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PENAS: ASPECTOS GERAIS

1.DO DIREITO DE PUNIR.

O jus puniendi é direito que tem o Estado de buscar todos os meios legais
para processar, julgar e aplicar a pena prevista no tipo penal incriminador
(preceito secundário) em desfavor daquele que infringiu a regra penal com uma
ação positiva ou negativa, segundo os ditames do preceito primário, e, com isso
causando à vítima lesão ou ameaça de lesão a um bem jurídico tutelado pela lei.

Apesar da doutrina classificar o jus puniendi como direito que o Estado


tem de punir o infrator, na verdade é um dever que o Estado possui, já que o
Estado não delega a ninguém a possibilidade de processar e julgar outrem para
aplicar alguma medida punitiva. Portanto, diz-se que ao Estado cabe, de forma
obrigatória e não facultativa, o poder-dever de punir.

1.1)ORIGEM DO JUS PUNIENDI.


O grande marco do jus puniendi está na Teoria do Contrato Social, de
Jean Jacques Rouseau, a qual, não se prende em explicar o surgimento do
Estado, mas, como se deu a legitimação deste para criar e aplicar a lei a todos
os membros da sociedade.
Desta forma, contrato social é o acordo celebrado no meio social em que
o indivíduo delega ao Estado o poder-dever de criar as normas e aplicá-las a
todos, de forma indistinta. Hipoteticamente seria como se o indivíduo dissesse:
se eu não cumprir a lei o Estado, através dos seus agentes, pode aplicar a mim
as sanções previstas, desde que tal critério seja aplicado a todos. A ideia é que
o Estado seja o detentor do poder de criar as leis àqueles que não observarem
as normas. Com isso, evita-se a aplicação da justiça pelas próprias mãos por
parte do cidadão. Eis que a fase da vingança privada já está, em muito,
superada. Portanto, vigora a fase da vingança pública – estatal.
O apogeu desta teoria está para o fato de que a liberdade deva ser a regra
e a privação da liberdade deva ser a exceção. É mister ao Direito Penal proteger
os bens jurídicos tutelados, intimidando as condutas nocivas à paz e a harmonia
social. O indivíduo possui, por regra, o jus libertatis, enquanto que o Estado é
detentor do jus puniendi. Assim, esses direitos são inversamente proporcionais,
pois, enquanto um cresce o outro, fatalmente, diminui.

1.2)FUNDAMENTOS DO JUS PUNIENDI


A fundamentação do direito de punir está embasada no ordenamento
jurídico brasileiro. Tal direito estatal nasce com a violação da norma praticada
por pessoa física ou jurídica, conforme as hipóteses (Art. 173, § 5º, Art. 225, §
3º -ambos da CF/88).
O conflito entre o jus puniendi e o jus libertatis será dirimido atráves do
direito formal (Art. 5º, LIV e LV, CF/88 e Art. 1º do CPP), tendo por base, regra
geral, o direito material (direito substantivo).

1.3)FINALIDADES DAS PENAS: TEORIAS.

1.3.1)BREVES CONSIDERAÇÕES.
A norma jurídica penal é composta pelos preceitos principal e secundário.
A primeira descreve a conduta crime pela qual ninguém deve descumprir. A

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segunda descreve a quantidade e a qualidade da pena (privativa de liberdade,
restritiva de direito e/ou multa) como sanção, pena, castigo, àquele que
desrespeitar o preceito primário.
A pena privativa de liberdade, como fundamento do mal praticado pelo
delinqüente à sociedade, tem sofrido severas críticas por todo o mundo. Vários
argumentos de cunho social tem sido levantado pelos entendidos, como: o
tratamento inadequado e pernicioso sofrido pelos encarcerados, a inutilidade dos
métodos aplicados no tratamento dos criminosos habituais e reincidentes, a má
distribuição, devido a super lotação, entre presos primários, criminosos
ocasionais e neófitos com bandidos altamente perigosos e de índole totalmente
corrompida. A falta de respeito à intimidade do preso e o ócio são questões
fundamentais. A má gestão financeira também tem sido ventilada, como o auto
custo do sistema prisional, ou seja, construção e manutenção de presídios.
Os penalistas do mundo inteiro, bem como a própria ONU têm procurado
encontrar uma solução alternativa à pena privativa de liberdade, principalmente,
se o infrator não oferece risco à sociedade.
Sob essa ótica, o nosso ordenamento apresenta algumas hipóteses em
que a pena privativa de liberdade poderá substituída pela pena restritiva de
direitos, cumulada ou não com pena de multa (Art. 44 e seguintes do CP), se tal
medida se mostrar eficiente para o caso concreto.
O tema, como já se percebeu, não possui aspectos meramente penais,
mas, também sociais, econômicos, e com grande relevância à Ciência Política,
uma vez que cabe a este ramo do saber definir os limites do poder estatal em
relação a ação do indivíduo, assim considerada de forma isolada.

1.3.2)TEORIAS SOBRE O FUNDAMENTO E A FINALIDADE DAS PENAS.

A) Teorias Absolutistas
Tem a visão de justa justiça, pois, sustenta que ao mal praticado pelo crime
deve corresponder ao mal da privação da liberdade. Entendem que isso é aplicar
o princípio da igualdade de tratamento, pois, “só o que é igual é justo”.

B) Teorias Relativas ou Utilitárias


O ponto central dessa teoria é a prevenção ao crime. Significa dizer que essa
corrente sustenta a idéia de intimidação aos membros da sociedade para que,
com a punição de um, os demais se desencorajam a cometer crimes da mesma
natureza ou não. Importante notar que a pena é considerada um mal para o
indivíduo que vê a sua liberdade tolhida, mas, também é um mal para a
sociedade que deve suportar todos os ônus causados na execução da referida
pena.

C) Teorias Mistas.
Entendem que a pena deva ter duas facetas: a primeira com o caráter
retributivo, ou seja, deve ser aplicada a devida pena em conformidade com o
respectivo delito praticado pelo agente delinqüente. A pena, isoladamente
considerada, sem qualquer outra finalidade, tem a característica única de
vingança, na medida que aplica o mal da pena ao mal perpetuado pela conduta

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crime. A mera vingança constitui um aspecto muito mesquinho para justificar a
pena.
A segunda faceta da pena está para a necessidade de reeducação, de
ressocialização do sentenciado. Com essa particularidade entende-se que o
indivíduo estaria apto para o convívio social de tal forma a prevenir nova
delinqüência.
Assim, para os adeptos dessa corrente, a pena deve ter o caráter retributivo,
mas, aliado ao aspecto ressocializador. Raúl Zaffaroni entende que a
ressocialização é uma “vaca jurídica”, ou seja, é letra morta, uma vez que a
prática jurídica tem demostrado o total descaso do Estado em resolver a questão
carcerária com as suas respectivas mazelas.
.

-Pena adotada pelo Código Penal – Teoria mista, eclética, intermediária,


unificadora ou conciliadora (art. 59 CP) e art. 1º, da Lei de Execução Penal,
para a retribuição e prevenção do crime.

1.4)SISTEMAS PRISIONAIS
1.4.1)PENSILVÂNICO.
A Colônia da Pensilvânia (uma das 13 colônias inglesas da América do
Norte) foi criada no ano de 1681 e tinha por finalidade amenizar o rigor da
legislação inglesa em matéria penal. A pena de morte ficou restrita aos casos de
homicídio; as penas de castigos físicos e as de mutilações foram substituídas
pelas penas privativas de liberdade e de trabalhos forçados. Estas, entretanto,
no ano de 1786 foram abolidas.
Características fundamentais eram o isolamento em cela, a oração e a
abstinência de bebidas alcoólicas. Possuía base teológica, mas, era influenciada
pelas idéias iluministas de Cesare Beccaria e John Howard.
Consideravam a religião como instrumento eficaz na recuperação do
preso. Não obstante lhe ser vedado o direito de se comunicar, mas, poderia
permanecer em silêncio para meditar e orar. O isolamento constituía tortura e
em quase nada contribuía para a recuperação do criminoso. Dessa forma, a
pena possuía características de retribuição e expiação ao crime cometido pelo
agente delinqüente.

1.4.2)AUBURNIANO.
A fonte de inspiração desse sistema foi a necessidade de superar as
limitações, os defeitos e a urgência de reforma do Sistema Pensilvânico. O
contexto histórico-político-econômico da época também influenciou
sobremaneira para o surgimento do sistema auburniano. Da construção da
prisão de Auburn, no ano de 1816, surgiu a nomenclatura de Sistema
Penitenciário Auburniano. Exigia do condenado rigoroso silêncio. Ali os presos
eram divididos por categorias, onde os que possuíam maior tendência de
recuperação sofriam isolamento só durante o período noturno, mas, durante o
dia podiam trabalhar em conjunto.
Até meados do século XVIII, o governo das 13 Colônias editou normas
restritivas à importação de escravos. A conquista de novos territórios e a
industrialização acelerada ameaçava a manutenção do constante crescimento

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econômico. Para piorar o quadro, os índices de natalidade e de imigração não
conseguiam suprir a mão-de-obra necessária.
Diante disso foi difundida a idéia de aproveitamento da mão-de-obra
carcerária, já que se acreditava que o trabalho possuía força regeneradora e
ressocializadora, ou seja, “o trabalho seria instrumento reabilitador do preso”.
Com o passar do tempo alguns aspectos negativos se afloraram. O
primeiro senão foi em relação ao excesso de rigor do regime disciplinar que
continha castigos cruéis. Outro aspecto foi o fato de que o trabalho nas prisões
revelou acirrada competição ao trabalho livre, emperrando a economia da
Colônia.
Basicamente as diferenças entre os sistemas Auburniano e Pensilvânico
era que neste último os presos ficavam separados durante o tempo todo e
fundamentava-se numa orientação religiosa. No primeiro o isolamento se dava
apenas no período noturno e possuía conotação, motivação, meramente
econômica.
Os pontos em comum entre os sistemas acima eram o isolamento,
castigos corporais, exploração da mão-de-obra carcerária e a finalidade de
ressocialização do recluso, embora, na prática, não fosse eficiente.

1.4.3)PROGRESSIVO.
Esse sistema surgiu no final do século XIX e foi inspirado no excesso de
rigor do Sistema Auburniano. Somente após a 1ª Grande Guerra Mundial tomou
impulso e propagou à maioria dos Estados soberanos.
A implantação do Sistema Progressivo surgiu da necessidade de reabilitar
o preso e coincidiu com o surgimento do instituto da pena privativa de liberdade
que tinha o condão de substituir a pena de deportação e a de trabalhos forçados.
Esse regime consistia em oferecer benefícios aos presos para que,
através de sua boa conduta, pudesse diminuir o tempo de duração de sua pena
e propiciar a sua inserção na sociedade. Noutras palavras, para que a
ressocialização se tornasse uma realidade.

1.4.3.1)SISTEMA PROGRESSIVO INGLÊS.


No ano de 1840, na Ilha de Norfolk – Austrália - o Capitão Alexandre
Maconochie implementou algumas alterações. Media-se a duração da
condenação com a soma da boa conduta com o trabalho desenvolvido pelo
preso. Conforme esses requisitos eram cumpridos, era computado determinado
“número de marcas – mark system”. Isso era mensurado de acordo com a
gravidade do delito. A liberdade era concedida quando esse número de marcas
correspondia com a pena aplicada.
Portanto, a duração da pena estava baseada no tripé: gravidade do delito –
aproveitamento do trabalho – boa conduta do condenado. O Sistema
Progressivo Inglês estava dividido em três etapas:

A) Isolamento Total. O preso ficava em cela única (solitária), de dia e de noite,


para refletir sobre o crime praticado.

B) Isolamento Parcial. O preso podia trabalhar durante o dia, em regime de


silêncio e durante a noite permanecia no isolamento total, como visto acima.

C) Liberdade Condicional. Se não ocorresse a revogação, adquiria-se a


liberdade definitiva.

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1.4.3.2)SISTEMA PROGRESSIVO IRLANDÊS.
Apesar de muito difundido na Europa o sistema inglês foi substituído pelo
Sistema Progressivo Irlandês. Este seguia o mesmo rito do sistema inglês.
Diferenciava no fato de incluir uma fase intermediária entre as etapas de
isolamento parcial com a liberdade condicional.
Nesta fase intermediária o condenado trabalhava ao ar livre e em prisões
especiais – por exemplo: agrícolas. Não precisava usar uniformes e nem sofria
castigos corporais. Era permitida a comunicação com população livre. Além do
mais, percebia parte da remuneração de seu trabalho. Ainda hoje muitos países
adotam o Sistema Progressivo Irlandês.

1.4.3.3)SISTEMA DE MONTESINOS.
Esse sistema foi criado paralelamente ao Sistema Irlandês por volta do
ano de 1835. Não havia muita diferença entre estes.
O grande diferencial era a ideologia do princípio da legalidade. Não se
deveria aplicar corretivos disciplinares que atentasse contra a dignidade da
pessoa humana ou de natureza infamante.
Pregava-se a ideologia das prisões abertas, concedendo-se licença de
saída. Defendia-se a idéia de que a pena deveria ter característica
ressocializadora e que o trabalho do preso não deveria servir para exploração
da mão-de-obra carcerária, mas, um meio de profissionalizar, ensinar e reinserir
o indivíduo no meio social.

2. sanção penal
É a resposta estatal, no exercício do jus puniendi e após o devido
processo legal, ao responsável pela prática de um crime ou de um contravenção
penal. Divide-se em duas espécies: penas e medidas de segurança.
A pena tem como pressuposto a culpabilidade, destina-se aos imputáveis
e semi imputáveis não perigosos.

2.1. Conceito de pena

É a sanção consistente na privação de determinados bens jurídicos que o


Estado impõe contra a prática de um fato definido na lei como crime.
Segundo Sebastian Soler( derecho penal argentino, Buenos Aires: TEA,
1978, v. 2), a pena é uma sanção aflitiva imposta pelo Estado, por meio de uma
ação penal ao autor de uma infração penal, como retribuição de seu ato ilícito,
consistente na diminuição de um bem jurídico, cujo fim é evitar novos delitos.

2.2. Finalidade das penas


a- preventiva- no sentido de evitar a pratica de novas infrações penais. A
prevenção é: a) geral – o fim intimidativo dirige-se a todos os membros da
sociedade, visando impedir que pratiquem crimes. B) especial- visa o autor do
delito, retirando-o do meio social, impedindo-o de delinqüir e procurando corrigi-
lo. ( após a reforma de 1984 a pena passou a apresentar a natureza mista,
retributiva e preventiva conforme dispõe o art 59, CP).
b- retribuição – porque estabelece uma retribuição de acordo com um mal
causado ( diminuição de um bem jurídico).

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c- ressocializadora- visa a reinserção social do condenado na sociedade.

2.3.PRINCÍPIOS QUE REGEM A APLICAÇÃO DA PENA:

Princípio da Humanidade – de acordo com esse princípio, o ser humano deve


constituir-se o centro das atenções no estudo das ciências penais. Não
somente a vítima deve merecer a proteção do Estado, mas também o réu, de
modo que, o tratamento a ele dispensado pelo poder público nunca poderá
perder de vista os fins almejados na pena.

Assim, orientado por ideais iluministas, acidamente defendidas por


Marques de Beccaria, o direito objetivo brasileiro cuidou de preservar e garantir
ao agente do crime um processo justo e uma pena adequada, buscando
afastar quaisquer violências contra o homem, pois o que deve ser execrado é
o crime e não o criminoso. Portanto, não são admitidas penas de morte, salvo
em caso de guerra declarada, perpétuas (CP, art. 75), de trabalhos forçados,
de banimento e cruéis (Art. 5°, XLVII).

Legalidade e anterioridade – representa um esteio de garantia para o


acusado. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena, sem prévia
cominação legal, ou seja, deve estar prevista em lei vigente à época em que
for praticada a infração penal (Art. 1° do CP, art. 5°, XXXIX da CF);

Princípio da personalidade – assegura que “nenhuma pena passara da


pessoa do condenado’, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação
do perdimento dos bens ser, nos termos da lei, estendida aos sucessores e
contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”. De
acordo com a dicção constitucional, garantindo, com uma única ressalva, que
a pena não pode passar da pessoa do condenado (Art. 5°, XLV, CF);

Princípio da Individualidade - conforme o nome já indica, A imposição e o


cumprimento deverão ser individualizados de acordo com a culpabilidade e o
mérito do sentenciado (Art. 5°, XLVI, CF); deve particularizar a avaliação do
próprio indivíduo, levando-se em conta suas características pessoais o crime,
e a relação entre um e outro, ou seja, duas operações deverão ser feitas:
a)- identificar qual é o crime e os limites das penas cominadas e o vincular

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ao autor – dispositivo legal;
b)- dosar a pena do crime, já identificado, atribuindo ao autor a quantidade
da reprimenda que assim determinar o conjunto de circunstâncias pessoais,
do fato, da vítima e da intercomunicação entre eles. Importante registrar que
essescritérios são previamente estabelecidos por lei (art. 59, 61, 62, 65, 66,
67,68, etc., todos do Código Penal).
Princípio da Proporcionalidade - Deve ser proporcional ao crime praticado
(Art. 5°, XLVI e XLVII), ou seja, não pode ser mais nem menos do que o
suficiente para a reprovação e prevenção do crime. Desejo este de nossa
legislação penal, conforme dispõe o art. 59 do Código Penal.
Princípio da Inderrogabilidade - Salvo as exceções legais, depois de fixada
a pena não pode deixar de ser aplicada sob nenhum fundamento;

Espécies de pena admitidas na Constituição:


 Privação ou restrição de liberdade;
 Perda de bens;
 Multa;
 Prestação social alternativa;
 Suspensão ou interdição de direitos.

Espécies de penas vedadas pela Constituição:


O art. 5º inciso XLVI da Constituição permite ao legislador outras espécies
de pena além das citadas acima, contudo, proibiu algumas modalidades,
conforme dispõe o art. 5.º LVII:
 De morte (salvo em caso de guerra);
 De caráter perpétuo;
 De trabalhos forçados;
 De banimento;
Cruéis

2.4. características das penas


Segundo Damásio de Jesus, as penas apresenta as seguintes
características:
a.Personalíssima – só atinge o autor do crime;
b. sua aplicação é disciplinada por lei;
c. é inderrogavel, no sentido de certeza de sua aplicação;
d. é proporcional ao crime.

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3. O CP classifica as penas em:
CLASSIFICAÇÃO
O art. 34 do CP adotou as seguintes modalidades, com fundamento
nas elencadas na Constituição pelo legislador. Das espécies de penas
(principais)

a) - Privativas de liberdade
b) - Restritivas de direito–
c) Multa
A carta magna proíbe pena de morte, salvo, em casos de guerra declarada,
a de caráter perpetuo, a de trabalhos forçados, a de banimentos e as cruéis ( art.
5º, XLVII)

PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado,


semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo
necessidade de transferência a regime fechado.
§ 1º - Considera-se:
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento
de segurança máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola,
industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou
estabelecimento adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em
forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes
critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
a) - o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a
cumpri-la em regime fechado;
b) - o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro)
anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime
semiaberto;
c) - o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4
(quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-
á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.
§ 4º - O condenado por crime contra a administração pública terá a
progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do
dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os
acréscimos legais.

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1. Diferença entre reclusão e detenção – as diferenças entre uma e outra
modalidade se localizam mais nas consequências que propriamente no
aspecto formal, eis que, ontologicamente, não se distinguem:
I – a reclusão comporta regime inicial fechado, semiaberto e aberto; a
detenção, apenas nos dois últimos (art.33, CP)
II – O Delegado de polícia somente poderá conceder fiança nos crimes
de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4
(quatro) anos (art. 322 CPP);
III – Na infração punida com reclusão a medida de segurança será
sempre de internação. Se punida com detenção, é cabível também a
conversão em tratamento ambulatorial (art. 97, CP);

IV – Somente nos crimes punidos com reclusão geram a incapacidade


do pátrio poder, tutela ou curatela como efeito da condenação (art. 92, II CP).

REGIMES PENITENCIÁRIOS OU PENAS


a) Fechado – a pena há de ser cumprida em penitenciária –
estabelecimento penal de segurança máxima ou média.
Regras do Regime Fechado
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da
pena, a exame criminológico de classificação para individualização da
execução.
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a
isolamento durante o repouso noturno. § 2º - O trabalho será em comum dentro
do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores
do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços
ou obras públicas.

Exame criminológico – no início do cumprimento da pena, o condenado será


submetido a exame criminológico de classificação para individualização da
execução (art. 34, CP, e art. 8º, LEP). Originariamente disposto no artigo 8º da
LEP (Lei de Execução Penal), o exame criminológico tem por objetivo a correta
aplicação da pena de forma individualizada, como forma de adequar às
características pessoais de cada preso.
Desse modo, extrai-se da leitura do dispositivo que será submetido ao

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aludido exame o condenado a pena privativa de liberdade em regime fechado
e de acordo com parágrafo único do aludido artigo, o condenado a pena
privativa de liberdade em regime semiaberto, não abrangendo o legislador ao
regime aberto.

Observação importante quanto ao exame criminológico


Embora o exame criminológico seja obrigatório para o início de
cumprimento de pena no regime fechado e facultativa no semiaberto. Houve
significativamente alteração da Lei de Execuções Penais, artigo 112, alterado
pela Lei 10.792 de 2003, em que substituiu a necessidade do exame
criminológico para a progressão de regime por um simples atestado de bom
comportamento carcerário. Que, fica a critério do magistrado requerer quando
achar necessário o exame, desde que fundamentadamente. Entretanto, Tal
modificação legislativa, não obsta o magistrado de determinar a realização de
tais exames, conforme entendimento consolidado dos Tribunais Superiores,
desde que o juiz da execução profira sua decisão fundamentadamente,
conforme pode ser aferida da decisão abaixo:

PENA - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSÃO - EXAME


CRIMINOLÓGICO INEXIGIBILIDADE. A previsão de exigência do exame
criminológico, para a análise relativa aos benefícios a que tem jus o
custodiado, foi excluída do artigo 112 da Lei de Execuções Penais mediante a
Lei nº 10.792/2003. (STF – HC: 115212 SP – SÃO PAULO
9966338-
20.2012.0.01.0000, Relator Min. MARCO AURÉLIO, Data de Publicação: DJe-
237 25-11-2015.

Trabalho interno – se sujeita o condenado a trabalho interno durante o dia,


conforme suas aptidões ou ocupações anteriores à pena, e isolamento
noturno.

Trabalho externo – o trabalho fora do estabelecimento carcerário é


admissível, em serviços e obas públicas, desde que tomadas as cautelas
contra a fuga e em favor da disciplina, e desde que cumprido, pelo menos, um
sexto da pena (art. 34, § 3º, CP, e 36 da LEP).
b) Semiaberto – a pena é cumprida em colônia penal agrícola, industrial

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ou em estabelecimento similar.
REGRAS DO REGIME SEMIABERTO
Art. 35 - Aplica-se a norma do Art. 34 deste Código, caput, ao
condenado que inicie o cumprimento da pena em regime semiaberto.
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o
período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar.
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a frequência a
cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou
superior.

Do trabalho – o sentenciado submete-se a trabalho em comum durante o


período diurno em colônia agrícola ou similar, sendo possível, inclusive na
iniciativa privada, logo no início de cumprimento da pena;

Saída temporária – no regime semiaberto o condenado pode obter autorização


judicial para sair temporariamente da colônia penal (art. 116-B da LEP, com
redação dada pela Lei 121.258/10).

Da saída temporária – no regime semiaberto o condenado tem direito à saída


temporária, sem vigilância direta, mediante autorização judicial, para visitar a
família, frequentar curso profissionalizante, de segundo grau e ou superior,
bem como, participar em atividades que concorram para o retorno ao convívio
social (art. 122 LEP).
Obs.: Na hipótese de saída temporária sem vigilância direta, poderá o
juiz das execuções determinar o monitoramento eletrônico por meio de
pulseiras ou tornozeleiras dotadas de sinalizador, conforme dispõe o art. 146-
B, com alteração trazida pela Lei 12.258/10.
c) Aberto

Art. 36 - O regime Aberto baseia-se na autodisciplina e senso de


responsabilidade do condenado.
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância,
trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada,
permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga.
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato
definido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo,
não pagar a multa cumulativamente aplicada.

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Requisitos – é observada a autodisciplina e senso de responsabilidade do
condenado (art. 36, CP), somente podendo ingressar nesse regime se estiver
trabalhando ou comprovar possibilidade de fazê-lo imediatamente; deve aceitar
as condições impostas pelo juiz (art. 113 e 114 da LEP).

Condições – o sentenciado deve permanecer no local que for designado durante


o repouso e nos dias de folga, não se ausentar da cidade onde reside sem prévia
autorização judicial, cumprir os horários de entrada e saída do estabelecimento,
comparecer periodicamente em juízo a fim de justificar as atividades
desempenhadas (ART. 115 e incisos da LEP).

Prisão domiciliar – o condenado quando maior de setenta anos, estiver


acometido de doença grave, ou a condenada gestante ou com filho menor ou
deficiente, sujeitos ao regime aberto, podem cumpri-lo em residência particular
(art. 117 e incisos da LEP).

Inexistência de Casa de Albergado na Comarca – Posição favorável para


recolhimento domiciliar do Superior Tribunal de Justiça. Posição contrária –
Supremo Tribunal Federal.

d) Regime disciplinar diferenciado (RDD) – introduzido pela Lei 10.


792/03, que conferiu nova redação ao art. 52 da LEP. São requisitos:
I) Prática de fato prevista como crime doloso que ocasione subversão da
ordem ou disciplinas internas;
II) Presente o preso alto risco para a ordem e a segurança
do estabelecimento penal ou sociedade;
III) Houver fundadas suspeitas de envolvimento ou participação associação
criminosa (art. 288 CP).

Características/consequências do (RDD).
I) Duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de repetição da sanção
por falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena;

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II) Recolhimento em sela individual;
III) Visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com
duração de 2 horas;
IV) Duas horas diárias de banho de sol.

Obs.: fixada a pena base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento


do regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão de sanção
imposta, com base na gravidade apenas na gravidade abstrata de delito –
Súmula 440 STJ.

DA PROGRESSÃO E REGRESSÃO
Progressão: segundo dispõe o art. 112 da Lei de Execuções Penais, reforma
com o pacote anticrimes.

Regressão de regime: é a transferência de um regime para o outro
mais
rigoroso, tendo em vista a prática de algum dos fatos descritos no art.
118 da LEP;
Regressão per saltun (por salto): é a possibilidade do condenado que
esteja cumprindo a pena em regime mais brando, passe diretamente
para o regime fechado aberto ou semiaberto, caso ocorra quaisquer dos
motivos que autorizem a regressão, o juiz da execução poderá
determinar recolhimento diretamente no regime fechado, inclusive nos
casos de condenação a pena de detenção.

HIPÓTESES DE REGRESSÃO ESTÃO EXPRESSAS NA LEGISLAÇÃO


 Prático de fato definido como crime doloso: durante a
execução da pena o condenado, comete nova infração penal de
natureza dolosa.
 Prática de falta grave: quando o condenado cometer qualquer
das hipóteses elencadas no art. 50 da LEP.
 Superveniência de condenação, por crime anterior, cuja
soma com as penas já em execução torne incabível o
regime em curso:

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 Se o condenado frustre os fins da execução da pena:
tratando-se de preso que cumpre a pena em regime aberto,
a regressão será ainda

possível se descumprir as condições elencadas no art. 36, § 2º


da LEP, em que prevê a possibilidade de regressão se o
condenado que está cumprindo pena em regime aberto deixa de
pagar a pena de multa cumulativamente imposta (caso tenha
condições de fazê-lo). Entretanto, é pacifico entre a doutrina que
parte deste dispositivo foi revogada em face da Lei 9.268/96 que
alterou o art. 51 do Código Penal proibindo a conversão da pena
de multa em privativa de liberdade. Mas é importante observar
que a hipótese aqui não é de conversão de multa em prisão, mas
por descumprimento no pagamento desta quando tem condições
de pagar.

Regime especial
Mulheres presas: Art. 37- “As mulheres cumprem pena em
estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes
à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste
Capítulo”. Isto em face das peculiaridades relacionadas à maternidade,
conforme expressamente disposto na Constituição Federal (art. 5, L),
que exige que os estabelecimentos penais tenham condições de
garantir a amamentação, assegurando ainda acompanhamento médico
no pré-natal e pós-parto, extensivo ao recém- nascido (art. 14, § 3º LEP),
assegura também que os estabelecimentos tenham berçários (art. 83, §
2º LEP), do mesmo modo existência de creche para crianças maiores
de 6 meses e menores de 7 anos (art. 89, caput, LEP).

Direitos do preso: Art.38 - O preso conserva todos os direitos não


atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o
respeito à sua

integridade física e moral. Ver arts. (5º, XLIX, CF; art. Art. 1º, = 1º, da
Lei 9.45/97, arts. 5º, LXXIV e LXXV CF). A depender do comportamento
do preso alguns desses direitos podem ser restringidos (art. 41,

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parágrafo único e art. 52, que trata do regime disciplinar diferenciado)
ambos da LEP.

Trabalho do preso: Art.39 – O trabalho no preso será sempre


remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social.
A jornada de trabalho não pode ser inferior a 6 e nem superior a
8 horas diárias(art.33 da LEP). A remuneração não pode ser inferior ¾
do salário mínimo (art.28, § 2º, LEP). O condenado por crime político e
o preso provisório não estão obrigados ao trabalho , mas , se o fizerem
, terão os mesmos direitos dos demais presos (arts. 31 e 200 da LEP).

Visita íntima: segundo . (NUCCI, 2011, p. 995). O direito à visita íntima


não se encontra, ainda, previsto em lei, originando-se do costume
adotado pelas direções dos presídios, de modo que não pode encontrar
barreira justamente em critérios subjetivos, por vezes, preconceituosos.

SUPERVENIENCIA DE DOENÇA MENTAL


Noções - Não confundir superveniência de doença mental que ocorre no
cumprimento ou no curso da pena, de doença mental que possui o agente no
momento da conduta delituosa, a esta se aplica o disposto no art. 26 do Código
Penal, em que não se aplica pena, mas medida de segurança, o que se chama
de absolvição imprópria, ou seja, o juiz apesar de absolver o réu, impõe-lhe
medida de segurança (internação ou tratamento ambulatorial) que segundo
termos do artigo 97, §1º do Código Penal, afinal cometeu um crime no estado
de insanidade.
Quanto à superveniência da doença mental do condenado, é a que ocorre
no curso da execução da pena e pode levar a conversão desta em medida de
segurança, conforme termos do art. 41 do Código Penal, combinado com o art.
183 da LEP.
Art. 41 – o condenado a quem sobrevém doença mental deve ser
recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a
outro estabelecimento adequado.

Obs.: a medida de segurança não pode ser aplicada por tempo


indeterminado, deve respeitar o tempo já determinado de sua pena.

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REMIÇÃO
Noções gerais: trata-se de instituto regulado nos arts. 126 a 130 da
LEP, que assou por importantes alterações com o advento da Lei
12.433/2011, a qual conferiu ao instituto da remição maior abrangência,
como por exemplo, a remição de pena, que até o advento da citada Lei,
consubstanciava-se em instituto benéfico ao apenado que poderia remir
dias de sua pena com o trabalho. No que diz respeito ao estudo não
tínhamos lei (expressa) sobre o tema, que era cuidado somente pela
jurisprudência, conforme Súmula 341 do STJ dizia: “A frequência a
curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de
execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto.”
Porém, tal súmula não fixava critérios, ficando a cargo de cada
juiz adotar ou não. Mas, o direito (ideal) não pode conviver com
violações da igualdade (quando as situações são iguais).

Conceito: é o desconto de parte da pena face o trabalho ou estudo


realizado pelo condenado durante a execução. Considerado para o
condenado que cumpre pena no regime fechado ou semiaberto em que
1 dia de pena para cada 3 dias trabalhados ou 12 horas de frequência
escolar.

Remição pelo trabalho – o condenado que cumpre pena em regime


fechado ou semiaberto pode descontar 1 (um) dia de pena para cada 3
(três) dias trabalhados ou por 12 horas de frequência escolar.

Remição pelo estudo – nos termos do art. 126, § 1º da LEP. Serão


descontadas 12 horas de estudo, por um dia de desconto da pena,
devem ser dividias, no mínimo, em 3 dias (4 horas diárias nesse caso)
é possível que, as 12 horas sejam divididas em número maior de dias
(2 ou 3 diárias etc.)mas nunca em número menor (o que poderia levar
rapidamente ao desconto total da pena, se o condenado, estudasse por
exemplo 12 horas diárias.

As atividades de estudo

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Particularidades:

 O preso que não puder trabalhar, em razão de acidente,


continuara a se beneficiar com a remição (art. 126, § 4º LEP).
 A remição da pena pelo estudo são para os condenados que
cumprem pena nos regimes fechado e semiaberto, abrangendo o ensino
fundamental, médio, superior e profissionalizante.

 O condenado a pena em regime aberto não faz jus a esse


benefício, haja vista que neste regime tem no trabalho a própria razão
de ser da sua concessão.
 Se o condenado estudar e concomitantemente trabalhar,
poderá haver cumulação dos dias a remir.

 Para o cômputo da remição só serão computados os dias em que


o preso desempenhar a jornada completa de trabalho, excluindo,
inclusive os feriados e fins de semana (art. 33 da LEP), sendo que a
jornada de trabalho não será inferior a 6 nem superior a 8 horas.
 Remição e falta grave, nos termos do art. 127 da LEP, a punição
do condenado por falta grave poderá ter como consequência a
revogação, pelo juiz das execuções, de até 1/3 do tempo remido,
recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.
Devendo o juiz levar em conta os parâmetros do art. 57 da LEP para
decidir o quantum a ser revogado em decorrência da faltas grave.

Remição ficta — também conhecida por remição presumida —, surgiu


como uma alternativa para o apenado garantir o seu direito de remir a
pena diante da ausência do Estado em conceder o trabalho.
Na visão de Silva (2002, p. 22) a remição ficta é o reconhecimento
do benefício da remição penal, diante da falha Estatal em proporcionar
ao apenado, atividade laboral, para que este possa cumprir o requisito
objetivo expresso na LEP, para alcançar o referido benefício. Entretanto,
a obrigação legal do apenado é tolhida pela ausência de institutos
prisionais, não adaptados a cumprir a imposição legal, fazendo com que
os apenados permaneçam ociosos.

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Defendida também pelo profº Roberto Rodrigues (p.313),
“que advoga a possibilidade da remicão virtual, que deve ser
adotada ao condenado que se encontra em presidio ou cadeia, que não
disponibilize trabalho ao condenado, vez que é direito do preso
trabalhar, devendo o Estado oportunizar o trabalho,

não havendo essa oportunidade, o reeducando tem o direito a pena


remida de forma virtual, como se tivesse efetivamente alcançada”.

DETRAÇÃO
Conceito - nos termos do art. 42 do Código Penal, é o cômputo, ou seja,
é o desconto do tempo já cumprido pelo réu quando em prisão
provisória, em que há o abatimento na pena privativa de liberdade, na
restritiva de direito e na medida de segurança aplicadas na sentença.
Vejamos:
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na
medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil
ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação
em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.

Prisão provisória: é toda medida privativa de liberdade que não seja


decorrente de uma sentença penal condenatória definitiva e decorrem
de prisão em flagrante, prisão temporária, prisão preventiva e sentença
de pronúncia – decisão recorrível. Considera-se também como prisão
provisória para efeito da detração a prisão domiciliar (art. 317 do CPP)
instituída pela Lei 12.403, de 4 de maio de 2011.

Prisão administrativa: na conformidade da SÚMULA 280 DO STJ –


NÃO EXISTE MAIS. O Decreto-lei 7.661/45 estabelece que a prisão
administrativa tenha sido revogada pelos incisos LXI e LXVII do art. 5º
da Constituição Federal.
Obs.: nos termos do art. 42 do Código Penal, a detração só é
admitida nas penas privativas de liberdade, excluindo-se do benefício
às penas pecuniárias e restritivas de direito. ENTRETANTO, o art. 44, §
4º, autoriza o desconto pelo cumprimento da pena restritiva. Assim como
parte da doutrina também defende a detração nos casos de limitação de
fim de semana e prestação de serviços à comunidade.

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