O documento descreve a evolução da percepção social do professor ao longo do tempo. Originalmente, professores eram altamente respeitados e admirados, mas atualmente enfrentam desafios como baixos salários, falta de apoio do sistema educacional, e distrações tecnológicas que tiram a atenção dos alunos. Apesar disso, bons professores continuam dedicados a melhorar a educação e a sociedade.
O documento descreve a evolução da percepção social do professor ao longo do tempo. Originalmente, professores eram altamente respeitados e admirados, mas atualmente enfrentam desafios como baixos salários, falta de apoio do sistema educacional, e distrações tecnológicas que tiram a atenção dos alunos. Apesar disso, bons professores continuam dedicados a melhorar a educação e a sociedade.
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O documento descreve a evolução da percepção social do professor ao longo do tempo. Originalmente, professores eram altamente respeitados e admirados, mas atualmente enfrentam desafios como baixos salários, falta de apoio do sistema educacional, e distrações tecnológicas que tiram a atenção dos alunos. Apesar disso, bons professores continuam dedicados a melhorar a educação e a sociedade.
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"Se eu não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço
missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro. “ (D. Pedro II) Alguma coisa em mim, latente e indômita, me diz que nosso estimado Imperador pensaria diferente se vivesse em nossa época. Esta bela frase honra muito o profissional da educação que ainda é chamado professor. Assim que conheci tal frase, por exemplo, fiquei meio envaidecido, pois sabia que viera de uma das mentes mais brilhantes e idealistas que o Brasil já teve. Mas a realidade escolar hoje é muito diferente daquela do séc. XIX. O professor já foi um ícone na educação. Era respeitado, admirado, até mesmo amado. Ser professor era sinônimo de responsabilidade e prestígio. Pais, alunos, sociedade, o tinham em alta estima. A voz do “mestre” era ouvida e suas palavras calavam fundo n’alma. Ele era convidado a versar sobre temas de naturezas diversas e, quando se pronunciava, ouvidos o prestigiavam com prestimosa atenção. Havia entusiasmo no seu falar. Fazia-se o “silencio do boi no campo” quando ele expunha suas explicações. Sua voz era mui agradável de ouvir; era amplificada pelo desejo de conhecimento oriundo de uma platéia que ora o ouvia, ora o indagava em busca de mais sabedoria. Ele era sensato nos seus gestos e polido no seu falar. Todavia, cada movimento seu eternizava aquele momento e, cada palavra sua, embora branda e meiga, ecoava como espada afiada, brandida e arremetida contra os monstros da ignorância e do descaso. Mas hoje, na era da tecnologia, da comunicação e da informação digital, a voz contagiante e vibrante daquele herói apaixonado tem enrouquecido e até emudecido. Tem sido forçada a ceder seu lugar pra coisas mais contagiantes como os mp3-players, os ipods, ipads, iphones etc. que chegaram há algum tempo e dão mostras de que vieram pra ficar. Tomara que fiquem, pois mudaram o conceito de mídia e comunicação. Tomara que fiquem, pois se os perdermos, regrediremos mais rápido do que progredimos nas nossas conquistas. No entanto, creio piamente que sala de aula não é lugar para o uso dessas coisas com o propósito de entretenimento. No ambiente de ensino não há espaço para a voz orientadora do professor e um áudio digital tomando a atenção do aluno que, por sua vez, não precisa de nenhum esforço para perder seu foco naquilo que realmente importa. Com a atenção do aluno foi embora também o respeito pelo professor que já o havia perdido dos pais, do sistema e da sociedade. O sistema também o inibe a exercer seus talentos. Tolheu-lhes os movimentos. Calou a sua voz encorajada e alvissareira. Proibiu-o de exercer influências nas mentes despreparadas. Fez o aluno imaginar que não precisa estudar para escapar da alienação profissional e social. Que não precisa estar atento às explicações do educador e mais, que educação não é sinônimo de disciplina e aprendizado. O Estado o abate com salários aquém de tão grande responsabilidade que pesa sobre seus ombros, cobra dele resultados imediatos e satisfatórios, mas sequer o recompensa por sua dedicação e coragem. Não! Não acredito que o verdadeiro professor esteja interessado em fã- clubes. Que queira ser o mestre erudito do passado. Que queira ser ícone duma platéia escolar. Mas creio que o professor deseja que sua dignidade seja reconhecida, o seu cantinho seja preservado. Não precisa agradecer seu esforço e dedicação nem aplaudir seus feitos, mesmo os maiores. Mas ele anseia por um pouco de consideração pela sua pessoa e profissão. Ele anseia por dias melhores para si e com o mesmo anseio ele deseja mudanças para a sociedade. Ele deseja um mundo mais justo para todos. Pois a ele foi dada uma consciência arrebatadora que o abate e o seduz. Que lhe tira o sono e a paz sempre que ele olha ao redor e percebe que as boas mudanças não estão acontecendo e que o mundo para o qual ele direciona seus ideais e sonhos está piorando a cada dia. O verdadeiro professor é esse ser sofredor; com sua autopreservação nula em detrimento do bem-estar da educação; com sua auto-estima em baixa por amor àqueles por quem é repudiado. Duvido muito que esse ser sofrido e mal-amado, injustiçado e adoecido por tantas coisas tenha o seu lugar desejado por alguém. Duvido muito que mesmo uma alma Nobre e bondosa como a do nosso inestimável Imperador desejasse com tanto interesse vestir a camisa suada e surrada do professor atual. Hoje é dia do professor. Ele merece ser homenageado e aplaudido. Porém o único presente que ele quer é o direito de poder ensinar.