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Práticas Sucessões

(primeira aula) 13/03 - Sofia Henriques


Pamplona Corte Real - casos de familia e sucessões - comprar
Pamplona Corte Real - Curso de direito das sucessões (opcional)

Vamos dar sucessão legitimária e depois casos práticos

Prox. Aula: Como se faz a partilha


E na aula segunte caso 52 sobre herdeiro/legatário

E-mail: sofiahenriques@fd.ulisboa.pt

Até proxima sexta entregar ficha

Trazer calculadora para as aulas

20/03
Sucessão: Legal  Legítima e Legitimária //  Voluntária  Contratual e Testamentária

Quando alguem falece há quota indisponível – herdeiros legitimários; e quota disponível – que pode
deixar a quem quiser, se nada disser abre-se sucessão legítima - herdeiros legítimos.
Sucessão contratual1 vs testamentária2  1Acenta num contrato – pacto sucessório ou …, em
princípio só é revogada havendo acordo entre ambos os outorgantes. 2Funda-se no testamento.

É possível na mesma herança abrirem-se as 4 modalidades de sucessão? Pacto sucessório mas não
dispos sobre alguns bens – abre-se então sucessão legítima para estes bens.
É possível haver só sucessão legítima? Sim
Só sucessão testamentária? Sim, A falace sem herdeitos legitimários e deixa todos os bens a B.
Só sucessão contratual? A falece sem descententes e ascendentes, não faz testamento faz pacto
sucessório …
Só sucessão legitimária? Não, não pode existir isoladamente. Incide apenas na quota indisponével que
não se pode mexer e nunca é 100%. Há sempre quota disponível.
Todas as outras combinações são possíveis, menos a legitimária sozinha.
A sucessão legitimária é a mais rígida porque mesmo que o autor da sucessão não concorde com ela
não a pode afastar.

Herdeiros (caso prático):


A falece, era casado com B em reparação de bens, tem dois filhos, pai e mãe, e irmãos.
Chama-se à sucessão os filhos e o conjugue.
Mesmo com separação de bens cônjugue é chamado à sucessão – 2157ºCC.
1785ºCC – em relação ao divórcio.
Quando casados em comunhão conjugue é dono de metade e portanto essa metade já e dele e
recebe por comunhão e não pela via sucessória – por isso ideia de que recebe mais por comunhão do
que por separação é errada.
2133º e ss – Regras
2134º - Tem a regra de preferencia de classes. 2135º - Preferencia de grau.
2136º - há quatro excepções.

Quota indisponível é variável. Como saber quanto é 1º Ver herdeiros; 2º 2158-61ºCC verificar se valor
é de metade, um terço ou dois terços.

Resolução de casos:
Saber se há herdeiros legitimários. Se sim quais?– 2157º e 2133º, 2134º e 2035º
Calcular valor total da herança VTH – 2162º
Práticas Sucessões

Escola de Lisboa – VTH = Relictum + Donatum – Passivo. A favor desta doutrina - 2162º
Escola de Coimbra – VTH = Relitum - Passivo + Donatum  VTH (R-P) + D. A favor desta doutrina -
Relitum responde pelo Passivo
Calcular quota indisponível – Porção de bens de que o autor não pode dispor por estarem
reservados aos herdeiros legítimários – 2158-2161ºCC.
Calcular a legítima subjetiva – Parte da legítima objetiva que cabe a cada um dos herdeios
legitimários – 2136º.
Interpretação das liberalidades- atos de disposição … Levanta problemas se se fizer liberalidade a
legitimário – é por conta do que ele tem a receber ou … Depois de imputar liberalidades podemos ter
uma de três situações:
 Valor das liberalidades = quota disponível;
 Valor das liberalidades – quota disponível – aqui abre-se sucessão legítima;
 Valor das liberalidades superior ao da quota disponível – aqui dá-se então a redução das
liberalidades.

2162º - Em vida só pode fazer sucessões aos herdeiros legitimários que estejam na quota disponível,
não a podendo exceder.

Donatum são só doações em vida – a qualquer pessoa. Não se integram doações testamentárias.

FAZER CASO 52

CASO PRÁTICO 52
1
a) Trata-se do caso de um legado por conta da quota – Artur atribuiu a Benjamin bens
determinados (barco e a casa de férias) destinados a preencher a quota que já lhe assiste (1/3
da herança). Conduto, analisando a presente hipótese sendo que a casa de férias e o barco
representam um valor inferior a 1/3 da herença, Benjamin tem o direito ao aceitar a herança,
de exigir a diferença.
b) Em resultado da análise da hipótese, o valor dos bens determinados a Benjamin excedem o
valor da quota que lhe assiste (1/3 da herança) e consequentemente este será herdeiro até ao
limite do valor da quota e será então legatário quanto ao valor dos bens em excesso (fica de
qualquer forma com tudo o que lhe foi designado pelo autor da sucessão).
c) Em resultado da análise da hipótese pode ser colocada a questão da interpretação do
testamento – 2187ºCC. Surgem então duas maneiras de interpretar o testamento:
 Legado por conta da quota, neste caso se a casa vale mais Carmen é legatária até ao
limite do valor do bem e herdeira quanto ao resto – posição de PCR.
 Legado em substituição da quota – a aceitação do beneficiário dos bens determinados
implica a não aquisição da quota hereditária em que, de outra forma, teria o direito de
suceder – aquele que aceita o legado em substituição não sucede na quota, é assim um
simples legatário e por esse motivo só pode aceitar os bens determinados que lhe foram
atribuídos. Consequentemente segundo esta interpretação se aceitar Carmen só terá
direito à casa.
d)

2 Primeiramente há que verificar o valor das outras deixas testamentárias em consequência desta
nova hipótese. Posto isto, a primeira deixa seria nula segundo o 2254º/1CC, pois Artur legou bens
determinados – a casa na Madeira e o barco – a Benjamin, que na verdade não existiam no seu
património ao tempo da sua morte. Quanto à terceira deixa, que se refere ao usufruto legado a David,
este incidiria sobre 1/3 da casa pois Artur deixou para ele o usufruto de 1/3 da sua herança total que
é neste caso apenas a casa – Na verdade A HERANÇA DE DAVID É TAMBÉM VAZIA*. Finalmente
quanto à deixa 4, visto que a casa é o único bem de Artur e este determina que fique para Carmen, a
herança de Eduarda é o que se chama “herança vazia” uma vez que não há remanescente. Finalmente
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quando à deixa a Carmen visto que esta foi quem herdou o único bem de Artur à data da sua morte,
há visões doutrinárias distintas quanto à sua qualificação como herdeira ou legatária.
 Jorge Duarte Pinheiro – Para o autor “é legatário aquele a quem o autor da sucessão
dexou bens determinados, mesmo que se apure que o de cuius não tinha outros bens na
altura da sua morte. Embora suceda na totalidade do património, o beneficiário da deixa
não é herdeiro, uma vez que a aquisição da totalidade é meramente acidental”. Posto
isto há que notar que segundo a sua visão, Carmen será então legatária uma vez que
Artur lhe deixou o seu único bem, mesmo que acidentalmente.
 Pamplona Corte-Real – PCR concorda com JDP, não interessa a forma mas sim como foi
instituido, portanto Carmen seria legatária.

3 2072/1ºCC pois David é usufrutuário. 2030º/5CC – não é o autor da sucessão que decide o título de
herdeiro ou legatário. É possível ao autor definir encargos ao que é legado, ou seja, ao legatário - JDP.

*Continua a ser herdeiro, apesar de não receber nada.

27/03
 Aula extra terça-feira
Caso prático para perceber o mapa da partilha:
A casado com B tem pai mae e irmão, 2 filhos e neto. Deixou bens no valor de 1 milhão, deixou
passivo no valor de 100 milhões e fez testamento a x (herdeiro testamentário) onde lhe deixa toda a
quota disponível.

Para fazer mapa da partilha faz-se cuz com quota indisponível ou legítima ou objetiva (QI) e quota
disponível (QD)

QI QD
B – 200 mil – 2139º X – 300 mil (exatamente o que o autor podia dispor)
C – 200 mil
D – 200 mil

VTH= R + D – P – escola de lisboa.

Sub-hipotese: Autor da sucessão deixa a X casa de sintra no valor de 250 mil. X é então legatário –
autor podia deixar 300 e deixa 250 mil, abre-se então sucessão legítima. São distribuídos os 50 mil
pelos herdeiros legítimos que em princípio são os mesmos que os legitimários – neste caso são o
B,C,D.

FAZER CASO 54

Lei 48/2018 de 14 agosto – nova atualização. No cc é permitido agora no 1700º/1 c) – 1707º A.

Sub-hipotese 2: Fizeram renúncia recíproca – B não era então herdeiro legitimário. Mas ainda tinha
direito à sua parte dos 50 mil como herdeiro legítimo.

Porque é que é relevante saber se se é herdeiro ou legatário – o estatuto é diferente. Herdeiro é


responsável pelo passivo, o legatário já não é.
Quanto à partilha é o herdeiro apenas que a pode requerer, menos quando o legatário tem usufruto
de uma quota dos bens.
Herdeiro tem direito de regresso nos casos específicos da lei.
Quota herditária legal –
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29/03
Próxima terça – aula as 15h no anfiteatro 6 – CASO 47 e 53//Como calcular quota do herdeiro
contratual

Nota: Se não diz se é doação em vida o morte presume-se ser em vida.

Caso 54

QI – 330.00 x 2/3 QD – 110.000 Relictum – 200.000


J – 36.666.67 D – 110.000 (D.V) Donatum – 150.000
L – 36.666.67 F - ? Passivo – 20.000
E – 146.666.67 R + D – P = 330.000

Pactos renunciativos – Alguém renuncia à sucessão de pessoa ainda viva


Pactos dispositivos – Alguém dispõe da sucessão de terceiro ainda não aberta
Pactos Designativos – Alguém designa outrem para regular a própria sucessão ?

02/04
Redução das liberalidades – 2168º e ss

2171º - caso 47

Pactos sucessórios estão sujeitos a redução por inoficiosidade? Sim.

Caso prático: A falece divorciado ou solteiro, não tem pais nem descendentes, era filho único. Tem
apenas um tio e um primo vivos. Fez testamento a X onde deixa a casa de Lisboa no valo de 300 mil
fez uma doação de x em 2010, em 2007 deixou o seu tesla a V no valor de 50 mil, deixou a R 5550 mil.
Resolução: Não há quota indiponível pois não há legitimários. QD = 550 mil (não é preciso somar as
DV se não há legitimários). X = 800 mil (LT)
Abre-se sucessão legítima para o restante. Dá-se tudo ao tio.
T = 250 mil
CC - 2133º/1 d) 2134 e 2135.

CASO 53

X+Z

G A B

C D E F

Faleceu intestado // Património – 110.000€ // Dívidas – 20.000€


Q.I = R + D – P (escola de Lx) 2162ºCC
Q.I = 11.000 + 0 – 20.000
Q.I = 90.000
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Q.I = 90.000€ Q.D = (90.000 – 60.000) 30.000€ - 1/3


B – 15.000€ B – 7.500€
C – 11.250€ C – 5.625€
D – 11.250€ D – 5.625€
E – 11.250€ E – 5.625€
F – 11.250€ F – 5.625€

Filhos vs. conjugue  2139º/1 CC logo – conjugue tem ¼ da herança e filhos têm o restante
( ¼x60.000=15.000 – fica 45.000 para as filhas).
2157º, 2133/1ºCC  conjugue e descendentes preferem aos restantes.
2136º - Sucessão por cabeça
-//-
Quota disponível/legítima – 2132º, 2133º/1, 2134º, 2135º, 2136º e para o conjugue ter mais é
novamente o 2139º/1.

03/04
1701º, 1702ºCC cálculo do F (caso 54).
Saber se se abate o passivo é motivo de discussão pela doutrina
PCR tem posição contrária a JDP – se o legislador não diz no 1702º não é para abater passivo (não
quer dizer que não pague o passivo).
Sempre que autor da sucessão faça liberalidades superiores ao valor herdeiros legitimários podem
lançar mão desta inoficiosidade e exigir a redução – 2171ºCC, 1705º/3.
2028º e 1700º - pacto é valido pois foi por convenção antenupcial.
2171º - para a doutrina pactos sucessórios não constam aqui.
Doutrinalmente não há ninguém que defenda isto …
Temos lacuna quanto aos pactos sucessórios, por força do 1705/3 estão sujeitos a inoficiosidade,
temos então de ficcionar como se fossem doações em vida começa-se então pelas mais recentes para
a mais antiga (liberalidades feitas em vida são doações em vida).

Pressupostos da vocação sucessória


 1º - Se é prioritário, se tem capacidade sucessória: existem 2 incapacidades – indignidade e
deserdação, e se existe. Existência desdobra-se em dois: Sobrevivência (se morrer ao mesmo tempo
também não é chamado – “ao mesmo tempo”  68º/2) e que já exista quando autor da sucessão
morre.
Tem de se esgotar o artigo 2032º. Este artigo esboça alguns destes pressupostos. Ou seja, no
momento da abertura da sucessão é que se vai aferir se os potenciais herdeiros cumprem todos os
pressupostos.

 Próxima aula – colação – liberalidades a herdeiros legitimários

05/04
Imputação  Operação intelectual de enquadramento de uma liberalidade, feita pelo autor da
sucessão, na QI ou na QD.
Sempre que uma liberalidade é feita em vida a um herdeiro legitimário (na QI), como ele recebe na
quota indisponível pergunta-se se é mais do que ele tem direito a receber ou se é apenas uma
antecipação. Isto leva-nos ao instituto da colação.

Doações em vida feitas a herdeiros legitimários – colação:


A fez doação a filho B mas tem 3 filhos, quando faz doação em vida a B o bem vai para a sua esfera. O
que sobra no momento da partilha é dividido em 3 ou isto é só uma antecipação e os irmãos serão
todos igualados?
 Se o autor da sucessão nada disser é visto apenas como antecipação, a lei presume isto e
manda então imputar na quota indisponível.
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 Se dizer expressamente que pretende beneficiar o filho imputa-se doação na quota


disponível.

2104ºCC – Quando se fala de restituição pensamos em restituição em espécie mas aqui a restituição
não é levada a letra, a restituição do bem só acontece se todos os herdeiros estiverem de acordo.
Então fala-se portanto apenas de um cálculo aritmético.
Sujeitos à colação – herdeiros legitimários. Nota importante: não se aplica este instituto aos
ascendentes. Quanto ao conjugue a doutrina diverge – temos de escolher uma posição.

Caso: A tem 2 filhos – B e C e decidiu dar ao neto - N um carro. B (pai do N) ainda era vivo mas
entretanto morreu, doação está sujeita à colação? Não, porque à data da doação o neto ainda não
era legitimário. Então retira-se valor da QD – 2105ºCC.

Bens sujeitos a colação: Bens doados em vida (por morte não se aplica) e despesas do 2110º.

Imputação – 2108º:
 Quota hereditária – soma da legitima subjetiva com o que tiver direito a receber na sucessão
legítima. Por isso: 1º na QI e depois o resto na QD;
Depois igualar – sempre que haja valor a imputar na QD vamos tentar igualar os outros
descendentes. 2108º/2 – “igualar herdeiros” não descendentes, há então quem entenda que
conjugue tem de ser igualado.

2113º - dispensa da colação


Autor pode dizer que quer avantajar aquele filho. Imputamos na quota disponível – 2114º.

2118º/1 – escola de coimbrã tenta dar-lhe valor dizendo que o 2108º/2 é meramente supletivo, ou
seja o autor da sucessão pode querer igualação absoluta entre os descendentes. Se o que recebeu
doação tiver recebido valor a mais, e não houverem bens suficientes na herança para igualação de
todos deverá repor aos irmãos.
Pereira Coelho - Esta igualação funda-se já não no instituto da colação mas sim na vontade do autor
da sucessão.

Quem é igualado?
2108º/2 – “herdeiros” há quem entenda que conjugue também deve ser igualado. Prof Carvalho
Fernandes defende que não.

Caso 1:
A morre e te filhos B e C. R = 50. DV a B = 40.
VTH = 90
QI de 2/3 – 60 e QD de 1/3 – 30
QI: B – 30 / C – 30
QD: 30 no total, 10 de B e dá-se 10 a C. Sobram 10 então abre-se legítima.
Instituto da colação vai dizer o que? Primeiro QI e excesso na QD. Como houve excesso na disponível
tem de se fazer igualação, tem de se igualar C, recebe então +10. Sobra 10 e abre-se então sucessão
legítima – e cada um recebe 5.

Caso 2:
DV=45, R=45
VTH=90
QI=fica igual
QD=B-15 e C recebe 15 de igualação absoluta. (Relictum (45) vai todo para C, B já recebeu em vida
tudo o que tinha a receber da parte de pai).
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Caso 3:
DV=50, R=40
VTH=90
QI= B-30/C-30
QD= falta imputar 20 na QD de B para chegar aos 50 da DV, portanto B-20; C-10 (é o que está livre –
igualação possível, pois só podemos igualar na medida do possível, a lei diz que não podemos tornar
inoficiosas as doações para conseguirmos concretizar a igualação, C devia receber 20 mas não há
dinheiro para isso – eram só 30 e 20 foram para B).
40 de relictum foram todos para o C – B recebeu tudo o que tinha direito e ainda ficou beneficiado em
10.

Caso 4:
DV=60, R=30
VTH=90
QI= B-30/C-30
QD= B-30 (valor total da QD – não vai ser possível fazer igualação) C-0. Mas o relictum foi todo para C.

Caso 5:
DV=70, R=20
QI (60)= B-30/ C-30
QD (20)= B-40, inoficiosidade de 10. B tem de pagar em dinheiro valor da redução a C – 10 –
2174º/2CC.

Caso 6:
DV=40 (a B) – DISPENSADA DE COLAÇÃO, R=50
Imputa-se primeiro na QD visto que há dispensa da colação  QD= B-30 – pq é o que há, os 10
restantes imputa-se na QI; C - 0
QI= B-10+20 do que sobra do relictum=30/C-30

2104º diz que só estão sujeitos à colação os descendentes que pretendam entrar na sucessão, ora se
o descendente vai repudiar a herança (repudia a herança mas não quer dizer que repudia a doação –
a doação já saiu da esfera jurídica do autor da sucessão e o filho já recebeu em vida, no momento da
morte ele não quer é receber mais nada) pelo 2104º pareceria que não estaria sujeito a colacionar
porque não quer entrar na sucessão, mas isto iria levar a problemas entre os irmãos que iriam
prejudicar doações a 3º sempre que houvessem, prejudicando assim também a espectativa do autor
da sucessão no que diz respeito à repartição das suas liberalidades pós-morte. Então neste caso a
regra era se olhássemos só para o 2104º imputávamos a doação na QD, mas o 2114º/2 diz que não
pode ser assim – temos de imputar na QI para evitar que problemas entre irmãos prejudiquem
outras doações feitas a 3º.
Exemplo deste caso:
DV a B de 20. Doação a X de 20. Relictum é 50.
VTH – 90.
Temos filhos B e C.
Se não houvesse o 2114º/2 – o B repudiava e os 30 iam para o C por direito de acrescer, C ficava com
60. E imputávamos 20 a B e 20 a C, tínhamos de fazer redução por inoficiosidade de 10 e começar
pela doação ao 3º (porque era a doação + recente). Só que o autor da sucessão quando fez a doação a
3º pensava que a doação ao filho se imputava na QI porque como ele não disse nada ela estava
sujeita a colação. Portanto o legislador diz que então não vamos fazer assim, vamos ficcionar que o B
tinha direito à legítima de 30 e o pai quando fez a doação seria imputada na QI, os 10 vão acrescer a C
pois B repudiou, e a doação a X imputa-se na QD, sobram 10 então abre-se sucessão legítima e como
B repudiou fica para o C  Assim por força do 2114º/2 não prejudicamos a doação a X.
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2114º - só fala em repúdio mas doutrina entende que se aplica também à indignidade e deserdação.
Já não se aplica no caso de pré-morte, se o sucessível morreu antes da abertura da sucessão vai se
imputar na QD se não tiver descendentes.

Próxima aula – Caso 60

FAZER 58 E 68

11/04 – Aula extra


Regra quando há liberalidades inter vivos aos filhos:
1 – É o que o autor da sucessão determinar – por conta da QD ou da legítima (2163º e 2165º);
2 – Se o autor nada diz devemos imputar na indisponível, é considerado um pré-legado;

Princípio da intangibilidade da legítima – Não a pode afastar. 2 vertentes: Quantitativa – valor


reservado para os legitimários e qualitativa – 2162º - legitimário não pode ser privado daquele
quantum e não posso preencher legitima com bens contra a vontade do herdeiro, também não pode
o autor da sucessão colocar encargos.

Legado por conta da legítima – autor da sucessão deixa bem para preencher a legítima sucessiva de
alguém. Neste caso doutrina entende que ele não perde qualidade de herdeiro legitimário. Onde se
imputa este legado? Na legitima subjetiva/quota indisponível.

GT – Diz que é para beneficiar o herdeiro… Excesso tem natureza de pré-legado pois recebe para além
da quota. É herdeiro enquanto vê legítima preenchida e legatário no remanescente.
PCR – Diz que não é para beneficiar nem prejudicar, aplica-se mecanismo parecido à igualação da
colação, não se aplica colação diretamente porque não são doações em vida. Aplica-se 2108º por
analogia. Para PCR só há pré-legado se exceder o valor da quota hereditária ou seja na sucessão
subjetiva e legítima.

Legado em substituição da legítima – 2165º - Autor da sucessão da alternativa ao legitimário ou fica


com a legítima ou aceita o legado, mas ao aceitar o legado vai substituir a legítima, já não vai ter
direito à diferença. Se nada disser compreende-se que aceitou o legado e não a legítima.
Se o legado for inferior ele perde, se for superior deve poder ganhar ainda. Por isso não se aplica
analogicamente o 2108º.
A questão é saber se filho que aceitou pode ser chamado ainda à sucessão legitima? JDP pensa que
não e AO tb. PCR pensa que isso não lhe retira capacidade de sucessão legítima.
Se legado for inferior à legitima – perde direito à diferença. Quem sucede na diferença? Legitimários.
JDP – Se o herdeiro legitimário a quem autor deixou Legado em Substituição da Legítima tiver filhos
há dto de representação, mas a maioria da doutrina entende que isto não é possível pois
representantes ocupam lugar do representado e têm os mesmos direitos, ora se ele não tem esse
direito eles também não terão. PCR chama a atenção que quando valor é inferior e há apenas um
herdeiro legitimário é chamado o mesmo herdeiro na sucessão legítima.

Caso:
LSL em 40 (pedir o resto a alguém)

24/04
Continuação da resolução do caso 58:

O que o art. 2114º/2 faz é imputar da mesma forma que a colação mas não há igualação.

Deixa do anel – é uma substituição direta – 2281º/2.


2317º
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Contas bancárias ficam para Z por força do 2293º/1.


2058º

Igualação de F – 10.000 – total do remanescente. Pois D é indigno e E repudiou.

Substituição direita e substituição fideicomissária:


08/05 – Cristina Coelho

Dúvidas sobre inoficiosidades:


Caso – A casado com B, tem 2 filhos – C e B. Em 2001 faz doação a E do imóvel x – doação em vida,
2004 faz doação por morte a F do imóvel y – por convenção antenupcial. Em 2013 A faz testamento
em que deixa a H imóvel z. Morre em 2018, à data da morte cada imóvel vale 20 000. O relictum é de
70 000.
O que faz parte do relictum? O que saiu do património logo depois da sucessão foi só a primeira
doação, as outras permanecem no património até à morte.
Tudo o que é objeto de liberalidades mortis causa estão ainda no relictum.
R + D – P / H = 70 000 + 20 000 = 90 000
QI – 60 000 (20 000 para cada um dos 3) / QD – 30 000. E – 20 000, F – 20 000, H – 20 000. Há
inoficiosidade – autor dispôs mais do que tinha.  Aplicam-se as regras de redução por inoficiosidade
– o que a lei manda ter em conta é em 1º lugar as deixas testamentarias e por último as doações
feitas em vida. O que se faz às doações por morte? Trata-se como se tratam as doações em vida.
Doações em morte devem ter o mesmo regime e proteção que as doações inter vivos. Enquanto que
o sucessível testamentário é completamente desprotegido. Neste caso só temos uma disposição
testamentária - dentro das testamentárias as heranças vão ser sacrificadas 1º. Agora temos de ver se
é preciso sacrificar legados – se houver herança e legado a herança é sacrificada 1º. 2172ºCC – no
silencio do testador reduzimos proporcionalmente.
Então H fica sem nada. Ainda temos inoficiosidade, como devemos proceder visto que afeta doações?
Temos de ir pela mais recente – reduz-se a de F. Como? Inoficiosidade é de 10 000 e imóvel vale
20 000. Imóvel pertence então neste caso ao herdeiro legatário e este vai pagar valor remanescente
aos herdeiros – 2174ºCC.

Caso 2 – A casado com B, tem filhos C e D. C vive em união de facto com T e tem filho G. Por sua vez D
é viúvo e tem filhos H e I. No mesmo dia de 2001 A doa ao filho C imóvel x e doa à neta I o imóvel y.
Em 2010 A faz testamento deixando ao pai F o usufruto da totalidade da herança. A morre em 2018,
no mesmo acidente de aviação que vitima C. C sobreviveu ao A dois minutos. D repudia herança de A.
À data da morte de A o imóvel x vale 15 000 e o imóvel y vale 10 000, relictum é de 75 000 e passivo é
de 10 000.
R + D – P / 75 000 + 25 000 – 10 000 = 90 000.
Se C morreu sem aceitar ou repudiar há transmissão do direito de suceder - 2058º.
Se fosse um caso de co-morriência (68º/2) – Vocações indiretas – chamamento de alguém que é
herdeiro de alguém que não pode aceitar – direito de representação e chamava-se G.
Herdeiros de C – unido de facto não consta da lista de herdeiros legitimários por isso T fica de fora.
G é chamado à sucessão. (Se T fosse casado com C e não tivessem filho, seria T o seu sucessor).
Quem é então chamado à herança de A face ao repudio de D – chamamos filhos por direito de
representação.
C é descendente e sucessível legitimário prioritário, de acordo com as regras da colação C é então
obrigado a colação, visto que passou para G vão ser imputado na sua quota (QI)*. Doação à neta não
está sujeita a colação, D estava vivo no momento da doação, I não tinha qualidade de sucessível
legitimária prioritária – imputa-se então na QD**.
Quanto à deixa testamentária ao pai F, é possível fazer legado que afete legítima dos herdeiros
legitimários? Instituto da cautela sociniana - 1164º. Sendo uma pessoa de idade os herdeiros podem
pensar que quando ele morrer ficam com a livre disponibilidade do bem, se fosse uma pessoa nova
Práticas Sucessões

podem os herdeiros entregar ao legatário a quota disponível e quando ele morre ficam com toda a
livre disponibilidade do bem.
QI – 60 = B – 20; C - G – 20 – 15 (fica apenas com 5)*; D - H+I – 20 (10 para cada).
QD – 30 = - 10 – I** (inacabado)
Nota: Dto de suceder supõe sempre que sucessível sobrevive ao autor da sucessão.

Doações feitas ao conjugue:


A casado com B, tem filho C e D. A faz doação ao conjugue de 15. Não há passivo, há relictum de 75.
QI = 60 // QD = 30
QI= B – 20, C – 20, D – 20.
3 teses à cerca disto. Na do AO:
QI= B – 20 – 15 + 5, C – 20, D – 20.
Se doação for de 25, e o relictum for 65 (OA):

Professora prefere a tese do prof Pereira Coelho. Quando doação é feita a conjugue não se pode dizer
que é porque quer adiantar o seu quinhão hereditário (como é no caso dos filhos). Claramente é
porque o quer avantajar porque ele sabe que o conjugue não está sujeito a colação.

15/05

Caso 63

Artigo 120º tem de ser conjugado com o 121º. É importante, de acordo com o 121º, saber em que
fase da ausência está aquele que foi chamado. Se a fase for a curadoria provisória é o curador
provisório que administra os bens. Há grande probabilidade que este esteja de facto morto – nº 2 –
uma vez instaurada a curadoria definitiva entrega-se bens àqueles que seriam os beneficiários em
caso de morte do ausente ainda que não em título de herdeiros mas em título de curadores
definitivos.

Ver caso 65.

17/05
Caso 65
Pessoa a quem tinha sido deixada deixa testamentária renuncia,… há então substituição direta –
modalidade de vocação indireta.
Se X não puder aceitar – Y++.
Mas se o substituto falace antes do autor da sucessão o que é que acontece? 2317º a).

22/05
Próxima aula vamos resolver frequência de há 2 anos - Tenho elementos de avaliação mas tenho de
tentar participar na próxima aula.
Em princípio recebemos notas dia 3.

Caso 65 – importante para a frequência

2196º - suscita mais dúvida na doutrina


QI= 600 // QD=300
C-200
D-vai ficar para H-200
E-200
Práticas Sucessões

Herança para efeitos de sucessão testamentária – é só o relictum – aquilo que existir. 1/3 seria 1/3 do
relictum.

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