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AVALIAÇÃO 1- ARQUITETURA BRASILEIRA II

Docente: Rita C. Fantini de Lima


Alunas: Luana Marçal e Maria Eduarda Chenci

A “escola carioca” é considerada pela historiografia da época [anos 40/50], como


representante de uma “brasilidade” e de resultar em sua produção, a essência do debate
sobre modernidade e tradição.

1. Que características definem essa “escola”? Exemplifique com um projeto


R: Projeto do ministério da saúde e da educação. Na criação do edifício o arquiteto franco-suíço
Le Corbusier foi convidado e esteve no Brasil para ajudar os jovens arquitetos a projetar esse
ministério. O edifício termina com a total incorporação dos 5 pontos da arquitetura corbusiano
(planta livre, janela em fita, fachada livre, pilotis, terraço jardim), a diferença é que nesse edifício
é possível pela primeira vez identificar um modernismo brasileiro com características diferentes
do international style produzido no mundo a fora. Os arquitetos introduziram atributos do passado
brasileiro, tais como os azulejos que estão presentes no edifício em questão. Este projeto é
considerado pela historiografia como a obra que dá início a arquitetura moderna no Brasil, pois é
composto por um volume em altura sobre pilotis e outro mais baixo perpendicular ao primeiro.
Suas elevações tiveram um tratamento com influência solar, utilizando elementos arquitetônicos
como brises soleils e vidro. A planta baixa segue os parâmetros modernistas, isto é, planta livre
sem paredes fixas o que permite maior mobilidade, as divisórias são de madeiras sem chegar ao
teto o que permite ventilação cruzada.

2. Segundo a autora, em que panorama internacional essa arquitetura se desenvolveu e foi


reconhecida?
R: Foi desenvolvido a partir do panorama europeu, após o fim da segunda guerra mundial. Por
conta disso, este panorama se reabriu para à possibilidade de aceitação das ideias de arquitetura
moderna propostas pelas vanguardas do entreguerras (1920-1939). O fim desta guerra, a migração
de vários mestres europeus modernos para os EUA e outros países do mundo e as urgências da
reconstrução europeia, confirmam a expansão da influência da arquitetura moderna, e de fato passa
a ocorrer uma aplicação experimental massiva e extensa das ideias das mesmas, tornando-a quase
subitamente a tendencia predominante da arquitetura mundial.

No texto 2, sobre Oscar Niemeyer, a autora cita o debate entre Lucio Costa e o jornalista
Geraldo Ferraz sobre o não reconhecimento de Warchavchick e Flávio de Carvalho em
detrimento da exaltação de Oscar Niemeyer.
Em aula vimos que os primeiros debates, manifestos e obras acerca do Movimento Moderno,
ocorreram em São Paulo [considerando-se aí também a obra e manifesto de Rino Levi]

3. Discorra livremente sobre essa questão buscando esclarecer a importância desses


pioneiros na formação do Movimento Moderno no Brasil, e as causas de seu pouco
reconhecimento se comparado à “escola carioca”.
Lucio Costa foi o mestre da arquitetura tradicional e pioneiro da arquitetura contemporânea no
Brasil. O jornalista Geraldo Ferraz cobrou de Lúcio Costa um esclarecimento após a homenagem
que os alunos da faculdade nacional de arquitetura publicaram uma homenagem para ele. Geraldo
pedia um esclarecimento para desfazer o que lhe parecia um escamoteamento da verdade histórica.
A argumentação de Geraldo Ferraz pedia o reconhecimento do pioneirismo de Warchavchik e
Flávio de Carvalho na renovação da arquitetura do Brasil, em tempo anterior à conversão de Lúcio
Costa ao movimento moderno. Lucio escreveu uma carta-depoimento em 1948 em resposta ao
jornalista Geraldo Ferraz. Esta carta constituiu um texto fundamental para a compreensão do
desenrolar posterior da arquitetura nacional, em que assoma o enorme vulto da figura do arquiteto
Oscar Niemeyer, a cuja genialidade foi imputada, por Lúcio Costa, a especial qualidade adquirida
pela arquitetura moderna em solo brasileiro. Lúcio Costa reafirmou o pioneirismo de Warchavchik
e Flávio de Carvalho, mas prontamente retirou a pertinência da questão, ao afirmar que saber
quando ou por quem a nova concepção foi trazida era de somenos, diante da intrigante questão
posta pelo fenômeno do desabrochar da nova arquitetura no Brasil, que ao invés de se manter
"limitadas às fórmulas do conhecimento ramerrão", como na sua expansão por inúmeros países,
adquiriu aqui, doze anos após ter sido experimentada pela primeira vez, uma força, uma graça,
uma qualidade que atraiu a atenção de todo mundo. E para Lúcio Costa a centelha desse
movimento foi o convívio diário durante 3 meses, em 1937, entre Le Corbusier e o talento
excepcional de Oscar Niemeyer. Lucio Costa associava-se ao pensamento intelectual e político
presente, propondo uma arquitetura moderna brasileira sob a unidade da teoria de uma expressão
nativa, a qual logo mostrou-se mais ampla e complexa do que ele supunha; estabelecendo
gradualmente um constructo teórico que buscava dar sustentação à produção exótica, aos olhos
estrangeiros, da escola carioca rumo ao êxito internacional. Ademais, Lúcio Costa teve um papel
importante no surgimento da escola carioca, não apenas devido a eleição de Le Corbusier como
mestre e pelo seu entendimento do movimento moderno não como ruptura, mas sim inserido no
meio da tradição disciplinar, com a consequente defesa da intenção plástica como característica
necessária da arquitetura, gerando uma ideia de que o avanço tecnológico demanda invenção de
novas formas ou de uma criação arquitetônica livre. Neste caso, Lúcio Costa aprovou a invenção
plástica, ainda que apartada de condições locais ou de um contexto cultural, já que sofreram críticas
pela arquitetura brasileira em meados de 1950, devido a referência da obra de Mies nos EUA, com
sua refinada arquitetura geométrica, ortogonal, de repetição rítmica. No entanto, o enriquecimento
do vocabulário plástico não romperia com um conjunto de normas do movimento moderno
(vertente corbusiana) e sim garantiriam ainda inovação e uma certa unidade de estilo.

4. Escolha uma obra em sua cidade que você considere resultado da difusão do que foi
conhecido como “arquitetura brasileira” ou “estilo carioca”.

R: Hotel Umuarama. Projeto foi inaugurado em 1951, foi construído pelo engenheiro Hélio Fóz
Jordão.

O edifício trouxe inovação para a cidade de Ribeirão Preto, principalmente pela sua horizontalidade com
suas características modernas, conta com 12 andares, possuindo elementos vazados (nos cobogós) como
meio de proteção dos raios solares, pilotis e estrutura modulada que permite uma fachada livre. Além de
trazer acessos internos com rampas e escadarias, devido aos desníveis da topografia. O hotel passou por
uma reforma no ano de 1969.

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