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familiares de pacientes
com Alergia à Proteína
do Leite de Vaca
O tratamento da Alergia à
Proteína do Leite de Vaca (APLV)
é baseado na exclusão total de
leite de vaca e seus derivados
da alimentação1. Para isso, é
fundamental a colaboração de
todos da família (mãe, pai, avós,
tios) e de outros cuidadores
(babás, professores, vizinhos e
amigos). Mesmo quantidades
muito pequenas de proteínas
do leite são capazes de provocar
reações alérgicas!2
Eu estou amamentando. Posso continuar?
Preciso tomar algum tipo de suplemento?
O aleitamento deve ser continuado, mas
você deve fazer a dieta de exclusão de
1 Leia SEMPRE TODOS os rótulos
de produtos industrializados
cuidadosamente, mesmo que
já tenha oferecido ao seu filho
anteriormente.
Lactoglobulina
Lactulose
Lactose*
Proteína do soro
Caseína (Whey Protein)
leite e derivados, pois as proteínas do e cosméticos (sabonetes, xampus,
Lactoferrina Galactose
leite de vaca podem ser transmitidas cremes) podem conter leite em Proteína láctea
Caseinato
3
sua composição2,4. do soro do leite
pelo leite materno1. É importante que Proteína do leite
Lactoalbumina microparticulada
você tenha uma alimentação variada,
(substituto de
com consumo de carnes, feijão, frutas, Milk
gordura)
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verduras e legumes, diariamente3.
Só compre produtos de marcas
Com a exclusão do leite de vaca e seus
confiáveis. Você pode ler o rótulo
derivados, é necessário que você receba em três momentos diferentes para
suplementação medicamentosa de garantir a segurança: quando for Os seguintes alimentos ou
cálcio (1000mg/dia, dividido em 2 a 3 comprar o alimento, ao guardar em ingredientes NÃO significam leite e,
doses ao dia)1. casa e antes de oferecer à criança. portanto, podem ser consumidos:
lactato de cálcio ou de sódio,
Guarde os alimentos da criança estearoil lactil lactato de cálcio ou de
em áreas separadas e seguras, na sódio, manteiga de cacau, leite de
despensa e geladeira2,8. coco e cremor tártaro6.
10
coalhada), leite de outros animais e padarias pode estar “contaminado”
6
assim, é necessário conferir o rótulo2.
(cabra) e preparações caseiras com proteínas do leite ao ser cortado na
ou industrializadas com leite e mesma máquina em que são fatiados os
derivados. Fique atento: o leite queijos6,10.
pode estar oculto como ingrediente A exposição ao sol produz
em: achocolatados, balas, biscoitos, Também é necessário cuidado ao vitamina D através da pele, que
Não ofereça produtos preparar alimentos em casa, como estimula a absorção intestinal do
bebidas (vitaminas de frutas,
com declarações por exemplo, o óleo para fritura. De cálcio11. Recomenda-se banho de
milkshakes), bolos, cereais matinais,
que indiquem a preferência, utilize utensílios separados sol 30 minutos por semana. Se
chantilly, chicletes, chocolates,
possibilidade de (pratos, copos, mamadeiras, talheres) do estiver apenas de fraldas, de seis
cremes, empanados, embutidos
conter leite, como: resto da família2,4,10. a oito minutos por dia, três vezes
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(salames, linguiças), engrossantes,
“pode conter traços por semana, se estiver com roupa,
flan, manjar, margarinas, molhos,
de leite”, “produzido duas horas/semana (17 minutos
pães, pudins, purês, sopas, sorvetes,
em equipamentos que por dia), expondo apenas o rosto e
torrone (nougat) e tortas1,6,9,10.
processam leite”2. É importante fazer receitas especiais as mãos da criança12. Em casos de
para melhorar aceitação da dieta e deficiência da vitamina, pode ser
Apesar de não ser regra é bom ter evitar a monotonia alimentar3. Se necessário suplementá-la3.
cautela com: aromatizante, sabor desejar adaptar receitas caseiras,
ou aroma natural (creme de coco, o leite pode ser substituído, na
creme bavária, manteiga, margarina, mesma quantidade, por água,
caramelo, queijo entre outros) pois suco de frutas ou fórmula/bebida
podem conter traços de leite.7 especial isenta de leite de vaca2.
Orientações para compartilhar com Restaurantes e Viagens
quem também cuida de seu filho Lanchonetes Sempre carregar alimentos seguros
Evitar restaurantes do tipo “self-service” para a criança, especialmente em
viagens de avião
Escolher preparações simples, se
possível com um único ingrediente
E quando meu filho estiver fora de casa? Evitar molhos, sobremesas, preparações
com coberturas, frituras e cozidos
Existem cuidados especiais? Informar ao garçom ou gerente sobre
Seu filho não precisa ficar isolado, sem convívio com outras pessoas, mas é necessário que a alergia à proteína do leite de vaca Festas, visitas em
se tome alguns cuidados2,4: e questionar quanto aos casas de parentes e
ingredientes e modo de
amigos:
preparo das refeições
Creche/Escola Lavar as mãos da criança antes e após
Verificar o risco de
Supervisionar a criança
comer
Supervisionar a criança durante as “contaminação” com Ligar antecipadamente
refeições Fornecer refeição segura (sem leite de pequenas quantidades de para o dono da festa ou
vaca e sem contato com alimentos/ leite ou da utilização dos da casa e informar sobre
Não permitir que a criança compartilhe utensílios com leite) ou permitir que a a alergia à proteína do
mesmos utensílios para
utensílios e alimentos com amigos criança leve o lanche de casa leite de vaca
todas as preparações
Limpar a mesa e brinquedos Reconhecer reações alérgicas, realizar Sempre carregar
Dar preferência para
os primeiros socorros e entrar em produtos industrializados, com rótulos alimentos seguros para a
contato com os pais criança
Caso não confie no estabelecimento,
não faça a refeição
A dieta de exclusão é para sempre?
Meu filho vai tolerar leite de vaca?
A APLV (Alergia a Proteína do Leite doença. Isso deve ser avaliado
de Vaca) é passageira e a chance individualmente1
do seu filho deixar de ser alérgico
Estas informações ajudarão você
(tolerar o leite de vaca) aumenta
e sua família a entender um
com a idade. Não é possível dizer
pouco mais sobre a APLV e seu
exatamente em quanto tempo
tratamento. É importante que
seu filho deixará de ser alérgico,
você tire suas dúvidas com seu
mas a avaliação da história
médico e/ou nutricionista.
familiar de alergias, do tipo de
sintomas e/ou os resultados dos
exames de alergia podem dar
“pistas” para o médico quanto ao
provável tempo de duração da
Dra. Glauce Hiromi Yonamine — Mestre em Ciências pelo Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo (FMUSP). Especialista em Saúde, Nutrição e Alimentação Infantil pela Universidade
Federal de São Paulo. Nutricionista das Unidades de Alergia e Imunologia e Gastroenterologia do Instituto da
Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP. CRN3 - 13781
Referências: 1. Fiocchi A, Brozek J, Schünemann H, Bahna SL, von Berg A, Beyer K, et al. World Allergy Organization (WAO) Diagnosis and Rationale for Action against Cow’s Milk Allergy (DRACMA) Guidelines. Pediatr Allergy Immunol.
2010 Jul;21 Suppl 21:1-125. 2. Muñoz-Furlong A. Daily coping strategies for patients and their families. Pediatrics 2003; 111: 1654-61. 3. Somers L. Food Allergy: nutritional considerations for primary care providers. Pediatr Ann 2008;
37(8): 559-68. 4. Kim JS, Sicherer SH. Living with food allergy: allergen avoidance. Pediatr Clin North Am. 2011 Apr;58(2):459-70 5. Steinman HA. “Hidden” allergens in foods. J Allergy Clin Immunol 1996; 98 (2): 241-50. 6. The Food
Allergy & Anaphylaxis Network. Milk. Disponível em: www.foodallergy.org/page/milk-allergy 7. Christie L. Nutrition basics in food allergy. Curr Allergy Rep 1:80-7, 2001. 8. Koerner CB, Sampson HA. Diets and nutrition. In: Metcalfe DD,
Sampson HA, Simon RA. Eds. Adverse reactions to foods and food additives. Oxford, UK: Blackweel Scientific; 1996: 461-484. 9. Baker HB, David TJ. The dietetic and nutritional management of food allergy. J R Soc Med 90(Suppl 30): 45-50,
1997. 10. Consortium of Food Allergy Research (CoFar). Food Allergy Education Program. Disponível em: http://web.emmes.com/study/cofar/EducationProgram.htm 11. Institute of Medicine (IOM). Dietary Reference Intakes for Calcium
and Vitamin D. Washington, DC: The National Academies Press. 2011. Disponível em: www.iom.edu 12. Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de orientação para a alimentação do lactente, do pré-escolar, do escolar, do adolescente e
na escola / Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia. – 2. ed. - São Paulo: SBP, 2008.
Nota importante: O leite materno é o melhor alimento para o lactente e até o 6º mês deve ser oferecido como fonte exclusiva de alimentação, podendo ser mantido até os 2 anos de idade ou mais. As gestantes e nutrizes devem ser orientadas
sobre a importância de ingerir uma dieta equilibrada com todos os nutrientes e sobre a importância do aleitamento materno. As mães devem ser alertadas para o uso de mamadeiras, bicos e chupetas: eles podem dificultar o aleitamento
materno, particularmente quando se deseja manter ou retornar à amamentação; seu uso desnecessário ou inadequado pode trazer prejuízos à saúde do lactente, além de custos desnecessários. Material destinado exclusivamente aos
profissionais da saúde, obedecendo rigorosamente a Portaria nº. 2051, de 08 de novembro de 2001, Resolução - RDC nº. 222, de 5 de agosto de 2002, Lei n° 11265 de 3 de janeiro de 2006 e Lei nº 11.474 de 15 maio de 2007.