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Se tivéssemos respondido afirmativamente às duas questões, teríamos uma

reserva material absoluta de jurisdição dos tribunais administrativos; contudo,


o que existe é uma reserva material relativa, nos termos da qual os tribunais
administrativos, em princípio, são os tribunais comuns em matéria
administrativa (o curso rejeita essa ideia de jurisdição exclusiva e excludente).
Mas se nenhum tribunal se reporta ao tipo de litígio, como sei quem tem
competência?
Se o litígio for de Direito Administrativo, é resolvido pelos Tribunais
Administrativos (que são os comuns, os gerais). Só assim não é se houver uma
lei referente ao facto de esses litígios deverem ser resolvidos pelos tribunais
judiciais.
Já se o litígio for regulado pelo Direito Civil, Comercial, do Trabalho, etc., é
resolvido pelos Tribunais Judiciais, só havendo solução diferente se a lei referir
que este litígio tem de ser resolvido pelo Tribunal Administrativo.
Deste modo, falamos de 2 espécies de força dos Tribunais administrativos:
 Força centrípeta/atrativa  Em relação a litígios administrativos,
que só pode ser afastada por lei;
 Força centrífuga/repulsiva  Em relação a todos os litígios que não
são de Direito Administrativo, força essa que também só pode ser
afastada por lei;
 Perspetiva legal
falamos das três exceções (indemnizações por expropriações,


contraordenações e atos de registo). No ETAF, temos 4 números que
representam:
Cláusulas de enumeração positiva, que se subdividem em:


a) Concretizadoras – Reportam-se a litígios que são de Direito
Administrativo, estando em linha com o modelo, sendo
meramente concretizadora; estamos perante uma norma que
confere à jurisdição administrativa a resolução de litígios que,
para todos os efeitos, sempre lhe competiriam ao abrigo da
cláusula geral.
b) Aditivas – Reportam-se a litígios não administrativos, ampliando
a matéria, não estando em linha com o modelo, ou seja, com
aquilo que é típico; dispõem que um certo litígio, não
materialmente administrativo, seja resolvido pelos tribunais
administrativos (competência que normalmente não teriam).

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