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Litígios intraorgânicos: ocorrem dentro do mesmo órgão; só

acontece quando falamos de órgãos colegiais. Por norma, não são


justiciáveis, mas há exceções no artigo 55.º, nº1/i, CPTA. A lei
permite que o presidente do órgão colegial possa impugnar em
tribunal atos do órgão colegial que considere ilegais (a violação do
estatuto legal dos membros de um órgão, enquanto tais, ou de um
direito decorrente da qualidade de membro de um órgão configuram
litígios externos). Pode ser, por exemplo, um litígio entre o Vereador
da Cultura e a Câmara Municipal.
 Relações orgânicas no quadro das relações especiais de direito
administrativo: há uma componente externa e uma componente
interna, isto é, componente fundamental e orgânica. Por exemplo, um
regulamento que estabelece como os estudantes se devem vestir na
UC – é justiciável; já um regulamento a distribuir as turmas, não é
justiciável.
A componente orgânica não é justiciável. Todas as pessoas estão em
relação geral, comum, com o poder. Todos pertencemos a um município e temos
uma relação com o município. Esta é uma relação geral de direito administrativo.
Contudo, há pessoas que têm com uma certa instituição uma relação especial
(por exemplo, os estudantes da UC têm uma relação específica/especial com a
UC que os restantes não têm).
Exemplo 1: Regulamento que não permite a realização de manifestações é
legítimo? Depende de onde se situa; se for dentro de uma sala de aula é
perfeitamente legitimo.
Exemplo 2: Regulamento que permite a violação de correspondência privada é
legítimo? Numa prisão é perfeitamente legitimo.
3. Domínio orgânico-processual - porque tribunais e segundo que
processo atua a justiça administrativa?
Entramos, particularmente, no “desenho” processual e orgânico a que o
legislador procede.
Temos presentes duas perspetivas: a constitucional e a legal.
 Perspetiva Constitucional – A reserva constitucional da jurisdição
administrativa
A Constituição estabelece que os tribunais administrativos são competentes
para arguir estes litígios. Surgem, a este propósito, algumas questões:
 Os tribunais administrativos só podem julgar litígios emergentes
de relações jurídicas administrativas?
Nos anos 80, de acordo com a jurisprudência, a resposta era afirmativa,
ou seja, o Tribunal Administrativo só podia conhecer questões de litígios
administrativos.

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