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AO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ________ .

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF sob nº ________ , ________ , residente e domiciliado na
________ , ________ , ________ , na Cidade de ________ , ________ , ________ , vem à presença de Vossa
Excelência, por meio do seu Advogado, infra assinado, ajuizar
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO C/C DANOS MORAIS
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em face de ________ , pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº ________ ,
________ , com sede na ________ , ________ , ________ , na Cidade de ________ , ________ , ________ , pelos
motivos e fatos que passa a expor.

PRELIMINAR DE COMPETÊNCIA
O juízo da presente Comarca revela-se competente para a propositura da presente açã o,
nos termos do artigo 101, I, do Có digo de Defesa do Consumidor.

DOS FATOS
O Autor contratou junto à empresa Ré ________ , e ao longo de toda duraçã o contratual
sempre pagou em dia seus compromissos junto à empresa.
Todavia, o Autor nã o teve condiçõ es de adimplir a fatura referente ao mês de ________ /
________ .
Passados mais de ________ , o Réu vendeu a dívida para ________ realizar a cobrança, sem
consentimento do Autor.
Inconformado com o constrangimento infundado, o Autor busca por meio desta açã o a
suspensã o desta conduta atentató ria à dignidade do Autor e consequente indenizaçã o.

DO ENQUADRAMENTO NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR


A norma que rege a proteçã o dos direitos do consumidor, define, de forma cristalina, que o
consumidor de produtos e serviços deve ser abrigado das condutas abusivas de todo e
qualquer fornecedor, nos termos do art 3º do referido Có digo.
Com esse postulado, o Réu nã o pode eximir-se das responsabilidades inerentes à sua
atividade, dentre as quais prestar esclarecimentos e retificar sua conduta, visto que se trata
de um fornecedor de produtos que, independentemente de culpa, causou danos efetivos a
um de seus consumidores.

DA PRESCRIÇÃO
Nos termos do Art. 189 do có digo Civil,"Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a
qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206."
E no presente caso, o direito de cobrança extinguiu-se apó s dois anos do vencimento, nos
termos do Art. 206 do Có digo Civil.
Nesse sentido, é a conceituaçã o da doutrina sobre a extinçã o da pretensã o do direito
material pela ocorrência da prescriçã o:
"Prescrição. Conceito. Causa extintiva da pretensão de direito material pelo seu não
exercício no prazo estipulado pela lei." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de
Andrade.Código CivilComentado.12 ed. Editora RT, 2017. Versã o ebook,Art. 1.196)
Assim, considerando que o prazo prescricional iniciou em ________ , data em que nasceu o
direito ao titular, ou seja com o vencimento da cobrança, tem-se configurada a prescriçã o
do objeto, devendo ser reconhecida a inexigibilidade da cobrança.

DO DANO MORAL
Conforme demonstrado pelos fatos narrados, a empresa ré ao realizar cobranças abusivas
de dívidas já prescritas, deixou de cumprir com sua obrigaçã o primá ria de zelo e cuidado
no manejo de suas cobranças, expondo o Autor a um constrangimento ilegítimo, gerando o
dever de indenizar, conforme preconiza o Có digo de Direito do Consumidor:
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a
ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
A doutrina ao lecionar sobre o tema, estabelece algumas diretrizes que devem ser
observadas pelo fornecedor
a) a relaçã o entre fornecedor e consumidor é pessoal, logo, não é lícito ao primeiro dar
conhecimento da dívida, ou tratar da questão com terceiras pessoas, como familiares,
colegas de trabalho, amigos ou demais pessoas das relaçõ es do devedor;
b) a exigência do crédito deve se dar de modo discreto e formal, sem a exposição da
situação a terceiros, nem o constrangimento ou afetaçã o da credibilidade social do
devedor;
c) sã o expressamente vedadas quaisquer ameaças físicas ou a adoçã o de medidas que nã o
estejam previstas na lei ou no contrato, visando causar prejuízo ao devedor; e
d) não é reconhecido ao credor o direito de perturbar o consumidor em suas
atividades cotidianas, como seus momentos de descanso ou de desenvolvimento da
atividade laboral, de modo de causar perturbaçõ es tais que o levem a satisfazer a dívida
como modo de fazer cessar o infortú nio. (MIRAGEM, Bruno Curso de Direito do
Consumidor - Editora RT, 2016. versã o e-book, 3.2.1. Limites do exercício do direito de
crédito pelo fornecedor)
Portanto, considerando-se tratar de uma atitude ilícita, que viola o direito do Autor, tem-se
o dever de indenizar, conforme clara disposiçã o legal clara no Có digo Civil:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.
Assim, considerando que a empresa Ré ultrapassou os limites razoá veis do exercício de seu
direito, afetando seriamente a dignidade do Autor o expondo ao ridículo, devida
indenizaçã o por danos morais.
A Sú mula 37 do Superior Tribunal de Justiça elucida o tema:
"O dano moral alcança prevalentemente valores ideais, não goza apenas a dor física que
geralmente o acompanha, nem se descaracteriza quando simultaneamente ocorrem danos
patrimoniais, que podem até consistir numa decorrência de sorte que as duas modalidades se
acumulam e tem incidências autônomas."
E nesse sentido, a indenizaçã o por dano moral deve representar para a vítima uma
satisfaçã o capaz de amenizar de alguma forma o abalo sofrido e de infligir ao causador
sançã o e alerta para que nã o volte a repetir o ato, uma vez que fica evidenciado completo
descaso aos transtornos causados.

DO PEDIDO LIMINAR
Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo."
No presente caso tais requisitos sã o perfeitamente caracterizados, vejamos:
PERICULUM IN MORA - O risco da demora se configura diante da continuidade da
cobrança insistente e vexató ria que persiste todos os dias, causando grave
constrangimento ao Autor.
FUMUS BUNI IURIS - A probabilidade do direito ficou perfeitamente demonstrada diante
da comprovaçã o do abuso sofrido pelo Autor, como consumidor, diante de um
constrangimento ilegal.
Razã o pela qual se requer a imediata suspensã o da cobrança, sob pena de multa diá ria.

DAS PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIR


O Autor pretende instruir seus argumentos com as seguintes provas:
a) depoimento pessoal do Autor, para esclarecimentos sobre os fatos;
b) ouvida de testemunhas, cujo rol segue abaixo,
c) a juntada dos documentos em anexo, em especial prints da tela dos telefones que
receberam as inú meras ligaçõ es, bem como ________ ;
d) reproduçã o cinematográ fica a ser apresentada em audiência nos termos do Pará grafo
Ú nico do art. 434 do CPC;
Desde já indica como essencial a produçã o de prova testemunhal, para fins de demonstrar
o constrangimento causado ao Autor, sob pena de cerceamento do defesa:
APELAÇÃ O. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃ O INDENIZATÓ RIA POR DANOS MORAIS.
LIGAÇÕ ES TELEFÔ NICAS DE COBRANÇA DE DÉ BITO QUITADO. COBRANÇA VEXATÓRIA.
INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE OITIVA DE TESTEMUNHAS. CERCEAMENTO DE DEFESA
CONFIGURADO NO CASO CONCRETO. SENTENÇA DESCONSTITUÍDA. Configura-se
cerceamento de defesa o indeferimento de prova testemunhal, quando demonstrada a
sua necessidade para fins de comprovar a alegada cobrança vexatória por meio de
ligações telefônicas pelos prepostos do réu. Sentença desconstituída. RECURSO
PROVIDO. SENTENÇA DESCONSTITUÍDA. (Apelaçã o Cível Nº 70074748864, Nona Câ mara
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo Kraemer, Julgado em 08/11/2017).
Motivos pelos quais, requer o deferimento de todas as provas admitidas em direito.

DA JUSTIÇA GRATUITA
O Requerente atualmente é ________ , tendo sob sua responsabilidade a manutençã o de sua
família, razã o pela qual nã o poderia arcar com as despesas processuais.
Ademais, em razã o da pandemia, apó s a política de distanciamento social imposta pelo
Decreto ________ nº ________ (em anexo), o requerente teve o seu contrato de trabalho
reduzido, com reduçã o do seu salá rio em ________ , agravando drasticamente sua situaçã o
econô mica.
Desta forma, mesmo que seus rendimentos sejam superiores ao que motiva o deferimento
da gratuidade de justiça, neste momento excepcional de reduçã o da sua remuneraçã o, o
consumidor se encontra em completo descontrole de suas contas, em evidente
endividamento.
Como prova, junta em anexo ao presente pedido ________ .
Para tal benefício o consumidor junta declaraçã o de hipossuficiência e comprovante de
renda, os quais demonstram a inviabilidade de pagamento das custas judicias sem
comprometer sua subsistência, conforme clara redaçã o do Art. 99 Có digo de Processo Civil
de 2015.
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petiçã o inicial, na
contestaçã o, na petiçã o para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 1º Se superveniente à primeira manifestaçã o da parte na instâ ncia, o pedido poderá ser
formulado por petiçã o simples, nos autos do pró prio processo, e nã o suspenderá seu curso.
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que
evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessã o de gratuidade, devendo, antes
de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovaçã o do preenchimento dos referidos
pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por
pessoa natural.
Assim, por simples petiçã o, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus o Requerente ao
benefício da gratuidade de justiça:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE SEGURANÇA - JUSTIÇA GRATUITA -
Assistência Judiciá ria indeferida - Inexistência de elementos nos autos a indicar que o
impetrante tem condições de suportar o pagamento das custas e despesas
processuais sem comprometer o sustento próprio e familiar, presumindo-se como
verdadeira a afirmação de hipossuficiência formulada nos autos principais - Decisã o
reformada - Recurso provido. (TJSP; Agravo de Instrumento 2083920-71.2019.8.26.0000;
Relator (a): Maria Laura Tavares; Ó rgã o Julgador: 5ª Câ mara de Direito Pú blico; Foro
Central - Fazenda Pú blica/Acidentes - 6ª Vara de Fazenda Pú blica; Data do Julgamento:
23/05/2019; Data de Registro: 23/05/2019
Cabe destacar que o a lei nã o exige atestada miserabilidade do requerente, sendo suficiente
a "insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas processuais e honorários
advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme destaca a doutrina:
"Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem tampouco se fala em renda
familiar ou faturamento máximos. É possível que uma pessoa natural, mesmo com bom renda
mensal, seja merecedora do benefício, e que também o seja aquela sujeito que é proprietário
de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez. A gratuidade judiciária é um dos mecanismos
de viabilização do acesso à justiça; não se pode exigir que, para ter acesso à justiça, o
sujeito tenha que comprometer significativamente sua renda, ou tenha que se desfazer
de seus bens, liquidando-os para angariar recursos e custear o processo." (DIDIER JR.
Fredie. OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed. Editora
JusPodivm, 2016. p. 60)
"Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é necessário que a parte seja pobre ou
necessitada para que possa beneficiar-se da gratuidade da justiça. Basta que não tenha
recursos suficientes para pagar as custas, as despesas e os honorários do processo. Mesmo
que a pessoa tenha patrimônio suficiente, se estes bens não têm liquidez para adimplir com
essas despesas, há direito à gratuidade." (MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio
Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos
Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98)
Por tais razõ es, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituiçã o Federal e pelo artigo 98 do
CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao requerente.

DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, REQUER:
1. A concessã o da gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do Có digo de Processo Civil;
2. O deferimento da medida liminar para determinar que o Réu suspenda imediatamente as
cobranças realizadas ao Autor sob pena de multa diá ria;
3. A total procedência da açã o para, declarar a inexigibildiade do débito;
4. Cumulativamente requer que seja determinado ao Réu pagar ao requerente um quantum
a título de danos morais, nã o inferior a R$ ________ , considerando as condiçõ es das partes,
principalmente o potencial econô mico-social da lesante, a gravidade da lesã o, sua
repercussã o e as circunstâ ncias fá ticas;
5. A condenaçã o do réu ao pagamento de honorá rios advocatícios nos parâ metros previstos
no art. 85, § 2º do CPC.
DOS REQUERIMENTOS
1. A citaçã o do Réu para responder, querendo;
2. A produçã o de todas as provas admitidas em direito, em especial a testemunhal e
________ ;
3. Seja acolhida a manifestaçã o do ________ na audiência conciliató ria, nos termos do Art.
319, inc. VII do CPC.
Dá -se à causa o valor de R$ ________
Nestes termos, pede deferimento
________ , ________ .
________
ROL DE TESTEMUNHAS
1. ________
2. ________
ANEXOS
1. Comprovante de renda
2. Declaraçã o de hipossuficiência
3. Documentos de identidade do Autor
4. Comprovante de Residência
5. Procuraçã o
6. Provas da ocorrência
7. Provas da tentativa de soluçã o direto com o réu
8. Provas da negativa de soluçã o
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