O jus puniendi é direito que tem o Estado de buscar todos os meios legais
para processar, julgar e aplicar a pena prevista no tipo penal incriminador
(preceito secundário) em desfavor daquele que infringiu a regra penal com uma
ação positiva ou negativa, segundo os ditames do preceito primário, e, com isso
causando à vítima lesão ou ameaça de lesão a um bem jurídico tutelado pela lei.
1.3.1)BREVES CONSIDERAÇÕES.
A norma jurídica penal é composta pelos preceitos principal e secundário.
A primeira descreve a conduta crime pela qual ninguém deve descumprir. A
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segunda descreve a quantidade e a qualidade da pena (privativa de liberdade,
restritiva de direito e/ou multa) como sanção, pena, castigo, àquele que
desrespeitar o preceito primário.
A pena privativa de liberdade, como fundamento do mal praticado pelo
delinqüente à sociedade, tem sofrido severas críticas por todo o mundo. Vários
argumentos de cunho social tem sido levantado pelos entendidos, como: o
tratamento inadequado e pernicioso sofrido pelos encarcerados, a inutilidade dos
métodos aplicados no tratamento dos criminosos habituais e reincidentes, a má
distribuição, devido a super lotação, entre presos primários, criminosos
ocasionais e neófitos com bandidos altamente perigosos e de índole totalmente
corrompida. A falta de respeito à intimidade do preso e o ócio são questões
fundamentais. A má gestão financeira também tem sido ventilada, como o auto
custo do sistema prisional, ou seja, construção e manutenção de presídios.
Os penalistas do mundo inteiro, bem como a própria ONU têm procurado
encontrar uma solução alternativa à pena privativa de liberdade, principalmente,
se o infrator não oferece risco à sociedade.
Sob essa ótica, o nosso ordenamento apresenta algumas hipóteses em
que a pena privativa de liberdade poderá substituída pela pena restritiva de
direitos, cumulada ou não com pena de multa (Art. 44 e seguintes do CP), se tal
medida se mostrar eficiente para o caso concreto.
O tema, como já se percebeu, não possui aspectos meramente penais,
mas, também sociais, econômicos, e com grande relevância à Ciência Política,
uma vez que cabe a este ramo do saber definir os limites do poder estatal em
relação a ação do indivíduo, assim considerada de forma isolada.
A) Teorias Absolutistas
Tem a visão de justa justiça, pois, sustenta que ao mal praticado pelo crime
deve corresponder ao mal da privação da liberdade. Entendem que isso é aplicar
o princípio da igualdade de tratamento, pois, “só o que é igual é justo”.
C) Teorias Mistas.
Entendem que a pena deva ter duas facetas: a primeira com o caráter
retributivo, ou seja, deve ser aplicada a devida pena em conformidade com o
respectivo delito praticado pelo agente delinqüente. A pena, isoladamente
considerada, sem qualquer outra finalidade, tem a característica única de
vingança, na medida que aplica o mal da pena ao mal perpetuado pela conduta
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crime. A mera vingança constitui um aspecto muito mesquinho para justificar a
pena.
A segunda faceta da pena está para a necessidade de reeducação, de
ressocialização do sentenciado. Com essa particularidade entende-se que o
indivíduo estaria apto para o convívio social de tal forma a prevenir nova
delinqüência.
Assim, para os adeptos dessa corrente, a pena deve ter o caráter retributivo,
mas, aliado ao aspecto ressocializador. Raúl Zaffaroni entende que a
ressocialização é uma “vaca jurídica”, ou seja, é letra morta, uma vez que a
prática jurídica tem demostrado o total descaso do Estado em resolver a questão
carcerária com as suas respectivas mazelas.
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1.4)SISTEMAS PRISIONAIS
1.4.1)PENSILVÂNICO.
A Colônia da Pensilvânia (uma das 13 colônias inglesas da América do
Norte) foi criada no ano de 1681 e tinha por finalidade amenizar o rigor da
legislação inglesa em matéria penal. A pena de morte ficou restrita aos casos de
homicídio; as penas de castigos físicos e as de mutilações foram substituídas
pelas penas privativas de liberdade e de trabalhos forçados. Estas, entretanto,
no ano de 1786 foram abolidas.
Características fundamentais eram o isolamento em cela, a oração e a
abstinência de bebidas alcoólicas. Possuía base teológica, mas, era influenciada
pelas idéias iluministas de Cesare Beccaria e John Howard.
Consideravam a religião como instrumento eficaz na recuperação do
preso. Não obstante lhe ser vedado o direito de se comunicar, mas, poderia
permanecer em silêncio para meditar e orar. O isolamento constituía tortura e
em quase nada contribuía para a recuperação do criminoso. Dessa forma, a
pena possuía características de retribuição e expiação ao crime cometido pelo
agente delinqüente.
1.4.2)AUBURNIANO.
A fonte de inspiração desse sistema foi a necessidade de superar as
limitações, os defeitos e a urgência de reforma do Sistema Pensilvânico. O
contexto histórico-político-econômico da época também influenciou
sobremaneira para o surgimento do sistema auburniano. Da construção da
prisão de Auburn, no ano de 1816, surgiu a nomenclatura de Sistema
Penitenciário Auburniano. Exigia do condenado rigoroso silêncio. Ali os presos
eram divididos por categorias, onde os que possuíam maior tendência de
recuperação sofriam isolamento só durante o período noturno, mas, durante o
dia podiam trabalhar em conjunto.
Até meados do século XVIII, o governo das 13 Colônias editou normas
restritivas à importação de escravos. A conquista de novos territórios e a
industrialização acelerada ameaçava a manutenção do constante crescimento
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econômico. Para piorar o quadro, os índices de natalidade e de imigração não
conseguiam suprir a mão-de-obra necessária.
Diante disso foi difundida a idéia de aproveitamento da mão-de-obra
carcerária, já que se acreditava que o trabalho possuía força regeneradora e
ressocializadora, ou seja, “o trabalho seria instrumento reabilitador do preso”.
Com o passar do tempo alguns aspectos negativos se afloraram. O
primeiro senão foi em relação ao excesso de rigor do regime disciplinar que
continha castigos cruéis. Outro aspecto foi o fato de que o trabalho nas prisões
revelou acirrada competição ao trabalho livre, emperrando a economia da
Colônia.
Basicamente as diferenças entre os sistemas Auburniano e Pensilvânico
era que neste último os presos ficavam separados durante o tempo todo e
fundamentava-se numa orientação religiosa. No primeiro o isolamento se dava
apenas no período noturno e possuía conotação, motivação, meramente
econômica.
Os pontos em comum entre os sistemas acima eram o isolamento,
castigos corporais, exploração da mão-de-obra carcerária e a finalidade de
ressocialização do recluso, embora, na prática, não fosse eficiente.
1.4.3)PROGRESSIVO.
Esse sistema surgiu no final do século XIX e foi inspirado no excesso de
rigor do Sistema Auburniano. Somente após a 1ª Grande Guerra Mundial tomou
impulso e propagou à maioria dos Estados soberanos.
A implantação do Sistema Progressivo surgiu da necessidade de reabilitar
o preso e coincidiu com o surgimento do instituto da pena privativa de liberdade
que tinha o condão de substituir a pena de deportação e a de trabalhos forçados.
Esse regime consistia em oferecer benefícios aos presos para que,
através de sua boa conduta, pudesse diminuir o tempo de duração de sua pena
e propiciar a sua inserção na sociedade. Noutras palavras, para que a
ressocialização se tornasse uma realidade.
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1.4.3.2)SISTEMA PROGRESSIVO IRLANDÊS.
Apesar de muito difundido na Europa o sistema inglês foi substituído pelo
Sistema Progressivo Irlandês. Este seguia o mesmo rito do sistema inglês.
Diferenciava no fato de incluir uma fase intermediária entre as etapas de
isolamento parcial com a liberdade condicional.
Nesta fase intermediária o condenado trabalhava ao ar livre e em prisões
especiais – por exemplo: agrícolas. Não precisava usar uniformes e nem sofria
castigos corporais. Era permitida a comunicação com população livre. Além do
mais, percebia parte da remuneração de seu trabalho. Ainda hoje muitos países
adotam o Sistema Progressivo Irlandês.
1.4.3.3)SISTEMA DE MONTESINOS.
Esse sistema foi criado paralelamente ao Sistema Irlandês por volta do
ano de 1835. Não havia muita diferença entre estes.
O grande diferencial era a ideologia do princípio da legalidade. Não se
deveria aplicar corretivos disciplinares que atentasse contra a dignidade da
pessoa humana ou de natureza infamante.
Pregava-se a ideologia das prisões abertas, concedendo-se licença de
saída. Defendia-se a idéia de que a pena deveria ter característica
ressocializadora e que o trabalho do preso não deveria servir para exploração
da mão-de-obra carcerária, mas, um meio de profissionalizar, ensinar e reinserir
o indivíduo no meio social.
2. sanção penal
É a resposta estatal, no exercício do jus puniendi e após o devido
processo legal, ao responsável pela prática de um crime ou de um contravenção
penal. Divide-se em duas espécies: penas e medidas de segurança.
A pena tem como pressuposto a culpabilidade, destina-se aos imputáveis
e semi imputáveis não perigosos.
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c- ressocializadora- visa a reinserção social do condenado na sociedade.
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ao autor – dispositivo legal;
b)- dosar a pena do crime, já identificado, atribuindo ao autor a quantidade
da reprimenda que assim determinar o conjunto de circunstâncias pessoais,
do fato, da vítima e da intercomunicação entre eles. Importante registrar que
essescritérios são previamente estabelecidos por lei (art. 59, 61, 62, 65, 66,
67,68, etc., todos do Código Penal).
Princípio da Proporcionalidade - Deve ser proporcional ao crime praticado
(Art. 5°, XLVI e XLVII), ou seja, não pode ser mais nem menos do que o
suficiente para a reprovação e prevenção do crime. Desejo este de nossa
legislação penal, conforme dispõe o art. 59 do Código Penal.
Princípio da Inderrogabilidade - Salvo as exceções legais, depois de fixada
a pena não pode deixar de ser aplicada sob nenhum fundamento;
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3. O CP classifica as penas em:
CLASSIFICAÇÃO
O art. 34 do CP adotou as seguintes modalidades, com fundamento
nas elencadas na Constituição pelo legislador. Das espécies de penas
(principais)
a) - Privativas de liberdade
b) - Restritivas de direito–
c) Multa
A carta magna proíbe pena de morte, salvo, em casos de guerra declarada,
a de caráter perpetuo, a de trabalhos forçados, a de banimentos e as cruéis ( art.
5º, XLVII)
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1. Diferença entre reclusão e detenção – as diferenças entre uma e outra
modalidade se localizam mais nas consequências que propriamente no
aspecto formal, eis que, ontologicamente, não se distinguem:
I – a reclusão comporta regime inicial fechado, semiaberto e aberto; a
detenção, apenas nos dois últimos (art.33, CP)
II – O Delegado de polícia somente poderá conceder fiança nos crimes
de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4
(quatro) anos (art. 322 CPP);
III – Na infração punida com reclusão a medida de segurança será
sempre de internação. Se punida com detenção, é cabível também a
conversão em tratamento ambulatorial (art. 97, CP);
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aludido exame o condenado a pena privativa de liberdade em regime fechado
e de acordo com parágrafo único do aludido artigo, o condenado a pena
privativa de liberdade em regime semiaberto, não abrangendo o legislador ao
regime aberto.
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ou em estabelecimento similar.
REGRAS DO REGIME SEMIABERTO
Art. 35 - Aplica-se a norma do Art. 34 deste Código, caput, ao
condenado que inicie o cumprimento da pena em regime semiaberto.
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o
período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar.
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a frequência a
cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou
superior.
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Requisitos – é observada a autodisciplina e senso de responsabilidade do
condenado (art. 36, CP), somente podendo ingressar nesse regime se estiver
trabalhando ou comprovar possibilidade de fazê-lo imediatamente; deve aceitar
as condições impostas pelo juiz (art. 113 e 114 da LEP).
Características/consequências do (RDD).
I) Duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de repetição da sanção
por falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena;
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II) Recolhimento em sela individual;
III) Visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com
duração de 2 horas;
IV) Duas horas diárias de banho de sol.
DA PROGRESSÃO E REGRESSÃO
Progressão: segundo dispõe o art. 112 da Lei de Execuções Penais, reforma
com o pacote anticrimes.
“
Regressão de regime: é a transferência de um regime para o outro
mais
rigoroso, tendo em vista a prática de algum dos fatos descritos no art.
118 da LEP;
Regressão per saltun (por salto): é a possibilidade do condenado que
esteja cumprindo a pena em regime mais brando, passe diretamente
para o regime fechado aberto ou semiaberto, caso ocorra quaisquer dos
motivos que autorizem a regressão, o juiz da execução poderá
determinar recolhimento diretamente no regime fechado, inclusive nos
casos de condenação a pena de detenção.
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Se o condenado frustre os fins da execução da pena:
tratando-se de preso que cumpre a pena em regime aberto,
a regressão será ainda
Regime especial
Mulheres presas: Art. 37- “As mulheres cumprem pena em
estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes
à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste
Capítulo”. Isto em face das peculiaridades relacionadas à maternidade,
conforme expressamente disposto na Constituição Federal (art. 5, L),
que exige que os estabelecimentos penais tenham condições de
garantir a amamentação, assegurando ainda acompanhamento médico
no pré-natal e pós-parto, extensivo ao recém- nascido (art. 14, § 3º LEP),
assegura também que os estabelecimentos tenham berçários (art. 83, §
2º LEP), do mesmo modo existência de creche para crianças maiores
de 6 meses e menores de 7 anos (art. 89, caput, LEP).
integridade física e moral. Ver arts. (5º, XLIX, CF; art. Art. 1º, = 1º, da
Lei 9.45/97, arts. 5º, LXXIV e LXXV CF). A depender do comportamento
do preso alguns desses direitos podem ser restringidos (art. 41,
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parágrafo único e art. 52, que trata do regime disciplinar diferenciado)
ambos da LEP.
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REMIÇÃO
Noções gerais: trata-se de instituto regulado nos arts. 126 a 130 da
LEP, que assou por importantes alterações com o advento da Lei
12.433/2011, a qual conferiu ao instituto da remição maior abrangência,
como por exemplo, a remição de pena, que até o advento da citada Lei,
consubstanciava-se em instituto benéfico ao apenado que poderia remir
dias de sua pena com o trabalho. No que diz respeito ao estudo não
tínhamos lei (expressa) sobre o tema, que era cuidado somente pela
jurisprudência, conforme Súmula 341 do STJ dizia: “A frequência a
curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de
execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto.”
Porém, tal súmula não fixava critérios, ficando a cargo de cada
juiz adotar ou não. Mas, o direito (ideal) não pode conviver com
violações da igualdade (quando as situações são iguais).
As atividades de estudo
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Particularidades:
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Defendida também pelo profº Roberto Rodrigues (p.313),
“que advoga a possibilidade da remicão virtual, que deve ser
adotada ao condenado que se encontra em presidio ou cadeia, que não
disponibilize trabalho ao condenado, vez que é direito do preso
trabalhar, devendo o Estado oportunizar o trabalho,
DETRAÇÃO
Conceito - nos termos do art. 42 do Código Penal, é o cômputo, ou seja,
é o desconto do tempo já cumprido pelo réu quando em prisão
provisória, em que há o abatimento na pena privativa de liberdade, na
restritiva de direito e na medida de segurança aplicadas na sentença.
Vejamos:
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na
medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil
ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação
em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.
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