Resumo
A resistência dos circuitos elétricos pode ser estimada através de duas leis principais, as leis de Ohm e as leis de
Kirchhoff. Nesta prática, observamos as diferenças de luminosidade quando lâmpadas são colocadas em série ou em
paralelo e analisamos circuitos com associação de resistores. No primeiro, introduzimos a tensão máxima suportada
por cada lâmpada e, nos circuitos resistivos, medimos as resistências com o Ohmímetro. Obtivemos então valores
referentes as resistências medidas, dispostos em tabelas. Finalmente, concluímos qual caso de ligação possui maior
luminosidade e a validade das leis de Kirchhoff.
2. Resultados e Discussão
a) Associação de lâmpadas em série e em paralelo
De acordo com a prática realizada em laboratório, observou-se que ao colocar duas lâmpadas (tensão
mínima de 6 V) em série, e aplicar uma tensão de 6 V, embora as duas lâmpadas acendam, elas apresentam
uma luminosidade baixa. Quando se trocou uma das lâmpadas por um jumper e aplicou-se novamente uma
tensão de 6 V, observou-se que a luminosidade da lâmpada foi maior do que no primeiro caso. Em seguida,
observou-se que ao retirar o jumper, o que resultou em um circuito aberto, a lâmpada não acende. Na
segunda parte, referente ao circuito em paralelo, foi possível observar que a luminosidade das lâmpadas é a
mesma, tendo uma ou duas lâmpadas no circuito.
Visto isso e sabendo-se que a luminosidade da lâmpada depende da corrente elétrica que passa por ela,
percebe-se que em circuitos com associação em série, nos quais a corrente é a mesma em todos os pontos, e
a tensão é a soma de todas as tensões, sendo então, a resistência equivalente do circuito determinada pela
soma de todas as resistências. Explica o fato de no primeiro caso (circuito em série) as duas lâmpadas terem
uma luminosidade reduzida, já que a corrente é inversamente proporcional a resistência, e nesse caso a
resistência equivalente será a somas das resistências das duas lâmpadas, o que resulta uma corrente menor
do que no caso do circuito com apenas uma lâmpada.
No caso da associação em paralelo, a tensão será a mesma em todos os pontos e a corrente total será
o somatório de todas as correntes. Dessa forma, o inverso da resistência equivalente será a soma dos
inversos das resistências do circuito. O que resulta em uma resistência equivalente menor do que no circuito
série e consequente um fluxo de corrente é maior. Fato observado na prática, ao comparar-se a luminosidade
das duas lâmpadas ligadas em paralelo, que é maior do que a luminosidade observada quando ligadas em
série.
Ao observar-se as duas associações, percebe-se que a associação em paralelo é a mais apropriada para
se obter uma maior luminosidade, visto que, cada lâmpada individualmente apresenta uma luminosidade
maior nas associações em paralelo do que nas associações em série, já que a corrente elétrica que atravessa
cada uma delas é maior nas associações em paralelo.
Nas residências, a forma mais utilizada é a associação em paralelo, pelo motivo acima, também pelo
fato, de que em circuitos em série, quando ocorre a queima de uma lâmpada, todas as outras serão afetadas e
se apagam, isso se dá ao fato de que o fluxo de corrente é interrompido, e não há caminho alternativo para a
corrente elétrica. Já na associação em paralelo, o fato de uma das lâmpadas queimar, não irá afetar as outras,
já que não haverá interferência no fluxo.
b) Associação de resistores
O circuito analisado em laboratório e os dados experimentais obtidos estão dispostos a seguir:
Circuito 3
Ao analisar o circuito 3 e a tabela 2, percebe-se que no trecho AB os resistores R1 e R2 estão ligados em série,
com isso a corrente de 0,19 ± 0,01 mA que passa por cada um dos resistores corresponde a corrente total no trecho.
Ainda, é possível observar que o trecho BC é constituído de uma ligação em paralelo dos resistores R3 e R4.
Assim, a corrente no trecho é dividida entre esses resistores. Como as correntes são de 0,5 ± 0,1 mA e 0,13 ± 0,01 mA
para os resistores R3 e R4, respectivamente, temos uma corrente total de 0,18 ± 0,01 mA no trecho CB.
Além dos valores de resistências obtidos diretamente da medição com o ohmímetro mostrados na tabela 2, é
possível obter os valores de resistência equivalente em cada trecho por meio do uso das fórmulas de associação de
resistores1 e da 1ª Lei de Ohm 2. Os valores obtidos por meio das fórmulas descritas, suas incertezas 3 propagadas e o
erro relativo4 aos valores medidos estão dispostos na tabela abaixo.
Resistências equivalentes
Trecho AB Trecho BC Circuito completo
Rcalculado associação ± σR (KΩ) 22,67 ± 0,01 4,255 ± 0,005 26,93 ± 0,01
Rmedido ± σR (KΩ) 22,7 ± 0,1 4,25 ± 0,01 26,9 ± 0,1
i ± σi (mA) 0,19 ± 0,01 0,18 ± 0,01 0,19 ± 0,01
V ± σV (V) 4,21 ± 0,01 0,790 ± 0,001 5,00 ± 0,01
Rcalculado 1°lei ± σR (KΩ) 22,2 ± 0,1 4,39 ± 0,06 26,6 ± 0,1
Erro (%) Rassociação X Rmedido 0,13% 0,12% 0,11%
Erro (%) R1°lei X Rmedido 2,2% 3,3% 1,1%
Ainda, para melhor análise dos valores das resistências, por meio da 1° Lei de Ohm 2 e utilizando os valores de
tensão e corrente em cada resistor (tabela 1) calculou-se os valores das resistências em cada resistor, também foram
calculados as incertezas 3 propagadas e o erro relativo 4 aos valores medidos, os resultados obtidos estão apresentados
na tabela a seguir:
Erro Relativo
Resistor R (kΩ) σR (kΩ) V/i (kΩ) σV/i (kΩ)
(%)
R1 18,33 0,01 17,9 0,9 2,3%
R2 4,34 0,01 4,3 0,2 0,9%
R3 5,81 0,01 6,09 0,09 4,8%
R4 15,90 0,01 15,8 0,4 0,6%
Ao observar os valores dos erros relativos, percebe-se que o erro obtido nos valores de resistência
calculados por meio da 1° Lei de Ohm com relação aos valores medidos é pequeno, comprovando-se então
que o uso desta lei é valido.
As fórmulas utilizadas para obtenção dos dados das tabelas acima foram as seguintes:
1
Associação em série: Req =R1 + R2 +… Rn
1 1 1 1
1
Associação em paralelo: = + + …+
R eq R1 R2 Rn
2
1ª Lei de Ohm: V =R × i
2
∂z
3
Incertezas (Propagação):
√ ∑i ( )
∂ xi
Por fim, percebe-se que a corrente em associações em série é a mesma em todos os resistores que compõe a
associação e corresponde a corrente total na associação, como acontece no trecho AB (I R1 = IR2 = IAB) do circuito
analisado. Já a tensão total é a soma das tensões em cada resistor (V R1 + VR2 = VAB). Já em circuitos com resistores
ligados em paralelo, a exemplo do trecho BC do circuito 3, a tensão é a mesma em cada trecho e igual a tensão total
do circuito (VR3 = VR4 = VBC), sendo então a corrente total igual à soma das correntes que percorre cada ramo (I R3 + IR4
= IBC).
c) Leis de Kirchhoff
A figura abaixo representa o esquema de ligação do circuito 4, o qual é alimentado por duas fontes
(V1 e V2) e três resistores (R1, R2 e R3, os mesmos utilizados na parte de associação de resistores).
A tabela a seguir, mostra os valores das correntes e tensões medidas em laboratório no circuito 4:
Circuito 4
Medidas de corrente
I (mA) σb ( = σc) (mA)
I1 1,73 0,01
I2 0,17 0,01
I3 1,55 0,01
Medidas de tensão
V (V) σb ( = σc) (V)
Vfonte1 5,00 0,01
Vfonte2 9,02 0,01
VR1 3,25 0,01
VR2 0,770 0,001
VR3 9,02 0,01
Com base nas Leis de Kirchhoff (Leis dos nós e lei do das malhas) e o circuito 4, desenvolveu-se as
seguintes equações:
Nó b : I1= I2 + I3
Nó e : I1= I2 + I3
Utilizando os valores nominais de resistência nas equações das Leis de Kirchhoff os valores
encontrados para I1, I2 e I3 foram, respectivamente, 1.73mA, 0.18mA e 1.55mA. Comparando os valores
calculados com os valores medidos vê- se que eles estão dentro da margem de incerteza.
Para verificar a validade das Leis de Kirchhoff foram feitos os seguintes cálculos:
Nó b: I1= I2 + I3
Então conclui-se a validade das leis de Kirchhoff, pois os resultados estão próximos dos medidos.
4. Conclusões
Específicas
Geral
5. Referências Bibliográficas
Roteiro de experiência disponibilizado em aula.
SENAI. 1ª e 2ª Lei de Kirchhoff. In: SENAI. 1ª e 2ª Lei de Kirchhoff. [S. l.]. Disponível em:
http://adjutojunior.com.br/eletronica_basica/12_Lei_de_Kirchhoff.pdf. Acesso em: 16 set. 2021.