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dislexia

Há, na literatura, diversas definições para a dislexia, para alguns autores, ela
afeta apenas a leitura e, para outros, a dislexia prejudica tanto a leitura quanto a escrita.

Dentre as referências que consideram a dislexia um transtorno da leitura, está a


Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a
Saúde (CID-10), que é adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a dislexia é
definida como um “transtorno de leitura”, cuja característica principal é um
“comprometimento específico e significativo do desenvolvimento das habilidades da
leitura, não atribuível exclusivamente à idade mental, transtornos de acuidade visual ou
escolarização inadequada”. Com base nessa definição, a compreensão, o
reconhecimento das palavras, a leitura oral e o desempenho de tarefas que demandam a
leitura podem ser comprometidos. Neste contexto, a OMS destaca que o transtorno é
frequentemente acompanhado de dificuldades de soletração até mesmo na adolescência,
além de “transtornos emocionais e de transtorno do comportamento durante a
escolarização” (Organização Mundial da Saúde, 2007, p. 365). Esta define ainda, a
dislexia como um distúrbio específico de aprendizagem, caracterizado por prejuízo na
leitura, principalmente no que se refere à precisão e velocidade em reconhecer as
palavras e na decodificação de fonemas, que pode se combinar ou não com baixas
habilidades de soletração.

Em contrapartida, alguns referenciais defendem que a dislexia é um distúrbio


que afeta tanto a leitura quanto a escrita. A Associação Internacional de Dislexia, que
possui uma das definições mais aceitas atualmente, define que a dislexia é caracterizada
por dificuldades na correção e/ou fluência na leitura de palavras e por baixa
competência leitora e ortográfica. Estas dificuldades resultam tipicamente de um déficit
na componente fonológica da linguagem que é frequentemente imprevisto em relação a
outras capacidades cognitivas e às condições educativas. Secundariamente podem surgir
dificuldades de compreensão leitora, experiência de leitura reduzida que podem impedir
o desenvolvimento do vocabulário e dos conhecimentos gerais. (TELES, 2009, p.13).

Destarte, apesar da não existência de uma única definição, faz-se necessário


destacar que as definições possuem pontos em comum ao afirmarem que: a) o
transtorno não está relacionado a qualquer tipo de déficit cognitivo; b) a dislexia
prejudica diretamente a leitura, seja ela em voz alta ou silenciosa, c) prejudica também o
desenvolvimento estudantil do disléxico como um todo; d) a escrita, é marcada por
trocas, omissões e confusões entre fonemas. Dentre as propostas pedagógicas que
podemos sugerir para que o professor possa trabalhar com seus estudantes
diagnosticados com dislexia, podemos destacar o reconhecimento das letras em
contextos isolados, sendo importante trabalhar as letras em suas apresentações
maiúsculas e minúsculas.

Muitas vezes a dislexia só é detectada na fase escolar, por isso é de suma


importância que o professor seja capacitado para identificar e posteriormente dispor de
conhecimentos e condições para desenvolver meios de atender os estudantes portadores
de tal dificuldade, tais ações poderão minimizar as consequências impostas pela
dislexia, que vão desde o preconceito ao fracasso escolar e profissional.

REFERENCIAS

OMS. Relatório mundial de saúde, 2006: trabalhando juntos pela saúde. Brasília, DF:
Ministério da Saúde, OMS, 2007.

TELES, P. Dislexia: Método Fonomímico – Abecedário e Silabário. Lisboa: Distema,


2009.

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