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Prefácio
Introdução
Capítulo I Parte 1 Tempo de Deus Como Construção de Um Ser.
Capítulo I Parte 2 Tempo de Deus Como Construção de Um Ser.
Capítulo I Parte 3 Tempo de Deus Como Construção de Um Ser.
Capítulo II Parte 1 Uma Leitura da Minha Vida
Capítulo II Parte 2 Um Mergulho na Minha Vida
Capítulo II Parte 3 Uma Feliz Experiência
Capítulo II Parte 4 Novas Vidas
Capítulo II Parte 5 Novas Relações
Capítulo II Parte 6 Novo Caminho
Capítulo II Parte 7 Novos Problemas
Capítulo II Parte 8 Um Enigmático Somatório
Capítulo II Parte 9 Novo Horizonte
1
Capítulo II Parte 10 Duas Almas
Capítulo II Parte 11 A Cobra
Capítulo II Parte 12 Um Show
Capítulo II Parte 13 Um “Bom Dia”
Capítulo II Parte 14 Um Convite
Capítulo II Parte 15 Uma Leitura
Capítulo II Parte 16 Um Quadro: Tristeza e Euforia
Capítulo II Parte 17 Uma Recordação Indelével
Capítulo II Parte 18 Um Tônico Insubstituível
Capítulo II Parte 19 Mulheres e Situações
Capítulo II Parte 20 Impotência/Covardia
Capítulo II Parte 21 Uma Mensagem
Capítulo II Parte 22 Uma Compreensão
Capítulo II Parte 23 Dualidade e Presenças Divinas
Capítulo II Parte 24 Um Filme e Uma Realidade
Capítulo II Parte 25 São Jorge (o santo) _ Jorge (o não santo)
2
Capítulo II Parte 26 Três Testemunhos Altifalantes
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Palavras Finais
Posfácio
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Prefácio
Aceitei com amor e gratidão prefaciar o livro A VIDA ENSINA.
A autora quis-me acompanhante em todas as fases da sua elabo-
ração. Capítulo por capítulo, apreciava a exposição. Pronunciava-me,
por escrito, sobre o seu conteúdo.
Esta amiga colaboração tem sido uma oportunidade para dialogar
e para uma respeitosa troca de perspectivas do assunto exposto.
O que qualifica o livro é a transparente partilha das profundas rea-
ções do EU da autora perante as situações, os acontecimentos da rea-
lidade que nos envolve; e da sua vida, marcada pelo sofrimento e por
incompreensões.
Partilha franca de uma vida dolorosa, vivida com lucidez.
Partilha dos recursos naturais e sobrenaturais para encontrar as
soluções para ultrapassar esses “momentos negros” da sua vida.
Partilha franca das alegrias e dos apoios no desempenho da sua
missão.
Partilha da incompreensão e frieza dos colaboradores na mesma
área de atividades, em momentos festivos.
Partilha da fraca ou não fraternidade de certos profissionais clíni-
cos que a acompanharam e trataram.
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Partilha da sua visão pessoal do contexto social, político e religio-
so.
Partilha da sua visão cristã da vida.
PARTILHA de que uma vida, para ser verdadeira vida humana,
não pode prescindir da presença e da ação do além.
Partilha da sua vida cristã concreta.
Partilha de que as situações e acontecimentos da vida nos mar-
cam indelevelmente.
Partilha de que o esquecer e o perdoar, não raro, ultrapassam co-
nhecimentos e simples recursos naturais.
Partilha de quanto o PAI NOSSO é Oração sábia e oportuna para
a nossa vida peregrina do dia-a-dia.
Partilha de alertas para desvios da vida cristã, da vida religiosa.
Partilha de apelos para a sabedoria, valores e serenidade da vida.
Partilha de mensagens do aquém e do além.
Partilha de amor, à espera da resposta.
Introdução
“Referindo-se ao edifício cultual, esta igreja foi construída para vós, mas
vós é que sois à Igreja” - disse Santo Agostinho.
Sinto que nada sou sem você. Nem sei se saberei um dia. Mas lanço-me
neste grito surdo; talvez não tão surdo assim, se encontrar o eco do meu
pensar, do meu sentir, do meu agir; saberei então que nada foi em vão.
Adelaide
A luta é pelo Mal em si. A luta é contra o Mal de fato! A luta é espi-
ritual. A batalha é ir além do que se vê como a pessoa agindo de forma
má. Ir além. Não é a pessoa, mas aquilo do qual a pessoa faz, ela pro-
cura a nível espiritual maléfico. Faz com que a Humanidade caminhe
em direções antagônicas, contrárias ao desejo do Deus Amoroso e Mi-
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sericordioso. A luta é contra o Mal. Constata-se este Mal quando se co-
nhece a palavra de Deus e principalmente no Livro que se apresentou
para mim no decorrer da vida, pela minha experiência de um submundo
espiritual maléfico e a partir daí, procurar as defesas certas, as defesas
através da Verdade.
A luta não é contra pessoa alguma, não é para fazer sentir ofendi-
do alguém ou pensar num poder de julgar, pois o julgamento é com
Deus; a luta é pelo Mal do qual fala Deus na Bíblia, Sua Palavra para
nós nesta face da Terra; a Bíblia está no mundo para nos orientar. Mais
do que nunca precisamos dela nesse Tempo. Tempo de muitos lixos
espalhados e temos que optar entre o trigo ou o joio e nos defendermos
em oração.
Quão grande é a minha responsabilidade de escrever este meu li-
vro, meu querido leitor. Eu sei disso. Não tenho como narrar aqui, em
pouquíssimo espaço, toda a Obra grandiosa de nossa Mãe amada. De-
sejo, por isso, pedir perdão e desculpas pela minha limitação, mas você
pode saber, entretanto, eu procurei fazer a minha parte. Procurei fazer
o meu melhor; o meu melhor no amor, na fé, na esperança, na credibili-
dade; na dedicação, no empenho, ou seja, no esforço de passar a reali-
dade desta Verdadeira Tela que é a Vida. O meu melhor será o convite
para você, querido, possuir o Livro de Nossa Senhora de Fátima, a Sua
própria Obra.
Com Seu amor de Mãe da Humanidade, a Rainha da Paz, deseja
a todos seja dado o tempo de conversão e se refugie em Seu Coração
Imaculado e nos consagremos a Ela através da oração de consagração
deixada em Seu Livro e deixada no posfácio para você.
Numa de Suas Mensagens, Nossa Senhora nos diz:
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me a vós, no esplendor de minha luz imaculada. Apareci como Mulher
vestida de sol, que tem a missão de formar a sua falange para os mo-
mentos decisivos da batalha. Estes são os tempos da minha grande
Luz. Estes são os tempos da oração e da penitência. Ainda hoje, con-
vido-vos a orar e especialmente pela conversão dos pobres pecadores,
dos ateus e dos afastados. Recitai sempre o Rosário. Oferecei orações
e sacrifícios para a salvação das almas, porque ainda hoje vos repito
que muitas vão para o inferno, porque não existe quem reze e se sacri-
fique por elas. Estes são os tempos da conversão e do retorno ao Se-
nhor. Então, muitos de vossos irmãos seguir-vos-ão pelo caminho do
bem, do amor e da santidade. Obtenho-vos a graça do arrependimento,
para que possais viver longe do pecado, do mal e do egoísmo. Que a
cada dia se torne maior o número dos meus fiéis que renunciam ao pe-
cado para caminhar na estrada da graça de Deus. Que a Lei do Senhor
seja sempre mais observada e praticada. Então, muitos de vossos ir-
mãos seguir-vos-ão pelo caminho do retorno ao Senhor e da salvação.
Estes são os tempos da minha paz. Aos filhos que me escutam e se
consagram ao meu Coração Imaculado, Eu ofereço o dom da minha
Paz. Conduzo-vos a viver na paz do coração e da alma. Faço-vos per-
manecer na serenidade, mesmo em meio a grandes perturbações. Pá-
gina 639. Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora. Cenácu-
lo espiritual realizado em Marienfried (Alemanha), 13 de maio de 1988.
Aniversário da 1ª Aparição de Fátima.” A mensagem não foi copiada na
íntegra.
“Marco-vos com meu selo, para que possais difundir por toda parte
a luz da fé, da santidade e do amor, nestes dias de densa escuridão.
Estes são os tempos da grande misericórdia. O Coração de Jesus está
para derramar as torrentes do seu Amor divino e misericordioso. É
chegada para o mundo a hora da grande misericórdia. Esta descerá
como orvalho sobre cada ferida; abrirá os corações mais duros; purifi-
cará as almas imersas no pecado; conduzirá os pecadores à conversão
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e concederá a todos a graça de uma completa renovação.” Página 640.
Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora. A mensagem não
foi copiada na íntegra.
“Os encontros de padre Gobbi com o Papa João Paulo II ocorre-
ram respectivamente nos seguintes anos: 1988, 1989,1993, 1994,
1995” – consta no Livro. Padre Stefano Gobbi concelebrava na capela
particular do papa João Paulo II. Quando padre Gobbi, a 19 de dezem-
bro de 1994, completava o trigésimo aniversário da sua ordenação sa-
cerdotal, na cidade do Vaticano, concelebrava com o Santo Padre na
sua capela particular.
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Movimento Sacerdotal Mariano em Porto Alegre e Guaíba, nos quais o
padre Stefano Gobbi aqui esteve. Nestes movimentos, me fortalecia e
não me sentia só, pois ficávamos em um número grande de pessoas e
em frente à imagem de Nossa Senhora Rainha da Paz, rezávamos o
terço, cantávamos, havia missa com Eucaristia e fazíamos nossa Con-
sagração a Nossa Senhora, a Rainha da Paz. Os Livros ficavam expos-
tos para a venda. O Livro era vendido à parte do Movimento Sacerdotal
Mariano.
O padre Gobbi, sempre que vinha para realizar o Movimento Sa-
cerdotal Mariano, trazia uma pessoa para ser intérprete, por ser italiano.
O livro que eu possuo em mãos atualmente (já tive outros) é da vigési-
ma terceira edição, e nele consta: “tradução da vigésima quinta edição
Italiana 2004 - edição típica “Ai Sacerdoti figli prediletti dela Madonna”.
Nas páginas LXV e LXVI do “Livro de Nossa Senhora aos Seus fi-
lhos prediletos, os Sacerdotes”, encontramos a explicação sobre a au-
tenticidade, pela Igreja, descrito nos manuais de teologia espiritual, so-
bre o fenômeno místico de Locução interior: meio de comunicação de
Nossa Senhora com padre Stefano Gobbi; e assim se sucederam as
demais mensagens realizadas em cenáculos espirituais.
Locução interior “não é um fato estranho, nem sensacional, mas é
um fenômeno místico presente na vida da Igreja e descrito nos manuais
de teologia espiritual. Quando se trata de um fenômeno autêntico, a
‘locução interior’ é o dom de tudo o que Deus quer fazer conhecer e
ajudar a cumprir, revestindo-o de pensamentos e palavras humanas,
conforme o estilo e linguagem de quem recebe a mensagem. A pessoa
se torna instrumento de comunicação, embora conservando intacta a
própria liberdade, que se manifesta num ato de adesão à ação do Espí-
rito Santo. Enquanto acolhe a palavra do Senhor, seu intelecto perma-
nece como que inativo. Não vai à procura dos pensamentos nem da
maneira como expressá-los, como acontece, por exemplo, a quem pre-
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para um discurso importante ou escreve uma carta. São palavras cla-
ríssimas, percebidas pela pessoa que as recebe como se nascessem
do coração, as quais, unidas entre si, formam uma mensagem”.
Das páginas XLIX e L, retiro algumas explicações sobre o fenô-
meno de Locução interior:
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nhora avisa sobre como anda a Igreja Católica e a Humanidade e como
devemos proceder. Nossa Senhora de Fátima fez a Sua Obra para reu-
nir os Seus bons filhos prediletos, os Sacerdotes, ao Seu Imaculado
Coração de Maria, ou seja, o convite foi realizado para todos os Sacer-
dotes, através dos Cenáculos espirituais, através do Movimento Sacer-
dotal Mariano; entretanto, nem todos os sacerdotes participaram dos
cenáculos espirituais. Nem todos se consagraram ao Seu Imaculado
Coração. Nossa Senhora pede aos Seus filhos prediletos para serem
exemplos aos demais na Sua Igreja e para perseverarem com Ela na
batalha. A Mãe os chama para um bom caminho, um bom proceder,
porque há dentro da Igreja Católica, sacerdotes que tramam para a
construção de uma falsa Igreja e um falso Cristo. Veremos no decorrer
deste, através das colocações de Nossa Senhora em Suas Mensagens.
Ela, num Tempo concedido por Deus, levou vinte e cinco anos para rea-
lizar a Sua Obra. A minha vontade seria de colocar aqui, neste, todas
as Mensagens de Maria, Nossa Senhora, se eu pudesse. Mas a mim
compete fazer a minha parte. Deixo uma gotinha, apenas, de um ocea-
no.
Nesta colocação de Nossa Senhora, ainda nos primeiros cenácu-
los espirituais, do ano de 1975, Ela diz assim:
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que o espírito do mal há-de espalhar por toda a parte, sereis fiéis no
meio das muitas ideias errôneas, que, disseminadas pelo espírito de so-
berba, se hão-de afirmar em todo o mundo e que serão seguidas por
quase todos, no momento em que na Igreja tudo será posto em discus-
são e o próprio Evangelho do meu Filho será tido como lenda, vós, Sa-
cerdotes a Mim consagrados, sereis os meus filhos fiéis. Fiéis à Igreja, a
força da vossa fidelidade provirá unicamente de vos terdes habituado a
confiar em Mim, de vos terdes tornado dóceis e obedientes à minha voz.
Escutareis apenas a minha voz, meus filhos, e não a voz deste ou da-
quele teólogo, não a doutrina deste ou daquele, ainda que tenha alcan-
çado vastas adesões”. Páginas, 72 e 73. (4 de janeiro de 1975) Primeiro
sábado do ano. Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora.
(Cópia parcial).
Por favor, meu querido leitor, não fique conjecturando sobre as da-
tas. Não fique considerando que: “ah, mas essas mensagens são tão
ultrapassadas, antigas; imaginam, elas são de 1975 e nada aconteceu”.
Nossa Senhora, através das Mensagens deixadas, explica essa ques-
tão no decorrer do seu Livro. Tudo depende do nosso sim. Depende
das nossas orações. No desenvolvimento desta obra, retiro algumas
Mensagens da Obra de Nossa Senhora para você poder compreender
sobre o tempo de Deus; este se difere do nosso tempo contado pelo
relógio; um tempo cronológico. Acredito poder chamar esse tempo de
Deus de um tempo ontológico. Ou seja, posso afirmar que o Tempo
chegou. Posso afirmar que a Boa Mãe, muito preocupada, faz muito
Tempo, vem preparando o Tempo da Misericórdia. A própria Mãe nos
diz, “a taça divina está transbordante”. É Ela, é Maria, a mãe de Jesus
intercedendo por nós, perante Deus.
Continua a Mãe:
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como a fonte, resplandecente como a luz. Mas agora está como que
submergido pela lama que penetrou no coração e na alma de tantos fi-
lhos meus. Verdadeiramente, o demônio da corrupção, o espírito de lu-
xúria seduziu, sem exceção, todas as nações da terra. A lama esten-
deu-se, por toda a parte, como véu de morte caindo sobre almas, até
mesmo sobre as que apenas se estão abrindo à primavera da vida. Os
Sacerdotes do meu Movimento devem restaurar nas almas a pureza e
hão-de combater firmemente contra o demônio da luxúria em todas as
suas manifestações. Hão de combater contra a moda, cada vez mais
despudorada, contra a imprensa que propaga o mal, contra os espetá-
culos que são a ruína da moralidade e contra a mentalidade corrente
que tudo legitima e justifica, contra a moral que tudo permite. Os meus
Sacerdotes, deverão, sobretudo, ser puros, muito puros! Eu mesma os
cobrirei com o meu manto imaculado e fá-los-ei homens novos, Sacer-
dotes íntegros e imaculados. Aos que caíram, restituirei à pureza, con-
duzi-los-ei a uma segunda inocência, feita de dor e amor. Desejo que o
Movimento Sacerdotal Mariano difunda pelo mundo aromas de pureza,
porque só através desta emanação celestial, meu Filho Jesus voltará a
ser Rei das almas e dos corações. Compreendeis, Sacerdotes meus, o
que significa a Mim estar consagrado? Significa viver para Mim, sentir
comigo, amar e sofrer comigo, na expectativa dos graves momentos
que vos esperam”. Páginas 21 e 22. (16 de outubro de 1973). Dar-lhes-
ei uma nova pureza. Livro, Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa
Senhora.
19
cerdote fala e age sob o mandato de Jesus Cristo, por Jesus Cristo.
Cristo confiou sua Palavra à Igreja”.
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poucos a humanidade. Acredito ser esta a razão do mundo estar como
está: tecnicista, materialista, superficial; um mundo se achando inteli-
gente com seu uso da razão mais do que o coração. Um mundo materi-
alista no qual por pouco pessoas não passam a virar cédulas, papéis
secos; se deixam viver plenamente pela conversa do mundo dos negó-
cios, vinte e quatro horas do dia. O pensamento de muitos gira em torno
do dinheiro e pelo dinheiro passam a fazer de tudo; inclusive vender a
própria alma ao diabo. E, o pior, são esses, em grande parte a viver no
topo do mundo, dirigindo nossas vidas. Essas são, em grande parte, as
cabeças dirigentes do mundo. Sendo assim, onde fica o olhar diligente,
compassivo, ciente das necessidades humanas necessárias para um
bem viver e com humanidade? O olhar ao homem simples, comum e a
quem Deus fez à Sua Imagem e Semelhança? Onde está Deus nestes
homens?
Quando falo Deus, não são deuses! Falo de Deus Único Amoroso.
O nosso Deus amado, forte, todo poderoso! O Deus da oração do Cre-
do. Volto a dizer: consideram-se vivendo num mundo inteligente, mas o
mundo está mais embrutecido pela falta de Deus; com muitas pessoas
mostrando traços dos homens das cavernas, da Idade da Pedra; po-
rém, Deus, ao verificar isso acontecendo, em algumas searas da vida,
outros homens nascem e fazem a paisagem mudar para o humanismo.
Uma nova paisagem pode surgir se dermos nosso sim a Deus. Uma luz
surgirá no final do grande horizonte.
Este é um livro de uma pessoa que, para conseguir continuar vi-
vendo, teve de buscar poesia na vida. Um livro de uma filósofa que
possui um sonho, de que o mundo possa mudar, possa se humanizar
muito; um mundo onde as pessoas ainda sintam o desejo de lutar por
uma transformação interior; um mundo onde haja mais pureza. Par isso
ocorrer há uma necessidade urgente na busca de Deus e na escuta e
prática das palavras de Nossa Senhora. Um livro deixado nas Mãos do
21
Pai Amoroso e mais ainda, de minha amada Mãe, Coração Imaculado
de Maria. Vai ficar no mundo para o mundo e seja feita a Vontade de
Deus “assim na Terra como no Céu”. Este meu livro deseja estender os
braços do amor de Nossa Senhora e de uma mãe e avó para as demais
mães e avós que ainda possam sentir o amor de Maria. Que essas
mães e avós prezem pela Vida através da força do amor de Maria e da
força do amor que brota dos seus próprios interiores. O amor deseja a
Luz, deseja a conservação da espécie, deseja a dignidade, luta pela
Justiça. Está ao lado da Bondade! O amor deseja a humildade no saber
errar, pois o erro faz parte do ter humanidade. O amor sabe perdoar! O
amor possui o Tempo! Um Tempo feito de tempos de espera; um tempo
menor, cronológico-humano, onde “a cada dia basta o seu cuidado”! É
feito de paciência! Um livro franco, sincero; não tem a pretensão de fa-
lar somente o bonito, o que lhe vai agradar, mas primeiramente deixar
as verdades faladas por Nossa Senhora e sobre as quais assino junto
através deste livro; foi o modo encontrado para fazer alguma coisa co-
mo Igreja e na qual luto por ela para ser mais santa e menos pecadora.
Um livro, sobretudo, alicerçado na Palavra de Deus! Um livro, com cer-
teza, vai dar sete por sete (você não entenderá ainda neste momento
inicial o significado: é uma teoria e tese de vida: a minha! São outros
escritos já deixados por aí...). Um livro de alguém simples; vivi um mun-
do com mistérios, meus mistérios interiores e exteriores. A alma huma-
na é um mistério e é sagrada; isto é assim considerado por mim. Um
livro nascido para você; esperei a venda de um apartamento, herança
do meu pai, e, assim, poder voar até você. Um dinheiro que, para mim,
será bem aplicado! Não se preocupe; as razões da venda não estão
somente aqui, mas a intenção primordial nestes últimos Tempos, sim.
Repetindo: deixo meu pedido particular à aquisição do Livro de
Nossa Senhora, para que, com Ela, você possa constatar e ponderar
acerca do sentido da Vida, a fim de resistir a um tempo futuro. Nossa
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Senhora fala no tempo da purificação e tribulação. Nossa Senhora fala
na preparação da Humanidade para a segunda vinda de seu filho Jesus
Cristo e nossa preparação para o segundo advento. Fala muito mais...
Minhas observações como filósofa religiosa fizeram sentido para
mim. Por isso, lanço esse olhar de um assunto considerado linguagem
universal; um assunto espiritual envolvendo a todos. Quero quase ter-
minar esta introdução deixando dito que para a realização deste, na
caminhada com a Igreja Católica, não poderia deixar de recorrer a al-
guém que lesse com olhos espirituais meus escritos. Assim, meu amigo
e Irmão Marista, meu irmão em Cristo, quem prefaciou este, foi meu
acompanhante em todas as fases de minha elaboração, se pronuncian-
do por escrito onde guardo com todo amor, como aprovação desta
obra.
Esta é uma obra pessoal, luta por uma causa própria, por encon-
trar a força na Eucaristia e ter percebido a Misericórdia de Deus e de
minha Mãe, enviando pessoas no Tempo de Deus para me tirarem do
sofrimento; assim percebi e senti na minha alma o que é Redenção.
Nossa Senhora de Fátima não combateria com o Mal fazendo o
mesmo papel espiritual do Mal, pois, como Mãe, é extremamente amo-
rosa. Sabe reconhecer os pecados, não admite a Igreja Católica esteja
como está, pelas traições de Sacerdotes fazendo parte da maçonaria,
mas espera destes mesmos sacerdotes, a sua conversão.
23
Rubbio (Itália), 8 de dezembro de 1988. Festa da Imaculada Conceição.
24
Capítulo I
Parte 1
26
nismo concebe que Deus é Pai Criador e nos criou à sua imagem e
semelhança com a dignidade de sermos seus filhos e filhas. A vida não
tem preço, ninguém consegue comprá-la ou perpetuá-la ou controlá-la
totalmente. No máximo podemos cuidar bem dela, amá-la com toda in-
tensidade procurando vivê-la com sabedoria”.
Há pessoas que não dão valor a sua vida. Dizem que não pediram
para nascer ou acabam culpando Deus por suas mazelas existenciais.
Pensam em Deus culpando-O, mas muitas destas pessoas são esque-
cidas de que o próprio Mal existe; sempre existiu como um perseguidor
por aquele anjo que quis, com sua soberba, seu orgulho, principalmen-
te, sua inveja, copiar o Criador. Aquele que trouxe o pecado para o
mundo onde Deus somente desejaria o Bem, o Paraíso a todos nós.
A desobediência entrou como um Mal. Na desobediência, o peca-
do original faz parte de cada indivíduo. Agora é a nossa vez de mos-
trarmos merecedores do nosso próximo Paraíso: a morada com nosso
Pai após a morte. Há pessoas que não compreendem que ao receber a
dádiva de poder viver esta vida, fazendo dela um merecimento em
Deus, terão as mais belas oportunidades, possibilidades de fazer parte
de outra: o Reino de Deus. Há pessoas que sofrem muito e não supor-
tam e não sabem o que fazer com tais sofrimentos. Não entendem que
valerá a pena passar sofrimentos por aqui, nesta Terra, que, compara-
da ao Reino Eterno, junto com Deus, com nossos amigos queridos, pa-
rentes que também foram merecedores de fazer parte do Reino de
Deus, esses sofrimentos, quando ponderados em Deus, em Jesus Cris-
to serão amenizados e acompanhados de esperança; valerá a pena
passar o que tiverem para passar porque o fim parecendo ser o fim é o
contrário: na morte inicia a verdadeira vida.
Porquanto, se entregarmos nosso fardo nas mãos de Deus, com o
nosso pensamento Nele e nosso coração, a vida se torna muito mais
leve. Assim pensa quem possui fé. Quem procura a confissão ou a re-
27
conciliação com Deus para purificar-se e purificar o mundo. Para quem
vive na força da Eucaristia, na Luz e proteção de sua alma na Eucaris-
tia. Se não tivéssemos nascidos, não nos tornaríamos possibilidades.
Se você, nesse exato momento pensar, imaginar a sua morte, aquele
momento que não tem volta, poderá então dizer assim: “Que tristeza!
Vou e todos e tudo ficará, mas e eu? Todo meu ser jaz aqui, sem mais
possibilidades. Acabou! Para esse mundo aqui, meus olhos se fecham
e o que fui eu, fiz o quê?” Agora é a hora e a vez de fazermos ser, isto
é, é nesta vida recebida de Deus, que você receberá graças, força, luz,
perdão, redenção e tudo mais.
Se nos dizemos Católicos Apostólicos Romanos, nunca haverá
dúvidas sobre o Tempo que deveremos lutar por nossas almas e cons-
truir já um mundo melhor. A Bíblia, que é a palavra de Deus, nos deixa
bem claro, em Hebreus, capítulo 9-27,28, sobre morrer uma única vez e
que foi por isso que Jesus Cristo deu Sua Vida por cada um de nós.
28
em cada dia da minha vida, nos momentos preciosos, eu busquei for-
ças, pois, como mãe, com dois amados filhos, não poderia de forma
alguma aceitar o que estavam querendo que eu me tornasse.
Um pensar velado, que muitas vezes sabia que estava na mente
de certas pessoas; aquela palavrinha que considero uma das mais em-
pregadas, seja por brincadeira, seja por ofensa mesmo, mas muito dita,
porque maldita, porque é exatamente isso que ninguém gostaria de ser:
“louco!”. A palavrinha pesada, quando usada para a pessoa que passa
por problemas de alma, um mal existencial, esta palavrinha, por si so-
mente, já vem tão, mas tão embutida de maldade, destilando desconfi-
ança, destruição da dignidade de qualquer ser humano. É o veneno
destilado. É o veneno solto! Por exemplo, na ignorância de muitos, se a
pessoa recorre à psiquiatria, e outras pessoas tomam conhecimento,
pronto: já é olhada de soslaio; certos murmurinhos acontecem, na pró-
pria casa não é bem quista, muitas vezes, e na sociedade; no grupinho
onde alguns vínculos se formam, se a notícia vaza, ainda pior. Isso po-
de não ser assim para todos, mas para mim foi. Mesmo que não che-
gasse a escutar cara-a-cara, mas os pensamentos, olhares velados,
visto que por trás daqueles olhares estava o pensamento. Não foi assim
tão sentido e intenso, pois segui meu caminho... Segui meu caminho,
porque encontrei pessoas outras, na graça de Deus e de irmãos em
Cristo, na hora certa.
Assim como um filho que não sabe que é adotado, por exemplo;
todos à sua volta, na família, convivem com aquela verdade menos o
próprio filho que em algum dia, um coleguinha acaba por dizer a ele em
uma discussão que ele não é filho daqueles pais realmente, mas fora
adotado. No íntimo, aquela pessoa sempre sentia que havia algo erra-
do, mas sentimento indefinido. Algo no ar. Sentia algo estranho; com-
portamentos de certas pessoas que não sabia explicar... Sentimentos
indefinidos, mas percebidos, sentidos. Conversas pelas costas... E um
29
dia, a pessoa fica sabendo da verdade de uma pior forma: “Você não é
filho verdadeiro, mas é adotado”!
Quando se vive em lugar pequeno, os comentários sobre algumas
situações surgem depressa e são facilmente espalhados. Na minha fa-
mília, havia um caso extremamente sério e que deixara um rastro de
sofrimento. Sofrimento conhecido por muitos na cidadezinha. Fica a
maneira desacreditada como olham a pessoa tida como doente mental
com os seus “surtos psicóticos” sempre na ótica da loucura e, então, da
indiferença; com a indiferença e o descrédito, as piadinhas superficiais,
os deboches, as risadinhas, as brincadeiras ditas para a “louca”; tudo
acompanha o pacote.
Eu seria uma segunda na família a passar por tudo o que ela vi-
veu, ou seja, certamente que nunca passaria por tudo o que ela viveu,
pois cada caso é único! Nunca o que ela viveu. Nunca. Pois aquele so-
frimento da minha mana amada só ela mesma viveu. Nunca outro ser
humano igual; Nunca. Mas... Estava caminhando para o destino dela.
Se não houvesse a interferência de Deus e minha Mãe amada. Se não
fosse a Providência Divina. A grande diferença de não ter chegado ao
ponto de ser internada, como minha amada irmã, foi que além da Provi-
dência Divina, não me deixei levar pelos rótulos e passara a fazer a Lei-
tura da Vida para detectar onde estava a resposta para tanto, mas tanto
sofrimento. Diria mais ainda: realmente peguei o Tempo! Meu Tempo
foi um Tempo de Deus e nesse Tempo a Providência! Quando eu falo
em Providência de Deus ou Providência Divina é a minha percepção
sobre a realidade na qual eu vivia e a outra realidade na qual passaria a
viver, onde as situações passaram a ser outras, quando passei a fre-
quentar a Faculdade de Filosofia. Mas até eu conseguir chegar ali, fo-
ram sucessões de situações horríveis que aconteceram. Muitas! Mas
elas foram corajosamente ultrapassadas. Porém para mim, o marco
principal em Deus, onde Ele pode interferir drasticamente em minha
30
vida, os seus Divinos, foi a partir do meu ingresso em Filosofia no Se-
minário Maior da cidade menor, na época. Lugar que passara a consi-
derar sagrado para mim. Ali, conhecera uma pessoa especial, o meu
amigo certo. Muito pouco ele costumava falar. Mais me escutava, via o
quanto estava sofrendo e me via chorar muito. Mais tarde, anos após a
amizade, fiquei sabendo que ele era terapeuta e a sua visão humanísti-
ca de ver um ser humano. Falara pouco comigo sobre os seus sonhos
pessoais com relação à Filosofia Clínica, mas o pouco que falava eu
percebia se tratar de uma pessoa ímpar. E realmente era. Falava do
seu jeito de clinicar, de visitar os seus partilhantes de bicicleta. Falava
que na Filosofia Clínica não existia loucura. Ficara encantada! Era por
isso que ele me aceitava do jeito que eu era, com tanta naturalidade.
Para ele, eu não tinha nada. Obviamente, que tinha na ótica da psiquia-
tria. Mas para ele eu tinha um mal existencial como outro qualquer.
Como alguém, por exemplo, que precise fazer hemodiálise continua-
mente. Ele sabia que eu fazia terapia, pois contei a ele. Então, eu tive o
amigo certo. Deus sabia disso. Deus e minha Mãe o colocaram na mi-
nha vida. Foi assim também que recebi um convite de uma pessoa mui-
to católica e que me dizia que havia um grupo de oração na igreja ma-
triz da cidade menor. Eu passara a fazer parte do grupo de oração.
Neste grande contexto da procura por mim mesma no desejo de res-
postas para tantos sofrimentos, como uma lagarta rastejante encontrei
uma porta aberta de igreja e foi ali, naquela igreja, que eu encontrei
meus irmãos em Cristo. Fui conduzida pela necessidade de algo que
nem mesma eu sabia explicar, a não ser que eu sofria muito existenci-
almente, pois me sentia numa completa solidão. O rótulo que eu ganha-
ra, como se marca um gado, para mim, eu senti que ficara como uma
pessoa leprosa. O estigma da loucura ficara pairado na família. Sem
Deus, que me conduziria na Sua Providência Divina ao lugar para meu
desenvolvimento espiritual, teria embarcado na canoa furada dos rótu-
31
los da psiquiatria e teria considerado que, se minha mana amada fazia
todas aquelas coisas pavorosas, também era meu destino aquele. Eu,
então, buscava forças para me levantar existencialmente. Era uma pes-
soa catando os caquinhos, os pedacinhos de mim mesma para se reer-
guer do seu mausoléu existencial como uma morta-viva, “bem vestida e
morta de fome”. Só que no meu caso, a fome era puramente de amor.
Não me refiro a um amor carnal, mas a um amor puro, transparente,
que me aceitasse do jeito que eu era e com meus sofrimentos. Não te-
nho palavras para agradecer a Deus e a meu Cristo e Irmão amado o
quanto foi providencial encontrar os meus queridos irmãos em Cristo
naquela igreja da cidade menor. Eu fui conduzida até aquele local pela
completa solidão na qual me encontrava. Encontrei calor humano. Vi
pessoas tão diferentes... Cada qual com seus problemas também lu-
tando numa fé viva, ao lado de um Ser Maior, ou seres Divinos. Ali, eu
vi claramente que as pessoas acreditavam no demônio e que faziam as
suas orações fortes para São Miguel Arcanjo. Aprendera a me defender
do Mal que sentia me perseguir. Eu desejava o invólucro do Divino; eu
queria ser envolvida por uma camada límpida e transparente do Divino.
Eu queria um envolvimento, um escudo invisível sobre mim da parte de
Deus. Eu queria uma auréola não somente como um anjo usa em sua
cabeça, mas em torno de mim. Eu queria que Deus e a Mãe me prote-
gessem; Jesus Cristo, que me livrasse do Mal, este Mal estava em mim
mesma, pois fiquei contaminada pela carga da marca recebida de pes-
soas que eu sabia pensarem de mim o que eu não era. Queria limpar
esse campo de malefícios. Quanto mais sofria tanto mais de Deus eu
me aproximava! Passara a rezar. Passara a ir às missas. Passara a me
confessar e a comungar. Passara a me abastecer de conteúdos fortes,
sólidos em Deus, Jesus e minha amada Mãe, Maria, a mãe de Jesus
Cristo. Sabia que tinha que permanecer fiel a Deus, a minha família ce-
leste, pois estava me sentindo melhor. Eu me sentia perseguida e essa
32
perseguição se fazia perceber em volta de mim, em mim mesma, atra-
vés de pessoas, de situações, de tribulações, de pessoas faladeiras,
dos fuxicos, de uma série de situações erradas no dia-a-dia da minha
existência nesse Tempo. Sabia que era um Mal invisível e percebi que
eu tinha que lutar; a luta era travada com o que eu passara a chamar de
“o animal”. Nossa Senhora, em Sua Obra fala claramente: satanás. Era
mesmo naquele lugar, naquela igreja que eu tinha que estar. Via pes-
soas engajadas numa luta para poderem, cada qual, superar seus so-
frimentos numa força maior. Esse era o nosso grupo e o nosso grupo
era a Renovação Carismática Católica, conhecida como RCC. No grupo
da Renovação Carismática Católica, alcancei meu desenvolvimento
espiritual para seguir em frente. Ali, naquele lugar, eu escutara pela
primeira vez as mais belas canções. Nunca tinha antes escutado aque-
las músicas, cujas letras me ensinavam sobre o Amor Verdadeiro. Um
Amor que estava ali todo Tempo, mas que eu vivia um Tempo outro.
Um Tempo sem abertura, ou seja, um Tempo que não era livre, não era
do mundo; vivia uma procura outra, de cura, em um casulo dentro de
quatro paredes de consultórios particulares e que estavam me levando
a uma existência de morta-viva. Eu seria a outra a ser internada num
hospício. Foi tão significativo, foi tão importante esse Tempo, que foi
através deste casulo existencial, de um existencial de qualidade, com
meus irmãos em Cristo, que eu me renovei, me fortaleci, criei novo fôle-
go para a Vida. Foi desta vivência que passara também a considerar
que eu era única perante Deus. Ficara claro para mim que, em Deus,
em Jesus Cristo e na minha amada Mãe, eu ganhara uma alma e única.
Concomitantemente a esse contexto, eu me fortalecia na leitura da Pa-
lavra de Deus e ali eu encontrara assim:
“Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será
castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão Raca, será casti-
gado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: Louco, será con-
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denado ao fogo da geena”. Mateus 5,22.
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conteúdo de “Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora”, eu
nunca me afastava desse Livro; sempre minha companhia. Não raro
estava com ele e o abria para ler. Mas este Livro ficara reservado por
longos anos. Vivia, eu, no cotidiano; levava, eu, a minha vida. Assim, eu
passara a atuar discretamente na minha escola dando as minhas aulas,
fazendo as minhas observações. Num Tempo tivemos um diretor católi-
co que participava de encontros de casais com Cristo. Lembro que doei
um quadro grande de Jesus Misericordioso para colocá-Lo na entrada
da escola, no saguão, bem em frente da parede, logo à entrada da por-
ta principal. Também fora colocada uma Nossa Senhora Aparecida na
entrada, abaixo de Jesus Misericordioso, em altarzinho discreto, sim-
ples. Quando tinha alguma comemoração religiosa mais importante, eu
reunia um grupinho de alunos em frente ao Cristo Misericordioso e
Nossa Senhora Aparecida e cantávamos; eu os acompanhava ao vio-
lão. Algumas músicas eram as que eu havia aprendido na RCC. A mú-
sica “Mãe do Céu Morena” é uma delas; outra, “Tu Estás No Meio de
Nós”.
Você, meu querido leitor, não pode imaginar a luta! A batalha invi-
sível travada era sutil, tanto quanto o demônio o é; eu tive que possuir
Conhecimento, compreensão e muito Amor para estabelecer vínculos
desta natureza ali na escola onde trabalhava. Sabia onde estava pisan-
do; não sabia a extensão, mas sabia que o Mal me vigiava. Constatei
após essa perseguição da Mentira, da calúnia, tantos sentimentos vis,
mesquinhos, de pessoas que não possuem o espiritual em Deus. Hu-
mildemente a caminhada foi realizada. Humildemente, mas cheia de
amor. Um Amor que eu recebia de Deus e de um coração de Mãe que
sabe amar realmente.
Médicos psiquiatras não se preocuparam com a parte “pessoa”,
humana, da alma, da história única que passa cada ser humano. A pri-
meira providência é dar remédios. E depois de um, mais um e outro;
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não acertando, vão trocando... Isso foi o que minha irmã amada passou
em sua vida por mais de quarenta anos. Foi um terror o que eu passava
internamente! Muito sofrimento... Quem é que gosta de seguir os mes-
mos passos de uma pessoa que mostra o pior dos sofrimentos na vida?
Ela viria a ser o meu espelho negativo.
As bases sólidas foram encontradas em Deus, no Livro de Nossa
Senhora, na Providência Divina para minha vida. Você leu na introdu-
ção quando citei as palavras de Nossa Senhora de Fátima:
Então, foi nesse olhar da minha Mãe Celeste, nesse olhar da Mãe
do espiritual é que me deixei conduzir fazendo a minha Leitura da Vida.
Se você tiver esse cuidado de prestar a atenção ao espiritual, à quali-
dade de onde você vai procurar ajuda, antes de qualquer outra coisa na
vida, será muito importante para seu viver. Importantíssimo. Nada me-
lhor para o demônio ver uma pessoa tombar, pois a pessoa tombando,
como uma peça de dominó, as outras tantas pessoas, como em arras-
tão, todas as demais peças do jogo caem igualmente.
Senti muito na minha vida a palavra de Jesus Cristo que está em
Mateus, capítulo 10, versículo 34:
“Não julgueis que vim trazer a paz para a Terra. Vim trazer não a
paz, mas a espada. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a
filha e a mãe, entre a nora e a sogra, e os inimigos do homem serão as
pessoas de sua própria casa”.
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E pior ainda, quando são chamadas de loucas ao falar em Jesus
Cristo, ao rezarem por pessoas da família, por desejarem o bem no
Bem e não em falsas religiões. Muitas daquelas pessoas necessitam de
evangelização na Verdade. Satanás (é a denominação dada por Nossa
Senhora no Seu Livro); o demônio, o animal espiritual com seus espíri-
tos, seus demônios em legião, estão espalhados na Humanidade, nas
famílias sem Deus trazendo a elas a separação, as discórdias, os pro-
blemas numerosos os quais você mesmo passará a ter consciência
dessa realidade pouco, muito pouco falada, exposta por aí.
Você não os vê, mas eles existem! Você não os vê, mas eles pe-
netram no fermento propício através do pecado não depurado em con-
fissão e colocado em sua vida pela não procura da Eucaristia! E assim
passamos observar nos sanatórios, nos mausoléus, como costumo di-
zer, essas pessoas amadas por Deus e passam a se entregar facilmen-
te ao Mal. Muitas delas estão nas mãos de ateus; estes se preocupam
em medicar, em entupir com remédios as pessoas que vieram ao mun-
do à Imagem e Semelhança de Deus; pode ter certeza, não são da par-
te de Deus esses acontecimentos! Essas pessoas, na sua grande maio-
ria, não são devidamente respeitadas. Aqueles que deveriam cuidar
não se importam em tirar a historicidade delas e saber a razão de esta-
rem do jeito que estão. Eu digo a você que muitas delas vêm de um lar
desestruturado, com total falta de amor e do jeito que o animal gosta.
Pois o demônio gosta de secar esse elemento, essa substância funda-
mental onde todo o ser humano basicamente deveria ter o amor. E é
assim então, que ele, o demônio se manifesta. Pega a fragilidade, a
sensibilidade da pessoa revoltada com tudo e com todos por falta de
amor. Não possui a Palavra de Deus como solidez para enxotar de den-
tro de si esses sentimentos que se processam nos pensamentos ruins
de todas as variedades possíveis, transformando muitos em perfeitos
palhaços, seres abomináveis para o mundo, como o animal deseja.
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Se, como Católicos Apostólicos Romanos, acreditamos no nosso
corpo como o templo do Espírito Santo, olha o que faz a maioria de pro-
fissionais médicos psiquiatras — e a maior parte deles, também, ateus
— com as pessoas amadas por Deus. Se, como Católicos Apostólicos
Romanos acreditamos em nosso corpo como templo do Espírito Santo,
o que o próprio ser humano anda comprando e colocando dentro desse
corpo... É de qualidade? É qualquer coisa? Peguemos um exemplo: um
vaso se usa para colocar flores e enfeitar um lugar de destaque onde
queremos. Se esse vaso não for usado para colocar flores em cima de
uma mesa da sala, por exemplo, e começarmos a largar ali dentro coi-
sinhas, quinquilharias, como moedas, grampinhos encontrados pela
casa, chaveirinhos, notinhas de supermercado e tanto mais... Aquele
objeto (vaso) que teria tudo para ficar charmoso, lindo (as flores e seus
perfumes), acaba por virar um depósito de lixo. Perdão pelo comparati-
vo, mas é exatamente isso acontecendo conosco, com nosso templo do
Espírito Santo.
Em Deus, em Jesus Cristo, em Nossa Senhora há um crescimento
extraordinário da nossa pessoa quando deixamos alimentar nossa alma
por seus Conhecimentos. Que maravilha, se soubessem a validez da
Palavra de Deus, da Bíblia para um ser humano! O conteúdo em Deus,
da família celeste — ao penetrar a alma, seus pensamentos, suas von-
tades, sua índole — vai preenchendo o vazio que falta ou vai empur-
rando para fora de si o que é maléfico! Seus pensamentos se abrem! A
Luz entra!
Hebreus, capítulo 4, 11-13, fala sobre a Eficácia da palavra divina:
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ver palavra outra mais citada do que esta: “louca!”. E o julgamento está
aí.
Será que existe algo pior do que uma pessoa internada num hos-
pício? Será que existe algo pior do que uma pessoa não ficar de posse
de suas faculdades intelectuais, perder a vontade, a índole, não saber
muitas vezes quem ela é não ter domínio de si mesma? Não fosse as-
sim, a palavrinha essa, “louca”, não seria tão empregada, para determi-
nar um horror! Como sendo a última coisa da face da Terra no desejo
de uma pessoa e horrível mesmo. O medo do ficar louco, o medo de
perder o domínio de si. O medo de ficar internada num hospício e sem
poder participar do mundo, da sociedade, como uma leprosa. O medo
de ser esquecida pelos seus mais amados ali dentro. O medo, o pavor
de viver eternamente jogada num lugar onde não se sabe o que fazem.
E ainda há muito, mas muito mais sobre esse assunto... Mas o pior
mesmo, com a falta das suas faculdades intelectuais, sua vontade, sua
índole perdida, a pessoa não tem como ir atrás de Deus! O demônio
aniquila com tudo. É a alma sem Luz. É a alma nas trevas. Pode ter
certeza, não vem de Deus essa desgraça. Ele nos deixa dito que somos
criação Dele: “Imagem e Semelhança de Deus”.
Feliz daquele que possui alguém de coração e oração para inter-
ceder por quem se encontra num hospício. Que se preocupa com essa
pessoa, que pensa em colocar sua alma no livro de intenções numa
missa. Enfim, feliz aquele que possui uma pessoa que sabe amar na
família! Ah! O amor. Esse sentimento tão precioso e tão desvalorizado e
vulgarizado... Com toda certeza, Deus poderá fazer por ela alguma coi-
sa, pois foi lembrada no desejo para a pessoa necessitada no amor.
A Filosofia, a Filosofia Clínica me mostrava que cada ser humano
é único; como também Deus mandara a pessoa certa no meu caminho
existencial: o amigo. Saber que Deus provera fez toda a diferença na
caminhada existencial frente ao meu espelho negativo, minha amada
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irmã. Minhas leituras, quando lecionava Ensino Religioso Escolar, me
auxiliaram muito a ir-me edificando em Deus. O grupo de oração da
Renovação Carismática Católica, o Movimento Sacerdotal Mariano, fo-
ram fatores relevantes que fizeram com que encontrasse um novo ca-
minho, conteúdos sólidos, o conhecimento da verdade para negar vee-
mentemente o óbvio para muitos.
Muitos da medicina, por exemplo, não enxergam mais a pessoa
em sua frente, pessoa única, com sua alma sem igual. Em sua frente,
está uma pessoa cheia de história, de vivências próprias; portanto, lhe
deve o maior respeito, amor, atenção. Quem ama a Deus já não é o
mesmo. Seu olhar será de esperança sobre qualquer ser humano que
esteja em sua frente. Obviamente que esse ser humano deverá desejar
possuir vontade de conhecer também esse Deus e assim terá todas as
possibilidades que quiser.
O ser humano deve ser visto em sua dimensão superior, a dimen-
são espiritual divina. Enquanto estive fechada em quatro paredes de
consultório, somente fazia chorar e me queixar do meu mundinho exis-
tencial, daquilo tudo que vivia sempre com problemas, com discórdias.
Não enxergava o fim do túnel pelos sofrimentos. Nunca dentro daquelas
quatro paredes de consultório particular encontraria Deus, Jesus Cristo
e Nossa Senhora, minha Mãe, esquecida num Tempo. A dimensão es-
piritual divina era fundamental para mim, que pudesse me afastar da-
quele mundo espiritual outro, oposto, pois que maléfico ele era, para
dar as mãos a Deus (para todo o sempre) e abandonar aquele mundo e
me tornar uma soldadinha de Nossa Senhora, por exemplo.
Mas descobri a minha essência. Acreditava no Mal também, vela-
do, real e invisível. A busca era intensa e extremamente sofrida numa
época, de tempestade, na qual tudo em minha volta, ao que dizia res-
peito à minha existência, não transcorria bem. Eram portas que se fe-
chavam. Eram pessoas que criavam situações e das quais não tive au-
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xílio quando mais precisava, e a dor foi muito intensa. O sofrimento
existencial foi muito intenso. Na verdade, as pessoas são levadas a agir
de acordo com aquilo que carregam em suas almas; não tinham melhor
para me dar e o Tempo me fez compreender isso. Através do Mal que
me envolvia e do que as envolvia, do que viviam também com seus
problemas, suas atribulações; do que procuravam como melhor, e o
nível espiritual maléfico, em algumas delas.
Enquanto via, sentia o sofrimento de alguns ao me olharem, sabia
que aqueles olhares não tinham fundamento. Isso me revoltava e gera-
va mais dor. E na busca, na procura por eu mesma, fui descobrindo on-
de encontrar o tesouro da paz, da proteção contra o Mal que arrasta um
ser humano e toda uma família. Sentia sempre algo no ar e esse senti-
mento impressionante de uma tristeza imensa inexplicável, o meu in-
conformismo com relação ao sofrimento todo da irmã amada, acabava
se refletindo em mim: as observações que fazia sobre membros da mi-
nha família e outras pessoas que faziam parte do meu contexto exis-
tencial, e seus envolvimentos por problemas, atribulações, discórdias...
Ela foi uma das minhas irmãs mais velhas, vivera mais de quaren-
ta anos em hospícios, entre baixas e altas recebidas. Um verdadeiro
sofrimento era saber do padecimento da minha irmã amada. Sempre
tão talentosa, tão linda, acabar naquele estado deprimente e além de
tudo sem nenhum progresso médico. Quando me vi na situação de re-
ceber o mesmo rótulo de minha irmã, psicótica maníaca depressiva,
mais tarde o rótulo mudaria para bipolar, sentia que a família entrara em
polvorosa. Tive um stress muito profundo por inúmeras situações de
tribulações familiares, inclusive o mal desta minha irmã, os sofrimentos
que vivenciei desde pequena, os tumultos se seguiram no meu casa-
mento, e acompanhada, sobretudo pelo pior: estava envolta pelo espiri-
tual maléfico por pessoas que cultuavam seitas. Algo assim não surge
do nada. Há que se verificar o que leva uma pessoa, sua história de
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vida, a deixá-la existencialmente mal.
A falta de paz foi intensa. Foi muito difícil transpor aquela bolha in-
visível do rótulo recebido e me amarrando, me fazia prisioneira; as
amarras invisíveis que deixam um ser humano completamente estigma-
tizado perante os seus mais próximos, perante a sociedade; e, mais
grave, perante a própria pessoa que perde toda a confiança e dignidade
em si mesma. Precisei me fazer quase nova para travar uma batalha
espiritual, para estar com você, que me lê agora. Dizer-lhe com que im-
portância Deus entrou em minha vida, Jesus Cristo, na força encontra-
da espiritualmente na Eucaristia, com meus irmãos em Cristo, na Reno-
vação Carismática Católica. Foi nesse quadro de tristeza e dor de uma
pessoa não encontrando compreensão onde tanto queria, mas acaban-
do por encontrar em Deus, no Livro de Nossa Senhora, as respostas
necessárias e necessitadas para sair daquele horror que me levaria pa-
ra a morte em vida.
Passei a ponderar o que a Bíblia, a palavra de Deus, como Pai
Maior, tinha a dizer. Passei a fazer parte do Movimento Sacerdotal Ma-
riano conseguindo o “Livro de Nossa Senhora”; entrei para a Renova-
ção Carismática Católica e, com meus irmãos em Cristo e a Eucaristia,
minha vida foi mudando.
Verdadeiramente? Se tivesse que ficar naquele enquadramento
recebido, sendo rotulada, marcada como se marca gado, estaria mes-
mo no inferno. Teria acreditado naquilo como verdadeiro e, como muito
mal orientada pela médica e médico, acreditaria que meu fim seria
igual, o mesmo da minha amada irmã; aliás, estava quase acreditando
e quase indo para o escuro fosso existencial, não fosse a intervenção
de Deus através da Providência Divina. Fez toda a diferença o conhe-
cimento de que eu não era ela, entende? Que eu não era a minha irmã
amada. E assim, fez toda a diferença a Filosofia na minha vida e a Filo-
sofia Clínica, pois me deram parâmetros para entender que Deus dá
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uma alma própria a cada um e que cabe a ela ir atrás da sua salvação.
Caminhei rápido em busca e não olhava mais para trás nessa ca-
minhada. A Filosofia Clínica pontua claramente que cada um é um! Não
há dois iguais nesta face da Terra! Na minha completa ignorância e
cercada pela umbanda, de pessoas na própria família cultuando demô-
nios mesmo sem saberem; imagina você o que foi meu sofrimento. Mui-
tos médicos psiquiatras não possuem o senso humano de avaliar o so-
frimento, a dor do outro. Então, como não se sabe de nada, ou seja, a
pessoa vivendo no seu mal existencial, o correto seria chamar quem
está passando pelo problema existencial e explicar-lhe com carinho
que, não é porque uma irmã faz tais coisas, possui tal comportamento,
igualmente a outra pessoa passará também a fazer; já que o rótulo ga-
nho é o mesmo. Essa dimensão, esse cuidado, amor, carinho pelo nos-
so próximo a profundidade do entendimento de uma alma está aquém
da maior parte dos psiquiatras. É impressionante a empáfia, a falta de
humildade, a arrogância, o poder usado por muito deles despreparados
empregando seu jeito de ser e seus diplomas, certificados como escudo
no procedimento no tratamento de seres humanos humildes, bons, que-
ridos.
E eu nada sabia! Eu tinha meus atendentes, meus dois psiquia-
tras da Vida, atendida nos consultórios particulares e os tinha como
deuses. Literalmente, eu sem Deus e Jesus Cristo e a Mãe amada es-
quecida no Tempo era uma peninha solta ao vento. Completamente
desprovida da Verdade.
Então, cuidados humanos, existenciais, desse âmbito, dessa natu-
reza, muitos psiquiatras não possuem. Muitos deles não possuem estu-
dos filosóficos que lhes deem condição de chegar até o mundo do outro
para ajudá-lo. Possuem a ciência, a medicina, mas o trato humano com
o paciente, não. Nem remédios; muitos deles não sabem o que dar para
um paciente, entupindo-o com muitos medicamentos e nada resolvem
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na maior parte das situações. É incrível o poder que um psiquiatra pos-
sui. É incrível o poder de agendamento que um psiquiatra possui sobre
um ser humano puro, inocente, isto é, que se vê num mal existencial
repentinamente, saindo de si e se vê diante de um rótulo. E a maioria
dos psiquiatras sabe disso; do seu poder. Pior do que isso é a própria
ingenuidade do “paciente” colocando o doutor, o médico na posição de
Deus ou de Jesus Cristo.
Meu amor pela Mãe foi me conduzindo, foi dando-me forças para
prosseguir envolta ao Mal que me cercava. Minha irmã, infelizmente,
não pegou o meu Tempo: o Tempo de Deus, mas viveu muito do tempo
do adversário de Deus: do Espírito Maligno. Na Leitura da Vida, minha
irmã pegou esse Tempo, e isso é assim considerado por mim, isto é, o
Tempo do demônio, do adversário de Deus, porque vivi o sofrimento da
minha irmã, porque vi a empáfia de certas médicas e médicos que se
colocam num pedestal frente aos familiares; falta humildade, falta pre-
paração humanística. Falta, sobretudo, amor. Falta enxergar a pessoa
sofrida com respeito, verificando sua história de vida para saber o moti-
vo da sua dor existencial. Olham, medicam considerando que esse ato
é tudo, o todo. Mas vai muito além, uma pessoa; vai além da medica-
ção, do remédio. O remédio possui a sua importância, mas antes de
tudo, a alma deve vir à frente do restante. A alma de minha irmã, com
toda a certeza, não estava sendo pensada em Deus, não estava sendo
alimentada pelo espiritual divino, pois além dos tantos psiquiatras não
possuírem esse mundo do espiritual divino, sendo muitos deles ateus,
minha mãe, buscava o seu mentor espiritual maléfico da umbanda para
seus pedidos. São forças maléficas a atuarem para a degradação hu-
mana. E... O animal deseja o extermínio gradativo da Humanidade. Ele
está a postos em todos os setores onde Deus não existe, onde Deus
não é invocado como Deus da Santíssima Trindade. Se, num Tempo o
Homem se preocupava com as conquistas dos continentes e fora num
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Tempo Homem da Caverna atualmente, a busca deverá ser cada vez
mais voltada para a alma; voltada para o interior humano. Somente as-
sim o Homem, em Deus, conseguirá descobrir-se capaz humanamente
de excelentes descobertas. Por quê? Porque em Deus da Santíssima
Trindade oferece o desenvolvimento das potencialidades interiores para
cada ser humano que assim desejar. Deus dá através do Espírito Santo
os dons, as aptidões, as descobertas interiores magníficas quando a
pessoa se deixa aberta a Ele. É Deus quem conduz a Humanidade...
Da era passada a nova era o Homem está criando; entretanto, a criação
deve se voltar ao Equilíbrio. A criação deve se voltar ao humanismo
para não se perder a própria Criação. A criação deve se voltar para a
espiritualidade da Verdade; de Deus Pai da Santíssima Trindade. A
Humanidade deverá buscar a humanidade tão perdida pela ação de-
moníaca. Inclusive a fabricação dos remédios o cuidado deve ser man-
tido, pois quem possui interesse em fabricar remédios? Quem deseja
por detrás dos bastidores perpetuarem a desgraça humana empurrando
pessoa, almas para o buraco ao invés de deixá-las “acordadas” para
que, desenvolvam as suas potencialidades em Deus Pai? Para serem
mais e melhores para os seus muito amados? Você vê essa preocupa-
ção com relação às almas das pessoas, por aí? Essa é a Nova Páscoa
da qual eu acredito em Deus Pai esteja dando o Tempo da Misericórdia
com a nossa batalha, a luta dos fiéis católicos praticantes junto a Mãe
Celeste para a Humanidade. Nossa Senhora de Fátima tem feito de
tudo para se manifestar e creditada... Pois eu acredito na Nova Páscoa,
ou seja, no Novo Tempo. Além do Tempo concedido para a Humani-
dade se recuperar, se recuperará para a espera de Jesus Cristo, no
Seu segundo advento.
Não havia ali naquela família uma estrutura de amor, de busca do
Deus Verdadeiro Uno Trino em uma Igreja Católica, por exemplo. Por
mais que minha mãe fosse boa, generosa, mulher lutadora pela verda-
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de, não suportava a mentira, os palavrões, primava pelo respeito; como
a coitada foi perseguida pelo inverso! Por isso, vejo com toda clareza a
importância da busca na Bíblia, da Verdade, para dissipar as trevas da
ignorância. Sempre amei e amo muito minha mãe. Muito da corrida
existencial espiritual tida foi através da minha observação desde criança
de minha mãe, seu jeito de ser severo, sério com relação à vida. Era
uma mulher lutadora, trabalhadora, muito boa mãe, muito bondosa; en-
tretanto, não entendia a sua ira quando pegava um filho para bater, al-
guns deles. Como nunca apanhei dela, costumava ficar pelas portas
olhando aquele jeito e, às vezes, interferindo drasticamente, mesmo
pequena.
Outra situação que norteia este livro preponderantemente é o vín-
culo da minha mãe; ela mantinha um vínculo a nível espiritual com a
umbanda. Também passara a observar o quanto ela mantinha de forma
estreita esse vínculo espiritual. A impressão tida era que ela respirava
isso. A vida da mãe se resumia nos serviços da casa — eram muitos e
intensos, já que nossa casa era grande, para acomodar oito filhos, jar-
dim, pomar — e os problemas surgidos e eram frequentes, levando-a
seguidamente à cidade maior; ela pegava ônibus, subia uma enorme
lomba até chegar à casa do mentor, do chefe de umbanda. Minha irmã
mais velha diz que não conheci a mãe como era no passado. Ela era
linda, magra. Chegou inclusive a me dizer que, quando morava na ci-
dade maior, via nossos pais viverem bem, felizes.
Nessa época em que minha irmã ganhava anel de brilhante, vesti-
dos novos, era uma mocinha e residia com nossos pais em outra cida-
de; eu nem havia nascido. Fui nascer na cidade menor com mais uma
irmã; os seis primeiros filhos nasceram na cidade maior. Quando eu
tinha de quatorze anos de idade para quinze anos, perdi meu pai, ou
seja, enquanto a mana
mais velha vestia-se de festa, eu me vestia de luto! Desejo dizer, com
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isso, que cada alma é uma alma; cada pessoa possui seu Tempo. Cada
pessoa é única em seu contexto de história de vida. O meu Tempo não
é o mesmo da mana mais velha, como o sofrer da mana amada foi dela
e não o meu, por mais que no Tempo passasse a mostrar ser o meu
espelho negativo na minha própria vida. Como o viver das outras ma-
nas e dos outros manos também coube para cada uma ou para cada
um com suas histórias de vidas. A importância ao Tempo pessoal é
fundamental, pois nos esquecemos dessa essência Tempo de cada um,
pois o próprio Tempo passa a ser esquecido das vidas, das almas.
Exemplo dado são as vivências pessoais de uma irmã na diferença da
outra em dez anos enquanto criança em formação. Quando maiores
crescidas esse mesmo Tempo se dilui... Parecendo assim no Tempo
presente em que estão vivendo, ao se encontrarem, suas vivências são
iguais. Nunca será.
Desconheço essa mãe magra e feliz. Conheço uma mãe pouco fa-
lante, trabalhava muito e não tinha tempo de ser a mãe carinhosa, que-
rida, que fosse atenciosa, que mantivesse uma conversação comigo;
como gostaria de ter tido aquele tipo de mãe da irmã mais velha. Minha
mãe tinha qualidades outras maravilhosas. Ela sempre procurava vi-
venciar as situações com muita firmeza, com muito sacrifício, seriedade,
mostrando que era uma mãe de valor. O Tempo foi mostrando essas
situações para mim. Fui compreendendo, mas não aceitando certas
atitudes; algumas situações.
Através do Conhecimento, fui percebendo minha mãe, seu com-
portamento, além dela mesma, ou seja, da sua pessoa. Por exemplo, a
dimensão espiritual. Passei a ponderar através do “Livro de Nossa Se-
nhora”, através da leitura da Bíblia, na Renovação Carismática Católica,
com relação à vida, ao meu contexto existencial que não se deu isolado
do restante da família e da minha própria mãe frequentadora das ses-
sões de umbanda; compreendendo que a dimensão espiritual divina e
49
maléfica é de âmbito Universal! E foi assim que a minha jornada exis-
tencial se fez, conjuntamente, para salvar a alma da minha mãe. Che-
guei a Tempo de Deus para ter acesso a alguns sacerdotes que foram
dar a hóstia para a minha amada mãe, como também alguns outros sa-
cramentos, numa preparação meses antes de seu falecimento. Não
somente minha mãe frequentava a umbanda; outras pessoas da família
e parentes bem próximos o faziam.
A falta de instrução, de Conhecimento, gera muitas crendices,
muitas superstições, uma vida construída em castelo de areia. Como
para Deus nada é realmente impossível! Como o acreditar no Mal é tão
fácil para certas pessoas e o quanto fica insuportável, para algumas
pessoas, acreditar na existência de Deus. Acreditar na existência de
Deus no meio de nós e acreditar em Deus Maior que o Mal; está acima
de qualquer coisa. Por isso mesmo, meu querido, faço chegar as suas
mãos esta minha história. Sinto-me Chamada a partilhar com você esse
meu assim chamado Tempo de Deus. Fui compreender a sua incomen-
surável importância após ter vivido o tempo do adversário de Deus, as
verdades que habitam meu coração a partir de tanto sofrer; Deus envi-
ou-me, como Providência Divina, a pessoa certa, as pessoas especiais.
Partilhar do meu antes de Cristo e do meu depois de Cristo no Tempo!
Hoje, realmente tenho muito a dizer. Espero que essas verdades
que habitam o meu coração façam sentido para você, pois o que aqui
deixo é a nível Universal. Procurei tirar uma lição da amarga vida que
se apresentou a mim e diria a lição mais positiva foi a da aproximação
em Deus Amoroso e Misericordioso. Sim, porque quanto mais o Mal
batia à minha porta, tanto mais de Deus me aproximava. Foi Nele e
com Ele pude sair da amarra invisível do rótulo e conquistei a liberdade
limpando o Mal invisível, real, do espiritual maléfico: espíritos malignos
(espalhados nos ares), como a palavra de Deus nos deixa dito, em Efé-
sios, capítulo 6, 10-12.
50
Armadura do cristão
“Finalmente, irmãos, fortalecei-vos no Senhor, pelo seu soberano
poder. Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às
ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que
temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os prín-
cipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (es-
palhadas) nos ares”.
Meu querido do qual faz deste livro a sua leitura: as palavras sem-
pre se diluem ao vento, frente a tudo e ao todo que senti, percebi, vivi,
enfim, na caminhada da vida; quando num Antes de Jesus Cristo (a.C)
e quando num Depois de Jesus Cristo (d.C). Como tudo mudou em mi-
nha vida quando meus olhos deixaram de reparar o chão para passar a
perceber que existia, sim, um Deus, e que Deus! Um Deus Amoroso e
Misericordioso; um Irmão, Jesus Cristo, passara a ser minha compa-
nhia, me salvar do Mal e me fortalecia; uma Mãe realmente mostrou-se
Mãe, quando me senti só e poderia não existir como alma viva. De que
maneira Jesus Cristo me fortalecia? Na busca incessante pela Eucaris-
tia e mantendo meu coração limpo, minha consciência limpa perante
Deus; a perceber aquela Mãe amada de quando criança e fora esque-
cida por mim, mas surgiu com toda a força de presença materna como
a minha grande intercessora! Por mais que eu queira tornar presente
para você cada emoção, cada sofrimento, cada viver do real da minha
história existencial, nunca, jamais, conseguiria, com certeza, fazer com
você sentir as minhas vivências. É natural, entendendo que cada um de
nós recebe de Deus sua própria alma: somos únicos nesta Terra.
Há, com certeza, Alguém sabendo de Tudo e do Todo. E esse Al-
guém é Deus; Ele é Único é Um; Deus é Trindade: Pai, Filho e Espírito
Santo. Ele possui conhecimento de cada fio do nosso cabelo. Ele lê os
nossos corações e para Ele me dirigi em sofrimento e Ele se fez ser
conhecido e Nele tive o meu amparo. As Mensagens da Mãe, para mim,
51
foram fundamentais no reconhecimento da existência do espiritual ma-
léfico; é real. Infelizmente meu caminho foi através da dor e não do
amor; entretanto, tanto mais sofrimento, tanto mais próxima de Deus
me sentia. Para mim, o pior passou. Nada é pior nesta vida do que
quando o homem se afasta de Deus. Que muitas almas possam se
aproximar de Deus pelo caminho do amor e não esperar o caminho da
dor!
52
Capítulo I
Parte 2
53
cê. A criatividade consiste, sobretudo, em convidar os membros da fa-
mília, desligando a televisão, para uma conversa de como cada um
sente a vida, de como cada um se sente perante a vida. Um convite
para caminharem juntos, para irem numa praça, para simplesmente
olharem a lua e as estrelas. Para escutarem belas canções...
Convidar os membros da família, sobretudo para rezarem juntos.
Um Pai Nosso que fosse, a princípio, e de mãos dadas invocarem a
Santíssima Trindade para esta Terra e para Deus abençoar cada um;
principalmente para dar paz interior; juntos, permanecerem na paz.
Quando se tem paz interior tudo na vida fica melhor. Não importa se
você ficar parado num degrau de escadas em silêncio; somente em fi-
car assim já é motivo de ver as cenas, ao vivo e a cores dos transeun-
tes, mas... Em paz! Nada no mundo pode ser sentido como valor maior,
para quem já viveu em meio às discórdias, aos problemas, tanto mais
do que o sentimento da paz. Quando a estação do ano permitir, que
você possa ver as flores nos canteiros ou reparar que não há flores nos
canteiros, mas lutar por elas. Passear em várias floriculturas (não preci-
sa comprar) somente para olhar e admirar a beleza das flores e o per-
fume dos jasmins. Quando a estação do ano permitir, abrir a janela pela
manhã e sentir o frescor e observar que surgem orvalhos e que às ve-
zes eles pintam as teias das aranhas, como continhas de cristais. Res-
pirar esse ar da manhã que nos cumprimenta depois dos tempos de
intenso calor. Quando a estação do ano permitir, aprender que pode-
mos ser como esse tempo, as árvores sem folhas, o solo sem flores, o
dia fechado, mas podemos fazer desse momento um preparo, como
uma retirada, para o retorno ser ainda mais vigoroso, produtivo, des-
lumbrante. Quando a estação do ano permitir, molhe seus pés no mar;
recolha as conchinhas e se possuir casa na praia, leia um bom livro
numa rede ao som de uma bela música. Escute o som do murmurar das
ondas do mar. À noite, olhe as estrelas e a lua.
54
Porque quem não tiver paz interior, nada disso falado poderá ser
sentido; para muitas pessoas poderá ser assim. Quem vive atrás do
dinheiro, preocupado com várias situações da vida, jamais poderá sentir
a brisa no rosto, prestar atenção ao murmurar das ondas, escutar o
canto dos pássaros, brincar de bolhas de sabão; como criança, correr
num verde campo; para muitas pessoas isso poderá inclusive, uma
perda de tempo.
Alguns perdem, aos poucos, a humanidade... Enfim, poderia enu-
merar muitas situações queridas; entretanto, sei que cada qual saberá
das suas necessidades e do que poderia fazer para melhorar e mesmo
mudar sua vida se assim desejasse. Posso dizer que tive, sim, meu
Tempo de borboleta. Tenho meu jardim que amo tanto. E às vezes
penso, enquanto mexo num vasinho aqui e acolá, que pareço uma bor-
boleta — ou quem sabe um sabiá? Talvez possa convidar você a viajar
comigo, melhor, através destes meus poeminhas dizendo assim:
56
foi a grande intercessora na minha caminhada existencial.
Há um jornalista, qual eu admiro muito, muito mesmo! Admiro,
porque ele procura a verdade, a justiça; empenha-se em ser uma pes-
soa correta e, do jeito dele, procura ajudar as pessoas. Há alguns co-
mentários seus que realmente não tem nada a ver comigo, como fute-
bol e mulheres bonitas, de cuja opinião não gosto; entretanto, é um ho-
mem primando pela busca do direito. Sei que a maioria da população
da face da Terra deve gostar de futebol; e muitos homens, de mulheres
bonitas. Imagine eu, que imperfeita! É que meu estádio tem sido outro:
vou a cenáculos. Meu time é Jesus Cristo! Minha bandeira é Sua Mãe:
Nossa Senhora! Lendo uma das colunas deste jornalista, no jornal Zero
Hora, com o título “Tem poder o ódio?”, ele diz assim, na terça-feira, 06
de agosto de 2013:
Meu Deus! Não faz ideia você a que ponto o Mal fez as águas do
Amor secarem! E justamente a minha essência, o animal queria minar!
E assim, que tudo é possível em Deus quando realmente desejamos. E
eu quis. Eu quis Deus comigo. Optei por Deus e foi assim que aprendi a
vida. Aprendi a vida ao Seu lado.
Muitos anos eu estava afastada da Igreja Católica, na qual fui bati-
zada; quando subi aqueles degraus da igreja, foi para permanecer em
Deus, Jesus Cristo, e encontrar minha Mãe, esquecida num Tempo.
Não me lembro de ter ido a missas desde o Tempo de crisma. Busco na
memória, e o que vem à mente é que, no dia da missa de formatura na
Faculdade de Filosofia, fui convidada a ler uma das mais belas mensa-
59
gens da Bíblia. Deus se fazia manifestar em situações assim: o convite
para fazer justamente aquela leitura! Eu O percebia dessa maneira. Ele
estava me tocando. Enquanto eu lia a Palavra de Deus, sentia uma
emoção muito forte, pois sabia bem, que substância era aquela! O
quanto se faz importante num ser humano: o Amor! E... O quanto me
senti merecedora de estar ali naquele púlpito para ler justamente sobre
a caridade. Também podemos substituir a palavra caridade por Amor!
Tudo que vivera ali dentro daquele seminário, lugar que passara a ser
sagrado para mim, cursando a Faculdade de Filosofia, tudo que havia
passado, vivido naquele lugar, a minha melhor parte da vida, pois, para
mim, tinha renascido. A leitura da qual fui convidada fazer, da Palavra
de Deus, mais uma vez fazia-me sentir que Ele providenciara tudo
mesmo. E a leitura foi I Coríntios, capítulo, 13. Faço questão de colocar
para você, na íntegra o que diz:
65
po cronológico, o tempo dos homens. O Tempo de Deus brota do interi-
or, aquele Tempo do coração, que você escuta o chamado, e quando o
cérebro lhe diz “vou por aqui, por essa direção”, o coração lhe diz: “vou
hoje fazer um caminho novo. Desejo as flores, desejo ver borboletas,
desejo ver o verde, os pássaros...”
Deixamo-nos levar pela sociedade que aí está nos exigindo mais e
mais. Mas qual o motivo? Por que tenho que ser isso? O que querem?
E quem é que quer? Quem está por baixo dos bastidores nos tirando o
sossego? E o Tempo de cada um, seu Tempo próprio? Quem é que
sabe mais de mim do que Deus e eu mesmo? Sim, pode acontecer de
que algumas vezes alguém venha a nos conhecer muito bem em al-
guns aspectos. Este poderá ajudá-lo.
A madeira citada, sobre a qual teci um comentário, para servir de
móvel e útil, ou simplesmente para ornamentar, precisou ser trabalha-
da, e este trabalhado leva tempo e Tempo! Olha o exemplo supremo de
Jesus Cristo: veio ao mundo com a missão de ser Deus feito homem.
Um homem bom, simples, sem soberba, humilde, nasceu num estábulo,
numa manjedoura junto a alguns animaizinhos. Quanto exemplo de
humildade! Um homem que cresceu no meio do povo e que se fez sur-
gir aos poucos, ou seja, houve o vir-a-ser e sua razão de existir! Ele foi
todo puro Amor! Foi justo, foi correto, obediente! Até culminar com Sua
morte na Cruz da Salvação. Foi feito isso para que nós, em Jesus Cris-
to, possamos ser redimidos dos nossos pecados e receber a Redenção!
Para que N’Ele, com Ele, possamos ser salvos dos nossos pecados e
conquistar uma vida eterna. E, mesmo assim, com o modelo de Amor
deste homem, não houve um Herodes, um Judas Iscariotes, todo um
povo na época, que gritavam com veemência: crucifiquem-no! Crucifi-
quem-no! Crucifiquem-no?
Ah! Essa perseguição do Mal! O Mal invisível que vai contaminan-
do. Aquele povo, em uma época, naquele contexto, teve oportunidade
66
de fazer uma escolha: Barnabé (o ladrão) ou Jesus Cristo! Incrível, não
é mesmo? E foi o Justo a caminho da morte! E foi o Amor rumo à morte.
Foi o Cordeiro Imolado! A verdade é que não foi o Amor para a morte!
Foi Jesus Cristo para a morte e com Ele, nos amava tanto, com o Seu
Amor levou as nossas iniquidades, nossos pecados. Nas asas do Amor
nossos pecados foram mortos. Por isso Ele morreu por você, por mim e
por isso também, N’Ele você pode “mergulhar” na Fonte de Água Viva,
para N’Ele você fazer morrer os seus pecados. Por ser Jesus Cristo, o
já anunciado Messias no Antigo Testamento, o Salvador, Ele parecendo
morto, ressuscitou ao terceiro dia; Jesus Cristo iniciando o aperfeiçoa-
mento da Lei do Antigo Testamento, através do Amor. Ele Ressuscitou!
É a Páscoa: Passagem para Vida Nova. Sim, a vinda da pessoa de Je-
sus Cristo já estava prevista. Já tinha sido anunciada no Antigo Testa-
mento; então, era o plano de Amor de Deus que se concretizava. O
Plano de Amor estava carregado do Amor para a Terra, na presença de
um Homem de carne e osso, de um Homem humano como nós, mas
que, no Seu Amor intenso por nós, deu o Seu Sim ao Pai para resgatar
dessa maneira o Povo de Deus; o povo pecador. Ele então morreu por
nós. Nunca esqueçamos, portanto, Ele é Vida; Ele Ressuscitou. Ele é a
nossa Páscoa. E... Páscoa significa passagem da vida feia, de morte
dos nossos pecados para a Vida Nova. Temos esse direito em Cristo
Jesus.
Estivemos falando num vir-a-ser, de uma maneira na qual a pes-
soa deseja estar ao lado de Deus Amoroso e Misericordioso e faz todo
o empenho em ser melhor. O que dizer de uma pessoa cuja escolha é
outra? A sua escolha é a de não possuir Deus, porque no Seu lugar
coloca outras coisas? Essas outras coisas podem ser as mais variadas.
Há quem deposite nela mesmas todas as fichas. Há quem potencialize
a sua alma na procura pelo dinheiro; pelo dinheiro e Deus, para essa
pessoa, não importa. Há quem só pense em sua profissão, valorizando-
67
a acima de qualquer outra coisa. Há quem já sentiu o sabor do encontro
com o outro lado... Recebe muito cultuando, dedicando-se ao Mal e
ainda ri, debocha dos prodígios de Deus, do poder de Sua realização.
Há os que se dedicam ao mundo teórico, num viver do ocultismo, do
secreto, e tornam-se prepotentes, pretensos donos do mundo. Os so-
berbos acreditam em si mesmos e nas forças ocultas e não pertencem
a Deus Amoroso e Misericordioso. Tornam-se astuciosos, maléficos,
coração endurecido como pedra, sem se importarem realmente com os
que possuem menos; mas os soberbos se preocupam em ganhar muito
dinheiro, fama, prestígio, status e desta maneira ter domínio do sistema.
Há pessoas e estas, já estiveram em Deus; gradativamente opta-
ram pelo caminho contrário porque perderam a pureza, deixaram de
acreditar no Bem, enquanto suas procuras, companhias, suas escolhas,
começaram a fazê-las desacreditar na pureza, nos valores, na moral,
na ética, fazendo-as perderem o foco do real sentido da existência hu-
mana: Deus Amoroso e Misericordioso. Peço que estejamos atentos.
Peço que, juntos com Nossa Senhora de Fátima, possamos ficar aten-
tos ao que Ela pede nesse Tempo em que fala sobre a purificação e a
grande tribulação nos preparando para o Segundo Advento: a Segunda
Vinda de Jesus Cristo não mais em razão dos nossos pecados, mas de
nossa salvação.
68
Capítulo I
Parte 3
“Um Coração Para Amar (Pe. Zezinho, SCJ) (LP: Louvemos o Senhor II)
(LP: Filho Pródigo)
Um coração para amar, pra perdoar e sentir, para chorar e sorrir ao me
criar tu me deste. Um coração pra sonhar, inquieto e sempre a bater;
ansioso por entender as coisas que tu disseste:
Eis o que eu venho te dar, eis o que eu ponho no altar.
Toma Senhor que ele é teu. Meu coração não é meu.
Eis o que eu venho te dar, eis o que eu ponho no altar.
Toma Senhor, que ele é teu. Meu coração não é meu.
Quero que o meu coração seja tão cheio de paz que não se sinta capaz de
sentir ódio ou rancor. Quero que a minha oração possa me amadurecer,
leve-me a compreender as consequências do amor.”
69
grande sofrimento para purificar a Igreja e o mundo, a fim de levá-los a
uma completa renovação…”; o Segundo sinal, é a indisciplina: “Este é o
sinal que vos indica que para a Igreja soou tempo final de sua purifica-
ção: a indisciplina difundida em todas as camadas, especialmente a do
clero”; Terceiro sinal, a divisão: “A primeira atitude de desunião com o
Papa é a rebelião declarada. Mas há outra velada, ainda mais perigosa.
É a de se proclamar abertamente em seu favor e ao mesmo tempo vi-
ver interiormente separado dele, sem tomar conhecimento de seu ma-
gistério e agindo na prática contrariamente às suas prescrições”; o
Quarto sinal, a perseguição: “O quarto sinal que vos adverte que para a
Igreja soou o ponto alto de sua dolorosa purificação, é a perseguição.
De fato, ela está sendo de diversos modos perseguida”.
Você poderá encontrar e continuar as leituras na íntegra nas pági-
nas 228 a 236 da Obra de Nossa Senhora. Livro “Aos Sacerdotes, filhos
prediletos de Nossa Senhora”.
A Mãe Celeste explica cada um desses sinais. Coloquei muito
pouco para você, meu querido, pois este é um trabalho tentando dar
uma ideia, subsídios junto com a Mãe amada que sofre, clama faz os
Seus apelos para a Humanidade, aos Seus fiéis, aos religiosos e religi-
osas, aos Seus filhos prediletos e no decorrer das nossas respostas, do
nosso ‘sim’, na vida, gradativamente, a paisagem mudará. Nossa Se-
nhora nos deixa a seguinte afirmação:
“E por fim, meu Coração Imaculado Triunfará!”.
Imagina o sofrimento de uma Mãe ao se deparar com a Sua Igreja
sendo traída. Ela, então, diz assim na página 120. Não está na íntegra.
“Contemplai o meu Filho Crucificado e sereis fiéis. O meu Filho
que, sendo Deus, fez-se obediente até à morte de Cruz. Contemplai os
seus espinhos, contemplai o seu sangue, contemplai as feridas: São
flores desabrochadas na dor da sua obediência. Agora, que a treva en-
70
volve tudo, sois chamados a testemunhar cada vez mais a luz da vossa
completa obediência à Igreja: ao Papa e aos Bispos a ele unidos. E
quanto mais derdes testemunhos da vossa completa obediência à Igre-
ja, tanto mais criticados, escarnecidos e perseguidos sereis”. 13 de abril
de 1976. Terça-feira santa. (Contemplai o meu Filho Crucificado).
Ela continua:
“Se estiverdes unidos ao Magistério da Igreja, se fordes humildes
e atentos a quanto Ela vos indicar, permanecereis sempre na Verdade
da Palavra de meu Filho”. Página 119, “Aos Sacerdotes, filhos predile-
tos de Nossa Senhora”. Não está na íntegra.
Nossa Senhora de Fátima convida a todos, a Humanidade à con-
versão, à consagração e a se refugiar em Seu Imaculado Coração de
Maria para viver os tempos difíceis. O Santo Rosário é a arma poderosa
para combater o Mal.
“Hoje, também, esta pobre humanidade, que está ainda fechada
no sepulcro gelado do pecado, da recusa de Deus, do ódio, da violên-
cia, da guerra, da impureza e da iniquidade, é chamada a sair de sua
tumba de treva e de morte. Alegrai-vos todos Comigo, porque, neste dia
da sua Páscoa, anuncio-vos que Jesus ressuscitado retornará no es-
plendor divino da sua majestade e da sua glória.” Páginas 636 e 637.
Dongo (Como) Itália, 3 de abril de 1988. Páscoa da Ressurreição. Có-
pia parcial.
Olha, sei que você deve estar questionando tantas situações aqui.
Uma delas, as datas dessas revelações. Vimos anteriormente sobre
isso. Entendo que há todo um preparativo, e grandioso, para que tudo
seja direcionado ao Tempo de Deus e não é o tempo cronológico hu-
mano a preocupação; para entrega de corpo e alma ao Deus Amoroso
e Misericordioso, à Mãe Santíssima, a Jesus Cristo, isso depende das
nossas respostas, das nossas orações, da reza do tão pedido Santo
71
Rosário pela Mãe amada. Devemos fazer a defesa contra o Mal intenso
e acirrado que está infiltrado na Igreja Católica. Veremos qual é esse
Mal no decorrer das passagens retiradas da Obra de Nossa Senhora e
do meu desejo como uma testemunha da Vida, num espiritual maléfico
vivido por mim, assim como membros amados da minha família. Em
minha família celeste eu tive, sim, a minha vida de volta. Na Providência
Divina eu fui salva. O quanto recebi da Igreja Católica e o quanto então
desejo ser para você, meu querido, acompanhante destes meus escri-
tos. Obviamente eu sei das fraquezas, dos pecados de tantos padres,
sacerdotes. Mas, na situação mundial na qual estamos vivendo, quem
de nós pode dizer que não possui os seus pecados? Quem de nós po-
derá “atirar a pedra em alguém, desejar julgar”? Digo mais:
72
puxou, sim, as orelhas na Vida. Ela respeitou o meu Tempo. Um Tempo
vivido no sofrimento, no padecimento, na dor da solidão existencial,
mas tinha que passar por aquilo para entender o Todo. Para poder tes-
temunhar para você. Não sou a ingênua do passado. Posso entender a
dimensão desse meu sim para a Mãe no testemunhar; é preciso. Não
posso mais continuar assistindo barbáries que aí estão. Preciso cumprir
a minha parte. Espero meu querido leitor, que você faça valer o Amor.
Faça a sua parte! O seu melhor. Sei que é através da dialética que a
Humanidade fará poderão chegar por fim ao que Nossa Senhora nos
deixa como grande esperança:
“Por fim, meu Coração Imaculado triunfará!”
Lembro que iniciei os escritos deste meu livro num Tempo de Qua-
resma. Não tenho a certeza se iniciei em 2011 ou se foi no ano de
2012. Foram inícios e reinícios. Foram escritos e mais escritos. Foram
paradas, foram continuações... E me perdi no Tempo sem ver o Tempo
passar. Como não acredito em coincidência ou sorte, pois vivo no que
eu passei a chamar de Tempo de Deus, e não mais a viver o Tempo do
adversário de Deus, percebo-me terminando o livro no Tempo de Qua-
resma do ano de 2014. Livro escrito no Tempo. Livro, enquanto em mo-
vimento, quando pensava concluído, Deus, minha Mãe amada, mani-
festava para mim suscitando em meu coração que deveria colocar mais
isso ou aquilo; ou ainda, não bem isso, pois aquilo é muito mais impor-
tante do que isso. As informações outras, além das mensagens de Ma-
ria Santíssima enquanto na Vida, iam surgindo, iam se evidenciando e
ia me causando interiormente um chamado: “isso deve ser colocado”.
Percebi os ‘sinais’; eles se apresentaram a mim, também na realização
deste e não somente na Vida. Para mim, e assim é para mim, aprendi a
fazer a Leitura da Vida, isto é, no Tempo de Deus, perceber o que Ele
queria de mim. Qual o motivo de tal coisa ter ou não ter acontecido de
tal maneira. Considerei então fatos, observações, vivências muito fortes
73
e pessoais, sofrimentos pessoais e sofrimentos de outras pessoas na
família, meu contexto de vida como um todo e que envolviam pessoas
fazendo parte dela. E assim tudo surge e se apresenta a mim.
Dia 28-02-2014, eu pensara ter terminado a minha obra. Ou ali se-
ria o término mesmo? Eu senti uma emoção forte ao colocar as últimas
palavras e meus olhos marejaram. É incrível essa sensação de término
de algo carregado pelo Tempo. Algo do qual custa a mim emoções,
sentimentos puros, sérios, sofridos, felizes e todos tão marcados dos
momentos, dos choros, lágrimas, dores... E a satisfação da vitória de-
pois de olhar para trás e contemplar por escrito a paisagem. Estava no
quarto trabalhando e olhei o relógio do meu laptop. Eram 23h07. Levei
o meu laptop para a sala e disse para o meu esposo. Terminei! Ele
simplesmente levantou o olhar para mim, deu um sorriso e notei o pou-
co crédito em minhas palavras. Ele me conhece muito. Muito mesmo.
Isso já tinha acontecido outras vezes. Havia pensado terminar, mas vol-
tava, sempre tinha algo para elucidar. Ele não deixou de ter razão. Afi-
nal, depois da paisagem vislumbrada, achei por bem retomar a Introdu-
ção e ela fez-me criar outra parte para este livro. Depois eu contemplei
a paisagem, depois de possuir a visão do todo, pude fazer ajustes e,
porque não, aqui também aproveitando certas oportunidades com rela-
ção às datas ainda estão no Tempo, ainda suscitavam ao meu coração
para deixar a minha homenagem, a minha despedida. Então, você terá
querido leitor, um pedacinho a mais de mim. Um pedacinho da minha
despedida no final e nesta parte do livro criada recentemente. Um pe-
dacinho de mim, desejando homenagear a todas as mulheres parafra-
seando o que Martha Medeiros, jornalista e escritora colocaram em sua
coluna do jornal Zero Hora, na data 09-03-2014. Não poderia deixar de
colocar ainda textos importantíssimos e que se apresentaram a mim
neste período da Quaresma. Eles servem de desfecho, querido leitor,
para evidenciar, muito mais do que para mim, a razão da existência
74
destes escritos. Ainda mais, como terminar este sem colocar também o
slogan da Campanha da Fraternidade de 2014, sem comentá-lo? Co-
mentar o Tempo da Quaresma onde a Igreja Católica lança a Campa-
nha da Fraternidade? De maneira alguma, poderia encerrar este sem
deixar o meu pensamento de modo universal.
Então, leitor querido, vamos por partes. Em primeiro lugar a minha
homenagem às mulheres no Dia Internacional de 2014. Considero im-
portante, para nós, mulheres interiorizarmos e procurarmos o Equilíbrio.
O título dado pela escritora foi:
“Que fim levou Bo Derek?”
“Até que descobrimos que tínhamos tudo, menos a coisa mais im-
portante do mundo: tempo. Deixamos de ser donas dos nossos dias,
viramos escravas da perfeição, passamos a buscar a nota 10 em todos
os quesitos, feito uma escola de samba, e ganhamos o quê? Um stress
gigantesco e uma tremenda frustração por não conseguir manter tudo
no topo: o casamento, a profissão, os seios. Nunca mais uma escapada
de três dias num sítio, nunca mais pegar uma matinê num dia de sema-
na, nunca mais passar a tarde conversando na casa de uma amiga,
nunca mais deitar no sofá para ouvir nossa música preferida. Tic-tac,
tic-tac. Proibido relaxar. Trégua, por favor. Não estamos numa competi-
ção. Ninguém está contabilizando nossos recordes. A intenção não é
virar uma campeã, e sim desfrutar a delícia de ser uma mulher divertida
e desestressada. Por que isso precisa conflitar com a independência?
Proponho uma pequena subversão: agrade a si mesmo e a mais nin-
guém. E não brigue com o espelho, pois ter saúde é o único item de
beleza indispensável, e isso só se enxerga por dentro. Trabalhe no que
lhe dá gosto, aprenda a dizer não, invente sua própria maneira de ser
quem é, e se for gorda, fumante, esquisita e sozinha, qual é o proble-
ma? Aliás, sendo você mesma, dificilmente ficará sozinha.”
Minha segunda despedida: O que Deus tinha para nos dizer neste
75
dia? (09-03-2014).
76
dar com o que vivenciei, senti em minha alma a perseguição do espiri-
tual maléfico. Além disso, acredito que quando nos dizemos Católicos
Apostólicos Romanos devemos sê-lo, sim, na sua essência, ou seja,
fazendo verdade no seu batismo. Nunca pense meu querido leitor, que
as minhas colocações são com a intenção de julgar uma pessoa. Nun-
ca! Quem sou eu? Eu que fui uma lagarta rastejante? Eu que tive o meu
Tempo de casulo? Eu tive que renascer para estar com você? Nunca,
meu querido. Nunca! Não tenho esse poder. Somente Deus fará o jul-
gamento. Entretanto, eu desvelo a pessoa. Esse desvelar pessoa, ver o
que está por trás da pessoa, é o Mal da pessoa. É o Mal espiritual que
ela pode estar envolvida por ser inocente, como a minha própria mãe foi
ludibriada pelo animal por longos e longos anos. Não somente a minha
amada mãe terrena, como pessoas da família que se envolveram ino-
centemente no Mal. O pior é quem procura e tem o desejo do Mal pelo
Mal. Como diz Nossa Senhora: “Esta é uma grande batalha em que se
combate sobretudo a nível espiritual”. Página, 490. Novamente aqui eu
coloco.
Voltando, então, ao sinal da invocação da Santíssima Trindade.
Existem pessoas que fazem todo o sinal da cruz no rosto. Fazem de
qualquer maneira sobre o corpo. Não pensam em invocar a Santíssima
Trindade que é o Pai, é o Filho e é o Espírito Santo; invocar com fé,
com Verdade; acreditando, chamando-Os de fato aqui para a Terra.
Aprendi na vida a fazer o sinal da cruz corretamente para então invocar
a Santíssima Trindade. Uma senhora muito Católica me mostrou como
fazer. Ao se invocar o Pai, se coloca a mão na testa; ao dizer o Filho, a
mão é colocada abaixo do umbigo; o Espírito Santo, tocado com a mão,
nas pontas do ombro; Espírito, numa das pontas e na outra ponta do
ombro, o Santo. Dizer amém, no coração, como fechamento. Você en-
tão invoca a Santíssima Trindade para falar com Eles. Não li em manual
algum essa forma de invocar a Santíssima Trindade; aprendi na Vida.
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E a Quaresma? Triste realidade, mas verdade: muitos não viven-
ciam situações Verdadeiras. Muitos não participam de um Tempo junto
com Jesus Cristo. Ah, como é importante vivermos atualmente como
nunca antes na História da Humanidade e acompanharmos esse Irmão
(Jesus Cristo), durante o Tempo na Igreja.
Uma vez, meu amigo Irmão Marista, que prefaciou o meu livro, fez
um calendário (eu o havia pedido), no qual mostrava amplamente os
diversos Tempos em que vive a Igreja Católica. É lindo demais, quando
se acompanha os Tempos das liturgias, pois é a Vida que se mostra
com Deus e Seu Filho Jesus Cristo, os fiéis acompanhando. É a partici-
pação da pessoa caminhando de mãos dadas com Eles na Vida! É tudo
tão abrangente e lindo! É tudo tão universal, atendendo com respeito à
Palavra de Deus. Na Quaresma que se inicia na quarta-feira de cinzas,
depois do carnaval, o sacerdote, neste dia, coloca cinzas em sua testa.
Isso mesmo: coloca cinzas. Ele, então, faz o sinal da cruz na testa e diz
as palavras:
“Convertei-vos e Crede no Evangelho!”
O sacerdote pode dizer também:
“Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás”.
As cinzas saem dos ramos queimados e abençoados no Domingo
de Ramos do ano anterior. Acrescentam água benta às cinzas.
A Quaresma, quarenta dias de respeito, de abstinência, de jejum,
de orações fortes; que possamos aos poucos nos preparar dessa ma-
neira, junto com Cristo, colocando nossos sofrimentos no fardo triste, na
missão triste que Jesus Cristo veio ao Mundo fazer por nós. Nunca es-
quecer sobre todas as situações tristes da Vida, que Cristo venceu
através da Ressurreição. Tudo passou; passou da Morte para a Vida
nos legando que, também nós na Eucaristia podemos vencer nossos
pecados e sairmos vitoriosos. Afinal, é na missa em cada missa Jesus
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Cristo faz o Seu Sacrifício por nós. Por isso, matar animais, sacrificar
animais é abominado por Deus da Vida, da Criação. Não se justifica
esse ato abominável aos Olhos de Deus.
Estes quarenta dias da Quaresma lembram Jesus Cristo tentado
pelo demônio quando se retirou para um lugar ermo, a fim de orar e
meditar, após o seu batismo nas águas do Jordão. Jesus estava se
preparando para dar início a seu ministério de preparação e salvação
dos homens. Nesse retiro de Jesus Cristo, Ele nos deixa o exemplo de
como agir antes dos grandes e decisivos empreendimentos de nossa
vida. Retirei de uma folha de ofício (nela não consta o autor), entre os
meus materiais guardados, o que diz a seguir:
“Segundo as Escrituras, três foram as tentações com que o demô-
nio quis ter em mãos, e prova da divindade de Jesus:
1º- “Se és o Filho de Deus, ordena a esta pedra que se torne pão”.
E Jesus: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra de
Deus”.
2º- “Dar-te-ei todos os reinos da terra, se te prostrares diante de
mim”. E Jesus: “Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás”.
3º- “Se és o Filho de Deus, lança-te daqui para baixo, porque está
escrito: O Senhor ordenou a seus anjos que te guardassem, para que
não firas o teu pé nalguma pedra”. E Jesus: “Não tentarás o Senhor teu
Deus”.
Tenho o seguinte a dizer:
Jesus Cristo mostra ao demônio um lado da face da moeda que o
animal não conhecia. Enquanto o animal estava o tempo inteiro cutu-
cando Jesus com situações do plano horizontal, isto é, do plano materi-
alista, Jesus apresentava a satanás o lado outro. Mostrava o lado para
nós todos. Para a Humanidade de Ontem, de Hoje e de Sempre. Que
lado é esse? O lado da dimensão espiritual divina. Jesus Cristo mostra-
79
ra para satanás, o espírito maligno, que o pão com fermento; o pão,
aquele que alimenta os órgãos do aparelho digestivo, ou qualquer outro
substitutivo como alimento, não é mais importante do que a Palavra de
Deus aos homens. Jesus Cristo mostrara ao demônio, ao animal, que
nada para Ele, para Jesus, era mais importante do que Deus Único,
Verdadeiro Deus, seu Pai. E na ação de Jesus Cristo mostrava Obedi-
ência. E se... Jesus Cristo não obedecesse ao Pai da Criação, da Vida,
naquele momento de ser tentado? Mais uma vez como no Tempo de
Adão e Eva a serpente da maldição perpetuaria da desgraça.
Esta palavra Obediência para mim possui alto valor. Podemos
constar nos filhos de hoje a falta de obediência aos mais velhos, aos
avós, aos pais e isso gera pecados atrozes. Podemos constatar isso no
interior da própria Igreja. Os filhos rebeldes desejando serem os “cabri-
tos” falados na Bíblia.
Não adiantava o animal fomentar o recebimento de um reino intei-
ro material, desta Terra, pois para Jesus Cristo só para Deus era o seu
olhar, o seu caminhar, a Sua vida. Jesus Cristo não deseja mostrar ou
provar nada ao animal, quando este lhe pediu que se jogasse do lugar
alto, de retiro onde estava. Os anjos poderiam vir em guarda de Jesus,
em Seu socorro, pois Jesus Cristo estava resoluto que a Sua vida era
unicamente de Deus, e, sendo Ele pessoa de Deus, nunca seria venci-
do pelo Mal.
Que lição de confiança, de credibilidade, de Amor, de Fé nos lega
Jesus Cristo! Devemos também amar a Deus, nosso Único Senhor.
Que lição de confiança, de credibilidade, de Amor, de Fé nos deixa Je-
sus Cristo, a seguir nossa caminhada num único Pai. O Pai Nosso Cri-
ador do Céu e da Terra! Não devemos adorar falsos deuses, o deus da
barganha, o Pai da Mentira, o astucioso ludibriador, Pai da Mentira.
A Quaresma significa também para nós esses quarenta dias de
um retiro existencial.
80
Tudo de bom e de lindo acontece quando para nós a Páscoa tam-
bém chega, ou seja, conseguimos com Cristo vencer os nossos peca-
dos. Chegamos a nossa vitória pessoal. Não existe algo mais misterio-
so e magnífico ao percebermos Cristo na nossa caminhada quando se
tem a experiência de ser uma lagarta rastejante. Com os nossos peca-
dos, desejando nos corrigir, nos lapidar, também sofreremos com Ele,
se deixarmos, por exemplo, de fumar, beber, enfim, qualquer vício, ten-
tação, qualquer pecado. Se você tiver o sentimento de vencer, sair da
sua pior desejar uma mudança de vida, em Cristo, conseguirá também
a sua vitória; fará você feliz e pode ter certeza que as pessoas ao seu
redor serão muito beneficiadas e felizes também. Se quisermos nos
converter realmente com Cristo, caminhando ao Seu lado, entregando
no Seu Sofrimento, no sofrimento de Cristo, tudo o que nos sufoca, nos
escraviza, impedindo de sermos mais, nós conseguiremos com Jesus.
Confie, por favor, em Quem deu a você somente o Amor! Deu a você o
Seu sangue. Deu a você a humilhação, os mais incríveis sofrimentos,
os mistérios de uma alma de puro Amor. O Inocente, o Santo Homem
morreu por você. Ele não tinha pecados; Ele era e é Santo. Sempre se-
rá. O filho unigênito enviado a Terra por Deus, no mesmo espírito divino
do Pai e por nós.
Saia da sua redoma de vidro, aquela que impede de acreditar na
realidade! Isso que estou a falar é real. O que se passa nas telinhas é
ficção. Viva a vida enquanto você puder e na realidade. A realidade não
é essa que você assiste nas telas. Por mais que procurem passar a
Verdade numa telinha para você, nunca será a verdade da sua própria
vida, do seu próprio caminhar, um caminhar livre, com Deus que te en-
volve, com Jesus Cristo que é companheiro de todas as horas e um
amigo exemplar. Saia da redoma de vidro fure essa bolha invisível e
passe a viver junto com as outras pessoas uma vida espiritual divina e
não a maléfica que estamos presenciando a todo o instante. Saia da
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redoma de vidro. Juntamente com os irmãos em Cristo você terá, senti-
rá o Tempo de Deus acompanhando a liturgia do dia, da semana, nos
diferentes Tempos que a Igreja Católica, juntamente com Jesus Cristo e
Sua Mãe, nos proporciona para a nossa salvação. Quaresma é um
Tempo muito forte quando você confia, acredita no que faz. Quando
você deixar de brincar a vida e for numa missa para realmente senti-la,
e não para olhar para os outros e ficar observando-os, deve viver a li-
turgia com gosto. Cantando sem vergonha do que os outros vão dizer
ou pensar. Sendo ali você. Quando você então cuidar do seu coração e
de sua mente, você encontrará Deus. Quando você se dirigir para a
Igreja sem desejar olhar o rosto do padre, criticá-lo, mas ver nele um
ser humano com direito a falhas como qualquer outra pessoa, você vi-
venciará a missa efetivamente. Quando você olhar para o sacerdote e
nele você perceber que é simplesmente uma pessoa, mas que deixou
tudo, sua família, seus bens e vive de doações, saberá então que ele
fez uma escolha na Vocação. Vocação é um Chamado de Deus para
ele, que optou pelo celibato. Uma pessoa obediente ao Papa e não po-
de sair fazendo o que bem entende. Uma pessoa que possui a autori-
dade de absolver qualquer pecado e tanto mais... Não me diga que vo-
cê não precisa. Nunca diga isso. Onipotente, Onisciente e Onipresente
somente Deus. Já existiu Lúcifer que desejou e deseja ser como Deus
pela soberba, pela inveja. Acredito inclusive que uma das razões do
mundo estar do jeito que está é por homens racionais apóstatas (recep-
táculos do vem do Mal), soberbos no poder, desejosos de status, do
poder e pelo dinheiro, desejosos de ser Deus. Sei o que você deve es-
tar pensando também, que existem padres que não deveriam estar nes-
ta vocação. Eu concordo. E convido você a mudar este estado de situa-
ção e além de rezar por eles, fazer o seu melhor, a sua parte no sentido
de não aceitar o estado de pecado deste sacerdote. É um direito e de-
ver seu ir à busca da santidade, do Sacerdote puro, fiel ao modo da
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educação da Mãe Virgem Santíssima está a pedir em Sua Obra. Olhar
e procurar o padre, o sacerdote puro e fiel a Jesus Cristo. Existem pes-
soas falhas; existe em qualquer seara, departamento da vida. Eu con-
cordo e eu vivenciei sacerdotes que não mereciam essa vocação. Eu
concordo, e eu vivenciei sacerdotes santos já aqui na Terra dos viven-
tes. Existem sacerdotes muito bons. Não nos compete julgar. A consta-
tação da existência do Sacerdote pecador ou qualquer pessoa não im-
plica em julgamento para um coração de amor. Implica consciência da-
quilo que é de Deus e pedido por Nossa Senhora de Fátima e do que
não é não vem de Deus.
Podemos compreender muitas situações, mas não precisamos
aceitar Sacerdotes pecadores. Dizer que não aceitamos é um direito de
quem é pecador e precisa da existência nesta face da Terra do santo
sacerdote, do sacerdote que opta por esta Vocação, a Vocação Sacer-
dotal, a mais nobre Vocação existente nesta face da Terra. Ajudar e
rezar pelos Sacerdotes pecadores, como a Mãe amada, nos pede. Por
isso, esse meu livro. Por isso, a minha preocupação. Por isso, sobretu-
do por isso, a preocupação da Mãe amada, Nossa Senhora de Fátima,
a Rainha da Paz. Ela sabe das piores falhas humanas, dos piores pe-
cados desses filhos e mesmo sabendo de tudo, como Mãe, Ela os ama
muito e quer dar Tempo de Conversão não somente para a Humanida-
de pecadora e sofrida, como também a esses seus filhos Sacerdotes
que traem, parte deles, a própria Igreja Católica. Nossa Senhora nos
pede para não julgar, para não criticar, pois “não será jogando vinagre
nas chagas abertas que vamos melhorar ou curá-las”. Mas é com a
nossa compreensão e amor. Quem somos nós para julgar? Será que
temos esse direito? Não. O que estamos nós fazendo como Igreja?
Compete a Deus o julgamento. Somente a Ele. Sei que é difícil, mas
não impossível! Essas situações são abordadas, e seriamente, no de-
correr deste livro.
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Quaresma. Tempo em que a Igreja usa a cor roxa, para indicar
Tempo de maior introspecção, de orações, de penitências, jejuns em
nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Vivemos as situações que ante-
cederão a Sua Paixão e Morte. A via de sofrimento D’Ele, tudo o que
Ele sofreu. Por isso, se acompanharmos juntos a Ele, também a nossa
entrega no sofrer por algum vício, algum apego que nos faz muito mal,
as dores que sentimos tanto físicas quanto as de cunho interior, se for
de origem espiritual maléfica, isso termina. Termina! Você acabará por
viver juntamente com Ele, a sua verdadeira Páscoa. Sim. Vivemos
Tempo da agonia, Tempo do sofrimento, mas Jesus Cristo não está
preso na cruz eternamente e você, querido, também não está. Você
poderá se tornar uma nova pessoa. É a sua Páscoa! É o direito que vo-
cê possui em vida, e para ganhar vida, vida em abundância, como diz a
Bíblia. Confie. Acredite.
Não existe pior prisão do que a prisão invisível. Aquela prisão que
ninguém vê. Aquela chaga interior que ninguém imagina você possuir;
você tanto sofre. Você caminha entre todos, você está bem vestida e
perfumada, no entanto totalmente destruída interiormente. Algumas go-
tas daqui e dali, alguns bálsamos você mesma cria inventa imagina fa-
zerem você conseguir se mantiver em pé. Não tem nem como falar com
alguém, muitas vezes, sobre o problema que a aflige, pois nem mesma
você consegue explicar o que sente. Mas sente e sofre. Sente e chora.
Você não pode falar porque nada é concreto, nada é palpável e não é
uma dor aguda que você possa gemer e chamar a atenção. Não existe,
a priori, um remédio para essa dor existencial, até você conhecer Deus
e Jesus. Você não tem feridas pelo corpo, não tem coisa alguma que
possa inclusive cheirar mal; no entanto, parece muitas vezes que você
possui lepra. Mas é o Mal invisível que lhe acompanha. Algo sem saber
explicar, mas existe. Algo como o ar que respiramos e que não se vê,
no entanto, é tudo de mais importante que temos para conseguir viver:
84
o próprio oxigênio. Foi assim comigo. Por isso, estou com você. Por
isso, juntamente com Nossa Senhora, a Mãe amada eu peço a sua con-
fiança em seu Filho Jesus Cristo. Quero, junto com você, o Tempo de
Deus que eu tive. Um Tempo de Misericórdia. Tempo este, concedido
por Nossa Senhora de Fátima; convida-nos para a conversão. Tempo
do qual a taça da Justiça Divina, como diz Nossa Senhora, está trans-
bordante, mas que Ela está segurando o Tempo para a chegada de
Cristo Jesus, Sua segunda vinda. Ela fala do tempo da purificação e da
grande tribulação. No decorrer desta minha obra, veremos sobre essas
questões da traição infiltrada na Igreja Católica. Enfim... Vamos juntos
acompanhar?
Quaresma. Tempo em que eu sinto com Ele. Penso no que Ele
passou no que Ele sofreu por nós e sinto muito. Muito mesmo. Há mo-
mentos nas missas, acompanhando a liturgia, em que choro ao sentir o
que Ele passou por nós, por Amor.
A Igreja Católica Apostólica Romana lança a Campanha da Fra-
ternidade deste ano, 2014; tem como Tema: “Fraternidade e Tráfico
Humano”; Lema: “É para a liberdade que Cristo nos libertou”. Sobre es-
se slogan da Campanha da Fraternidade, desejo deixar, meu querido
leitor, registrado, dando ênfase ao que disse anteriormente; não existe
pior escravidão do que a nossa escravidão interior. Uma escravidão
invisível, uma escravidão dos nossos pecados e estes, nos impedem de
darmos os passos na caminhada existencial. Realmente, o lema da
Campanha da Fraternidade teve como base uma citação feita pelo
Apóstolo Paulo, em uma carta a Gálatas, chega a Tempo! “É para liber-
dade que Cristo nos libertou.” Vivemos tempos muito difíceis. Muito!
Como Nossa Senhora nos deixa dito, o problema é a nível espiritual, e
sendo espiritual ele se manifesta concretamente em cada um de nós,
nas famílias, sociedade e de forma abrangente no mundo. Veja então,
como Nossa Senhora de Fátima nos alerta:
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“Satanás está a tramar de modo cada vez mais claro contra a mi-
nha Igreja. Ajuntou muitos dos meus filhos Sacerdotes, iludindo-os com
a falsa miragem do ideal marxista: o interesse exclusivo dos pobres;
um cristianismo empenhado unicamente na construção de uma socie-
dade humana mais justa; uma Igreja que se pretende mais evangélica
e por isso subtraída à sua instituição hierárquica. Esta verdadeira divi-
são da minha Igreja, esta verdadeira apostasia por parte de tantos dos
meus filhos Sacerdotes se acentuará e chegará mesmo à revolta vio-
lenta e declarada”. Página 109. (31 de dezembro de 1975) Última noite
do ano. Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora.
86
racional. Um pensador sem Deus e Jesus Cristo. Nunca Karl Marx
transcenderia numa visão mais profunda a dimensão espiritual de um
ser humano. Ele era ateu. Sem Deus, qual é a profundidade, a valia
desse pensador sobre o filho de Deus feito homem para trazer a única
missão fundamental da Sua vinda a Terra? A vinda de Jesus Cristo foi
morrer por nós para que N’Ele tivéssemos a Redenção; para a compre-
ensão e aceitação que é N’Ele, na Sua morte faz morrer também os
nossos pecados. Ou seja, é por meio de Jesus Cristo, Ontem, Hoje e
Sempre podemos fazer com Ele, N’Ele, a morte de nossos males exis-
tenciais espirituais maléficos. Pois Ele venceu a Morte, Ele Ressuscitou
para N’Ele encontrássemos a Paz interior tão almejada. Conquistamos
a Paz interior em primeiro lugar, junto; unidos seremos pessoas melho-
res. Mas existe quem não deseje isso. Sim, e como! Existe quem dese-
ja exterminar com Jesus Cristo, na Sua Divindade aqui na Terra. Mor-
rendo Jesus Eucarístico, toda a grande Luz, o Grande Farol se acaba.
E farol, além da luz emitida, é luz indicadora do caminho para quem se
sente desorientado. Jesus Cristo nos deixa dito claramente que Ele é o
Caminho, a Verdade, e Vida. Veremos sobre essa questão (quem são
‘eles’ que teimam em minar o Senhor dos Passos, Jesus Cristo), com
maior propriedade durante o seguimento no meu livro. Baseio-me, so-
bretudo, nas Mensagens da Mãe amada, na minha Bíblia Ave Maria,
nos meus dias de lagarta rastejante no qual tanto, tanto precisei de meu
Deus Amoroso e Misericordioso; cito pensamentos de diversos filóso-
fos, de textos ou trechos ao longo da minha caminhada existencial, en-
quanto fazia a Faculdade de Filosofia, eu copiava em folhas de ofício e
amarelecidas pelo Tempo não deixam de me acompanhar até os atuais
dias. A vida de alguns santos e santas foram as minhas inspirações
constantes na minha caminhada existencial. Para mim, Marx deixou um
rastro de discórdias, acentuando drasticamente os que possuem muito
e aqueles que não possuem. Fomentou uma visão horizontal em ver o
87
mundo somente na ótica materialista, criando as lutas de classes: pa-
trões e operários. O Homem — antes de lutar por alguma coisa, antes
de visar o materialismo, o capital, as grandes empresas — deveria ter
consciência em primeiro lugar da existência de Deus. Falo aqui, de
Deus da Verdade, nosso Deus Verdadeiro e não um deus! O deus tão
cultuado atualmente, o deus dinheiro. O capital. Não sou uma política.
Nunca gostei de política. A minha bandeira é puramente Nossa Senho-
ra e sei o quanto Ela deve chorar e padecer pelo Seu filho, pela obscu-
ridade, pelo desejo de homens racionais em ofuscar a Luz, o Brilho Di-
vinal de Nosso Senhor Jesus Cristo, meu Irmão, seu Irmão; meu Amigo
e meu Companheiro. As minhas colocações se referem à Mãe Celeste;
e o meu testemunho de vida, no que se relaciona com o espiritual malé-
fico e divino e que se materializam; os acontecimentos vão se evidenci-
ando aqui mesmo, nas relações que mantemos uns com os outros. Re-
pito um trecho da citação acima:
“Satanás está a tramar de modo cada vez mais claro contra a mi-
nha Igreja. Ajuntou muitos dos meus filhos Sacerdotes, iludindo-os com
a falsa miragem do ideal marxista: o interesse exclusivo dos pobres;
um cristianismo empenhado unicamente na construção de uma socie-
dade humana mais justa”.
“Na realidade, ela é invadida por uma falta de fé cada vez maior,
que difunde por toda a parte a grande apostasia. Muitos Bispos, Sacer-
dotes, Religiosos e Fiéis não acreditam mais, já perderam a verdadeira
fé em Jesus e no seu Evangelho. Por isso, a Igreja, deve ser purificada
com a perseguição e o sangue. Na Igreja, entrou, também, a divisão, a
desunião, a luta, o antagonismo. As forças do ateísmo e da maçonaria,
infiltradas no seu interior, conseguiram romper sua unidade interna e
obscurecer o esplendor da sua santidade. Estes são os tempos predi-
tos por Mim, em que Cardeais se opõem a Cardeais, Bispos a Bispos,
Sacerdotes a Sacerdotes, e o rebanho de Cristo é dilacerado por lobos
vorazes, que se introduziram sob as vestes de inermes e mansos cor-
deiros. Entre estes, há, também, alguns que ocupam lugares de grande
responsabilidade e, por meio deles, satanás conseguiu penetrar e atuar
no próprio vértice da Igreja. Bispos e Sacerdotes da santa Igreja de
Deus, como é grande a vossa responsabilidade! Deus está prestes a
89
pedir-vos conta de como administrastes a sua vinha. Arrependei-vos,
pedi perdão, reparai e, sobretudo, voltai a ser fiéis à tarefa que vos foi
confiada”. Página 530. Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Se-
nhora.
“Caros Amigos,
O Ministério da Cultura faz de conta que não sabe de nada, que não lê
93
nada, que não se informa de nada...
Mas...
...patrocina blasfêmias contra Nosso Senhor Jesus Cristo...
...agride a Fé da imensa maioria do povo brasileiro...
...usa o seu e o meu dinheiro para ofender nossa Religião...
...e se esconde atrás de um silêncio e de uma surdez, que não ouve o
clamor de 32.000 pessoas que já se manifestaram pela Internet contra a
peça blasfema Jesus Cristo Super Star.
O Ministério da Cultura também não acompanha os jornais, nem as Redes
Sociais. Não leram as inúmeras notícias e manifestações de apoio à nossa
Campanha e da indignação daqueles que tem verdadeira Fé.
Um silêncio cúmplice do pecado que estão patrocinando, com o nosso
dinheiro, a partir do dia 14 de março, lançamento da peça blasfema Jesus
Cristo Super Star.
A sorte deles é que nosso protesto é pacífico, e continuará sendo, dentro da
lei e da ordem.
Se fôssemos 32.000 muçulmanos, talvez eles não tivessem tanta sorte
assim.
Vejam o que aconteceu no poderoso EUA, com um vídeo que saiu no
Youtube que, segundo a notícia, “foi considerado ofensivo aos muçulmanos
e gerou violentos protestos em partes do Oriente Médio e ameaças de
morte aos atores”.
Se você leu a notícia, eu nem preciso comentar. Você mesmo tirará as
conclusões.
Tudo errado.
Errado os muçulmanos ameaçarem de morte os atores, errado o Tribunal
americano acatar apenas esse protesto, mas não acatar protestos de
católicos contra vídeos do Youtube (centenas, talvez milhares), que
zombam da Religião Católica e dos sacramentos.
Para nós, católicos, usam o argumento de que não se pode exercer
qualquer tipo de censura.
Já para os muçulmanos… a coisa é um pouco diferente. Fácil de imaginar
94
por quê.
Vamos continuar nosso protesto pacífico e ordeiro, mas ativo e
incessante, contra a peça blasfema Jesus Cristo Super Star que vai
estrear em São Paulo no próximo dia 14. Com o patrocínio do Ministério da
Cultura e... com o já misterioso silêncio das autoridades religiosas.
Se você ainda não assinou a Petição-Protesto, clique aqui, agora mesmo,
por favor.
Se você já assinou
reenvie este e-mail
a todos os seus amigos.
É urgente.
Temos poucas horas.
A peça será lançada em São Paulo. Mas se não houver protestos no Brasil
inteiro, essa blasfêmia percorrerá todo o País. Todos temos que assinar
essa Petição.
Nosso Senhor Jesus Cristo, que a tudo vê, saberá recompensar esse seu
ato de amor com muitas graças especiais.
Em Jesus e Maria,
Por Ela, por amar Maria, a Mãe de Jesus, nosso Salvador e Re-
dentor, que me faço estar aqui para você e procuro ser para você, jun-
tamente com Ela, que nos garante:
97
queno e singelo presente eu faço chegar até você, o símbolo da Filoso-
fia, está marcando o Tempo em que tudo está por ser consumado”. Vo-
cê, pessoa próxima me presenteou, e todas as demais, nunca esqueci-
das. Todas e todos, nunca esquecidos no meu coração de amor. Ela
está voando. Voando de avião. Muito agradecida, minha amada. Uma
felicidade com mesclas de gratidão, de reconhecimento, de entendi-
mento, que por merecimento depois de um trabalho árduo, mas não
impossível, nesses três anos de dedicação, amor, paciência, a minha
obra também nasceu. E sim, eu me acho merecedora desse elemento
que enxerga no escuro. Que é o símbolo da minha caminhada existen-
cial. Ah! Esse Tempo! Sempre Tempo! Assim tem sido para mim. Mais
uma vez eu vejo a mão de Deus, a Sua Providência Divina a nos acom-
panhar. Meus agradecimentos humildemente, pois sei que tudo, mas
tudo mesmo chega nas Graças de Deus Pai. Desejo a Justiça Divina,
mas aprendi a equilibrar os meus sentimentos com os meus divinos.
Desejo a misericórdia em nome de Deus Pai e de Nossa Senhora, a
Rainha da Paz; esperando de cada um a conversão para que, finalmen-
te, numa continuação na caminhada existencial da Humanidade, conti-
nue a se estender pela face da Terra a Misericórdia de Deus pela inter-
cessão de Nossa Senhora de Fátima, a Rainha da Paz.
98
Capítulo II
Parte 1
99
Tempo Lagarta, Um Tempo Casulo, Um Tempo Borboleta”. Fiz poucos
exemplares e distribui para alguns poucos amigos e parentes. Desejo
que este livro se faça um pouco mais objetivo; entretanto, aqui também
me sinto na vontade de me apresentar a você; como a minha história
está atrelada ao espiritual de Nossa Senhora, embora Ela em âmbito
maior os meus sinais existenciais são aqui deixados.
O que leva uma pessoa como eu dizer que doa sua vida como
uma soldadinha do exército de Maria? Quais motivos eu teria para lutar
ao lado da Mãe, continuar o trabalho do padre Stefano Gobbi, dando
meu sim? Diria que fundamentalmente o amor, como filha de minha
Mãe celeste. Fundamentalmente, o amor, como filha de minha mãe ter-
rena. Fundamentalmente, o acreditar em Nossa Senhora, porque en-
contrei consonância no que Ela disse nas Suas Mensagens com a rea-
lidade do Mal no qual vivia. Mais do que me fixar no horror do Mal, o
meu desejo de juntamente com Ela procurar ajudar aos outros que pos-
sam se sentir escravizados, tanto quanto eu me senti. Mais do que me
fixar no horror, o acreditar na Mãe, no amor que sinto por Ela, enten-
dendo o Seu poder junto a Deus Pai; fixei-me então no que Ela deixa
para nós, como esperança. E se aqui, neste livro, pontuo a existência
do Mal, é para dar o meu testemunho; acima de tudo buscar Deus e
Seu Filho Jesus Cristo e Nossa Mãe Santíssima como esperança de
um mundo melhor.
Nossa Senhora nos confirma; Ela confirma Sua vitória, dizendo-se as-
sim:
Fica claro neste trecho, um dos tantos apelos, que Nossa Senhora
102
faz contar com todos, ao se consagrarem a Seu Imaculado Coração,
faz contar conosco como fiéis para ser exército Dela: “exército invencí-
vel” ou também, “meu exército fiel”, o meu “Grande Exército Branco”.
Segundo Nossa Senhora, então, Ela continua a nos dizer:
“Quero voltar para o meio dos meus fiéis, porque é com eles, em
torno dos meus Sacerdotes, que Eu quero formar o meu exército in-
vencível”.
105
em prática.”
“Com este Livro vos ensino a viver a consagração ao meu Coração
Imaculado, com a simplicidade das crianças, em espírito de humildade,
de pobreza, de confiança e de filial abandono.”
“Anunciei-vos o triunfo do meu Coração Imaculado no mun-
do. Por fim o meu Coração Imaculado Triunfará. Isso acontecerá
no maior triunfo de Jesus, que trará para o mundo o seu glorioso
reino de amor, de justiça e de paz e fará novas todas as coisas.”
“Escancarai as portas a Cristo que vem a vós na glória. Vivei a
107
e a água toma conta do navio. Eu observava num curto tempo de meni-
ninha para a imagem da cobra aos pés de Nossa Senhora do Imacula-
do Coração de Maria; a Mãe, em toda a Sua delicadeza, pisava a cabe-
ça daquele animal, com Seu pezinho — percebia naquele gesto, perce-
bia, naquele símbolo, que Ela tinha o poder sobre o apresentado ali. O
poder sobre o Mal. Eu olhava para aquele doce rosto de Mãe bondosa;
o lugar quase santo, uma capela da escola de freiras; Ela queria dizer
que havia sim, algo ruim, e esse algo ruim estava em cima de um globo,
nossa Terra, mas que Ela estava acima do globo também, e tinha, sim,
Seu poder de prender aquele animal, representação do Mal, com Seu
pezinho. Por isso me disponho a ser uma soldadinha do exército de
Nossa Senhora; fiel a Ela, filha Dela, para combater o Mal. No Tempo
de criança Ela me mostrava que havia um Mal.
Foi ponderando sobre essa dimensão da existência do Mal nas
Mensagens reveladas na Obra de Nossa Senhora, na Bíblia, na vida,
passara ao reconhecimento real do espiritual maléfico. Eu passara a
acreditar nesses conhecimentos teóricos e práticos; eu observava os
acontecimentos circundados sobre a minha mãe terrena do espiritual
maléfico da umbanda, como também a mim mesma e a outros mem-
bros familiares e assim foi o espiritual divino interiorizando-se em mim
para fazer eu, o meu melhor e sair daquela escravidão.
Essa vontade pela Verdade foi tão escondida da minha própria mãe
amada, me faz lutar num desejo pela propagação da informação: cui-
dado! Alerta, querido, você possuindo a sede de Justiça e de Verdade!
E... Nunca esqueçamos a misericórdia, pois precisaremos. Estamos
nesse Tempo! Convido você a se juntar ao exército de Nossa Senhora
formando assim o exército dos fiéis consagrados a Ela: o “Exército
Branco”, como Ela nomeia também, Seu exército invencível.
108
109
Capítulo II
Parte 2
111
do chegamos a encontrar Deus, Jesus Cristo, minha Mãezinha, minha
família celeste, como costumo chamar, encontramos a Paz! Havia mu-
dado. Tive meu ancoradouro. Uma corrida existencial, uma busca cons-
tante, um vazio existencial; senti-me completa quando Deus, Nossa
Senhora e Jesus se apresentaram para mim. Já não me sentia a mes-
ma do passado, quando o vazio existencial, a falta de sentido na vida
foi companhia. Agora, com Eles, minha família celeste, fui preenchida
nas minhas necessidades para dar sentido à vida. Encontrei-me com
um amigo, um irmão, nesse Tempo, através da necessidade de encon-
trar uma mínima palavra que fosse e chegasse ao meu coração. Por
isso, Santo Agostinho, irmão espiritual divino, chegava pontualmente
nesse encontro de alma. Não encontrava em pessoas as que me cer-
cavam como conversar certos assuntos espirituais, porque os assuntos
tratados por elas eram os do mundo, os triviais, do cotidiano. Ao longo
da jornada, meus irmãos, meus amigos, foram os livros, as leituras que
ajudaram a me dar alicerce, enriquecimento para poder sanar minhas
indagações interiores. Deus Amoroso e Misericordioso olhou para a mi-
serável lagarta, no seu Tempo lagarta; rastejava e mendigava batendo
em algumas portas. Deus enviou pessoas maravilhosas, raras, neces-
sárias em minha vida. Isso me faz pensar também na dialética falada
por mim. Será você, uma dessas pessoas afastadas do raro? Sente,
possui seus sentimentos, mas não tem com quem conversar sobre o
espiritual? Falo do raro, porque, na minha caminhada existencial à pro-
cura de respostas para as minhas indagações, procurava por padres,
por exemplo, procurava por um em especial que me escutava com toda
atenção, respeito e carinho. Mais tarde, ele foi embora porque assumiu
o posto de bispo em outro Estado. Continuamos amigos e ainda lhe fiz
visitas. Como é extremamente ocupado, não posso dispor de seu tem-
po. Mas sei que há entre nós alguém; Ela permanece como grande in-
tercessora: Maria, nossa Mãe amada. Esse amigo, padre e depois bis-
112
po, ama muito Nossa Senhora e São José. Eu costumava levar flores
para ele; ele as deixava num vaso com água e dizia-me:
113
“As mudanças e o crescimento ocorrem, quando uma pessoa se
expõe e torna-se envolvida com a ideia de experimentar a própria vida”.
115
Capítulo II
Parte 3
118
no curso de Filosofia, a folha quase em branco e ter que buscar os pen-
samentos; estranhava muito aquela responsabilidade, e a noção real
batia à porta; eu deveria realmente entender o assunto proposto, para
então dissertar sobre ele e não escrever bobagens. Fazia minhas per-
guntas, mesmo sendo elas ingênuas, mas desejava no meu esforço,
entender certos assuntos, no curso na Faculdade de Filosofia. Gostava
de sentar nas primeiras classes, pois dessa maneira nada desviava a
minha atenção. De certa forma, não foi tão bom, pois não tinha tempo
para fazer amigos; mesmo assim, os tive ali dentro. A Faculdade possu-
ía muitos seminaristas, que se preparavam para depois continuar os
estudos em Teologia. Na minha sala de aula, havia pouquíssimas mu-
lheres. A grande maioria era constituída de estudantes homens, futuros
padres.
Sempre gostei muito do dia do meu aniversário. Sempre gostei de
receber abraços e beijos pela passagem do meu aniversário. Nunca
vou esquecer que, em um desses anos na Faculdade, anunciei aos
meus colegas sobre o dia do meu aniversário. Queria receber abraços.
Nesse Tempo eu estava recebendo certa influência da pessoa certa e
ele dizia que se para mim era importante isso, por que não pedir? Qual
a vergonha de demonstrar algo assim? Pensava que sim, ele tinha ra-
zão. Afinal, era sentimento bonito, nada de errado teria nisso. Nesse
Tempo, passava por grande solidão e não sabia quem da família viria
para ver-me em casa ou para pelo menos telefonar-me felicitando pelo
meu aniversário. Meu amigo especial sabia da minha vida solitária e
andava tão sofrida... Foi então, que sem vergonha nenhuma, anunciei
aos colegas de aula sobre o meu dia e que queria abraços deles. Nun-
ca recebi tantos abraços em minha vida. Nunca! Os colegas fizeram
uma enorme fila para me abraçar, desejar-me felicidades. Eles não
imaginavam o bem que me fizeram. Serei eternamente grata pelo dia
especial do qual tive, recebendo os calorosos abraços dos meus cole-
119
gas de aula da faculdade. A solidão era tanta que, paulatinamente, ia
compreendendo na alma, sentindo em meu coração, o quanto um abra-
ço bem dado é importante para um ser humano. Era calor, era afeto! E
assim, minha pessoa certa chegava com livros especiais e alimentaram
minha alma, davam-me vida. Um dia, ele chegou com um livro perfu-
mado dentro de uma capa dura, diferente, parecia um vídeo cassete
daqueles antigos. Lindo! Perfumado! O livro era embutido numa capa
dura e toda florida, cujo nome era “A Linguagem das Flores”. Que lin-
das! Que lindas páginas ilustradas com flores e poesias; acompanha-
das pelo perfume Penhaligon’s Tesouro Perfumado em Prosa e Verso.
E na última página deste livro tão lindo, tão valorizado por mim, Sheila
Pickles deixara assim:
“Você melhorando,
O mundo melhora.
Você piorando,
O mundo piora.
Você tornando-se mais santo,
O mundo inteiro é santificado.
Todos lucram com você,
Ou todos perdem com você.”
123
Capítulo II
Parte 4
Novas Vidas
Ali, naquele lugar sagrado para mim, Deus, ainda não existia em
minha vida, Jesus Cristo também não existia e minha Mãe, Nossa Se-
nhora (Esquecida num Tempo), se fizeram apresentar na presença de
quem fez caridade. Esta pessoa se doava sem nada me cobrar. Estava
acostumada com terapeutas; eles dão atenção, mas devemos pagar.
Quando conheci a pessoa especial descobri no Tempo que, também
124
ele era terapeuta. Acima de tudo eu ganhara um amigo e não um tera-
peuta. A Vida me presenteava com esse homem. Fazia exatamente o
que Jesus Cristo deseja que façamos, o “Amai-vos uns aos outros co-
mo Eu vos amei”, e num outro provérbio judaico, diz: “Não se ama a
Deus, sem antes amar o homem”, ou ainda “Faça o Bem sem Olhar a
Quem” — fui cativada. Isso foi assim para mim. Isso teve significado
para mim. Fui me sentindo como despertada e liberta. Senti-me como
se o Universo inteiro conspirasse a meu favor. Sentia que a vida fluía
como um rio precisa abrir suas comportas para a água poder seguir seu
caminho. Fui extremamente ajudada quando mais precisava; obtendo, a
Tempo de Deus, como costumo dizer, a pessoa para me escutar. Dei-
xava meus filhos no colégio Marista, pela manhã; estavam iniciando as
primeiras séries. Continuava meu trajeto para assistir minhas aulas na
Faculdade. Quando avistava o carro estacionado na frente do prédio,
sabia que a pessoa especial estava lá. Um dia criei coragem e sussurrei
dizendo assim: “O meu amor está aí”.
Com que alegria quase corria para receber o modo especial de
seus abraços. Ele era assim. O jeito de ele abraçar era sentido por
aqueles que tinham a capacidade de perceber, de sentir também como
algo a mais. Era sentido real. Era verdadeiro. Era autêntico. Das ajudas
da minha pessoa especial poderia ter dado, não existiu calor maior para
uma plantinha puder vingar do que seus abraços pelas manhãs quando
chegava à Faculdade. Perfeitos remédios a conta-gotas! Os abraços
são inesquecíveis! Fui aprendendo a dar abraços assim também. Que-
ria passar aos outros aquele modo de ser querido, autêntico, de viver a
vida. Não ter vergonha de ser eu mesma. Aqueles abraços eram o re-
médio a conta-gotas que recebia sempre pelas manhãs quando nos
encontrávamos. Quando falo nos abraços dele, como remédio a conta-
gotas, porque na autenticidade do carinho, do calor daqueles abraços,
realmente foram o tempo à cura dos meus males, somando-se ao en-
125
contro da minha família celeste. E ele me escutava, ele via meu rosto
coberto pelas lágrimas de tanta tristeza. Uma tristeza que parecia não
ter fim. Uma tristeza sem esperança alguma; uma tristeza na qual não
via a luz no fim do túnel, no que estava passando, e na sua companhia
testemunhava aquele sofrimento que se passava naquele seminário
durante o curso de Filosofia. Nossas caminhadas pelas estradinhas da
Faculdade e pelos jardins dela foram providenciais para o meu bem.
Concomitante à pessoa especial me ajudou na vida quando mais preci-
sava, recebi convite de uma senhora; conhecera minha mãe, pois ela
fora inquilino num dos apartamentos de um prédio construído pelos fun-
cionários de meu pai. Este convite foi feito quando nos encontramos na
rua e perguntara se queria participar do grupo de oração da Renovação
Carismática Católica; havia na igreja matriz da cidade onde nasci. Essa
pessoa é muito católica. Eu não tinha a mínima noção sobre a Renova-
ção Carismática Católica, mas aceitei sim. Estava muito mal e precisava
respirar. Nem sempre conseguimos carregar no bolso quem muito gos-
taríamos de estar conosco. Certamente, não funciona assim. Quando
tinha a pessoa, a pessoa especial, o amigo querido para conversarmos
na Faculdade de Filosofia, era algo maravilhoso, pois ele me transmitia
paz, mas ele partia... Eu ficava na minha solidão... Então, na espera
das manhãs de quase todos os dias e dos após sábados e domingos,
ficava a saudade, a falta do homem especial, e tinha muito a lutar por
mim mesma se quisesse me manter em pé. Quando com ele, chegava
a bocejar ao seu lado; chegava a sentir um soninho bom. Na verdade
era relaxante estar ao seu lado, caminhar por entre os passeios floridos
da Faculdade. Ele era e é muito tranquilo com relação à vida. Passava
e passa para mim confiança, bem estar, paz, segurança... Ele gostava
de tirar fotografias das flores e depois de reveladas me fazia presente.
Se pudesse, o carregaria no bolso. Andava tão absorvida em proble-
mas, nos meus sofrimentos, que, pela primeira vez, ao lado dele, cami-
126
nhando com ele pela Faculdade, nos jardins floridos das rosas cuidadas
pelas freirinhas (acredito que eram elas a cuidar) e cuidavam tão bem,
percebi a existência das borboletas em plena Estação de Outono. Pen-
sava eu na existência das borboletas somente na primavera. Pensava
assim, pois os livros didáticos, alguns deles, traziam as flores, variadís-
simas e coloridas lembrando a primavera, e geralmente traziam também
com as borboletas, como ilustração. Associava as flores, borboletas,
primavera. Não vivia o mundo. Não saia de mim; vivia problemas, preo-
cupações, tristezas... Esse era meu mundo. Era ali, no livro didático dos
meus aluninhos, eu via as borboletas e as flores e pensava na existên-
cia das borboletas só na primavera! Um mundo sofrido, com preocupa-
ções constantes e sem Deus. Esse era meu mundinho, o da teoria. Não
tinha vivências, experiências de vida, e a nuvem cinza dos problemas
não me deixara observar melhor o mundo e as borboletas. Segundo
meu amigo querido, minha pessoa certa ali, naquele episódio da minha
admiração em ver as borboletas brincando à nossa frente em plena Es-
tação Outonal, ele percebeu o meu retorno a Vida. Ele quis dizer final-
mente comecei a sair do meu casulo; passara a olhar para fora, além
de mim mesma, ao meu redor. Deslumbrada, admirada, passei a me
dar conta das borboletas e surgiam não somente na Primavera, mas em
plena Estação do Outono; elas brincavam e muitas diante de nós. Não
existia isso em minha vida, uma pessoa tranquila com quem pudesse
conversar ou me escutar sem pagar. Ele tinha uma voz suave, tom bai-
xo; sinceramente, nunca tinha estado ao lado de uma pessoa assim.
Quando não estava com ele, era muito, mas muito triste. Sentia-me só.
Passei a sentir necessidade de Deus, de Jesus Cristo e de Nossa Se-
nhora, e meu sábio amigo parecia saber disso. Parecia ler a minha al-
ma. Eu tinha uma frase retirada do livro de Malba Tahan, para meu ca-
derninho universitário, Sob o Olhar de Deus, página 23, Imitação de
Cristo. Dizia assim:
127
“Em Deus deveria o homem de tal modo firmar-se que não preci-
Serviu para eu refletir sobre como ter sim, um amigo certo; entre-
tanto, não deveria mendigar amor; afinal, já havia batido em tantas por-
tas frias... Esse pensamento me fez refletir sobre mim, como vivia mi-
nha vida. Amaria, sim, tê-lo comigo vinte e quatro horas do dia, nos tre-
zentos e sessenta e cinco dias e seis horas do ano; entretanto, sabia da
importância do amigo nas suas realizações legando à humanidade; sin-
ceramente teria vergonha de mendigar amor a quem mais gostaria de
ter o seu amor. Mas já passara por tantas situações no que se refere à
falta desse sentimento nobre, mas tão pouco valorizado... Aquele amor
ali não deveria ser conquistado através da mendicância. Mas era forte,
sem dúvida! Muito forte!
Na Faculdade de Filosofia, tinha uma grande capela e, nela, traba-
lhada na parede, uma enorme Nossa Senhora toda branca, creio que o
material seja azulejo. Uma pessoa se referiu àquele trabalho como feito
todo em blocos de azulejos brancos. Nós meu amigo e eu, caminháva-
mos pelos corredores longos, pé direito muito alto. De quando em
quando, ele tocava nos pés de Jesus Cristo, imagens que tinham espa-
lhadas pelos corredores da faculdade e dizia: “Este foi um grande ho-
mem”. Eu mexia com a cabeça assentindo. Às vezes, ele tocava a mão
no coração de Jesus Cristo e dizia qualquer coisa linda e importante
sobre Jesus. Ele sabia o quanto eu precisava Deles. Também entráva-
mos na capela para ver Nossa Senhora e eu aproveitava para fazer
meus pedidos e as lágrimas teimavam em surgir. Vivia momentos muito
ruins e na solidão. Ele me observava quieto sem nada me dizer.
Uma vez, um dos meus professores da Faculdade nos deixou à
vontade na sala, pois colocara vários livros nas classes para podermos
olhar, escolher para atividades, algo assim. Nesse instante surgiu uma
128
situação. Fui sendo conduzida, como levada por um ímã, no qual um
objeto se prende a ele, fui caminhando até a capela grande do seminá-
rio, a mesma onde a Nossa Senhora branca, feita em blocos de azule-
jos, estava. Sentia uma tristeza infinita... Ao entrar lá, lugar grande e
frio, não lembro uma única vez de ter visto vasos com flores. Era raro
avistar alguém lá dentro. Falo dos dias comuns, durante a semana. E
naquele dia não foi diferente, exceto que nem percebi Nossa Senhora
toda branca na parede da capela. Não cheguei até Ela. Continuei à en-
trada como autômato, como um ímã fui sendo conduzida para uma das
portas laterais abertas, a porta da esquerda. Entrei numa salinha. Olhei
para a direita da parede desta salinha e avistei a imagem de Jesus Cris-
to na cruz, tamanho médio, Ele preso e pregado na cruz. Mas ao obser-
var os seus pezinhos presos por uma corda, dessas cordas que não
são barbantes finos, mas corda de sisal não muito grossa; eu passara a
sentir um sofrimento sem fim... Como se tivesse sentindo a dor do so-
frimento de Jesus Cristo. Além de tudo o que Cristo passou na cruz,
não bastasse todo Seu sofrimento, ainda, por alguma razão, aquela
corda prendendo seus pezinhos... Parecia que era eu querendo cami-
nhar e sem poder caminhar. Alguém querendo impedir a caminhada...
Comecei a falar alto enquanto chorava, chorava... Não podia parar de
chorar e de falar com Ele, e chorava... “Por que fizeram isso com você?
Por quê?” - Eu quase gritava falando e chorava ao ver aquilo. Já não
chega tanto sofrimento, meu Deus? Como aquilo me chocou tão pro-
fundamente! Fiquei imaginando tantas coisas... Imaginei uma brincadei-
ra de mau gosto. Imaginei pudesse a corda estar ali porque a imagem
precisava ser segura. Quem sabe se destacou alguma coisa e prende-
ram os pés com a corda? Mesmo assim, considerava em meu sofrimen-
to junto com o Dele. Nunca uma pessoa poderia colocar uma corda nos
pezinhos de Jesus Cristo, pois para mim isso não se faz com a imagem
Dele. Achei de uma péssima falta de cuidado, de sensibilidade, de
129
amor, de respeito para com Ele. Ou... Alguém tinha entrado e feito al-
gum daqueles trabalhos macabros, bem ali dentro do seminário?! Claro
que não seria de duvidar! Sabia dos muitos trabalhos dessa natureza
realizados do lado do espiritual maléfico, na cidade menor era comum o
fazerem. De qualquer maneira, estava sofrendo muito com Ele, com
Jesus Cristo. Sofria muito com Ele. Enxuguei meu rosto e retornei para
a sala de aula. Percebi meu professor me olhar e depois desviara o
olhar quando entrei na sala. Não sei se percebeu meu estado deplorá-
vel.
Assim caminhei a vida... Num Tempo. Num grande mar de sofri-
mentos... Como encontrar o Grande Amigo com o Seu Grande Sofri-
mento me ajudou a ver que não estava só! Não estava não! Mas... A
mesma pessoa a estar aos seus pés, aos pés de Cristo naquela sala,
olhando-O, cheia de dor e sentindo um sofrimento tão intenso, era a
mesma ao entrar para a Faculdade cética, chamando-O de vítima.
Quando entrei na Faculdade, estava sentada na minha cadeira,
displicentemente, na sala de aula. Tinha alguns colegas ao meu redor;
nem sei se escutaram a breve observação que fiz. Breve, mas realmen-
te contundente, assim estava sendo conduzido meu olhar para Cristo.
Olhei para Jesus Cristo no crucifixo diante de mim, preso na parede,
pois em cada sala de aula havia um deles. Olhei para Ele com um mo-
do de pensar cético de uma pessoa que fazia terapia há muitos anos e
disse: “Ele se faz de vítima!”
Essa palavra “vítima”, hoje, para mim, é insuportável. Não aceito.
Assim como chamar uma pessoa de “carente”. Ambas indesejáveis,
porque acredito realmente no sofrimento de um ser humano. Acredito
que a tal carência deveria ser dita com todas as letras: ela sofre de falta
de amor! E se sofre de amor, por favor, vamos deixá-la feliz dando-lhe
amor. Sofre muito? Procure o Grande Amigo. O amor terreno não funci-
ona? Dá-lhe o remédio espiritual divino.
130
Vítima= extremo sofrimento ou sofrimento.
Carência= falta de amor.
Naquela época, estava colocando em dúvida a existência de Je-
sus Cristo como uma pessoa que tivera realmente Amor de Verdade;
Amor que O levou à morte na Cruz! E Aquele Amor foi para nos salvar:
Ele, o Salvador, o Messias enviado por Deus Pai. Eu não O via assim.
Pois sofrer por sofrer, pensava eu, também sofria muito. Não ficara eu
uns onze anos fazendo terapia entre quatro paredes de consultório so-
mente chorando? E, por último, não estava eu endeusando os psiquia-
tras achando-os donos da verdade?
Verdadeiramente? Estava ficando tão árida, mas tão árida, per-
manecendo tantos anos em terapia, chorando, sem efeitos; passara a
equiparar então o meu sofrimento com o de Jesus Cristo. E Ele? Fazia-
Se de vítima! O preço levado na vida foi aquele ser conduzida até Ele
naquele estado de sofrimento no qual me encontrava; vendo-O ainda,
naquela imagem com a corda prendendo Seus pezinhos, tocando-me
tanto na alma, me pegando em um momento de extremo sofrimento e
fragilidade, como para me mostrar, você percebe agora? Percebe a que
ponto nós chegamos? Eu e você? Fui necessitando cada vez mais de
ajuda, fui me aproximando cada vez mais Dele, nas missas, nas leituras
escutadas nas missas, na Eucaristia, adquiria gradativamente forças;
encontrei lenitivo para a minha vida na defesa do Mal dentro de mim,
meus pecados; fora de mim, do Mal de quem viesse. Tudo valeu o em-
penho, entende? Tudo valeu o esforço. Porque minha vida foi mudando.
Entendi o que é um cético, um debochador, um descrente, e havia che-
gado a minha hora de me dobrar a Ele: Jesus Cristo. Senti a real impor-
tância Daquele Homem. Senti a libertação interior através de Jesus
Cristo. Sentia as amarras invisíveis saírem aos poucos de mim. Entendi,
sim, que Ele existia para que Nele pudesse contar; tinha realmente Al-
guém nesse mundo que pudesse me salvar e que Ele estava próximo à
131
intensidade do meu sofrimento. Graças a Deus! Ele foi me libertando
espiritualmente na vida. Dava-me conforto, confiança naquilo do qual eu
escutava nas leituras bíblicas; libertara-me dos juízos, dos conceitos
poderosos que são colocados por muitos médicos psiquiatras nas pes-
soas.
Meu Bom Jesus amado! Eu tive meu companheiro de dor, de so-
frimento, pois quem iria compreender a dimensão da minha dor, conhe-
cer meus pensamentos, meu coração em todos os meus momentos
existenciais? Ele, somente Ele: meu Bom Jesus. No espiritual divino
estava sendo atendida e no plano terreno tinha meu amigo querido es-
pecial em nossos encontros pelas manhãs, naquele lugar, para mim,
sagrado. No Sonho do País da Paz, na Estrela de Bárbara me deixava
levar... Precisava de poesia, precisava sonhar, precisava respirar... Vo-
cê poderá indagar talvez se eu contava essas situações, essas vivên-
cias para os meus filhos? Não. Como falar algo assim para os peque-
nos? Que entendimento eles teriam? Marido? Já não estava mais com
quem casara no civil e pais dos meus filhos. Divorciamo-nos. Amigos,
parentes? Não os tive por perto. Com a separação passaram para o
lado de lá ou todos tinham muitos problemas para resolver. Por último,
há tipos de assuntos que devemos saber quem procurar para tratar.
Buscava o padre querido para me escutar, no mesmo local onde vivia
minhas dores e alegrias, no seminário. Alguns, para certas pessoas,
pensavam como uma mulher tão bonita poderia ser tão triste... Não faz
muito, um parente me contou que alguns diziam isso de mim na cidade
menor. Para outros, ela não era normal! Ou... Era louca! Palavras ba-
nais empregadas tão repetidas vezes nesta vida com as mais variadas
conotações, como quantas vezes se bebe água. É a concepção do
normal e do anormal vigente. O normal a muitos, é ter constantemente
uma piadinha idiota para contar, as conversinhas superficiais de Face-
book trazidas para o cotidiano, e vice-versa, ou ficar por dentro das te-
132
lenovelas e outros programas idiotas para ter o que comentar com os
amigos, ficar informado e repetir como papagaio, reproduzindo o que
ouve. Mas nada de mais profundo, de leituras sólidas importantes, do
amor profundo, sólido, da procura de valores autênticos... Do comentá-
rio de bons livros... Vidas de pessoas realmente de peso... Até a pala-
vra “amigo” é vulgarizada. Qualquer um se permite chamar a outro de
amigo, e o amigo de verdade, na essência se dilui... Nesse mundo.
Você já pegou a Bíblia no livro Sabedoria, Eclesiástico, Eclesias-
tes? É lindo demais! Se você começar a ler, verá o que realmente se
entende por amigo ou se o seu amigo é amigo de banquete, isto é, apa-
rece na hora da oba, oba... Será que quando você mais precisar do seu
amigo você o encontrará? Pois é; é assim que — quando se está no
fundo do poço, no túnel sem luz, e a luz no final dele nunca parece sur-
gir, mas nesse mar de lágrimas e sem luz, aparece alguém que lhe es-
tenda as mãos, na vida — você saberá quem é seu amigo. Porque en-
quanto você estava padecendo o seu inferno existencial, mas desejan-
do tanto, mas tanto sair dele, não vê em quem encontrar seu refrigério,
os amigos de banquete continuam suas caminhadas existenciais e você
deverá ser forte o suficiente para sair daquela situação. Pode contar
com Ele! Pode contar com a Mãe! Ambos para nós: Jesus Cristo e Nos-
sa Senhora, Maria.
“Tia” para cá e “tia” para lá... Outra expressão usada com tanto
descaso na sua significação real. Se você se posicionar e disser a um
estranho, a uma criança que não lhe chame de tia, pois tia você real-
mente não é dessa pessoa ou dessa criança, você provavelmente pas-
sará por anormal para alguns acostumados a vulgarizar certas expres-
sões como se tudo fosse igual e para todos. Afinal, na minha concep-
ção, estaremos desmerecendo, tirando o papel existencial de quem de
direito deveria ser chamada de tia ou de tio. Salvo se a pessoa real-
mente desejar ser chamada assim, por razões pessoais, e pedir per-
133
missão. Mas de uma forma geral há muitas pessoas se deixando levar
como cópias das outras. Perdem a capacidade de enxergar e descobrir
suas reais potencialidades.
Mas em Deus, na nossa família celeste, sempre existirá o possí-
vel, a descoberta de dons... Dons dados pelo Espírito Santo. Eu preciso
da dialética. Eu preciso me fazer para você, neste mundo tão árido de
amor, tão descrente dos sentimentos verdadeiros das pessoas, de pes-
soas desconfiadas umas das outras; sentimentos verdadeiros são con-
fundidos com outras coisas; a falsidade de sentimentos está crescendo
e vingando cada vez mais.
Verdadeiramente? Desejo a contramão para você. Desejo um
olhar direcionado para a Luz sempre! Certamente, em meios aos espi-
nhos, pois você sabe da existência do Mal. Você deve saber se desviar
do Mal. Tenha força, sim, dentro de você, para ser luz, uma estrela para
nunca perder o brilho e assim iluminar outras tantas pessoas necessita-
das dessa luz.
Citei acima a História de Bárbara no País da Paz. Você deve ter
imaginado o que será isso? Foi um título de um livrinho infantil. Uma
pessoa no Tempo da Faculdade deu-me para entregar para meu filho.
Meu filho havia feito aniversário. Acabei, eu, lendo o livrinho e nele tinha
uma história; falava no País da Paz e a Estrela de Bárbara. Uma se in-
terliga a outra. Foi uma das coisas mais lindas da minha vida! Mais uma
vez Deus chegara até mim, pelas mãos daquela pessoa e por meu filho,
pois se meu filho não estivesse de aniversário não teria o livro para ler.
O livrinho de história infantil falava de um mundo dos meus sonhos e de
personagens como Gustavo, o homem bom; Bárbara, a menina levava
uma vida muito triste, muito! Mas o primeiro sorriso de Bárbara aconte-
ceu quando... Deixo para você no posfácio da minha obra. O interes-
sante naquele surgimento deste livrinho foi o conteúdo da historinha tão
parecida com o que eu estava vivendo e na qual meu coração clamava
134
por um mundo melhor! Para mim, Deus me rondava. Deus estava pro-
videnciando tudo do que necessitava para me levantar...
Havia uma salinha na faculdade e, nela, um quadro verde e um pi-
ano desafinado e velho. Meu amigo, querido, pessoa certa, pegou um
toquinho de giz e desenhou um círculo e colocou dentro do círculo dois
olhinhos e um sorriso. Comecei a rir daquilo. Logo em seguida, come-
çou a percorrer os dedos no teclado desafinado, mas um perceptível
som saiu do piano; uma melodia doce e relaxante saia daquele querido
piano, mesmo velhinho deixara o som vibrar minha alma a ponto de me
fazer chorar. Aquela melodia foi bálsamo para mim. Nunca tivera al-
guém assim e era tudo que precisava ter. Há situações que fazem uma
extrema diferença para um viver melhor, mas a vida vai se apresentado
tão árida, tão sem notas musicais... No Tempo percebi: poderia ter defi-
nhado! Poderia ter perdido minha alma! Mas Deus enviou-me a pessoa
especial; a pessoa certa para isso não acontecer. Se ele era para mim
a pessoa especial, o amigo querido, cada vez mais eu ficava admirada
com a sua sensibilidade, a compreensão, a educação daquele homem.
Eu estava amando! Que felicidade dispor daqueles momentos mágicos.
Mágicos? Não! Momentos reais e únicos para mim, pois nunca vivera
algo assim.
135
Capítulo II
Parte 5
Novas Relações
Na verdade, foram muito limitadas minhas relações, minhas con-
versações com figuras masculinas. Tive meu pai, homem rude e não
136
gostava dele, até ficar sabendo que havia construído um prédio na ci-
dade maior e colocara o nome do prédio como São Sebastião; até ter
conhecimento da construção de outro prédio na cidadezinha onde ainda
resido e deixara um espaço para colocar a imagem de São Sebastião.
Percebi que para um homem fazer isso deveria gostar muito desse san-
to e eu, nada sabia sobre a história de São Sebastião; desejei saber
sobre sua vida. Senti ser esse o elo, a ponte, ou mesmo a intercessão,
uma intercessão espiritual divina, entre meu pai e eu. Aconteceram
anos após seu falecimento, quando também eu passei a frequentar a
Igreja Católica. Foi então pedido para meu padre amigo, que é bispo
em outro Estado, para fazer o assentamento da imagem de São Sebas-
tião naquele pequeno ambiente; ficou à espera por muitos anos da ima-
gem do santo, para dar-lhe as bênçãos. E assim foi feito! Adquiri uma
linda imagem de porte médio e foi assentada e abençoada no lugar dei-
xado, no prédio, a pedido de meu pai aos pedreiros trabalhadores.
Tive o pai dos meus filhos com quem me casara no civil apenas.
Conheci-o com quase 15 anos de idade, período no qual meu pai fale-
ceu. Nesse Tempo, eu não frequentava a religião Católica; embora ba-
tizada, com primeira comunhão e crisma. O pai dos meus filhos não
professava a mesma fé Católica; tudo contribuiu para não casarmos na
igreja. Assim, o casamento não teve as bênçãos de Deus. O material
supria as necessidades, ainda com muitas preocupações do pai dos
meus filhos em ir atrás do dinheiro. Tinha carro para fazer as saídas
necessárias; é um diferencial para melhor. Desejo dizer a você, que ter
um carro, de certa forma, coloca uma pessoa numa redoma de vidro.
Você fica mais protegida de muitas coisas; se leva uma vida mais parti-
cularizada. Limita possíveis conversações e amizades também. Isso foi
assim para mim. Também na família, tinha meus dois irmãos, das seis
mulheres que a mãe teve; pouco conversava. Um dos irmãos mais ve-
lhos saiu de casa cedo, e o outro tinha suas amizades; essas situações
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nos tornavam ainda mais afastados das conversas das irmãs. Estes
foram os homens da minha vida.
Aquela pessoa especial me escutava, estava me dando atenção,
mostrando dentro daquela Faculdade um pedacinho grande de mim
mesma; pedacinho fundamental e esquecido de mim, já se tornara par-
te também fundamental, real, da minha vida. Sutilmente, aquele ho-
mem, quase um estranho, porque mais me escutava ou me via chorar,
pouco falava ao passear pelos corredores; delicadamente, parava e
mostrava aquelas imagens me transportavam ao que tinha de ter em
minha vida se quisesse continuar viva. Quando me refiro àquelas ima-
gens, são as imagens que ficavam pelos corredores da Faculdade de
Filosofia, do seminário, o Sagrado Coração de Jesus Cristo. Na cami-
nhada da vida, não tinha a pessoa certa para ficar comigo. Não podia
tê-lo no bolso comigo para ser meu companheiro de todas as horas. Foi
assim ao receber o convite daquela senhora, para participar do grupo
da Renovação Carismática Católica me senti Chamada a aceitar e pas-
sei a frequentar. A dor era intensa; a solidão era minha companheira.
Descobri, naquele lugar, meus irmãos em Cristo. Como foi importante
fazer parte do grupo! Nós rezávamos, eram orações fortes. Uma de
nossas coordenadoras (tivemos duas) entregava a oração de São Mi-
guel Arcanjo, tão poderosa no combate das ciladas do demônio. Passa-
ra no grupo de oração a escutar — pela segunda vez, depois de ter es-
cutado ainda num Tempo longínquo, quando solteira — essa palavra:
demônio. Num tempo de criança, quando remotamente via naquela
imagem da serpente abaixo do pezinho de Maria, Nossa Senhora, a
representação do Mal, isso ficou esquecido. A oração de São Miguel
Arcanjo era curtinha, mas falava em algo deixando bem claro para mim
a existência do Mal. Não era eu quem estava considerando isso sozi-
nha, pois tinha meus irmãos em Cristo e eles assim rezavam também.
“São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate, defendei-nos com
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o vosso escudo contra as armadilhas e ciladas do Demônio. Deus o
submeta, insistentemente o pedimos; e vós, Príncipe da milícia celeste,
pelo divino poder, precipitai no inferno a Satanás e aos outros espíritos
malignos que andam pelo mundo procurando perder as almas”. E ter-
minávamos: “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém”.
Fazíamos, em nosso grupo, as orações de renúncia, pedindo a
Deus para nos perdoar dos erros cometidos no passado. Cantávamos
músicas lindas, letras de canções belíssimas sobre o Espírito Santo e
tantas outras canções aprendidas na Renovação Carismática Católica.
Como lavei minha alma com minhas constantes lágrimas! As letras das
músicas da RCC, belíssimas, faziam minha alma aproximar-se de Jesus
Cristo e de Nossa Senhora profundamente. Não teria palavras para di-
zer os momentos de amor à Maria e a Jesus por tudo recebido com
meus irmãos em Cristo. Passei a caminhar na estrada com meu Jesus
Irmão e amigo. Passei a me confessar, a conversar com alguns padres,
a ir às missas assiduamente e a receber a Eucaristia. Sentia que, com a
Eucaristia, ficava cada vez mais fortalecida e me sentia protegida do
Mal. Sabia que Jesus Cristo estava comigo sempre! Às vezes, levava
meu violão para tocar algumas músicas nas missas das quartas-feiras
em atividades da Renovação Carismática Católica. Aprendi muito com
meus irmãos em Cristo. Cresci espiritualmente. Senti a na hora de sair
para continuar a caminhada. Desenhei um coração cheio de florzinhas
coloridas e escolhi a frase de um filósofo do qual amo muito, Blaise
Pascal. Pascal diz:
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Capítulo II
Parte 6
Novo Caminho
“Deus tudo prepara e dispõe para a felicidade integral do homem,
mas o homem, desviado da Verdade e do Bem, atira-se pelo caminho
nefando, caminho do Erro e do Pecado. Os males, que torturam a vida
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e degradam a existência, vão encontrar suas origens no Pecado”. Pá-
gina 206, do livro de Malba Tahan_ Sob O Olhar de Deus.