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OS SERVIÇOS DE ALOJAMENTO

HOTELEIRO COMO ÁREA DE


TRABALHO
UFCD: 3376
Bibliografia

Bibliografia
CASTELLI, G., Administração Hoteleira, 3.ª Edição, EDUCS, 1995
MARQUES, J. A., Introdução à hotelaria, Ed. Civilização, 2006
REGO, A., A comunicação nas Organizações. Lisboa, Edições Sílabo, 1999
Webgrafia
FESAHT
http://www.fesaht.pt
Ministério do trabalho e da solidariedade social
http://www.mtss.gov.pt
Portal do cidadão
http://www.portaldocidadao.pt/
4. Regulamentação do Trabalho

 O Direito, no seu todo, abrange diferentes aspetos da vida em sociedade,


existindo normas que regulam as mais diversas matérias.

 Iremos analisar algumas das normas do Direito do Trabalho, para que


melhor se possam entender como se regem as relações de trabalho.

 Devido à evolução permanente destas leis, não serão indicados os


números dos Decretos-lei ou dos Artigos, mas somente alguns conteúdos
com os quais, em contexto laboral, teremos de tomar contacto.
4.1.Disposições contratuais

- Para se estabelecer um contrato entre duas partes há que definir um


conjunto de regras.
- Deveres do trabalhador:
 Respeitar e tratar com delicadeza/respeito o empregador, os superiores
hierárquicos, os companheiros de trabalho e as demais pessoas que
estejam ou entrem em relação com a empresa;
 Comparecer ao serviço com assiduidade e pontualidade;
 Realizar o trabalho com zelo e dedicação;
 Cumprir as ordens e instruções do empregador em tudo o que respeite à
execução e disciplina do trabalho, salvo na medida em que se mostrem
contrárias aos seus direitos e garantias;
4.1.Disposições contratuais

 Guardar lealdade ao empregador, nomeadamente não negociando por


conta própria ou alheia em concorrência com ele, nem divulgando
informações referentes à organização, métodos de produção ou
negócios;
 Favorecer a conservação e boa utilização dos bens que lhe forem
confiados pelo empregador;
 Promover ou executar todos os atos tendentes à melhoria da
produtividade da empresa;
 Cooperar, na empresa, estabelecimento ou serviço, para a melhoria do
sistema de segurança, higiene e saúde no trabalho, nomeadamente por
intermédio dos representantes dos trabalhadores eleitos para esse fim;
4.1.Disposições contratuais

 Cumprir as prescrições de segurança, higiene e saúde no trabalho


estabelecidas nesta convenção e demais disposições legais vigentes, bem
como as ordens dadas pelo empregador;
 Manter impecável o asseio, a higiene e a apresentação pessoal;
 Procurar aperfeiçoar e atualizar os seus conhecimentos profissionais;
 Não conceder crédito sem que para tal tenha sido especialmente
autorizado;
 Cumprir os Regulamentos Internos desde que aprovados nos termos da lei
e desde que não contrariem as normas desta convenção.
4.1.Disposições contratuais

 Deveres do empregador:
 Cumprir rigorosamente as disposições desta convenção e as normas que a
regem;
 Usar de respeito e justiça em todos os actos que envolvam relações com
os trabalhadores, assim como exigir do pessoal em funções de chefia e
fiscalização que trate com respeito os trabalhadores sob as suas ordens;
 Pagar pontualmente a retribuição;
 Proporcionar boas condições de trabalho, tanto do ponto de vista físico
como moral;
 Contribuir para a elevação do nível de produtividade do trabalhador,
nomeadamente proporcionar-lhe formação profissional;
4.1.Disposições contratuais
 Respeitar a autonomia técnica do trabalhador que exerça atividade cuja
regulamentação profissional a exija;
 Prevenir riscos e doenças profissionais, tendo em conta a proteção da segurança,
da higiene e da saúde do trabalhador, devendo indemnizá-lo dos prejuízos
resultantes de acidentes de trabalho;
 Adotar, no que se refere à higiene, segurança e saúde no trabalho, as medidas que
decorram, para a empresa, estabelecimento ou atividade, da aplicação das
prescrições legais vigentes;
 Fornecer ao trabalhador a informação e formação adequadas à prevenção de
riscos de acidente e doença profissional;
 Fornecer ao trabalhador a informação e formação adequadas ao cumprimento
das normas vigentes em matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho e
higiene e segurança alimentar;
4.1.Disposições contratuais

 Facultar a consulta pelo trabalhador que o solicite do respetivo processo


individual;
 Manter permanentemente atualizado o registo do pessoal em cada um
dos seus estabelecimentos.
4.2.Contrato de trabalho

 O contrato de trabalho (CT) é o documento pelo qual uma pessoa se


obriga, mediante retribuição, a prestar atividade a outra ou outras
pessoas, sob a autoridade e direção destas.
Assim, distinguem-se 4 elementos essenciais de um contrato de trabalho:
 1- Obrigação de prestar uma atividade (fazer o quê?);
 2- Subordinação jurídica do trabalhador à entidade patronal (em que
condições?);
 3- Retribuição (qual o pagamento?);
 4- Duração (durante quanto tempo?).
4.2.Contrato de trabalho

Reconhecem-se os seguintes tipos de contratos de trabalho:

 Contrato de trabalho a termo;


 Contrato a termo incerto;
 Contrato sem termo.
4.2.Contrato de trabalho

 Contrato de trabalho a termo certo


O contrato de trabalho a termo deve conter as seguintes indicações:
 Nome ou denominação e domicílio ou sede dos contraentes;
 Atividade contratada(tipo de trabalho) e retribuição(ordenado) do
trabalhador;
 Local e período normal de trabalho;
 Data de início do trabalho;
 Indicação do termo estipulado e do respetivo motivo justificativo;
 Data da celebração do contrato e, sendo a termo certo, da respetiva
cessação.
4.2.Contrato de trabalho

 Duração do contrato de trabalho a termo


 O contrato a termo certo dura pelo período acordado, não podendo
exceder três anos (incluindo renovações), nem ser renovado mais de duas
vezes.
 Decorrido o período de três anos ou verificado o número máximo de
renovações, o contrato pode, ser objeto de mais uma renovação desde
que a respetiva duração não seja inferior a um nem superior a três anos.
4.2.Contrato de trabalho

 Renovação do contrato de trabalho a termo


 Por acordo das partes, o contrato a termo certo pode não admitir
renovação, ou, renovar-se no final do termo estipulado, por igual período,
na falta de declaração das partes em contrário.
 Quando o contrato a termo expira, por motivo não imputável ao
trabalhador, o empregador não pode efetuar nova admissão a termo
para o mesmo posto de trabalho, antes de decorrido um período de
tempo equivalente a um terço da duração do contrato, incluindo as suas
renovações.
 As exceções referem-se essencialmente ao acréscimo excecionais da
atividade da empresa ou a atividades sazonais.
4.2.Contrato de trabalho

 Passagem de contrato de trabalho a termo para contrato sem termo

 O contrato considera-se sem termo se forem excedidos os prazos de


duração máxima ou o número de renovações permitidas pela Lei,
contando-se a antiguidade do trabalhador desde o início da prestação
de trabalho.
4.2.Contrato de trabalho

 Contrato de trabalho a termo incerto

 Este tipo de contrato não tem data designada para terminar. Este tipo de
documento pode ser justificado por situações previstas pela lei, como, por
exemplo, a substituição direta ou indireta de trabalhador ausente ou que,
por qualquer razão, se encontre temporariamente impedido de prestar
serviço.
4.2.Contrato de trabalho

 Duração do contrato de trabalho a termo incerto

 O contrato de trabalho a termo incerto dura por todo o tempo necessário


para a substituição do trabalhador ausente ou para a conclusão da
atividade, tarefa, obra ou projeto cuja execução justifica a celebração.
4.2.Contrato de trabalho

 Contrato de trabalho sem termo

 O contrato sem termo é aquele em que o empregador garante ao


empregado trabalho sem termo certo.

 Considera-se contratado sem termo o trabalhador que permaneça no


desempenho da sua atividade após 15 dias da data de término do
contrato a termo.
4.2.Contrato de trabalho

Exercicios: (Por palavras tuas)

 1- O que entendes por contrato de trabalho?


 2- O que entendes por Contrato de trabalho a termo?
 3- O que entendes por Contrato a termo incerto?
 4- O que entendes por Contrato sem termo?
 5- Explica por palavras tuas cada um dos pontos referentes aos deveres do
trabalhador.
4.3. Acidentes de trabalho e baixas por
doença

 É acidente de trabalho o sinistro, entendido como acontecimento súbito e


imprevisto, sofrido pelo trabalhador que se verifique no local e no tempo
de trabalho.
 Considera-se também acidente de trabalho o ocorrido no trajeto de ida
ou volta ao local de trabalho, ou em locais de formação ou de reunião
autorizados pelo empregador.
 O trabalhador estrangeiro que exerça atividade em Portugal é, para os
efeitos deste capítulo, equiparado ao trabalhador português. Os seus
familiares beneficiam igualmente da proteção estabelecida.
 Para estes direitos ou garantias, não é legalmente reconhecido qualquer
acordo contrário.
4.3. Acidentes de trabalho e baixas por
doença
O empregador não tem de indemnizar os danos decorrentes do acidente que:

 For dolosamente provocado pelo sinistrado ou provier de seu ato ou omissão, que importe
violação, sem causa justificativa, das condições de segurança estabelecidas pelo
empregador ou previstas na lei;
 Provier exclusivamente de negligência grosseira do sinistrado;
 Resultar da privação permanente ou acidental do uso da razão do sinistrado, nos termos
do Código Civil, salvo se tal privação derivar da própria prestação do trabalho, for
independente da vontade do sinistrado ou se o empregador ou o seu representante,
conhecendo o estado do sinistrado, consentir na prestação.
 Provier de motivo de força maior, ou seja, devido a forças inevitáveis da natureza,
independentes de intervenção humana, não constitua risco criado pelas condições de
trabalho nem se produza ao executar serviço expressamente ordenado pelo empregador
em condições de perigo evidente.
4.3. Acidentes de trabalho e baixas por
doença
O direito à indemnização compreende as seguintes prestações:

 Em espécie - prestações de natureza médica, cirúrgica, farmacêutica, hospitalar e


quaisquer outras, seja qual for a sua forma, desde que necessárias e adequadas ao
restabelecimento do estado de saúde e da capacidade de trabalho ou de ganho do
sinistrado e à sua recuperação para a vida ativa;
 Em dinheiro - indemnização por incapacidade temporária absoluta ou parcial para o
trabalho; indemnização em capital ou pensão vitalícia correspondente à redução na
capacidade de trabalho ou de ganho, em caso de incapacidade permanente;
indemnizações devidas aos familiares do sinistrado; subsídio por situações de elevada
incapacidade permanente; subsídio para readaptação de habitação; subsídio por morte
e despesas de funeral.
4.3. Acidentes de trabalho e baixas por
doença

 O empregador é obrigado a possuir seguro de acidentes de acidentes de


trabalho para todos os funcionários ao seu serviço.

 As indemnizações estabelecidas que não possam ser pagas pela entidade


responsável, nomeadamente por motivo de incapacidade económica, é
assumida e suportada pelo Fundo de Acidentes de Trabalho, nos termos
regulamentados.
4.3. Acidentes de trabalho e baixas por
doença

Baixa por doença:


 A Legislação laboral prevê direitos e deveres dos trabalhadores, em caso
de doença.

 Assim, quando por motivos de saúde o trabalhador não reúne condições


para prosseguir com a sua atividade profissional, e essa incapacidade é
medicamente comprovada, está previsto um apoio compensatório,
designado por “baixa por doença”, que se rege pelos seguintes aspetos:
4.3. Acidentes de trabalho e baixas por
doença

 Para o trabalhador solicitar baixa médica é necessária certificação da incapacidade


temporária para o trabalho, por documento médico emitido pelos serviços de saúde.
Sendo competentes para esta certificação os organismos designados pelo Ministério da
Saúde, sendo normalmente designados os médicos de família dos Centro de Saúde da
área de residência do trabalhador.
 A atribuição do subsídio de doença depende da verificação de um prazo de garantia
de 6 meses civis, seguidos ou interpolados, com registo de remunerações.
 O valor do subsídio de doença é igual a 65% da remuneração de referência, definida
pela seguinte fórmula matemática:
4.3. Acidentes de trabalho e baixas por
doença

 Total das remunerações nos primeiros 6 meses civis que precedem o segundo mês
anterior ao do início da incapacidade./180.
 Um atestado médico é válido enquanto não for atingido o termo do período
constante do certificado de incapacidade temporária para o trabalho, e deve ser
remetido, no prazo de 5 dias, à instituição de segurança social que o abranja.
 O subsídio de doença é concedido pelo período máximo de 1095 dias.
 Durante a baixa verifica-se a subsistência do contrato de trabalho, mantendo o
trabalhador todos os direitos, deveres e garantias, designadamente as regalias sociais,
as prestações da segurança social, o direito a férias e, se for caso disso, o subsídio de
Natal.
 No que respeita à retribuição, neste período, corresponde a 2/3 do salário normal do
trabalhador, nunca inferior ao salário mínimo nacional nem superior ao triplo deste.
4.3. Acidentes de trabalho e baixas por
doença

 Desde que o atestado médico esteja válido, as faltas ao trabalho


encontram-se justificadas, pelo que O empregador não pode rescindir o
contrato com o trabalhador durante esse período.

 A baixa não tem qualquer implicação para a atribuição da pensão de


reforma, desde que o período máximo de 1095 dias não seja ultrapassado,
sendo que os dias de baixa contam como serviço efetivamente prestado
em condições normais de trabalho, e é considerado para a obtenção da
reforma.
4.4.Proteção no desemprego

 A Legislação laboral indica ainda instrumentos de proteção no desemprego, como por


exemplo o subsídio de desemprego ou subsídio social.
 Condições gerais para a atribuição das prestações do subsídio de desemprego:
 Ter tido um contrato de trabalho ou documento equivalente;
 Ter estado a efetuar descontos para a Segurança Social;
 Não estar a exercer nenhuma atividade profissional;
 Estar desempregado de modo involuntário;
 Estar capacitado para exercer uma atividade profissional;
 Estar inscrito no Centro de Emprego da sua área de residência;
 Ter prazo de garantia exigido:
4.4.Proteção no desemprego

 Subsídio de Desemprego: 450 dias de trabalho por conta de outrem, com registo de
remunerações nos 24 meses imediatamente anteriores à data do desemprego - O prazo de
garantia é reduzido para 365 dias, entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2010;
 Subsídio Social de Desemprego: 180 dias de trabalho por conta de outrem com registo de
remunerações nos 12 meses imediatamente anteriores à data do desemprego.

O requerimento dos subsídios (subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego ou


subsídio de desemprego parcial) deve ser apresentado, no prazo de 90 dias a contar da
data do desemprego, no Centro de Emprego da área da residência ou online, através da
Segurança Social Direta.
4.5.Actividade sindical

É um direito de qualquer trabalhador exercer atividade sindical.


Vantagens da adesão ao sindicato:
 O trabalhador sindicalizado beneficia, em primeiro lugar, de um grande
coletivo sindical, constituído por mais de duas centenas de dirigentes e
delegados sindicais, mulheres e homens, que no dia-a-dia, na empresa onde
trabalham ou nas tarefas sindicais que lhes são atribuídas, dão o seu melhor na
defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores e prosseguem um historial de
108 anos de luta desde a fundação do sindicato em 25 de Maio de 1898.

 Sendo sócio do Sindicato, o trabalhador beneficia dos direitos consagrados no


Contrato Coletivo de Trabalho Vertical, dado que, nos termos legais, o CCT só
se aplica aos sócios do Sindicato.
Quota sindical

 O trabalhador sócio do Sindicato apenas paga uma quota mensal de


valor correspondente à importância de 1% das retribuições ilíquidas
auferidas.
 O pagamento da respetiva quota pode ser efetuado de uma das
seguintes formas:
 Pagamento através da empresa, por desconto direto no recibo de
vencimento;
 Pagamento na sede ou delegação do Sindicato;
 Pagamento por débito direto em conta bancária.
Serviços disponibilizados pelo sindicato

O sindicato presta serviços de grande relevância social, aos sócios,


designadamente:

 Serviço de contencioso gratuito;


 Serviço de colocações;
 Apoio jurídico gratuito;
Bibliografia

Bibliografia
- CASTELLI, G., Administração Hoteleira, 3.ª Edição, EDUCS, 1995
- MARQUES, J. A., Introdução à hotelaria, Ed. Civilização, 2006
- REGO, A., A comunicação nas Organizações. Lisboa, Edições Sílabo, 1999
Webgrafia
- FESAHT
- http://www.fesaht.pt
- Ministério do trabalho e da solidariedade social
- http://www.mtss.gov.pt
- Portal do cidadão
- http://www.portaldocidadao.pt/

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