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INOVAÇÃO
Marcia Maria da Graça Costa
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SUMÁRIO
2
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1 EMPREENDEDORISMO E O EMPREENDEDOR
1
Marco Polo foi um mercador, embaixador e explorador veneziano cujas aventuras estão registradas
em As Viagens de Marco Polo, um livro que descreve para os europeus as maravilhas da China, de sua
capital Pequim e de outras cidades e países da Ásia. (WIKIPEDIA, s.d.).
2
A Rota do Oriente, também conhecida como rotas das especiarias, foram percursos comerciais gerados
pelo comércio de especiarias provenientes da Ásia, interligando diversos povos ao longo do tempo, da
Europa à Ásia. (WIKIPEDIA, s.d.).
3
,
O uso da palavra evoluiu com outro economista, dessa vez Jean-Baptiste Say (1767-
1832), que passa a associar o empreendedor ao aumento da produtividade. Seria
alguém que transfere recursos econômicos entre atividades com baixa e elevada
produtividade, tornando-se um elemento essencial no sistema econômico. Por fim,
mais um economista se envolve na definição do empreendedor. Dessa vez, Carl
Menger (1840-1921), que definiu o empreendedor como alguém que antecipa ações e
realiza previsões sobre as necessidades futuras do negócio. O papel e o perfil do
empreendedor continuaram a ser estudados e definidos pelos economistas. Já no
século XX, Ludwig von Mises (18881-1973) afirmava que o empreendedor é alguém
que toma decisões; enquanto Friedrich von Hayek (1899-1992) ampliou o conceito,
extrapolando o fator “assumir riscos” para alguém que identifica oportunidades de
mercado (CHIAVENATO, 2012; FABRETE, 2019).
Sexton e
1985 “O empreendedor consegue ter uma grande tolerância à ambiguidade”
Bowman
“O empreendedor procura a autoeficácia: controle da ação humana através
de convicções que cada indivíduo tem para prosseguir autonomamente na
1986 Bandura
procura de influenciar a sua envolvente para produzir os resultados
desejados
William
2002 “O empreendedor é a máquina de inovação do livre mercado”
Baumol
5
,
6
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É por isso que Jeffry Timmons afirmou que “o empreendedorismo é uma revolução
silenciosa, que será para o século 21 mais do que a revolução industrial foi para o
século 20” (TIMMONS, 1990 apud DORNELAS, 2018, p.1).
7
,
que corre riscos para iniciar algo novo. A partir desse conceito inicial, Dornelas (2018,
p. 30) amplia o conceito para a definição que utilizaremos ao longo da disciplina,
quando afirma “que o processo empreendedor envolve todas as funções, atividades e
ações associadas à criação de novos negócios, não se limitando à abertura de
empresas”. Indo além, e desdobrando o conceito inicial, segundo o autor,
Dornelas (2018) alerta para o fato de que o ensino de empreendedorismo pode sofrer
alterações em virtude da instituição no qual é aplicado. Por isso, ele recomenda que
qualquer curso deve conter os itens a seguir.
8
,
É claro que o ensino do empreendedorismo não garante que todos se tornarão mitos,
tais como Steve Jobs e Bill Gates, ou Luiza Trajano, Olavo Setúbal, Samuel Klein e Abílio
Diniz (para citar alguns brasileiros). Mas, certamente, proporcionará uma preparação
melhor para os empresários, resultando em empresas mais bem preparadas para gerar
empregos, renda e riqueza (DORNELAS, 2018).
9
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10
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A longo do século XX, diversos empreendedores se tornaram pioneiros nas suas áreas
de atuação, deixando um extenso legado social e para a economia do país. Confira
alguns deles no quadro a seguir.
11
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PIONEIRO LEGADO
• Teatro Municipal;
• Clube A Hebraica;
12
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Nos anos 1990, com a abertura da economia promovida pelo Presidente Fernando
Collor (1949-) e a criação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae) e da Sociedade Brasileira para Exportação de Software (Softex). O Sebrae é
reconhecido como o principal órgão de apoio ao pequeno empresário, fornecendo
suporte para a formação de empreendedores, apoio para obter soluções para as
dificuldades e problemas dos negócios e consultoria especializada. A Sofitex contribuiu
para a expansão do segmento de softwares, capacitando os empresários de
informática em gestão e tecnologia, e apoiando a nascente indústria de tecnologia
nacional. Além desses exemplos, o programa Brasil Empreendedor, criado pelo
Governo Federal em 1999, proporcionou capacitação a mais de seis milhões de
empreendedores em todo o país, com investimento de R$ 8 bilhões (DORNELAS, 2018;
FABRETE, 2019).
13
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• Nascentes: negócio novo que ainda não pagou salários, pró-labores ou outra
forma de remuneração aos proprietários por mais de três meses;
14
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• Necessidade: o negócio foi iniciado pela falta de opções para gerar ocupação e
renda.
15
,
16
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17
,
Com base no autor, e em Fabrete (2019), iremos explorar essas características a seguir.
Necessidade de realização
18
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Autoconfiança
O indivíduo empreendedor é seguro em relação aos seus objetivos, bem como de sua
capacidade para enfrentar e superar os obstáculos e desafios. Acredita em suas
habilidades pessoais, e também no fato de que o sucesso depende do seu esforço.
São visionários
Conseguem estabelecer uma visão de como será o futuro de seu negócio e têm a
habilidade de implementar seus sonhos.
19
,
Isso acontece porque eles, de acordo com Dornelas (2018, p. 24), “transformam algo
de difícil definição, uma ideia abstrata, em algo concreto, que funciona, transformando
o que é possível em realidade.” Dessa forma, pode-se afirmar que eles fazem a
diferença por transformar sonhos em realidades.
São dedicados
São otimistas, pois não consideram o fracasso, só enxergando o sucesso. E fazem isto
de maneira apaixonada, pois adoram o que fazem. É dessa forma que obtém a energia
que os mantem animados e autodeterminados.
Não querem ficar presos ao modelo de emprego tradicional, mas, ser seu próprio
patrão e assim determinar por si próprio seu caminho. Procuram a independência a
partir da criação de algo novo, que também gere empregos.
Ficam ricos
Empreendedores de sucesso não têm como meta central ficarem ricos. Eles
compreendem que o dinheiro é consequência de um bom trabalho e do sucesso dos
negócios.
O empreendedor de sucesso sabe que não pode fazer tudo sozinho e, portanto,
depende de outros para chegar ao sucesso. Por isso, estudam e exercitam a liderança
para manter seus colaboradores motivados e valorizados, obtendo, em contrapartida,
forte comprometimento e respeito de todos.
21
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São organizados
Possuem conhecimento
22
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Conclusão
23
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REFERÊNCIAS
24
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2 O PROCESSO EMPREENDEDOR
A habilidade de utilizar a criatividade para gerar novas ideias tem sido o fator crítico de
sucesso para a sobrevivência das organizações, pois é por elas que são geradas as
inovações e é possível construir vantagens competitivas.
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Observe que são diversos tipos de fatores que exercem influência sobre todo o
processo de empreender. Desde o início do processo, os fatores pessoais tem
participação relevante nas decisões do empreendedor. Características como assumir
riscos dividem o espaço com fatos ocorrido na vida pessoal, como uma demissão ou a
insatisfação com o emprego atual. Em paralelo, a vida social também influencia a
tomada de decisão, fatores como o círculo familiar e a influência dos pais podem gerar
a decisão de empreender.
26
,
Ao observar mais atentamente a figura 2.1, vemos que a inovação está no início do
processo empreendedor, pois ela é a semente do processo. De maneira geral, quando
falamos de inovação, nos referimos à inovação tecnológica e seu papel no
desenvolvimento econômico mundial. Esse tipo de inovação implica a análise mais
aprofundada de quatro fatores críticos, como apresentados por Dornelas (2018) na
figura que segue.
27
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Cada uma das etapas desse processo será detalhada nas seções a seguir.
28
,
Com ajuda de Maximiano (2012), vamos explorar um pouco mais cada uma dessas
possibilidades.
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Aperfeiçoamento do negócio
30
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Exploração de hobbies
Derivação da ocupação
Observação de Tendências
31
,
uma ideia isolada não tem valor se não for transformada em algo cuja
implementação seja viável, visando atender a um público-alvo que faça
parte de um nicho de mercado mal explorado. Isso é detectar uma
oportunidade. (DORNELAS, 2018, p. 49)
32
,
Fator-chave Descrição
A pesquisa de marketing é crucial para evitar que o produto fracasse. Sua
Pesquisa de marketing desvantagem é o alto custo. Um exemplo desse tipo de pesquisa seria o teste
de um novo alimento nas entradas de teatro e cinema e nos supermercados.
Requisito essencial do novo produto ou serviço é ser realmente necessário
Atendimento de uma
para os consumidores. Por isso a necessidade de aplicar testes para aferir o
necessidade
nível de necessidade.
Qualidade e preço Se o produto tiver baixa qualidade ou preço elevado, em relação ao mercado, o
adequados consumidor não irá procurá-lo novamente.
33
,
Muitos empreendedores são atraídos por setores nos quais existe elevada
possibilidade de obter rendimentos financeiros, mesmo sem qualquer conhecimento
do assunto. Dornelas (2018, p. 51) lembra que, “em primeiro lugar, vem a paixão pelo
negócio; ganhar dinheiro é consequência”.
Os autores Dornelas (2018) e Fabrete (2019) afirmam que o Plano de Negócios permite
a organização das ideias e o direcionamento do negócio para que ele tenha condições
de ser concretizado. Permite a documentação e o gerenciamento das análises internas
e externas, viabilizando a identificação das condições nas quais o negócio é viável,
auxiliando na prevenção de riscos futuros e aumentando suas chances de
34
,
Fonte: elaborada pela autora com base em Dornelas (2018) e Razzolini Filho (2012).
Sumário executivo:
É a primeira seção do Plano de Negócios que será lida, portanto, deve ser elaborada de
maneira a manter a atenção do leitor e despertar seu interesse pelo conteúdo de todo
o plano. Trata-se de uma síntese do que é o negócio, seus diferenciais e vantagens
competitivas, motivo de o empreendedor ter escolhido o setor ou ramo de atividade.
Também deve conter um resumo das principais informações que indicam a viabilidade
do negócio, tais como investimento necessário, projeção de demanda e de receitas e
as expectativas de retorno. É a última parte a ser desenvolvida, pois depende de todas
as outras seções para que a síntese represente a totalidade do plano (BIAGIO, 2013;
DORNELAS, 2018; RAZZOLINI FILHO, 2012).
35
,
3
Análise SWOT (Strenght, Weakness, Opportunities and Threats) é a ferramenta que auxilia na
construção de uma matriz que apresenta Forças, Fraquezas, Ameaças e Oportunidades dos agentes que
irão interagir com o negócio, tais como situação de mercado, concorrentes, cliente e fornecedores
(RAZZOLINI FILHO, 2012, p. 212).
4
Também chamada de análise das cinco forças, é um modelo desenvolvido por Michael Porter para
análise de mercados, identificado as forças que atuam sobre ele e refletem no potencial de lucratividade
das empresas desse mercado. As cinco forças são: ameaça de novos entrantes, intensidade da rivalidade
entre concorrentes existentes, ameaça de produtos substitutos, poder de negociação de clientes e
poder de negociação de fornecedores (RAZZOLINI FILHO, 2012, p. 53).
36
,
Plano de Marketing:
É o plano que descreve como o negócio será inserido no mercado. Para isso, é preciso
apresentar um estudo de previsão de demanda, que servirá de base para a posterior
projeção de vendas e receitas. O Plano de Marketing, como recomenda Biagio (2013),
também apresenta como foi organizado o composto de marketing5 do negócio, ou
seja:
Plano operacional:
5
O composto de marketing, também chamado de Mix de Marketing, é a combinação dos quatro Ps de
marketing: Produto, Preço, Praça e Promoção. Lembrando que o P de praça inclui toda a estrutura de
comercialização e distribuição do produto, enquanto o P de promoção engloba as ações necessárias
para divulgar o produto e estimular as vendas, tais como propaganda, publicidade, promoção de
vendas, marketing digital dentre outras (RAZZOLINI FILHO, 2012).
37
,
Plano financeiro:
38
,
Anexos:
Ao final do Plano de Negócios, podem ser incluídos anexos com informações adicionais
julgadas relevantes para o melhor entendimento do plano de negócios. Exemplos:
currículo dos sócios, folhetos e/ou catálogos com descrição de produtos, estrutura do
website da empresa, contrato social, planilhas financeiras detalhadas, entre outros.
Após estruturar o Plano de Negócios, o empreendedor precisa avaliar suas opções para
obter recursos e colocar em prática o plano desenvolvido. Há muitas possibilidades e
não existe uma regra que determine qual é a melhor. O que o empreendedor precisa
comparar são os custos e os riscos decorrentes das fontes de capital disponíveis.
Dornelas (2018) apresenta uma lista, não exaustiva, de opções ao empreendedor para
obter os recursos necessários à abertura do negócio.
6
VPL e TIR são técnicas que comparam o valor presente dos futuros fluxos de caixa com o montante
inicial investido. O VPL apresenta o valor final obtido com a dedução do valor investido da soma dos
fluxos de caixa, enquanto a TIR apresenta a taxa de retorno anual do empreendimento (BIAGIO, 2013).
39
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Investidores anjos
São pessoas físicas que possuem recursos financeiros para investir em empresas novas
e que apresentam alto potencial de crescimento. Para acessar esse tipo de fonte, é
necessário que o Plano de Negócios esteja bem estruturado e consolidado,
demonstrando de forma consistente o potencial do empreendimento.
Essa não era uma opção disponível no Brasil até o final do século XX, mas tem crescido
com abertura e estabilidade econômica do país. Conforme a Endeavor Brasil (2017),
não é uma prática amplamente difundida, mas o número de investidores anjos tem
crescido. A seguir, alguns exemplos desse tipo de investidor.:
Se você quiser conhecer melhor os investidores anjos, acesse o link para o site da Anjos
do Brasil, disponível nas Referências.
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42
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Instituições financeiras
43
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Após avaliar as opções para capitalizar e iniciar o negócio, o empreendedor agora tem
o desafio da gestão do empreendimento para garantir a sua sobrevivência e
crescimento.
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Com base em Maximiano (2011), vamos aprofundar cada um dos indicadores da figura
2.5.
Eficiência dos processos: ter uma operação eficiente significa produzir resultados sem
desperdícios, ou seja, aumentar a produtividade. O objetivo é aumentar os níveis de
produção, sem aumentar o consumo de recursos. Por isso, a produtividade é medida
pelo consumo dos recursos em relação ao que foi produzido. Cada setor de atividade
tem fatores de produção próprios que auxiliam na mensuração dos níveis de
produtividade, e o empreendedor precisa identificar quais fatores são mais relevantes
no seu negócio.
Qualidade dos produtos: pode ser avaliada com base em duas perspectivas – a
qualidade própria dos produtos e a ausência de defeitos. A qualidade do produto está
relacionada às características que atendem as necessidades ou resolvem os problemas
dos clientes. Assim, quanto maior for a capacidade de o produto atender a sua
finalidade, maior será a satisfação do cliente. Em relação aos defeitos, eles
comprometem os objetivos dos produtos, por isso, quanto menor o número de falhas,
maiores as possibilidades de satisfazer os clientes.
Tomar decisões
O processo de tomada de decisão é baseado em escolhas que devem ser feitas a partir
da análise das alternativas disponíveis. Todos os indicadores dependem da capacidade
do empreendedor em decidir sobre o futuro da empresa, com base no planejamento,
avaliando os impactos das decisões atuais nos resultados de longo prazo. Além disso,
deve-se tomar decisões importantes sobre a forma como os recursos – materiais e
humanos, são alocados nas atividades do empreendimento. Situações imprevistas
podem ocorrer com o início das atividades da empresa, e o empreendedor deve estar
preparado para realizar o diagnóstico dos problemas e atuar criativamente para avaliar
as opções e escolher as mais adequadas.
46
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Conclusão
A análise das ideias considera a análise do mercado e de seus participantes, tais como
tamanho da demanda, perfil do público-alvo, comportamento da concorrência e
disponibilidade de fornecedores, dentre outras. Após concluir que a ideia pode se
tornar uma oportunidade de negócio, o empreendedor deve elaborar o Plano de
Negócios, um instrumento que viabiliza o planejamento de longo prazo do futuro
empreendimento, por meio de projeções que atingem o horizonte mínimo de 5 anos.
Além disso, permite que a gestão do negócio seja feita de maneira mais eficiente,
comparando os resultados obtidos com o que foi planejado.
47
,
REFERÊNCIAS
48
,
3 INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
Geralmente, essas invenções são fruto de inovação, de algo inédito ou de uma nova
visão de como utilizar elementos já existentes, mas para os quais ninguém antes ousou
olhar de outra maneira. Por trás dessas invenções, existem pessoas ou equipes com
características especiais, visionárias, que questionam, arriscam, querem algo diferente,
fazem acontecer e empreendem. Ao associar inovação e empreendedorismo, estamos
retomando e reforçando o conceito inicial e o papel do empreendedor na sociedade,
uma vez que a inovação é o motor do crescimento econômico, porém, também deve
proporcionar benefícios para a sociedade, melhorando a sua qualidade de vida.
49
,
Com base em uma nova ideia, são desenvolvidos planos, modelos, protótipos e outras
formas de se registrar essa ideia, resultando em algum tipo de invenção. Ele envolve os
esforços despendidos para gerar novas ideias e desenvolvê-las para que possam ter
utilidade prática, e depois sejam exploradas comercialmente com aplicação em áreas
específicas e nos setores produtivos. O processo de desenvolvimento da ideia,
portanto, é o que gera as invenções que as ideias iniciais sugeriram como
possibilidades. A inovação resulta da aplicação dos novos conhecimentos e
aplicabilidades, gerados no processo de invenção, para desenvolver e ofertas novos
produtos que atendam às necessidades e aos desejos do consumidor (BARBIERI;
ALVARES; CAJAZEIRA, 2009).
Como a inovação é um processo que tem início na mente das pessoas, os modelos de
inovação fazem referências às fontes de ideias, como mostram os modelos que iremos
explorar: Modelo em Funil e Inovação Aberta.
Modelo em Funil
O processo de inovação tem início com uma ideia inicial e outras são inseridas no
decorrer do tempo, como mostra a figura a seguir.
50
,
A figura demonstra que as ideias integram todas as etapas do processo, o que permite
concluir que a inovação é um fluxo repleto de ideias, que são filtradas e avaliadas em
todas as etapas. Após finalizado o processo, com a aplicação e utilização do produto
decorrente do projeto de inovação, as ideias continuarão a fazer parte dele, pois é
necessário manter o aperfeiçoamento ao longo do ciclo de vida (PEARSON, 2011).
Dessa forma, cada etapa do processo estimula a geração de novas ideias originadas
pelo conhecimento científico e tecnológico decorrentes das pesquisas científicas e
também de variáveis do ambiente, tais como problemas e oportunidades operacionais.
Com essa ampliação da abordagem do funil, a figura 3.2 demonstra com mais detalhes
o processo envolvido na geração de ideias, os esforços para criar invenções e as
inovações resultantes.
51
,
52
,
Para promover a inovação de fora para dentro, segundo o autor, a empresa precisa
desenvolver processos destinados a gerenciar as diversas possibilidades de obter
contribuições externas, tais como: busca de tecnologias externas em universidades,
laboratórios de pesquisa ou empreendimentos de alta tecnologia, financiamento de
pequenas empresas inovadoras no segmento de mercado desejado, fornecedores e
clientes. Esses processos devem prever a utilização dos acordos de confidencialidade.
53
,
Com base nas informações do quadro, percebemos que o dado é uma informação
bruta, ainda não avaliada, apenas uma descrição de um fato ou evento. Para que um
dado se torne informação, é necessário que ele seja interpretado, decodificado, de
maneira a ser compreendido em determinado contexto. Se o dado é a matéria prima
da informação, esta última é a base para a construção do conhecimento (POSSOLI,
2012; TROTT, 2012).
54
,
Fases do processo
Processo de
Descoberta Realização Sustentação
inovação
Buscar Contextualizar Avaliar
Gestão do
Capturar Aplicar Apoiar
conhecimento
Articular Reinovar
Atividades
Fonte: elaborado pela autora com base em Trott (2012).
55
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Dimensões da inovação
56
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Os autores Bessant e Tidd (2009) e Possolli (2012) explicam com mais detalhes cada
uma dessas dimensões.
57
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Inovação disruptiva é uma expressão criada por Clayton M. Christensen para definir
inovações com alto impacto em produtos e mercados. Porém, para compreender a
disrupção, é necessário conhecer as graduações de intensidade das inovações, pois
existem diferentes níveis de novidade, que vão desde melhorias incrementais menores
até mudanças bastante radicais, que realmente transformam a forma como as
percebemos e utilizamos. Observe a figura a seguir.
58
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59
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Com base no conceito criado por Christensen, as inovações incrementais e radicais são
inovações sustentadoras, pois procuram atender os desejos e necessidade de grandes
parcelas dos mercados atuais, ainda que a partir de produtos completamente novos,
obtidos com inovação radical.
60
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Os exemplos são inúmeros, tais como os serviços em streaming como Netflix, que
oferece uma ampla variedade de filmes e séries, com custos menores que os serviços
de TV a cabo. Viabilizado pela ampliação do acesso à internet com o desenvolvimento
dos smartphones e o armazenamento em nuvem.
Ferasso (2018), em sua tese de doutorado, realizou uma extensa pesquisa sobre
ecossistemas de inovação e consolidou uma representação de sua estrutura conforme
figura a seguir.
61
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62
,
Região nº de parques
Centro-oeste 4
Nordeste 7
Norte 2
Sudeste 19
Sul 15
Total 47
Fonte: elaborado pela autora com base em Brasil (2018).
63
,
A Hélice Tripla7 da figura a seguir mostra essa relação, ilustrando a cooperação entre
universidade, governo e as empresas.
7
Alguns autores atribuem a denominação de Triângulo de Sábato à essa hélice, em uma referência ao
argentino Jorge Sábato, que apresentou proposta com objetivo e estrutura semelhantes em um
congresso, destinado a viabilizar a redução das importações nos países sul-americanos. (SALIM; SILVA,
2012, p. 221)
64
,
De acordo com Luís Felipe Maldaner (ANPROTEC, 2019), a configuração da hélice tripla
no Brasil, exemplificada pela Rede Nacional de Associações de Inovação e
Investimentos (RNAII) é composta por representantes do três setores, sendo 150
instituições de pesquisa, mais de 300 gestores de núcleos de inovação, cerca de 370
ambientes de inovação, entre incubadoras, aceleradoras, parques tecnológicos e
espaços de coworking, mais de 12 mil startups, mais de sete mil investidores anjos, e
mais de 200 empresas inovadoras.
Conclusão
A partir de uma ideia, o empreendedor aplica esforços para gerar invenções, cuja
aplicação em novos produtos e processos gera inovações. Para geração e avaliação de
ideia, alguns modelos são apresentados, como o modelo de funil e o de inovação
aberta. Enquanto o modelo de funil tipicamente atua a partir de conhecimentos
gerados internamente às organizações, o modelo de inovação aberta é estruturado e
se desenvolve com interação entre os ambientes internos e externos.
65
,
REFERÊNCIAS
66
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67
,
4 INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
68
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Para Reis (2018), a tecnologia, ao aplicar novos métodos e novos produtos nos meios
de produção, gera reflexos socioeconômicos sobre uma comunidade. Enquanto isso, a
inovação está relacionada aos fatores comerciais e econômicos, pois uma tecnologia se
transforma em inovação quando é produzida pelas empresas e colocada à disposição
da sociedade.
69
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A lógica do mercado aos poucos vai sendo questionada por novas formas de relações
econômicas, cuja base é o compartilhamento e a colaboração, viabilizados pela
conectividade proporcionada por tecnologias baseadas em sistemas, alterando a
cultura econômica. Essas mudanças são estimuladas pela pressão do mercado e por
manifestações sociais que se utilizam dessas novas conexões em rede. No contexto da
economia digital e em rede, informação e conhecimento são os principais capitais
necessários para gerar inovações, especialmente por viabilizar o acesso às informações
necessárias ao processo empreendedor. Além disso, o acesso ao mercado consumidor
se amplia à medida que novos usuários são integrados à rede mundial, o que reduz as
fronteiras entre consumidores e produtores e contribui para acelerar a fase de
crescimento e maturação de novos negócios (ITS RIO, 2017; SALERNO, 2018).
O amplo acesso à internet e a redução dos custos para aquisição de novas tecnologias,
algumas delas podendo ser obtidas gratuitamente na própria rede, oferecem novas
alternativas econômicas para geração de trabalho e renda, tornando-se um fator
relevante para impulsionar as inovações, além de simplificar e reduzir os custos de
produção. Assim, novos espaços são abertos e beneficiam o empreendedorismo,
viabilizando o acesso a oportunidades de negócios antes impossíveis de acessar pelo
alto investimento requerido. Como a inovação não apenas promove produtividade
como dá condições para se criar novas e melhores formas de produzir, gera novas
oportunidades e investimentos. O empreendedorismo, neste contexto, é um dos
principais vetores para o crescimento econômico e social de um país (ITS RIO, 2017).
Dessa forma, podemos concluir que a adoção de uma nova tecnologia deve
proporcionar vantagem competitiva à empresa, ou, aumentar o valor do produto e
reduzir os custos da sua produção e oferta ao mercado. O potencial da tecnologia para
aumentar valor e reduzir custos é grande, no entanto, é preciso que a gestão
organizacional avalie os diferentes fatores envolvidos na redução de custos para
71
,
72
,
desenvolvida para competir e substituir outras tecnologias, mas antes disso, ela passa
por períodos de evolução até o final de sua vida útil. Esses ciclos contínuos iniciam com
uma nova tecnologia que substitui a anterior, e depois é superada e substituída por
uma nova (MATTOS; GUIMARÃES, 2012; REIS, 2018).
Por isso, compreender a evolução de uma tecnologia é um fator crítico de sucesso para
o empreender. Dois modelos são utilizados para compreender essa evolução: o
modelo de Foster, também chamado de Curva S, e o modelo de Abernathy-Utterback.
Cada um desses modelos traz perspectivas diferentes na análise do processo.
A figura a seguir ilustra as fases da evolução de uma tecnologia com base no Modelo
de Foster.
74
,
Em resumo, tecnologias novas são criadas por meio de inovação radical ou disruptiva e
apresentam desempenho inferior comparado com a tecnologia antiga. A evolução
desse novo padrão de tecnologia o torna o projeto dominante, ou seja, um produto ou
combinação de componentes de um produto aceito pelo mercado por atender à maior
parte das necessidades dos clientes. Ele supera, e muitas vezes substitui, a tecnologia
anterior. À medida que uma nova tecnologia surge, o ciclo se repete. A proposta do
modelo da Curva S é a de que os ciclos se mantêm indefinidamente, alternando
tecnologias maduras e novas tecnologias.
75
,
76
,
De acordo com os autores, o projeto dominante surge na fase seguinte, que desalinha
a concorrência porque algumas empresas não têm capacidade para operar a nova
tecnologia e saem do mercado. Nesse momento, pode ocorrer uma descontinuidade
tecnológica em virtude de inovação radical. Depois, o foco da tecnologia se desloca
para obtenção de melhorias incrementais de produtos ou em processos melhores para
reduzir os custos de produção. Os produtos e os processos se tornam padronizados
para proporcionar escala de produção, o que determina quais empresas terão sucesso
com a aplicação da nova tecnologia.
77
,
Para Santos e Pinho (2010), analisar as características das EBTs permite compreender a
dinâmica de crescimento dessas empresas, que participam ativamente das mudanças
tecnológicas, em segmentos genéricos, cujas plataformas tecnológicas se destinam a
múltiplos usos e geram mercados amplos, em atividades relacionadas à biotecnologia
e à microeletrônica. Outras EBTs operam em mercados específicos e delimitados de
pequena extensão – nichos de mercado –, como a prestação de serviços
especializados.
78
,
79
,
Em qualquer que seja o grupo de classificação, Nakagawa (2008) destaca que as EBTs
foram criadas por empreendedores diferenciados e que proporcionam resultados
relevantes. Eles souberam aproveitar os desafios dos ciclos de desenvolvimento
tecnológico para expandir os negócios, conduzindo suas empresas a outros países,
muitas vezes, tornando-as exemplos de competição global.
No Brasil, o empreendedor de base tecnológica tem sido destacado pela sua formação
acadêmica, na qual a Engenharia predomina, e pela sua capacidade de desenvolver
pesquisas científicas. Para Nakagawa (2008), trata-se de uma nova geração de
empreendedores com grande potencial para geração de riquezas e contribuições
relevantes para a promoção de inovações tecnológicas.
80
,
Dessa forma, o processo de inovação tecnológica não ocorre de maneira linear, a partir
de um único evento gerador. Ao contrário, é um processo interativo e que envolve a
combinação e a sinergia de muitos fatores, dentre os quais:
81
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82
,
83
,
Sob tal enfoque, a gestão da inovação tecnológica em uma organização deve ser
suportada por cinco papéis:
84
,
Fonte: elaborada pela autora com base em Quadros e Vilha (2007, p. 130).
85
,
Etapa Processos
Mapeamento Mapeamento e prospecção de oportunidades,
compreendendo ferramentas de identificação de
oportunidades de mercado, riscos e oportunidades
estratégicas e monitoramento do ambiente
competitivo, tecnológico e regulatório, com o intuito de
criar inteligência que oriente a geração de novos
projetos de inovação.
Seleção Seleção estratégica das oportunidades,
compreendendo ferramentas de gerenciamento do
portfólio de projetos de inovação, de forma alinhada
aos objetivos e metas estratégicas da empresa. Essa é a
etapa em que as grandes linhas ou programas do
portfólio de projetos são definidas à luz das prioridades
estratégicas da empresa.
Mobilização Mobilização de fontes internas e externas,
compreendendo ferramentas de apoio à tomada de
decisão com relação ao outsourcing ou internalização
da P&D, como o mapeamento de competências
externas e internas e a avaliação da localização da P&D.
Outro elemento crítico da fase de mobilização é a
engenharia de financiamento da inovação.
Implementação Implementação dos projetos de inovação,
compreendendo ferramentas de alinhamento
estratégico da execução dos projetos, tais como o funil
de inovação, além dos procedimentos organizacionais e
estruturais necessários à criação de ambiente propício
para a inovação tecnológica, como a organização de
times multifuncionais de inovação e sistemas de
86
,
Uma análise mais detalhada das etapas e de seus processos leva à conclusão de que,
em virtude do papel das inovações tecnológicas no sucesso dos negócios, a habilidade
das organizações em gerenciar todas as etapas do processo determinará a obtenção
de vantagens competitivas duradouras que garantirão a sua sobrevivência e o seu
crescimento.
Conclusão
87
,
88
,
REFERÊNCIAS
89
,
90
,
5 EMPREENDEDORISMO SUSTENTÁVEL
91
,
93
,
A. Nichos explorados
Nicho ambiental
Os negócios originados por esse nicho decorrem das mudanças da sociedade quanto à
sua conscientização sobre os impactos do negócio no meio ambiente. São negócios
que refletem as perspectivas de produtores e de consumidores preocupados em
reduzir os efeitos ambientais causados pelas empresas, conduzindo-os aos produtos e
serviços ecologicamente adequados.
Esses negócios podem ser classificados em categorias, de acordo com a maneira como
o empreender explora a vertente ambiental, como é possível observar no quadro a
seguir.
94
,
Nicho social
B. Papel da sustentabilidade
Uma distinção que precisa ser feita em relação aos negócios sustentáveis é que o fato
de ser baseado em um nicho ambiental ou social não significa que automaticamente a
Responsabilidade Social (RSE) está presente. Para compreensão dessa distinção, é
necessário conceituar a SER.
96
,
Desse conceito pode-se concluir que a RSE está relacionada tanto à responsabilidade
social como ambiental. Para distinguir os empreendimentos sustentáveis em relação à
aplicação da RSE, vamos utilizar um exemplo.
Pode-se, por exemplo, vender placas de energia solar, sem necessariamente adotar
práticas de responsabilidade social e ambiental. Mas o contrário também é possível: as
empresas nascentes podem adotar práticas de responsabilidade social empresarial.
Um empreendedor que vende placas de energia solar, ao adotar, em sua loja, ações de
reutilização e reciclagem dos papéis e de água utilizada, pratica a responsabilidade
ambiental, e, ao contratar apenas funcionários da comunidade próxima, a
responsabilidade social (BORGES, 2014, p. 6).
97
,
Parente et. al. (2011), ao abordar esse tipo de empreendedorismo, argumentam que
suas raízes estão no século XIX, quando se percebeu uma alteração na maneira como a
caridade era praticada. O ato de dar esmolas aos pobres evolui para um processo mais
sistemático e estratégico, com o objetivo de proporcionar resultados mais duradouros.
Os autores destacam trabalhos que podem representar esse tipo de caridade
estratégica, como mostra o quadro a seguir.
98
,
Muitas discussões foram, e ainda têm sido realizadas para obtenção de um conceito de
empreendedorismo social. Atualmente, esse conceito estabelece que o
empreendedorismo social está pautado na criação de valor social e na introdução de
inovações para gerar transformações na sociedade. A inserção da dimensão econômica
e da lógica de mercado abriu novas possibilidades para atuação das organizações que
até então consideravam as dimensões econômica e social excludentes. Por isso,
surgiram vários termos para definir negócios com fins lucrativos e que associam
objetivos de geração de valor social, por exemplo, empresas sociais, negócios sociais e
negócios inclusivos (PARENTE et. al., 2011).
Para Silva et. al. (2019), o conceito atual de negócio social é definido por uma empresa
com fins lucrativos que possui operação comercial e gera lucro, que será reinvestido
em sua missão social. Os autores diferenciam os negócios sociais das organizações sem
fins lucrativos, pois esses empreendimentos assumem riscos econômicos para oferecer
produtos e serviços. A ênfase na aplicação de indicadores de desempenho para atingir
seus objetivos estão presentes em sua cultura organizacional.
99
,
Dessa forma, podemos concluir que ele é alguém que reconhece um problema social e
utiliza os princípios empreendedores tradicionais para organizar, criar e administrar
um empreendimento que realize mudança social, portanto, busca, essencialmente,
gerar “valor social”. Seu trabalho está voltado não somente para efeitos imediatos, de
pequena escala, mas para mudanças intensas, de longo prazo.
A partir dos estudos realizados por Parente et. al. (2011); Silva et. al. (2019) e Tiscoski
et. al. (2017), realizamos uma consolidação das principais características desse tipo de
empreendedor.
• Motivados por uma missão: sua principal preocupação é a geração de valor social
antes de riqueza. A criação de riqueza pode ser parte do processo, mas não é um
fim em si mesma. Assim como os empreendedores de negócios, os
empreendedores sociais são intensamente concentrados e perseverantes,
incansáveis em sua busca de ideia social;
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101
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102
,
103
,
Para o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA), uma economia verde
é aquela que resulta em melhoria do bem-estar humano e da equidade social, ao
mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez
ecológica. Em sua expressão mais simples, uma economia verde pode ser vista como
uma economia de baixo carbono, eficiente em termos de recursos e socialmente
inclusiva. Em uma economia verde, o crescimento da renda e do emprego deve ser
impulsionado por investimentos públicos e privados que reduzem as emissões de
carbono e a poluição, melhoram a eficiência energética e de recursos e evitam a perda
de biodiversidade e serviços ecossistêmicos (UNEP, 2011).
104
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105
,
A economia colaborativa, assim como os demais temas tratados neste texto, é uma
decorrência das discussões e da crescente preocupação em relação à responsabilidade
social e ambiente da sociedade. A base das discussões, nesta perspectiva, é o consumo
exagerado (hiperconsumo), pois já existem pesquisas indicando que esse nível de
consumo não poderá ser sustentado em virtude do esgotamento dos recursos naturais
(SILVEIRA; PETRINI; SANTOS, 2016).
Conclusão
108
,
REFERÊNCIAS
109
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110
,
6 EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO
A globalização tem sido o principal fator que amplia a competividade dos mercados,
viabilizando trocas internacionais e gerando competição entre empresas de países
diferentes. A abertura do comércio entre países obriga empresas nacionais a buscarem
fontes de vantagem competitiva para fazer frente a competidores internacionais.
Nesse novo cenário, as habilidades em obter fatores de produção com custos menores
e maior eficiência operacional não bastam para competir. O fator principal nesse novo
modelo econômico é o capital intelectual (SERTEK, 2012; FABRETE, 2019).
112
,
O empreendedorismo corporativo tem sido visto cada vez mais como uma opção para
empresas que já possuem uma cultura e processos organizacionais estabelecidos, e
que precisam se reinventar em relação ao mercado. A implementação de cultura
empreendedora dentro da organização só é possível se a empresa tiver o
empreendedorismo como valor central da sua estratégia, buscando a inovação e a
identificação de novas oportunidades. No entanto, esse é um grande desafio, pois
trata-se de mudar a cultura organizacional e o paradigma de gestão dos negócios
(DORNELAS, 2017).
Sob tal enfoque, Sertek (2012) e Fabrete (2019) ressaltam que não se trata de uma
nova teoria da administração, mas de um comportamento que envolve os processos
da organização e viabiliza o trabalho de todos em busca de um objetivo comum, a
saber, identificar novas oportunidades de negócio a partir da sistematização das
113
,
115
,
8
O termo Corporate Venturing tem sido utilizado também para designar os investimentos realizados por
grandes empresas, por meio de fundos de Venture Capital (capital de riscos), em startups inovadoras
como forma de gerar inovações de maneira rápida. Pode incluir, ainda, ações que auxiliam a startup
selecionada com mentorias e acesso a clientes e parceiros.
116
,
Essas modalidades podem ser utilizadas em uma mesma empresa, no entanto, o que
se percebe é o foco no intraempreendedorismo para geração de inovações em
projetos internos, desenvolvimento de cultura “de dono” e desenvolvimento de
processos e produtos inovadores. A evolução desses projetos, por questões
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O quadro com os perfis permite concluir que os empreendedores não são apenas
aqueles que têm ideias, criam novos produtos ou processos. Eles também
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Uma análise das restrições da figura 6.4 demonstra que o gerenciamento das
mudanças é um processo difícil, para o qual não existem regras únicas que podem ser
seguidas por todas as empresas. Entretanto, algumas atividades, políticas e
procedimentos são apresentadas por Dornelas (2017) como sugestões às empresas
que desejam, ou precisam, desenvolver um ambiente e uma cultura organizacional
propícios ao empreendedorismo corporativo. Confira no quadro a seguir.
124
,
125
,
A pesquisa serviu de base ao trabalho realizado por Vilas Boas e Santos (2014), que
estudaram cinco das empresas identificadas no ranking publicado pela Revista Exame
em 2006. As empresas analisadas são de setores diferentes da economia, de portes
diferentes e também com controladores de diferentes países. As informações obtidas
126
,
A análise dos achados da pesquisa mostrou semelhanças entre as ações das empresas
em todas as categorias, sendo que as diferenças estão centradas na forma como as
práticas ocorrem ou na sua intensidade.
Os resultados detalhados de cada categoria podem ser observados nas figuras a seguir,
acompanhados de uma síntese das conclusões elaboradas pelos autores do estudo.
127
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128
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129
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130
,
Mesmo tratando-se de um estudo com uma amostra de apenas cinco empresas, o fato
de haver pesquisas sendo promovidas no país sobre o tema, além de institutos
131
,
Conclusão
132
,
133
,
REFERÊNCIAS
COZZI, A. (org.) Empreendedorismo de base tecnológica. São Paulo: GEN LTC, 2007.
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