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DIREITO AMBIENTAL
Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
Nilton Coutinho
Apresentação.................................................................................................................................................... 5
Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais............................................................................... 6
Introdução – Aspectos Penais da Proteção Ambiental................................................................. 6
Lei n. 9.605, de 12 de Fevereiro de 1998. . ............................................................................................ 6
Agravantes e Atenuantes.......................................................................................................................... 10
Penas Restritivas de Direitos.................................................................................................................... 11
Suspensão Condicional da Pena. ............................................................................................................ 14
Da Pena de Multa........................................................................................................................................... 14
Da Obrigação de Reparar o Dano........................................................................................................... 15
Penas Aplicáveis às Pessoas Jurídicas. . .............................................................................................. 16
Apreensão do Produto e Instrumento de Infração Administrativa ou de Crime.............17
Ação Penal........................................................................................................................................................ 18
Classificação de Crimes: Critérios........................................................................................................ 22
Tipo Penal: Art. 29....................................................................................................................................... 26
Tipo Penal: Art. 30....................................................................................................................................... 29
Tipo Penal: Art. 31......................................................................................................................................... 29
Tipo Penal: Art. 32........................................................................................................................................ 30
Tipo Penal: Art. 33. ........................................................................................................................................ 31
Tipo Penal: Art. 34........................................................................................................................................ 33
Tipo Penal: Art. 35....................................................................................................................................... 34
Tipo Penal: Art. 38....................................................................................................................................... 35
Tipo Penal: Art. 38-A. .................................................................................................................................. 36
Tipo Penal: Art. 39........................................................................................................................................37
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Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
Nilton Coutinho
Sobre o autor:
Nilton Carlos de Almeida Coutinho é Procurador do Estado de São Paulo com vasta experi-
ência na área do direito público (com ênfase em direito ambiental e administrativo)
É doutor em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e
mestre em direito pelo Cesumar/PR.
Apresentação
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CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
A Lei n. 9.605/1998 seguir a regra geral estabelecida no código penal. Assim, nos termos
do art. 2º da citada lei, todo aquele que de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes
previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade.1
A referida lei estabeleceu, ainda, a responsabilização do diretor, do administrador, do mem-
bro de conselho e de órgão técnico, do auditor, do gerente, do preposto ou mandatário de
pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática,
quando podia agir para evitá-la.
Segundo o referido dispositivo é fundamental que tais pessoas SAIBAM da conduta crimi-
nosa praticada por outrem e se OMITAM, não impedindo, assim, a ocorrência do delito.
1
Texto similar ao constante no código penal: Art. 29 – Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
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Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras,
coautoras ou partícipes do mesmo fato.
Aliás, a parte final do art. 2º da Lei n. 9.605/1998, que trata da omissão penalmente rele-
vante dos diretores, administradores e gerentes das pessoas jurídicas é expressa no sentido
de que tal omissão não implica exclusão da responsabilização da pessoa jurídica pela omis-
são imprópria, mas, pelo contrário, estende a possibilidade de imputação pela prática delitiva
a seus gerentes e administradores.
2
Neste sentido, veja: (HC 92.822/SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, Rel. p/ Acórdão Ministro NAPOLEÃO NUNES
MAIA FILHO, QUINTA TURMA, julgado em 17/06/2008, DJe 13/10/2008).
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Em outras palavras, não se adota, no Brasil, a teoria da dupla imputação, sendo possível
responsabilizar-se a pessoa jurídica ainda que não haja a punição das pessoas físicas que
tenham contribuído para a prática do delito.
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CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DA PENA
Segundo estabelece a CRFB em seu Art. 5º, XLVI, a individualização da pena será regulada
por meio de lei, sendo possível, entre outras, as seguintes espécies de pena:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos.
Assim, tem-se que, para cada conduta praticada deve ser aplicada uma pena específica e
individualizada (AZEVEDO, 2003).
Na área ambiental, tem-se que, não obstante, o juiz esteja vinculado a parâmetros abstra-
tamente cominados pelo legislador, é permitido-lhe, entretanto, atuar discricionariamente na
escolha da sanção penal aplicável ao caso concreto, após o exame percuciente dos elementos
do delito, e em decisão motivada.4 Aliás, a sentença proferida pelo juiz é, em última análise,
um ato administrativo, razão pela qual sua motivação é obrigatória, inclusive para permitir que
a parte saiba a razão da aplicação de determinada pena, tomando as medidas cabíveis para
reformá-la, caso entenda que a mesma é injusta.
Com o objetivo de auxiliar o juiz na individualização da pena, o art. 6º da Lei n. 9.605/1998
estabelece que a autoridade competente deverá observar alguns aspectos no momento de
imposição e gradação da penalidade.
São eles:
I – a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a saúde
pública e para o meio ambiente;
II – os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;
III – a situação econômica do infrator, no caso de multa.
4
AgRg no AREsp 760286 / PR. Relator(a): Ministro RIBEIRO DANTAS. Órgão Julgador: QUINTA TURMA. Data do Julgamento:
06/06/2019
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Motivos da Infração
Com relação às consequências do crime, a jurisprudência entende que estas devem ser
entendidas como o resultado da ação do agente, ou seja: o dano (material ou moral) causado
ao bem jurídico tutelado. Nesse aspecto, quando as consequências para a saúde pública e
para o meio ambiente forem superiores ao inerente ao tipo penal o aumento da reprimenda é
medida que se impõe.6
Por fim, observe-se que, no que diz respeito ao quantum de aumento da pena-base,
O Superior Tribunal de Justiça entende que o julgador não está adstrito a critérios pura-
mente matemáticos, havendo certa discricionariedade na dosimetria da pena, vinculada
aos elementos concretos constantes dos autos. No entanto, o quantum de aumento,
decorrente da negativação das circunstâncias, deve observar os princípios da proporcio-
nalidade, da razoabilidade, da necessidade e da suficiência à reprovação e à prevenção
do crime, informadores do processo de aplicação da pena.7
Agravantes e Atenuantes
Circunstâncias Atenuantes
5
Observe-se, por exemplo, que no crime de homicídio, o motivo pode aumentar a pena (como ocorre no caso de homicídio
cometido por motivo fútil ou torpe) bem como reduzi-la (como ocorre no caso deste ser cometido por motivo de relevante
valor social ou moral).
6
Neste sentido, veja-se: AgRg no AREsp 760286 / PR. Relator(a): Ministro RIBEIRO DANTAS. Órgão Julgador: QUINTA TURMA.
Data do Julgamento: 06/06/2019
7
REsp 1.599.138/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 24/4/2018, DJe 11/5/2018
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Circunstâncias Agravantes
Do mesmo modo, existem circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem
ou qualificam o crime. Ou seja: somente quando tal circunstância não esteja prevista na Lei
n. 9.605/1998 como “elementar” ou “qualificadora” do tipo penal ela será considerada como
circunstância agravante. São elas:
8
Art. 14 da Lei n. 9.605/1998.
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Tratando-se de crime culposo ou caso a pena privativa de liberdade aplicada seja inferior a
quatro anos a substituição por pena restritiva de direitos será admitida. Exige-se, ainda, que a
os motivos e as circunstâncias do crime indiquem que a substituição seja suficiente para efei-
Por expressa disposição legal, tem-se que as penas restritivas de direitos a que se refere
9
Observe-se que regra similar encontra-se prevista no art. 44 do código penal, o qual estabelece que “as penas restritivas de
direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I – aplicada pena privativa de liberdade inferior a
um ano ou se o crime for culposo; II – o réu não for reincidente; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
10
O texto da Lei n. 9.605/1998 (art. 9º) é similar ao previsto no código penal: Art. 46 – A prestação de serviços à comunidade
consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a entidades assistências, hospitais, escolas, orfanatos e
outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais.
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Prestação Pecuniária
A finalidade da prestação pecuniária é reparar o dano causado pela infração penal, motivo
pelo qual não precisa guardar correspondência ou ser proporcional à pena privativa de
liberdade irrogada ao acusado.12
Obs.: O valor pago será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for conde-
nado o infrator.
Recolhimento Domiciliar
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Seguindo tal raciocínio tem-se que, em sede de crimes ambientais, ainda que a pena tenha
sido fixada em 3 anos (preenchendo assim o requisito objetivo do art. 16 da Lei n. 9.605/1998)
é possível a culpabilidade, a conduta social, as circunstâncias e as consequências do deli-
to sejam desfavoráveis, fazendo com que os agentes não tenham direito ao sursis, pois não
preenchidos os requisitos subjetivos previstos no inciso II do art. 77 do Código Penal.14
Da Pena de Multa
Ainda que se trate de multa estabelecida com base na Lei n. 9.605/1998 tem-se que esta
será calculada segundo os critérios do Código Penal (JEUS, 2003).
14
HC 350897 / RS Relator(a) Ministro RIBEIRO DANTAS (1181) Órgão Julgador T5 - QUINTA TURMA Data do Julgamento
18/05/2017 Data da Publicação/Fonte DJe 25/05/2017
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A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o valor mínimo para reparação
dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo
meio ambiente.19
Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá efetuar-se pelo valor fixa-
do nos termos do caput, sem prejuízo da liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido.
15
O valor do dia-multa será fixado pelo juiz, nos termos estabelecidos pelo art. 49, § 1º do CP, não podendo ser inferior a um
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário.
16
Art. 78, § 2º do código penal: “Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circuns-
tâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior
pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente: a) proibição de frequentar determinados lugares; b) proibição de
ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensal-
mente, para informar e justificar suas atividades.”
17
Art. 19 da Lei n. 9.605/1998.
18
Vide art. 19, parágrafo único.
19
Art. 20 da Lei n. 9.605/1998.
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I – multa;
II – restritivas de direitos;
III – prestação de serviços à comunidade.
Pena – de multa
A multa é a sanção penal mais aplicada em relação à pessoa jurídica e segue as mesmas
regras estabelecidas no âmbito o código penal e já mencionadas nesta obra.
Espécies: a Lei n. 9.605/1998 elencou três espécies de penas restritivas de direitos aplicá-
veis à pessoa jurídica. São elas:
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CAPÍTULO III
DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA OU
DE CRIME
Apreensão de Animais
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CAPÍTULO IV
DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL
Ação Penal
26
Neste sentido, veja o art. 134, I e II, do Decreto n. 6.514, de 22 de julho de 2008.
27
Neste sentido, veja o art. 134, III, do Decreto n. 6.514, de 22 de julho de 2008.
28
Neste sentido, veja o art. 134, IV, do Decreto n. 6.514, de 22 de julho de 2008.
29
Contudo, excepcionalmente admite-se que a autoridade ambiental autorize a transferência dos bens doados quando tal
medida for considerada mais adequada à execução dos fins institucionais dos beneficiários. ( art. 137, parágrafo único, do
Decreto n. 6.514/1998).
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Considera-se crime ambiental de menor potencial ofensivo aquele cuja competência para
julgamento é do Juizado Especial Criminal (BITENCOURT, 1997).
A Lei n. 9.099/1995, por sua vez, estabelece que os Juizados Especiais Criminais possuem
competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor
potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.30
Por fim, a referida lei considera como “infração penal de menor potencial ofensivo” as
contravenções penais (independentemente da pena cominada) e os crimes a que a lei comine
pena máxima não superior a dois anos, cumulada ou não com multa.
Transação Penal
A lei de crimes ambientais também previu a possibilidade de transação penal por meio de
proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei
n. 9.099, de 26 de setembro de 1995.
Trata-se de possibilidade restrita aos crimes ambientais de menor potencial ofensivo,
exigindo-se, contudo, que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, salvo em caso
de comprovada impossibilidade.
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processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que
autorizariam a suspensão condicional da pena, constantes no art. 77 do Código Penal.32
Observe-se, ainda, que caso haja incidência de causa especial de aumento esta deverá
ser levada em conta na fixação da pena mínima em abstrato, de tal forma que, ultrapassado o
limite de 1 ano, é descabida a aplicação do sursis processual.33 Neste sentido, veja-se Súmula
n. 243/STJ.34
Do exposto, tem-se que a suspensão condicional do processo é ato bilateral. Logo, exige a
concordância clara e inequívoca do processado, por meio de declaração da vontade persona-
líssima, voluntária, formal, vinculada aos termos propostos, tecnicamente assistida e absoluta
– ou seja, não pode ser condicional ou, tampouco, parcial.35
A Lei n. 9.605/1998 incluiu o instituto da suspensão condicional do processo em relação
aos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, com as seguintes modificações:
• a declaração de extinção de punibilidade (decorrente da expiração do prazo de suspen-
são do processo sem revogação do benefício) dependerá de laudo de constatação de
reparação do dano ambiental, salvo no caso de tal reparação não ser possível.
• na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação,
o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo de cinco
anos, com suspensão do prazo da prescrição;36
• findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo de constatação de
reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser novamente prorro-
gado o período de suspensão, até o máximo de cinco anos, conforme mencionado;
32
Art. 77 do código penal: A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2
(dois) a 4 (quatro) anos, desde que: I – o condenado não seja reincidente em crime doloso; II – a culpabilidade, os antece-
dentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do
benefício; III – Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 do Código Penal.
33
REsp 261371 / SP Relator(a) Ministro FERNANDO GONÇALVES. Órgão Julgador T6 - SEXTA TURMA Data do Julgamento
15/10/2002 Data da Publicação/Fonte DJ 01/09/2003 p. 324.
34
Súmula n. 243/STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em
concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja
pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano.
35
HC 30459 / SC Relator(a) Ministra LAURITA VAZ (1120) Órgão Julgador T5 - QUINTA TURMA Data do Julgamento 28/09/2004
36
É importante observar que durante o período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV do § 1º
do artigo 89 da Lei n. 9.099/1995.
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De todo o exposto, conclui-se que, nos crimes ambientais, a suspensão condicional do pro-
cesso sujeita-se ao disposto no art. 28 da Lei n. 9.605/1998, só se extinguindo a punibilidade
após a emissão de laudo que constate a reparação do dano ambiental, prorrogando-se o sursis
quanto a essa condição, caso a reparação não tenha sido completa.37
Revogação do Sursis
É importante observar que o benefício da suspensão condicional do processo pode ser re-
vogado mesmo após o transcurso do período de prova, desde que a causa da revogação tenha
ocorrido durante o referido lapso temporal.38
37
RHC 62119 / SP Relator(a) Ministro GURGEL DE FARIA (1160) Órgão Julgador T5 – QUINTA TURMA Data do Julgamento
10/12/2015 Data da Publicação/Fonte DJe 05/02/2016.
38
RHC 42864 / SC Relator(a) Ministro JORGE MUSSI (1138) Órgão Julgador T5 – QUINTA TURMA Data do Julgamento
14/04/2015 Data da Publicação/Fonte DJe 22/04/2015.
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Uma vez preenchidos todos esses requisitos, torna-se possível a aplicação desse princípio,
afastando-se a própria tipicidade penal.40 Frise-se, entretanto, que em razão do status constitu-
cional conferido à tutela jurídica do meio ambiente constitucional tem-se que a aplicação do prin-
cípio da insignificância nos crimes ambientais deve ficar restrita àquelas situações nas quais,
evidentemente, não há que se falar em lesividade ao bem jurídico (DUARTE e DANTAS, 2009).
CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE
Para o melhor estudo dos crimes ambientais, optamos por apresentar ao leitor um capítu-
lo específico analisando os diversos critérios de classificação existentes em relação a esses
delitos. Assim, o leitor encontrará neste capítulo a conceituação e o detalhamento de cada
modalidade penal relevante para o tema deste livro.41
Eventuais observações pontuais e específicas em relação a cada crime serão feitas no
momento de análise do respectivo tipo penal.
39
APn 888 / DF Relator(a) Ministra NANCY ANDRIGHI (1118) Órgão Julgador CE - CORTE ESPECIAL Data do Julgamento
02/05/2018 Data da Publicação/Fonte DJe 10/05/2018
40
AgInt no AREsp 1269973 / GO Relator(a) Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO (1182) Órgão Julgador T6 - SEXTA
TURMA Data do Julgamento 11/12/2018 Data da Publicação/Fonte DJe 01/02/2019
41
Dados os objetivos desta obra, serão apresentados, apenas, aquelas classificações relevantes para o estudo dos crimes
ambientais.
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DIREITO AMBIENTAL
Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
Nilton Coutinho
PRIMEIRO CRITÉRIO:
Com relação à necessidade de ocorrência de um resultado naturalístico para sua consuma-
ção, a doutrina classifica os delitos em:
• Crime Material: é aquele em que prevê um resultado naturalístico para sua consumação,
sendo certo que o crime só se consuma com sua ocorrência.
• Crime Formal: é aquele em que o tipo penal descreve um resultado naturalístico, o qual,
entretanto, não é exigido para sua consumação. Em outras palavras: a ocorrência do
resultado é possível, mas é prescindível para a consumação do delito.
• Crime de Mera Conduta: é aquele no qual o tipo penal não descreve um resultado
naturalístico, mas, apenas, uma conduta. Assim, a mera prática da conduta descrita já
consuma o crime.
SEGUNDO CRITÉRIO:
Em relação à necessidade de uma característica específica do autor do crime, a doutrina
classifica os crimes em:
• Crime Comum: é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa.
• Crime Próprio: é o que exige uma qualidade especial do agente para a prática do delito.
• Crime de Mão Própria: é aquele em que somente o autor pode praticar, não tem como pe-
dir para que outro o faça por ele. Não admite o chamado longa manus. Ex.: Prevaricação
– Art. 319. Falso Testemunho – Art. 342.
TERCEIRO CRITÉRIO:
Com relação às condutas previstas no tipo penal incriminador, a doutrina classifica os
crimes em:
• Crime de Ação Única: aquele que prevê uma única conduta típica no tipo penal.
• Crime de ação múltipla ou conteúdo variado ou tipo misto: é aquele em que o tipo penal
é composto por mais de uma conduta típica, sendo certo que a prática de qualquer das
condutas previstas já configura o delito em análise. Nessa modalidade delituosa, a prá-
tica de mais de um dos núcleos verbais, no mesmo contexto, configura crime único.
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QUARTO CRITÉRIO:
Com relação à quantidade de agentes que praticam a conduta típica, a doutrina costuma
classificar os delitos em:
• Crime unissubjetivo ou unilateral ou monossubjetivo: é aquele no qual a conduta típica
pode ser praticada por apenas uma pessoa.
Tal crime admite o concurso de pessoas, o que pode ocorrer eventualmente. Por essa
razão, também costuma ser denominado de crimes de concurso eventual.
• Crime plurissubjetivo ou de concurso necessário: diferentemente dos crimes unissubje-
tivos, estes delitos exigem, obrigatoriamente, uma pluralidade de autores para a prática
do delito.
QUINTO CRITÉRIO:
Com relação à necessidade (ou não) de ocorrência de um dano ao bem jurídico tutelado,
a doutrina costuma classificar os delitos em:
• Crime de dano: É aquele que exige a efetiva lesão de um bem jurídico.
• Crime de perigo: É aquele em que não se exige o dano, consumando-se com a mera
possibilidade de dano, ou seja, com a simples exposição do bem a perigo de dano.
Tais crimes se subdividem em: Crimes de perigo real e crimes de perigo presumido.
• Crime de perigo concreto: é aquele no qual sua configuração típica exige a demonstra-
ção de que o bem jurídico efetivamente foi posto em perigo real, ou seja: a ocorrência do
risco de dano ao bem jurídico tutelado deve ser demonstrada.
• Crime de perigo abstrato: é aquele no qual o legislador presume a ocorrência do risco ao
bem jurídico tutelado com a prática da conduta descrita no tipo penal. Assim, nesses cri-
mes não há a necessidade de demonstração de que o bem jurídico foi colocado em risco.
SEXTO CRITÉRIO:
Com relação à forma como o delito será prática, os crimes podem ser classificados em:
• Crime de forma livre: é aquele no qual o tipo penal não estabelece um meio específico
para execução do delito.
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• Crime de Forma Vinculada: é aquele no qual a lei estabelece uma forma ou formas
específicas para a realização do núcleo do tipo penal.
SÉTIMO CRITÉRIO:
Como relação ao momento da ocorrência da consumação e sua extensão no tempo,
pode-se falar em:
• Crime instantâneo: é aquele no qual a consumação ocorre em momento exato, ou seja:
a consumação se dá em um momento determinado no tempo.
• Crime permanente: é aquele cuja consumação se protrai no tempo, ou seja: a fase da
consumação continua existir à medida que o tempo passa.
OITAVO CRITÉRIO:
Com relação ao número de atos exigidos para a consumação do delito, a doutrina classi-
fica os crimes em:
• Crime unissubsistente: é aquele que se consuma com a prática de um único ato. Por
essa razão, a doutrina majoritária entende que tal crime não admite tentativa.
• Crime plurissubsistente: é aquele cuja prática exige mais de uma conduta para sua con-
figuração, ou seja: há a necessidade de uma pluralidade de atos para que haja o crime.
NONO CRITÉRIO:
Quanto à forma da conduta pratica (positiva ou negativa) os delitos se classificam em:
• Crime comissivo: é aquele que é praticado por um comportamento positivo do agente,
isto é, um fazer.
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• Crime omissivo: é aquele praticado por meio de um comportamento negativo, uma abs-
tenção, um não fazer.42
Seção I
Dos Crimes contra a Fauna
Classificação
• crime de ação múltipla, também chamado de crime de conteúdo variado ou plurinuclear;
• crime instantâneo (na modalidade matar, apanhar e utilizar);
42
Os crimes omissivos se subdividem em crimes omissivos próprios e crimes omissivos impróprios.
43
Perseguir: seguir de perto, ir ao encalço de.
44
Apanhar: prender, capturar, agarrar.
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Consumação e Tentativa
Tratando-se de crime de resultado, o mesmo se consuma com a efetiva lesão do bem jurí-
dico tutelado, ou seja, com a morte, perseguição, ou caça de animal, sem a devida permissão,
licença ou autorização da autoridade competente.
A tentativa é admissível, caso a consumação no ocorra por razões alheias à vontade do
agente.
Caso o agente venha a desistir de prosseguir na execução do delito ou venha a impedir que
o resultado se produza, só responderá pelos atos já praticados (PRADO, 2012).
Figuras Equiparadas:
I – quem impede45 a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida;46
II – quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;
III – quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza
ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como
45
Na modalidade “impedir a procriação da fauna” tem-se uma hipótese de crime permanente, eis que sua execução se protrai
no tempo.
46
Nota-se, aqui, a presença de um elemento normativo do tipo, consistente na expressão “sem licença, autorização ou em
desacordo com a obtida”.
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Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
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produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida
permissão, licença ou autorização da autoridade competente.
Perdão Judicial
A lei permite que, em determinadas situações, possa o juiz deixar de aplicar a pena. Exige-se,
no entanto, que se trate de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada
de extinção. Nestas hipóteses pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar
a pena.
Segundo estabelece a Lei n. 9.605/1998, são espécimes da fauna silvestre todos aqueles
pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que
tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro,
ou águas jurisdicionais brasileiras.47
I – se o crime é praticado contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que
somente no local da infração;
II – se o crime é praticado em período proibido à caça;
III – se o crime é praticado durante a noite;
IV – se o crime é praticado com abuso de licença;
V – se o crime é praticado em unidade de conservação;
VI – se o crime é praticado com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destrui-
ção em massa.
Figura Qualificada
47
Cf. art. 29, § 3º, da Lei n. 9.605/1998.
48
Art. 29, § 5º, da Lei n. 9.605/1998.
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Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
Nilton Coutinho
Observe-se que a lei criou figuras típicas específicas para os atos de pesca. Assim, quando
as condutas típicas forem praticadas contra espécimes da fauna aquática NÃO se aplica o
disposto no art. 29, mas, sim, o disposto nos arts. 34 ou 35, a depender da situação descrita.49
Consumação e Tentativa
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Classificação
• Crime Formal
• Crime Comum
• Crime de Ação Única
• Crime Unissubjetivo
• Crime de perigo abstrato
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
Consumação e Tentativa
Consumação e tentativa
50
São exemplos de maus-tratos: bater, espancar, tratar com violência, manter o animal em lugar sujo ou inadequado.
51
Mutilar: extirpar parte do corpo do animal.
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dano aos animais. Nas condutas de “ferir” e “mutilar” a consumação ocorre com a efetiva lesão
ou mutilação. Pode, portanto, ser crime de dano ou crime de perigo.
Tentativa: não é admissível.
Classificação:
• Crime de perigo/dano
• Crime de forma livre
• Crime de ação múltipla ou de conteúdo variado
• Crime Material
• Crime Comum
• Crime unissubjetivo
• Crime instantâneo
• Crime unissubsistente
• Crime comissivo/omissivo
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Objetividade jurídica: O tipo penal tem como objetivo a proteção do equilíbrio ecológico.
Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.
Classificação:
• Crime Material
• Crime Formal
• Crime Comum
• Crime de Ação Única
• Crime de Ação Múltipla ou Conteúdo Variado
• Crime Unissubjetivo
• Crime Plurissubjetivo
• Crime de Dano
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime unissubsistente
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
• Crime omissivo
Figuras equiparadas
I – quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aquicultura de domínio público;
II – quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem licença, permissão ou
autorização da autoridade competente;54
III – quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre bancos de moluscos
ou corais, devidamente demarcados em carta náutica.55
54
Observa-se que tal crime só ocorrerá quando houver a presença do elemento normativo, ou seja: o crime só existirá se a
exploração for realizada “sem licença, permissão ou autorização da autoridade competente”.
55
Art. 33, parágrafo único, da Lei n. 9.605/1998
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Classificação:
• Delito Comum
• Crime Simples
• Crime Plurissubsistente
• Crime Comissivo
• Crime de Ação Única
• Crime Unissubjetivo
• Crime de Forma Livre
Consumação e tentativa
O crime se consuma com a efetiva retirada, extração, coleta, apanha, apreensão ou captura
dos espécimes da fauna aquática ou dos vegetais hidróbios, no tipo penal previsto no caput.
Aliás, a captura é mero exaurimento da figura típica em questão, que se consuma com a
simples utilização do petrecho não permitido.
Figuras equiparadas
I – pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos
permitidos;
56
AgRg no AREsp 1441288 / SC. Relator(a): Ministro JOEL ILAN PACIORNIK. Órgão Julgador: T5 - QUINTA TURMA. Data do
Julgamento: 23/04/2019. Data da Publicação/Fonte: DJe 30/04/2019
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Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
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A Lei n. 9.605/1998 optou por criar um tipo penal específico quando a pesca é realizada
com objetos ou substâncias que podem causar grandes danos ao meio ambiente.
Neste tipo penal a conduta ilícita não está no ato de pesca em sim, mas, sim, nos mecanis-
mos e instrumentos utilizados para a prática do ato.
Assim se o agente pescar mediante a utilização de explosivos ou substâncias que, em con-
tato com a água, produzam efeito semelhante; ou pescar mediante a utilização de substâncias
tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente, sua pena passará para um novo
patamar, qual seja: reclusão de um ano a cinco anos.
Conceito de pesca
A Lei n. 9.605/1998 traz um conceito legal de pesca. Segundo estabelece o Art. 36, consi-
dera-se pesca todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espé-
cimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não
de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes
nas listas oficiais da fauna e da flora.
Em razão do conceito legal apresentado, a doutrina classifica o crime de pesca como crime
de atentado57, uma vez que a tentativa é punida da mesma forma que a consumação.
Neste ponto, a doutrina diverge, havendo aqueles que entendem que – diante da tipificação
legal – este crime não admite tentativa e aqueles que entendem que a tentativa é possível, mas,
em razão do tipo penal descrito a tentativa é punida com a mesma pena do crime consumado.
57
Crime de atentado ou de empreendimento é aquele no qual o legislador equipara a forma tentada à forma consumada do
delito
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Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
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Com relação à tentativa CAPEZ (2018) entende que está é possível, pois a pesca poderá
não ocorrer por circunstâncias alheias à vontade do agente (por exemplo: art. 35 da Lei n.
9.605/1998 – o sujeito é obstado pela autoridade florestal no momento em que ia acionar o
dispositivo explosivo).
A Lei n. 9.605/1998 trouxe eu seu texto uma serie de crimes contra a fauna, criminalizando
condutas que venham a causar a morte de animais.
Contudo, em determinadas situações o abate de animal não será considerado crime
(HABIB, 2019). Isso ocorrerá quando o abate for realizado:
Seção II
Dos Crimes contra a Flora
Observações preliminares: observe-se que a agravante do art. 15, II, “d”, da Lei n. 9.605/1998
(“causar danos à propriedade alheia”) não pode incidir nesta hipótese, uma vez que o citado
artigo é expresso no sentido de que tal agravante somente será aplicável quando não constituir
o crime, sendo certo que o delito descrito no Art. 38 do mesmo diploma legal se refere, exata-
mente, à conduta de causar danos (“Destruir ou danificar floresta considerada de preservação
permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção”).
Condutas típicas: DESTRUIR (fazer desaparecer, aniquilar, desfazer) e DANIFICAR
(deteriorar, produzir dano, inutilizar) ou utilizá-la com infringência das normas de proteção.
58
Caça famélica
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Elemento normativo do tipo: observe-se que a última conduta típica mencionada (utilizá-la
com infringência das normas de proteção) precisa de uma terceira norma que regule a prote-
ção de tais florestas. Tem-se, no caso, uma norma penal em branco.
Objeto material: floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em
formação.
Sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça, ao analisar referido tipo penal, assentou que
“o elemento normativo ‘floresta’, constante do tipo do Art. 38 da Lei n. 9.605/1998, correspon-
de à “formação arbórea densa, de alto porte, que recobre área de terra mais ou menos extensa.
O elemento central é o fato de ser constituída por árvores de grande porte”.59
Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Classificação
• Crime Material
• Crime Comum
• Crime Unissubjetivo
• Crime de Dano
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
Trata-se de tipo penal incluído pela Lei n. 11.428, de 2006 e especial em relação ao tipo
descrito no art. 38. Isso porque, apesar da conduta típica ser a mesma do referido dispositivo
legal, o objeto material sobre o qual incide a conduta é diferente, sendo restrito a floresta do
59
RHC 63909 / CE Relator(a): Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA (1170) Órgão Julgador: T5 - QUINTA TURMA Data
do Julgamento: 26/03/2019 Data da Publicação/Fonte: DJe 22/04/2019
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Bioma Mata Atlântica. Do mesmo modo, observa-se que o grau de reprovabilidade da conduta
é maior do que o do artigo antecedente.
Condutas típicas: abrange as condutas de destruir ou danificar, ou, ainda, ou utilizá-la com
infringência das normas de proteção.
Objeto material: no tocante ao objeto material do tipo tem-se que a conduta deve recair
sobre vegetação primária ou secundária, em estágio avançado ou médio de regeneração, do
Bioma Mata Atlântica.
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Classificação:
• Crime Material
• Crime Comum
• Crime Unissubjetivo
• Crime de Dano
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
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Sobre o tema, o código florestal (Lei n. 12.651/2012) destaca que as florestas existentes
no território nacional e as demais formas de vegetação nativa são bens de interesse comum a
todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que o
ordenamento jurídico estabelecer.
Consumação e tentativa: apesar do tipo penal referir-se ao corte de “árvores” (no plural) a
consumação do delito se dá com o corte de UMA árvore.
Tentativa: admissível.
Elemento normativo do tipo: para que o delito venha a existir é necessário que o corte ocor-
ra “sem permissão da autoridade competente”.
Pena – o delito é punido com pena de detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as
penas cumulativamente.
Classificação
• Crime Material
• Crime Comum
• Crime de Ação Única
• Crime unisubjetivo
• Crime de Dano
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
Princípio da insignificância
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Classificação:
• Crime Material
• Crime Comum
• Crime de Ação Única
• Crime Unissubjetivo
• Crime de dano
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
66
Veja o art. 40-A, § 2º, da Lei n. 9.605/1998.
67
Art. 40-A, § 3º, da Lei n. 9.605/1998
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Classificação:
• Crime formal
• Crime Comum
• Crime de Ação Múltipla ou Conteúdo Variado
• Crime Unissubjetivo
• Crime de perigo
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
Consumação e tentativa
Observe-se que, apesar do tipo penal mencionar expressamente que o balão deve ter
potencialidade lesiva para provocar incêndio em florestas ou em áreas urbanas ou áreas de
assentamento humano, tal resultado não é requisito para a consumação do delito.
Assim, não se trata de crime material, mas, sim, crime formal, consumando-se com a fa-
bricação, venda, transporte, ou a soltura do balão que possa causar danos aos bens jurídicos
mencionados no tipo penal.
68
Art. 41, parágrafo único, da Lei n. 9.605/1998.
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Classificação:
• Crime doloso
• Crime comum
• Crime formal
• Crime de perigo
• Crime unissubjetivo
Obs.: Por ser um crime de perigo não é necessário que tenha havido um dano efetivo.
Classificação:
• Crime Material
• Crime Comum
• Crime de Ação Única
• Crime Unissubjetivo
• Crime de Dano
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Classificação:
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• Crime de forma livre
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Classificação
• Crime doloso
• Crime comum
• Crime material
• Crime de dano
• Crime não transeunte
• Crime unissubjetivo
• Crime plurissubsistente
• Crime de ação múltipla
• Crime instantâneo, mas de efeitos permanentes.
69
Parágrafo único
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DIREITO AMBIENTAL
Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
Nilton Coutinho
Classificação:
• Crime Material
• Crime Comum
• Crime de Ação Única
• Crime Unissubjetivo
• Crime de Dano
• Crime de forma livre
• Crime permanente
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
• Crime punido somente na modalidade dolosa
70
Neste sentido, RE 300.244, HC 81916
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DIREITO AMBIENTAL
Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
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Segundo estabelece a lei processual penal, as autoridades policiais e seus agentes têm o
dever de prender todo aquele que seja encontrado em flagrante delito.72
A situação de flagrante abrange o momento de cometimento da infração penal e outras
situações estabelecidas em lei.73
Desse modo (e com base nos mesmos fundamentos apresentados no item anterior, no
sentido do momento consumativo do delito protrair-se no tempo) tem-se que o crime perma-
nente admite prisão em flagrante enquanto não cessar a sua realização.
No caso de agente que promove a construção em solo não edificável, acabando por impe-
dir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação tem-se que o
delito do artigo 48 da Lei n. 9.605/1998 resta absorvido pelo do artigo 64 da mesma legislação.
Nessa situação o delito de impedir a regeneração natural da flora constitui-se como pós-fato
impunível, com base no princípio da consunção.74
71
AgRg no AREsp 312502 / DF Relator(a) Ministro FELIX FISCHER (1109) Órgão Julgador T5 - QUINTA TURMA Data do Julga-
mento 13/06/2017
72
Art. 301 do código de processo penal.
73
Segundo estabelece o art. 302 do CPP, considera-se em flagrante delito quem: I – está cometendo a infração penal; II
– acaba de cometê-la; III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que
faça presumir ser autor da infração; IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam
presumir ser ele autor da infração.
74
AgRg no REsp 1750117/PB. Relator(a) Ministro JORGE MUSSI. Órgão Julgador: QUINTA TURMA. Data do Julgamento
02/04/2019 Data da Publicação/Fonte DJe 08/04/2019.
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Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
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Assim, aquele que constrói uma edificação, claramente não poderá permitir que dentro
daquela venha a nascer uma floresta. Assim, a conduta de impedir ou dificultara regeneração
de florestas e demais formas de vegetação constitui-se como mero exaurimento do crime de
construção indevida, pelo aproveitamento natural da coisa construída.75
Classificação:
• Crime Material
• Crime Comum
• Crime Unissubjetivo
• Crime de Dano
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
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Conduta típica: destruir ou danificar determinados bens jurídicos específicos, que se cons-
tituem como objeto material do presente delito.
Objeto material do delito: o tipo penal se assemelha aos previstos nos artigos 38 e 49
da Lei n. 9.605/1998, diferenciando-se, entretanto, em razão do bem jurídico tutelado. Assim,
nos crimes descritos no art. 50 a conduta típica incide sobre florestas nativas ou plantadas ou
vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, que são objeto de especial preservação.
Florestas nativas: são aquelas crescidas naturalmente, sem a intervenção do homem.
Florestas plantadas: são aquelas cultivadas com a intervenção do homem, ou seja: oriun-
das de reflorestamento.
Vegetação fixadora de dunas ou protetoras de mangues: aqui, tem-se a proteção jurídica
de determinadas espécimes da flora que se constituem como áreas de Preservação Perma-
nente. Assim, neste artigo, protege-se qualquer tipo de vegetação que fixadora de dunas ou
protetoras de mangues.
Classificação:
• Crime Material
• Crime de Ação Única
• Crime Unissubjetivo
• Crime de Dano
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
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79
§ 1º da Lei n. 9.605/1998.
80
Art. 50, § 2º, da Lei n. 9.605/1998.
81
Comercializar: alugar, negociar, vender.
82
Utilizar: significa usar, fazer uso ou valer-se de algo.
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Classificação:
• Crime formal
• Crime de Ação Única
• Crime Unissubjetivo
• Crime de perigo abstrato
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
Conduta típica: penetrar dentro da área de uma unidade de Conservação conduzindo (isto
é, levando, carregando, portando ou transportando) determinados objetos que podem causar
danos à fauna ou à flora local
Assim, para a existência do delito é necessário que seja encontrado com o autor substân-
cia ou instrumento próprio para caça (criando um risco para a fauna daquela unidade de con-
servação) ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais (criando risco para a flora
daquela unidade de conservação).
Elemento normativo do tipo: para a ocorrência do delito exige-se, ainda, que o autor não possua
licença da autoridade competente para penetrar na unidade de conservação com tais objetos.
Classificação:
• Crime doloso
• Crime comum
• Crime formal, uma vez que, apesar de a conduta criminosa poder, em tese, causar dano
para a unidade de conservação, tal resultado não é elemento do delito.
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Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
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• Crime de ação única
• Crime unissubjetivo
• Crime de perigo
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
A jurisprudência entende que esse crime é especial em relação ao crime de porte de arma
de fogo e, portanto, deverá ser aplicado nesses casos.
Segundo estabelece o art. 53 da Lei n. 9.605/1998, a pena a ser aplicada será aumentada
de um sexto a um terço em determinadas hipóteses.
Assim, sedo fato resultar a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a modifica-
ção do regime climático haverá o aumento de pena acima mencionado.
Do mesmo modo, se crime é cometido:
• no período de queda das sementes;
• no período de formação de vegetações;
• contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça ocorra so-
mente no local da infração;
• em época de seca ou inundação; ou
• durante a noite, em domingo ou feriado também haverá a incidência do aumento de pena.
Seção III
Da Poluição e outros Crimes Ambientais
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A lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n. 6.938/1981) em seu artigo 3º, III, con-
ceitua poluição como a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta
ou indiretamente:
• prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
• criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
• afetem desfavoravelmente a biota;
• afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
• lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
Pelo conceito apresentado, observa-se que inúmeras são as condutas capazes de causar
poluição. Do mesmo modo, é possível que uma conduta gere poluição em níveis maiores ou
menores.
Pensando assim, o legislador optou por punir a conduta daquele que vier a causar polui-
ção de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde
humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora.
Classificação:
• Crime Material
• Crime Comum
• Crime de Ação Única
• Crime Unissubjetivo
• Crime Plurissubjetivo
• Crime de Dano ou crime de perigo (*)
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo ou crime permanente(**)
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
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Observações relevantes
Observe que o tipo penal prevê tanto a existência de um crime de perigo (contido na ex-
pressão “resultem ou possam resultar em danos à saúde humana) quanto crime de dano (na
hipótese em que há a “mortandade de animais ou a destruição significativa da flora”).
Assim, de acordo com o entendimento do STJ, a Lei de Crimes Ambientais deve ser in-
terpretada à luz dos princípios do desenvolvimento sustentável e da prevenção, indicando o
acerto da análise que a doutrina e a jurisprudência têm conferido à parte inicial do Art. 54 da
Lei n. 9.605/1998, de que a mera possibilidade de causar dano à saúde humana é idônea a
configurar o crime de poluição, evidenciada sua natureza formal ou, ainda, de perigo abstrato.83
Logo, o delito previsto na primeira parte do artigo 54 da Lei n. 9.605/1998 possui nature-
za formal, sendo suficiente a potencialidade de dano à saúde humana para configuração da
conduta delitiva, não se exigindo, portanto, a realização de perícia.84 Aliás, segundo entendeu
o STJ, havendo nos autos laudo pericial atestando que a conduta praticada era suficiente para
causar ou potencialmente poderia determinar prejuízo à saúde das pessoas, afigura-se presen-
te a justa causa para a ação penal.85
No tocante à duração do momento consumativo tem-se que este dependerá da forma
como o agente causou a poluição, podendo haver tanto a hipótese de crime instantâneo, como
crime permanente.
O crime consuma-se com a efetiva poluição que provoque dano à saúde pública, mortan-
dade de animais ou destruição significativa86 da flora.
A tentativa é admissível.
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
83
Neste sentido, veja: RHC 62.119/SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, Quinta Turma, DJe 5/2/2016
84
EREsp 1417279/SC, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, Terceira Seção, DJe 20/04/2018
85
RMS 50393 / PA Relator(a) Ministro FELIX FISCHER (1109) Órgão Julgador T5 - QUINTA TURMA Data do Julgamento
12/09/2017 Data da Publicação/Fonte DJe 20/09/2017
86
Observe-se que, em razão da redação dada ao dispositivo, a poluição causada deve ter um grau elevado, ou seja: deve ter o
potencial de causar danos para a saúde humana, ou provocar a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora.
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Modalidade culposa: o legislador optou por criminalizar a conduta daquele que, culposa-
mente, causa poluição, nos termos descritos no art. 54, caput.
Nesta hipótese, será aplicada pena de detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Forma qualificada: em situações específicas, a pena passará para um novo patamar, qual
seja: reclusão, de um a cinco anos. Tal pena será aplicada nas seguintes hipóteses:
I – Se o crime tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;
II – Se o crime causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos
habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;
III – Se o crime causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público
de água de uma comunidade;
IV – Se o crime dificultar ou impedir o uso público das praias;
V – Se o crime ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos
ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos.
Posicionamento do STJ
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Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
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Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando
assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano am-
biental grave ou irreversível.89
Observações finais
Enquanto o caput do art. 54 da Lei Ambiental traz crime material (resultado de poluição com
danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significa-
tiva da flora), seu § 3º trata do crime omissivo próprio (deixar de adotar, quando assim o exigir
a autoridade competente) como perigo concreto (risco de dano ambiental grave ou irreversível.
De início, registre-se que a Constituição Federal estabelece em seu art. 225, § 2º, que aque-
le que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de
acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
Trata-se de obrigação decorrente de expressa disposição constitucional, no sentido de
que “o Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em
conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros”.90
Frise-se, ainda, a regra expressa no art. 170 da CRFB, segundo o qual a proteção do meio
ambiente constitui-se como um princípio da atividade econômica.
Desse modo, a Lei n. 9.605/1998 permitiu a pesquisa, lavra ou extração de recursos mine-
rais, desde que o mesmo se comprometa a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo
com solução técnica exigida.
Assim, tem-se que tal delito se caracteriza como espécie de delito perpetrado contra o patrimô-
nio público, cujo foco central está no prejuízo resultante da indevida ou irregular extração mineral.
Conduta típica: executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais.
89
Art. 54, § 3º, da Lei n. 9.605/1998.
90
Art. 174, § 3º CRFB.
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Classificação:
• Crime comum
91
Vide art. 55, parágrafo único, da Lei n. 9.605/1998,
92
AgRg no CC 151896 / RJ. Relator(a): Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO (1182). Órgão Julgador: S3 - TERCEIRA
SEÇÃO. Data do Julgamento: 12/12/2018
93
RHC 63031 / PA
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Classificação:
• Crime comum
• Crime de conteúdo múltiplo ou variado
• crime formal
• Crime de perigo abstrato
Elemento normativo: A conduta ilícita prevista no art. 56, caput, da Lei n. 9.605/1998 é nor-
ma penal em branco, cuja complementação depende da edição de outras normas, que definam
o que venha a ser o elemento normativo do tipo94 “produto ou substância tóxica, perigosa ou
nociva à saúde pública ou ao meio ambiente”.
Nos termos do entendimento deste Superior Tribunal de Justiça
a conduta ilícita prevista no art. 56, caput, da Lei n. 9.605/1998 é de perigo abstrato. Não
é exigível, pois, para o aperfeiçoamento do crime, a ocorrência de lesão ou de perigo de
dano concreto na conduta de quem produz, processa, embala, importa, exporta, comer-
cializa, fornece, transporta, armazena, guarda, tem em depósito ou usa produto ou subs-
tância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo
com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos.95
94
No caso específico de transporte de tais produtos ou substâncias, o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produ-
tos Perigosos (Decreto n. 96.044/1988) e a Resolução n. 420/2004 da Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT,
constituem a referida norma integradora, por inequivocamente indicar os produtos e substâncias cujo transporte rodoviário
é considerado perigoso.
95
REsp 1.439.150/RS, Sexta Turma, Rel. Min. Rogério Schietti, DJe 16/10/2017.
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Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
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96
Neste sentido, veja: RHC 64039 / RS - DJe 03/06/2016.
97
Art. 56, § 2º, da Lei n. 9.605/1998.
98
Art. 56, § 3º, da Lei n. 9.605/1998.
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Princípio da consunção
O Art. 58 previu algumas hipóteses para o aumento de pena em relação aos crimes dolosos
previstos nesta Seção.
Assim, as penas serão aumentadas:
I – de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio ambiente em geral;
II – de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave em outrem;
III – até o dobro, se resultar a morte de outrem.
Por fim, é importante salientar que as penalidades acima mencionadas somente serão
aplicadas se do fato não resultar crime mais grave.
Como sabemos, a CRFB atribuiu ao poder público o dever de proteger o meio ambiente.
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Com relação aos elementos normativos do tipo penal faz-se necessário a observância da
resolução n. 237, de 19 de dezembro de 1997, do CONAMA.
Tal resolução esclarece que o licenciamento Ambiental é um procedimento administrati-
vo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a
operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas
efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas téc-
nicas aplicáveis ao caso.99
Tal procedimento administrativo compõe-se de vários atos administrativos, que são as
licenças ambientais respectivas: licença previa, licença de instalação e licença de operação.
99
Vide art. 1º, I da resolução CONAMA n. 237/97
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Dessa forma, tem-se que a Licença Ambiental é o ato administrativo pelo qual o ór-
gão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle
ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para
localizar (licença prévia), instalar (licença de instalação), ampliar e operar (licença de
operação) empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais conside-
radas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam
causar degradação ambiental.
A referida resolução ainda esclarece que a localização, construção, instalação, am-
pliação, modificação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recur-
sos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empre-
endimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão
de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças
legalmente exigíveis.
Assim, caso tais condutas sejam praticadas sem o aval do ente público responsável pelo
licenciamento ambiental ficarão os autores sujeitos às sanções administrativas e penais100
correspondentes.
Classificação:
• Crime Formal
• Crime de Ação Múltipla ou Conteúdo Variado
• Crime Unissubjetivo
• Crime de perigo
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
Ainda com relação a classificação do delito, tem-se que o crime previsto no art. 60 da Lei
n. 9.605/1998 é de perigo abstrato, uma vez que não se exige prova do dano ambiental, sendo
100
Pena: detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
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certo que a conduta ilícita se configura com a mera inobservância ou descumprimento da nor-
ma, pois o dispositivo em questão pune a conduta do agente que pratica atividades potencial-
Objeto material: exige-se que a disseminação se refira a doença, praga ou espécies que
Seção IV
Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural
101
RHC 89461/AM. Relator(a): Ministro FELIX FISCHER. Órgão Julgador: QUINTA TURMA. Data do Julgamento: 17/05/2018.
Data da Publicação/Fonte: DJe 25/05/2018.
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Por fim, a CRFB (art. 216, § 4º ) explicitou que os danos e ameaças ao patrimônio cultural
serão punidos, na forma da lei, sendo certo que, na esfera penal e administrativa, tal punição
será feita com base na Lei n. 9.605/1998.
Classificação:
• Crime material
• Crime Unissubjetivo
• Crime de dano
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
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Classificação:
• Crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.103
• Crime formal
• Crime unissubjetivo
• Crime de Ação Única
• Crime de dano
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
Elemento normativo do tipo: exige-se que a alteração seja realizada sem autorização da
autoridade competente ou em desacordo com a concedida.
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Classificação:
• Crime formal
• Crime Unissubjetivo
103
Registre-se que o proprietário da edificação ou local especialmente protegido também pode ser sujeito ativo deste crime.
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Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
Nilton Coutinho
• Crime de Ação Única
• Crime de dano
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
Elemento normativo do tipo: para que ocorra o crime é essencial que tal construção seja
realizada sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com autorização
eventualmente concedida.
Consumação e tentativa
Em razão do tipo penal apresentado (promover construção) tem-se que o crime se consuma
com o simples início da edificação.
Tentativa: é admissível.
Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Observe-se que, apesar de possuírem redação semelhante, os delitos previstos nos artigos
60 e 64 da Lei n. 9.605/1998 não se confundem
No primeiro caso, tem-se crime contra a poluição e outros delitos; no segundo, crime con-
tra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural.
Ademais, a razão da repressão penal no primeiro caso deriva do perigo decorrente da ins-
talação, construção ou funcionamento de um empreendimento que possa causar significativo
impacto ambiental; já no art. 64 a razão da tutela penal deriva do valor paisagístico, ecológico,
artístico, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental e que
justifica a impossibilidade de construção naquele local.
Por fim, tem-se que a construção naquela área é admissível, desde que obedecidas as exi-
gências legais; já no delito previsto no art. 64 tem-se área non edificandi.
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Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
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Art. 48 x Art. 64
É possível que haja alguma dúvida quando a construção em solo não edificável destrói área
de preservação permanente e impede a regeneração da fauna naquele local.
Nesses casos é necessário perquirir-se acerca do dolo do agente. Deste modo, se a inten-
ção do agente era construir edificação em solo não edificável, tem-se que o crime de destruir
área de preservação permanente (Art. 48) constitui-se como meio necessário para a realização
do crime-fim.
Logo, a destruição da área de preservação permanente constitui-se como crime-meio, fi-
cando, portanto, absorvido pelo crime-fim, que é o de edificação proibida. Aplica-se, no caso,
o princípio da consunção. Pela mesma razão, o impedimento da regeneração da fauna em ra-
zão da construção realizada em local não edificável constitui-se como post factum impunível.104
Classificação:
• Crime material
• Crime Unissubjetivo
104
REsp 1376670 / SC Relator(a) Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ. Relator(a) p/ Acórdão: Ministro NEFI CORDEIRO. Órgão
Julgador: SEXTA TURMA. Data do Julgamento: 16/02/2017 Data da Publicação/Fonte DJe 11/05/2017.
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• Crime de Ação Única
• Crime de dano
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
Para que o poder público possa atuar de forma eficaz na proteção ambiental é fundamental
que os agentes públicos atuantes na área ambiental desempenhem suas atribuições de forma
honesta, proba e eficiente, obedecendo as leis e normas ambientais.
Assim, não obstante a existência das figuras típicas descritas no código penal no capítulo
atinente aos crimes contra a Administração, a Lei n. 9.605/1998 inseriu em seu texto algumas
105
Art. 65, § 2º, da Lei n. 9.605/1998.
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Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
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Conduta típica: fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade,
sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de
licenciamento ambiental.
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Trata-se, como se vê de crime especial em relação ao crime de falso testemunha ou falsa
perícia,106 previsto no código penal.
Classificação: é um crime próprio, pois só pode ser praticado por funcionário público.
Conceito de funcionário público: segundo estabelece o art. 327 do código penal, consi-
dera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
O código penal também estabeleceu que aquele que exerce cargo, emprego ou função em
entidade paraestatal, e aquele que trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública será equiparado a
funcionário público e, portanto, poderá ser autor de delitos privativos de funcionários públicos
(BITENCOURT, 2015).
É um crime formal, consumando-se no momento em que o funcionário faz a afirmação fal-
sa, omite a verdade ou sonega a informação, não sendo necessário o resultado naturalístico.
106
Art. 342 do código penal: Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou
intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral.
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A doutrina o conceitua como crime de mão própria (também chamado de crime de ação
pessoal ou de conduta infungível). Isso porque, dado o caráter personalíssimo da conduta, não
admite coautoria. Contudo, admitem participação.107
É, também, classificado como crime instantâneo, consumando-se no momento em que o
funcionário público faz afirmação falsa ou enganosa, omite a verdade, sonega informações ou
dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental.
O tipo penal admite que o crime seja cometido por meio de conduta positiva ou negativa
(crime comissivo ou omissivo). Assim, o funcionário público que FAZ afirmação falsa ou en-
ganosa pratica o delito de forma comissiva. Já o funcionário público que omite a verdade ou
sonega informações responde pelo crime na modalidade omissiva.
Por fim, registre-se que se trata de um tipo especial, eis que a conduta deve ocorrer em proce-
dimentos de autorização ou de licenciamento ambiental (FERREIRA e PORTOCARRERO, 2019).
Sujeito ativo: trata-se de crime próprio, sendo praticado por funcionário público, nos ter-
mos do Art. 327 do código penal ou por pessoa a ele equiparado nos termos do parágrafo
único do mesmo artigo.
Conduta típica: conceder licença, autorização ou permissão em desacordo com as normas
ambientais.
Requisito específico: além do ato ter sido praticado em desacordo com as norms ambien-
tais é essencial que a referida licença, autorização ou permissão seja concedia em relação a
atividades, obras ou serviços que dependam de ato autorizativo do Poder Público.
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
Bem jurídico tutelado: Administração Pública Ambiental
Modalidade culposa: Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano de detenção,
sem prejuízo da multa.108
107
Considera-se partícipe aquele que, sem praticar atos de execução, induz, instiga ou presta auxílio material à execução de
crime cometido por outrem.
108
Parágrafo único, da Lei n. 9.605/1998.
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Classificação:
Trata-se de:
• Crime próprio
• Crime formal, não sendo exigida a ocorrência de resultado finalístico.109
Aliás, segundo jurisprudência dominante no STJ trata-se de crime formal de perigo abstra-
to, consumando-se com a simples emissão do ato administrativo, independente do mesmo vir
(ou não) a ser executado ou da sua concessão causar danos ambientais.110
• Crime Unissubjetivo
• Crime de Ação Única
• Crime de dano
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
Conduta típica: Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir
obrigação de relevante interesse ambiental:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
Classificação:
• Crime formal
• Crime Unissubjetivo
• Crime de Ação Única
• Crime de perigo abstrato
109
AgRg no REsp 1675032 / RJ Relator(a) Ministro JORGE MUSSI (1138) Órgão Julgador T5 - QUINTA TURMA Data do Julga-
mento 25/09/2018 Data da Publicação/Fonte DJe 03/10/2018
110
AgRg no REsp 1730114 / SC Relator(a) Ministro RIBEIRO DANTAS (1181) Órgão Julgador T5 - QUINTA TURMA Data do Jul-
gamento 04/09/2018 Data da Publicação/Fonte DJe 14/09/2018
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• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
Trata-se de crime próprio, mas não restrito apenas a funcionários públicos, podendo ser
praticado por aquele que, embora não sendo funcionário público, tenha o dever legal ou contra-
tual de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental.
Trata-se de crime omissivo impróprio, no qual o apontado agente, contrariando o dever le-
gal ou contratual de fazê-lo, deixa de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental para
evitar resultado danoso ao meio ambiente.111
Aliás, consoante assevera BARROS (2006) nos crimes omissivos impróprios (impuros, es-
púrios ou comissivos por omissão) o núcleo do tipo é uma ação, mas a tipicidade compreende
também a conduta daquele que não evitou o resultado, por atuação ativa. Assim, a tipicidade
em tais delitos deriva da violação do dever jurídico de impedir o resultado.
Em outras palavras: o Crime omissivo impróprio? é aquele em que uma omissão inicial do
agente dá causa a um resultado posterior, o qual o agente tinha o dever jurídico de evitá-lo
Modalidade culposa: Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano, sem prejuízo
da multa.
Tipo Penal: Art. 69
Conduta típica: Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de ques-
tões ambientais.
Obstar significa impedir a ação fiscalizadora. Já na conduta de dificultar, a ação fiscaliza-
dora é, apenas, retardada ou atrasada em razao da conduta do autor.
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
Classificação:
• crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
• crime formal, consumando-se com o mero ato de obstar ou dificultar a fiscalização.
• Crime Unissubjetivo
111
Tais delitos também são chamados comissivos por omissão, em razão do fato de o agente ter o dever de evitar
o resultado naturalístico.
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• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
Trata-se de tipo penal incluído por força da Lei n. 11.284, de 2006 (a qual dispõe sobre a
gestão de florestas públicas para a produção sustentável e dá outras providências).
Conduta típica: Elaborar ou apresentar estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcial-
mente falso ou enganoso, inclusive por omissão.
Observe-se que tais condutas devem ser praticadas no âmbito de um procedimento admi-
nistrativo de licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro desta natureza.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Classificação:
• Crime próprio
• Crime de mão própria
• Crime formal
• Crime Unissubjetivo
• Crime de Ação Única
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo ou omissivo, a depender da conduta praticada.
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CAPÍTULO VI
DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA
Como se sabe, tanto as sanções penais quanto as administrativas são espécies de mani-
festações do poder punitivo estatal.
Ao longo dos anos, procurou-se formular critérios diferenciadores de tais sanções. Assim,
para alguns, haveria a diferença qualitativa entre tais sanções. Isto quer dizer que as sanções
penais se destinariam à punição de condutas que atingissem interesses de todo o corpo social,
ao passo que as sanções administrativas estariam direcionadas aos atos que ofendessem os
interesses da própria Administração Pública. Em outras palavras: enquanto os ilícitos penais
causariam danos a bens jurídicos dos membros da sociedade, os ilícitos administrativos se
traduziriam no descumprimento de um dever de obediência perante a Administração Pública.
Já para uma segunda corrente, haveria apenas uma diferença quantitativa em relação às
sanções aplicadas, o que significa dizer que os interesses tutelados seriam os mesmos, “resi-
dindo a diferença unicamente na gravidade da conduta reputada como ilícita114”.
112
Art. 69-A, § 2º, da Lei n. 9.605/1998.
113
AgRg no AREsp 962776 / RS Relator(a) Ministro NEFI CORDEIRO (1159) Órgão Julgador T6 - SEXTA TURMA Data do Julga-
mento 17/10/2017 Data da Publicação/Fonte DJe 23/10/2017.
114
MELLO, Rafael Munhoz de. Princípios constitucionais de direito administrativo sancionador: as sanções administrativas à
luz da Constituição Federal de 1988, p. 72-73
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Todavia, prevalece o entendimento segundo o qual a diferenciação entre ilícito penal e ad-
ministrativo dependerá, apenas, da vontade política do legislador. Isso porque cabe a ele (Poder
Legislativo) definir as condutas tipificadas, atribuindo as respectivas sanções. Deste modo, tor-
na-se possível dizer que haverá um ilícito administrativo quando a lei impuser uma sanção ad-
ministrativa e, do mesmo modo, haverá um ilícito penal quando a lei imputar uma sanção penal.
É essa, aliás, a opinião de FREITAS (2005, p. 201) o qual nos esclarece que uma conduta
poderá (ou não) ser classificada como um ilícito penal a depender “exclusivamente do critério
Deste modo, tem-se que as sanções administrativas diferenciam-se das sanções penais
em razão de seu elemento subjetivo, de tal forma que, enquanto aquelas são aplicadas pela
Os itens que se seguem fazem uma breve análise do regramento acerca das sanções admi-
tração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática
Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras
115
Art. 70 da Lei n. 9.605/1998.
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Com o objetivo de dar cumprimento aos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único
do art. 23 da Constituição Federal, foi editada a lei complementar n. 140/2011, a qual estabe-
lece regras para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas
ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção
ambiental.
Assim, levando em conta o princípio da predominância do interesse, tal lei determinou que a
competência para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a
apuração de infrações à legislação ambiental cometidas em atividades que causem impacto am-
biental significativo compete ao órgão responsável pelo respectivo licenciamento ou autorização
Contudo, tal regra não impede o exercício pelos entes federativos da atribuição comum
de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente
poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental em vigor.
Nesta hipótese prevalecerá o auto de infração ambiental lavrado pelo órgão que detenha a
atribuição de licenciamento ou autorização acima mencionada.116
Registre-se, ainda, que, nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade
ambiental, o ente federativo que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para
evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão competente para
as providências cabíveis.117
116
Art. 17, § 3º, da Lei Complementar n. 140/2011
117
Cf. art. 17, § 2º, da Lei Complementar n. 140/2011
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A Administração Pública deve zelar para que as normas ambientais sejam obedecidas e os
eventuais infratores responsabilizados. Assim, a autoridade ambiental que tiver conhecimento
de infração ambiental é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo ad-
ministrativo próprio, sob pena de corresponsabilidade.119
I – advertência121;
II – multa simples122;
118
No mesmo sentido, veja-se art. 17, §1º, da Lei Complementar n. 140/2011.
119
Vide art. 70, § 3º da Lei n. 9.605/1998.
120
Observado o disposto no art. 6º.
121
A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regula-
mentares, sem prejuízo das demais sanções previstas neste artigo.(art. 70, § 2º).
122
A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo, apesar de advertido por irregularidades que
tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos
Portos, do Ministério da Marinha; ou se o agente opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania
dos Portos, do Ministério da Marinha.(art. 70, § 3º).
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123
A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar no tempo.
124
Art. 134, V, do Decreto n. 6.514/1998 – os demais petrechos, equipamentos, veículos e embarcações descritos no inciso IV
do art. 72 da Lei n. 9.605, de 1998, poderão ser utilizados pela administração quando houver necessidade, ou ainda vendi-
dos, doados ou destruídos, conforme decisão motivada da autoridade ambiental;
125
Segundo estabelece o art. 70, § 8º, as sanções restritivas de direito são: I – suspensão de registro, licença ou autorização; II
– cancelamento de registro, licença ou autorização; III – perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; IV – perda ou
suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; V – proibição de contratar
com a Administração Pública, pelo período de até três anos.
126
Art. 72, § 1º, da Lei n. 9.605/1998.
127
Art. 72, § 4º, da Lei n. 9.605/1998.
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CAPÍTULO VII
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes, o Governo bra-
sileiro prestará, no que concerne ao meio ambiente, a necessária cooperação a outro país, sem
qualquer ônus, quando solicitado para:
I – produção de prova;
II – exame de objetos e lugares;
III – informações sobre pessoas e coisas;
IV – presença temporária da pessoa presa, cujas declarações tenham relevância para a decisão de
uma causa;
V – outras formas de assistência permitidas pela legislação em vigor ou pelos tratados de que o
Brasil seja parte.
§ 2º A solicitação deverá conter:
128
Art. 76 da Lei n. 9.605/1998.
129
RMS 36737 / SP. Relator(a): Ministro RIBEIRO DANTAS (1181)
Órgão Julgador. T5 - QUINTA TURMA. Data do Julgamento: 11/12/2018
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CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Tratando-se de lei especial, as normas estatuídas na Lei n. 9.605/1998 tem preferência
sobre as demais leis.
Contudo, a referida lei estabeleceu a aplicação subsidiária das disposições do Código Pe-
nal e do Código de Processo Penal.130
Dentre os dispositivos aplicáveis aos crimes ambientais cite-se o Art. 109 do código penal.
Assim, segundo entendimento pacífico na jurisprudência tem-se que, em virtude da omis-
são da Lei n. 9.605/1998, adotam-se, subsidiariamente, as disposições constantes no referido
dispositivo penal.131
Desse modo, tem-se que, em razão da omissão da Lei n. 9.605/1998, os prazos de pres-
crição aplicáveis aos delitos cometidos por pessoas jurídicas são os dispostos no artigo 109
do Código Penal.132
Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os órgãos ambientais integrantes do
SISNAMA, responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização dos
estabelecimentos e das atividades suscetíveis de degradarem a qualidade ambiental, ficam au-
torizados a celebrar, com força de título executivo extrajudicial, termo de compromisso com pes-
soas físicas ou jurídicas responsáveis pela construção, instalação, ampliação e funcionamento
de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, considerados efetiva ou
potencialmente poluidores.
§ 1º O termo de compromisso a que se refere este artigo destinar-se-á, exclusivamente, a permi-
tir que as pessoas físicas e jurídicas mencionadas no caput possam promover as necessárias
130
Cf. art. 79 da Lei n. 9.605/1998.
131
AgRg no RMS 59533 / SP. Relator(a): Ministro JORGE MUSSI (1138). Órgão Julgador: T5 - QUINTA TURMA. Data do Julga-
mento: 28/05/2019. Data da Publicação/Fonte: Je 06/06/2019
132
AgRg no AgRg no AREsp 1289926 / RS. Relator(a): Ministro JORGE MUSSI (1138). Órgão Julgador: T5 - QUINTA TURMA.
Data do Julgamento: 09/04/2019. Data da Publicação/Fonte: DJe 22/04/2019
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correções de suas atividades, para o atendimento das exigências impostas pelas autoridades
ambientais competentes, sendo obrigatório que o respectivo instrumento disponha sobre:
I – o nome, a qualificação e o endereço das partes compromissadas e dos respectivos represen-
tantes legais;
II – o prazo de vigência do compromisso, que, em função da complexidade das obrigações nele
fixadas, poderá variar entre o mínimo de noventa dias e o máximo de três anos, com possibilidade
de prorrogação por igual período;
III – a descrição detalhada de seu objeto, o valor do investimento previsto e o cronograma físico
de execução e de implantação das obras e serviços exigidos, com metas trimestrais a serem
atingidas;
IV – as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou jurídica compromissada e os casos de
rescisão, em decorrência do não cumprimento das obrigações nele pactuadas;
V – o valor da multa de que trata o inciso IV não poderá ser superior ao valor do investimento
previsto;
VI – o foro competente para dirimir litígios entre as partes.
§ 4º A celebração do termo de compromisso de que trata este artigo não impede a execução de
eventuais multas aplicadas antes da protocolização do requerimento.
§ 5º Considera-se rescindido de pleno direito o termo de compromisso, quando descumprida qual-
quer de suas cláusulas, ressalvado o caso fortuito ou de força maior.
§ 6º O termo de compromisso deverá ser firmado em até noventa dias, contados da protocoliza-
ção do requerimento.
§ 7º O requerimento de celebração do termo de compromisso deverá conter as informações ne-
cessárias à verificação da sua viabilidade técnica e jurídica, sob pena de indeferimento do plano.
§ 8º Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso deverão ser publicados no órgão oficial
competente, mediante extrato.
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mesma forma que ocorreu com a tipificação penal das condutas, observa-se que o Decreto
Federal 6.514/1998 trouxe em seu texto uma serie de infrações contra a fauna (subseção I);
infrações contra a flora (Subseção II); infrações relativas à poluição e outras infrações ambien-
tais (Subseção III); infrações contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural (Subseção
IV); infrações administrativas contra a administração ambiental (Subseção V) e infrações co-
metidas exclusivamente em Unidades de Conservação (Subseção VI).
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO V – PRIMEIRA FASE/2011) A Lei
n. 9.605/1998, regulamentada pelo Decreto 6.514/2008, que dispõe sobre sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, trouxe novidades
nas normas ambientais.
Entre elas está a
a) desconsideração da pessoa jurídica, que foi estabelecida para responsabilizar a pessoa
física sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à
qualidade do meio ambiente.
b) possibilidade de assinatura de termos de ajustamento de conduta, que somente é possível
pelo cometimento de ilícito ambiental.
c) responsabilidade penal objetiva pelo cometimento de crimes ambientais.
d) substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direito quando tratar-se de cri-
me doloso.
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GABARITO
1. a
2. d
3. c
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO V – PRIMEIRA FASE/2011) A Lei
n. 9.605/1998, regulamentada pelo Decreto 6.514/2008, que dispõe sobre sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, trouxe novidades
nas normas ambientais.
Entre elas está a
a) desconsideração da pessoa jurídica, que foi estabelecida para responsabilizar a pessoa
física sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à
qualidade do meio ambiente.
b) possibilidade de assinatura de termos de ajustamento de conduta, que somente é possível
pelo cometimento de ilícito ambiental.
c) responsabilidade penal objetiva pelo cometimento de crimes ambientais.
d) substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direito quando tratar-se de
crime doloso.
Letra a.
a) Certa. Conforme o art. 4º da lei de crimes ambientais – Lei n. 9.605/1998:
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao
ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
Art. 5º (...)
§ 6º Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento
de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo
extrajudicial. (Incluído pela Lei n. 8.078, de 11.9.1990)
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Letra d.
Vide Lei n. 9.605/1998,
Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expe-
dida por autoridade competente:
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LC n. 140/2011:
Art. 7º São ações administrativas da União: XVII - controlar a introdução no País de espécies
exóticas potencialmente invasoras que possam ameaçar os ecossistemas, habitats e espécies
nativas;
Letra c.
A conduta praticada por Pedro está prevista na Lei n. 9.605/1998 que dispõe sobre as sanções
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá
outras providências.
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§ 1º Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do seu valor artístico, ar-
queológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de detenção e multa.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais so-
bre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem deci-
didas no juízo criminal.
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
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