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BIOLOGIA
GEOLOGIA
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Resumo de Biologia e Geologia Maria Emília Morais Carrabau
BIOLOGIA e GEOLOGIA
MÉTODO CIENTÍFICO
Observação
Pesquisa
Experimentação
Uma experiência com controlo de variáveis (ECV) é um teste científico feito sob condições
controladas, o que implica que um nº reduzido de fatores sejam alterados e outros se
mantenham constantes. Uma ECV inclui geralmente dois elementos centrais: o(s) grupo(s)
experimental(ais) e o(s) grupo(s) controle ou de referência.
- Variáveis dependentes: É a variável que o investigador vai medir para avaliar as diferenças
nos grupos sujeitos a um determinado tratamento, isto é, às variáveis independentes.
- Variáveis de controlo: É a variável que é mantida constante para que o impacto de um outro
fator possa ser mais bem compreendido. O seu efeito é deliberadamente eliminado pelo
investigador.
A Terra e os subsistemas
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Geosfera – Compreende toda a parte superficial da Terra (sólido) formada pelas massas
continentais e fundos oceânicos e pelos materiais que constituem o seu interior e se encontra
organizada em camadas (crosta, manto e núcleo). A Terra é um planeta geologicamente ativo
internamente (sismos, vulcões, tectónica de placas) – está em constante mutação.
Hidrosfera – Compreende toda a água no estado líquido (rios, oceanos, lagos e lençóis
freáticos) e sólido (neve ou glaciares).
Atmosfera – Camada gasosa que envolve a Terra e todos os outros subsistemas, separando-os
de forma difusa do exterior. Inclui também o vapor de água. Importante regulador do clima;
proteção da Terra das radiações solares e do bombardeamento de partículas provenientes do
espaço. A maioria dos meteoritos que atingem a Terra, desintegram-se na atmosfera.
Biosfera – Inclui todos os seres vivos e todas as relações que os seres vivos estabelecem entre
si e com o meio. Por outras palavras inclui todas as formas de vida aquática e terrestre, assim
como os seus habitats.
Relação Geosfera – Atmosfera: Exemplo – Erupções vucânicas libertam gases e poeiras para a
atmosfera – alterações dos mecanismos de meteorização e erosão das rochas.
Relação Biosfera – Hidrosfera: A água como o principal constituinte dos seres vivos.
Rochas Sedimentares
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Rochas Magmáticas
O granito e o riólito são rochas ácidas porque são ricas em sílica e o Basalto e Gabro
são rochas básicas porque não são tão ricas em sílica.
Rochas Metamórficas
Tipos de Metamorfismo:
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A Terra formou-se há cerca de 4600 milhões de anos (Ma). Todas as alterações ocorridas no
Planeta estão registadas nas rochas.
Idade Relativa
distribuição estratigráfica.
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Quando uma rocha se forma, adquire uma determinada quantidade de isótopos radioativos
que se vão desintegrando (dando origem à formação de compostos mais estáveis) ao longo do
tempo. Da desintegração resulta a libertação de energia.
Tempo de semivida – Tempo necessário para que metade dos átomos- pai (isótopos – pai) se
transformem em isótopos-filhos. Razão P/F = 1 (passou uma semivida); P/F >1 (jovem- menos
que uma semivida); P/F <1 (mais que 1 semivida).
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O UNIFORMITARISMO inclui:
Alfred Wegener enunciou em 1915 a Teoria que admite a Deriva dos Continentes (Deriva
Continental). Esta Teoria contrariava as ideias fixistas que dominavam na época e que
defendiam que a Terra teria mantido o seu aspeto desde a sua criação. A teoria da Deriva
Continental apoiava-se em evidências cujo estudo se iniciou no início do século XX. Alfred
apresentou argumentos morfológicos (complementaridade entre a costa ocidental de África e
a costa oriental da América do sul); paleontológicos (fósseis de seres vivos da mesma espécie
em locais que distam atualmente milhares de Km e separados por oceanos, com características
que impossibilitam a sua deslocação neste meio); Paleoclimáticos (sedimentos glaciares que só
se formam a grandes altitudes e baixas temperatiras, encontrados em zonas da Índia e África
do sul) e Litológicos (rochas encontradas na América do sul e África, com a mesma idade,
semelhantes e formadas pelos mesmos minerais. Sabemos que atualmente as rochas que se
formam nesses locais apresentam outras características. Existe também continuidade entre as
duas costas – cordilheiras montanhosas antigas).
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Tectónica de Placas
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Para além das evidências enunciadas acima, verifica-se que a maioria dos epicentros dos
sismos e dos vulcões não ocorre ao acaso, mas coincidem entre si. Além disso, estes epicentros
estão frequentemente associados a zonas de instabilidade tectónica que ocorrem nos limites
e/ou nas fronteiras das placas litosféricas.
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Correntes de Convecção
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- Efeito das Marés – A posição combinada da Terra, o Sol e a Lua interferem com os campos
gravíticos da Terra.
- Atividade Vulcânica – o calor que se liberta junto às cristas médio-oceânicas (riftes) induz o
aquecimento da água do mar;
Se fosse retirada toda a água dos oceanos, a face da Terra revelaria a existência de dois tipos
de unidades (Áreas Continentais e Fundos Oceânicos).
Áreas Continentais
As áreas continentais ocupam 36% da superfície terrestre (29% emersa e 7% submersa). Tem
uma espessura que varia entre os 20 e os 70 Km.
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Área Continental
Das áreas cobertas pelas águas oceânicas pode considerar-se um Domínio Continental e um
Domínio Oceânico. O Domínio Continental inclui a Plataforma Continental e o Talude
Continental e o Domínio Oceânico inclui as Planícies Abissais e as Dorsais Oceânicas.
O fundo Oceânico apresenta uma paisagem submarina idêntica à paisagem dos continentes:
montanhas, vales e planícies.
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Talude Continental: Zona de grande declive cuja profundidade está compreendida entre os
200 e os 2.500 metros e estabelece a transição entre a crosta continental e a crosta oceânica.
Dorsais Oceânicas: Situam-se na parte média ou nos bordos dos oceanos elevam-se até 3.000
metros acima dos fundos das planícies, estendendo-se por uma largura de cerca de 1000 km.
Na parte central de algumas dorsais existe um vale, o rifte. As dorsais são cortadas por falhas
transversais (normalmente de desligamento).
Recursos Naturais
Os recursos naturais podem ser renováveis e não renováveis (as rochas eos minerais fazem
parte dos não renováveis).
A exploração dos recursos naturais traz alguns riscos geológicos, por exemplo, a poluição e a
redução de recursos.
- Poluição dos solos e das águas, superficiais e subterrâneas (aquíferos), devido ao uso de
adubos e pesticidas; devido aos resíduos industriais e devido aos resíduos urbanos.
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Para prevenir: Política dos R’s – reduzir, reutilizar, reciclar, respeitar e responsabilizar.
Métodos Indiretos
GEOFÍSICOS
Densidade – Resulta de cálculos complexos e estima que a densidade média relativa da Terra é
de 5,5 g/cm3. O conhecimento de que a densidade relativa dos materiais à superfície é de 2,8,
permite inferir que a densidade do planeta aumenta desde a superfície até ao seu interior.
GEOTERMIA
Ocupa-se do estudo da génese e da distribuição do calor interno da Terra, bem como da sua
dissipação permanente através da superfície – Fluxo Térmico. Designa-se por Gradiente
Geotérmico o aumento da temperatura por quilómetro de profundidade. Designa-se por Grau
Geotérmico o número de metros que é necessário descer, em profundidade, para que a
temperatura suba um grau. Zonas tectonicamente instáveis, comparativamente com as
instáveis, apresentam elevado fluxo térmico, maior gradiente geotérmico e menor grau
geotérmico.
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PLANETOLOGIA e ASTROGEOLOGIA
Estudo dos Planetas e de outros corpos celestes, podendo fornecer dados relativos à
composição da Terra, dado que se admite que a génese seja comum a partir de uma nébula
solar primitiva. O estudo dos meteoritos tem permitido relacionar a composição desses corpos
com a composição das diferentes zonas que se admite constituírem o interior da Terra,
contribuindo para a construção de modelos da estrutura interna da Terra (Modelo Químico).
Vulcanologia
Magma – Material de origem rochosa, fundido, total ou parcialmente, com gases dissolvidos.
Os gases e as partículas sólidas emitidos para a atmosfera podem ser tão ou mais poluentes
que a atividade industrial. Apesar dos riscos vulcânicos (perdas de vidas, destruição de
habitats, destruição de edifícios e de outros bens materiais), a atividade vulcânica também tem
benefícios económicos e sociais (turismo, exploração agrícola, exploração industrial e mineira,
fonte de energia geotérmica, exploração científica e saúde).
Tipos de vulcanismo
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Vulcanismo Intraplaca – explica a existência de ilhas no interior das placas oceânicas, como por
exemplo o Havai (não confundir com os arcos de ilhas vulcânicas).
Também explica os vulcões isolados no interior dos Continentes – estes poderão ter uma
atividade do tipo explisivo porque o magma (básico inicialmen) pode atravessar rochas
graníticas e torna-se mais ácido e rico em sílica.
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- Monitorização do vulcão;
- pH;
- Libertação de gases;
- Gravimetria e Densidade.
Sismos
Podem ser naturais, provocados por movimentos tectónicos (sismos tectónicos) ou pela
ascensão do magma (sismos vulcânicos) ou pelo abatimento de terrenos (sismos de colapso ou
implosão) e artificiais (provocados pela ação humana, como explosões numa pedreira ou
nucleares).
Ressalto Elástico – Sobre as rochas atuam forças que as deformam. Quando o limite de
resistência (plasticidade e/ou elasticidade) é ultrapassado, os blocos rochosos fraturam e
deslocam-se, libertando a energia acumulada sobre a forma de ondas sísmicas. Quando as
rochas fraturam, libertam, no limite da fratura, instantaneamente, grandes quantidades de
energia (que estava acumulada). Devido às propriedades elásticas da Litosfera, os dois lados da
fratura sofrem um deslocamento em sentido oposto ao das forças deformadas – Ressalto
Elksático.
A nergia libertada propaga-se sob a forma de ondas sísmicas que ao atingir os materiais da
Litosfera, fazem-nos vibrar.
Falha ativa – Estrutura Geológica que resulta de uma fratura das rochas com formação de
blocos que se deslocam uns em relação aos outros.
Foco ou Hipocentro – Local do interior da Terra onde ocorre a libertação de energia (sempre
relacionada com a magnitude do sismo – Escala de Ritcher). Há apenas um único valor de
magnitude para cada sismo. Para calcular o valor da magnitude interessa a distãncia epicentral
e a amplitude das ondas sísmicas.
Epicentro – Local à superfície da Terra, na vertical ao hipocentro, onde o sismo se faz sentir
com maior intensidade. Quanto maior a distância ao epicentro menor será a intensidade (na
prática pode não ser, depende do tipo de construções).
Tsunami – Quando o Epicentro se localiza no mar (oceano), pode originar ondas com elevada
altura.
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Ondas sísmicas – Quando as ondas sísmicas passam, originam vibrações das partículas
rochosas.
Ondas P – Propagam-se em meios sólidos, líquidos e gasosos (por isso quando chegam à
superfície podem propagar-se pela atmosfera originando ondas sonoras). Diminuem de
velocidade quando atravessam a Astenosfera e o núcleo externo.
Ondas S – Não se propagam em meios líquidos (não atravessam o núcleo externo e diminuem
de velocidade na Astenosfera). São ondas transversais porque as partículas rochosas vibram
perpendicularmente à direção de propagação da onda.
Ondas L – Também não se propagam nos meios líquidos e varrem a superfície da Terra. As
partículas do meio também se movimentam transversalmente à direção da onda (todas as
direções).
Diferença de chegada das ondas S-P – Ajuda (junto com a Amplitude) a calcular a magnitude
de um sismo.
Para um mesmo sismo há apenas um único valor de magnitude (E. de Richter – Escala objetiva)
e vários valores de intensidade (E. de Mercali ou Escala Macrossísmica Europeia – Avalia o grau
de destruição ou de estragos).
Isossistas – Linhas traçadas no mapa que delimitam zonas de idêntica intensidade sísmicas. As
isossistas estão relacionadas com a intensidade (avalia estragos). Por essa razão não se traçam
isossistas no oceano.
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Temos sismos interplaca (ocorrem nas zonas de fronteira – Limites do tipo de colisão
sobretudo) e sismos intraplaca (ocorrem no interior das placas tectónicas – consequência das
falhas ativas). Existem vários sismos do tipo interplaca:
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Modelo Químico
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Modelo Físico
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Ainda hoje se discute a existência da Astenosfera como camada contínua. Alguns autores
admitem a existência de uma camada com cerca de 100 a 200 km entre o manto inferior e o
núcleo externo, podendo ser neste local que se formam as plumas mantélicas (que originam os
hot spots).
Os sismos constituem um perigo para as populações e, por essa razão, é um assunto que deve
ser abordado de forma a consciencializar todo o cidadão dos perigos que acarreta. A má
construção dos edifícios, não tendo em conta estruturas antissísmicas, a proximidade do mar,
estruturas geologicamente instáveis (vertentes) associado à falta de informação e de
simulacros sobre o que fazer caso ocorra um sismo, são fatores que aumentam o risco sísmico.
BACIAS HIDROGRÁFICAS
Os rios são responsáveis pela erosão – erosão fluvial, cheias e neles também se pode fazer a
exploração de inertes (areias).
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As barragens contribuem para o aumento da erosão nas zonas costeiras porque retêm muitas
areias, impedindo que cheguem às bacias de sedimentação.
ATENÇÃO – Quando há regressão marinha, o nível do mar diminui desce e a linha de costa
avança. Quando há transgressão, há subida do nível das águas e a linha de costa recua.
No litoral há problemas e fenómenos que alteram a morfologia das costas. Estas alterações são
devidas a: alternância de regressões e transgressões marinhas; correntes marinhas litorais que
provocam erosão, transporte e deposição de sedimentos; deformação das margens dos
continentes, devido aos movimentos tectónicos (convergentes, divergentes e conservativos) e
outros são provocados pelo homem (agravamento do efeito de estufa devido ao aumento de
CO2 na atmosfera; ocupação do litoral com construções e infraestruturas; diminuição da
quantidade de sedimentos devido à erosão; destruição das defesas naturais, como a
destruição de dunas, florestas e construções desordenadas).
Formação
Erosão.
1- Meteorização mecânica ou Física – Inclui diferentes processos que fragmentam uma rocha
preexistente em porções mais pequenas sem que ocorram transformações na composição
química na rocha.
- Ação do gelo (crioclastia) – por diminuição da temperatura, a água penetra nas fraturas e nos
poros e pode gelar. Quando a água congela expande-se e há aumento do volume, originando
novas fissuras. Quanto mais fendas, maior é a desagregação (Meteorização – conjunto de
fenómenos que leva à alteração das rochas).
- Ação dos seres vivos – Crescimento de raízes de árvores e de arbustos; galerias provocadas
por animais (escavação) e atividade do ser humano em minas, pedreiras, construções, etc.
contribuem para a fraturação das rochas. - Haloclastia ou crescimento dos minerais no interior
das fissuras. Os sais minerais dissolvidos precipitam nas fendas e lá os minerais iniciam o seu
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- Outros minerais são alterados, por exemplo os feldspatos e as micas – formam minerais de
argila.
- Dissolução (ex. halite e calcite) – Ocorre reação dos minerais com a água ou com o ácido (ex.
H2CO3). Rompe-se a ligação entre os iões e estes dissolvem-se numa solução. Ex. a dissolução
da halite (do sal gema) obtendo-se água com iões de Na + + Cl- e dissolução de Carbonato de
Cálcio por ação do ácido carbónico formando iões de cálcio e hidrogenocarbonato:
- Hidratação da hematite
- Desidratação do gesso
- Hidrólise – Ocorre quando os catiões da estrutura de um mineral são substituídos pelos iões
de Hidrogénio. Frequentemente estes iões são provenientes de uma solução acidificada. A
substituição iónica tanto pode originar a formação de novos minerais (diferentes) como a
desagregação integral do mineral de origem. Olivinas e Piroxenas são totalmente
desintegradas. Os feldspatos dissolvem-se parcialmente e produzem sílica (em solução) e
minerais de argila, como exemplo temos a caulinite. Há substituição de catiões da estrutura de
um mineral por iões de Hidrogénio.
A meteorização química pode também ter origem nos seres vivos, em consequência da
produção de fluidos e ácidos que, em contacto com as rochas, provocam a sua alteração.
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3- Erosão
Corresponde à remoção de fragmentos da Rocha mãe. Os agentes são a água e o vento. Ex.
formação de sulcos, chaminés de fada, ravinamentos em solos com pouca vegetação e blocos
pedunculados por ação do vento.
4- Transporte
Movimento dos materiais resultantes da erosão pelos agentes: gravidade, água, vento e seres
vivos.
5- Deposição ou Sedimentação
Quando a ação dos agentes erosivos e de transporte se perde ou diminui ocorre a deposição
dos sedimentos (os sedimentos precipitam), isto é onde os agentes têm uma ação nula. Aqui
também pode haver, para além dos sedimentos, deposição e formação de novos minerais
(neoformação) e precipitação de substâncias químicas ou orgânicas (constituem o cimento). A
deposição pode ocorrer no domínio continental (rios ou lagos); no domínio de transição (praias
- margens entre oceano e continente-, deltas ou estuários e domínios oceânicos (plataformas e
planícies abissais).
6- Diagénese
- Quanto à origem dos Sedimentos: - Física e Química (Rochas Detríticas) – Detritos e rochas
pré-existentes.
Dissolvidas na água.
Rochas Detríticas
- Balastros (blocos, seixos, cascalho, areão) --- por diagénese ----- Brecha / conglomerado
Rochas Quimiogénicas
Calcários (Calcite – Carbonato de Cálcio), Sal Gema (Halite – Cloreto de Sódio) e gesso (sulfato
de cálcio).
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Rochas Biogénicas
Calcários Biogénicos (recifal, conquífero …); carvão (turfa, lignite, carvão betuminoso ou hulha
e antracite) – Quanto maior a consolidação, maior a percentagem de carbono, menos água. A
turfa é equivalente a sedimentos (vegetais); a lignite e a hulha sofreram diagénese, por isso
estão consolidadas e a antracite já iniciou o processo de metamorfismo; Petróleo
(hidrogenocarbonatos). Na formação de petróleo as rochas de cobertura são pouco
permeáveis – impedem a subida do petróleo e do gás natural (pode ser argila ou uma rocha
salina); as rochas armazém são permeáveis / porosas e podem ser arenitos ou calcários. Para
que ocorram acumulações consideráveis de petróleo é necessário a presença de estruturas
geológicas favoráveis – armadilhas petrolíferas (ex. falhas e dobras) – formam-se reservatórios
de petróleo.
CONCEITOS:
Estratificação – Estrutura mais comum das rochas sedimentares (deposição por ação da
gravidade).
Estrato – Camada ou leito – unidade estratigráfica elementar. Por cima temos o TETO e na
base temos o MURTO.
Continental
Transição
Marinho
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Somatofóssil – fósseis de restos somáticos (corpo) – restos do organismo. Ex. ossos, dentes,
carapaças, folhas.
Icnofóssil – Fósseis de vestígios da atividade do ser vivo, como, por exemplo ovos, pegadas,
fezes. Também se designam marcas.
Princípio da horizontalidade inicial – A deposição dos sedimentos, caso não haja perturbação,
ocorre sempre na horizontal, formando estratos horizontais. Quando se apresentam inclinados
significa que foram afetados pelos movimentos tectónicos.
Princípio da Interseção – Numa estrutura geológica, como um filão ou falha, que corta ou
interseta uma outra, a que interseta é sempre mais recente.
Princípio da inclusão – Fragmentos incluídos numa rocha ou estrato são sempre mais antigos
que a rocha que os engloba.
MINERAIS
Densidade
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ROCHAS MAGMÁTICAS
Como o magma é menos denso que as rochas encaixantes, têm tendência a subir até à
superfície terrestre ou próximo dela, deslocando-se até à consolidação na crusta. De acordo
com o local onde consolidam classificam-se em dois grupos (extrusivas e intrusivas).
Assim, numa zona de colisão entre duas placas oceânicas temos uma placa que subducta (mais
antiga e a mais densa) e forma-se um Arco de ilhas vulcânicas; na zona de afastamento das
placas – no rifte da dorsal médio oceânica – temos a formação de vulcões (atividade
submarina); na zona intraplaca temos os pontos quentes associados e em zonas de colisão
entre uma placa continental e uma placa oceânica, esta última subducta por ser a mais densa
(apesar de mais recente) e formam-se cadeias montanhosas com vulcões na parte continental,
ex. Andes.
- Basáltico – pobre em sílica (50%) – ponto de fusão alto – aproximadamente 1300 ºC. Contém
cerca de 50% de sílica (SiO2) e uma pequena quantidade de gases dissolvidos. Pode formar
Gabro ou Basalto. Um magma basáltico é básico e resulta da fusão do manto;
- Riolítico – Ricos em sílica – Contém cerca de 70% de sílica e uma grande quantidade de gases
dissolvidos. É ácido e resulta da fusão da crosta continental. Ponto de fusão baixo – 800 ºC.
Como já foi referido, um magma pode consolidar rapidamente quando chega à superfície ou
perto dela (não permitindo que muitos minerais cristalizem) ou consolidar em profundidade,
de forma lenta, formando uma sequência de minerais com estrutura e composição química
bem definida, gerando rochas com composição química distinta e um magma residual de
composição diferente da inicial – Diferenciação magmática.
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- Diferenciação gravítica – Os minerais tornam-se sólidos, ficam mais densos que a mistura
magmática e precipitam, isto é, depositam-se no fundo da câmara magmática.
Os minerais que se situam na mesma linha (como a Olivina e a Anortite) significa que
cristalizam à mesma temperatura e, por isso, estão presentes na mesma rocha magmática.
Para cada rocha vulcânica há um equivalente numa rocha plutónica, de acordo com a
composição química. Logo, o basalto é equivalente ao gabro porque possuem os mesmos
minerais, embora uma tenha textura afanítica e a outra textura fanerítica ou cristalina.
Todos os minerais da série descontínua (OPAB) possuem ferro e magnésio e, por diminuição da
temperatura vão-se formando minerais com composição química e estrutura diferente e cada
vez mais estáveis às novas condições de temperatura. Desta forma, o magma residual vai
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ficando cada vez mais pobre em ferro e magnésio e, após a formação da Biotite, já quase não
restam estes minerais.
As plagióclases são os únicos constituintes da série contínua, compostas por sílica, alumínio e
quantidades variáveis de sódio e de cálcio. A plagióclase mais rica em sódio (entre 90% a
100%) é a Anortite e a mais rica em cálcio é a Albite. À medida que a temperatura vai
descendo, os iões de sódio são substituídos por iões de cálcio na rede cristalina que se
mantém sempre a mesma, originando composições químicas diferentes (minerais isomorfos).
Após a cristalização completa dos minerais dos dois ramos a fração do magma que sobra
8remanescente) pode apresentar elevadas concentrações de sílica, bem como potássio e
Alumínio e poderão cristalizar sucessivamente em feldspato potássico, moscovite e quartzo.
Isomorfismo e polimorfismo
A formação dos minerais das rochas magmáticas resulta, como sabemos, do arrefecimento do
magma e a formação dos minerais é condicionada pela velocidade em que ocorre esse
arrefecimento. Quando o arrefecimento é lento, os átomos têm tempo para se posicionarem
de forma ordenada na rede cristalina originando minerais delimitados por superfícies planas –
euédricos (exemplo quartzo); se o arrefecimento for rápido não se formam faces externas,
mas minerais sem forma – anédricos. Se apresentar faces parcialmente desenvolvidas
designam-se subédricos.
As propriedades dos minerais relacionam-se com a composição química e com a sua estrutura
interna (rede cristalina). Minerais isomorfos apresentam diferente composição química e a
mesma estrutura cristalina, Ex. Albite e Anortite. Também as Olivinas são minerais isomórficos,
umas são mais ricas em magnésio e outras em ferro. Minerais polimorfos apresentam a
mesma composição química e diferente estrutura cristalina, ex, diamante e grafite, ricas em
carbono (formam-se em condições de pressão diferente).
A cor das rochas magmáticas está relacionada com a sua composição química. Quanto à cor
podemos classificar as rochas magmáticas em:
- Leucocratas – rochas mais claras, ricas em sílica e alumínio (minerais félsicos) – Estes minerais
conferem à rocha uma cor clara.
Quanto à textura, interessa o aspeto geral das rochas e resulta do grau de cristalização, da
disposição, forma e tamanho dos minerais. Assim, quanto á textura temos:
- Textura vítrea- Material com aspeto semelhante ao vidro. Não se formam minerais porque o
arrefecimento do magma foi muito rápido. Os átomos ou iões vão dispor-se ao acaso. Ex.
Obsidiana.
- Textura Afanítica – As rochas são formadas por cristais muito pequenos que não se
distinguem a olho nu. Resulta de um arrefecimento rápido do magma o que não permite o
crescimento dos cristais. Ex. Basalto.
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- Textura Fanerítica – A rocha é formada por cristais bem desenvolvidos que se distinguem
macroscopicamente. Dentro deste tipo de textura podemos subdividir em granular, porfiroide
e pegmatítica. Na granular, os grãos apresentam dimensões semelhantes, ex. granito. Na
porfiroide, a rocha pode apresentar uma massa com grãos semelhantes e no seu seio
aparecem cristais mais desenvolvidos, ex. granito de textura porfiroide. No pegmatito, a rocha
apresenta cristais muito desenvolvidos e com grande perfeição morfológica, Ex. pegmatito.
- Ácidas – Percentagem de sílica superior a 65%. Ex. Granito e Riólito (também são
leucocratas).
- Ultrabássicas – Menos que 43% de sílica, ex. peridotito e Kimberlito. São muito escuras.
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Falha – Superfície da fratura ao longo da qual ocorre movimento relativo entre os blocos
separados por essa fratura, em resultado do comportamento frágil. Numa falha podemos
encontrar vários elementos.
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Tipos de falhas
A associação entre várias falhas normais pode originar configurações geológicas denominadas
depressões tectónicas ou grabens e maciços tectónicos ou horsts.
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Tipos de Dobras
METAMORFISMO
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Fatores de metamorfismo
- Pressão / tensão – pode ser litostática ou não litostática (neste caso dirigida). Modifica a
textura principalmente.
Pressão / Tensão
Nas tensões não litostáticas ou dirigidas ocorre o alinhamento dos minerais segundo
determinado plano, passando as rochas a apresentar foliação, textura foliada.
As rochas metamórficas com textura foliada podem apresentar 3 tipos de foliação: clivagem
ardosífera, xistosidade e bandado gnáissico, estas são características de baixo, médio e alto
grau de metamorfismo.
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Temperatura
Fluidos circulantes
Os fluidos libertados pelo magma (ricos em iões dissolvidos) podem transportar esses iões
(sódio, potássio, silício) que se encontram solubilizados em água quente e a altas pressões. As
circulações desses fluidos alteram a constituição das rochas encaixantes, na composição
mineralógica e química.
Alguns processos de metamorfismo também geram fluidos que também podem permitir a
troca de substâncias, pois a presença de água facilita as reações químicas entre os átomos e
iões constituintes dos fluidos e das rochas.
Rochas Metamórficas
Existem muitos minerais comuns aos minerais das rochas magmáticas, como o quartzo e o
feldspato e às rochas sedimentares, como a calcite e outros que se formam em condições
muito específicas de P e T.
Os minerais das rochas sujeitas a metamorfismo ficam instáveis nessas novas condições de P e
T e recombinam-se por recristalização – novais associações para ficarem mais estáveis. Como
exemplo temos a andaluzite, a distena e a silimanite que são minerais polimorfos de
composição Al2SiO5 e estrutura cristalina diferente.
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- Ardósia – Resulta da ação de metamorfismo de baixo grau, granularidade fina. Com clivagem
ardosífera, de cor escura.
- Filito – Ação de metamorfismo de grau médio e granularidade fina. Foliação intermédia entre
clivagem ardosífera e xistosidade.
RECURSOS
Recurso – é um bem que se encontra disponível na Terra e pode ser utilizado em benefício da
Humanidade. O cálculo da quantidade desse recurso e a avaliação das suas potencialidades
permite-nos dar o valor da sua reserva.
Reservas – Podem ser definidas como recursos existentes no solo ou subsolo disponíveis para
serem usados pelo Homem e que foram submetidos a avaliação económica.
Recursos Hidrogeológicos
Aquíferos
- Porosidade
- Permeabilidade
Uma rocha permeável pode ser porosa e pode apresentar grãos da mesma dimensão (ex.
areia) ou pode ser uma rocha fissurada, com fissuras abertas por dissolução (ex. calcário).
A porosidade relaciona-se com a capacidade que uma rocha tem de armazenar água nos poros
e fraturas e a permeabilidade é a capacidade das rochas de se deixarem atravessar pela água.
Quanto maior a porosidade, maior a permeabilidade de um aquífero e mais rendível será a sua
exploração.
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Geralmente num aquífero podemos identificar as seguintes zonas: zona de aeração e a zona
de saturação, separadas pelo nível freático.
O nível freático varia de região para região e dentro da mesma região, de acordo com as
estações do ano e é condicionado pela precipitação.
Tipos de aquíferos
Um aquífero livre tem como base uma camada impermeável e é limitado por uma camada
permeável. Na formação rochosa, a pressão da água é igual à pressão atmosférica. A recarga
da água faz-se ao longo de toda a sua extensão da camada superficial, pela precipitação. As
águas deste tipo de aquífero têm maior probabilidade de ficarem poluídas.
Um aquífero cativo é uma formação rochosa limitada no topo e na base por camadas
impermeáveis. A pressão da água neste tipo de aquífero é superior à pressão atmosférica. A
recarga é lenta e é feita lateralmente por zonas que estão expostas à superfície: zona de
recarga.
A extração da água de um aquífero é feita por captações, designadas de poços nos aquíferos
livres. Num aquífero cativo, uma vez que a água está a uma pressão superior à da atmosférica,
a água vai subir até ao nível hidrostático e, por isso designamos captação artesiana. Se o nível
hidrostático se encontrar a uma cota superior ao nível topográfico, a água extravasa até à
superfície de captação – captação artesiana repuxante.
A poluição dos aquíferos pode ser física, química ou biológica e pode ser de origem urbana,
agrícola ou industrial.
Devido à poluição e sobrexploração de recursos, a água dos aquíferos está a escassear. Assim,
as atividades antrópicas poluentes são:
Recursos energéticos
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elétrica; neste caso este tipo está associado a zonas vulcânicas- elevado fluxo térmico e grau
térmico baixo);
Recursos Minerais
Recursos minerais são substâncias naturais formadas por processos geológicos que quando
ocorrem na crusta terrestre numa concentração superior à média, a sua exploração pode ser
feita com lucro económico. Os recursos podem ser metálicos e não metálicos.
Minério – material que, num jazigo, tem interesse económico e as substâncias rejeitadas
denominam-se ganga ou estéril. A ganga é acumulada frequentemente em escombreiras.
Biosfera – Inclui toda a vida na terra, o ambiente e as relações bióticas e abióticas (relações
entre os seres vivos e todos os elementos do ambiente).
Organização Biológica
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Células Eucarióticas
Microconsumidores e macroconsumidores.
Teoria celular – Célula como unidade básica estrutural e funcional dos seres vivos.
Parede Celular – Estrutura rígida que confere suporte e proteção – Nas plantas e nas algas, a
parede é de natureza celulósico-péptica.
Centríolos – Microtúbulos que intervêm na divisão celular – Estão presentes nas células
animais e formam o fuso acromático.
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BIOMOLÉCULAS
Da composição química das células fazem parte as substâncias inorgânicas (água e S.M.).
Água
Principal constituinte das células. É o meio onde ocorrem todas as reações celulares e reações
químicas vitais.
A água é uma molécula polar – permite ligação entre as moléculas de água e outras
substâncias polares, devido a pontes de hidrogénio.
Prótidos
- Aminoácidos (monómeros)
- Polipeptídeos (polímeros)
- Proteínas (polímeros)
Um aminoácido inclui um grupo amina (onde está o nitrogénio) e um grupo carboxilo (ácido).
Os aminoácidos ligam-se uns aos outros por ligações covalente – ligação peptídica.
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- Energéticas
Compostos ternários de C, H e O.
Oligossacarídeos ou dissacarídeos
Polissacarídeos
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Lípidos
Compostos ternários de C, H e O
São formados por ácidos gordos (cadeias longas saturadas ou insaturadas) + glicerol.
Os ácidos gordos podem ser saturados (sem ligações duplas entre os carbonos) ou insaturados.
Ácidos nucleicos
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Os ácidos nucleicos são formados por nucleótidos. Cada nucleótido possui um grupo fosfato,
um açúcar (ribose ou desoxirribose) e uma base azotada (Adenina, Timina,, Guanina, Citosina e
Uracilo).
No DNA uma base púrica (anel duplo) emparelha com uma base pirimídica (anel simples), de
forma a manter o diâmetro ao longo de toda a molécula.
OBTENÇÃO DE MATÉRIA
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A membrana celular está presente em todas as células. É um invólucro contínuo que assegura
a integridade celular e funciona como fronteira entre o M.I. e o M. E. A membrana apresenta
uma permeabilidade seletiva (macromoléculas e substâncias polares não atravessa
diretamente a membrana) e regula as trocas de matéria entre a célula e o meio.
Algumas das proteínas apresentam mobilidade. As proteínas podem ter um papel estrutural,
serem meio de transporte de substâncias, funcionarem como recetores de estímulo e ação
enzimática.
Glicolípidos e Glicoproteínas
Processos transmembranares
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Os processos de transporte podem ser: não mediados (osmose e difusão simples), mediados
(difusão facilitada) e endocitose e exocitose. No caso do transporte não mediado, não existem
proteínas envolvidas no transporte, enquanto que no transporte mediado existem proteínas
envolvidas no transporte. Tanto no transporte não mediado como no mediado, as substâncias
a transportar são de reduzidas dimensões, mas no endocitose e exocitose as moléculas a
transportar apresentam dimensão elevada ou podem ser conjuntos de partículas ou células.
Osmose
O movimento da água ocorre ao longo das Aquaporinas (estas proteínas não realizam o
controle da passagem de água, permitem apenas que água passe, uma vez que devido ao facto
de a água ser uma molécula polar, não passa pelo meio dos fosfolípidos;
Ocorre contra o gradiente de concentração de solutos (mas a favor do seu gradiente – água);
A entrada de água nas células faz com que o volume celular aumente e ocorra a turgescência,
ficando as células túrgidas. No caso de haver saída de água ocorre a plasmólise, há diminuição
de volume e as células ficam plasmolisadas.
Numa célula animal, quando há turgescência pode ocorrer a rutura da membrana celular, lise
celular. Nas células vegetais não há lise, há um aumento do volume vacuolar e citoplasmático,
mas a parede celular impede a lise. Ocorre um aumento da pressão de turgescência (força
exercida pelo conteúdo celular sobre a parede). Nas células vegetais, quando há plasmólise, a
diminuição do volume celular não é significativa porque na realidade há redução do volume
vacuolar.
Difusão simples
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Este tipo de transporte, tal como a osmose, conduz à anulação do gradiente de concentração
entre os dois meios, que ficam isotónicos.
Difusão facilitada
Transporte ativo
Exocitose
Endocitose – Fagocitose
Endocitose – Pinocitose
CONCEITOS
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Potencial hídrico – medida de energia química da água que permite prever o sentido da sua
deslocação.
Nos neurónios verificamos uma distribuição desigual de iões negativos e positivos entre os
meios intracelular e extracelular, contribuindo para a existência de um potencial de
membrana (quantidade de energia gerada pela diferença de cargas elétricas entre o meio
interno ei o meio externo da membrana celular). Os principais iões correspondem ao Na +
(sódio; K+ (potássio), Ca2* (cálcio) e Cl- (cloreto) que se movimentam através de canais proteicos
e bombas de iões (estas com gasto de ATP), inseridos na bicamada fosfolipídica da membrana
do neurónio. Os canais proteicos são poros revestidos por proteínas que permitem a difusão
facilitada de iões e podem estar abertos ou fechados. A bomba de iões mais importante é a
bomba sódio-potássio que transporta iões de Na + para fora (3) e iões de K + (2) para dentro, por
transporte ativo.
Entre os neurónios, a passagem do impulso nervoso faz-se através das sinapses e envolve o
transporte de substâncias químicas, proteicas, os neurotransmissores. O neurónio pré-
sináptico envia a informação (neurotransmissores) por exocitose e o neurónio pós-sináptico
recebe-a por endocitose (que pode ser mediada, isto é, por reconhecimento da substância a
transportar). A membrana sináptica contém então recetores específicos para cada tipo de
neurotransmissor, cuja associação desencadeia imediatamente a abertura dos canais de sódio
e a geração de um potencial de ação no neurónio pós-sináptico. O espaço entre os dois
neurónios designa-se por fenda sináptica. Após a passagem do impulso nervoso, os
neurotransmissores voltam para a fenda sináptica e podem ser degradados por meio
enzimático.
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Embora possam existir processos diferentes na obtenção de alimento, na maioria dos seres
vivos heterotróficos há transformação de macromoléculas em micromoléculas (digestão). Na
generalidade existe ingestão, digestão e absorção sequenciada. Nos fungos e outros
microconsumidores (bactérias) primeiro ocorre a digestão (extracelular e só depois a absorção.
Ingestão – Introdução do alimento no organismo (não se aplica aos fungos que são
heterotróficos por absorção).
Absorção – Passagem das substâncias digeridas para o meio interno (sangue ou hemolinfa).
- Digestão e absorção são sequenciais ao longo do tubo digestivo (alimentos deslocam-se num
único sentido);
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O vacúolo digestivo dá lugar a uma vesícula que se funde com a membrana e assegura a
exocitose dos resíduos.
No interior das hifas, ao nível do sistema endomembranar, há produção das enzimas digestivas
que são exocitadas:
As moléculas mais simples são absorvidas através das membranas das hifas para o interior
(absorção).
Digestão – ser vivo com tubo digestivo incompleto (hidra). Eucarionte, multicelular e pouco
diferenciado.
O tubo digestivo é completo. O alimento entra pela boca – faringe – papo (humificação e
acumulação) – moela (trituração com auxílio da areia) – intestino (onde se completa a digestão
com o auxílio de enzimas) – ânus.
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Os seres vivos necessitam de energia para a realização das suas funções vitais. Essa energia
está armazenada nos Compostos Orgânicos que são produzidos pelos produtores (plantas,
alguns protistas – algas – e algumas bactérias). Os processos de produção são: nos
fotoautotróficos (plantas, algas e cianobactérias) a fotossíntese e a quimiossíntese, específica
das bactérias (quimioautotróficos).
A energia emitida pelo Sol envolve um largo espetro de radiações com diferentes
comprimentos de onda – espetro eletromagnético – em que os comprimentos de onda entre
os 380 e os 750 nanómetros (nm) correspondem à radiação visível ou branca (o que o olho
humano pode ver). Quando esta luz passa por um prisma ótico decompõe-se nas radiações
que vão desde o violeta até o vermelho. A luz propaga-se através de partículas – fotões.
Quando uma radiação incide sobre certas moléculas, os fotões são absorvidos e os eletrões
das moléculas adquirem energia, passado do estado fundamental para o estado excitado (nível
energético superior). Ao regressar ao estado fundamental há libertação de energia sob a forma
de calor, mas se a energia transmitida pelo fotão for bastante elevada, o eletrão pode passar
para outra molécula. A molécula que perde o eletrão fica oxidada e a que ganha fica reduzia
(mais carga negativa).
- Fase química – engloba as reações bioquímicas que não dependem diretamente da luz.
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- Oxidação da Clorofila;
- Redução do NADP+.
Fase Química – ocorre no estroma do cloroplasto, também se designa por Ciclo de Calvin. O
ciclo de Calvin corresponde a uma cadeia cíclica de reações químicas que ocorrem no estroma.
Pode ser decomposto em 3 fases:
- Regeneração da RuDP.
Na fixação do Carbono, o CO2 combina-se com a RuDP- molécula com 5 C. Primeiro formam-se
moléculas com 6 Carbonos (frutose 1,6 DP), que por ser instável desdobra formando moléculas
com 3 C. Na produção dos compostos orgânicos ocorre a fosforilação das trioses, pelo ATP e a
redução pelo NADPH + H+.
- Regeneração da RuDP;
- Formação do ADP e NADP+ que podem outra vez ser reutilizados na fase fotoquímica.
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DISTRIBUIÇÃO DA MATÉRIA
Existem plantas que são avasculares (não vasculares) em que o transporte se faz célula a célula
(ex. Briófitas) e outras que são vasculares (fetos, pinheiros e plantas com flor), muitas de
elevada dimensão que possuem um sistema duplo de transporte (translocação) da seiva bruta
(água e S.M.) – Xilema e da seiva elaborada (água e matéria orgânica) – Floema.
Tecido especializado no transporte da água e dos S.M. Constituído essencialmente por células
mortas lenhificadas. Os tecidos são: elementos condutores (células mortas, onde circula a
água e os S.M.) – possuem elementos dos vasos e traqueídos.; as fibras lenhosas (células
mortas) e parênquima lenhoso (células vivas).
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TRANSPORTE NO XILEMA
Na raiz há entrada de iões do solo para as células radiculares e depois para o xilema da raiz. A
acumulação de S.M. (iões) na raiz faz-se por Transporte Ativo (T.A.) que aumenta o gradiente
da concentração de soluto (meio hipertónico) entre a solução do solo e o interior da raiz. Este
aumento desencadeia o movimento de água, por osmose, para o interior das células
radiculares, gerando forças osmóticas que possibilitam que a água e os S.M. ascendam
passivamente ao longo dos elementos condutores do Xilema.
ATENÇÃO – Iniciar sempre pela transpiração foliar que ocorre nas folhas.
2º A saída de água origina uma tensão nas células – a pressão hídrica diminui o que leva a um
aumento da pressão osmótica (PO), devido à saída de água (meio hipertónico);
3º Para compensar vai haver passagem de água, por osmose, do xilema foliar para as células
do mesófilo. A tensão passa assim para o xilema foliar;
5º As moléculas de água, devido à sua polaridade, tendem a ligar-se umas às outras por pontes
de hidrogénio, pelo que se forma uma coluna de água contínua em todo o xilema de moléculas
de água (forças de coesão), tais forças permitem que as moléculas de água se mantenham
unidas;
6º As moléculas de água também aderem às paredes celulares do xilema, uma vez que o seu
revestimento interno celulósico lhe confere caráter hidrofílico (afinidade pela água);
7º A ascensão de água para o xilema caulinar cria um défice hídrico no sistema radicular, o que
determina a absorção ao nível da raiz e, consequentemente, o fluxo de água ocorre do solo
para o interior das células da raiz.
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Este transporte é explicado pela hipótese do fluxo sob pressão. A hipótese admite que a seiva
elaborada é transportada devido à existência de um gradiente de concentração de sacarose
entre o local de produção (elevada PO) e o local de consumo (baixa PO).
3º A sacarose passa das células do mesófilo para o interior do floema por transporte ativo (TA),
envolvendo dispêndio de energia;
6º A célula do tubo crivoso vai ficando túrgida à medida que a água vai entrando e a pressão
de turgescência (PT) impele a seiva elaborada (água + sacarose) a deslocar-se passivamente,
através da placa crivosa, para a célula do tubo crivoso seguinte, onde a PT é inferior;
7º Assim, verifica-se o movimento da seiva elaborada de regiões de alta PT para baixa PT,
independentemente da PO.
8º Junto aos órgãos de consumo e / ou reserva, a sacarose abandona o floema, por TA,
ocorrendo o decréscimo acentuado da PO o que provoca a saída de água, por osmose, para as
células vizinhas (xilema);
9º Nos órgãos de reserva, a sacarose é novamente convertida em glicose, fica armazenada sob
a forma de reserva (amido), ser utilizada na respiração celular ou servir para a formação de
novos tecidos.
Há animais que apresentam reduzido grau de diferenciação, tais como a hidra e a planária
(normalmente são aquáticos), em que o nº de camadas celulares é pequeno, pelo que o
transporte é feito célula a célula, não necessitando de um sistema de transporte especializado,
dado que as células estão próximas da cavidade ou do exterior). Neste caso, ocorre a difusão
direta entre as células e o meio.
Nos animais com elevado grau de diferenciação (aves e mamíferos sobretudo), a distância
entre as superfícies de absorção dos micronutrientes e as células torna impossível a difusão
direta, pelo que é necessário um sistema de transporte especializado. Este integra fluidos
circulantes (hemolinfa ou sangue e linfa), um órgão propulsor (coração) e vasos ou lacunas. O
sistema de transporte pode ser aberto ou fechado.
Nos insetos o sistema circulatório é formado por um vaso em posição dorsal com pequenas
dilatações (coração tubular) que impulsiona o fluido circulante da região posterior para a
anterior. O fluido sai pelas “artérias” para as cavidades corporais (lacunas) = hemocélio. Esse
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fluido entra depois em contacto direto com as células. Posteriormente o fluido regressa ao
coração através de orifícios (ostíolos) e devido à força de sucção formada quando o coração
está relaxado. Seguidamente, os ostíolos fecham, o coração contrai e o sangue vai novamente
para as artérias e a zona anterior do animal. Neste tipo de sistema circulatório aberto, há
mistura do fluido circulante com o fluido intersticial (banha as células) – hemolinfa.
Na minhoca, o sangue move-se no interior de vasos (circulação fechada) e não se mistura com
o fluido intersticial. Existe um vaso dorsal e um vaso ventral que se ligam entre si. No vaso
dorsal, o sangue flui da região posterior para a região anterior onde existem cinco vasos (arcos
aórticos ou corações laterais) que, ao contraírem vão impulsionar o sangue para o vaso
ventral. A troca de matéria e gases ocorre entre o sangue presente nos capilares e o fluido
intersticial que banha as células.
Simples: O sangue realiza um único caminho, passa uma única vez pelo coração (sangue
venoso) em cada circulação. O coração dos peixes apresenta apenas duas cavidades: aurícula e
ventrículo. O sangue venoso que provém dos diferentes órgãos chega ao coração pela veia e
entra na aurícula. Esta contrai e conduz o sangue para o ventrículo. A contração do ventrículo
impulsiona o sangue para a artéria e para os capilares branquiais, onde ocorre as trocas
gasosas. Aí o sangue venoso é convertido em sangue arterial (hematose branquial). Dos
capilares branquiais o sangue vai para os tecidos (baixa pressão) permitindo as trocas de
nutrientes e oxigénio e remoção dos produtos resultantes do metabolismo.
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Todas as células necessitam de energia para as suas funções vitais. A energia está associada
aos compostos orgânicos produzidos por reações anabólicas e a sua degradação a processos
catabólicos. As vias catabólicas correspondem à degradação (oxidação) de substâncias
orgânicas e as anabólicas envolvem o consumo de energia na produção de substâncias
orgânicas.
As respirações anaeróbia e aeróbia fazem parte do grupo das vias catabólicas. Estas vias
incluem desidrogenações, descarboxilações e fosforilação do ADP. Todas as reações são
catalisadas por enzimas e nas desidrogenações há transferência de eletrões da matéria
orgânica que está a ser oxidada para moléculas aceitadoras desses e - (FAD+ e NAD+), onde
verificando-se reações de oxidação – redução.
Respiração Aeróbia – A glicose vai ser totalmente oxidada em CO 2 e H2O. Os protões e eletrões
são transportados do substrato orgânico até ao O 2 (aceitador inorgânico). O rendimento
energético é de 36 / 38 ATP.
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Fermentação láctica – realizada por bactérias láticas (ex. Lactobacillus) e células musculares
durante a prática de exercício físico intenso. Neste caso há apenas redução do ácido pirúvico
com a produção de ácido láctico (3 Carbonos). Há também oxidação do NADH + H +. Tal como o
anterior, é pouco rentável (2 ATP provenientes da Glicólise).
Respiração Aeróbia
Nos seres eucariontes aeróbios, grande parte da via metabólica ocorre no interior das
mitocôndrias (organelo com dupla membrana em que a membrana interna evidencia
projeções para o interior – cristas mitocondriais e delimita um espaço – matriz mitocondrial).
- Glicólise;
- Ciclo de Krebs;
Ocorre na matriz mitocondrial. Cada molécula de ácido pirúvico formada na glicólise, em vez
de reduzida, vai continuar a ser oxidada (na respiração aeróbia a oxidação é completa). Na
formação de acetil CoA, cada molécula vai ser descarboxilada e a seguir há oxidação,
permitindo a redução de mais um NAD+ por cada ácido pirúvico.
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Ciclo de Krebs
Também designado ciclo do ácido cítrico (ocorre na matriz mitocondrial) e inicia-se através da
reação do ácido oxaloacético (4 C) com o Aceti CoA (2 C), originando o ácido cítrico (6 C). A
coenzima-A abandona depois o ciclo.
O ácido cítrico formado vai sofrer descarboxilações (mais duas por cada ácido pirúvico) e mais
oxidações (3 que vão reduzir 3 moléculas de NAD + e uma que reduz uma molécula de FAD +,
isto por cada ácido pirúvico).
Também designada por fosforilação oxidativa. Ocorre nas cristas mitocondriais, na membrana
interna. Engloba a produção de ATP associada a reações de oxidação – redução. Os eletrões e
hidrogénios vão ser transportados até ao oxigénio (aceptor final de e -) para formar H2O. Todas
as moléculas de NADH + H + e FADH2 formadas no decurso das fases anteriores vão agora sofre
oxidação e transferirem os seus eletrões que são transportadas por um conjunto de proteínas
membranares até ao oxigénio. A energia libertada é mobilizada para a síntese de ATP. O fluxo
de eletrões é unidirecional. O rendimento energético é de 36 moléculas de ATP (2
provenientes da glicólise, 2 do ciclo de Krebs e 32 da cadeia transportadora. Apenas uma
fração muito diminuta fica retida no CO2 e na H2O e há também perda sob a forma de calor.
Cada estoma é formado por duas células em forma de feijão (células – guarda ou células
estomáticas ou oclusivas) que rodeiam uma abertura, ostíolo. Estas células possuem
cloroplastos e paredes celulares mais espessas e mais rígidas do lado dos ostíolos. Esta
característica permite-lhes variar a abertura estomática em função do seu grau de
turgescência, controlando a transpiração.
- Presença de luz – ativa o transporte ativo de iões K + para as células guarda; aumenta a PO no
interior das células guarda; a água move-se por osmose para as células guarda que ficam
túrgidas; o estoma abre.
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Na ausência de luz, há difusão de iões K + para fora das células guarda; a PO diminui; a água sai;
as células guardas ficam plasmolisadas e o estoma fecha.
Nos animais de reduzida dimensão há um valor elevado na relação área de superfície / volume
e por isso o oxigénio é obtido pela superfície corporal. Um aumento do tamanho do animal vai
diminuir a relação A / V, pelo que surgem superfícies respiratórias especializadas que
aumentam a superfície de contacto com o exterior.
As trocas gasosas com o exterior podem efetuar-se por: difusão direta (em que os gases
respiratórios se difundem diretamente através da superfície respiratória para as células) ou
por difusão indireta (em que os gases respiratórios se difundem da superfície respiratória
para um fluido circulante, que estabelece a comunicação entre as células e o meio externo). A
troca de gases denomina-se hematose (o sangue perde CO2 e recebe O2)
- Superfícies húmidas, facilitando a difusão dos gases (a água como um meio que facilita a
difusão);
- Morfologia que assegura aumento da superfície de contacto entre o meio interno e o meio
externo.
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REPLICAÇÃO DO DNA
Replicação semiconservativa
A morfologia do DNA foi abordada no 10º ano. Não se irá fazer referência aqui ao modelo
conservativo e dispersivo.
Admite-se que a molécula do DNA (molécula mãe), que possui duas cadeias, utiliza cada uma
dessas cadeias como molde para a formação de duas novas cadeias.
Na replicação do DNA intervém a enzima DNA polimerase. Outras enzimas também atuam
como o caso da helicase (quebra as pontes de H entre as bases nitrogenadas da molécula da
DNA)
A síntese proteica é um processo complexo que tem início, nos eucariontes, no núcleo das
células e termina nos ribossomas que existem no citoplasma e compreende duas etapas:
- Tradução: etapa durante a qual a informação contida nas moléculas do mRNA é usada na
ordenação de sequência de AA. A tradução ocorre no citoplasma. Os ribossomas fazem a
leitura no mRNA (no sentido 5’ – 3’). Para cada tripleto do RNA corresponde um AA codificado.
O código genético é redundante e não ambíguo. É redundante porque há ou pode haver mais
que um codão para cada AA codificado = degenerescência do código genético. Não é ambíguo
porque um codão não codifica mais que um AA (só um AA). O tripleto AUG é o codão iniciador
e codifica a metionina. Os codões de finalização – STOP apenas indica que finaliza a tradução
(não codificam nenhum AA).
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S – Replicação do DNA
Adultas (multipotentes)
Reprodução Assexuada
- Esporulação – formação de esporos (exceto nas plantas que os esporos se formam por
meiose). Os esporos são sempre haploides.
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Ciclos de vida
No ciclo de vida haplonte, a meiose é haplonte, apenas o zigoto é diplonte. Não há alternância
de gerações, apenas de fases nucleares. Ex. fungos e alguns protistas.
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No ciclo de vida diplonte, apenas os gâmetas são haplontes). Não há alternância de gerações,
apenas de fases nucleares. Exemplo animais e alguns protistas.
EVOLUÇÃO BIOLÓGICA
- Os ribossomas dos cloroplastos e das mitocôndrias são semelhantes aos das bactérias;
Vantagens da multicelularidade
MECANISMOS DE EVOLUÇÃO
Lamarck defendia que os seres vivos tentam adaptar-se ao meio quando pressionados. Pode
haver hipertrofia ou atrofia.
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Darwinismo – Defendia que numa população havia variabilidade específica, logo, os mais
aptos são mais capazes perante um ambiente e sobrevivem mais (crescimento diferencial),
transmitindo as características à descendência.
Neodarwinismo – Igual a Darwin, com a diferença de que as variações numa espécie aparecem
devido a mutações ou a recombinações genéticas.
Sistemática
TAXONOMIA da ESPÉCIE – Sempre binominal (dois nomes, sendo o primeiro do género e com
maiúscula e o segundo é o restritivo específico, determina a espécie e escreve-se com
minúscula) O nome da espécie escreve-se em itálico ou sublinha-se.
Consumidores (macro)
Decompositores (microconsumidores)
Eubacteria
Archae (bactérias)
Eucaria.
OROGENIAS
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Resumo de Biologia e Geologia Maria Emília Morais Carrabau
Portugal continental e as Ilhas, dispõe de uma variedade de terrenos que cobrem uma grande
parte do tempo geológico, desde o Pré-câmbrico, com mil milhões de anos, aos tempos
recentes. No que se refere à diversidade litológica, o território nacional exibe uma variedade
enorme de rochas, entre magmáticas, metamórficas e sedimentares.
Temos, muito bem documentadas, em Portugal, as duas últimas grandes convulsões
orogénicas. A Orogenia Hercínica ou Varisca, que edificou parte da imponente cadeia
montanhosa há mais de 300 milhões de anos (Ma) – portanto, durante o Paleozoico - e hoje
quase completamente arrasada pela erosão, e a Orogenia Alpina que, nas últimas dezenas de
milhões de anos, elevou o maciço da Serra da Estrela e dobrou o anticlinal tombado para Sul,
representado pela serra da Arrábida. A Orogenia Varisca deu origem a uma cadeia
montanhosa, semelhante aos Himalaias, que veio a culminar na formação do supercontinente
Pangeia, no final do Paleozoico.
Temos múltiplos aspetos de vulcanismo ativo e adormecido (nos Açores) e extinto, de um
passado recente (na Madeira, há 7 Ma, e Porto Santo, há 14 Ma) e antigo de cerca de 70 Ma,
entre Lisboa e Mafra.
Temos fósseis de todos os grandes grupos sistemáticos e de todas épocas. Temos dinossauros
em quantidade e algumas das pistas com pegadas destes animais entre as mais importantes da
Europa e do mundo.
O vulcanismo extinto, entre Lisboa e Mafra, o maciço subvulcânico de Sintra (possivelmente
um lacólito), o mar tropical pouco profundo que aqui existiu, durante uma parte do período
Cretácico, deveriam ser objeto de estudo dos alunos da “Grande Lisboa”.
Os exemplos são muitos e cobrem todo o território. O termalismo em Chaves, São Pedro do
Sul e em muitas outras localidades, os vestígios de glaciações deixados nas serras da Estrela e
do Gerês, o complexo metamórfico e os granitos da foz do Douro, os “grés” de Silves, os
quartzitos da Livraria do Mondego e a discordância angular da Praia do Telheiro (Vila do Bispo)
deveriam constar dos programas das escolas das redondezas.
Estes e muitos outros exemplos reforçam a ideia da possibilidade de uma adequada
informação sobre a geologia regional a complementar um bem pensado programa de base
comum a todas as escolas.
BACIAS EM PORTUGAL
BACIA DO BAIXO TEJO – muito recente, com início no Miocénico inferior (Cenozoico). Desde
então, a sedimentação tem ocorrido na interface continente-oceano, com oscilações da linha
de costa – ciclos transgressivo-regressivos – dependentes de efeitos tectónicos e de variações
do nível da água do mar. Lisboa e a península de Setúbal estão localizadas no sector distal da
bacia do Baixo Tejo, onde se encontram bem expostos estratos do Miocénico. A litologia e o
registo fóssil da Bacia do Baixo Tejo permitem inferir que a região passou por diferentes fases
climáticas e que, como resultado de variações do nível médio do mar e de movimentos
tectónicos, foi tendo diferentes configurações paleogeográficas.
BACIA LUSITANIANA – Bacia sedimentar de tipo atlântico, formada entre o Triásico Superior e
o final do Cretácico Inferior, localizada na parte central da margem ocidental ibérica e
associada aos episódios iniciais de fragmentação da Pangeia, que levaram à abertura do
Atlântico Norte. No final do Paleozoico, os processos tectónicos relacionados com a Orogenia
Varisca culminaram com a formação do supercontinente Pangeia. Posteriormente, a
fraturação deste continente, na zona que hoje corresponde à região oeste de Portugal
continental, levou ao abatimento de vários blocos rochosos, dando origem a uma complexa
depressão que foi invadida pela água do mar, a Bacia Lusitaniana.
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Resumo de Biologia e Geologia Maria Emília Morais Carrabau
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