior tudo na vida fica melhor. Não importa se
você ficar parado num degrau de escadas em silêncio; somente em fi-
car assim já é motivo de ver as cenas, ao vivo e a cores dos transeun-
tes, mas... Em paz! Nada no mundo pode ser sentido como valor maior,
para quem já viveu em meio às discórdias, aos problemas, tanto mais
do que o sentimento da paz. Quando a estação do ano permitir, que
você possa ver as flores nos canteiros ou reparar que não há flores nos
canteiros, mas lutar por elas. Passear em várias floriculturas (não preci-
sa comprar) somente para olhar e admirar a beleza das flores e o per-
fume dos jasmins. Quando a estação do ano permitir, abrir a janela pela
manhã e sentir o frescor e observar que surgem orvalhos e que às ve-
zes eles pintam as teias das aranhas, como continhas de cristais. Res-
pirar esse ar da manhã que nos cumprimenta depois dos tempos de
intenso calor. Quando a estação do ano permitir, aprender que pode-
mos ser como esse tempo, as árvores sem folhas, o solo sem flores, o
dia fechado, mas podemos fazer desse momento um preparo, como
uma retirada, para o retorno ser ainda mais vigoroso, produtivo, des-
lumbrante. Quando a estação do ano permitir, molhe seus pés no mar;
recolha as conchinhas e se possuir casa na praia, leia um bom livro
numa rede ao som de uma bela música. Escute o som do murmurar das
ondas do mar. À noite, olhe as estrelas e a lua.
54
Porque quem não tiver paz interior, nada disso falado poderá ser
sentido; para muitas pessoas poderá ser assim. Quem vive atrás do
dinheiro, preocupado com várias situações da vida, jamais poderá sentir
a brisa no rosto, prestar atenção ao murmurar das ondas, escutar o
canto dos pássaros, brincar de bolhas de sabão; como criança, correr
num verde campo; para muitas pessoas isso poderá inclusive, uma
perda de tempo.
Alguns perdem, aos poucos, a humanidade... Enfim, poderia enu-
merar muitas situações queridas; entretanto, sei que cada qual saberá
das suas necessidades e do que poderia fazer para melhorar e mesmo
mudar sua vida se assim desejasse. Posso dizer que tive, sim, meu
Tempo de borboleta. Tenho meu jardim que amo tanto. E às vezes
penso, enquanto mexo num vasinho aqui e acolá, que pareço uma bor-
boleta — ou quem sabe um sabiá? Talvez possa convidar você a viajar
comigo, melhor, através destes meus poeminhas dizendo assim:

“Das borboletas que me visitam,


sou a maior delas!
Sempre passando de flor em flor,
para saber como estão elas.
Que comparativo desigual!
Como comparar-me a leveza sem igual?
Sou pessoa, grande e fofa;
elas, tão doces, singelas, frágeis!
Mas nessa hora não vemos corpos,
mas almas como almas;
Almas que buscam as flores;
almas que buscam amores.”

“Sempre é dia de festa,


quando pelo jardineiro espero.
55
Assim os sabiás faceiros,
depois da terra revolvida,
Bicam as minhocas, tomam seus banhos,
Enchem de festa o meu jardim de encanto!”

“Sou borboleta, sim!


Tenho viajado, mas não sou balão, não!
Minhas asas são as rodas do carro e as asas do avião.
E que mal há dar asas à imaginação?”

Quando fazia a Renovação Carismática Católica, a RCC, contei a


você, querido, que eu aprendera várias músicas, e uma delas é essa
que eu deixo para você. Falava sobre alguém que se entrega a Jesus
Cristo e pedia para ser como um barro nas mãos do oleiro. Que música
simples e querida! Como me tocou no Tempo! Ela é assim:

“Eu quero ser Jesus amado,


Como o barro nas mãos do oleiro,
Rompe-me a vida, faze-me de novo,
Eu quero ser, eu quero ser, um vaso novo”.

Isso significa esvaziar-se para poder Deus, Jesus Cristo, atuar em


minha vida. Deixar-se moldar como barro nas mãos do oleiro, nas mãos
de Deus, é desejar mudar, ser diferente se você necessitar que assim
aconteça ou desejar que Eles entrem em sua vida... Foi assim que con-
segui mudar. Foi chorando e aprendendo com meus irmãos em Cristo
passei a perdoar a quem me ofendeu, de quem senti meus rancores,
minhas mágoas por esperar tanto de quem não sabia como me ajudar,
o que fazer. Ao mesmo tempo a gratidão, a emoção por estar entre ir-
mãos em Cristo. E olhe que o demônio fez de tudo para eu não estar
aqui com você. Aprendi que Jesus Cristo foi meu melhor amigo e Irmão.
Aprendi que Deus foi meu Pai amado. Aprendi que minha amada Mãe

56
foi a grande intercessora na minha caminhada existencial.
Há um jornalista, qual eu admiro muito, muito mesmo! Admiro,
porque ele procura a verdade, a justiça; empenha-se em ser uma pes-
soa correta e, do jeito dele, procura ajudar as pessoas. Há alguns co-
mentários seus que realmente não tem nada a ver comigo, como fute-
bol e mulheres bonitas, de cuja opinião não gosto; entretanto, é um ho-
mem primando pela busca do direito. Sei que a maioria da população
da face da Terra deve gostar de futebol; e muitos homens, de mulheres
bonitas. Imagine eu, que imperfeita! É que meu estádio tem sido outro:
vou a cenáculos. Meu time é Jesus Cristo! Minha bandeira é Sua Mãe:
Nossa Senhora! Lendo uma das colunas deste jornalista, no jornal Zero
Hora, com o título “Tem poder o ódio?”, ele diz assim, na terça-feira, 06
de agosto de 2013:

“Às vezes, fico pensando que quem tem a capacidade de amar


tem também a de odiar. Nenhuma pessoa, reflito eu, pode só amar,
sem ter a capacidade de também odiar. Talvez o mais impossível seja
aparecer uma pessoa que não ame ninguém ou não odeie ninguém,
seria uma ameba. O normal — e penso até que aconselhável, per-
doem-me se exagero — é uma pessoa amar com todas as forças do
seu coração e odiar também com toda a sua energia. Da minha parte,
orgulho-me de mim quando estou amando e me envergonho quando
estou odiando. Dizem que o ódio só maltrata a quem odeia, quem é ob-
jeto do ódio não sofre nada. Só que, quando odeio, faço-o com tanta in-
tensidade que meu ódio carrega a finalidade de fazer sofrer a quem
odeio. Eu poderia dar uma de bacana com meus leitores dizendo que
nunca odeio ninguém. Mas tenho de falar a verdade: odeio, sim, e isso
me enfraquece moralmente. Se eu não fosse capaz de odiar, me senti-
ria muito melhor. Ao mesmo tempo, tenho nítidas e frequentes sensa-
ções de que estou sendo odiado por determinada pessoa. E não sei se
essa pessoa tem razões para me odiar, desconfio que sim. Na verdade,
a que leva o ódio? Vejo agora que não leva a nada, só aniquila interi-
57
ormente a quem odeia. E me aniquila”.

Por que também eu senti com grande intensidade esse sentimento


corrosivo, destruidor da alma humana. Num Tempo de dor, estava re-
voltada. Num Tempo de dor e sofrimento tive vontade, se pudesse, de
explodir metade do Mundo. Na verdade, o Mal do Mundo! Na verdade,
também pessoas, algumas pessoas, desse Mundo! Se tivesse optado
pelo ódio e não tivesse depurado, caminhado para a Renovação Caris-
mática Católica para sentir gente comigo, para sentir o amor de Jesus
Cristo, as letras e as músicas que ali cantávamos — e eu chorava sen-
sivelmente machucada, lavando minha alma — não sei o que seria de
mim. Como queria ser compreendida e amada! Como estava querendo
isso! Porque nada deste sentimento sentia, o amor. Lá, senti que Jesus
Cristo fora meu amigo e companheiro de todas as horas. Lá, eu sentia
que tinha realmente o solidário comigo no sofrer. Passei a escrever al-
guns cadernos universitários e um pequeno caderninho com meus pen-
samentos no sofrer (como catarse) e entreguei na Faculdade de Filoso-
fia. Deixei-os na portaria e dei três nomes de sacerdotes para que os
pegassem e os lessem.
O mês de julho, mês do Sagrado Coração de Jesus e mês do per-
dão, fiquei rezando o terço como ajuda para poder perdoar. Perdoei!
Continuei a caminhada sem olhar para trás. A paz reinou em meu cora-
ção. O amor se evidenciou. Sou humana. Poderia ser hipócrita e dizer
que isso não aconteceu comigo, ter sentido esse sentimento corrosivo:
o ódio! Ele nada constrói. Ele destrói e traz o sofrer de maneira mais
catastrófica; gera o Mal pelo Mal. Gera a morte, as desgraças. É senti-
mento destruidor. Corrosivo e autodestrutivo. É perfeito lixo. É perfeito
Mal. O oposto do Amor, Amor constrói. Amor que é vida! E posso dizer
que era exatamente esse o ponto de destruição do animal, do demônio
sobre mim. Se eu desse vazão àquilo, se fosse atrás daquele sentimen-
to, teria me aniquilado conforme disse o jornalista; e se tivesse me ani-
58
quilado, não teria aprendido o suficiente para ser o meu mais Ser para
você. Com toda certeza, antes, o meu mais Ser para mim mesma.
Uma das músicas da Renovação Carismática Católica me fazia
aprender com a Mãe, com meu Jesus, e eu lavava a minha alma com
as minhas lágrimas:
Conheço Um Coração (Pe. Joãozinho, SCJ) (LP: Louvemos o Se-
nhor – vol. 8)
1. Conheço um coração tão manso, humilde e sereno. Que louva o Pai
por revelar seu nome aos pequenos. Que tem o dom de amar, que
sabe perdoar e deu a vida para nos salvar Jesus, manda teu Espírito
para transformar meu coração. Jesus, manda teu Espírito para trans-
formar meu coração.
2. Às vezes no meu peito bate um coração de pedra, magoado, frio,
sem vida, aqui dentro ele me aperta. Não quer saber de amar nem
sabe perdoar, quer tudo e não sabe partilhar.
3. Lava, purifica e restaura-me de novo. Serás o nosso Deus e nós se-
remos o teu povo. Derrama sobre nós a água do amor, o Espírito de
Deus, nosso Senhor.

Meu Deus! Não faz ideia você a que ponto o Mal fez as águas do
Amor secarem! E justamente a minha essência, o animal queria minar!
E assim, que tudo é possível em Deus quando realmente desejamos. E
eu quis. Eu quis Deus comigo. Optei por Deus e foi assim que aprendi a
vida. Aprendi a vida ao Seu lado.
Muitos anos eu estava afastada da Igreja Católica, na qual fui bati-
zada; quando subi aqueles degraus da igreja, foi para permanecer em
Deus, Jesus Cristo, e encontrar minha Mãe, esquecida num Tempo.
Não me lembro de ter ido a missas desde o Tempo de crisma. Busco na
memória, e o que vem à mente é que, no dia da missa de formatura na
Faculdade de Filosofia, fui convidada a ler uma das mais belas mensa-
59
gens da Bíblia. Deus se fazia manifestar em situações assim: o convite
para fazer justamente aquela leitura! Eu O percebia dessa maneira. Ele
estava me tocando. Enquanto eu lia a Palavra de Deus, sentia uma
emoção muito forte, pois sabia bem, que substância era aquela! O
quanto se faz importante num ser humano: o Amor! E... O quanto me
senti merecedora de estar ali naquele púlpito para ler justamente sobre
a caridade. Também podemos substituir a palavra caridade por Amor!
Tudo que vivera ali dentro daquele seminário, lugar que passara a ser
sagrado para mim, cursando a Faculdade de Filosofia, tudo que havia
passado, vivido naquele lugar, a minha melhor parte da vida, pois, para
mim, tinha renascido. A leitura da qual fui convidada fazer, da Palavra
de Deus, mais uma vez fazia-me sentir que Ele providenciara tudo
mesmo. E a leitura foi I Coríntios, capítulo, 13. Faço questão de colocar
para você, na íntegra o que diz:

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não


tiver caridade, (essa palavra pode ser substituída por amor) sou como o
bronze que soa, ou como o címbalo que retine”. “Mesmo que eu tivesse
o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência;
mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se
não tiver amor, não sou nada”. “Ainda que distribuísse todos os meus
bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo pa-
ra ser queimado, se não tiver amor, de nada valeria!”
“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não tem inveja. O amor
não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca seus
próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com
a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tu-
do espera, tudo suporta.”
“O amor jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das
línguas cessará, o dom da ciência findará. A nossa ciência é parcial, a
nossa profecia é imperfeita. Quando chegar o que é perfeito, o imper-
feito desaparecerá. Quando eu era criança, falava como criança, pen-
60
sava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei
homem, eliminei as coisas de criança.”
“Hoje vemos como um espelho, confusamente; mas então vere-
mos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei total-
mente, como eu sou conhecido”.
“Por ora subsistem a fé, a esperança e o amor — as três. Porém, a
maior delas é o amor”.

Sabia que sim. Sabia que o Amor (a essência de tudo e força


transformadora) sentido na carne, tão precisada por mim, fora funda-
mental.
Muitas vezes não damos valor para as coisas e inclusive pessoas.
Usando de analogia, vou considerar inicialmente um pedaço de madeira
como vir-a-ser. Não raro, podemos olhar para um pedaço de madeira e
não o valorizamos. Podemos olhá-lo, mas não conseguimos vislumbrar
algo criativo que dele poderia surgir. Outras pessoas ainda poderiam
nem olhá-lo, fazendo dele mais um pedaço de madeira como outro
qualquer. Bem, mas qual é o problema com relação a isso, não é mes-
mo? Porque ele já é, por si mesmo, na sua existência. Vale o nosso
maior respeito, já que precisamos dele para criar, quando fazemos de-
sejo disso. É o seu existir! Lá estará ele a nos servir ou não. É existên-
cia. Essa madeira poderá se tornar vir-a-ser um belo móvel e útil, além
de belo, para sua casa, seu lar e outras tantas utilidades, para nos ser-
vimos dela e realizar tantos outros objetos ao trabalhá-la. Dependerá do
nosso desejo, do nosso olhar sobre ela. Pode ocasionar danos, se al-
guém a utilizar para algum fim outro, mas pode se tornar de grande va-
lor. Desejo dizer que se você quiser, se você sentir necessidade, vonta-
de de mudar interiormente, assim como o barro nas mãos do oleiro, vo-
cê, nas mãos de Jesus Cristo, de Deus, será outro.
Enquanto no seu momento de dor ninguém ou poucos desejarão
ficar ao seu lado, justamente na hora do sofrimento, Ele, Jesus Cristo é
61
o Homem que o valorizará como a madeira na qual um bom marceneiro
trabalha realizando um belíssimo móvel e, além de belo, útil. Foi assim
que me senti no Tempo da miserável lagarta. Alguém olhou a miserá-
vel, mas esse olhar foi de alguém especial, pois acreditou em mim co-
mo possibilidade, como alguém que estava passando pela tempestade
existencial e depositou confiança em mim, estendeu-me a mão, teve fé.
A pessoa entendia muito de humanidade e possuía um cabedal sólido
de sabedoria, como poucos no mundo. Aconteceu aqui, aquele olhar
sobre o pedaço de madeira, de quem soube dar valor a ele.
Lembro-me num daqueles dias, do Tempo da lagarta. Nós cami-
nhávamos pelas estradinhas de chão batido; havia em torno do lugar
onde nos conhecemos e que olhei para o lado, vi um tronco de uma
enorme árvore que estava cortado e queimado. Recordo-me o intenso
sofrimento carregando em meu coração e olhava para a árvore quei-
mada e cortada. Nada falei, mas minha pessoa certa viu que eu repara-
ra naquela árvore e me chamou a atenção para a força da natureza. De
um lado do tronco, um teimoso raminho verde brotava, como se me dis-
sesse: “Olha, você pode chegar a ser assim. Você está mal, muito mal
agora, mas pode chegar a ser, um vivo ser”.
Então, pensava o quanto queria ser aquele raminho que vingava
viçoso mesmo em meio àquela cena encarvoada de horror e mesmo
assim, além de tudo, a força da criação estava presente: ele conseguira
vencer! Ele nascera em meio aos escombros... Ficava com meus pen-
samentos, meu desejo de me tornar alguém viva assim, mesmo me sen-
tindo tão pobre internamente, tão sem vida. Tão triste infeliz perante a
vida que levava. Você não faz ideia, querido, o quanto sofria nesse
Tempo. E não era um sofrimento mórbido, não. Aliás, não suporto estes
rótulos pejorativos, dados pela psiquiatria, e que já poderiam denominar
como depressiva, por exemplo. Nada disso! A dor carregada era autênti-
ca. Real, pois era a vida, era o quadro, a paisagem ao meu redor que
62
não tinha fim... Era a realidade da qual eu vivia, sentia... Não via coisas
boas, algo feliz, algo que me trouxesse satisfação. Já imaginaram se um
desses médicos me entupisse de remédios por conta da depressão?
Eu, precisava tanto correr o Tempo, ou seja, precisava dos meus
passos, do meu caminhar, do meu agir, do meu pensar, do sentir, sim,
porque de direito eu tinha que sentir o que estava sentindo! Não poderia
ser mascarado através dos embutidos de remédios dados hoje em dia
com tanta naturalidade por tantos psiquiatras. Qualquer sofrimento,
qualquer tristeza, já muito dos psiquiatras considera que devem medi-
car. Isso, na verdade, deve ser visto na historicidade da pessoa que
chega até um filósofo clínico, por exemplo. O filósofo clínico, depois de
fazer o estudo minucioso da Estrutura de Pensamento de seu partilhan-
te, depois de conhecê-lo, verá se no caso dele é recomendável o uso
de remédios. No meu caso, alguns psiquiatras me tornariam um zumbi;
uma morta-viva. Logo eu que sei sobre a questão da busca, da expres-
sividade, da axiologia são relevante na minha Estrutura de Pensamen-
to. Pensava em conseguir ter forças suficientes para sair daquela situa-
ção em que me encontrava. Olhando aquela cena da árvore que fora
cortada e queimada — somente restando o tronco negro, mas aquele
broto lindinho, pequenino, mas que, viçoso, saía de um dos lados —
senti esperança, mas estava tão distante ainda do que desejaria estar...
Tudo o que eu tinha de real naquele momento era alguém que me es-
cutava e como escutava... “Que pessoa maravilhosa!”, eu pensava!
Quanta sabedoria! Ele fora capaz de levantar meu olhar, meus pensa-
mentos para o raminho verdinho, para que saísse daquela situação do
olhar endereçado ao preto encarvoado do tronco que fora queimado por
alguém; para que não ficasse com o olhar voltado para o horror, mas
que meu olhar fosse voltado para a esperança!
Não. Naquele momento ainda não tinha esse discernimento! A
única coisa de que lembrava é da felicidade em ver aquele raminho
63
verdinho saindo daquele preto do queimado do tronco; e meu pensa-
mento em querer ser um raminho verde, assim como o raminho conse-
guira sair das trevas. Tudo o que precisava era daquela pessoa para
escutar, somente caminhar comigo, para estar ao meu lado e ser com-
panhia, para poder chorar livre... Um real amigo, autêntico amigo. Um
amigo verdadeiro e, além de tudo, não precisava pagar para me escu-
tar! Como Deus foi bondoso para comigo! E que presente minha Mãezi-
nha mandou vir até mim, à pessoa certa!
Mesmo que você se sinta num mar revolto e que este o esteja
quase levando ao fundo, em Deus, na Eucaristia, com Nossa Senhora
podemos sair salvos. Peça ajuda em oração. São situações da vida que
vamos tratar neste meu livro.
Deixo outra analogia, desta vez em relação à pérola, pois anteri-
ormente coloquei a questão da madeira. Há uma joia e eu considero
clássica, linda, mas claro, nunca tive um colar valioso; falo das pérolas!
Amo usar roupa preta e com um colar de pérolas, considero-as lindas
demais! Uso pérolas de bijuterias, ainda que pouco use; talvez, por falta
de oportunidade. Acho as pérolas belíssimas na sua brancura pura.
Nem ligo por não possuir um colar de pérolas autêntico. Para mim, a
história delas, como elas surgem, a imagem delas na minha alma já é
suficiente! Paga todos os euros ou dólares! Não preciso ter um autênti-
co colar de pérolas; nem gostaria; iria desejar que elas nunca saíssem
do seu habitat. Você sabe como as pérolas se formam? Coloco aqui
uma simples explicação retirada da Internet:

“...mas esse nácar (conhecido como madrepérola) também serve


como mecanismo de defesa contra organismos parasitas e dejetos pre-
judiciais. Quando um molusco é invadido por um parasita ou é incomo-
dado por um objeto estranho (um grão de areia, por exemplo), e isso
causa dor e irritação no tegumento do animal, entra em ação um pro-
cesso que chamamos de enquistação. Neste processo, como forma de
64
proteção desta irritação, a ostra começa a cobrir aquele grãozinho de
areia com nácar. Com o passar do tempo vão sendo depositadas mui-
tas e muitas camadas de nácar, o que acaba por ocasionar a formação
de uma pérola. A qualidade e espessura destas camadas microscópi-
cas de nácar são importantes fatores que determinam o brilho de uma
pérola. Pérolas são produtos da dor, resultados da entrada de uma
substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um para-
sita ou um grão de areia. Pérolas são feridas curadas”. Trecho da In-
ternet postado por Karlla Patrícia. 16 de janeiro de 2010.

Então, você percebe o valor de um grão de areia? Aquele grão de


areia numa ostra fez aparecer o lindo resultado. Surgiu ao longo do
Tempo, do Tempo, surgiu uma linda pérola! Assim somos nós. Assim é
você! Você pode ir ao fundo do oceano e buscar a sua pérola. Você
pode esperar seu Tempo e vir-a-ser. Muitas vezes, nos preocupamos
com o agora, o já! A pressa e o não atingir o que desejamos fazem com
que nos desprezemos e achemos que tudo deve ser nesse instante.
Isso pode não ser para você, porque cada ser humano é único e não
somos máquinas, mesmo que muitos possam pensar assim. Isso ocorre
com alguns pais também. A pressa, a vontade grande que o adolescen-
te consiga acertar logo de primeira sua vida, num vestibular, por exem-
plo; na ânsia de que ele não deve perder tempo, o tempo cronológico,
porque os pais desejam que ele tenha dinheiro logo para se mantiver;
uma preocupação a menos no orçamento familiar e até no pagamento
da faculdade que está cursando e descobriu não ser aquela que esteve
cursando.
A própria vaidade de alguns pais para mostrar os filhos à socieda-
de e a eles mesmos que são capazes de alcançar o topo que os pais
desejam. Esquecem-se do Tempo de Deus! Do Tempo existencial da-
quele filho em consonância com Deus. Há que se dar o Tempo! Há que
se confiar no Tempo de Deus! O Tempo solto, sem as amarras do tem-

65
po cronológico, o tempo dos homens. O Tempo de Deus brota do interi-
or, aquele Tempo do coração, que você escuta o chamado, e quando o
cérebro lhe diz “vou por aqui, por essa direção”, o coração lhe diz: “vou
hoje fazer um caminho novo. Desejo as flores, desejo ver borboletas,
desejo ver o verde, os pássaros...”
Deixamo-nos levar pela sociedade que aí está nos exigindo mais e
mais. Mas qual o motivo? Por que tenho que ser isso? O que querem?
E quem é que quer? Quem está por baixo dos bastidores nos tirando o
sossego? E o Tempo de cada um, seu Tempo próprio? Quem é que
sabe mais de mim do que Deus e eu mesmo? Sim, pode acontecer de
que algumas vezes alguém venha a nos conhecer muito bem em al-
guns aspectos. Este poderá ajudá-lo.
A madeira citada, sobre a qual teci um comentário, para servir de
móvel e útil, ou simplesmente para ornamentar, precisou ser trabalha-
da, e este trabalhado leva tempo e Tempo! Olha o exemplo supremo de
Jesus Cristo: veio ao mundo com a missão de ser Deus feito homem.
Um homem bom, simples, sem soberba, humilde, nasceu num estábulo,
numa manjedoura junto a alguns animaizinhos. Quanto exemplo de
humildade! Um homem que cresceu no meio do povo e que se fez sur-
gir aos poucos, ou seja, houve o vir-a-ser e sua razão de existir! Ele foi
todo puro Amor! Foi justo, foi correto, obediente! Até culminar com Sua
morte na Cruz da Salvação. Foi feito isso para que nós, em Jesus Cris-
to, possamos ser redimidos dos nossos pecados e receber a Redenção!
Para que N’Ele, com Ele, possamos ser salvos dos nossos pecados e
conquistar uma vida eterna. E, mesmo assim, com o modelo de Amor
deste homem, não houve um Herodes, um Judas Iscariotes, todo um
povo na época, que gritavam com veemência: crucifiquem-no! Crucifi-
quem-no! Crucifiquem-no?
Ah! Essa perseguição do Mal! O Mal invisível que vai contaminan-
do. Aquele povo, em uma época, naquele contexto, teve oportunidade
66
de fazer uma escolha: Barnabé (o ladrão) ou Jesus Cristo! Incrível, não
é mesmo? E foi o Justo a caminho da morte! E foi o Amor rumo à morte.
Foi o Cordeiro Imolado! A verdade é que não foi o Amor para a morte!
Foi Jesus Cristo para a morte e com Ele, nos amava tanto, com o Seu
Amor levou as nossas iniquidades, nossos pecados. Nas asas do Amor
nossos pecados foram mortos. Por isso Ele morreu por você, por mim e
por isso também, N’Ele você pode “mergulhar” na Fonte de Água Viva,
para N’Ele você fazer morrer os seus pecados. Por ser Jesus Cristo, o
já anunciado Messias no Antigo Testamento, o Salvador, Ele parecendo
morto, ressuscitou ao terceiro dia; Jesus Cristo iniciando o aperfeiçoa-
mento da Lei do Antigo Testamento, através do Amor. Ele Ressuscitou!
É a Páscoa: Passagem para Vida Nova. Sim, a vinda da pessoa de Je-
sus Cristo já estava prevista. Já tinha sido anunciada no Antigo Testa-
mento; então, era o plano de Amor de Deus que se concretizava. O
Plano de Amor estava carregado do Amor para a Terra, na presença de
um Homem de carne e osso, de um Homem humano como nós, mas
que, no Seu Amor intenso por nós, deu o Seu Sim ao Pai para resgatar
dessa maneira o Povo de Deus; o povo pecador. Ele então morreu por
nós. Nunca esqueçamos, portanto, Ele é Vida; Ele Ressuscitou. Ele é a
nossa Páscoa. E... Páscoa significa passagem da vida feia, de morte
dos nossos pecados para a Vida Nova. Temos esse direito em Cristo
Jesus.
Estivemos falando num vir-a-ser, de uma maneira na qual a pes-
soa deseja estar ao lado de Deus Amoroso e Misericordioso e faz todo
o empenho em ser melhor. O que dizer de uma pessoa cuja escolha é
outra? A sua escolha é a de não possuir Deus, porque no Seu lugar
coloca outras coisas? Essas outras coisas podem ser as mais variadas.
Há quem deposite nela mesmas todas as fichas. Há quem potencialize
a sua alma na procura pelo dinheiro; pelo dinheiro e Deus, para essa
pessoa, não importa. Há quem só pense em sua profissão, valorizando-
67
a acima de qualquer outra coisa. Há quem já sentiu o sabor do encontro
com o outro lado... Recebe muito cultuando, dedicando-se ao Mal e
ainda ri, debocha dos prodígios de Deus, do poder de Sua realização.
Há os que se dedicam ao mundo teórico, num viver do ocultismo, do
secreto, e tornam-se prepotentes, pretensos donos do mundo. Os so-
berbos acreditam em si mesmos e nas forças ocultas e não pertencem
a Deus Amoroso e Misericordioso. Tornam-se astuciosos, maléficos,
coração endurecido como pedra, sem se importarem realmente com os
que possuem menos; mas os soberbos se preocupam em ganhar muito
dinheiro, fama, prestígio, status e desta maneira ter domínio do sistema.
Há pessoas e estas, já estiveram em Deus; gradativamente opta-
ram pelo caminho contrário porque perderam a pureza, deixaram de
acreditar no Bem, enquanto suas procuras, companhias, suas escolhas,
começaram a fazê-las desacreditar na pureza, nos valores, na moral,
na ética, fazendo-as perderem o foco do real sentido da existência hu-
mana: Deus Amoroso e Misericordioso. Peço que estejamos atentos.
Peço que, juntos com Nossa Senhora de Fátima, possamos ficar aten-
tos ao que Ela pede nesse Tempo em que fala sobre a purificação e a
grande tribulação nos preparando para o Segundo Advento: a Segunda
Vinda de Jesus Cristo não mais em razão dos nossos pecados, mas de
nossa salvação.

68
Capítulo I

Parte 3

“Um Coração Para Amar (Pe. Zezinho, SCJ) (LP: Louvemos o Senhor II)
(LP: Filho Pródigo)
Um coração para amar, pra perdoar e sentir, para chorar e sorrir ao me
criar tu me deste. Um coração pra sonhar, inquieto e sempre a bater;
ansioso por entender as coisas que tu disseste:
Eis o que eu venho te dar, eis o que eu ponho no altar.
Toma Senhor que ele é teu. Meu coração não é meu.
Eis o que eu venho te dar, eis o que eu ponho no altar.
Toma Senhor, que ele é teu. Meu coração não é meu.
Quero que o meu coração seja tão cheio de paz que não se sinta capaz de
sentir ódio ou rancor. Quero que a minha oração possa me amadurecer,
leve-me a compreender as consequências do amor.”

Nossa Senhora de Fátima, ao padre Stefano Gobbi, através das


Locuções interiores, fala sobre os sinais. Sim. Sinais de perseguições
da Igreja Católica Apostólica Romana. O Primeiro sinal, Ela deixa dito
que é a confusão: “O Reino glorioso de Cristo será precedido de um

69
grande sofrimento para purificar a Igreja e o mundo, a fim de levá-los a
uma completa renovação…”; o Segundo sinal, é a indisciplina: “Este é o
sinal que vos indica que para a Igreja soou tempo final de sua purifica-
ção: a indisciplina difundida em todas as camadas, especialmente a do
clero”; Terceiro sinal, a divisão: “A primeira atitude de desunião com o
Papa é a rebelião declarada. Mas há outra velada, ainda mais perigosa.
É a de se proclamar abertamente em seu favor e ao mesmo tempo vi-
ver interiormente separado dele, sem tomar conhecimento de seu ma-
gistério e agindo na prática contrariamente às suas prescrições”; o
Quarto sinal, a perseguição: “O quarto sinal que vos adverte que para a
Igreja soou o ponto alto de sua dolorosa purificação, é a perseguição.
De fato, ela está sendo de diversos modos perseguida”.
Você poderá encontrar e continuar as leituras na íntegra nas pági-
nas 228 a 236 da Obra de Nossa Senhora. Livro “Aos Sacerdotes, filhos
prediletos de Nossa Senhora”.
A Mãe Celeste explica cada um desses sinais. Coloquei muito
pouco para você, meu querido, pois este é um trabalho tentando dar
uma ideia, subsídios junto com a Mãe amada que sofre, clama faz os
Seus apelos para a Humanidade, aos Seus fiéis, aos religiosos e religi-
osas, aos Seus filhos prediletos e no decorrer das nossas respostas, do
nosso ‘sim’, na vida, gradativamente, a paisagem mudará. Nossa Se-
nhora nos deixa a seguinte afirmação:
“E por fim, meu Coração Imaculado Triunfará!”.
Imagina o sofrimento de uma Mãe ao se deparar com a Sua Igreja
sendo traída. Ela, então, diz assim na página 120. Não está na íntegra.
“Contemplai o meu Filho Crucificado e sereis fiéis. O meu Filho
que, sendo Deus, fez-se obediente até à morte de Cruz. Contemplai os
seus espinhos, contemplai o seu sangue, contemplai as feridas: São
flores desabrochadas na dor da sua obediência. Agora, que a treva en-

70
volve tudo, sois chamados a testemunhar cada vez mais a luz da vossa
completa obediência à Igreja: ao Papa e aos Bispos a ele unidos. E
quanto mais derdes testemunhos da vossa completa obediência à Igre-
ja, tanto mais criticados, escarnecidos e perseguidos sereis”. 13 de abril
de 1976. Terça-feira santa. (Contemplai o meu Filho Crucificado).
Ela continua:
“Se estiverdes unidos ao Magistério da Igreja, se fordes humildes
e atentos a quanto Ela vos indicar, permanecereis sempre na Verdade
da Palavra de meu Filho”. Página 119, “Aos Sacerdotes, filhos predile-
tos de Nossa Senhora”. Não está na íntegra.
Nossa Senhora de Fátima convida a todos, a Humanidade à con-
versão, à consagração e a se refugiar em Seu Imaculado Coração de
Maria para viver os tempos difíceis. O Santo Rosário é a arma poderosa
para combater o Mal.
“Hoje, também, esta pobre humanidade, que está ainda fechada
no sepulcro gelado do pecado, da recusa de Deus, do ódio, da violên-
cia, da guerra, da impureza e da iniquidade, é chamada a sair de sua
tumba de treva e de morte. Alegrai-vos todos Comigo, porque, neste dia
da sua Páscoa, anuncio-vos que Jesus ressuscitado retornará no es-
plendor divino da sua majestade e da sua glória.” Páginas 636 e 637.
Dongo (Como) Itália, 3 de abril de 1988. Páscoa da Ressurreição. Có-
pia parcial.
Olha, sei que você deve estar questionando tantas situações aqui.
Uma delas, as datas dessas revelações. Vimos anteriormente sobre
isso. Entendo que há todo um preparativo, e grandioso, para que tudo
seja direcionado ao Tempo de Deus e não é o tempo cronológico hu-
mano a preocupação; para entrega de corpo e alma ao Deus Amoroso
e Misericordioso, à Mãe Santíssima, a Jesus Cristo, isso depende das
nossas respostas, das nossas orações, da reza do tão pedido Santo

71
Rosário pela Mãe amada. Devemos fazer a defesa contra o Mal intenso
e acirrado que está infiltrado na Igreja Católica. Veremos qual é esse
Mal no decorrer das passagens retiradas da Obra de Nossa Senhora e
do meu desejo como uma testemunha da Vida, num espiritual maléfico
vivido por mim, assim como membros amados da minha família. Em
minha família celeste eu tive, sim, a minha vida de volta. Na Providência
Divina eu fui salva. O quanto recebi da Igreja Católica e o quanto então
desejo ser para você, meu querido, acompanhante destes meus escri-
tos. Obviamente eu sei das fraquezas, dos pecados de tantos padres,
sacerdotes. Mas, na situação mundial na qual estamos vivendo, quem
de nós pode dizer que não possui os seus pecados? Quem de nós po-
derá “atirar a pedra em alguém, desejar julgar”? Digo mais:

“Quando o Filho do homem retornar encontrará ainda a fé sobre a


Terra?”

Se Jesus Cristo retornasse neste exato momento em que você es-


tá lendo este livro, Ele encontraria fé em você? Você está no Tempo de
Deus?
Deixo bem claro a você, querido, que o meu intuito é o de esclare-
cer, lançar a situação espiritual maléfica e divina para você com relação
a mim mesma, o meu testemunho de vida, com base em Nossa Senho-
ra de Fátima e a Bíblia Católica Apostólica Romana. A minha Bíblia lida
é a Ave Maria, Bíblia Católica. Emprego trechos dos quais costumava
ler do meu Tempo de curso de Filosofia, dos quais tomava nota em fo-
lhas de ofício, tudo o que me chamava à atenção: pensamentos de filó-
sofos, dos santos e das santas, leituras variadas que eu fazia; do Tem-
po em que eu lecionava no Ensino Religioso Escolar. Eu tive doze tur-
mas de adolescentes e pré-adolescentes, de quintas séries até oitavas
séries. E meu querido leitor, o principal: A Vida Ensina! Ou seja, fui per-
cebendo Deus na própria Vida. Fui percebendo que a minha Mãe me

72
puxou, sim, as orelhas na Vida. Ela respeitou o meu Tempo. Um Tempo
vivido no sofrimento, no padecimento, na dor da solidão existencial,
mas tinha que passar por aquilo para entender o Todo. Para poder tes-
temunhar para você. Não sou a ingênua do passado. Posso entender a
dimensão desse meu sim para a Mãe no testemunhar; é preciso. Não
posso mais continuar assistindo barbáries que aí estão. Preciso cumprir
a minha parte. Espero meu querido leitor, que você faça valer o Amor.
Faça a sua parte! O seu melhor. Sei que é através da dialética que a
Humanidade fará poderão chegar por fim ao que Nossa Senhora nos
deixa como grande esperança:
“Por fim, meu Coração Imaculado triunfará!”
Lembro que iniciei os escritos deste meu livro num Tempo de Qua-
resma. Não tenho a certeza se iniciei em 2011 ou se foi no ano de
2012. Foram inícios e reinícios. Foram escritos e mais escritos. Foram
paradas, foram continuações... E me perdi no Tempo sem ver o Tempo
passar. Como não acredito em coincidência ou sorte, pois vivo no que
eu passei a chamar de Tempo de Deus, e não mais a viver o Tempo do
adversário de Deus, percebo-me terminando o livro no Tempo de Qua-
resma do ano de 2014. Livro escrito no Tempo. Livro, enquanto em mo-
vimento, quando pensava concluído, Deus, minha Mãe amada, mani-
festava para mim suscitando em meu coração que deveria colocar mais
isso ou aquilo; ou ainda, não bem isso, pois aquilo é muito mais impor-
tante do que isso. As informações outras, além das mensagens de Ma-
ria Santíssima enquanto na Vida, iam surgindo, iam se evidenciando e
ia me causando interiormente um chamado: “isso deve ser colocado”.
Percebi os ‘sinais’; eles se apresentaram a mim, também na realização
deste e não somente na Vida. Para mim, e assim é para mim, aprendi a
fazer a Leitura da Vida, isto é, no Tempo de Deus, perceber o que Ele
queria de mim. Qual o motivo de tal coisa ter ou não ter acontecido de
tal maneira. Considerei então fatos, observações, vivências muito fortes
73
e pessoais, sofrimentos pessoais e sofrimentos de outras pessoas na
família, meu contexto de vida como um todo e que envolviam pessoas
fazendo parte dela. E assim tudo surge e se apresenta a mim.
Dia 28-02-2014, eu pensara ter terminado a minha obra. Ou ali se-
ria o término mesmo? Eu senti uma emoção forte ao colocar as últimas
palavras e meus olhos marejaram. É incrível essa sensação de término
de algo carregado pelo Tempo. Algo do qual custa a mim emoções,
sentimentos puros, sérios, sofridos, felizes e todos tão marcados dos
momentos, dos choros, lágrimas, dores... E a satisfação da vitória de-
pois de olhar para trás e contemplar por escrito a paisagem. Estava no
quarto trabalhando e olhei o relógio do meu laptop. Eram 23h07. Levei
o meu laptop para a sala e disse para o meu esposo. Terminei! Ele
simplesmente levantou o olhar para mim, deu um sorriso e notei o pou-
co crédito em minhas palavras. Ele me conhece muito. Muito mesmo.
Isso já tinha acontecido outras vezes. Havia pensado terminar, mas vol-
tava, sempre tinha algo para elucidar. Ele não deixou de ter razão. Afi-
nal, depois da paisagem vislumbrada, achei por bem retomar a Introdu-
ção e ela fez-me criar outra parte para este livro. Depois eu contemplei
a paisagem, depois de possuir a visão do todo, pude fazer ajustes e,
porque não, aqui também aproveitando certas oportunidades com rela-
ção às datas ainda estão no Tempo, ainda suscitavam ao meu coração
para deixar a minha homenagem, a minha despedida. Então, você terá
querido leitor, um pedacinho a mais de mim. Um pedacinho da minha
despedida no final e nesta parte do livro criada recentemente. Um pe-
dacinho de mim, desejando homenagear a todas as mulheres parafra-
seando o que Martha Medeiros, jornalista e escritora colocaram em sua
coluna do jornal Zero Hora, na data 09-03-2014. Não poderia deixar de
colocar ainda textos importantíssimos e que se apresentaram a mim
neste período da Quaresma. Eles servem de desfecho, querido leitor,
para evidenciar, muito mais do que para mim, a razão da existência
74
destes escritos. Ainda mais, como terminar este sem colocar também o
slogan da Campanha da Fraternidade de 2014, sem comentá-lo? Co-
mentar o Tempo da Quaresma onde a Igreja Católica lança a Campa-
nha da Fraternidade? De maneira alguma, poderia encerrar este sem
deixar o meu pensamento de modo universal.
Então, leitor querido, vamos por partes. Em primeiro lugar a minha
homenagem às mulheres no Dia Internacional de 2014. Considero im-
portante, para nós, mulheres interiorizarmos e procurarmos o Equilíbrio.
O título dado pela escritora foi:
“Que fim levou Bo Derek?”
“Até que descobrimos que tínhamos tudo, menos a coisa mais im-
portante do mundo: tempo. Deixamos de ser donas dos nossos dias,
viramos escravas da perfeição, passamos a buscar a nota 10 em todos
os quesitos, feito uma escola de samba, e ganhamos o quê? Um stress
gigantesco e uma tremenda frustração por não conseguir manter tudo
no topo: o casamento, a profissão, os seios. Nunca mais uma escapada
de três dias num sítio, nunca mais pegar uma matinê num dia de sema-
na, nunca mais passar a tarde conversando na casa de uma amiga,
nunca mais deitar no sofá para ouvir nossa música preferida. Tic-tac,
tic-tac. Proibido relaxar. Trégua, por favor. Não estamos numa competi-
ção. Ninguém está contabilizando nossos recordes. A intenção não é
virar uma campeã, e sim desfrutar a delícia de ser uma mulher divertida
e desestressada. Por que isso precisa conflitar com a independência?
Proponho uma pequena subversão: agrade a si mesmo e a mais nin-
guém. E não brigue com o espelho, pois ter saúde é o único item de
beleza indispensável, e isso só se enxerga por dentro. Trabalhe no que
lhe dá gosto, aprenda a dizer não, invente sua própria maneira de ser
quem é, e se for gorda, fumante, esquisita e sozinha, qual é o proble-
ma? Aliás, sendo você mesma, dificilmente ficará sozinha.”
Minha segunda despedida: O que Deus tinha para nos dizer neste
75
dia? (09-03-2014).

“Se quiseres observar os mandamentos, eles te guardarão; se


confias em Deus, tu também viverás. Diante de ti, Ele colocou o fogo e
a água; para o que quiseres, tu podes estender a mão. Diante do ho-
mem estão a vida e a morte, o bem e o mal; ele receberá aquilo que
preferir. A sabedoria do Senhor é imensa, ele receberá aquilo que pre-
ferir. A sabedoria do Senhor é imensa, ele é forte e poderoso e tudo vê
continuamente. Os olhos do Senhor estão voltados para os que o te-
mem. Ele conhece todas as obras do homem. Não mandou a ninguém
agir como ímpio e a ninguém deu licença de pecar.” PALAVRA DO
SENHOR.

A Campanha da Fraternidade é lançada no Tempo da Quaresma.


Sempre vem acompanhada com um Tema e um Lema.
Este ano de 2014, a Igreja Católica lança como Tema: “Fraterni-
dade e Tráfico Humano”. Lema: “É para a liberdade que Cristo nos li-
bertou”.
Considero providencial para o meu ano de término da obra ter me
deparado com esse slogan. Antes de eu começar os meus escritos so-
bre o slogan da Campanha da fraternidade, como a Campanha da Fra-
ternidade é sempre lançada no Tempo da Quaresma, desejo fazer al-
gumas considerações sobre esse Tempo, a Quaresma em si mesma.
Você sabe o que é a Quaresma? Não se preocupe que não vou
deixar aqui um tratado sobre esse assunto. Meu objetivo é evidenciar
algumas situações dramáticas na Igreja Católica. Eu sei meu querido
leitor, quantos e quantos se dizem Católicos, se dizem batizados na
Igreja Católica, mas ao entanto nem o sinal da cruz é feito corretamen-
te. Existem os que fazem o sinal da cruz sem os cuidados adequados.
Peço desculpas. Minha intenção não é a de criticar, mas ajudar com o
que a vida me ensinou. Ajudar você a se desvencilhar do demônio. Aju-

76
dar com o que vivenciei, senti em minha alma a perseguição do espiri-
tual maléfico. Além disso, acredito que quando nos dizemos Católicos
Apostólicos Romanos devemos sê-lo, sim, na sua essência, ou seja,
fazendo verdade no seu batismo. Nunca pense meu querido leitor, que
as minhas colocações são com a intenção de julgar uma pessoa. Nun-
ca! Quem sou eu? Eu que fui uma lagarta rastejante? Eu que tive o meu
Tempo de casulo? Eu tive que renascer para estar com você? Nunca,
meu querido. Nunca! Não tenho esse poder. Somente Deus fará o jul-
gamento. Entretanto, eu desvelo a pessoa. Esse desvelar pessoa, ver o
que está por trás da pessoa, é o Mal da pessoa. É o Mal espiritual que
ela pode estar envolvida por ser inocente, como a minha própria mãe foi
ludibriada pelo animal por longos e longos anos. Não somente a minha
amada mãe terrena, como pessoas da família que se envolveram ino-
centemente no Mal. O pior é quem procura e tem o desejo do Mal pelo
Mal. Como diz Nossa Senhora: “Esta é uma grande batalha em que se
combate sobretudo a nível espiritual”. Página, 490. Novamente aqui eu
coloco.
Voltando, então, ao sinal da invocação da Santíssima Trindade.
Existem pessoas que fazem todo o sinal da cruz no rosto. Fazem de
qualquer maneira sobre o corpo. Não pensam em invocar a Santíssima
Trindade que é o Pai, é o Filho e é o Espírito Santo; invocar com fé,
com Verdade; acreditando, chamando-Os de fato aqui para a Terra.
Aprendi na vida a fazer o sinal da cruz corretamente para então invocar
a Santíssima Trindade. Uma senhora muito Católica me mostrou como
fazer. Ao se invocar o Pai, se coloca a mão na testa; ao dizer o Filho, a
mão é colocada abaixo do umbigo; o Espírito Santo, tocado com a mão,
nas pontas do ombro; Espírito, numa das pontas e na outra ponta do
ombro, o Santo. Dizer amém, no coração, como fechamento. Você en-
tão invoca a Santíssima Trindade para falar com Eles. Não li em manual
algum essa forma de invocar a Santíssima Trindade; aprendi na Vida.
77
E a Quaresma? Triste realidade, mas verdade: muitos não viven-
ciam situações Verdadeiras. Muitos não participam de um Tempo junto
com Jesus Cristo. Ah, como é importante vivermos atualmente como
nunca antes na História da Humanidade e acompanharmos esse Irmão
(Jesus Cristo), durante o Tempo na Igreja.
Uma vez, meu amigo Irmão Marista, que prefaciou o meu livro, fez
um calendário (eu o havia pedido), no qual mostrava amplamente os
diversos Tempos em que vive a Igreja Católica. É lindo demais, quando
se acompanha os Tempos das liturgias, pois é a Vida que se mostra
com Deus e Seu Filho Jesus Cristo, os fiéis acompanhando. É a partici-
pação da pessoa caminhando de mãos dadas com Eles na Vida! É tudo
tão abrangente e lindo! É tudo tão universal, atendendo com respeito à
Palavra de Deus. Na Quaresma que se inicia na quarta-feira de cinzas,
depois do carnaval, o sacerdote, neste dia, coloca cinzas em sua testa.
Isso mesmo: coloca cinzas. Ele, então, faz o sinal da cruz na testa e diz
as palavras:
“Convertei-vos e Crede no Evangelho!”
O sacerdote pode dizer também:
“Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás”.
As cinzas saem dos ramos queimados e abençoados no Domingo
de Ramos do ano anterior. Acrescentam água benta às cinzas.
A Quaresma, quarenta dias de respeito, de abstinência, de jejum,
de orações fortes; que possamos aos poucos nos preparar dessa ma-
neira, junto com Cristo, colocando nossos sofrimentos no fardo triste, na
missão triste que Jesus Cristo veio ao Mundo fazer por nós. Nunca es-
quecer sobre todas as situações tristes da Vida, que Cristo venceu
através da Ressurreição. Tudo passou; passou da Morte para a Vida
nos legando que, também nós na Eucaristia podemos vencer nossos
pecados e sairmos vitoriosos. Afinal, é na missa em cada missa Jesus

78
Cristo faz o Seu Sacrifício por nós. Por isso, matar animais, sacrificar
animais é abominado por Deus da Vida, da Criação. Não se justifica
esse ato abominável aos Olhos de Deus.
Estes quarenta dias da Quaresma lembram Jesus Cristo tentado
pelo demônio quando se retirou para um lugar ermo, a fim de orar e
meditar, após o seu batismo nas águas do Jordão. Jesus estava se
preparando para dar início a seu ministério de preparação e salvação
dos homens. Nesse retiro de Jesus Cristo, Ele nos deixa o exemplo de
como agir antes dos grandes e decisivos empreendimentos de nossa
vida. Retirei de uma folha de ofício (nela não consta o autor), entre os
meus materiais guardados, o que diz a seguir:
“Segundo as Escrituras, três foram as tentações com que o demô-
nio quis ter em mãos, e prova da divindade de Jesus:
1º- “Se és o Filho de Deus, ordena a esta pedra que se torne pão”.
E Jesus: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra de
Deus”.
2º- “Dar-te-ei todos os reinos da terra, se te prostrares diante de
mim”. E Jesus: “Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás”.
3º- “Se és o Filho de Deus, lança-te daqui para baixo, porque está
escrito: O Senhor ordenou a seus anjos que te guardassem, para que
não firas o teu pé nalguma pedra”. E Jesus: “Não tentarás o Senhor teu
Deus”.
Tenho o seguinte a dizer:
Jesus Cristo mostra ao demônio um lado da face da moeda que o
animal não conhecia. Enquanto o animal estava o tempo inteiro cutu-
cando Jesus com situações do plano horizontal, isto é, do plano materi-
alista, Jesus apresentava a satanás o lado outro. Mostrava o lado para
nós todos. Para a Humanidade de Ontem, de Hoje e de Sempre. Que
lado é esse? O lado da dimensão espiritual divina. Jesus Cristo mostra-
79
ra para satanás, o espírito maligno, que o pão com fermento; o pão,
aquele que alimenta os órgãos do aparelho digestivo, ou qualquer outro
substitutivo como alimento, não é mais importante do que a Palavra de
Deus aos homens. Jesus Cristo mostrara ao demônio, ao animal, que
nada para Ele, para Jesus, era mais importante do que Deus Único,
Verdadeiro Deus, seu Pai. E na ação de Jesus Cristo mostrava Obedi-
ência. E se... Jesus Cristo não obedecesse ao Pai da Criação, da Vida,
naquele momento de ser tentado? Mais uma vez como no Tempo de
Adão e Eva a serpente da maldição perpetuaria da desgraça.
Esta palavra Obediência para mim possui alto valor. Podemos
constar nos filhos de hoje a falta de obediência aos mais velhos, aos
avós, aos pais e isso gera pecados atrozes. Podemos constatar isso no
interior da própria Igreja. Os filhos rebeldes desejando serem os “cabri-
tos” falados na Bíblia.
Não adiantava o animal fomentar o recebimento de um reino intei-
ro material, desta Terra, pois para Jesus Cristo só para Deus era o seu
olhar, o seu caminhar, a Sua vida. Jesus Cristo não deseja mostrar ou
provar nada ao animal, quando este lhe pediu que se jogasse do lugar
alto, de retiro onde estava. Os anjos poderiam vir em guarda de Jesus,
em Seu socorro, pois Jesus Cristo estava resoluto que a Sua vida era
unicamente de Deus, e, sendo Ele pessoa de Deus, nunca seria venci-
do pelo Mal.
Que lição de confiança, de credibilidade, de Amor, de Fé nos lega
Jesus Cristo! Devemos também amar a Deus, nosso Único Senhor.
Que lição de confiança, de credibilidade, de Amor, de Fé nos deixa Je-
sus Cristo, a seguir nossa caminhada num único Pai. O Pai Nosso Cri-
ador do Céu e da Terra! Não devemos adorar falsos deuses, o deus da
barganha, o Pai da Mentira, o astucioso ludibriador, Pai da Mentira.
A Quaresma significa também para nós esses quarenta dias de
um retiro existencial.
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Tudo de bom e de lindo acontece quando para nós a Páscoa tam-
bém chega, ou seja, conseguimos com Cristo vencer os nossos peca-
dos. Chegamos a nossa vitória pessoal. Não existe algo mais misterio-
so e magnífico ao percebermos Cristo na nossa caminhada quando se
tem a experiência de ser uma lagarta rastejante. Com os nossos peca-
dos, desejando nos corrigir, nos lapidar, também sofreremos com Ele,
se deixarmos, por exemplo, de fumar, beber, enfim, qualquer vício, ten-
tação, qualquer pecado. Se você tiver o sentimento de vencer, sair da
sua pior desejar uma mudança de vida, em Cristo, conseguirá também
a sua vitória; fará você feliz e pode ter certeza que as pessoas ao seu
redor serão muito beneficiadas e felizes também. Se quisermos nos
converter realmente com Cristo, caminhando ao Seu lado, entregando
no Seu Sofrimento, no sofrimento de Cristo, tudo o que nos sufoca, nos
escraviza, impedindo de sermos mais, nós conseguiremos com Jesus.
Confie, por favor, em Quem deu a você somente o Amor! Deu a você o
Seu sangue. Deu a você a humilhação, os mais incríveis sofrimentos,
os mistérios de uma alma de puro Amor. O Inocente, o Santo Homem
morreu por você. Ele não tinha pecados; Ele era e é Santo. Sempre se-
rá. O filho unigênito enviado a Terra por Deus, no mesmo espírito divino
do Pai e por nós.
Saia da sua redoma de vidro, aquela que impede de acreditar na
realidade! Isso que estou a falar é real. O que se passa nas telinhas é
ficção. Viva a vida enquanto você puder e na realidade. A realidade não
é essa que você assiste nas telas. Por mais que procurem passar a
Verdade numa telinha para você, nunca será a verdade da sua própria
vida, do seu próprio caminhar, um caminhar livre, com Deus que te en-
volve, com Jesus Cristo que é companheiro de todas as horas e um
amigo exemplar. Saia da redoma de vidro fure essa bolha invisível e
passe a viver junto com as outras pessoas uma vida espiritual divina e
não a maléfica que estamos presenciando a todo o instante. Saia da
81
redoma de vidro. Juntamente com os irmãos em Cristo você terá, senti-
rá o Tempo de Deus acompanhando a liturgia do dia, da semana, nos
diferentes Tempos que a Igreja Católica, juntamente com Jesus Cristo e
Sua Mãe, nos proporciona para a nossa salvação. Quaresma é um
Tempo muito forte quando você confia, acredita no que faz. Quando
você deixar de brincar a vida e for numa missa para realmente senti-la,
e não para olhar para os outros e ficar observando-os, deve viver a li-
turgia com gosto. Cantando sem vergonha do que os outros vão dizer
ou pensar. Sendo ali você. Quando você então cuidar do seu coração e
de sua mente, você encontrará Deus. Quando você se dirigir para a
Igreja sem desejar olhar o rosto do padre, criticá-lo, mas ver nele um
ser humano com direito a falhas como qualquer outra pessoa, você vi-
venciará a missa efetivamente. Quando você olhar para o sacerdote e
nele você perceber que é simplesmente uma pessoa, mas que deixou
tudo, sua família, seus bens e vive de doações, saberá então que ele
fez uma escolha na Vocação. Vocação é um Chamado de Deus para
ele, que optou pelo celibato. Uma pessoa obediente ao Papa e não po-
de sair fazendo o que bem entende. Uma pessoa que possui a autori-
dade de absolver qualquer pecado e tanto mais... Não me diga que vo-
cê não precisa. Nunca diga isso. Onipotente, Onisciente e Onipresente
somente Deus. Já existiu Lúcifer que desejou e deseja ser como Deus
pela soberba, pela inveja. Acredito inclusive que uma das razões do
mundo estar do jeito que está é por homens racionais apóstatas (recep-
táculos do vem do Mal), soberbos no poder, desejosos de status, do
poder e pelo dinheiro, desejosos de ser Deus. Sei o que você deve es-
tar pensando também, que existem padres que não deveriam estar nes-
ta vocação. Eu concordo. E convido você a mudar este estado de situa-
ção e além de rezar por eles, fazer o seu melhor, a sua parte no sentido
de não aceitar o estado de pecado deste sacerdote. É um direito e de-
ver seu ir à busca da santidade, do Sacerdote puro, fiel ao modo da

82
educação da Mãe Virgem Santíssima está a pedir em Sua Obra. Olhar
e procurar o padre, o sacerdote puro e fiel a Jesus Cristo. Existem pes-
soas falhas; existe em qualquer seara, departamento da vida. Eu con-
cordo e eu vivenciei sacerdotes que não mereciam essa vocação. Eu
concordo, e eu vivenciei sacerdotes santos já aqui na Terra dos viven-
tes. Existem sacerdotes muito bons. Não nos compete julgar. A consta-
tação da existência do Sacerdote pecador ou qualquer pessoa não im-
plica em julgamento para um coração de amor. Implica consciência da-
quilo que é de Deus e pedido por Nossa Senhora de Fátima e do que
não é não vem de Deus.
Podemos compreender muitas situações, mas não precisamos
aceitar Sacerdotes pecadores. Dizer que não aceitamos é um direito de
quem é pecador e precisa da existência nesta face da Terra do santo
sacerdote, do sacerdote que opta por esta Vocação, a Vocação Sacer-
dotal, a mais nobre Vocação existente nesta face da Terra. Ajudar e
rezar pelos Sacerdotes pecadores, como a Mãe amada, nos pede. Por
isso, esse meu livro. Por isso, a minha preocupação. Por isso, sobretu-
do por isso, a preocupação da Mãe amada, Nossa Senhora de Fátima,
a Rainha da Paz. Ela sabe das piores falhas humanas, dos piores pe-
cados desses filhos e mesmo sabendo de tudo, como Mãe, Ela os ama
muito e quer dar Tempo de Conversão não somente para a Humanida-
de pecadora e sofrida, como também a esses seus filhos Sacerdotes
que traem, parte deles, a própria Igreja Católica. Nossa Senhora nos
pede para não julgar, para não criticar, pois “não será jogando vinagre
nas chagas abertas que vamos melhorar ou curá-las”. Mas é com a
nossa compreensão e amor. Quem somos nós para julgar? Será que
temos esse direito? Não. O que estamos nós fazendo como Igreja?
Compete a Deus o julgamento. Somente a Ele. Sei que é difícil, mas
não impossível! Essas situações são abordadas, e seriamente, no de-
correr deste livro.
83
Quaresma. Tempo em que a Igreja usa a cor roxa, para indicar
Tempo de maior introspecção, de orações, de penitências, jejuns em
nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Vivemos as situações que ante-
cederão a Sua Paixão e Morte. A via de sofrimento D’Ele, tudo o que
Ele sofreu. Por isso, se acompanharmos juntos a Ele, também a nossa
entrega no sofrer por algum vício, algum apego que nos faz muito mal,
as dores que sentimos tanto físicas quanto as de cunho interior, se for
de origem espiritual maléfica, isso termina. Termina! Você acabará por
viver juntamente com Ele, a sua verdadeira Páscoa. Sim. Vivemos
Tempo da agonia, Tempo do sofrimento, mas Jesus Cristo não está
preso na cruz eternamente e você, querido, também não está. Você
poderá se tornar uma nova pessoa. É a sua Páscoa! É o direito que vo-
cê possui em vida, e para ganhar vida, vida em abundância, como diz a
Bíblia. Confie. Acredite.
Não existe pior prisão do que a prisão invisível. Aquela prisão que
ninguém vê. Aquela chaga interior que ninguém imagina você possuir;
você tanto sofre. Você caminha entre todos, você está bem vestida e
perfumada, no entanto totalmente destruída interiormente. Algumas go-
tas daqui e dali, alguns bálsamos você mesma cria inventa imagina fa-
zerem você conseguir se mantiver em pé. Não tem nem como falar com
alguém, muitas vezes, sobre o problema que a aflige, pois nem mesma
você consegue explicar o que sente. Mas sente e sofre. Sente e chora.
Você não pode falar porque nada é concreto, nada é palpável e não é
uma dor aguda que você possa gemer e chamar a atenção. Não existe,
a priori, um remédio para essa dor existencial, até você conhecer Deus
e Jesus. Você não tem feridas pelo corpo, não tem coisa alguma que
possa inclusive cheirar mal; no entanto, parece muitas vezes que você
possui lepra. Mas é o Mal invisível que lhe acompanha. Algo sem saber
explicar, mas existe. Algo como o ar que respiramos e que não se vê,
no entanto, é tudo de mais importante que temos para conseguir viver:
84
o próprio oxigênio. Foi assim comigo. Por isso, estou com você. Por
isso, juntamente com Nossa Senhora, a Mãe amada eu peço a sua con-
fiança em seu Filho Jesus Cristo. Quero, junto com você, o Tempo de
Deus que eu tive. Um Tempo de Misericórdia. Tempo este, concedido
por Nossa Senhora de Fátima; convida-nos para a conversão. Tempo
do qual a taça da Justiça Divina, como diz Nossa Senhora, está trans-
bordante, mas que Ela está segurando o Tempo para a chegada de
Cristo Jesus, Sua segunda vinda. Ela fala do tempo da purificação e da
grande tribulação. No decorrer desta minha obra, veremos sobre essas
questões da traição infiltrada na Igreja Católica. Enfim... Vamos juntos
acompanhar?
Quaresma. Tempo em que eu sinto com Ele. Penso no que Ele
passou no que Ele sofreu por nós e sinto muito. Muito mesmo. Há mo-
mentos nas missas, acompanhando a liturgia, em que choro ao sentir o
que Ele passou por nós, por Amor.
A Igreja Católica Apostólica Romana lança a Campanha da Fra-
ternidade deste ano, 2014; tem como Tema: “Fraternidade e Tráfico
Humano”; Lema: “É para a liberdade que Cristo nos libertou”. Sobre es-
se slogan da Campanha da Fraternidade, desejo deixar, meu querido
leitor, registrado, dando ênfase ao que disse anteriormente; não existe
pior escravidão do que a nossa escravidão interior. Uma escravidão
invisível, uma escravidão dos nossos pecados e estes, nos impedem de
darmos os passos na caminhada existencial. Realmente, o lema da
Campanha da Fraternidade teve como base uma citação feita pelo
Apóstolo Paulo, em uma carta a Gálatas, chega a Tempo! “É para liber-
dade que Cristo nos libertou.” Vivemos tempos muito difíceis. Muito!
Como Nossa Senhora nos deixa dito, o problema é a nível espiritual, e
sendo espiritual ele se manifesta concretamente em cada um de nós,
nas famílias, sociedade e de forma abrangente no mundo. Veja então,
como Nossa Senhora de Fátima nos alerta:
85
“Satanás está a tramar de modo cada vez mais claro contra a mi-
nha Igreja. Ajuntou muitos dos meus filhos Sacerdotes, iludindo-os com
a falsa miragem do ideal marxista: o interesse exclusivo dos pobres;
um cristianismo empenhado unicamente na construção de uma socie-
dade humana mais justa; uma Igreja que se pretende mais evangélica
e por isso subtraída à sua instituição hierárquica. Esta verdadeira divi-
são da minha Igreja, esta verdadeira apostasia por parte de tantos dos
meus filhos Sacerdotes se acentuará e chegará mesmo à revolta vio-
lenta e declarada”. Página 109. (31 de dezembro de 1975) Última noite
do ano. Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora.

Nossa Senhora possui uma de Suas mensagens na qual Ela se


diz uma Mãe preocupada e fala principalmente para o nosso país, o
Brasil. Bem, se a Mãe Celeste se diz preocupada, eu também fiquei.
Por isso, fiz questão de dar ênfase ao assunto. Sobre isso, você lerá no
Capítulo III, no qual coloco essa preocupação de Nossa Senhora de
Fátima. Existe dentro da Igreja Católica, por uma parte dela, ou seja,
Sacerdotes que são simpatizantes da Teologia da Libertação e estes,
no Evangelho de Jesus Cristo, empregam a pessoa de Jesus Cristo
voltada para o social; adere, é simpatizante de um Cristo revolucionário,
voltado ao social apenas, através da Teologia da Libertação; de um ate-
ísmo marxista. Sacerdotes assim costumam então, nas missas, mudar
a essência do Evangelho. Nossa Senhora relata na Sua Obra. Nossa
Senhora revela, alerta, chama a atenção e está muito preocupada e
não podemos mais ficar ingênuos. Temos que discernir o joio do trigo.
Temos saber onde procurar a Verdadeira santidade para nos ajudar de
fato contra o demônio e assim, através dos nossos direitos como cida-
dãos e batizados salvar, inclusive essa Igreja santa e pecadora.
Você já ouviu falar de Karl Marx, idealizador do comunismo, preo-
cupado com as classes sociais. Falava sobre a burguesia e o proletari-
ado. Colocam-no como um gênio. Um grande pensador. Para mim, um

86
racional. Um pensador sem Deus e Jesus Cristo. Nunca Karl Marx
transcenderia numa visão mais profunda a dimensão espiritual de um
ser humano. Ele era ateu. Sem Deus, qual é a profundidade, a valia
desse pensador sobre o filho de Deus feito homem para trazer a única
missão fundamental da Sua vinda a Terra? A vinda de Jesus Cristo foi
morrer por nós para que N’Ele tivéssemos a Redenção; para a compre-
ensão e aceitação que é N’Ele, na Sua morte faz morrer também os
nossos pecados. Ou seja, é por meio de Jesus Cristo, Ontem, Hoje e
Sempre podemos fazer com Ele, N’Ele, a morte de nossos males exis-
tenciais espirituais maléficos. Pois Ele venceu a Morte, Ele Ressuscitou
para N’Ele encontrássemos a Paz interior tão almejada. Conquistamos
a Paz interior em primeiro lugar, junto; unidos seremos pessoas melho-
res. Mas existe quem não deseje isso. Sim, e como! Existe quem dese-
ja exterminar com Jesus Cristo, na Sua Divindade aqui na Terra. Mor-
rendo Jesus Eucarístico, toda a grande Luz, o Grande Farol se acaba.
E farol, além da luz emitida, é luz indicadora do caminho para quem se
sente desorientado. Jesus Cristo nos deixa dito claramente que Ele é o
Caminho, a Verdade, e Vida. Veremos sobre essa questão (quem são
‘eles’ que teimam em minar o Senhor dos Passos, Jesus Cristo), com
maior propriedade durante o seguimento no meu livro. Baseio-me, so-
bretudo, nas Mensagens da Mãe amada, na minha Bíblia Ave Maria,
nos meus dias de lagarta rastejante no qual tanto, tanto precisei de meu
Deus Amoroso e Misericordioso; cito pensamentos de diversos filóso-
fos, de textos ou trechos ao longo da minha caminhada existencial, en-
quanto fazia a Faculdade de Filosofia, eu copiava em folhas de ofício e
amarelecidas pelo Tempo não deixam de me acompanhar até os atuais
dias. A vida de alguns santos e santas foram as minhas inspirações
constantes na minha caminhada existencial. Para mim, Marx deixou um
rastro de discórdias, acentuando drasticamente os que possuem muito
e aqueles que não possuem. Fomentou uma visão horizontal em ver o

87
mundo somente na ótica materialista, criando as lutas de classes: pa-
trões e operários. O Homem — antes de lutar por alguma coisa, antes
de visar o materialismo, o capital, as grandes empresas — deveria ter
consciência em primeiro lugar da existência de Deus. Falo aqui, de
Deus da Verdade, nosso Deus Verdadeiro e não um deus! O deus tão
cultuado atualmente, o deus dinheiro. O capital. Não sou uma política.
Nunca gostei de política. A minha bandeira é puramente Nossa Senho-
ra e sei o quanto Ela deve chorar e padecer pelo Seu filho, pela obscu-
ridade, pelo desejo de homens racionais em ofuscar a Luz, o Brilho Di-
vinal de Nosso Senhor Jesus Cristo, meu Irmão, seu Irmão; meu Amigo
e meu Companheiro. As minhas colocações se referem à Mãe Celeste;
e o meu testemunho de vida, no que se relaciona com o espiritual malé-
fico e divino e que se materializam; os acontecimentos vão se evidenci-
ando aqui mesmo, nas relações que mantemos uns com os outros. Re-
pito um trecho da citação acima:

“Satanás está a tramar de modo cada vez mais claro contra a mi-
nha Igreja. Ajuntou muitos dos meus filhos Sacerdotes, iludindo-os com
a falsa miragem do ideal marxista: o interesse exclusivo dos pobres;
um cristianismo empenhado unicamente na construção de uma socie-
dade humana mais justa”.

Nossa Senhora, acompanhada na Sua mensagem pela explicação


de Gobbi, coloca a importância do pecado original como impedimento
de que nunca aqui na Terra conseguiremos o Paraíso. Carregamos o
pecado original quando do nosso nascimento, por desobediência dos
nossos primeiros pais — Adão e Eva. É original e individual, portanto,
se desdobra no pecado social. Explica então: “Em consequência do pe-
cado original será impossível construir o paraíso nesta terra. O verda-
deiro Paraíso nós o construiremos depois desta vida”. É explicado tam-
bém que, naturalmente, a Igreja se preocupa com o pobre; sempre teve
essa preocupação, mas devido aos nossos pecados, ao pecado origi-
88
nal, será “impossível construir o paraíso nesta terra”. Veremos na ínte-
gra este assunto.
Entretanto, querido leitor, ‘eles’, os ateus, uma parte de homens
racionais, com ideais marxistas, desejam uma sociedade falsa, uma
sociedade da hipocrisia, da ganância, do poder, do status. ‘Eles’, os
controladores, enxergam e desejam e primam por um mundo globaliza-
do e inclusive construir um falso mundo espiritual, ou seja, da criação
de um mundo realizado por ‘eles’; feito num plano somente horizontal.
Assim o controle ‘deles’ sobre a Humanidade fica, com toda certeza, o
ideal para ‘eles’, mas nunca para uma Humanidade que deseja ser livre.
Para estes, Deus não existe e principalmente a Grande Mulher — Nos-
sa Mãe Celeste, Nossa Senhora de Fátima, a Rainha da Paz — não é
considerada.
Veja o que diz uma das mensagens de Nossa Senhora, num dos
Cenáculos espirituais realizado em Dongo, Como, 6 de setembro de
1986.

“Na realidade, ela é invadida por uma falta de fé cada vez maior,
que difunde por toda a parte a grande apostasia. Muitos Bispos, Sacer-
dotes, Religiosos e Fiéis não acreditam mais, já perderam a verdadeira
fé em Jesus e no seu Evangelho. Por isso, a Igreja, deve ser purificada
com a perseguição e o sangue. Na Igreja, entrou, também, a divisão, a
desunião, a luta, o antagonismo. As forças do ateísmo e da maçonaria,
infiltradas no seu interior, conseguiram romper sua unidade interna e
obscurecer o esplendor da sua santidade. Estes são os tempos predi-
tos por Mim, em que Cardeais se opõem a Cardeais, Bispos a Bispos,
Sacerdotes a Sacerdotes, e o rebanho de Cristo é dilacerado por lobos
vorazes, que se introduziram sob as vestes de inermes e mansos cor-
deiros. Entre estes, há, também, alguns que ocupam lugares de grande
responsabilidade e, por meio deles, satanás conseguiu penetrar e atuar
no próprio vértice da Igreja. Bispos e Sacerdotes da santa Igreja de
Deus, como é grande a vossa responsabilidade! Deus está prestes a
89
pedir-vos conta de como administrastes a sua vinha. Arrependei-vos,
pedi perdão, reparai e, sobretudo, voltai a ser fiéis à tarefa que vos foi
confiada”. Página 530. Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Se-
nhora.

Homens no topo, homens voltado para a economia globalizante,


racionais, aceitariam a Imaculada Conceição? Nunca! Estão preocupa-
dos em rendimentos, em capital. São espertos, percebem o povo brasi-
leiro, em sua grande parte, é consumista e dirigem o olhar para esse
campo. Assim, ao chegarmos às prateleiras de muitas lojas na Europa,
por exemplo, posso confirmar na Inglaterra, onde estive; se desejarmos
presentear alguém com um objeto de uma fábrica inglesa, de produção
genuína, daquela terra, será difícil encontrar, pois ao olharmos com
atenção se é fabricado no local, percebemos que a maioria dos produ-
tos ali vem da China. Sim, eu sei que estou citando um país (a Inglater-
ra), costuma importar muitos produtos de qualquer outro país; mesmo
assim, grande é a tristeza não se encontrar objetos de produção pró-
pria, inglesa. E se formos às prateleiras dos supermercados do Brasil?
Eu encontrei inúmeros produtos e variadíssimos em supermercados,
em lojas lindas; mas ao verificar de onde eles vêm? Constatamos que
as inúmeras mercadorias que nos cercam vêm da China. Não estão
sendo fabricadas no Brasil. Criaram uma megaparceria para todos, do
comércio, governos, políticos saírem ganhando? Uma grande globaliza-
ção econômica? Uma unificação? Impressionante o trabalho de marke-
ting, a perspicácia, o trabalho de pesquisa bem feito para saberem o
gosto do povo do ocidente, sendo eles orientais. A mão de obra na Chi-
na era de regime escravo, num Tempo. Pegavam crianças para traba-
lhar nas fábricas; eram exploradas. A política quanto ao emprego de
crianças, na China, nas fábricas continua a mesma? Como a imprensa
divulga isso? Por que muitas pessoas se deixam levar por falsas pro-
messas de trabalho no exterior? É o dinheiro que está escravizando
90
essas pessoas de tal maneira que deixam tudo para trás para viver um
falso sonho? O deus dinheiro. A promessa de uma conquista de vida
de qualidade começa pelo dinheiro? Então, é essa força interior que
está movendo muitas pessoas, o dinheiro? O deus dinheiro? São os
traficantes mais culpados do que aquelas pessoas que se deixam es-
cravizar? Pois eu afirmo que falta Deus! Falta Cristo, Jesus nessas pes-
soas. Tanto na prostituição, quanto em quem se deixa ingenuamente
guiar pelo deus dinheiro e não pela Luz interior que essas pessoas pre-
cisariam ter em suas almas. Coitadas! A Luz interior é Cristo! É Cristo a
força poderosa e libertadora para essas pessoas. Uma força conquista-
da de dentro para fora, a força de Jesus Cristo, único Senhor que não
escraviza, mas liberta! Veio ao mundo justamente para se mostrar Luz
e tanto mais. Pelos racionais apóstatas saberem disso, ou seja, da for-
ça de Jesus Cristo na Eucaristia é que estão desejosos de acabar com
a Igreja Católica Apostólica Romana num falso Ecumenismo. A Igreja
Católica Apostólica Romana está sendo atacada e disputada no seu
cerne. Querem acabar com a Eucaristia, ou seja, com Cristo Eucarístico
o nosso alimento espiritual. No Cristo que se faz presença sacrifício por
nós, em todas as missas, por nossos pecados, para a nossa salvação
de alma.
Jesus Cristo deve ser anunciado realmente para a Humanidade.
Estou falando a nível universal de um espiritual divino. E que em con-
trapartida temos o demônio, o espiritual maléfico. Esta obra deseja jun-
tamente com Nossa Senhora, alertar a Humanidade para a mão nociva
de alguém e de seus comparsas, atrás dos bastidores, agindo nas
sombras; mexem com forças ocultas contrárias ao Deus da Verdade, ao
nosso Deus Amoroso e está com a Sua taça transbordante. Nossa Se-
nhora intercede por nós, Misericordiosa, e nos deixa Tempo da Miseri-
córdia. Ela vem a tantos anos desejando ter voz e vez. E quem A tem
escutado? Quem tem dado crédito a Ela em Suas aparições, em Suas
91
mensagens? Muito poucos. Muito poucos. É Deus quem nos fala.
Após me perceber uma pessoa depois de Cristo (d.C), eu passei a
colocar a imagem de Nossa Senhora, no Dia Internacional da Mulher,
em evidência, em cima de uma mesa, com flores, pois que A considero
a mais Bela Mulher. Pois que A considero a mais Doce Mãe. Pois pen-
so, Ela deveria ter sido uma esposa exemplar, obviamente com seus
problemas como toda mulher possui, mas A tenho como exemplo de
mulher, de mãe. Lembro que eu não me senti bem existencialmente no
dia 08 de março. Retirei-me para a biblioteca onde tenho os meus que-
ridos divinos. Deitei-me no tapete e recostei a minha cabeça numa al-
mofada grande. Peguei o rosário; o rosário mesmo, o comprido rosário
e olhando para a Rainha da Paz, Nossa Senhora de Fátima, fui conver-
sando com Ela para que tirasse aquele algo ruim do meu coração. Algo
que me apertava e não sabia explicar o que era, mas rezando e con-
versando com Ela, como filha Dela, fui me serenando, me deixando
muito melhor. Cheguei a pedir que o meu coração entrasse no compas-
so do Seu Coração. O desagradável e inexplicável saiu de mim. Você
não acredita que pessoas possam emanar o Mal? Você não acredita
que demônios existem? Esses seres espirituais? Eu acredito. A Mãe, a
Mulher vestida de sol, Nossa Senhora de Fátima acredita; é essa a ba-
talha. E Nossa Senhora para mim é modelo. Como disse a Mãe amada:
“é, sobretudo, a nível espiritual”. Muitos sentimentos inexplicáveis a
oração cura. O Pai Nosso é muito poderoso.
Que bênção! Que graça! Como é reconfortante amar e ter fé.
Acrescento ainda o desfecho para você. Para que você, querido
leitor, saiba a razão da batalha, da minha luta ao lado do doce Coração
Imaculado de Maria. Ela chora como Mãe. Ela chora por Seu filho sen-
do vilipendiado de todas as maneiras por pessoas que estão posses-
sas! Pessoas que estão se deixando dominar pelo espiritual do Mal.
Deixo registrado o que recebi no site Associação Devotos de Fá-
92
tima, dia, 11-03-2014. Estamos vivendo o Tempo da Quaresma e as
afrontas como essa para todos os cristãos, não digo somente os Católi-
cos Apostólicos Romanos, mas todos os que se dizem cristãos, que
amam a Cristo, vem se repetindo gradativamente. Assim, outro site da
Espanha do qual recebo frequentemente notícias, não raro mostra as
destruições de igrejas católicas, de pessoas que estão afrontando reli-
giosos católicos, e isso começa acontecer bem pertinho de nós. Verão
ainda muito mais. Após o Conhecimento das Mensagens de Nossa Se-
nhora, desde a década de noventa, no Livro “Aos Sacerdotes, filhos
prediletos de Nossa Senhora”; acompanhando o Rumo ao Novo Milênio
com Maria, minha alma renascida na Renovação Carismática Católica,
com os meus irmãos em Cristo, sou eternamente agradecida a Deus e
a Nossa Senhora por ter encontrado uma porta de igreja aberta. Agra-
decida por estes meus irmãos presentes em no interior da igreja; ali co-
nheci a fé viva a qual a minha alma estava faminta: “O amor de Cristo
nos uniu”. Você conhecerá, então, uma pessoa que está dando a sua
vida pela causa. Uma pessoa que está dando a sua vida por Maria, por
Deus e por meu Irmão Jesus Cristo, pois Ele me salvou. Por Ele, estou
aqui. Por Ele, nunca vou admitir essa falta de respeito, de amor, de
consideração para com o próximo. Por amor a Jesus Cristo, pois Ele é
somente Amor, os possessos, esses que estão atrás dos bastidores,
com suas energias maléficas, deverão ser desmascarados. Aos pou-
cos, tudo será descortinado, na graça de Deus Pai e na Sua grande
Misericórdia. Leia querido, as aberrações dos possessos; eles estão se
materializando aqui na Terra. Podemos e temos o direito de não aceitar,
mas podemos compreender. Podemos não aceitar, mas temos o direito
de respeitar o nosso outro.

“Caros Amigos,

O Ministério da Cultura faz de conta que não sabe de nada, que não lê

93
nada, que não se informa de nada...
Mas...
...patrocina blasfêmias contra Nosso Senhor Jesus Cristo...
...agride a Fé da imensa maioria do povo brasileiro...
...usa o seu e o meu dinheiro para ofender nossa Religião...
...e se esconde atrás de um silêncio e de uma surdez, que não ouve o
clamor de 32.000 pessoas que já se manifestaram pela Internet contra a
peça blasfema Jesus Cristo Super Star.
O Ministério da Cultura também não acompanha os jornais, nem as Redes
Sociais. Não leram as inúmeras notícias e manifestações de apoio à nossa
Campanha e da indignação daqueles que tem verdadeira Fé.
Um silêncio cúmplice do pecado que estão patrocinando, com o nosso
dinheiro, a partir do dia 14 de março, lançamento da peça blasfema Jesus
Cristo Super Star.
A sorte deles é que nosso protesto é pacífico, e continuará sendo, dentro da
lei e da ordem.
Se fôssemos 32.000 muçulmanos, talvez eles não tivessem tanta sorte
assim.
Vejam o que aconteceu no poderoso EUA, com um vídeo que saiu no
Youtube que, segundo a notícia, “foi considerado ofensivo aos muçulmanos
e gerou violentos protestos em partes do Oriente Médio e ameaças de
morte aos atores”.
Se você leu a notícia, eu nem preciso comentar. Você mesmo tirará as
conclusões.
Tudo errado.
Errado os muçulmanos ameaçarem de morte os atores, errado o Tribunal
americano acatar apenas esse protesto, mas não acatar protestos de
católicos contra vídeos do Youtube (centenas, talvez milhares), que
zombam da Religião Católica e dos sacramentos.
Para nós, católicos, usam o argumento de que não se pode exercer
qualquer tipo de censura.
Já para os muçulmanos… a coisa é um pouco diferente. Fácil de imaginar
94
por quê.
Vamos continuar nosso protesto pacífico e ordeiro, mas ativo e
incessante, contra a peça blasfema Jesus Cristo Super Star que vai
estrear em São Paulo no próximo dia 14. Com o patrocínio do Ministério da
Cultura e... com o já misterioso silêncio das autoridades religiosas.
Se você ainda não assinou a Petição-Protesto, clique aqui, agora mesmo,
por favor.

Se você já assinou
reenvie este e-mail
a todos os seus amigos.
É urgente.
Temos poucas horas.

A peça será lançada em São Paulo. Mas se não houver protestos no Brasil
inteiro, essa blasfêmia percorrerá todo o País. Todos temos que assinar
essa Petição.
Nosso Senhor Jesus Cristo, que a tudo vê, saberá recompensar esse seu
ato de amor com muitas graças especiais.
Em Jesus e Maria,

Marcos Luiz Garcia


Orientador de Campanhas da
Associação Devotos de Fátima
PS - É lamentável que uma Companhia Aérea da importância da GOL,
através do Programa Smiles, resolveu também patrocinar esse horror.
Saiba mais aqui.”

Por Ela, por amar Maria, a Mãe de Jesus, nosso Salvador e Re-
dentor, que me faço estar aqui para você e procuro ser para você, jun-
tamente com Ela, que nos garante:

“E por fim, meu Coração Imaculado triunfará!”


95
“Que a alegria pascal seja maior do que qualquer razão humana
de apreensão e de tristeza. Cristo ressuscitado está vivo entre vós.
Cristo ressuscitado assinala com sua vitória os acontecimentos do
mundo e da história. Cristo ressuscitado quer instaurar entre vós o seu
Reino, para que seja glorificado por todo o universo criado. Vivei sem-
pre na alegria e numa esperança, à espera do seu glorioso retorno.”
Página 679. Dongo (Como) 26 de março de 1989. Páscoa da Ressur-
reição. Não está na íntegra.

Amanhece e vim olhar os meus e-mails. Veja o que encontro. Leia,


por favor, meu querido leitor. Não pude me furtar em colocar também
mais uma grande ofensa, um grande sacrilégio feito contra o Nosso Se-
nhor Jesus Cristo. Creio que finalmente você entenderá meu querido, a
razão, o meu motivo de me expor, de me colocar para a minha Mãe no
que Ela e Deus desejarem de mim. As atrocidades que estão fazendo a
Jesus, Filho de Maria, evidencia o tipo de civilização está se formando.
A falta de amor falta de desenvolvimento interior em Deus da Santíssi-
ma Trindade, pessoas que se deixam imbuir pelo demônio, completa-
mente possessas fazem o mundo feio. Não estamos no tempo da caro-
chinha, mas ainda da Idade da Pedra.
E... Misericórdia, mais uma vez: “Eles não sabem o que fazem”.

Grave sacrilégio em igreja venezuelana: delinquentes destruíram


sacrário e jogaram excremento sobre as hóstias consagradas
12, março, 2014
A Igreja La Candelária, localizada na cidade de Victoria, distrito de
Araguá (Venezuela), foi vilipendiada na madrugada do domingo por su-
postos ladrões, que destruíram o sacrário e jogaram as hóstias no
chão.
Ademais, os deliquentes jogaram excremento humano sobre
elas e furtaram aparelhos de som do templo.
O Superior da Casa Lar dos Irmãos Franciscanos Da Cruz Branca,
96
Ir. Jesús Estévez Betancourt indicou que esta não é a primeira vez que
o templo é roubado. Nesta ocasião, o furto e o sacrilégio ocorreram por
volta da 01:00 a.m. (hora local).
“Pegaram o sacrário e o quebraram jogando-o no chão, depois jo-
garam também as hóstias consagradas pelo chão da igreja e fizeram
suas necessidades ali”, descreveu o Superior.
Em declarações recolhidas pela imprensa local, o religioso disse
que o Pe. José Miguel Vargas, Pároco da Igreja, foi quem percebeu
que as luzes estavam acesas e as portas estavam arrombadas.
O Ir. Estévez assinalou que a profanação das Hóstias Consagra-
das “foi o mais grave”, indicando que as autoridades foram avisadas
imediatamente.
Através de sua página na rede social Facebook, a Paróquia São
José pediu orações em desagravo a este fato onde “destroçaram com-
pletamente Nosso Amado em seu Sacrário e como se fosse pouco pul-
verizaram excremento humano no Pão Consagrado”.
“Todos façamos ato de desagravo e roguemos a Deus que tal
ato não fique impune e igualmente peçamos pelo pároco; Pe. José
Miguel Vargas, para que Nosso Pai o fortaleça nestes dolorosos
momentos”, assinalou a nota.
Atualmente, devido à violência que vive a Venezuela, os ataques a
lugares religiosos e membros do clero vêm aumentando.”

Recebi um significativo presente de uma pessoa muito próxima.


Reside em outro Estado e enviou por outra pessoa; esta viajara até ela,
pois passara alguns dias em sua companhia; dos seus muito amados.
O presente estava me esperando há muitos meses. Pela Providência
Divina, eu o recebera no domingo, dia 09-03-2014. Registro aqui, por-
que o presente prateado simboliza algo muito importante para mim, na
minha caminhada existencial. Chegara como para me dizer assim: “O
Tempo chegou. O livro pode ser realmente terminado. Com este pe-

97
queno e singelo presente eu faço chegar até você, o símbolo da Filoso-
fia, está marcando o Tempo em que tudo está por ser consumado”. Vo-
cê, pessoa próxima me presenteou, e todas as demais, nunca esqueci-
das. Todas e todos, nunca esquecidos no meu coração de amor. Ela
está voando. Voando de avião. Muito agradecida, minha amada. Uma
felicidade com mesclas de gratidão, de reconhecimento, de entendi-
mento, que por merecimento depois de um trabalho árduo, mas não
impossível, nesses três anos de dedicação, amor, paciência, a minha
obra também nasceu. E sim, eu me acho merecedora desse elemento
que enxerga no escuro. Que é o símbolo da minha caminhada existen-
cial. Ah! Esse Tempo! Sempre Tempo! Assim tem sido para mim. Mais
uma vez eu vejo a mão de Deus, a Sua Providência Divina a nos acom-
panhar. Meus agradecimentos humildemente, pois sei que tudo, mas
tudo mesmo chega nas Graças de Deus Pai. Desejo a Justiça Divina,
mas aprendi a equilibrar os meus sentimentos com os meus divinos.
Desejo a misericórdia em nome de Deus Pai e de Nossa Senhora, a
Rainha da Paz; esperando de cada um a conversão para que, finalmen-
te, numa continuação na caminhada existencial da Humanidade, conti-
nue a se estender pela face da Terra a Misericórdia de Deus pela inter-
cessão de Nossa Senhora de Fátima, a Rainha da Paz.

98
Capítulo II

Parte 1

“Ave Maria dos Estudantes


Pe. R. Mendes
Ave Maria, Mãe carinhosa, dos estudantes,
Suave rosa, a perfumar nossa existência.
Tu és a estrela, do céu azul, da adolescência,
A iluminar, a enfeitar nosso caminho.
Em nós desponta e já se alteia,
A chama do amor.
Mas em tuas mãos, os corações, depositamos.
Todas as tardes porque te amamos, te lembraremos.
Ave Maria Mãe carinhosa, dos estudantes.”
(Esta canção não é da RCC.
Aprendi quando criança na escola Stella Maris).

Uma Leitura da Minha Vida


No passado, escrevi um livro autobiográfico, cujo título é “Um

99
Tempo Lagarta, Um Tempo Casulo, Um Tempo Borboleta”. Fiz poucos
exemplares e distribui para alguns poucos amigos e parentes. Desejo
que este livro se faça um pouco mais objetivo; entretanto, aqui também
me sinto na vontade de me apresentar a você; como a minha história
está atrelada ao espiritual de Nossa Senhora, embora Ela em âmbito
maior os meus sinais existenciais são aqui deixados.
O que leva uma pessoa como eu dizer que doa sua vida como
uma soldadinha do exército de Maria? Quais motivos eu teria para lutar
ao lado da Mãe, continuar o trabalho do padre Stefano Gobbi, dando
meu sim? Diria que fundamentalmente o amor, como filha de minha
Mãe celeste. Fundamentalmente, o amor, como filha de minha mãe ter-
rena. Fundamentalmente, o acreditar em Nossa Senhora, porque en-
contrei consonância no que Ela disse nas Suas Mensagens com a rea-
lidade do Mal no qual vivia. Mais do que me fixar no horror do Mal, o
meu desejo de juntamente com Ela procurar ajudar aos outros que pos-
sam se sentir escravizados, tanto quanto eu me senti. Mais do que me
fixar no horror, o acreditar na Mãe, no amor que sinto por Ela, enten-
dendo o Seu poder junto a Deus Pai; fixei-me então no que Ela deixa
para nós, como esperança. E se aqui, neste livro, pontuo a existência
do Mal, é para dar o meu testemunho; acima de tudo buscar Deus e
Seu Filho Jesus Cristo e Nossa Mãe Santíssima como esperança de
um mundo melhor.
Nossa Senhora nos confirma; Ela confirma Sua vitória, dizendo-se as-
sim:

“Sou a Rainha do santo Rosário. Sou a Rainha das vitórias. A tare-


fa que me foi confiada pela Santíssima Trindade é a de guiar a batalha
e de conduzir à vitória o exército dos filhos de Deus que combate con-
tra o poderoso exército dos escravos de satanás e dos espíritos do
mal.”
“Eu porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e
100
a desobediência dela: ela te esmagará a cabeça e tu insidiarás o seu
calcanhar.” Página 1018. “Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa
Senhora”.

Fundamentalmente, eu desejo deixar a minha contribuição, como


uma batizada, à Igreja Católica Apostólica Romana. Simplesmente, por
pensar que, neste momento em que escrevo muitas almas não sabem o
que está acontecendo ao nível espiritual. Por você, então. Pelas almas
que continuam a absorver o profano ou o divino; continuo a luta com a
Mãe. Venho caminhando com Nossa Senhora há muitos anos. Quando
dei por mim, estava fazendo o Rumo ao Novo Milênio no Tempo lagar-
ta, saindo aos poucos do intenso sofrimento do qual sentia e do meu
Tempo casulo, no qual ficara fechada, em quatro paredes, fazendo te-
rapia particular. Mas borboletas precisam de flores, precisam de pesso-
as especiais, como flores, para poderem pousar, na confiança de que
pousam realmente nas flores.
Foi assim que Deus, ao olhar para baixo, viu esta miserável que
precisava de ajuda e fui descobrindo a Providência Divina. Foi assim
que Deus e minha amada Mãe intercederam por mim, colocando a pes-
soa certa em minha vida (serei eternamente grata), pois pude alçar vo-
os; como também o espiritual divino certo através de pessoas; elas se
apresentaram a mim na caminhada existencial. Esse alçar voos signifi-
ca estar inteira para você, meu querido, meu acompanhante. Este estar
inteira significa que a lagarta estava no casulo, com a ajuda da pessoa
certa, pode sentir a liberdade de sair daquelas quatro paredes de con-
sultório e respirar. Ver a Luz onde não enxergava mais. Estava morren-
do em vida. Estava definhando, enquanto trabalhava e estudava, pois
na vida não existiam flores para mim. Um definhar existencial. Estar
aqui inteira para você, meu querido, é todo um coroamento que a pró-
pria vida me dispensou. Porque senti a presença de Deus e Ele me
Proveu de tudo; deu-me também o Tempo, para poder nas asas do
101
amor chegar até você.
Verdadeiramente? Poderia me descrever em poucas palavras co-
mo uma montanha de sentimentos vividos entre o sofrimento, o cume
da felicidade, por possuir na graça de Deus o Tempo borboleta e sentir
a paz interior e ao lado da pessoa certa. Seria uma lástima, uma incoe-
rência com a vida se não partilhasse com você esse mundo interior vi-
vido. E minha doce Mãe tem muito a ver com o meu mundo existencial.
Por isso estou com Ela. Por isso me sinto Dela. Por isso caminho ao
Seu lado.
Por que assim chamada soldadinha do exército para Nossa Se-
nhora? Porque você, por exemplo, lendo o trecho abaixo, das Mensa-
gens da nossa Mãe, Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senho-
ra, páginas 26 a 29, como não se sentir impelida a participar, se você A
ama, se você sente estarmos atravessando um Tempo difícil, conforme
Ela vem nos relatando? Mas vamos ver o motivo desta denominação:
soldadinha do exército de Nossa Senhora:

“ Peço aos fiéis que se unam ao meu Movimento.”


“Que se consagrem, de modo especial, ao Meu Coração Imacula-
do.”
“Comigo, na luta decisiva, quero os meus filhos Sacerdotes, guia-
dos por Mim, dóceis às minhas ordens, obedientes aos meus desejos,
sensíveis aos meus pedidos. Deixando-se, com a sua consagração,
possuir por Mim, Eu mesma hei de Me manifestar neles, e, por meio
deles, procurarei ferir, no coração, o meu inimigo, e lhe esmagar a ca-
beça com meu calcanhar (Cf. Gên. 3,15). Mas estes meus Sacerdotes
devem, desde já, começar a agir. Por eles quero voltar para o meio dos
meus fiéis, porque é com eles, em torno dos meus Sacerdotes, que Eu
quero formar o meu exército invencível.”

Fica claro neste trecho, um dos tantos apelos, que Nossa Senhora

102
faz contar com todos, ao se consagrarem a Seu Imaculado Coração,
faz contar conosco como fiéis para ser exército Dela: “exército invencí-
vel” ou também, “meu exército fiel”, o meu “Grande Exército Branco”.
Segundo Nossa Senhora, então, Ela continua a nos dizer:

“Quero voltar para o meio dos meus fiéis, porque é com eles, em
torno dos meus Sacerdotes, que Eu quero formar o meu exército in-
vencível”.

Vemos que o exército de Nossa Senhora não é feito por Sacerdo-


tes apenas, que se consagraram a Ela, mas também por seus fiéis em
torno dos seus Sacerdotes; Ela quer formar o seu “exército invencível”.
Continua:

“Fujam dos lugares onde é profanada a dignidade sagrada do cris-


tão. Formem, em torno dos sacerdotes, o meu exército fiel, o meu
grande Exército Branco. Por meio deles, voltará a minha luz para o
meio da grande treva e o meu candor imaculado para o meio de tanta
podridão e morte. Estes meus filhos serão chamados por Mim e forma-
dos para esta grande tarefa: preparar este mundo para a grande purifi-
cação que o espera, para que possa finalmente nascer um mundo no-
vo, todo renovado pela luz e pelo amor de meu Filho Jesus, que reinará
sobre tudo.”
“Este é o caminho que devem percorrer os Sacerdotes chamados
a formar o meu exército, para que os homens remidos pelo meu Filho,
mas que Lhe foram arrebatados por satanás, possam ainda ser salvos
mediante a intervenção especial deste meu Materno Coração”. Página,
78. “Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora”.

Continua a Mãe Santíssima:

“Esta é a hora do Calvário para a minha Igreja, para o Santo Pa-


dre, para todos os Sacerdotes que querem ser fiéis ao meu Filho e ao
Evangelho”. Página 79. “Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa
103
Senhora”.
“Chegou o momento em que alguns dos meus filhos Sacerdotes se
preparam para se revoltarem, publicamente, contra o meu Filho, contra
Mim própria, contra o Papa e minha Igreja. Assim não poderei reconhe-
cê-los mais como meus filhos. Descerei Eu mesma do Céu para Me pôr
à frente da falange dos meus filhos prediletos e vencê-los-ei! Depois de
uma total transformação e purificação da terra, o meu Imaculado Cora-
ção cantará vitória no maior triunfo de Deus”. Páginas 80 e 81. “Aos
Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora”.

Estamos diante de uma situação na qual — dentro da própria Igre-


ja Católica Apostólica Romana e entre as inúmeras mensagens impor-
tantíssimas — Nossa Senhora, assim Ela denomina (tão doentes; tão
necessitados do meu auxílio materno) parte dos Sacerdotes:

“Estes meus filhos Sacerdotes, tão doentes e tão necessitados do


meu auxílio materno”. “Ajudai-os, sem jamais os julgar. Amai-os sem-
pre. Não os condeneis; isso não é convosco.” Página 84. “Aos Sacer-
dotes, filhos prediletos de Nossa Senhora”.
“Vós, Sacerdotes do meu Movimento, vós filhos prediletos do meu
Doloroso Coração, que haveis de fazer pela salvação de todos estes
meus filhos Sacerdotes, tão doentes e tão necessitados do meu auxílio
materno?”
“Ajudai-os, sem jamais os julgar. Amai-os sempre. Não os conde-
neis; isso não é convosco. Mostrai o vosso amor com o vosso sofrimen-
to, com o vosso testemunho, com o vosso bom exemplo. Sede exemplo
para eles, defendendo mesmo externamente a vossa dignidade: nunca
abandoneis o traje eclesiástico obedecendo assim à vontade várias ve-
zes manifestada pelo Vigário de meu Filho, o Papa.”
“Nestes últimos tempos, quantos são os sacerdotes que choram as
suas quedas, que sucumbem sob as forças do mal já desencadeado,
que cedem às ilusões de um mundo que se tornou pagão, que caem
nas enganosas insídias do meu e vosso adversário”. “Filhos prediletos,
104
mesmo se repetísseis o gesto de Pedro que renega, ou o de Judas que
trai, ou o dos Apóstolos que fogem e abandonam Jesus, hoje abri os
corações à esperança, porque Jesus vos ama.” Página 937. “Aos Sa-
cerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora”.

Em outra mensagem de Nossa Senhora de Fátima — 1997, última


noite do ano, em 31 de dezembro, em Milão, Itália — Ela nos diz:

“Tudo vos foi revelado: o meu desígnio vos foi profeticamente


anunciado em Fátima e, nesses anos, Eu o realizei através do meu
Movimento Sacerdotal Mariano. Ele vos foi revelado na sua lenta pre-
paração. Este vosso século, que está por terminar, foi posto sob o sig-
no de um forte poder concedido ao meu adversário. Assim a humani-
dade foi seduzida com o erro do ateísmo teórico prático; em lugar de
Deus foram construídos os ídolos que todos adoram: o prazer, o dinhei-
ro, o divertimento, o poder, o orgulho e a impureza. Verdadeiramente
satanás, com a taça da luxúria, conseguiu seduzir todas as nações da
terra. Ao amor fez suceder o ódio; à união a divisão; à justiça as muitas
injustiças; à paz uma contínua guerra. De fato este vosso século trans-
correu todo sob o signo de guerras cruéis e sangrentas que fizeram mi-
lhões de vítimas inocentes. Então a Santíssima Trindade dispôs que o
vosso século fosse posto sob o signo de uma minha forte, materna e
extraordinária presença. Assim, em Fátima indiquei o caminho que a
humanidade devia percorrer para o seu retorno ao Senhor: o da con-
versão, da oração e da penitência.”
“Faz já vinte e cinco anos que vos guio, com as palavras que dito
ao coração deste meu filho, que Eu escolhi como instrumento para atu-
ação do meu desígnio materno. Nestes anos Eu mesma levei-o muitas
vezes a todas as partes do mundo, e ele deixou-se docilmente condu-
zir, pequeno e temeroso, mas totalmente abandonado a Mim, como
uma criança nos braços da sua Mãe.”
“Assim, nesta noite, terminam as mensagens públicas, que durante
vinte e cinco anos vos dei: agora deveis meditá-las, vivê-las e pô-las

105
em prática.”
“Com este Livro vos ensino a viver a consagração ao meu Coração
Imaculado, com a simplicidade das crianças, em espírito de humildade,
de pobreza, de confiança e de filial abandono.”
“Anunciei-vos o triunfo do meu Coração Imaculado no mun-
do. Por fim o meu Coração Imaculado Triunfará. Isso acontecerá
no maior triunfo de Jesus, que trará para o mundo o seu glorioso
reino de amor, de justiça e de paz e fará novas todas as coisas.”
“Escancarai as portas a Cristo que vem a vós na glória. Vivei a

trépida hora deste segundo Advento. Tornai-vos assim, os corajo-

sos anunciadores deste meu triunfo, porque vós pequenas crian-

ças consagradas a Mim, que viveis do meu próprio espírito, sois os

Apóstolos destes tempos. Vivei como fiéis discípulos de Jesus, no

desprezo do mundo e de vós mesmos, na pobreza, na humildade,

no silêncio, na oração, na mortificação, na caridade e na união

com Deus; enquanto sois desconhecidos e desprezados pelo mun-

do. Chegou o momento de sair do vosso ‘escondimento’ para ir

iluminar a terra. Mostrai-vos a todos como os meus filhos, porque

Eu estou convosco.” Páginas, 1132 a 1136. “Aos Sacerdotes, filhos

prediletos de Nossa Senhora”. (não está na íntegra).

Em Dongo, Como, 13 de outubro de 1989, no Cenáculo espiritual,


aniversário da última aparição em Fátima, Ela nos deixa:

“Recordais hoje a minha última aparição, havida em Fátima a 13


de outubro de 1917, convalidada pelo milagre do sol. Olhai sempre
106
mais para a Mulher vestida de sol, que tem a tarefa de preparar a Igreja
e a humanidade para a vinda do grande dia do Senhor. Os tempos da
batalha decisiva chegaram.” Página 709. “Aos Sacerdotes, filhos predi-
letos de Nossa Senhora”.

Talvez você também duvide de que os espíritos malignos che-


guem até pessoas fazendo suas comunicações, seus pedidos, e estas
pessoas se deixam como instrumentos para estes demônios. Mais do
que você possa pensar ou saber estamos vivendo o Tempo, onde mui-
tas pessoas se deixam levar por seitas, religiões. O “religare” esta pala-
vra tem origem no latim e significa religação ao Céu, a Jesus Cristo.
Jesus Cristo foi o único mediador entre Deus e os homens e não há
outro; a Humanidade na sua maior parte não estabelece este vínculo.
Por amar com todo meu coração a religião Católica, porque dela senti
receber todas as Graças necessárias para um renascimento interior,
senti todo o seu valor como religião; ao obter o conhecimento sobre
existir quem a traia, desejando inclusive colocar um falso Cristo e for-
mar uma falsa Igreja, brota assim meu desejo de lutar, de fazer parte da
batalha como exército invencível de Nossa Senhora.
Retirei de um site, chamado Orações Católicas, o seguinte:

“Não se opor ao erro é aprová-lo, e não defender a verdade é su-


primi-la; e a nossa negligência em defender a verdade, quando pode-
mos fazê-lo, é tão pecado quanto incentivar o erro.” Papa São Félix III.
“Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que
não venha a ser conhecido. Porque tudo que dissestes às escuras será
ouvido em plena luz; e o que dissestes aos ouvidos no interior da casa
será proclamado dos eirados.” Lucas 12: 2,3

Minhas razões são inúmeras para aceitar ser uma soldadinha do


exército invencível de Nossa Senhora: confio e acredito na Mãe; jamais
abandonaria o navio como os ratos fogem quando a tempestade surge

107
e a água toma conta do navio. Eu observava num curto tempo de meni-
ninha para a imagem da cobra aos pés de Nossa Senhora do Imacula-
do Coração de Maria; a Mãe, em toda a Sua delicadeza, pisava a cabe-
ça daquele animal, com Seu pezinho — percebia naquele gesto, perce-
bia, naquele símbolo, que Ela tinha o poder sobre o apresentado ali. O
poder sobre o Mal. Eu olhava para aquele doce rosto de Mãe bondosa;
o lugar quase santo, uma capela da escola de freiras; Ela queria dizer
que havia sim, algo ruim, e esse algo ruim estava em cima de um globo,
nossa Terra, mas que Ela estava acima do globo também, e tinha, sim,
Seu poder de prender aquele animal, representação do Mal, com Seu
pezinho. Por isso me disponho a ser uma soldadinha do exército de
Nossa Senhora; fiel a Ela, filha Dela, para combater o Mal. No Tempo
de criança Ela me mostrava que havia um Mal.
Foi ponderando sobre essa dimensão da existência do Mal nas
Mensagens reveladas na Obra de Nossa Senhora, na Bíblia, na vida,
passara ao reconhecimento real do espiritual maléfico. Eu passara a
acreditar nesses conhecimentos teóricos e práticos; eu observava os
acontecimentos circundados sobre a minha mãe terrena do espiritual
maléfico da umbanda, como também a mim mesma e a outros mem-
bros familiares e assim foi o espiritual divino interiorizando-se em mim
para fazer eu, o meu melhor e sair daquela escravidão.
Essa vontade pela Verdade foi tão escondida da minha própria mãe
amada, me faz lutar num desejo pela propagação da informação: cui-
dado! Alerta, querido, você possuindo a sede de Justiça e de Verdade!
E... Nunca esqueçamos a misericórdia, pois precisaremos. Estamos
nesse Tempo! Convido você a se juntar ao exército de Nossa Senhora
formando assim o exército dos fiéis consagrados a Ela: o “Exército
Branco”, como Ela nomeia também, Seu exército invencível.

108
109
Capítulo II

Parte 2

“Meu Coração É Para Ti


Meu coração é para Ti, Senhor.
Meu coração é para Ti, Senhor.
Meu coração é para Ti, Senhor.
Meu coração é para Ti.
Porque Tu me deste a vida, porque Tu me deste o existir,
porque Tu me deste o Carinho, Me deste o Amor!!!
Pão e vinho são pra Ti, Senhor...
A minha vida é para Ti...
Meu coração é para Ti...”

Um Mergulho na Minha Vida


“Esta igreja foi construída por vós, mas vós é que sois a Igreja”.

Você leu na introdução e estou repetindo esta frase de Santo


Agostinho que me acompanhou por longo Tempo. Ganhei um livro, cer-
ta vez, que contava a história da vida deste santo; entretanto, nada me
110
tocou mais, nesse Tempo, do que esta simples frase dele. Eu me via
correndo, isto é, tinha que buscar Deus, tinha que me interiorizar muito
em Deus para fugir dos erros, do que considerava erros em mim; teria
que melhorar para não me sentir perseguida pelo Mal. Não sentia ao
redor pessoas no mesmo afã que eu, isto é, pessoas preocupadas em
retidão, em ser melhor, em ser mais aprimoradas para Deus. Ao mesmo
tempo, não tinha ocasião para ficar questionando isso, porque o que
sentia é que deveria, sim, fazer o meu melhor na caminhada existencial
para Nossa Senhora e para Deus. Sentia-me Chamada a ser Igreja: a
lutar pela igreja. Lutar pela igreja foi lutar por mim. Percebi que era Igre-
ja e, se me percebi Igreja, foi porque na igreja me constituí pessoa.
Há uma historinha onde fala sobre as pessoas que vão à igreja,
mas fazer o quê? O que muitas ou algumas vão fazer na igreja? Cada
qual sabe no que pode ajudar como pode, e se ajuda realmente. Há
serviço para todos. Estava fazendo a minha parte e continuo fazendo,
deixando meus escritos. Digo a você sobre a caminhada ela não foi se-
rena; chegar até aqui, escrever este para você, “rasgando minhas ves-
tes e abrindo meu coração”, neste ano da Fé, para deixar meu teste-
munho de vida, não foi fácil. Desejo dizer que senti a perseguição espi-
ritual do Mal em minha vida de tal forma que não era sequer para estar
viva perante você, mas considero tudo, para honra e glória do nome do
Senhor, aqui estou.
Com relação a esta outra frase de Santo Agostinho, ele diz:

“Meu coração está inquieto até repousar


em Ti, Senhor”.
Esta frase de Santo Agostinho me tocou profundamente, porque,
quando a li, senti um irmão. Sim, pensei nas inquietações sentidas por
ele; deve ter sentido tantas inquietações quanto eu, mas ambos, quan-

111
do chegamos a encontrar Deus, Jesus Cristo, minha Mãezinha, minha
família celeste, como costumo chamar, encontramos a Paz! Havia mu-
dado. Tive meu ancoradouro. Uma corrida existencial, uma busca cons-
tante, um vazio existencial; senti-me completa quando Deus, Nossa
Senhora e Jesus se apresentaram para mim. Já não me sentia a mes-
ma do passado, quando o vazio existencial, a falta de sentido na vida
foi companhia. Agora, com Eles, minha família celeste, fui preenchida
nas minhas necessidades para dar sentido à vida. Encontrei-me com
um amigo, um irmão, nesse Tempo, através da necessidade de encon-
trar uma mínima palavra que fosse e chegasse ao meu coração. Por
isso, Santo Agostinho, irmão espiritual divino, chegava pontualmente
nesse encontro de alma. Não encontrava em pessoas as que me cer-
cavam como conversar certos assuntos espirituais, porque os assuntos
tratados por elas eram os do mundo, os triviais, do cotidiano. Ao longo
da jornada, meus irmãos, meus amigos, foram os livros, as leituras que
ajudaram a me dar alicerce, enriquecimento para poder sanar minhas
indagações interiores. Deus Amoroso e Misericordioso olhou para a mi-
serável lagarta, no seu Tempo lagarta; rastejava e mendigava batendo
em algumas portas. Deus enviou pessoas maravilhosas, raras, neces-
sárias em minha vida. Isso me faz pensar também na dialética falada
por mim. Será você, uma dessas pessoas afastadas do raro? Sente,
possui seus sentimentos, mas não tem com quem conversar sobre o
espiritual? Falo do raro, porque, na minha caminhada existencial à pro-
cura de respostas para as minhas indagações, procurava por padres,
por exemplo, procurava por um em especial que me escutava com toda
atenção, respeito e carinho. Mais tarde, ele foi embora porque assumiu
o posto de bispo em outro Estado. Continuamos amigos e ainda lhe fiz
visitas. Como é extremamente ocupado, não posso dispor de seu tem-
po. Mas sei que há entre nós alguém; Ela permanece como grande in-
tercessora: Maria, nossa Mãe amada. Esse amigo, padre e depois bis-

112
po, ama muito Nossa Senhora e São José. Eu costumava levar flores
para ele; ele as deixava num vaso com água e dizia-me:

“Vou deixar aqui pra Eles!”


Quando nascemos, temos nossa centelha divina; entretanto, se
essa chama não for abastecida, tudo começa a se complicar. As con-
versas outras, o dia-a-dia no superficial ou as próprias preocupações,
problemas do nosso cotidiano, o hedonismo, os prazeres, as festinhas,
atualmente temos grandes templos de consumo, que são os shoppings
e vão distanciando-nos de Deus, das orações; e do silêncio, que é um
meio favorável de encontrar Deus, dependendo do jeito, da alma de
cada ser. Para mim, por exemplo, Deus se apresentou numa mescla de
extremo sofrimento com o encontro do Amor. Posso dizer que no silên-
cio do sofrimento, no silêncio das lágrimas, no silêncio do mergulho pro-
fundo em mim mesma, do qual emergi outra ao sentir Deus, Deus olhou
a miserável e aí eu me fiz Ser.
Uma vez, pensei qual teria sido a minha melhor oração, enquanto
tantos, com toda certeza, já sabiam rezar, pedir, agradecer a Deus, eu
não fazia nada daquilo. Creio que Deus contou o sofrimento da minha
mãe terrena, da minha amada irmã, de outros membros da família e o
meu. Contou nossas lágrimas e quis que tivesse minha chance de re-
missão, de justiça, de misericórdia. Peço desculpas, perdão, por deixar
a você um livro assim, onde exponho os meus pensamentos apenas,
uma vez que você teria tanto para contar de sua vida também. Sei que
sou mais uma, mas sei também que nessa mais uma, eu sou eu com
meu contexto de vida único. Nas minhas leituras como filósofa, costu-
mava separar e copiar frases de alguns pensadores que faziam sentido
de forma intensa na minha alma. Então, fui acompanhada no meu ca-
derninho velhinho universitário de uma frase de Herbert Otto que diz:

113
“As mudanças e o crescimento ocorrem, quando uma pessoa se
expõe e torna-se envolvida com a ideia de experimentar a própria vida”.

Pensava, eu, “como poderia experimentar a própria vida?”. Se não


me expusesse, se não fizesse minha dialética no espiritual (mesmo não
escutando as vozes do lado de lá), como mudanças e crescimento po-
deriam ocorrer? Como diz o filósofo existencialista, Kierkegaard:

“Aventurar-se causa ansiedade, mas deixar-se de arriscar-se é


perder-se a si mesmo... E aventurar-se no sentido mais elevado é pre-
cisamente tomar consciência de si próprio”.

Não posso ser eu mesma se as informações, se a minha vida ficar


apenas em mim. Algumas destas informações ficariam sem constituição
da Verdade que se propõem no Tempo. Uma Verdade na qual acredito
em cada palavra, o que Nossa Senhora vem nos deixando ao longo do
Tempo. Se eu acredito e não falo a tantas pessoas elas não possuirão
o conhecimento, como ficaria eu? Por isso preciso me apresentar, pois
coloco meu coração junto ao da Mãe para deixar testemunhado sobre o
Tempo! Sobre o Mal! Sobre a preparação! A esperança! O amor! A fé!
Sobre o Segundo Advento de Jesus Cristo! Com toda certeza também,
ao final de tudo, ficará o triunfo! O Triunfo do Imaculado Coração de
Maria. Como disse no pensamento que deixei para você, sinto que na-
da sou sem você. Nem sei se saberei um dia. Mas lanço-me neste grito
surdo; talvez, nem tão surdo assim, se encontrar o eco do meu pensar,
do meu sentir, do meu agir; saberei então, que nada foi em vão. Meu
grito de dor vai através deste livro. Meu grito de dor e meu grito de amor
cheguem a Tempo para alertar sobre o espiritual em Deus, em Jesus
Cristo e nossa Mãe amada. Meu ancoradouro, meu refúgio foi conquis-
tado. Consegui, no Tempo de Deus, chegar até Eles: meu Deus, meu
Irmão e minha Mãe a quem tanto amo, pois havia uma cortina de fuma-
ça escura que me impedia desse encontro. A viagem interior foi muito
114
longa até chegar à minha família celeste. Que viagem! Eles estavam
sempre comigo, mas a fumaça escura impedia-me de Vê-los. A busca
incessante, o desejo pelo amor, pela paz, pela felicidade, sentimentos
tão distantes de mim, encontrei-os através da minha família celeste;
antes inexistentes, mas depois da orientação, encontrados no meu co-
ração, pelo conhecimento. Recebi a pessoa certa neste mundo dos vi-
ventes, com toda a certeza, bem merecida, para poder continuar a ca-
minhada, e assim a felicidade passou a ser sentida como real. No Tem-
po, compreendi que a corrida foi necessária; foi real. Senti a existência
de Deus e senti a Sua providência ao fazer chegar até mim à pessoa
certa ou a minha pessoa especial; surgiu no momento chamado Tempo
de Deus.

115
Capítulo II

Parte 3

“Estás Entre Nós (LP: Vem Louvar II)


Tu és minha vida, outro Deus não há.
Tu és minha estrada, a minha verdade.
Em tua Palavra eu caminharei, enquanto eu viver e até quando Tu quiseres.
Já não sentirei temor, pois estás aqui,
Tu estás no meio de nós!
Creio em Ti, Senhor, vindo de Maria, Filho Eterno e Santo, homem como nós.
Tu morreste por amor, vivo estás em nós, unidade trina com o Espírito e o Pai.
E um dia, eu bem sei, Tu retornarás e abrirás o Reino dos Céus!
Tu és minha força, outro Deus não há
Tu és minha paz, minha liberdade.
Nada nesta vida nos separará.
Em tuas mãos seguras minha vida guardarás.
Eu não temerei o mal, Tu me livrarás e no teu perdão viverei!
Ó Senhor da vida, creio sempre em Ti!
Filho Salvador, eu espero em Ti!
116
Santo Espírito de Amor, desce sobre nós. Tu de mil caminhos nos conduzes a
uma Fé.
E por mil estradas onde andarmos nós, qual semente nos levarás!”

Uma Feliz Experiência


Com que felicidade eu soube ter passado no vestibular na Facul-
dade de Filosofia! Já tinha meu casal de filhos e 33 anos. Tinha a minha
profissão de professora, mas, um ano antes de entrar para a Filosofia,
havia tirado uma Licença Interesse no colégio do Estado no qual traba-
lhei como professora.
Estava limpando meu automóvel naquele dia; peguei a mangueira
para lavar o carro em frente de minha casa; uma vizinha, uma das filhas
de um advogado bastante conhecido e casado com uma ex-colega de
profissão, família tradicional, muito conhecida na cidadezinha, passou
em seu carro gritando pela janela que tinha visto meu nome (desconhe-
ço onde olhou meu nome), e que havia passado no vestibular. A felici-
dade foi grande e o primeiro gesto feito foi levantar a mangueira bem
para o alto para que aquele jato de água caísse em mim. Que alegria!
Não tinha com quem participar a minha tão grande alegria no momento;
então, instintivamente fazia eu mesmo a minha festa! Que felicidade!
Recentemente, tinha saído de uma situação que abalou toda a minha
vida, mas Deus já estava olhando para a lagarta ajudando-a a vencer
as batalhas pessoais e espirituais maléficas. Mas se eu disser a você
que pensava em contar para alguém, participar a alguém a minha felici-
dade, mas eu não sentia no meu horizonte existencial uma única pes-
soa. Você acreditaria em mim? Quem sentiria a felicidade a altura da
minha por ter passado no vestibular para Filosofia? Certamente, existi-
am pessoas no meu contexto de vida, mas essas pessoas não valoriza-
vam o curso. Cheguei a perceber entre alguns sorrisos amarelos e
cumprimentos ganhos certa compreensão e respeito, mas realmente a
117
Filosofia não era valorizada. Um bom curso para ser realizado tinha que
render, ou seja, dar dinheiro, no pensamento de umas pessoas da mi-
nha relação. Mas a coisa na qual menos pensava era dinheiro ou ter
uma profissão que rendesse mais. Não comungava os mesmos ideais
de quem muito pensava em ganhar dinheiro. Senti uma tristeza por não
ter com quem partilhar o momento da minha felicidade, mas não parava
para pensar sobre isso. Ia levando a vida como podia. Não tinha noção
do significado da palavra Filosofia; sentia ser um nome bonito, cujo cur-
so necessitava de muita leitura e isso me agradava. O que desejava era
adquirir conhecimentos de qualquer maneira; desejava algo para fazer
na vida que acrescentasse conteúdo, alguma coisa. Tinha que sair da-
quele mundo no qual estava vivendo. Sair daquele mundo no qual esta-
va vivendo não significava viajar o mundo. Nem poderia, devido a todo
o contexto histórico. Devia modificar algo em mim; crescer interiormen-
te, dar-me conteúdos. Foi essa a grande viagem, depois de olhar para
trás e contemplar a paisagem recebida no Tempo de Deus, no meu in-
terior. E foi assim para mim, naquele lugar sagrado, no Seminário Maior
da América Latina, local onde eu cursava a Faculdade de Filosofia,
aprendi muitas coisas. Aprendi desde as provas, os testes que passa-
vam a ser mais dissertativos, isto é, colocar mais as minhas opiniões,
escrever sobre os grandes pensadores, pensar e escrever sobre as
questões dos quais meus professores solicitavam. Ao sair de um se-
gundo grau, onde tudo é meio mecânico, perguntas e respostas já qua-
se prontas ficam formatadas em quadradinhos, sentia estranheza diante
daquela realidade que se fez surgir. Já não era tão jovem assim; havia
deixado para trás os anos do segundo grau, magistério. Como profes-
sora, por mais que quisesse acertar — ser muito responsável, levar
muito a séria minha profissão — como ser humano, errei muito; até es-
se jeito mecânico de reproduzir testes, provas com meus próprios alu-
ninhos, com perguntas e respostas, certamente os fiz. Amava receber,

118
no curso de Filosofia, a folha quase em branco e ter que buscar os pen-
samentos; estranhava muito aquela responsabilidade, e a noção real
batia à porta; eu deveria realmente entender o assunto proposto, para
então dissertar sobre ele e não escrever bobagens. Fazia minhas per-
guntas, mesmo sendo elas ingênuas, mas desejava no meu esforço,
entender certos assuntos, no curso na Faculdade de Filosofia. Gostava
de sentar nas primeiras classes, pois dessa maneira nada desviava a
minha atenção. De certa forma, não foi tão bom, pois não tinha tempo
para fazer amigos; mesmo assim, os tive ali dentro. A Faculdade possu-
ía muitos seminaristas, que se preparavam para depois continuar os
estudos em Teologia. Na minha sala de aula, havia pouquíssimas mu-
lheres. A grande maioria era constituída de estudantes homens, futuros
padres.
Sempre gostei muito do dia do meu aniversário. Sempre gostei de
receber abraços e beijos pela passagem do meu aniversário. Nunca
vou esquecer que, em um desses anos na Faculdade, anunciei aos
meus colegas sobre o dia do meu aniversário. Queria receber abraços.
Nesse Tempo eu estava recebendo certa influência da pessoa certa e
ele dizia que se para mim era importante isso, por que não pedir? Qual
a vergonha de demonstrar algo assim? Pensava que sim, ele tinha ra-
zão. Afinal, era sentimento bonito, nada de errado teria nisso. Nesse
Tempo, passava por grande solidão e não sabia quem da família viria
para ver-me em casa ou para pelo menos telefonar-me felicitando pelo
meu aniversário. Meu amigo especial sabia da minha vida solitária e
andava tão sofrida... Foi então, que sem vergonha nenhuma, anunciei
aos colegas de aula sobre o meu dia e que queria abraços deles. Nun-
ca recebi tantos abraços em minha vida. Nunca! Os colegas fizeram
uma enorme fila para me abraçar, desejar-me felicidades. Eles não
imaginavam o bem que me fizeram. Serei eternamente grata pelo dia
especial do qual tive, recebendo os calorosos abraços dos meus cole-
119
gas de aula da faculdade. A solidão era tanta que, paulatinamente, ia
compreendendo na alma, sentindo em meu coração, o quanto um abra-
ço bem dado é importante para um ser humano. Era calor, era afeto! E
assim, minha pessoa certa chegava com livros especiais e alimentaram
minha alma, davam-me vida. Um dia, ele chegou com um livro perfu-
mado dentro de uma capa dura, diferente, parecia um vídeo cassete
daqueles antigos. Lindo! Perfumado! O livro era embutido numa capa
dura e toda florida, cujo nome era “A Linguagem das Flores”. Que lin-
das! Que lindas páginas ilustradas com flores e poesias; acompanha-
das pelo perfume Penhaligon’s Tesouro Perfumado em Prosa e Verso.
E na última página deste livro tão lindo, tão valorizado por mim, Sheila
Pickles deixara assim:

“A Linguagem das Flores, foi perfumado, para seu prazer, com


Violeta. Os vitorianos demonstravam grande apreciação pelas violetas,
e vendedoras de flores com cestos cheios dos pequenos ramalhetes
roxos eram uma visão comum nas ruas de Londres. Desde o tempo
dos gregos antigos, a violeta é reconhecida como algo raro e desejável.
O fato de ainda ser tão procurada atualmente nos dá uma indicação do
verdadeiro valor dessa flor modesta com seu aroma poderoso”. Página
111. A Linguagem das Flores.

Também ele me apareceu com um pequenino livrinho, aqueles de


bolso, sobre a importância do abraço, com imagens de ursinhos e ur-
sos. Outro livro muito especial de Roberto Shinyashiki, com o qual a
pessoa certa me presenteou, foi “A Carícia Essencial”, cuja introdução
relata sobre “As Carícias e o Iluminado”. Só esse relato do livro e o es-
crito deixado também J.A. Gaiarsa e, ainda uma historinha sobre os
saquinhos de carinhos quentes, foram extremamente importantes para
mim. Como chegaram a Tempo de Deus todas estas obras! Um livro
realizado pela pessoa certa e ilustrado por um amigo dele, com coloca-
ções bastante sérias, parecia que fora feito para mim. Um dia, levei a
120
sério mesmo e trabalhei naquele livro. Havia exercícios, trabalhos para
pensar e responder. Como me ajudaram! Como! Nunca esqueço uma
das imagens desenhadas neste livro, duma garota dentro de uma caixa
de vidro. Ela fazia tudo para sair daquele cubo de vidro e colocava as
mãos nas paredes da caixa de vidro como que prisioneira dela e não
conseguia sair. No entanto, ela teve uma ideia de como sair de dentro
daquela caixa de vidro e resolveu virá-la levantando-a por baixo e, as-
sim, encontrou uma passagem para dali sair. Aquela situação parecia a
minha. Queria tanto sair da situação na qual me encontrava. Parecia
que sentia a angústia daquela garota, como se o ar me faltasse. O livro
era feito com desenhos e atividades que levavam a pensar, a sentir de
maneiras diferentes as situações da vida. Meu amigo especial fizera
toda a diferença no meu existir. Meu lema, quando ia para a Faculdade,
já era por mim pensado assim:
“Devagar se vai ao longe”. “Antes tarde do que nunca”. Isso pen-
sava para me deixar mais tranquila na Faculdade, nas chegadas atra-
sadas ou semestres interrompidos. Complicado, com filhos pequenos.
Onde morava nos primeiros tempos, para sair para a Faculdade pelas
manhãs de casa, de carro, no inverno; dava problemas, pois meu carro
inventava de não funcionar e o ônibus não passava nos horários de
precisão. Nada foi fácil! Aos poucos, na Faculdade de Filosofia eu fui
aprendendo ser mais crítica; fui abrindo minha mente e associando cer-
tas informações recebidas na aula por certos professores com o meu
próprio modo de viver, espraiando para os rumos da vida, isto é, minha
família ou pessoas que faziam parte dela e para a sociedade como um
todo. Não era fácil, não, o curso! Foi fácil para entrar, mas para sair foi
difícil.
Verdadeiramente? Senti-me muito ajudada pelo Divino. Muito!
Aprendi, mais tarde, o nome dessa ajuda de Deus no Universo: Provi-
dência Divina. Deus estava me provendo tudo necessário para minha
121
salvação e para salvação daqueles que me rodeassem; se estivesse
erguida, digna e principalmente como mãe, traria o bem estar para
meus filhos, que teriam uma mãe junto a eles.
Um poeminha do padre Carlos A. Schmitt apareceu para me dizer
assim:

“Você melhorando,
O mundo melhora.
Você piorando,
O mundo piora.
Você tornando-se mais santo,
O mundo inteiro é santificado.
Todos lucram com você,
Ou todos perdem com você.”

Eu não queria perder. De maneira alguma eu queria perder! Não


podia perder; para não ser mais uma no rol da desgraça na família. Sa-
bia que traria, para essa mesma família, um rastro de malefícios sem
precedentes se perdesse. Esse simples poema, lido e copiado, tenho
guardado até hoje; fez com que refletisse sobre o meu amor pelos
meus filhos. Como os amava e continuo a amá-los! Tinha que continuar
e lutar, não podia tombar. Não podia tombar como o meu espelho nega-
tivo, mas, ao mesmo tempo, um espelho de dois lados: mirando-me ne-
le fiz de tudo para não me arrastar junto ao negativo que se apresentara
a mim mesma. Nesse Tempo do curso de Filosofia, ao olhar para trás,
percebi livros certos, para estarem na frente dos meus olhos; chegavam
a Tempo de Deus. Dos milhares de livros possíveis dos quais uma pes-
soa poderia ter feito a leitura em sua vida, para mim, foram poucos os
livros lidos; instrutivos livros e inspiradores; os livros se deixavam vir a
mim e no Conhecimento soube, a Tempo de Deus, o mínimo necessá-
rio para me firmar no meu existir. O meu existir significava muito para
122
mim, seria um existir para meus filhos principalmente! Poder ficar de pé,
poder ser no mínimo a mãe que sempre fui. Era complicada a vida com
meus filhos, pela atenção que entendia ter que lhes dar; mais a profis-
são e a falta da paz, a disponibilidade de tempo para as leituras. Gosta-
ria muito de tê-las feito em maior número, mas foi impossível. Também
não me considerava uma pessoa com facilidade na aprendizagem e por
isso o trabalho era dobrado! Mas posso dizer que tudo foi feito no Tem-
po de Deus e acredito, como Senhor do Tempo, me deixa a singular
confiança de que também este livro cairá nas mãos da pessoa certa e
no Tempo de Deus.

123
Capítulo II

Parte 4

“Mãos Abertas (Pe. Irala) (K7: Agnus Dei didática 86/87)


Nesta prece, Senhor, venho te oferecer o crepitar da chama, a certeza de
dar.
1. Eu te ofereço o sol que brilha forte.
Te ofereço a dor do meu irmão! A Fé na esperança e o meu Amor!
2. Eu te ofereço as mãos que estão abertas,
o cansaço do passo mantido, meu grito mais forte de louvor!
3. Eu te ofereço o que vi de belo no interior dos corações.
A coragem de me transformar!”

Novas Vidas
Ali, naquele lugar sagrado para mim, Deus, ainda não existia em
minha vida, Jesus Cristo também não existia e minha Mãe, Nossa Se-
nhora (Esquecida num Tempo), se fizeram apresentar na presença de
quem fez caridade. Esta pessoa se doava sem nada me cobrar. Estava
acostumada com terapeutas; eles dão atenção, mas devemos pagar.
Quando conheci a pessoa especial descobri no Tempo que, também
124
ele era terapeuta. Acima de tudo eu ganhara um amigo e não um tera-
peuta. A Vida me presenteava com esse homem. Fazia exatamente o
que Jesus Cristo deseja que façamos, o “Amai-vos uns aos outros co-
mo Eu vos amei”, e num outro provérbio judaico, diz: “Não se ama a
Deus, sem antes amar o homem”, ou ainda “Faça o Bem sem Olhar a
Quem” — fui cativada. Isso foi assim para mim. Isso teve significado
para mim. Fui me sentindo como despertada e liberta. Senti-me como
se o Universo inteiro conspirasse a meu favor. Sentia que a vida fluía
como um rio precisa abrir suas comportas para a água poder seguir seu
caminho. Fui extremamente ajudada quando mais precisava; obtendo, a
Tempo de Deus, como costumo dizer, a pessoa para me escutar. Dei-
xava meus filhos no colégio Marista, pela manhã; estavam iniciando as
primeiras séries. Continuava meu trajeto para assistir minhas aulas na
Faculdade. Quando avistava o carro estacionado na frente do prédio,
sabia que a pessoa especial estava lá. Um dia criei coragem e sussurrei
dizendo assim: “O meu amor está aí”.
Com que alegria quase corria para receber o modo especial de
seus abraços. Ele era assim. O jeito de ele abraçar era sentido por
aqueles que tinham a capacidade de perceber, de sentir também como
algo a mais. Era sentido real. Era verdadeiro. Era autêntico. Das ajudas
da minha pessoa especial poderia ter dado, não existiu calor maior para
uma plantinha puder vingar do que seus abraços pelas manhãs quando
chegava à Faculdade. Perfeitos remédios a conta-gotas! Os abraços
são inesquecíveis! Fui aprendendo a dar abraços assim também. Que-
ria passar aos outros aquele modo de ser querido, autêntico, de viver a
vida. Não ter vergonha de ser eu mesma. Aqueles abraços eram o re-
médio a conta-gotas que recebia sempre pelas manhãs quando nos
encontrávamos. Quando falo nos abraços dele, como remédio a conta-
gotas, porque na autenticidade do carinho, do calor daqueles abraços,
realmente foram o tempo à cura dos meus males, somando-se ao en-
125
contro da minha família celeste. E ele me escutava, ele via meu rosto
coberto pelas lágrimas de tanta tristeza. Uma tristeza que parecia não
ter fim. Uma tristeza sem esperança alguma; uma tristeza na qual não
via a luz no fim do túnel, no que estava passando, e na sua companhia
testemunhava aquele sofrimento que se passava naquele seminário
durante o curso de Filosofia. Nossas caminhadas pelas estradinhas da
Faculdade e pelos jardins dela foram providenciais para o meu bem.
Concomitante à pessoa especial me ajudou na vida quando mais preci-
sava, recebi convite de uma senhora; conhecera minha mãe, pois ela
fora inquilino num dos apartamentos de um prédio construído pelos fun-
cionários de meu pai. Este convite foi feito quando nos encontramos na
rua e perguntara se queria participar do grupo de oração da Renovação
Carismática Católica; havia na igreja matriz da cidade onde nasci. Essa
pessoa é muito católica. Eu não tinha a mínima noção sobre a Renova-
ção Carismática Católica, mas aceitei sim. Estava muito mal e precisava
respirar. Nem sempre conseguimos carregar no bolso quem muito gos-
taríamos de estar conosco. Certamente, não funciona assim. Quando
tinha a pessoa, a pessoa especial, o amigo querido para conversarmos
na Faculdade de Filosofia, era algo maravilhoso, pois ele me transmitia
paz, mas ele partia... Eu ficava na minha solidão... Então, na espera
das manhãs de quase todos os dias e dos após sábados e domingos,
ficava a saudade, a falta do homem especial, e tinha muito a lutar por
mim mesma se quisesse me manter em pé. Quando com ele, chegava
a bocejar ao seu lado; chegava a sentir um soninho bom. Na verdade
era relaxante estar ao seu lado, caminhar por entre os passeios floridos
da Faculdade. Ele era e é muito tranquilo com relação à vida. Passava
e passa para mim confiança, bem estar, paz, segurança... Ele gostava
de tirar fotografias das flores e depois de reveladas me fazia presente.
Se pudesse, o carregaria no bolso. Andava tão absorvida em proble-
mas, nos meus sofrimentos, que, pela primeira vez, ao lado dele, cami-

126
nhando com ele pela Faculdade, nos jardins floridos das rosas cuidadas
pelas freirinhas (acredito que eram elas a cuidar) e cuidavam tão bem,
percebi a existência das borboletas em plena Estação de Outono. Pen-
sava eu na existência das borboletas somente na primavera. Pensava
assim, pois os livros didáticos, alguns deles, traziam as flores, variadís-
simas e coloridas lembrando a primavera, e geralmente traziam também
com as borboletas, como ilustração. Associava as flores, borboletas,
primavera. Não vivia o mundo. Não saia de mim; vivia problemas, preo-
cupações, tristezas... Esse era meu mundo. Era ali, no livro didático dos
meus aluninhos, eu via as borboletas e as flores e pensava na existên-
cia das borboletas só na primavera! Um mundo sofrido, com preocupa-
ções constantes e sem Deus. Esse era meu mundinho, o da teoria. Não
tinha vivências, experiências de vida, e a nuvem cinza dos problemas
não me deixara observar melhor o mundo e as borboletas. Segundo
meu amigo querido, minha pessoa certa ali, naquele episódio da minha
admiração em ver as borboletas brincando à nossa frente em plena Es-
tação Outonal, ele percebeu o meu retorno a Vida. Ele quis dizer final-
mente comecei a sair do meu casulo; passara a olhar para fora, além
de mim mesma, ao meu redor. Deslumbrada, admirada, passei a me
dar conta das borboletas e surgiam não somente na Primavera, mas em
plena Estação do Outono; elas brincavam e muitas diante de nós. Não
existia isso em minha vida, uma pessoa tranquila com quem pudesse
conversar ou me escutar sem pagar. Ele tinha uma voz suave, tom bai-
xo; sinceramente, nunca tinha estado ao lado de uma pessoa assim.
Quando não estava com ele, era muito, mas muito triste. Sentia-me só.
Passei a sentir necessidade de Deus, de Jesus Cristo e de Nossa Se-
nhora, e meu sábio amigo parecia saber disso. Parecia ler a minha al-
ma. Eu tinha uma frase retirada do livro de Malba Tahan, para meu ca-
derninho universitário, Sob o Olhar de Deus, página 23, Imitação de
Cristo. Dizia assim:

127
“Em Deus deveria o homem de tal modo firmar-se que não preci-

sasse mendigar tantas consolações humanas”.

Serviu para eu refletir sobre como ter sim, um amigo certo; entre-
tanto, não deveria mendigar amor; afinal, já havia batido em tantas por-
tas frias... Esse pensamento me fez refletir sobre mim, como vivia mi-
nha vida. Amaria, sim, tê-lo comigo vinte e quatro horas do dia, nos tre-
zentos e sessenta e cinco dias e seis horas do ano; entretanto, sabia da
importância do amigo nas suas realizações legando à humanidade; sin-
ceramente teria vergonha de mendigar amor a quem mais gostaria de
ter o seu amor. Mas já passara por tantas situações no que se refere à
falta desse sentimento nobre, mas tão pouco valorizado... Aquele amor
ali não deveria ser conquistado através da mendicância. Mas era forte,
sem dúvida! Muito forte!
Na Faculdade de Filosofia, tinha uma grande capela e, nela, traba-
lhada na parede, uma enorme Nossa Senhora toda branca, creio que o
material seja azulejo. Uma pessoa se referiu àquele trabalho como feito
todo em blocos de azulejos brancos. Nós meu amigo e eu, caminháva-
mos pelos corredores longos, pé direito muito alto. De quando em
quando, ele tocava nos pés de Jesus Cristo, imagens que tinham espa-
lhadas pelos corredores da faculdade e dizia: “Este foi um grande ho-
mem”. Eu mexia com a cabeça assentindo. Às vezes, ele tocava a mão
no coração de Jesus Cristo e dizia qualquer coisa linda e importante
sobre Jesus. Ele sabia o quanto eu precisava Deles. Também entráva-
mos na capela para ver Nossa Senhora e eu aproveitava para fazer
meus pedidos e as lágrimas teimavam em surgir. Vivia momentos muito
ruins e na solidão. Ele me observava quieto sem nada me dizer.
Uma vez, um dos meus professores da Faculdade nos deixou à
vontade na sala, pois colocara vários livros nas classes para podermos
olhar, escolher para atividades, algo assim. Nesse instante surgiu uma
128
situação. Fui sendo conduzida, como levada por um ímã, no qual um
objeto se prende a ele, fui caminhando até a capela grande do seminá-
rio, a mesma onde a Nossa Senhora branca, feita em blocos de azule-
jos, estava. Sentia uma tristeza infinita... Ao entrar lá, lugar grande e
frio, não lembro uma única vez de ter visto vasos com flores. Era raro
avistar alguém lá dentro. Falo dos dias comuns, durante a semana. E
naquele dia não foi diferente, exceto que nem percebi Nossa Senhora
toda branca na parede da capela. Não cheguei até Ela. Continuei à en-
trada como autômato, como um ímã fui sendo conduzida para uma das
portas laterais abertas, a porta da esquerda. Entrei numa salinha. Olhei
para a direita da parede desta salinha e avistei a imagem de Jesus Cris-
to na cruz, tamanho médio, Ele preso e pregado na cruz. Mas ao obser-
var os seus pezinhos presos por uma corda, dessas cordas que não
são barbantes finos, mas corda de sisal não muito grossa; eu passara a
sentir um sofrimento sem fim... Como se tivesse sentindo a dor do so-
frimento de Jesus Cristo. Além de tudo o que Cristo passou na cruz,
não bastasse todo Seu sofrimento, ainda, por alguma razão, aquela
corda prendendo seus pezinhos... Parecia que era eu querendo cami-
nhar e sem poder caminhar. Alguém querendo impedir a caminhada...
Comecei a falar alto enquanto chorava, chorava... Não podia parar de
chorar e de falar com Ele, e chorava... “Por que fizeram isso com você?
Por quê?” - Eu quase gritava falando e chorava ao ver aquilo. Já não
chega tanto sofrimento, meu Deus? Como aquilo me chocou tão pro-
fundamente! Fiquei imaginando tantas coisas... Imaginei uma brincadei-
ra de mau gosto. Imaginei pudesse a corda estar ali porque a imagem
precisava ser segura. Quem sabe se destacou alguma coisa e prende-
ram os pés com a corda? Mesmo assim, considerava em meu sofrimen-
to junto com o Dele. Nunca uma pessoa poderia colocar uma corda nos
pezinhos de Jesus Cristo, pois para mim isso não se faz com a imagem
Dele. Achei de uma péssima falta de cuidado, de sensibilidade, de

129
amor, de respeito para com Ele. Ou... Alguém tinha entrado e feito al-
gum daqueles trabalhos macabros, bem ali dentro do seminário?! Claro
que não seria de duvidar! Sabia dos muitos trabalhos dessa natureza
realizados do lado do espiritual maléfico, na cidade menor era comum o
fazerem. De qualquer maneira, estava sofrendo muito com Ele, com
Jesus Cristo. Sofria muito com Ele. Enxuguei meu rosto e retornei para
a sala de aula. Percebi meu professor me olhar e depois desviara o
olhar quando entrei na sala. Não sei se percebeu meu estado deplorá-
vel.
Assim caminhei a vida... Num Tempo. Num grande mar de sofri-
mentos... Como encontrar o Grande Amigo com o Seu Grande Sofri-
mento me ajudou a ver que não estava só! Não estava não! Mas... A
mesma pessoa a estar aos seus pés, aos pés de Cristo naquela sala,
olhando-O, cheia de dor e sentindo um sofrimento tão intenso, era a
mesma ao entrar para a Faculdade cética, chamando-O de vítima.
Quando entrei na Faculdade, estava sentada na minha cadeira,
displicentemente, na sala de aula. Tinha alguns colegas ao meu redor;
nem sei se escutaram a breve observação que fiz. Breve, mas realmen-
te contundente, assim estava sendo conduzido meu olhar para Cristo.
Olhei para Jesus Cristo no crucifixo diante de mim, preso na parede,
pois em cada sala de aula havia um deles. Olhei para Ele com um mo-
do de pensar cético de uma pessoa que fazia terapia há muitos anos e
disse: “Ele se faz de vítima!”
Essa palavra “vítima”, hoje, para mim, é insuportável. Não aceito.
Assim como chamar uma pessoa de “carente”. Ambas indesejáveis,
porque acredito realmente no sofrimento de um ser humano. Acredito
que a tal carência deveria ser dita com todas as letras: ela sofre de falta
de amor! E se sofre de amor, por favor, vamos deixá-la feliz dando-lhe
amor. Sofre muito? Procure o Grande Amigo. O amor terreno não funci-
ona? Dá-lhe o remédio espiritual divino.
130
Vítima= extremo sofrimento ou sofrimento.
Carência= falta de amor.
Naquela época, estava colocando em dúvida a existência de Je-
sus Cristo como uma pessoa que tivera realmente Amor de Verdade;
Amor que O levou à morte na Cruz! E Aquele Amor foi para nos salvar:
Ele, o Salvador, o Messias enviado por Deus Pai. Eu não O via assim.
Pois sofrer por sofrer, pensava eu, também sofria muito. Não ficara eu
uns onze anos fazendo terapia entre quatro paredes de consultório so-
mente chorando? E, por último, não estava eu endeusando os psiquia-
tras achando-os donos da verdade?
Verdadeiramente? Estava ficando tão árida, mas tão árida, per-
manecendo tantos anos em terapia, chorando, sem efeitos; passara a
equiparar então o meu sofrimento com o de Jesus Cristo. E Ele? Fazia-
Se de vítima! O preço levado na vida foi aquele ser conduzida até Ele
naquele estado de sofrimento no qual me encontrava; vendo-O ainda,
naquela imagem com a corda prendendo Seus pezinhos, tocando-me
tanto na alma, me pegando em um momento de extremo sofrimento e
fragilidade, como para me mostrar, você percebe agora? Percebe a que
ponto nós chegamos? Eu e você? Fui necessitando cada vez mais de
ajuda, fui me aproximando cada vez mais Dele, nas missas, nas leituras
escutadas nas missas, na Eucaristia, adquiria gradativamente forças;
encontrei lenitivo para a minha vida na defesa do Mal dentro de mim,
meus pecados; fora de mim, do Mal de quem viesse. Tudo valeu o em-
penho, entende? Tudo valeu o esforço. Porque minha vida foi mudando.
Entendi o que é um cético, um debochador, um descrente, e havia che-
gado a minha hora de me dobrar a Ele: Jesus Cristo. Senti a real impor-
tância Daquele Homem. Senti a libertação interior através de Jesus
Cristo. Sentia as amarras invisíveis saírem aos poucos de mim. Entendi,
sim, que Ele existia para que Nele pudesse contar; tinha realmente Al-
guém nesse mundo que pudesse me salvar e que Ele estava próximo à
131
intensidade do meu sofrimento. Graças a Deus! Ele foi me libertando
espiritualmente na vida. Dava-me conforto, confiança naquilo do qual eu
escutava nas leituras bíblicas; libertara-me dos juízos, dos conceitos
poderosos que são colocados por muitos médicos psiquiatras nas pes-
soas.
Meu Bom Jesus amado! Eu tive meu companheiro de dor, de so-
frimento, pois quem iria compreender a dimensão da minha dor, conhe-
cer meus pensamentos, meu coração em todos os meus momentos
existenciais? Ele, somente Ele: meu Bom Jesus. No espiritual divino
estava sendo atendida e no plano terreno tinha meu amigo querido es-
pecial em nossos encontros pelas manhãs, naquele lugar, para mim,
sagrado. No Sonho do País da Paz, na Estrela de Bárbara me deixava
levar... Precisava de poesia, precisava sonhar, precisava respirar... Vo-
cê poderá indagar talvez se eu contava essas situações, essas vivên-
cias para os meus filhos? Não. Como falar algo assim para os peque-
nos? Que entendimento eles teriam? Marido? Já não estava mais com
quem casara no civil e pais dos meus filhos. Divorciamo-nos. Amigos,
parentes? Não os tive por perto. Com a separação passaram para o
lado de lá ou todos tinham muitos problemas para resolver. Por último,
há tipos de assuntos que devemos saber quem procurar para tratar.
Buscava o padre querido para me escutar, no mesmo local onde vivia
minhas dores e alegrias, no seminário. Alguns, para certas pessoas,
pensavam como uma mulher tão bonita poderia ser tão triste... Não faz
muito, um parente me contou que alguns diziam isso de mim na cidade
menor. Para outros, ela não era normal! Ou... Era louca! Palavras ba-
nais empregadas tão repetidas vezes nesta vida com as mais variadas
conotações, como quantas vezes se bebe água. É a concepção do
normal e do anormal vigente. O normal a muitos, é ter constantemente
uma piadinha idiota para contar, as conversinhas superficiais de Face-
book trazidas para o cotidiano, e vice-versa, ou ficar por dentro das te-
132
lenovelas e outros programas idiotas para ter o que comentar com os
amigos, ficar informado e repetir como papagaio, reproduzindo o que
ouve. Mas nada de mais profundo, de leituras sólidas importantes, do
amor profundo, sólido, da procura de valores autênticos... Do comentá-
rio de bons livros... Vidas de pessoas realmente de peso... Até a pala-
vra “amigo” é vulgarizada. Qualquer um se permite chamar a outro de
amigo, e o amigo de verdade, na essência se dilui... Nesse mundo.
Você já pegou a Bíblia no livro Sabedoria, Eclesiástico, Eclesias-
tes? É lindo demais! Se você começar a ler, verá o que realmente se
entende por amigo ou se o seu amigo é amigo de banquete, isto é, apa-
rece na hora da oba, oba... Será que quando você mais precisar do seu
amigo você o encontrará? Pois é; é assim que — quando se está no
fundo do poço, no túnel sem luz, e a luz no final dele nunca parece sur-
gir, mas nesse mar de lágrimas e sem luz, aparece alguém que lhe es-
tenda as mãos, na vida — você saberá quem é seu amigo. Porque en-
quanto você estava padecendo o seu inferno existencial, mas desejan-
do tanto, mas tanto sair dele, não vê em quem encontrar seu refrigério,
os amigos de banquete continuam suas caminhadas existenciais e você
deverá ser forte o suficiente para sair daquela situação. Pode contar
com Ele! Pode contar com a Mãe! Ambos para nós: Jesus Cristo e Nos-
sa Senhora, Maria.
“Tia” para cá e “tia” para lá... Outra expressão usada com tanto
descaso na sua significação real. Se você se posicionar e disser a um
estranho, a uma criança que não lhe chame de tia, pois tia você real-
mente não é dessa pessoa ou dessa criança, você provavelmente pas-
sará por anormal para alguns acostumados a vulgarizar certas expres-
sões como se tudo fosse igual e para todos. Afinal, na minha concep-
ção, estaremos desmerecendo, tirando o papel existencial de quem de
direito deveria ser chamada de tia ou de tio. Salvo se a pessoa real-
mente desejar ser chamada assim, por razões pessoais, e pedir per-
133
missão. Mas de uma forma geral há muitas pessoas se deixando levar
como cópias das outras. Perdem a capacidade de enxergar e descobrir
suas reais potencialidades.
Mas em Deus, na nossa família celeste, sempre existirá o possí-
vel, a descoberta de dons... Dons dados pelo Espírito Santo. Eu preciso
da dialética. Eu preciso me fazer para você, neste mundo tão árido de
amor, tão descrente dos sentimentos verdadeiros das pessoas, de pes-
soas desconfiadas umas das outras; sentimentos verdadeiros são con-
fundidos com outras coisas; a falsidade de sentimentos está crescendo
e vingando cada vez mais.
Verdadeiramente? Desejo a contramão para você. Desejo um
olhar direcionado para a Luz sempre! Certamente, em meios aos espi-
nhos, pois você sabe da existência do Mal. Você deve saber se desviar
do Mal. Tenha força, sim, dentro de você, para ser luz, uma estrela para
nunca perder o brilho e assim iluminar outras tantas pessoas necessita-
das dessa luz.
Citei acima a História de Bárbara no País da Paz. Você deve ter
imaginado o que será isso? Foi um título de um livrinho infantil. Uma
pessoa no Tempo da Faculdade deu-me para entregar para meu filho.
Meu filho havia feito aniversário. Acabei, eu, lendo o livrinho e nele tinha
uma história; falava no País da Paz e a Estrela de Bárbara. Uma se in-
terliga a outra. Foi uma das coisas mais lindas da minha vida! Mais uma
vez Deus chegara até mim, pelas mãos daquela pessoa e por meu filho,
pois se meu filho não estivesse de aniversário não teria o livro para ler.
O livrinho de história infantil falava de um mundo dos meus sonhos e de
personagens como Gustavo, o homem bom; Bárbara, a menina levava
uma vida muito triste, muito! Mas o primeiro sorriso de Bárbara aconte-
ceu quando... Deixo para você no posfácio da minha obra. O interes-
sante naquele surgimento deste livrinho foi o conteúdo da historinha tão
parecida com o que eu estava vivendo e na qual meu coração clamava
134
por um mundo melhor! Para mim, Deus me rondava. Deus estava pro-
videnciando tudo do que necessitava para me levantar...
Havia uma salinha na faculdade e, nela, um quadro verde e um pi-
ano desafinado e velho. Meu amigo, querido, pessoa certa, pegou um
toquinho de giz e desenhou um círculo e colocou dentro do círculo dois
olhinhos e um sorriso. Comecei a rir daquilo. Logo em seguida, come-
çou a percorrer os dedos no teclado desafinado, mas um perceptível
som saiu do piano; uma melodia doce e relaxante saia daquele querido
piano, mesmo velhinho deixara o som vibrar minha alma a ponto de me
fazer chorar. Aquela melodia foi bálsamo para mim. Nunca tivera al-
guém assim e era tudo que precisava ter. Há situações que fazem uma
extrema diferença para um viver melhor, mas a vida vai se apresentado
tão árida, tão sem notas musicais... No Tempo percebi: poderia ter defi-
nhado! Poderia ter perdido minha alma! Mas Deus enviou-me a pessoa
especial; a pessoa certa para isso não acontecer. Se ele era para mim
a pessoa especial, o amigo querido, cada vez mais eu ficava admirada
com a sua sensibilidade, a compreensão, a educação daquele homem.
Eu estava amando! Que felicidade dispor daqueles momentos mágicos.
Mágicos? Não! Momentos reais e únicos para mim, pois nunca vivera
algo assim.

135
Capítulo II

Parte 5

“Conheço Um Coração (Pe. Joãozinho, SCJ) (LP:


Louvemos o Senhor- vol. 8)
Conheço um coração tão manso humilde e sereno.
Que louva o Pai por revelar seu nome aos pequenos.
Que tem o dom de amar, que sabe perdoar e deu a vida para nos salvar.
Jesus, manda teu Espírito para transformar meu coração.
Jesus, manda teu Espírito para transformar meu coração.
Às vezes no meu peito bate um coração de pedra,
magoado, frio, sem vida, aqui dentro ele me aperta.
Não quer saber de amar nem sabe perdoar, quer tudo e não sabe partilhar.
Lava purifica e restaura-me de novo.
Serás o nosso Deus e nós seremos o teu povo.
Derrama sobre nós a água do Amor, o Espírito de Deus, nosso Senhor.”

Novas Relações
Na verdade, foram muito limitadas minhas relações, minhas con-
versações com figuras masculinas. Tive meu pai, homem rude e não
136
gostava dele, até ficar sabendo que havia construído um prédio na ci-
dade maior e colocara o nome do prédio como São Sebastião; até ter
conhecimento da construção de outro prédio na cidadezinha onde ainda
resido e deixara um espaço para colocar a imagem de São Sebastião.
Percebi que para um homem fazer isso deveria gostar muito desse san-
to e eu, nada sabia sobre a história de São Sebastião; desejei saber
sobre sua vida. Senti ser esse o elo, a ponte, ou mesmo a intercessão,
uma intercessão espiritual divina, entre meu pai e eu. Aconteceram
anos após seu falecimento, quando também eu passei a frequentar a
Igreja Católica. Foi então pedido para meu padre amigo, que é bispo
em outro Estado, para fazer o assentamento da imagem de São Sebas-
tião naquele pequeno ambiente; ficou à espera por muitos anos da ima-
gem do santo, para dar-lhe as bênçãos. E assim foi feito! Adquiri uma
linda imagem de porte médio e foi assentada e abençoada no lugar dei-
xado, no prédio, a pedido de meu pai aos pedreiros trabalhadores.
Tive o pai dos meus filhos com quem me casara no civil apenas.
Conheci-o com quase 15 anos de idade, período no qual meu pai fale-
ceu. Nesse Tempo, eu não frequentava a religião Católica; embora ba-
tizada, com primeira comunhão e crisma. O pai dos meus filhos não
professava a mesma fé Católica; tudo contribuiu para não casarmos na
igreja. Assim, o casamento não teve as bênçãos de Deus. O material
supria as necessidades, ainda com muitas preocupações do pai dos
meus filhos em ir atrás do dinheiro. Tinha carro para fazer as saídas
necessárias; é um diferencial para melhor. Desejo dizer a você, que ter
um carro, de certa forma, coloca uma pessoa numa redoma de vidro.
Você fica mais protegida de muitas coisas; se leva uma vida mais parti-
cularizada. Limita possíveis conversações e amizades também. Isso foi
assim para mim. Também na família, tinha meus dois irmãos, das seis
mulheres que a mãe teve; pouco conversava. Um dos irmãos mais ve-
lhos saiu de casa cedo, e o outro tinha suas amizades; essas situações
137
nos tornavam ainda mais afastados das conversas das irmãs. Estes
foram os homens da minha vida.
Aquela pessoa especial me escutava, estava me dando atenção,
mostrando dentro daquela Faculdade um pedacinho grande de mim
mesma; pedacinho fundamental e esquecido de mim, já se tornara par-
te também fundamental, real, da minha vida. Sutilmente, aquele ho-
mem, quase um estranho, porque mais me escutava ou me via chorar,
pouco falava ao passear pelos corredores; delicadamente, parava e
mostrava aquelas imagens me transportavam ao que tinha de ter em
minha vida se quisesse continuar viva. Quando me refiro àquelas ima-
gens, são as imagens que ficavam pelos corredores da Faculdade de
Filosofia, do seminário, o Sagrado Coração de Jesus Cristo. Na cami-
nhada da vida, não tinha a pessoa certa para ficar comigo. Não podia
tê-lo no bolso comigo para ser meu companheiro de todas as horas. Foi
assim ao receber o convite daquela senhora, para participar do grupo
da Renovação Carismática Católica me senti Chamada a aceitar e pas-
sei a frequentar. A dor era intensa; a solidão era minha companheira.
Descobri, naquele lugar, meus irmãos em Cristo. Como foi importante
fazer parte do grupo! Nós rezávamos, eram orações fortes. Uma de
nossas coordenadoras (tivemos duas) entregava a oração de São Mi-
guel Arcanjo, tão poderosa no combate das ciladas do demônio. Passa-
ra no grupo de oração a escutar — pela segunda vez, depois de ter es-
cutado ainda num Tempo longínquo, quando solteira — essa palavra:
demônio. Num tempo de criança, quando remotamente via naquela
imagem da serpente abaixo do pezinho de Maria, Nossa Senhora, a
representação do Mal, isso ficou esquecido. A oração de São Miguel
Arcanjo era curtinha, mas falava em algo deixando bem claro para mim
a existência do Mal. Não era eu quem estava considerando isso sozi-
nha, pois tinha meus irmãos em Cristo e eles assim rezavam também.
“São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate, defendei-nos com
138
o vosso escudo contra as armadilhas e ciladas do Demônio. Deus o
submeta, insistentemente o pedimos; e vós, Príncipe da milícia celeste,
pelo divino poder, precipitai no inferno a Satanás e aos outros espíritos
malignos que andam pelo mundo procurando perder as almas”. E ter-
minávamos: “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém”.
Fazíamos, em nosso grupo, as orações de renúncia, pedindo a
Deus para nos perdoar dos erros cometidos no passado. Cantávamos
músicas lindas, letras de canções belíssimas sobre o Espírito Santo e
tantas outras canções aprendidas na Renovação Carismática Católica.
Como lavei minha alma com minhas constantes lágrimas! As letras das
músicas da RCC, belíssimas, faziam minha alma aproximar-se de Jesus
Cristo e de Nossa Senhora profundamente. Não teria palavras para di-
zer os momentos de amor à Maria e a Jesus por tudo recebido com
meus irmãos em Cristo. Passei a caminhar na estrada com meu Jesus
Irmão e amigo. Passei a me confessar, a conversar com alguns padres,
a ir às missas assiduamente e a receber a Eucaristia. Sentia que, com a
Eucaristia, ficava cada vez mais fortalecida e me sentia protegida do
Mal. Sabia que Jesus Cristo estava comigo sempre! Às vezes, levava
meu violão para tocar algumas músicas nas missas das quartas-feiras
em atividades da Renovação Carismática Católica. Aprendi muito com
meus irmãos em Cristo. Cresci espiritualmente. Senti a na hora de sair
para continuar a caminhada. Desenhei um coração cheio de florzinhas
coloridas e escolhi a frase de um filósofo do qual amo muito, Blaise
Pascal. Pascal diz:

“O coração tem razões que a própria razão desconhece.”


Como dizer a cada um o quanto foi importante para mim a presen-
ça deles; o quanto me ajudou num fortalecimento espiritual divino. Dizer
a eles a presença sentida da fé viva. Que eles me ajudaram a encontrar
a Verdade? Na casa de Deus, meus irmãos estavam reunidos falando
139
em nome de meu Pai... Que ali falavam no demônio e que tínhamos
que fazer nossas defesas... E era exatamente do que eu tinha necessi-
dade... Não tinha tempo para explicações. Não podia olhar para trás,
mas levava no meu coração o que a razão assimilou e o coração sentiu
e gravou.
O Movimento Sacerdotal Mariano surgiu para mim quando uma
pessoa, numa das missas na igreja matriz, estava oferecendo um pe-
quenino folhetinho com a imagem da pomba, do Divino Espírito Santo.
Não lembro muito dele, parece que sugeriria uma viagem à Itália para
um retiro, algo assim, e o assunto envolvia o Espírito Santo. Mas lem-
bro-me de que este folhetinho... Era como se dissesse para ir em frente.
Queria saber mais sobre o assunto. Esse pequenino folhetinho me fez
procurar o seminário, para falar com algum padre sobre o teor do mes-
mo. O padre que me atendeu, conhecido, porque era meu professor na
Faculdade, entregou-me um folheto maior com as explicações do Mo-
vimento Sacerdotal Mariano, contendo o endereço de como conseguir o
livro “Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora”. Fiz o movi-
mento fundamentalmente com uma amiga e algumas pouquíssimas
pessoas; estas foram e fizeram sua consagração. Lembro certa vez fui
fazer uma viagem e combinei com uma pessoa amiga, única; ela persis-
tia na oração comigo: “Eu vou, mas, sempre às 3 horas da tarde, vamos
estar em comunhão, eu lá e você aqui, na reza do terço”. E assim acon-
teceu. Nessa cidade, num outro Estado do Brasil, acabei viajando para
agradar a minha filha, no amor, pois não desejaria ter ido.
Em cada lugar, em qualquer lugar, eu parava e me retirava para
rezar às 3 horas da tarde. Sabíamos da hora da Misericórdia! Era uma
hora forte espiritual para estarmos unidas, mesmo a distância nos se-
parando. O folhetinho do Movimento Sacerdotal Mariano não explicava
isso, mas nós queríamos um vínculo espiritual divino no terço, um elo
para permanecermos em sintonia. Constatei a importância espiritual de
140
ter ido ao outro Estado do Brasil, com a minha filha, ao me deparar com
algo visto no culto maléfico de uma pessoa. Pura falta de Conhecimen-
to! Realmente fiquei assustada, mas deixei minha Bíblia, a Palavra de
Deus para essa pessoa. Deus me mostrara o caminho do Amor era
muito difícil, esgotante, cansativo, não valorizado, mas muito necessá-
rio. Ao retornar para a minha casa, ao voltar para meu Estado, conver-
sei eu e a amiga querida sobre nosso horário das 3 horas da tarde, das
nossas orações: o terço. Foi tudo bem: ela permanecera em comunhão.
Éramos duas em elo, como ponte, como um arco-íris na fé na caminha-
da com Maria, acreditando com Ela e fazendo por Ela nossas orações,
e por nós mesmas, pela Humanidade. Sentia tristeza por saber tão
poucos tinham noção da grandeza de tudo, pelo menos na cidadezinha
onde moro.

141
Capítulo II

Parte 6

Ninguém Te Ama Como Eu


(Martin Valverde) (Grupo Mensagem 2000) (LP: Novas todas as coisas)
Tenho esperado este momento, tenho esperado que viesses a mim.
Tenho esperado que me fales, tenho esperado que estivesses assim.
Eu sei bem que tens sofrido, pois permaneço ao teu lado.
Ninguém te ama como eu, ninguém te ama como eu.
Olhe pra cruz está é a minha grande prova.
Ninguém te ama como eu.
Olhe pra cruz, foi por ti, porque te amo, ninguém te ama como eu.
Eu sei bem o que tens sentido ainda que nunca me reveles.
Tenho andado ao teu lado, junto a ti permanecido.
Eu te levo em meus braços, pois sou teu melhor amigo.”

Novo Caminho
“Deus tudo prepara e dispõe para a felicidade integral do homem,
mas o homem, desviado da Verdade e do Bem, atira-se pelo caminho
nefando, caminho do Erro e do Pecado. Os males, que torturam a vida
142
e degradam a existência, vão encontrar suas origens no Pecado”. Pá-
gina 206, do livro de Malba Tahan_ Sob O Olhar de Deus.

Continuei o Movimento Sacerdotal Mariano, numa igrejinha, cujo


nome é São João Maria Batista Vianney. Essa igrejinha localiza-se a
uns poucos quilômetros de onde moro. Uma igrejinha muito simples.
Sentia-me bem nela; as pessoas não ficam a olhar como você está ves-
tida, a cor da meia, dos cabelos e outras coisas mais, como costumava
acontecer na igreja principal. Sentia-me mais uma entre todos. Geral-
mente, alguns padres fazem perguntas para mim, ao conversarmos in-
formalmente antes ou depois das missas, se eu era da localidade; ao
saber da negativa. Qual o motivo de assistir missas naquela paróquia.
Subtende-se que eu pertenço, a princípio, a outra paróquia, outro local,
onde resido. Mas não me sinto presa a nenhum lugar. Não me sinto
pertencente à paróquia alguma. Vou aonde tenho vontade de ir. Como
é bom sentir-se livre sabendo do Olhar de Deus Pai em todo lugar! Gra-
ças a Deus posso fazer isso, porque sei da existência de Deus, no Céu,
na Terra, em todo lugar, e meus irmãos em Cristo são encontrados na
Casa do Pai. Quando escuto nas missas aquela frase: “O amor de Cris-
to nos uniu!” - percebo o sentido disso. Percebo aquelas pessoas, as-
sim como eu, foram até a igreja para estar em comunhão espiritual em
Deus, em Jesus Cristo e Nossa Senhora, com as intenções mais varia-
das. Isso é assim para mim. Vamos para a igreja para contar com a
ajuda espiritual Deles, com agradecimentos a Eles. Eles são os nossos
afins. Respondi ao padre que estava naquela igreja, como costumava ir
a tantas outras. Que estava porque gostava muito e era meu costume ir
a qualquer igreja, pois toda ela é Casa de Deus e ali eu posso encontrá-
Lo e nas diversas cidades. Realmente, viajo muito com meu esposo e
acabo por peregrinar e estar em várias Igrejas Católicas. Assim estive
em uma igreja, num outro Estado do Brasil, no qual o sacerdote me ne-
gou a hóstia diretamente na boca. Ele queria me dar na mão, mas sou
143
acostumada ao modo antigo e nunca fui proibida de receber a comu-
nhão diretamente na boca em outras igrejas. Fomos falar com o padre
no final da missa que, em resumo, me disse ser de outra localidade e
certamente onde eu costumava ir era assim que procediam; entretan-
to... “Na minha paróquia procede-se assim”. Com toda a certeza, esse
sacerdote me perdeu. Obviamente, Deus não. O sacerdote me perdera,
mas jamais meu Pai, meu Irmão Jesus Cristo e minha Mãe. E, na Graça
de Deus, minha localidade não é aquela! E não são todos os sacerdo-
tes a procederem assim. Verdadeiramente? Eu estava preparada para
acontecimentos assim. Possuía o Livro da Mãe amada e sabia sobre o
Tempo; não era propício para situações totalmente respeitadas por to-
dos os Sacerdotes. Eu não me deixava levar por situações que, eu sa-
bia, estavam para minar a minha fé. Eu tinha Deus, eu tinha Jesus Cris-
to e, comigo, eu tinha a minha amada Mãe. Não seria o Mal a me tirar
fora da Igreja Católica, sendo mais uma a perder a fé. Eu, em situações
assim, ainda mais me apegava a Deus Amoroso e Misericordioso, pois
eu tinha o Conhecimento da Obra.
Fui numa outra igreja em outro Estado do Brasil, muito visitada e
fazem turismo e mostram a igreja para visitantes de muitos lugares. Era
um domingo e me dirigi à sala ao lado; havia várias pessoas e sacerdo-
tes. Mostravam-se todos sorridentes, bem com a vida ou não, nunca se
sabe. Dirigi-me a um dos sacerdotes presentes e perguntei sobre o livro
de intenções da missa, pois desejava fazer as minhas. O padre, então,
me disse o valor, uma taxa, de cinquenta reais para colocar as inten-
ções no livro e forneceu explicações breves. Por ser domingo, parece
seria mais caro. Levei um susto! Nunca esperaria escutar algo assim.
Não levara dinheiro comigo, pois muito ingênua, por se tratar da Igreja
de São Francisco de Assis, imaginava procedimentos internos, do cora-
ção da igreja, fossem coerentes com a vida desse magnífico santo, cuja
história de vida é belíssima. Trabalhei em um vídeo da história de São
144
Francisco de Assis, no sentido de selecionar imagens para um site e
narrar brevemente o filme, com legendas curtas. É linda a história des-
se santo e de santa Clara, sua amiga, companheira. O despojamento
da riqueza, a simplicidade daquele homem serve de exemplo para
aqueles padres daquela igreja e de outras daquela localidade, sem dú-
vida e de tantas partes do mundo... Acredito que certos valores estejam
esquecidos. Acredito, assim como Nossa Senhora deixa dito em Suas
mensagens, de forma indireta, veremos mais adiante a igreja está sen-
do vendida por alguns sacerdotes que não souberam realizar bem seu
papel existencial como bons padres, como bons sacerdotes. Recebem
dinheiro de outras maneiras para sobreviver, mas não de forma digna,
mas escusa, traiçoeira. Não querem viver como sacerdotes simples,
humildes, com o vestuário pedido pelo próprio Papa e por Nossa Se-
nhora, em Seu Livro também fala sobre isso. Mas contestam e vão
saindo totalmente da pura vocação; a sacerdotal. Não é um julgamento;
é uma constatação. É levantar questões para serem conhecidas e re-
solvidas ao longo da caminhada existencial da Humanidade. Ou se po-
de confiar no fiel Sacerdote ou não. Ou se possui Igreja para oração,
refúgio de silêncio para encontrar Deus e falar com Ele ou se tem igreja
de turismo e pouca fé e oração.

“Meus filhos prediletos, deixai-vos, verdadeiramente, desprender


de tudo! Reparai. Não são os vossos defeitos, as vossas quedas, as
vossas consideráveis limitações que vos impedem de ser inteiramente
meus e disponíveis para os meus grandes desígnios. Oh, não! Pelo
contrário, são para vós, em certo sentido, um grande dom porque vos
ajudam a sentir-vos e a ficar pequenos. Fazem-vos experimentar a me-
dida da vossa pequenez. Os vossos apegos são o único obstáculo que
vos impede de serdes inteiramente meus. Meus filhos, quantos apegos
vos prendem ainda a vós mesmos, a pessoas mesmo boas e santas,
às vossas atividades, às vossas ideias, aos vossos sentimentos! Terei
de quebrar, um a um, estes laços para que sejais só meus”. Página 76.
145
“Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora”.

Não consegui assistir à missa naquele lugar, porque as lágrimas


caiam no meu rosto. Tentei. Fiquei no banco, na frente, como gosto
sempre de ficar. Dizia para eu mesma aguentar, ficar... Tentar. Mas não
conseguia, porque via a disparidade... Queria colocar para Deus minhas
intenções e não tinha o dinheiro pedido. Enxergava os sacerdotes en-
trando, um a um, pelo caminho central. A missa estava iniciando... Mas
eu não conseguira ficar. Não me sentia bem, chorando, e atrás dos ócu-
los escuros sai da igreja. Pedi perdão para Deus! Disse a Ele que pro-
curaria outra igreja para ir, outro dia. Exatamente como acabei fazendo.
Foi excelente a ida nessa outra igrejinha católica, porque tudo ali fora
ao contrário do que passei anteriormente. Que coisa mais gratificante
ver pessoas de tamanha fé! Uma pessoa em especial, um senhor de
idade rezava com tal veemência, com tal força de louvor, de fé, fiquei
emocionada. Obrigada Pai amado, por mostrar-me sempre o outro lado
da face da moeda, mesmo o demônio queira me deixar prostrado na
tristeza infinita! Lembro uma amiga; ela me disse uma vez, numa situa-
ção outra: “Ainda bem que numa hora dessas existem os óculos escu-
ros!”. Sim, ainda bem! Coloquei os meus óculos escuros e sai da igreja.
Vi os vendilhões do Templo, da atualidade, aproveitam as igrejas para
fazer seus comércios vendendo e inventando de tudo um pouco. Con-
versei com um deles sobre o acontecido naquela igreja e me externa-
ram suas próprias opiniões, pouco agradáveis de ouvir; entretanto, iro-
nicamente, o dinheiro desses vendilhões é fruto do comércio da própria
igreja. Voltei para a minha pousadinha indignada e comentando com a
pessoa encarregada da recepção, sobre o acontecido. Para eles, na-
quela região, naquela localidade, isso já se tornara natural, mesmo en-
tendendo que não gostassem também. E isso me mata aos poucos,
essa indiferença de muitas pessoas, a resignação, o trato com o espiri-
tual divino de uma maneira que os valores vão se perdendo e parece
146
estar tudo bem, é isso aí mesmo. Sacerdotes cobrando para colocar
uma intenção numa missa, para uma pessoa que às vezes não tem di-
nheiro algum. Meu Deus! Uma intenção não teria nunca que ser cobra-
da! No ofertório, naquele momento sim, o dinheiro livre deveria ser la-
vado nas bênçãos de Deus e para ajudar o mundo a ficar com menos
bactérias. Para que ajude o mundo a se limpar nas águas divinas, com
as bênçãos de Deus e multiplicar o dinheiro para o Bem. Fui numa igre-
ja, num outro Estado do Brasil, nessas minhas andanças com meu es-
poso, enquanto ele dá as suas aulas, seus atendimentos clínicos. Fiz
amizade breve com uma jovem senhora na igreja; ela se criara dentro
da Igreja Católica desde pequena, mas estava pensando em sair e pas-
sar para o espiritismo, porque foi ficando cética. Segundo ela Chegara
presenciar padres não dar atendimento as pessoas e os procuravam
com tanta necessidade e eles inventavam desculpas. A mesma pessoa
chegara a me contar sobre padres namorando. Conversei com ela a
respeito do livro que estava fazendo; sobre a besta negra; sobre a ma-
çonaria eclesiástica, sobre o Livro de Nossa Senhora, sobre o Tempo
da apostasia e disse-lhe o que é o espiritismo aos Olhos de Deus. Dis-
se-lhe ser esse mesmo o seu desejo pessoas, ou seja, o demônio dese-
ja os fiéis da Igreja Católica procurarem outras seitas, outras ditas reli-
giões e muito mais foi por mim falado. Disse-lhe que não perdesse a fé.
Que estávamos no ano da Fé. Que não são todos os sacerdotes a pe-
car. Existem padres, sacerdotes, muito santos! Contara-me essa senho-
ra a forma cruel com que o esposo dela foi assassinado, um político
muito querido por todos na região. Na verdade, foi encontrado enforca-
do em sua própria casa, mas, segundo ela, como ele reivindicava por
justiça aos mais simples, dentro da própria política, e como não tinha o
perfil de homem que pudesse tirar a própria vida, todos estranharam
muito aquela tragédia.
Fui a outro Estado, a outra igreja, coloquei a mão no recipiente da
147
água benta para fazer o sinal da cruz. Achei ter enxergado água ali e
uma senhora viu e disse: “Não colocamos água, sabe, né, a gripe está
aí, então não colocamos”. Depois, perguntei ao sacerdote sobre o folhe-
tinho da missa do domingo. “Optamos por aqui não usar. Vamos deixar
livre para todos acompanhem a missa sem ficar lendo”. Continuou o
padre dizendo: “Mas tem a folhinha do canto!”. Coisinhas sutis; se não
tivermos um sucessor de São Pedro a rigor, estamos correndo o risco,
nós Católicos Apostólicos Romanos de extinção! Não ter água abenço-
ada devido à gripe? Acredito que nunca poderia ficar seco aquele poti-
nho; antes então conscientização das pessoas sobre a higiene. Quem
sabe um potinho de álcool ao lado para higienizar as mãos antes de
usar a água benta? Não sei... Mas há que se conseguirem meios para
não deixar doenças atrair doenças... E não deixar a doença dominar
aquilo que espiritualmente para Deus devemos continuar fazendo sim!
Situações das mais variadas dentro da Igreja Católica vão minando de
tal forma as pessoas fiéis; elas acabam por se retirar das Igrejas Católi-
cas e procuram outros lugares onde os templos estão cheios! Infeliz-
mente muitas ovelhas se perdem do Bom Pastor, pois em muitos des-
ses lugares o demônio os espera feliz por ver que na própria Igreja Ca-
tólica o Mal, ou seja, satanás está enxotando, esvaziando, fazendo de-
sacreditar!
O exemplo de São Francisco de Assis é bem atual pelo despoja-
mento, desprendimento do materialismo; ele percebia seu próprio pai
não tinha a sua simplicidade. Assis é o exemplo da integridade, da
simplicidade, do amor e da própria incoerência da Igreja naquela época.
Uma vez soube de uma pessoa; veio de longe com dificuldades de ho-
rários dos ônibus e queria muito acender uma vela para uma alma, na
igreja matriz da cidade menor. Não encontrou onde acender a sua vela.
Nenhuma informação naquela igreja; estava passando por reformas
drásticas realizadas pela supervisão do Patrimônio Cultural. Tiraram
148
praticamente todos os santos e por muito tempo ficaram os altares sem
flores e não se podiam levar flores. A informação tida sobre a não colo-
cação das flores nos altares, para evitar estragos, pois poderiam criar
fungos. Situações dessa natureza deixam muitos fiéis desencaminha-
dos. Um sacerdote deve ter a sensibilidade de cuidar do coração dos
seus paroquianos, daquelas pessoas que vem de longe e estão desin-
formadas. Não basta anunciar nas missas apenas. Uma bandeja colo-
cada em lugar propício para as pessoas poderem acender suas velas
às almas falecidas, do purgatório, as almas aflitas, enfim, as velas de-
vem ser colocadas mesmo estando à igreja a passar por reformas. Car-
tazes de avisos espalhados, pedindo desculpas pela atrapalhação, pois
a obra, a reforma, está sendo realizada; explicações sobre a razão de a
igreja estar nua, sem os inúmeros santos que sempre havia. Onde es-
tão os santos? Isso faz parte da sensibilidade e respeito ao outro; o ou-
tro não frequentando a igreja, vem de longe, do meio rural, e tantas ou-
tras situações que ocorrem na vida de um ser humano. A parte adminis-
trativa é importante, mas mais do que ela, estão todos os filhos de
Deus! Do contr