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Unidade III

Unidade III
7 LUCRO REAL

Uma outra forma de tributação é a com base no lucro real, que para muitas empresas é uma opção.
Para as pessoas jurídicas que se enquadrarem em qualquer um dos incisos do art. 14 da Lei nº 9.718/89,
a tributação terá que ser, obrigatoriamente, baseada nele.

O lucro real é o lucro ou prejuízo contábil do período de apuração, após os ajustes feitos pelas
adições, exclusões e compensações autorizadas pela legislação tributária ou pela legislação do Imposto
de Renda.

Verifica‑se que, pela definição, o lucro ou o prejuízo é aquele apurado na escrituração comercial, em
que as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real são obrigadas a manter‑se em boa ordem e guarda,
com estrita observância das leis comerciais e fiscais e dos princípios contábeis geralmente aceitos.

7.1 Determinação do lucro real

As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real poderão determinar o lucro com base em balanço
anual levantado no dia 31 de dezembro ou mediante levantamento de balancetes trimestrais na forma
da Lei nº 9.430/96:

O resultado do período de apuração (antes de computar a provisão para


o imposto de renda), ajustado pelas adições, exclusões e compensações
prescritas ou autorizadas pela legislação do imposto sobre a renda, ou seja,
para se determinar o Lucro Real é preciso apurar o resultado líquido auferido
na escrituração comercial (BRASIL, 1996).

Verifica‑se que o regulamento do Imposto de Renda em seu art. 248 vem informar que o lucro líquido
do período de apuração seja dado pela soma algébrica do lucro operacional, dos resultados não operacionais
e das participações, e deverá ser determinado com observância dos preceitos da lei comercial.

A legislação fiscal informa que aquelas despesas não reconhecidas como dedutíveis devem ser
adicionadas ao lucro líquido do período, assim como as receitas que não sejam tributáveis devem ser
excluídas, para que o lucro real seja apurado.

7.2 Pessoas jurídicas obrigadas a apurarem o lucro real

A obrigatoriedade da tributação com base no lucro real é determinada pelo art. 246 do Regulamento
do Imposto de Renda (RIR).
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Conforme já mencionamos, algumas empresas estão obrigadas à tributação pelo regime de lucro
real, empresas estas relacionadas no art. 246 do RIR/1999.

As empresas obrigadas são as que obtiveram, a partir de janeiro de 2014, receita superior ao limite de
R$ 78.000.000,00, ou proporcionalmente ao número de meses do período, quando o período for inferior
a doze meses; que explorem atividades de bancos comerciais, de investimentos, caixas econômicas,
sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de créditos mobiliários e câmbio,
distribuidoras de títulos e valores, arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros
e entidades de previdência privada.

Também são obrigadas à apuração do imposto pelo regime de lucro real as empresas que tiveram
lucros ganhos de capital ou rendimentos, provenientes do exterior; que usufruam benefícios relativos à
isenção ou redução de imposto quando autorizadas pela legislação tributária, que cujo objetivo social
sejam as atividades de prestação de serviços, de forma cumulativa e contínua, de serviços de assessoria
de crédito, mercadológico, gestão de crédito, ou seja, atividades de factoring.

Para o lucro real, a base de cálculo do imposto é exatamente o “lucro real” após as adições e
exclusões, porém existe a opção pela estimativa mensal, em que o percentual do imposto será aplicado
sobre a base de cálculo obtida segundo o mesmo tratamento dado ao lucro presumido, porém neste
caso não integrarão a base de cálculo os rendimentos e ganhos líquidos de aplicação financeira e
renda via e variável; as receitas de atividades incentivadas proporcionalmente ao benefício de isenção
ou redução a que a pessoa jurídica, no caso, fizer jus, as receitas de recuperações de créditos que
não significam novas receitas; a reversão de saldo de provisões constituídas anteriormente; lucros e
dividendos obtidos pelas participações societárias avaliadas pelo custo de aquisição e a contrapartida
do ajuste por aumento do valor de investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial,
bem como juros de capital próprio.

O valor do Imposto de Renda para empresas tributadas pelo lucro real, em cada mês, será calculado
por meio da aplicação da alíquota de 15% sobre a base de cálculo presumida, acrescido de adicional de
10% sobre o que exceder ao lucro real mensal de R$ 20.000,00.

7.3 Opção pelo lucro real

As pessoas jurídicas, mesmo se não obrigadas a tal, poderão apurar seus resultados tributáveis com
base no lucro real.

Assim, por exemplo, uma empresa que esteja com pequeno lucro ou mesmo prejuízo, não estando
obrigada a apurar o lucro real, poderá fazêlo, visando à economia tributária (planejamento fiscal).

Esta opção poderá ser feita desde que no início do ano, no pagamento do primeiro imposto, com o
código da receita do sistema escolhida.

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7.4 Ajustes ao lucro líquido

Sabemos que as empresas, em geral, contabilizam uma série de receitas de despesas que fazem parte
do seu sistema de informação contábil, econômico e financeiro, porém a legislação fiscal restringe,
principalmente, a contabilização de determinadas despesas, ou seja, não aceita a sua dedução do lucro
contábil para fins de cálculo do Imposto de Renda e da CSSL.

Dessa limitação existem as diferenças permanentes e as diferenças temporárias.

Diferenças permanentes são as despesas e receitas que não são dedutíveis atualmente e jamais
serão. Da mesma forma, existem as receitas que não são tributáveis atualmente e também não serão
no futuro.

Exemplos:

• Receita de dividendos recebidos de outras sociedades.

• Multas por infração de trânsito.

Diferenças temporárias são as despesas e as receitas que não são dedutíveis atualmente, porém
serão no futuro, desde que cumpridos os ordenamentos legais. Da mesma forma, existem as receitas que
não são tributáveis atualmente, mas serão no futuro.

Exemplos:

• Receita da venda de imóveis (para empresas do ramo imobiliário), ainda que se tenha contabilizado
o lucro pelo regime de competência, o lucro pelo recebimento (regime de caixa) poderá ser
tributado.

• Despesas de amortização de ágio na aquisição de investimentos avaliados pelo método da


equivalência patrimonial. Não é dedutível na data da contabilização, porém será quando da venda
ou baixa do investimento.

Nesse sentido, foi criado pela legislação fiscal e tributária o livro Lalur (Livro de Apuração do
Lucro Real).

7.4.1 Lalur

Os ajustes ao lucro líquido do período para fins de apuração do lucro real serão compostos de
adições, exclusões ou compensações, conforme o Decreto‑Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 2º.

O Lalur é constituído pelas partes A e B (sendo a primeira subdivida em duas outras partes) e
escriturado a partir do lucro contábil antes da constituição da provisão para o Imposto de Renda e da
contribuição social sobre o lucro.
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PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO

A pessoa jurídica é obrigada a seguir ordem uniforme de escrituração, mecanizada ou não, utilizando
os livros e papéis adequados, cujo número e espécie ficam a seu critério (Decreto‑lei nº 486/69, art. 1°)
(BRASIL, 1969).

7.4.1.1 Escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real

O Lalur é um livro de escrituração fiscal criado pelo Decreto‑Lei nº 1.598, de 1977, conforme o § 2. do
art. 177 da Lei nº 6.404, de 1976 e, como dissemos, destinado à apuração do lucro real sujeito à tributação
do Imposto de Renda em cada período de apuração, contendo, ainda, informações e elementos que
poderão afetar o resultado de períodos de apuração futuros (RIR/1999, art. 262), escrituração esta
extracontábil.

A escrituração do Livro Lalur é obrigatória para todas as pessoas jurídicas que estejam obrigadas
ou mesmo que optaram pela tributação do Imposto de Renda pelo lucro real. Ou seja, se estiver sendo
tributada pelo lucro real, a pessoa jurídica deve escriturar o Lalur.

O Lalur é apresentado em folhas numeradas tipograficamente e contém duas partes contendo a


mesma quantidade de folhas em cada uma, devendo ser reunidas em um só volume e encadernado.

• Na parte A, deverão constar aos lançamentos de ajuste do lucro líquido do período, todas as
adições, exclusões e compensações que a legislação permite, tendo como resultado a transcrição
da demonstração do lucro real.

• A parte B é reservada exclusivamente para o controle dos valores que não constem da escrituração
comercial, mas influenciarão na determinação do lucro real de períodos futuros.

Observação

Conforme a legislação vigente, o Lalur é destinado ao registro dos


valores que não deveriam constar da escrituração comercial, devido à sua
natureza fiscal. Desta forma, não pode ser utilizado para corrigir ou suprir
deficiências da escrituração comercial, tais como o registro de despesas não
constantes da escrituração comercial ou registradas insuficientemente. O
embasamento legal está na PN CST nº 96 de 1978 e PN CST nº 11 de 1979.

A parte A do Lalur deverá ser escriturada em ordem cronológica, em todas as folhas seguidamente,
sem quaisquer intervalos ou entrelinhas, sendo encerrado período a período com a transcrição da
demonstração do lucro real. Após a escrituração, ele deverá conter a assinatura do responsável pela
pessoa jurídica e de contabilista legalmente habilitado.

Na parte B, deverá ser escriturado, utilizando uma folha para conta, qualquer fato que exija controle
individualizado. Vale observar que, completada a utilização das páginas destinadas a uma das partes
do livro, a outra parte será encerrada igualmente, mediante o cancelamento das páginas não utilizadas,
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prosseguindo com a escrituração em livro subsequente.De acordo com a Instrução Normativa SRF nº
28 de 1978, o Lalur deverá conter os lançamentos dos ajustes do lucro líquido do período que serão
feitos de forma individual e com clareza, indicando a conta e a subconta em que os valores tenham sido
registrados na escrituração comercial, inclusive o livro e a data em que foram registrados os respectivos
lançamentos, os valores‑base sobre os quais foram calculadas as adições ou exclusões quando não
houver registro correspondente na escrituração comercial.

Após a escrituração do último lançamento de ajuste do lucro líquido do período, na data de


encerramento se for o caso trimestral ou anual, deverá ser transcrita a demonstração do lucro real,
em que haverá o lucro ou prejuízo líquido constante da escrituração comercial, apurado no período de
incidência; as adições e exclusões ao lucro líquido, discriminadas item por item, agrupados os valores de
acordo com sua natureza, e a soma das adições e das exclusões.

Deverão também estar registrados o subtotal obtido pela soma algébrica do lucro ou prejuízo
líquido do período com as adições e exclusões; as compensações que estão sendo feitas no período,
compensações estas que não poderão ultrapassar 30% do valor do lucro e o lucro real do período ou o
prejuízo do período que será compensado em períodos subsequentes.

Na parte B, serão controlados os valores que irão integrar a tributação de períodos subsequentes,
como adição, exclusão ou compensação. Como exemplos, podem ser citados:

Deverão ser adicionadas as receitas de variações cambiais diferidas até o momento de sua efetiva
realização, ressaltando‑se que essas receitas apropriadas na contabilidade pelo regime de competência
são inicialmente excluídas no Lalur e, quando realizadas, são adicionadas; deságios de investimentos
avaliados por equivalência patrimonial que foram diferidos até a realização daqueles investimentos;
valores referentes à depreciação acelerada incentivada; e, se for o caso, lucro inflacionário se apurado
até 31/12/1995.

As exclusões que deverão ser registradas são as despesas e custos que não são considerados como
dedutíveis pela legislação ou disposições contratuais; as despesas de variações cambiais que estiverem
diferidas até o momento da realização; despesas de ágios amortizados de investimentos que tiveram a
avaliação por equivalência patrimonial diferidos, até o momento da realização.

Deverá ser registrado o prejuízo fiscal apurado em períodos anteriores, operacionais ou não
operacionais, tanto dos períodos trimestrais ou anuais, conforme o regime de apuração.

Mesmo não constituindo valores a serem excluídos do lucro líquido, mas que sejam dedutíveis
do imposto devido, deverão ser mantidos os controles dos valores que ultrapassaram o limite para
compensação e que poderão ser utilizados nos cálculo das deduções dos anos subsequentes.

Embora não constituam valores a serem excluídos do lucro líquido, mas dedutíveis do imposto devido,
deverão ser mantidos controles dos valores excedentes, a serem utilizados no cálculo das deduções nos
anos subsequentes, dos incentivos fiscais com programas de alimentação do trabalhador (RIR/1999, art.
582; e IN SRF nº 28, de 1978).
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A escrituração do Lalur poderá ser feita por meio da utilização de sistema eletrônico e processamento
de dados. Para isso, deverão ser observadas as normas baixadas pela Secretaria da Receita Federal.
Quando escrituradas em formulários contínuos, as folhas deverão ser numeradas e será obedecida a
ordem sequencial, mecânica ou tipograficamente, contendo os termos de abertura e encerramento (IN
SRF nº 28, de 1978). Ainda de acordo com esta, é dispensado o registro do Lalur em qualquer órgão ou
repartição. Exemplo do registro:

Lucro líquido antes do IR....................


+ Adições...................................................
(‑) Exclusões.............................................
= Lucro real...............................................

Saiba mais

O que é o Lalur, a forma de escrituração, o que deve conter em cada


lado do livro, tudo isso pode ser consultado no site da Receita Federal, por
meio do seguinte link:

<http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/2004/
pergresp2004/pr268a285.htm>.

As adições e exclusões que poderão ser escrituradas no livro Lalur estão relacionadas no art. 249
do RIR/1999 e poderão ser consultados no site da Receita Federal. Porém, para melhor entendimento,
daremos alguns exemplos.

7.4.1.1.1 Nas adições

Deverão ser considerados os valores de lucros ou de qualquer fundo ainda não tributados para o
aumento do capital, distribuição para quaisquer interesses e os destinados a reservas, lucros suspensos
ou acumulados, conforme DL‑5844/1943, art. 43, § 1º, alíneas “f”, “g” e “i “.

Pagamentos efetuados às Sociedades civis constantes do art. 146, §3º do RIR/1999, quando
o controle estiver direta ou indiretamente ligado por pessoa física que atuam como diretores,
gerentes, controladores da empresa que efetuar o pagamento dos rendimentos, incluindo‑se
os cônjuges e parentes de primeiro grau. Constam do Decreto‑Lei nº 2.397, de 21 de dezembro
de 1987, art. 4º.

Depreciações apropriadas contabilmente, correspondentes ao bem já depreciado integralmente em


virtude de aproveitamento de incentivos fiscais previstos em lei.

Também deverão ser adicionadas as despesas com brindes e as doações feitas, excetos as mencionadas
nos arts. 365 e 371, caput (Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, inciso VI).

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A Lei nº 9.316 de 22/11/96 art.1. determina também que o valor da CSLL, registrada como custo ou
despesa operacional, deverá ser adicionado, assim como a parcela da Cofins compensada com a CSLL,
de acordo com o art. 8º da Lei nº 9.718, de 1998 (§ 4º).

As receitas de variações cambiais diferidas até a sua realização, e as receitas de variações


cambiais que foram apropriadas contabilmente pelo regime de competência são inicialmente
excluídas no Lalur, porém quando da sua realização elas serão adicionadas; receitas de deságios
de investimentos avaliados pela equivalência patrimonial diferidos até a sua realização; valores
relativos à depreciação acelerada incentivadas e lucro inflacionário apurado até 31/12/1995, entre
outras adições.

7.4.1.1.2 Exclusões

Poderão ser deduzidos custos ou despesas não dedutíveis no período de apuração em decorrência
de disposições legais ou contratuais; despesas de variações cambiais diferidas até o momento de sua
realização; amortização de despesas de ágios de investimentos avaliados por equivalência patrimonial
diferidos até a realização. A seguir, alguns exemplos de exclusões e compensações admitidas na apuração
do lucro real.

Poderão ser excluídos os prejuízos fiscais apurados nos períodos anteriores desde que
a compensação não supere 30% do lucro líquido após as adições e exclusões previstas na
legislação. Para isso, a pessoa jurídica deverá manter os livros e documentos exigidos pela
legislação fiscal, que será a prova do prejuízo fiscal utilização para a compensação, observado
o disposto nos arts. 509 a 515 do RIR/99.

Os rendimentos e ganho de capital quando das transferências de imóveis desapropriados em reforma


agrária, quando o desapropriado tiver obtido o ganho.

Dividendos mínimos distribuídos anualmente pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento (Decreto‑Lei


nº 2.288, de 1986, art. 5º, e Decreto‑Lei nº 2.383, de 1987, art. 1º).

Juros produzidos pelos Bônus do Tesouro Nacional (BTN) e pelas Notas do Tesouro Nacional (NTN),
quando emitidos para permuta da dívida externa do setor público.

7.4.1.2 Lançamentos no Lalur

Considerando o regime de tributação que o contribuinte tenha adotado, os lançamentos no Lalur


serão efetuados da seguinte forma.

7.4.1.2.1 Lucro real trimestral

Na parte A, os ajustes ao lucro líquido do período serão efetuados dentro do trimestre, ou na data
de encerramento deste, quando da determinação do lucro real. Na parte B, concomitantemente com os
lançamentos de ajustes efetuados na parte A, ou no encerramento da apuração do período.
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7.4.1.2.2 Lucro real anual

Se a pessoa jurídica optar pelo levantamento de balanços ou balancetes com o objetivo de


suspensão ou redução do Imposto de Renda, quando da apuração do lucro real, as adições, exclusões e
compensações deverão ser discriminadas na parte A do Lalur, não devendo, neste momento, ser feito
nenhum registro na parte B. Quando do enceramento do exercício, com o levantamento do lucro real
anual, todos os ajustes do lucro líquido do período deverão ser efetuados, tanto do lado A como os
correspondentes ao lado B.

7.5 Alíquota do Imposto de Renda

A alíquota estabelecida para o Imposto de Renda é de 15% e o adicional é de 10% sobre o lucro
apurado que exceder o valor de R$ 60.000,00 para a tributação baseada no lucro real trimestral ou
R$ 20.000,00 por mês para a tributação no lucro real anual, que se deverá recolher mensalmente por
estimativa.

7.5.1 Adicional do Imposto de Renda

O adicional do Imposto de Renda passou a ter sua incidência sobre a parcela do lucro real, presumido
ou arbitrado, que exceder o valor da multiplicação de R$ 20.000,00 pela quantidade de meses do
período de apuração do resultado, sendo, no lucro real trimestral, o limite de isenção de R$ 60.000,00
e no anual R$ 240.000,00. No cálculo, o adicional poderá ser maior na apuração trimestral porque se a
empresa tiver, por exemplo, R$ 50.000,00 de lucro no 1o. trimestre e R$ 80.000,00 no segundo trimestre,
o adicional à alíquota de 10% incidirá sobre R$ 20.000,00, não podendo deduzir a insuficiência de R$
10.000,00 no 1o. trimestre. Portanto, é necessário muito critério na ocasião da escolha pela tributação
com base no lucro real trimestral ou anual.

7.6 Base de cálculo

A base de cálculo do Imposto de Renda tributado pela apuração trimestral é o lucro líquido apurado
após todos os ajustes, sendo que, para o lucro real anual, o imposto deverá ser pago mensalmente
sobre o lucro apurado, utilizando o resultado da aplicação de um percentual sobre a receita bruta do
mês, acrescido de ganhos de capital e demais receitas e resultados positivos, não sendo considerados
os rendimentos ou ganhos tributados, como de aplicações financeiras. Os percentuais aplicáveis sobre a
receita bruta são variáveis de acordo com a sua atividade e constam do art. 15 da Lei nº 9.249/95.

Os percentuais aplicados sobre a receita bruta na determinação da base de cálculo do Imposto de


Renda com base na apuração anual são os mesmos utilizados para o pagamento do imposto estimado
mensalmente para as empresas que tenham a tributação pelo lucro presumido.

7.7 Lucro real trimestral

As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real poderão optar entre recolher os impostos pela apuração
trimestral ou pela apuração anual.
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7.7.1 Momento da opção

O momento da opção pela apuração trimestral ocorre com a apuração do lucro real do primeiro
trimestre, e a sua apuração nos períodos em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro.

O pagamento do imposto apurado pode ser em 3 parcelas, sendo que, neste caso, no pagamento da
primeira parcela não haverá qualquer acréscimo; no da segunda parcela ocorrerá o acréscimo de juros
de 1% e no da terceira parcela terá acréscimo de juros Selic do mês anterior e mais 1% de juros do mês,
como determina o art. 5o. da Lei nº 9.430/96.

7.7.2 Apuração do Imposto

A apuração do lucro real é feita por meio do levantamento do balancete trimestral, efetuando
os ajustes ao lucro líquido do período para fins de apuração do lucro real, estes serão compostos
de adições, exclusões ou compensações. Conforme o Decreto‑Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 2º,
os prejuízos do trimestre poderão ser compensados até o limite de 30% dos lucros apurados nos
períodos seguintes.

O art. 1o. da Lei nº 9.430/96 substituiu a apuração do lucro real mensal pelo trimestral e foi
amplamente divulgado na imprensa como sendo uma simplificação do Imposto de Renda das empresas,
porém a simplificação não existe, porque as empresas bem administradas não apuravam o lucro real
mensal e não iriam apurar o trimestral, pois ambos não trazem nenhum benefício para as empresas, mas,
sim, em muitos casos, grandes desvantagens, como a compensação dos prejuízos fiscais e a possibilidade
de cometer mais infrações fiscais.

7.7.3 Compensação dos prejuízos

A compensação dos prejuízos fiscais, no caso de apuração do lucro real do trimestre, não
poderá acontecer totalmente nos trimestres seguintes, mesmo que dentro do ano‑calendário. O
prejuízo fiscal de um trimestre somente poderá ser deduzido do lucro dos trimestres seguintes
até o limite de 30%, portanto, se a pessoa jurídica tiver um prejuízo muito grande nos dois
primeiros trimestres e nos trimestres seguintes obtiver lucros, a compensação do prejuízo está
limitada a 30% do lucro do trimestre, mesmo que esse lucro tenha sido menor que o prejuízo
dos trimestres anteriores.

O imposto e a contribuição social devidos em cada trimestre poderão ser pagos em cota única no
mês seguinte ao trimestre da apuração, sem qualquer acréscimo, ou em três quotas mensais, sendo que,
nesse caso, com os juros calculados pela Selic até o mês anterior ao do efetivo pagamento e 1% no mês
do efetivo pagamento.

Como exemplo, para o primeiro trimestre, se os pagamentos forem feitos em três quotas, o pagamento
de abril não sofrerá qualquer acréscimo, já o do mês de maio terá o acréscimo de 1% e o de junho terá
não só o acréscimo de juros do mês de maio, mas também 1% referente ao mês de pagamento de junho.
Essa determinação está contida no art. 5º. Da Lei nº 9.430/96.
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7.8 Lucro real anual

As pessoas jurídicas poderão também optar pela apuração do lucro real anual. Nesse caso,
terá que pagar mensalmente o Imposto de Renda calculado pela forma estimada ou mesmo com
base em balancete. Caso a empresa não demonstre, por meio de balanço ou balancetes mensais,
a apuração de prejuízo fiscal e a base negativa da CSLL, o não pagamento mensal do imposto
sujeitará a aplicação de multa isolada lançada de ofício, ainda mesmo que tenha sido apurado
prejuízo fiscal ou base negativa da CSLL no final do período anual. Essa determinação está contida
no art. 44, § 1o., IV, da Lei nº 9.430/96.

Os percentuais aplicados sobre a receita bruta na determinação da base de cálculo do Imposto de


Renda com base na apuração anual são os mesmos utilizados para o pagamento do imposto estimado
mensalmente para as empresas que tenham a tributação pelo lucro presumido.

Caso a pessoa jurídica tenha diversas atividades, será aplicado o percentual correspondente
a cada uma das atividades, assim, se a pessoa jurídica teve receita da venda de mercadorias
produzidos e comissão de intermediação de negócios, sobre a primeira receita será aplicado o
percentual de 8%, enquanto para a receita de comissão será aplicado o percentual de 32%.

Por meio do ADN nº 6, de 13/01/97, a Receita Federal definiu que, na atividade de construção por
empreitada, o percentual a ser aplicado será de 8% sobre a receita bruta quando houver o emprego de
materiais, mesmo que em qualquer quantidade, e de 32% quando não houver emprego de materiais,
sendo unicamente de mão de obra. A redação distorce o entendimento, uma vez que não há construção
por empreitada sem o emprego de materiais. A distinção pretendida era entre materiais fornecidos pela
empreiteira e os fornecidos por terceiros.

Sobre as receitas provenientes de atividades de loteamento, incorporação imobiliária e da venda


de imóveis construídos ou adquiridos com o objetivo de revenda, deverá ser aplicado o percentual de
8%, sendo que o montante efetivamente recebido relativo a cada unidade imobiliária vendida será
considerado como receita bruta.

As atividades incentivadas não comporão a base de cálculo do imposto na proporção que a pessoa
jurídica fizer jus, assim como a pessoa jurídica que tiver instalada na região da Amazônia na Sudam ou
na região da Sudene com isenção de 100% na exploração não incluirá na base de cálculo a receita da
atividade incentivada, sendo que, caso o incentivo seja de 50%, apenas a metade da receita será incluída
na base de cálculo.

Com relação ao ganho de capital obtido com a venda de bens do ativo permanente para recebimento
do preço mesmo que em parte, depois do término do ano‑calendário seguinte ao da venda, esse valor
deverá integrar a base de cálculo do imposto de renda mensal, podendo ser computado na proporção
dos recebimentos mensais para determinação do lucro real.

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7.8.1 Base de cálculo da estimativa mensal

Para apuração da base de cálculo do Imposto de Renda com base na tributação anual, a ser pago
mensalmente, deverá ser aplicado um percentual sobre a receita bruta do mês, e nesse resultado
deverão ser adicionados os ganhos de capital e demais receitas e resultados positivos, excluindo‑se
os rendimentos ou ganhos tributados como de aplicações financeiras. Esses percentuais aplicáveis
sobre a receita bruta são variáveis de acordo com a atividade da pessoa jurídica e constam do art. 15
da Lei nº 9.249/95.

O IPI não comporá a receita bruta e também deverão ser excluídas as vendas canceladas e as
devoluções ocorridas, bem como os descontos incondicionais concedidos. Vale lembrar que desconto
incondicional, como o próprio nome diz, é todo aquele que independe de quaisquer condições e de
qualquer prazo de pagamento.

Lembrete

Como dissemos, a base de cálculo do imposto, para cada mês, será


determinada por meio da aplicação do percentual indicado no quadro a
seguir, sobre a receita bruta auferida no mês.

Quadro 3 – Coeficientes de aplicação sobre a receita

Percentuais
Espécies de atividades sobre a
receita
Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool 1,6%
etílico carburante e gás natural

Venda de mercadorias ou produtos


Transporte de cargas
Atividades imobiliárias
Construção por empreitada, quando houver emprego de materiais
próprios 8%
Serviços hospitalares
Atividade rural
Industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante
Outras atividades não especificadas (exceto prestação de serviços)
Serviços de transporte (exceto o de cargas)
Bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito,
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário,
sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, 16%
distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de
arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros
privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta
Serviços gerais com receita bruta até R$ 120.000/ano (ver nota 1)

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Serviços em geral (ver nota 2)


Serviços prestados pelas sociedades civis de profissão legalmente
regulamentada
Intermediação de negócios (ver nota 2)
Administração, locação ou cessão de bens móveis/imóveis ou direitos (ver 32%
nota 2)
Construção por administração ou empreitada, quando houver emprego
unicamente de mão de obra (ver nota 2)
Factoring (ver nota 2)
No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado sobre a 1,6 a 32%
receita bruta de cada atividade o respectivo percentual

Nota 1: Se a receita bruta ultrapassar R$ 120.000/ano, ficará sujeita ao percentual de 32%, retroativamente ao mês de janeiro. Nesse
caso, deve‑se efetuar o recolhimento das diferenças do IRPJ apurado até o último dia útil do mês subsequente àquele que ocorrer o
excesso, sem nenhum acréscimo.

Nota 2: As pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de serviços mencionadas nesses itens poderão utilizar o percentual de 16%
enquanto a sua receita bruta acumulada do ano em curso não ultrapassar a R$ 120.000,00 (parágrafo 3º do art. 3 IN 93/97). Na hipótese
de ultrapassar esse valor, observar as instruções contidas na nota 1.

Fonte: <http://www.valortributario.com.br/lucro‑real‑recolhimento‑estimativa.asp>. Acesso em: 14 jan. 2012.

A seguir, temos um exemplo simplificado para fácil entendimento. Uma empresa obteve receita
de construção por empreitada, quando houver emprego de materiais próprios no mês, no valor de
R$ 200.000,00.

A base de cálculo será R$ 200.000,00 X 8% = R$ 16.000,00

Imposto de renda devido por estimativa = R$ 16.000,0 x 15% = R$ 2.400,00

Portanto, o valor do imposto a ser recolhido é de R$ 2.400,00.

7.8.2 Conceito de receita bruta

O conceito de receita bruta está definido no art. 224 do RIR/1999 e estabelece que:

Art. 224. A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da


venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados
e o resultado auferido nas operações de conta alheia.

Parágrafo único. Na receita bruta não se incluem as vendas canceladas,


os descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos
cobrados destacadamente do comprador ou contratante dos quais o
vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero depositário
(Lei nº 8.981, de 1995, art. 31, parágrafo único).

93
Unidade III

Os rendimentos e os ganhos de capital pagos separadamente não comporão a base de cálculo do


imposto estimado, mas os que foram tributados deverão ser incluídos.

Na ocasião do pagamento do imposto de renda mensal, a pessoa jurídica poderá deduzir o imposto
retido na fonte sobre as receitas, rendimentos ou ganhos considerados na apuração do imposto estimado.
Porém, o imposto retido sobre rendimentos ou ganhos de aplicações financeiras poderá ser deduzido
somente na declaração. É permitido às empresas de deduzir os incentivos fiscais descritos nas leis nº
8.918/95 e 9.065/95.

7.8.3 Compensação de prejuízos

A compensação de prejuízos no lucro real anual, diferentemente do trimestral, poderá ter sua
compensação integral no mesmo ano‑calendário, assim, caso a empresa obtenha lucro num determinado
mês, ela poderá compensar o prejuízo do outro mês. Por exemplo, no caso de obter lucro no mês de
março, este poderá ser compensado com o prejuízo de quaisquer outros meses.

7.8.4 Alíquota do Imposto de Renda e do adicional

A alíquota do Imposto de Renda continua sendo 15%, e a do adicional, 10%, mas o pagamento do
adicional terá que ser feito mensalmente sobre a parcela do lucro estimado que exceder R$ 20.000,00 no mês.

Para as empresas optantes pelo lucro real trimestral cabe a dispensa de recolhimento do impostos de
renda e da CSLL referentes às operações dos meses de janeiro e fevereiro, em vigor desde 1º de janeiro
de 1998.

7.8.5 Suspensão ou redução do imposto

As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real anual poderão suspender ou reduzir o pagamento do
imposto devido em cada mês desde que, por meio de balanços ou balancetes mensais, demonstrem que
o valor dos impostos pagos excedeu o valor do imposto apurado, inclusive adicional, com base no lucro
real do período em curso. Para a suspensão ou redução do pagamento também se considera o mês de
janeiro, de forma que, se nesse mês, a empresa apurar prejuízo, não há imposto a ser recolhido.

Para que se possa efetuar a suspensão ou redução do imposto, o balanço ou balancete terá que se
referir sempre ao período entre 1º de janeiro até a data da demonstração para apuração do lucro. Desta
forma, uma pessoa jurídica que pagou os impostos dos meses de janeiro a abril com base na receita
bruta e no mês de maio suspendeu o recolhimento por meio de levantamento do balanço, este deverá
compreender o período de 1º de janeiro a 31 de maio.

O Imposto de Renda e o adicional calculados com base nos balancetes do período serão comparados
com os valores dos impostos já pagos sobre a receita bruta das operações dos meses de janeiro a abril.
Se a somatória dos pagamento efetuados resultar num valor superior aos valores apurados com base no
balanço, a empresa poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto do mês de maio, porém se o
valor apurado for maior que os já recolhidos, então deverá ser paga a diferença.
94
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO

No balanço ou balancete de suspensão ou redução de pagamento, o limite de isenção do adicional


corresponderá ao resultado da multiplicação do limite mensal de R$ 20.000,00 pelo número de meses
que compõem o período desde janeiro até o mês do balanço ou balancete. Assim, o limite de isenção do
adicional no balanço de suspensão de 30 de abril será de R$ 80.000,00.

Vale lembrar que o balancete de abril não poderá ser utilizado para suspender ou reduzir o imposto
de maio. Para se poder utilizar essa redução ou suspensão, um novo balancete ou balanço deverá
ser elaborado referente ao período de 1º de janeiro até 31 de maio, e os impostos apurados deverão
ser comparados com os impostos já pagos de janeiro a abril, sendo que para comparação deverá ser
considerado imposto devido como o resultado da aplicação alíquota do imposto sobre o lucro real,
acrescido do adicional e deduzido, quando for o caso, dos incentivos fiscais de dedução e de isenção ou
redução.

O Imposto de Renda pago é a soma dos valores correspondentes aos impostos de renda pagos
mensalmente, retido na fonte sobre as receitas ou rendimentos computados na determinação do lucro
real do período, pagos sobre os ganhos líquidos de renda variável e o pago a maior ou indevidamente
em anos‑calendários anteriores.

O balanço ou balancete elaborado para suspensão ou redução do pagamento o imposto terá que ser
transcrito no Livro Diário até a data determinada para pagamento do imposto respectivamente ao mês
(art. 12 § 5, da IN nº 93/97), não sendo preciso estar registrado no órgão competente por impossibilidade
prática para a maioria das empresas, apesar de essa obrigatoriedade de registro não estar claro na
instrução normativa.

Segundo Higuchi et al.:

No lucro real trimestral, a escrituração do livro inventário é obrigatório ao


final de cada trimestre, porque esse lucro é definitivo como ocorre na balanço
de 31 de dezembro para o lucro real anual. No lucro real anual, em caso
de suspensão ou redução do imposto mensal, o §3º. do art. 12 da IN nº 93,
de 12/12/97, dispensa a escrituração do livro do inventário. Se a pessoa a
pessoa jurídica possuir registro permanente de estoque, o §4o. permite que o
confronto entra a contagem física e a escritural seja feita só no balanço de 31
de dezembro. Os saldos de estoques do registro permanente, apurados no final
de cada mês servem para apuração do lucro mensal (HIGUCHI et al., 2005).

7.9 Forma de pagamento

A apuração e o recolhimento do Imposto de Renda e da CSLL é trimestral, ou seja, o imposto apurado


e devido no trimestre é pago até o último dia do mês subsequente ao trimestre encerrado. A legislação
ainda permite que o imposto devido no trimestre encerrado seja pago em três parcelas ou quotas
mensais iguais e sucessivas, vencíveis no último dia dos três meses subsequentes ao encerramento
do trimestre. Nenhuma dessas quotas pode ser inferior a R$ 1.000,00 e, caso o imposto apurado no
trimestre seja inferior a R$ 2.000, deverá ser pago de uma única vez ou em uma única quota.
95
Unidade III

De acordo com a legislação tributária, as quotas serão acrescidas de juros correspondentes: a) à taxa Selic
acumulada mensalmente, calculada a partir do primeiro dia do segundo mês subsequente ao encerramento
do período de apuração até o último dia do mês anterior ao pagamento; b) a 1% no mês de pagamento.

Tomando um exemplo de Neves et al. (2007), temos:

Lucro apurado no 1º trimestre $ 40.000,00


Imposto de Renda de 15% $ 6.000,00
Parcelamento em 3 quotas de $ 2.000,00
Taxa Selic

Tabela 17 – Os 2,7% correspondem a 1,7% da Selic de maio mais 1%

Vencimento Juros
abril 1,75%
maio 1,70%
junho 1,65%

Cotas Vencimento Juros Principal e Juros


1ª 30 abril Não há 2.000,00
2ª 31 maio 1,0% 2.020,00
3ª 30 junho 2,7% 2.054,00
Total 6.074,00

Fonte: Neves (et al., 2007).

Alternativamente à apuração trimestral, a empresa tributada pelo lucro real poderá optar pelo pagamento
do imposto mensal por estimativa e determinar o lucro real somente em 31 de dezembro do ano‑calendário.
A diferença entre o imposto devido apurado de forma anual e o pago pelas importâncias estimadas será:

a) Havendo diferença ao recolher, ela deverá ser efetuada até o último dia do mês de março, em uma
única quota, acrescida de juros equivalentes à soma:

• Taxa Selic a partir de 1 de fevereiro até o último dia do mês anterior ao pagamento.
• 1% no mês do pagamento.

b) Havendo recolhimento, o maior entre o valor do imposto sobre o lucro real apurado e o pago por
estimativa, ele poderá ser compensado a partir de janeiro do ano‑calendário seguinte.

De acordo com o artigo 858 do Decreto nº 3.000/99 (Regulamento do Imposto de Renda),


estabeleceu‑se que a compensação será feita a partir de abril do ano subsequente ao do período de
apuração, entretanto a Secretaria da Receita Federal editou o Ato Declaratório Normativo nº 3, de 7 de
96
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO

janeiro de 2000, estabelecendo que a compensação ou a restituição possa ser feita a partir do mês de
janeiro do ano‑calendário subsequente ao período de apuração.
A opção por estimativa é apurada com base nos balancetes mensais a partir do mês de janeiro ou do
início da atividade, sendo a opção feita durante o ano‑calendário irretratável. A pessoa jurídica não pode
alterar para o regime de apuração trimestral. Entretanto, pode suspender ou reduzir o recolhimento por
estimativa, caso os valores recolhidos demonstrem ou excedam o valor do imposto devido.
O balancete deverá ser levantado em observância das leis comerciais e fiscais, transcrito no livro‑diário.
O resultado contábil do período será ajustado pelas adições, exclusões e compensações admitidas pela
legislação do Imposto de Renda, chegando‑se, assim, ao lucro real ou ao lucro tributável.
Registro no livro de apuração do lucro real: o livro de apuração do lucro real deverá ser escriturado mensalmente,
determinando a cada período ou mês um novo lucro real e considerando sempre os resultados acumulados.
Exemplo:
Janeiro
Lucro contábil.......................................................................................100.000,00
Ajustes
Adições
Despesas não dedutíveis.....................................................................10.000,00
Exclusões
Ganho na equivalência patrimonial.............................................. 60.000,00
Lucro real.................................................................................................. 50.000,00
Março
Lucro contábil (janeiro a março)...................................................250.000,00
Ajustes
Adições
Despesas não dedutíveis (janeiro a março)................................ 15.000,00
Exclusões
Ganho na equivalência patrimonial
(janeiro a março....................................................................................90.000,00)
Lucro real................................................................................................175.000,00

97
Unidade III

Com relação à apuração do lucro real mensal, os resultados decorrentes de investimentos no exterior
em filiais, sucursais, coligadas ou controladas devem ser considerados no balancete do mês de dezembro
de cada ano‑calendário (art. 7º da Instrução Normativa SRF 213 de 07 de outubro de 2002). Isso quer
dizer que as exclusões ou inclusões, conforme as disposições da legislação tributária, devem ser aplicadas
ao balancete do mês de dezembro. Exemplificando:

A empresa tem por hábito, e em observância ao regime de competência, contabilizar o resultado da


equivalência patrimonial mensalmente.

Dados (NEVES, 2007):

Tabela 18

Data

31/12/X8 Investimento em US$ 100.000,00

31/12/X8 Taxa de câmbio 1,20

31/12/X8 Investimento em reais 120.000,00

Taxa de câmbio vigente em:

Tabela 19

Data
31/01/X9 1,25
30/06/X9 1,50
31/12/X9 2,00

Lucros acumulados no período em dólar:

Tabela 20

Data US$
31/01/X9 15.000,00
30/06/X9 22.000,00
31/12/X9 30.000,00

98
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO

Contabilização controladora no Brasil em 31/01/X9:

Tabela 21

Data Histórico Reais


Saldo em 31/12/X8 100.000 US$ a 1,20 120.000,00
31/01/X9 100.000 US$ a 1,25 125.000,00
31/01/X9 Variação cambial ativa 5.000,00
31/01/X9 Lucro de US$ 15.000 a 1,25 18.750,00

Conta de investimentos:

Tabela 22

Data Histórico Reais


Saldo em 31/12/X8 Saldo inicial 120.000,00
31/01/X9 Variação cambial ativa 5.000,00
31/01/X9 Equivalência patrimonial 18.750,00
31/01/X9 Saldo final 143.750,00

Os R$ 143.750,00 correspondem aos US$ 115.000,00 em 31/01/X9 com taxa de 1,25.

Tabela 23

Data Histórico Reais


Saldo em 31/12/X8 100.000 US$ a 1,20 120.000,00
30/06/X9 100.000 US$ a 1,50 150.000,00
30/06/X9 Variação cambial ativa 30.000,00
30/06/X9 Lucro de US$ 22.000 a 1,50 33.000,00

Conta de investimentos:

Tabela 24

Data Histórico Reais


Saldo em 31/12/X8 Saldo inicial 120.000,00
30/06/X9 Variação cambial ativa 30.000,00
30/06/X9 Equivalência patrimonial 33.000,00
31/01/X9 Saldo final 183.000,00

Os R$ 183.000,00 correspondem aos US$ 122.000 com taxa de 1,50.

99
Unidade III

Nesse exemplo, os resultados parciais de janeiro e junho não devem ser considerados na apuração
do lucro real dos respectivos meses, mas somente no final do ano, em dezembro/X9.

Tabela 25

Data Histórico Reais


Saldo em 31/12/X8 100.000 US$ a 1,20 120.000,00
31/12/X9 100.000 US$ a 2,00 100.000,00
31/12/X9 Variação cambial ativa 80.000,00
31/12/X9 Lucro de US$ 30.000 a 2.00 60.000,00

Conta de investimentos:

Tabela 26

Data Histórico Reais


Saldo em 31/12/X8 Saldo inicial 120.000,00
31/12/X9 Variação cambial ativa 80.000,00
31/12/X9 Equivalência patrimonial 60.000,00
31/12/X9 Saldo final 260.000,00

Os R$ 260.000,00 correspondem aos US$ 130.000 com taxa de 2,00.

Observe que, de acordo com os dispositivos legais da Medida Provisória nº 243 de 31 de março de
2005, somente são acrescidos ao lucro real ou ao Lalur o ganho na equivalência patrimonial de R$
60.000,00. Se a atualização cambial for positiva terá isenção de tributação, se for negativa não terá
dedução. Isso se dá por ausência de dispositivo na legislação tributária, ainda que, durante os últimos
anos, a União tenha feito diversas tentativas para torná‑la tributável.

Vale ainda acrescentar que, de acordo com as recentes alterações na legislação societária (Lei
nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09), a variação cambial ativa deve ser lançada em conta específica do
patrimônio líquido (ajustes de avaliação patrimonial) e somente se converterá em receita ou despesa
quando da baixa ou venda do investimento (NBC T 7 – item 41).

Os ajustes decorrentes da adoção obrigatória de preços de transferência também devem ser


considerados somente no balancete do mês de dezembro do período‑base de apuração.

O preço de transferência foi instituído pela Lei nº 9.430/96, artigos 18 a 24, cujo objetivo principal
foi evitar a remessa de recursos para o exterior sem a incidência do Imposto de Renda. O preço de
transferência é adotado para empresas domiciliadas no exterior e vinculadas às empresas sediadas em
nosso país.

100
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO

Exemplo: a remessa para o exterior sem a incidência do Imposto de Renda pode ocorrer nas
importações superfaturadas, o que implica um pagamento maior para o fornecedor do exterior, e, nas
exportações subfaturadas, transferindo bens, por meio da venda ao exterior, por valores inferiores, com
preços notadamente superiores.

Saiba mais

A Secretaria da Receita Federal disponibiliza um site para consulta de


toda a legislação sobre a tributação do Imposto de Renda. Acesse: <www.
receita.fazenda.gov.br/legislacao> e fique atualizado.

8 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (CSLL)

Além do IRPJ, as empresas também estão sujeitas ao recolhimento da CSLL, instituída pela Lei nº
7.689/1988, destinada ao financiamento da seguridade social.

As mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o IRPJ serão aplicadas, a base
de cálculo e as alíquotas previstas na legislação são mantidas, ou seja, se a empresa optou pelo IRPJ por
lucro presumido, a CSLL será calculada com base nos percentuais de presunção e trimestralmente. Se
for por lucro real, o cálculo será trimestral ou mensal por estimativa conforme for o caso, e a base de
cálculo será o lucro apurado com os ajustes legais.

A empresa optante pelo lucro presumido deverá recolher a Contribuição Social sobre o Lucro
Presumido (CSL), também pela forma presumida. Não é aceitável, por exemplo, que uma empresa que
optou por recolher IRPJ pelo lucro real e a CSLL pelo lucro presumido. Escolhida a opção, o IRPJ e a CSLL
deverão ser tributados pela forma escolhida.

8.1 Alíquotas

A CSLL será determinada mediante a aplicação da alíquota de 9% sobre o resultado ajustado,


presumido ou arbitrado.

A partir de 1 de maio de 2008, a alíquota da CSLL é de 15%, no caso das pessoas jurídicas de
seguros privados, instituições financeiras, das de capitalização e das referidas nos incisos I a VII, IX
e X do § 1º do art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001. A Instrução Normativa
RFB nº 810, de 21 de janeiro de 2008, que “dispõe sobre a alíquota da Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido aplicável aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de maio de 2008”, detalha os
procedimentos a serem adotados para a correta aplicação das alíquotas da CSLL às bases de cálculo
apuradas a partir de 1 de maio de 2008.

101
Unidade III

8.2 Base de cálculo

Serão aplicadas as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o IRPJ, mantidas
a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor.

8.2.1 Lucro real

A base de cálculo da contribuição social das empresas tributadas pelo lucro real, com base no
balancete de suspensão ou redução, é o resultado do período ou do mês anterior à compensação da
própria provisão para a contribuição social sobre o lucro e a provisão para o Imposto de Renda, ajustado
pelas adições e exclusões prescritas na legislação do Imposto de Renda.

Exemplo:

1) Resultado do exercício antes das provisões do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre
o Lucro.

2) (+) Adições.

3) (‑) Exclusões.

4) = Base de cálculo antes da compensação.

5) (‑) Base de cálculo negativa de períodos anteriores (limitada a 30% do item 4).

6) = Base de cálculo da Contribuição Social.

Para as empresas tributadas pelo lucro real, a base de cálculo da contribuição é o valor do resultado
do exercício antes da provisão para o imposto de renda. Para efeito, no artigo 2o da referida Lei (nº 7.689):

a) será considerado o resultado do período‑base encerrado em 31 de


dezembro de cada ano;

b) no caso de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades,


a base de cálculo é o resultado apurado no respectivo balanço;

c) o resultado do período‑base, apurado com observância da legislação


comercial, será ajustado pela:

1. exclusão do resultado positivo da avaliação de investimentos pelo


valor de patrimônio líquido;

2. exclusão dos lucros e dividendos derivados de investimentos


avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computado
como receita;

102
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO

3. (Revogado pela Lei nº 7.856, de 1989);

4. adição do resultado negativo da avaliação de investimentos pelo


valor de patrimônio líquido.

§ 2º No caso de pessoa jurídica desobrigada de escrituração contábil,


a base de cálculo da contribuição corresponderá a dez por cento da
receita bruta auferida no período de 1º janeiro a 31 de dezembro de
cada ano, ressalvado o disposto na alínea b do parágrafo anterior.

A base de cálculo da CSLL para pagamento mensal estimado foi alterada pelos arts. 29 e 30 da
Lei nº  9430, de 1996. A partir de 01/01/97, a base de cálculo da contribuição estimada passou a ser
o somatório do resultado da aplicação de 12% sobre a receita bruta de vendas de bens e serviços,
somados aos ganhos de capital, dos rendimentos e ganhos de aplicações financeiras e das demais
receitas e resultados positivos. Ou seja, o percentual da receita bruta mensal, excluídas as vendas
canceladas, as devoluções de vendas e os descontos incondicionais concedidos, correspondente a
12% para as pessoas jurídicas em geral ou a 32% para as pessoas jurídicas que desenvolvam as
atividades citadas no inciso III do § 1 do artigo 15 da Lei nº 9.249, de 1995, com a redação dada pela
Lei nº 10.684, de 2003, art. 22.

8.2.2 Lucro presumido

Conforme art. 22 da Lei nº 10.684/2003 (BRASIL, 2003), a partir de 01/09/2003, a base de cálculo da
CSLL devida pelas pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido passou a corresponder a:

• 12% da receita bruta nas atividades comerciais, industriais, serviços


hospitalares e de transporte;

• 32% (art. 22 da Lei nº 10.684, de 2003) para:

a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e


de transporte;

b) intermediação de negócios;

c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos


de qualquer natureza.

Para melhor entendimento, destacamos o exemplo da base de cálculo de uma empresa comercial.
Em determinado mês, teve receita bruta da venda de mercadorias no montante de R$ 500.000,00,
ganhos na venda de uma máquina do ativo permanente no valor de R$ 1.000,00 e recebeu rendimentos
de aplicação financeira no valor de R$ 800,00. A empresa apurará o imposto de renda e a contribuição
social sobre o lucro estimado, sendo a base de cálculo da CSLL feita da seguinte forma:

103
Unidade III

Contribuição social sobre o lucro:

R$ 500.000,00 x 12%...................60.000,00
Ganho de capital...............................1.000,00
Rendimentos financeiros............ 800,00
Base de cálculo.........................R$ 61.800,00

Se a empresa utiliza a tributação do IRPJ pelo lucro presumido e pelo sistema de caixa, deverá
calcular a CSLL também pelo regime caixa. Se a empresa utiliza o regime de competência, o IRPJ e a CSLL
serão pelo regime de competência. Ou seja, a escolha entre o regime caixa e o de competência no IRPJ
vincula a forma de apuração da CSLL.

8.2.3 Dedução da receita bruta

Da mesma forma como na apuração da base de cálculo do IRPJ, da receita bruta poderão ser deduzidas
as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos cobrados
destacadamente do comprador ou contratantes e que o vendedor do bem ou o prestador do serviço
seja meramente o depositário (IPI e ICMS substituição tributária). A receita poderá ser considerada pelo
regime de caixa em virtude da IN nº 104/981 de 26/08/1998.

8.2.4 Adições à base de cálculo

Segundo orientações da Receita Federal, deverão ser ainda somadas à base de cálculo os ganhos de
capital e demais receitas decorrentes de receitas que não estão relacionadas com a atividade da pessoa
jurídica, os rendimentos obtidos nas operações de mútuos entre as pessoas jurídicas controladas, coligadas
ou interligadas, não se aplicando para a mutuaria que for instituição que tenha seu funcionamento
autorizado pelo Banco Central.

Também serão adicionados os ganhos de capital na alienação e de participações de participações


de sociedades permanentes em coligadas e controladas que permaneçam no ativo da pessoa jurídica
até o final do ano‑calendário seguinte ao das suas aquisições; os ganhos obtidos em operações de
coberturas hedge realizados em bolsas de valores e de mercadorias de futuros ou mesmo no mercado
de balcão.

Se locação de imóveis não for o objeto social da sociedade, as receitas de locação de imóveis
deverão ser adicionadas, deduzindo os encargos relacionados. Também deverão ser adicionados os
juros relativos a impostos e às contribuições que deverão ser restituídos ou compensados; as variações
monetárias ativas.

A partir de janeiro de 2006, a base de cálculo da CSLL é determinada mediante a aplicação de


12% sobre a receita financeira da pessoa jurídica que tenha como atividade a imobiliária relativa a
loteamento de terrenos, incorporação, construção de prédios para fins de comercialização ou revenda

1
Disponível em:<http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/ant2001/1998/in10498.htm>. Acesso em: 14 jan. 2012.
104
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO

quando decorrente de comercialização de imóveis e for apurada por meio de índices ou coeficientes
previstos em contrato.

8.3 Algumas alterações na legislação para o ano de 2015

A Lei nº 12.973/2014, objeto de conversão da Medida Provisória nº 627/2013, que traz algumas
alterações (dentre elas: a alteração da legislação tributária federal relativa ao “Imposto sobre a Renda
das Pessoas Jurídicas – IRPJ; à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL; à Contribuição para o
PIS/PASEP; e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS) e revoga o Regime
Tributário de Transição – RTT, um novo conceito de receita bruta e alteração da base de calculo dos juros
sobre capital próprio.

Saiba mais

Procure analisar a seguinte lei na íntegra:

BRASIL. Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. Altera a legislação


tributária federal relativa ao Imposto sobre a Renda das Pessoas
Jurídicas - IRPJ, à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, à
Contribuição para o PIS/Pasep e à Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social - Cofins; revoga o Regime Tributário de Transição
– RTT e dá outras providências. Brasília, 2014. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/Lei/L12973.htm>.
Acesso em: 26 maio 2015.

8.4 Estudo sobre utilização do controle e da informação contábil no


planejamento tributário

8.4.1 Estudo comparativo entre Simples, Lucro Real e Lucro Presumido

De uma maneira geral, as microempresas e empresas de pequeno porte podem optar pelos três
regimes tributários, o Simples Nacional, o Lucro Presumido e o Lucro Real.

Os dois primeiros regimes de tributação foram criados pelo Governo Federal com o intuito de diminuir
a carga tributária das empresas e também facilitar a fiscalização no que se refere à correta aplicação da
legislação tributária e melhor controle da arrecadação dos impostos pela Receita Federal.

Já o Lucro Real é obrigatoriamente adotado pelas empresas que faturam valor anual igual ou superior
a R$ 78.000.000,00, entretanto, isso não implica em que empresas com faturamento inferior a esse valor
escolham a forma de tributação pelo Simples Nacional, desde que o faturamento anual não ultrapasse
R$  4.800.000,00. Para aquelas empresas cujo faturamento anual esteja entre os limites superiores a
R$  4.800.000,00 e inferiores a R$ 78.000.000,00, a opção é a modalidade do lucro presumido. Importante
105
Unidade III

dizer que, quando a empresa tem um faturamento inferior ou até R$ 4.800.000,00, ela necessariamente
não está obrigada a fazer a opção para o Simples Nacional e também não está impedida de optar pelo
Lucro Presumido ou até mesmo pelo Lucro Real.

Do ponto de vista do planejamento tributário, as empresas de pequeno porte ou as microempresas


devem eleger o regime tributário que lhe proporcionar maior economia de impostos, reservada
a simplicidade de controles contábeis e fiscais que possam estar presentes nos regimes do Simples
Nacional e Lucro Presumido.

8.4.2 Exemplo do estudo comparativo entre Simples, Lucro Real e Lucro Presumido

A título de exemplificação, a seguir, faremos uma comparação de uma empresa hipotética de pequeno
porte, que exerce a atividade de Serviços de Auditoria e que inicialmente possa optar pelo Simples
Nacional, em razão de seu faturamento anual estar nos limites exigidos pela legislação tributária de
R$ 4.800.000,00.

No exemplo aplicável ao Simples Nacional, consideramos no cálculo o Anexo III e o Anexo V. O


Anexo III proporciona uma menor tributação pelo fato de a folha de pagamento acumulada dos 12
meses anteriores ao período de apuração quando comparada ao faturamento acumulado dos 12 meses
do mesmo período for igual ou maior ao percentual de 28%, favorecendo as empresas que optam por
uma maior empregabilidade. No Anexo V, se enquadram as empresas que proporcionam uma menor
empregabilidade, ou seja, quando o percentual obtido entre a relação da folha de pagamento dos 12
meses anteriores ao período de apuração e o faturamento do mês do mesmo período for inferior a 28%.
Da mesma maneira, aplicaremos o exemplo para a hipótese de a empresa optar pelo lucro presumido,
cujo cálculo do imposto de renda e da contribuição social é efetuado aplicando-se o percentual de 32%
sobre o faturamento trimestral para se obter a base de cálculo, em que incidirão os 15%, adicional de
10% de Imposto de Renda e 9% de Contribuição Social sobre o Lucro.

Além desses tributos, a empresa optante pelo lucro presumido ainda arca com os seguintes impostos
e alíquotas sobre seus faturamentos mensais: PIS 0,65%, Cofins 3% e Impostos sobre Serviços – ISS, que,
dependendo do lugar onde a empresa está localizada, pode variar em um percentual entre 2% e 5%.

Sobra a folha de salários aplicam-se as tabelas vigentes do INSS para as grandes empresas ou que
não estejam em regimes tributários simplificados, cujo percentual varia entre 20% a 28% .

8.4.2.1 Dados do exemplo a ser aplicado para empresa optante pelo Simples Nacional

Tabela 27 – Faturamento e folha de pagamento acumulada

1 Faturamento acumulado de 12 meses 1.750.000,00

2 Folha de pagamento acumulada de 12 meses ou fator “r” superior a 28% 507.500,00

3 Folha de pagamento acumulada de 12 meses ou fator “r” inferior a 28% 437.500,00

106
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO

Tabela 28 – Faturamentos mensais*

Mês Valor R$
Janeiro 100.000,00
Fevereiro 120.000,00
Março 130.000,00
Abril 140.000,00
Maio 150.000,00
Junho 160.000,00
Julho 170.000,00
Agosto 180.000,00
Setembro 190.000,00
Outubro 200.000,00
Novembro 210.000,00
Dezembro 220.000,00
Total 1.970.000,00

*Simples Nacional devido para cada mês – Fator “r” superior a 28%

Anexo III

Tabela 29 – ANEXO III Alíquotas – Receitas de locação de bens móveis e de


prestação de serviços não relacionados no § 5º-C do art. 18 da LC 123/2016

Receita bruta em 12 meses (em R$) Alíquota Valor a deduzir (em R$)
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 16,00% 35.640,00

Cálculo dos valores

R$ 1.750.000,00 x 16,00% = R$ 280.000,00 (-) a parcela a deduzir de R$ 35.640,00 =


R$ 244.360,00

Alíquota efetiva = R$ 244.360,00/ R$ 1.750.000,00 = 13,96%

Aplicado sobre as receitas mensais ou total, pois o que define o percentual é o faturamento
acumulado dos 12 meses anteriores ao período de apuração, temos de Simples Nacional devido:

R$1.970.000,00 x 16.96 % = R$ 275.012,00*

*Valor do total do Simples Nacional do ano.

Simples Nacional devido para cada mês – Fator “r” inferior a 28%.

107
Unidade III

Anexo V

Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Receitas decorrentes da prestação de serviços


relacionados no § 5º-I do art. 18 da LC 123/2016.

Tabela 30 – ANEXO V da Resolução CGSN nº 94, de 2011 (art. 25-A, § 1º, inciso V)
(vigência: 01/01/2018) Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Receitas de prestação
de serviços descritos no inciso V do § 1º do art. 25-A, quando o fator “r” for inferior a 28%

Receita bruta em 12 meses (em R$) Alíquota Valor a deduzir (em R$)
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,50% 17.100,00

Cálculo dos valores

R$ 1.750.000,00 x 20,50% = R$ 358.750,00 (-) a parcela a deduzir de R$ 17.100,00 =


R$ 341.650,00

Alíquota efetiva = R$ 341.650,00/ R$ 1.750.000,00 = 19,52%

Aplicado sobre as receitas mensais ou total, pois o que define o percentual é o faturamento
acumulado dos 12 meses anteriores ao período de apuração, temos de Simples Nacional devido:

R$1.970.000,00 x 19.52% = R$ 384.544,00*

*Valor do total do Simples Nacional do ano.

O que se conclui inicialmente é que, dependendo do fator “r”, a empresa terá no próprio Simples
Nacional uma carga tributária maior ou menor:

Tabela 31

Fator “r” inferior a 28% Fator “r” superior a 28% Diferença devida a maior
R$ 275.012,00 R$ 384.544,00 R$ 109.532,00

8.4.3 Dados do exemplo a ser aplicado para empresa optante pelo Lucro Presumido

Tabela 32 – Faturamento mensais/trimestrais

mês Valor R$
Janeiro 100.000,00
Fevereiro 120.000,00
Março 130.000,00
Soma 1º trimestre 350.000,00

108
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO

Abril 140.000,00
Maio 150.000,00
Junho 160.000,00
Soma 2º trimestre 450.000,00
Julho 170.000,00
Agosto 180.000,00
Setembro 190.000,00
Soma do 3º trimestre 540.000,00
Outubro 200.000,00
Novembro 210.000,00
Dezembro 220.000,00
Soma do 4º trimestre 630.000,00
Total 1.970.000,00

O cálculo do Lucro Presumido, assim como a Base de Cálculo da Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido, é devida trimestralmente, observando ainda a incidência do adicional do imposto
de renda de 10% que ultrapassar R$ 60.000,00 no trimestre. Para serviços em geral, aplica-se o
percentual de 32% sobre o valor do faturamento trimestral para determinação da base de cálculo.

Tabela 33 – Cálculo do 1º trimestre

Valor R$ Lucro presumido


350.000,00 112.000,00

Tabela 34

Imposto devidos R$
15% sobre R$ 112.000,00 16.800,00
10% adicional sobre R$ 112.000.00 (-) R$ 60.000,00 = R$ 52.000,00 5.200,00
9% sobre R$ 112.000,00 de Contribuição Social sobre o lucro líquido 10.080,00
Total 32.080,00

Reafirmado, o cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social é feito trimestralmente,


pois o período de apuração para o Regime do Lucro Presumido sempre é trimestral, de acordo com
a legislação tributária.

O mesmo não ocorre para os demais impostos, tais como PIS, Cofins e ISS, que são devidos
mensalmente. Porém, para facilitar, demonstramos os cálculos dos impostos devidos, tomando-se
o faturamento do 1º trimestre de R$ 350.000,00. O montante devido não se altera com o cálculo
mensal ou trimestral.

109
Unidade III

Tabela 35

Impostos Alíquotas Valor devido


PIS 0,65% R$ 2.275,00
Cofins 3,00% R$ 10.500,00
ISS 5,00% R$ 17.500,00
Total R$ 30.275,00

Percentual de encargos do INSS sobre a folha de pagamento mensal

A empresa, por ser optante do Lucro Presumido e por não estar em regime simplificado de
impostos, recolhe as contribuições sociais devidas à Previdência Social (INSS), aproximadamente
26,80% sobre o Salário Contribuição (Folha de Pagamento). O percentual acima é composto da
seguinte forma: 20,00% devido diretamente ao INSS; 5,80% para Contribuições a Terceiros, que
se referem aos serviços sociais autônomos, tais como Senai, Sesc, Sebrae, Salário Educação e
Incra, e 1% a título de Seguro de Acidentes do Trabalho, conforme o grau de risco da atividade
exercida pelo empregador. O percentual de seguros de acidentes varia de 1 a 3%, para riscos leve,
médio e grave.

Por hipótese, assumindo que o valor acumulado da folha de pagamento ou salário contribuição
do primeiro trimestre é de R$ 126.875,00 e aplicando-se o percentual de 26,80%, a empresa arcaria
com encargos devidos sobre a folha de pagamento no valor de R$ 34.002,00.

Tabela 36 – Resumo dos impostos devidos para o 1º trimestre

Impostos Valor em Reais


Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido 32.080,00
PIS, Cofins e ISS sobre o faturamento 30.275,00
Encargos sociais do INSS 34.002,00
Total 96.357,00

Saiba mais

Na realidade, os encargos sociais incidentes sobre a folha de pagamento


variam conforme atividade da empresa. Para maiores esclarecimentos, consulte:

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS). Cálculo da Guia da


Previdência Social – GPS. Brasília, 2018. Disponível em: <https://www.
inss.gov.br/servicos-do-inss/calculo-da-guia-da-previdencia-social-gps/>.
Acesso em: 4 abr. 2018.

110
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO

Tabela 37 – Cálculo do 2º trimestre

Valor R$ Lucro presumido


450.000,00 144.000,00

Tabela 38

Imposto devidos R$
15% sobre R$ 144.000,00 21.600,00
10% adicional sobre R$ 144.000.00 (-) R$ 60.000,00 = R$ 84.000,00 8.400,00
9% sobre R$ 144.000,00 de contribuição social sobre o lucro líquido 12.960,00
Total 42.960,00

PIS, Cofins e ISS são devidos mensalmente. Porém, para facilitar os cálculos, demonstramos
os impostos devidos, tomando-se o faturamento do 2º Trimestre de R$ 450.000,00. O montante
devido não se altera com o cálculo mensal ou trimestral.

Tabela 39

Impostos Alíquotas Valor devido


PIS 0,65% R$ 2.925,00
COFINS 3,00% R$ 13.500,00
ISS 5,00% R$ 22.500,00
Total R$ 38.295,00

Percentual de 26.80% de encargos do INSS sobre a folha de pagamento mensal ou salário


contribuição, assumindo hipoteticamente o valor para o 2º trimestre de R$ 126.875,00 x 26,80%
= R$ 34.002,00.

Tabela 40 – Resumo dos impostos devidos para o 2º trimestre

Impostos Valor em reais


Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido 42.960,00
PIS, Cofins e ISS sobre o faturamento 38.295,00
Encargos sociais do INSS 34.002,00
Total 115.257,00

Tabela 41 – Cálculo do 3º trimestre

Valor R$ Lucro presumido


540.000,00 172.800,00

111
Unidade III

Tabela 42

Imposto devidos R$
15% sobre R$ 172.800,00 25.920,00
10% adicional sobre R$ 172.800.00 (-) R$ 60.000,00 = R$ 112.800,00 12.280,00
9% sobre R$ 172.800,00 de contribuição social sobre o lucro líquido 15.552,00
Total 53.752,00

PIS, Cofins e ISS são devidos mensalmente. Porém, para facilitar os cálculos, demonstramos
os impostos devidos, tomando-se o faturamento do 3º trimestre de R$ 540.000,00. O montante
devido não se altera com o cálculo mensal ou trimestral.

Tabela 43

Impostos Alíquotas Valor devido


PIS 0,65% R$ 3.510,00
COFINS 3,00% R$ 16,200,00
ISS 5,00% R$ 27.000,00
Total R$ 46.710,00

Percentual de 26.80% de encargos do INSS sobre a folha de Pagamento mensal ou salário


contribuição, assumindo hipoteticamente o valor para o 3º trimestre de R$ 126.875,00 x 26,80%
= R$ 34.002,00.

Tabela 44 – Resumo dos impostos devidos para o 3º trimestre

Impostos Valor em reais


Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido 53.752,00
PIS, Cofins e ISS sobre o faturamento 46.710,00
Encargos sociais do INSS 34.002,00
Total 134.464,00

Tabela 45 – Cálculo do 4º trimestre

Valor R$ Lucro presumido


630.000,00 201.600,00

Tabela 46

Imposto devidos R$
15% sobre R$ 201.600,00 30.240,00
10% adicional sobre R$ 201.600 .00 (-) R$ 60.000,00 = R$ 141.600,00 14.160,00
9% sobre R$ 201.600,00 de contribuição social sobre o lucro liquido 18.144,00
Total 62.544,00

112
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO

PIS, Cofins e ISS são devidos mensalmente. Porém, para facilitar os cálculos, demonstramos os
impostos devidos, tomando-se o faturamento do 4º Trimestre de R$ 630.000,00. O montante devido
não se altera com o cálculo mensal ou trimestral.

Tabela 47

Impostos Alíquotas Valor devido


PIS 0,65% R$ 4.095,00
COFINS 3,00% R$ 18,900,00
ISS 5,00% R$ 31.500,00
Total R$ 54.495,00

Percentual de 26,80% de encargos do INSS sobre a folha de Pagamento mensal ou salário


contribuição, assumindo hipoteticamente o valor para o 4º trimestre de R$ 126.875,00 x 26,80%
= R$ 34.002,00.

Tabela 48 – Resumo dos Impostos Devidos para o 4º trimestre

Impostos Valor em reais


Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro liquido 62.544,00
PIS, Cofins e ISS sobre o faturamento 54.495,00
Encargos sociais do INSS 34.002,00
Total 151.041,00

Tabela 49 – Total dos impostos por trimestre

Trimestre Valor em reais


1º 96.357,00
2º 115.257,00
3º 134.464,00
4º 151.041,00
Total 497.119,00

8.4.4 Comparação entre Simples Nacional e Lucro Presumido

Tabela 50

Simples Nacional – Anexo III Simples Nacional – Anexo V Lucro presumido


R$ 275.012,00 R$ 384.544,00 R$497.119,00

Para um faturamento anual de R$ 1.970.000,00, e a empresa fazendo a opção pelo Simples


Nacional, em comparação com o Lucro Presumido, a empresa terá uma economia tributária
de R$ 222.107,00, caso possa ser tributada pelo Anexo III (fator “r” maior que 28%), ou uma
economia de R$ 112.575,00, caso seja tributada pelo Anexo V (fator “r” menor que 28%).

113
Unidade III

8.4.4.1 Opção pelo Lucro Real

Utilizando as mesmas informações do faturamento anual de R$ 1.970.000,00, a empresa


elege‑se para o regime de Lucro Real. O impacto maior na sua tributação seria no cálculo
mensal do PIS e Cofins, cujas alíquotas no regime de Lucro Real são, respectivamente, de
1,65 % e 7,6%.

Tabela 51 – Comparativo do PIS e Cofins

Impostos PIS Cofins Total


Modalidade - Lucro real 32.505,00 149.720,00 182.225,00
Modalidade – Lucro presumido 12.805,00 59.100,00 71.905,00
Diferença a maior 19.400,00 90.620,00 110.320,00

Para que houvesse uma igualdade entre os regimes Lucro Presumido e Lucro Real, somente
valeria a pena a opção pelo Regime de Lucro Real se a empresa tivesse condições de prever que o
seu lucro contábil anual ficasse em torno de 15,68 % de suas vendas brutas de R$ 1.970.000,00,
ou seja, um lucro antes do Imposto de Renda e Contribuição Social de aproximadamente
R$ 308.870,00.

Cálculo do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido antes dos impostos.

Tabela 52

Lucro Real 308.870,00


15% de Imposto de Renda s/ 308.870,00 46.330,50
10% Adicional (308.870,00 – 240.000,00) = 68.870,00 6.887,50
9% de Contribuição Social s/ 308.970,00 27.798,30
Total 81.016,30

Tabela 53

Impostos IRPJ e CSLL


Modalidade - Lucro Real 81.016,30
Modalidade – Lucro Presumido 191.336,00
Diferença menor 110.319,70

Somente valeria a pena a empresa optar pelo Lucro Real se pudesse prever que o seu lucro
líquido anual, antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social, fosse aproximadamente igual
ou menor que R$ 308.870,00.

114
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO

Para lucros maiores que R$ 308.870,00, o imposto de renda e a contribuição social devidas
seriam maiores que R$ 81.016,30, portanto, do ponto de vista de economia tributária, não seria
favorável para a empresa a opção pelo Lucro Real.

O exemplo apresentado é apenas elucidativo e não exaustivo. A empresa sempre terá que
levar em consideração o ramo de atividade, se comércio, indústria ou serviços, e os respectivos
enquadramentos nos Anexo I a V do Simples Nacional, considerando a incidência de outros
impostos, como ICMS e o IPI.

O exemplo demonstrado acima indica que a opção pelo regime simplificado do Simples
Nacional é a melhor opção em razão de sua carga tributária total ser de R$ 275.212,00 ou R$
384.544,00, conforme demonstrado no item 8.4.4, menor que a opção pelo Lucro Presumido, cuja
carga tributária totaliza R$ 497.119,00.

Quando a empresa não tem a possibilidade de enquadramento no Simples Nacional, de acordo


com o art. 3º, II, §§2º e 4º, e art. 17 da Lei Complementar nº 123/2006, que descreve os diversos
impedimentos, resta somente a opção pelos regimes tributários Lucro Presumido ou Lucro Real.
Porém, deve ser levado em consideração os impactos dos impostos PIS e COFINS sobre o faturamento,
cujas alíquotas para as empresas optantes do Lucro Real maiores, ou seja, 1,65% para o PIS e 7,6%,
para a COFINS. Já na modalidade do Lucro presumido, as alíquotas são respectivamente menores,
0,65% e 3%.

É importante saber se a empresa, durante o período de apuração dos impostos sobre o Lucro
Líquido, em determinados meses, terá prejuízos contábeis ou fiscais; quando adotado o Regime
de Lucro Real Anual, é possível compensar prejuízos fiscais dos períodos ou meses seguintes com
lucros fiscais anteriores. Tal situação indica que a empresa, em determinado mês ou período de
apuração, não teria imposto a recolher.

No Lucro Presumido, a empresa sempre terá que recolher o Imposto de Renda e Contribuição
Social, pois a modalidade do cálculo é o faturamento e outras receitas, independentemente da
existência ou não de lucros contábeis ou fiscais. Porém, essa modalidade tem a seu favor as
diferenças de alíquotas do PIS e Cofins.

Se fossemos estabelecer uma hierarquia de escolha de Regimes Tributários, o Simples Nacional


seria a 1ª opção, o Lucro Presumido a 2ª, e o Lucro Real, a 3ª opção.

Resumo

Nesta unidade destaca‑se o conceito de lucro real, ou lucro tributável,


que é obtido com base na contabilidade ou nos balancetes contábeis,
trimestralmente e ajustado por adições e exclusões ao lucro contábil
estabelecidas na legislação tributária.

115
Unidade III

As adições somadas ao lucro líquido contábil trimestral podem ser


entendidas como diferenças permanentes e diferenças temporárias, ou
adições e exclusões ao lucro líquido contábil.

Diferenças permanentes, conceitualmente, são despesas contabilizadas


que se caracterizam à luz da legislação tributária como despesas não
operacionais ou não necessárias. Portanto, do ponto de fiscal, não são
dedutíveis no ano de sua contabilização e nunca serão nos anos seguintes.

A titulo de exemplo, suponha que determinada empresa tenha


contabilizado despesas de viagem relativas a férias de familiares. No
entendimento da Receita Federal, é uma despesa não operacional ou não
necessária, pois, para a empresa atingir os seus objetivos sociais, tal despesa
em nada contribuiu para formação do lucro da empresa. Logo, essa despesa
do ponto de vista fiscal é não dedutível. Vale dizer que também do ponto
de vista contábil não é uma despesa operacional e necessária, salvo se a
viagem fosse agregar valores e esforços para melhoria da sua situação
financeira e de lucro.

Diferenças temporárias não são dedutíveis no ano de sua contabilização,


mas poderão ser dedutíveis nos anos seguintes desde de que atendidas as
exigências prescritas na legislação tributária.

Como exemplo, de maneira bem sucinta e simplificada, suponhamos


que, em determinado ano, uma indústria de bens duráveis de uso doméstico
tenha produzido diversos lotes de produtos com qualidade duvidosa e
mesmo assim efetuou as suas vendas.

Conhecedora do problema, ou contingência (incerteza), no ano seguinte


receberá um número muito grande de reclamações e terá que arcar com os
custos de troca ou reparos dos produtos em questão.

A contabilidade, de acordo com a sua teoria e pronunciamentos


contábeis que disciplinam situações como essas, decide fazer uma
provisão para contingências, contabilizando no ano que ocorreu as
vendas, ou quando a empresa obteve as suas receitas vendas, lançando
em despesas o valor estimado dos possíveis desembolsos que ocorrerão
no ano seguinte.

Essa provisão, ou contabilização da despesa, não é dedutível no ano


de sua contabilização, porém será dedutível no ano seguinte, quando
de fato ocorrer os desembolsos da empresa pela troca, substituição
ou os custos com reparos decorrentes dos produtos produzidos com
qualidade duvidosa.
116
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO

Diferenças permanentes são receitas que a empresa obteve e que, de


acordo com a legislação fiscal ou do imposto de renda, não são tributáveis
no ano de sua contabilização e nunca serão. Por exemplo, receitas de
dividendos que a empresa recebeu pelo fato de ser detentora de ações ou
quotas de capital em caráter permanente em outras empresas (Participações
societárias em outras empresas).

Diferenças temporárias exclusões referem‑se a despesas que foram


contabilizadas como indedutíveis no ano anterior e cumpridas as exigências
da lei tributária no ano seguinte tornam‑se dedutíveis (Provisões para
Contingências).

Importante que, na elaboração do Lucro Real, existem na legislação


tributária do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido inúmeras situações que devem ser levadas em consideração quando
da determinação do lucro tributável ou lucro real trimestral.

Enfatizamos que cálculo do Lucro Tributável é em bases trimestrais, por


que essa é a regra geral de tributação prevista em lei. Porém, na flexibilização
da legislação do imposto de renda, é admissível apurar o imposto de renda e
a contribuição social sobre o lucro líquido devidos com base nos balancetes
levantados mensalmente.

Mais uma vez chamamos a atenção para o Planejamento Contábil


Tributário, já que estudos devem ser levados em consideração no momento
de optar pela tributação mensal ou trimestral para as empresas tributadas
pelo Lucro Real.

Exercícios

Questão 1. (CRC 2012, adaptada) Leia o texto de Rodrigo Fernandes Malaquias et al. (2011) a seguir.

Fonte: CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília, n. 188, p. 59, mar./abr. 2011.
Disponível em: <http://cfc.org.br/uparq/resumo_188.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2011. Texto adaptado.

Quais podem ser os reflexos da contabilização de juros sobre o capital próprio na riqueza do acionista?

A função fundamental do administrador financeiro de uma empresa é a maximização da riqueza do


acionista. Com a evolução da função financeira, desde a década de 1950, foram desenvolvidos vários
trabalhos e modelos, visando ao atendimento deste objetivo. No Brasil, a partir da aprovação da Lei nº
9.249/95, tornou-se possível a contabilização de Juros Sobre o Capital Próprio (JSCP) aos acionistas e
sua dedução como despesa financeira para fins fiscais. Como a forma de tributação incidente sobre esta
opção de remuneração difere de pessoas físicas para pessoas jurídicas, este trabalho tem por objetivo

117
Unidade III

identificar quais podem ser os reflexos da contabilização de JSCP na riqueza do acionista, demonstrando
como se pode utilizar o JSCP para aumento da riqueza dos acionistas. Para tanto, realizou-se um estudo
descritivo, analisando-se documentos indiretos da empresa selecionada. Tal empresa faz parte do
setor de Telecomunicações, setor que contabilizou o maior montante de JSCP no ano de 2006. Como
considerações finais, tem-se que o JSCP pode ser utilizado para a maximização da riqueza do acionista
em virtude da economia de impostos. No entanto, com algumas particularidades, esta vantagem pode
deixar de existir em razão do tipo de acionista recebedor, se pessoa física ou jurídica.

De acordo com o texto, é correto afirmar que:

A) A contabilidade de Juros Sobre o Capital Próprio aos acionistas e sua dedução como despesa
financeira para fins têm fundamento legal datado de 1995.

B) A riqueza dos acionistas interfere na economia de impostos por parte da empresa.

C) A empresa em questão adotou contabilização de receitas com Juros Sobre o Capital Próprio.

D) O objetivo da pesquisa é correlacionar os efeitos da riqueza do acionista na contabilização de


Juros Sobre o Capital Próprio.

E) Independentemente do tipo de acionista recebedor dos Juros Sobre o Capital Próprio, se pessoa
física ou jurídica, sua contabilização produz vantagem econômica.

Resposta correta: alternativa A.

Análise das alternativas

A) Alternativa correta.

Justificativa: a Lei nº 9.249, de dezembro de 1995, regulamenta a dedução dos Juros Sobre o Capital
Próprio como despesa e, em seu Art. 9º, determina que “a pessoa jurídica poderá reduzir, para efeitos da
apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados individualmente a titular, sócios ou acionistas, a
título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados
à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP”.

B) Alternativa incorreta.

Justificativa: a riqueza dos acionistas não interfere na economia de impostos por parte da empresa,
apenas faz parte do Patrimônio Líquido.

C) Alternativa incorreta.

Justificativa: a empresa em questão contabilizou as despesas com os Juros Sobre o Capital Próprio
como dedução para efeitos fiscais.
118
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: o texto informa que o objetivo da pesquisa é identificar quais podem ser os reflexos
da contabilização de JSCP na riqueza do acionista quando a empresa utiliza um artifício de elisão fiscal,
previsto em lei.

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: os Juros Sobre o Capital Próprio podem ser utilizados para a maximização da riqueza
do acionista em virtude da economia de impostos, dependendo do tipo de acionista recebedor, se pessoa
física ou jurídica, pois ambas atendem regimes tributários diferenciados.

Questão 2. A legislação fiscal admite algumas deduções ou reduções do pagamento do Imposto de


Renda a título de incentivos fiscais. Dentre os incentivos fiscais de dedução do imposto está o Programa
de Alimentação do Trabalhador, cujo objetivo é melhorar a situação nutricional dos trabalhadores
visando à promoção de sua saúde e à prevenção de doenças relacionadas ao trabalho. Acerca do assunto,
assinale a alternativa INCORRETA.

A) Pessoas jurídicas inscritas no programa podem deduzir o incentivo diretamente no Imposto


de Renda apurado pelo lucro real, até o limite de 4% do imposto em cada período, excluído
o adicional.

B) A execução das ações no Programa de Alimentação do Trabalhador pode ser considerada como
despesas pelas pessoas jurídicas.

C) Para a participação no Programa de Alimentação do Trabalhador, a pessoa jurídica deverá manter


um serviço próprio para o preparo das refeições que serão oferecidas aos seus trabalhadores.

D) Toda a despesa que a pessoa jurídica despende com seus trabalhadores não produz natureza
salarial e, assim, não produz efeitos previdenciários.

E) A contabilização dos gastos com o Programa de Alimentação do Trabalhador seguirá os critérios


das despesas.

Resolução desta questão na plataforma.

119
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 1

645101. Disponível em: <www.morguefile.com/archive/display/645101>. Acesso em: 19 mar. 2012.

Figura 2

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Figura 3

644926. Disponível em: <www.morguefile.com/archive/display/644926>. Acesso em: 19 mar. 2012.

Figura 4

616059. Disponível em: <www.morguefile.com/archive/display/616059>. Acesso em: 19 mar. 2012.

Figura 5

MOEDAS_DE_DINHEIRO.HTM. Disponível em: <www.cepolina.com/po/moedas_de_dinheiro.htm>. Acesso


em: 19 mar. 2012.

Figura 6

BRASIL. Carga tributária no Brasil 2016. Brasília, 2016. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.
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Figura 7

LION_SNOW.JPG. Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6e/Lion_snow.


jpg>. Acesso em: 15 maio 2018.

120
REFERÊNCIAS

Textuais

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Cofins; revoga o Regime Tributário de Transição – RTT e dá outras providências. Brasília, 2014.
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14 de dezembro de 2006, altera as Leis nº 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de
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Exercícios

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Unidade I – Questão 2: CESGRANRIO. Petrobras 2010: Contador(a) Júnior. Conhecimentos


Específicos. Bloco 2. Questão 51. Disponível em: < https://arquivo.pciconcursos.com.br/
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Unidade II – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2009: Ciências Contábeis. Questão 35.
Disponível em: <http://public.inep.gov.br/enade2009/CIENCIAS_CONTABEIS.pdf>. Acesso em: 5 jul. 2018.

125
Unidade II – Questão 2: ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA (ESAF). Concurso Público
2009: Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. Direito Tributário. Prova 2. Questão 40.
Adaptada. Disponível em: <https://arquivo.pciconcursos.com.br/provas/13499330/ec8bbab4a03b/
prova2_gabarito1.pdf>. Acesso em: 5 jul. 2018.

Unidade III – Questão 1: CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Exame de Suficiência


2009: Bacharel em Ciências Contábeis. Texto base para Questões 48 e 49. Adaptada. Disponível
em: <https://www.tecconcursos.com.br/conteudo/concursos/4435>. Acesso em: 5 jul. 2018.

126
127
128
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

Você também pode gostar