Minicurso:
Alfenas-MG
2017
1 INTRODUÇÃO
capacidade de:
A idade é um fator interessante que modifica a microbiota humana, uma vez que, esta
alteração na microbiota pode ser devida, por exemplo, ao aumento da necessidade de digerir a
alimentação, com o objetivo de compensar a diminuição da funcionalidade do sistema
digestório (MARIAT et al., 2009).
A microbiota intestinal é importante para a fermentação de polissacarídeos
provenientes da dieta que, por sua vez pode afetar a composição da microbiota bem como a
sua atividade. Um exemplo desta situação ocorre quando o indivíduo tem uma dieta rica em
fibras (alimentos integrais, cereais, verduras, legumes) que, leva ao aumento de substratos
fermentáveis no intestino e da velocidade de trânsito intestinal. Consequentemente, o trânsito
intestinal acelerado leva a que microrganismos de crescimento rápido se sobreponham aos de
crescimento lento (GONÇALVES, 2014).
O impacto da dieta na microbiota intestinal pode ser estimado pela forma como
alterações alimentares em curto prazo influenciam a composição da microbiota
(GONÇALVES, 2014). David et al. (2014) observaram alterações na composição e atividade
intestinal em indivíduos, após 3 dias de mudanças na dieta, superando as diferenças
interindividuais na expressão de genes microbianos.
A microbiota intestinal é influenciada por diversas particularidades do estilo de vida
moderno, como: melhoria do saneamento básico, urbanização, uso excessivo de antibióticos,
menor exposição a infeções na infância, vacinação, sedentarismo, entre outros (BERNSTEIN;
SHANAHAN, 2008). A higiene, também relacionada com a melhoria do saneamento básico,
é um fator ambiental que pode contribuir para a alteração da microbiota. Contrário ao
pensamento popular, a exposição escassa a microrganismos, sejam eles benéficos
(simbiontes) ou prejudiciais (patogênicos) para o organismo, na fase inicial da vida, pode
influenciar negativamente o desenvolvimento normal e adequado do sistema imunológico, o
que pode ser explicado por perda de tolerância imunológica por parte do hospedeiro,
resultando em respostas imunitárias agressivas e induzindo a ativação de mecanismos de
autoimunidade (BOERNER; SARVETNICK, 2011; GONÇALVES, 2014).
O tratamento com antibióticos, embora essencial em casos de infeção, podem ter
efeitos drásticos na microbiota (especialmente na microbiota intestinal), como a eliminação da
diversidade de microrganismos e a desregulação do sistema imunológico do hospedeiro,
aumentando a susceptibilidade à doença. O espectro de ação do antibiótico, a dosagem e o
tempo de duração do tratamento, a via pela qual é administrado e também as características
relativas ao fármaco e ao organismo (farmacocinéticas e farmacodinâmicas), influenciam a
forma como os antibióticos alteram a microbiota intestinal (JERNBERG et al., 2010). Os
antibióticos usados no tratamento de doenças são, normalmente, de amplo espetro, atingindo
não só as bactérias responsáveis pela infecção, como também outros microrganismos. Os
microrganismos que resistem podem depender de produtos resultantes do metabolismo
secundário efetuado pelas bactérias eliminadas pelo tratamento, o que pode levar à perda de
nutrientes e/ou acumulação de produtos tóxicos, interferindo com o equilíbrio normal destes
microrganismos, podendo também conduzir à sua eliminação (WILLING et al., 2009).
5 ATIVIDADE PRÁTICA
Objetivo:
o Observar organismos vivos em material biológico.
Método:
o Por meio da raspagem bucal, coletar o material biológico com suabe;
o Colocar a amostra no centro da lâmina e sobrepor esta com uma lamínula;
o Levar ao microscópio de campo escuro e observar com a objetiva de 40x.
Objetivo:
o Comprovar a capacidade de produção de ácidos pelas bactérias do biofilme dental.
Método:
o Raspagem do biofilme dental e acrescentar a amostra em meio de cultura contendo
sacarose (fonte de carboidrato) e indicador de pH.