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O Campo Ponto Zero

págs 77-79.

No mundo quântico, campos não são mediados por forças, mas


pela troca de energia, que é constantemente redistribuída em um
padrão dinâmico. Essa troca constante é uma propriedade
intrínseca das partículas, que não são mais que  pequenos ‘nódulos
de energia' que brevemente emergem para voltarem a desaparecer
no campo subjacente.

De acordo com a teoria quântica, a entidade individual é transitória


e não-substancial. Partículas não podem ser separadas do espaço
vazio que as circunda. Esse tipo de emissão e reabsorção de
partículas ocorre não apenas entre fótons e elétrons, mas com
todas as partículas quânticas do universo. O Campo Ponto Zero é o
repositório de todos os campos e toda a energia básica e todas as
partículas – um campo de campos. Pode-se explicar tudo o que
acontece no mundo quântico com a física clássica, desde que se
leve em conta o Campo Ponto Zero. Essa é a grande descoberta de
Harold Puthoff. …

Alguns cientistas pensaram novamente sobre algumas equações


que têm sido subtraídas na física quântica. Essas equações tratam
do "Campo Ponto Zero" – um oceano de vibração microscópica no
espaço entre as coisas. Se o Campo Ponto Zero fosse incluído na
nossa concepção da natureza mais fundamental da matéria, o
verdadeiro alicerce do nosso universo seria um mar movimentado
de energia – um vasto campo quântico. Se isso fosse verdade,
todas as coisas estariam conectadas com todas as coisas, como
que em uma teia invisível.

Eles também descobriram que somos feitos do mesmo material


básico. No nosso nível mais fundamental, seres vivos, incluindo os
seres humanos, são pacotes de energia quântica constantemente
trocando informação com esse inesgotável mar de energia. Os
seres vivos emitem uma radiação fraca, e esse é o aspecto mais
crucial dos processos biológicos. Informações sobre todos os
aspectos da vida, da comunicação celular à vasta gama de
controles do DNA, se assentam na troca de informações no nível
quântico.
Mesmo nossas mentes, esse ‘outro' nível supostamente
considerado tão fora das leis da matéria, também operam de acordo
com processos quânticos. Pensar, sentir – cada função cognitiva
superior – têm a ver com informações quânticas pulsando
simultaneamente através do nosso cérebro e do nosso corpo. A
percepção humana ocorre em função da interação entre partículas
subatômicas do nosso cérebro e o oceano quântico de energia.
Nós, literalmente, ressoamos com o nosso mundo.

Suas descobertas foram extraordinárias e heréticas. De um só


golpe elas desafiam muitas das mais básicas leis da biologia e da
física. O que eles provavelmente descobriram, não foi menos que a
chave para todo o processo de informação e troca em nosso
mundo, da comunicação entre as células à percepção do mundo em
geral. Respostas às questões mais profundas em biologia, acerca
da morfologia humana e a consciência viva.

Aqui, no chamado espaço morto e vazio, possivelmente está a


chave para a própria vida. Fundamentalmente eles trouxeram
evidências de que todos nós estamos conectados uns com os
outros e com o mundo na camada mais profunda do nosso ser.
Através de experimentos científicos eles demonstraram que pode
existir tal coisa como a força vital, fluindo através do universo – o
que tem sido, invariavelmente, chamada de consciência coletiva ou,
como os teólogos a nomearam, o Espírito Santo.

A descoberta de Harold Puthoff não foi nenhuma verdadeira


descoberta, mas uma situação que os físicos tinham como certa
desde 1.926 e que haviam descartado como ‘imaterial'. Para o físico
quântico era um aborrecimento a ser subtraído e dispensado. Para
os místicos ou religiosos, era a ciência provando o miraculoso. Um
oceano quântico de luz. Harold demonstrou, em um trabalho
publicado na prestigiosa ‘Physical Review', que o estado estável de
toda a matéria depende desse intercâmbio dinâmico de partículas
com a energia do Campo Ponto Zero, que a tudo sustenta.

Pode-se demonstrar matematicamente que os elétrons perdem e


ganham energia constantemente do Campo Ponto Zero, em um
equilíbrio dinâmico, mantendo-se em uma órbita exata. Elétrons têm
energia para se manter em movimento sem perda de velocidade
porque estão constantemente se recarregando nessa conexão com
as flutuações do espaço vazio. Harold demonstrou que essas
flutuações ondulatórias do Campo Ponto Zero são responsáveis
pelo movimento de todas as partículas subatômicas e que o
movimento de todas as partículas do universo, por sua vez, geram o
Campo Ponto Zero, numa espécie de mecanismo de ‘feedback' por
todo o cosmos.

"… é um tipo de estado básico maior, auto-regenerativo do


universo, que constantemente se renova e permanece constante, a
menos que seja perturbado de alguma forma. Isso também significa
que nós e toda a matéria do universo estamos literalmente
conectados até os pontos mais distantes do cosmos através das
ondas de grandes dimensões do Campo Ponto Zero. Muito
semelhante às ondulações do oceano ou de um lago, as ondas no
nível subatômico são representadas por oscilações periódicas se
movendo em um meio, neste caso o Campo Ponto Zero"

págs 81-82 e 85-86.

O Criador e Mantenedor do universo físico


O conceito de tempo-espaço, como um substrato do universo
preenchido de energia, emergiu durante o século XX. No começo
deste século, acreditava-se que o espaço era preenchido com um
campo de energia invisível – o éter luminoso – que produz fricção
quando os corpos se movem através dele e, assim, diminuía a
velocidade de seu movimento. Mas quando tal fricção não se
materializou no famoso experimento Michelson-Morley, o éter foi
retirado da imagem do mundo dos físicos. O vácuo absoluto –
espaço que é verdadeiramente vazio quando não ocupado por
matéria – tomou seu lugar.
Entretanto, o vácuo cósmico se mostrou ser muito diferente de um
espaço vazio. Na ‘Grande Teoria Unificada', desenvolvida na
segunda metade do século XX, o conceito de vácuo se transformou
de um espaço vazio para o meio onde existe o Campo Ponto Zero
(CPZ), nome que deriva do fato desse campo de energia estar
presente mesmo quando todas as formas clássicas de energia
desaparecem, na temperatura do 0º absoluto. Nas teorias
unificadas subseqüentes, as raízes de todos os campos e forças da
natureza foram atribuídas a esse misterioso mar de energia
conhecido como ‘vácuo unificado'.

Mais e mais interações vieram à luz entre esse campo fundamental


e os processos e coisas observadas no mundo físico. Em
1.960, Paul Dirac mostrou que as flutuações no campo férmico
(campo de partículas da matéria) produzem uma polarização no
CPZ do vácuo, com o vácuo, por sua vez, afetando a massa, a
carga, a rotação e o momento angular das partículas. Mais ou
menos ao mesmo tempo, Andrei Sakharov propôs que os
fenômenos relativísticos (o atrasar dos relógios e o encurtamento
dos bastões próximos da velocidade da luz) são resultados dos
efeitos no vácuo, devido à camada protetora do Campo Ponto Zero
pelas partículas carregadas. Essa é uma idéia revolucionária, pois
esse conceito de vácuo vai além do contínuo tetradimensional da
teoria da relatividade. Não é apenas a geometria do espaço-tempo,
mas um campo físico real produzindo efeitos físicos reais.
Outros efeitos foram encontrados… [e] produziram uma teoria
sofisticada que mostra que a força inercial, a força gravitacional e,
mesmo a massa, são conseqüências de uma interação de
partículas carregadas com o CPZ.

Mesmo a estabilidade de nosso planeta em sua órbita ao redor do


Sol deriva de energia absorvida desse vácuo quântico. Quando a
Terra percorre sua órbita ela perde momento; devido à constante
perda de momento, o campo gravitacional do Sol – na ausência
dessa absorção de energia do CPZ – iria sobrepujar a força
centrífuga que empurra a Terra para sua órbita, e a Terra iria
espiralar para dentro do Sol. Isso significa que além da inércia, da
gravidade e da massa, a própria estabilidade do sistema solar e dos
átomos é devida à interação com o Campo Ponto Zero do vácuo.

Embora ainda haja muito a ser descoberto sobre esse vácuo


quântico, já é claro que é um meio cósmico superdenso. Ele veicula
a luz e todas as forças universais da natureza. Ondas de pressão
podem se propagar através dele, atravessando o universo de ponta
a ponta. Esse é um achado do físico e matemático alemão Hartmut
Mueller. Ele diz que a dimensão observada de todas as entidades,
dos átomos às galáxias, é determinada pela interação com as
ondas de pressão e densidade, que se propagam nesse vácuo.
De acordo com sua ‘teoria da escala global' o universo é
dimensionalmente limitado: na parte mais baixa do horizonte
dimensional a densidade da matéria é a maior e na parte mais alta
é a menor. Isso PE devido às ondas de pressão baseadas no
vácuo. Porque o universo é finito em pontos críticos dimensionais,
as ondas se superpõem criando ondas estacionárias que duram
muito. Essas ondas determinam as interações físicas
estabelecendo o valor das forças gravitacionais, eletromagnéticas e
nucleares – forte e fraca.
Por meio da ressonância elas amplificam algumas vibrações e
reprimem outras; são assim responsáveis pela distribuição de
matéria pelo cosmos inteiro. Todos os processos têm um ritmo
interno de acordo com sua ressonância com as ondas estacionárias
do vácuo. Mueller conclui que esse vácuo é um fundo cósmico
ultrafraco que atua como um campo morfogenético.
Um campo que transporta luz (ou seja, ondas de fótons) e ondas de
pressão e densidade, e reabastece a energia perdida por átomos e
sistemas solares, não é uma entidade teórica abstrata. Não
surpreende que mais e mais físicos falem do vácuo quântico como
uma plenitude cósmica real.

págs 82-85

A matéria como uma ilusão matemática


A noção de que o Campo Ponto Zero pode exercer uma força –
conhecida como força Casimir –  que é semelhante a uma pressão
de radiação que pode causar a aceleração das partículas, me levou
a pensar na inércia.

A inércia – resistência à aceleração – é uma das mais fundamentais


propriedades da matéria. Imagine que você empurra um carro na
rua. Precisa usar muita força porque existe uma grande resistência.
Uma parte da resistência é pela fricção, mas a maior parte é pela
inércia. Toda a matéria do qual o carro é feito está resistindo à sua
tentativa de movê-lo.

A questão que me veio era: poderá a pressão de radiação universal


causar a inércia? E, desde que o Campo Ponto Zero está presente
em todo o lugar todo o tempo, ele poderia explicar a natureza
instantânea da inércia? Escrevi a Afonso Rueda, PhD teórico da
eletrodinâmica. Ele aprofundou nossa questão derivando a equação
fundamental de Newton (F=ma).
Newton – e todos os físicos desde então – assumem que toda a
matéria possui uma massa inata. A massa de um objeto é a medida
de sua inércia, sua resistência à aceleração. A equação ‘F=ma’
afirma que se você aplica uma força (F) a um objeto, você
consegue uma aceleração (a), mas, quanto maior for a massa (m)
que o objeto possui, menor a aceleração que você consegue para
uma força dada. Para qualquer força dada, se a massa cresce, a
aceleração decresce, e vice-versa.
Esse é um postulado da física, conhecido como a ‘segunda lei de
Newton’, a equação do movimento. Um postulado é uma lei que
você assume ser verdadeira, não uma lei que você prove ou derive.

Rueda havia derivado o postulado newtoniano, o que foi possível


considerando o Campo Ponto Zero (CPZ); um feito até então
impensável. Na sua derivação a massa se torna, com efeito, uma
ilusão.
A matéria resiste à aceleração não porque possui uma inapta
propriedade chamada de massa, como postulado por Newton, mas
porque o CPZ exerce uma força contrária sempre que uma
aceleração acontece.
Colocando em termos metafísicos, existe um oceano de luz
quântica de fundo (o Campo Ponto Zero eletromagnético)
preenchendo o universo e essa luz gera uma força que se opõe à
aceleração quando você empurra qualquer objeto material. A ação
dessa luz quântica é o que faz a matéria parecer sólida, parecer
uma substância estável, da qual nós e nosso universo somos feitos.
Falar isso é uma coisa, mas provar isso cientificamente é algo muito
diferente. Rueda escreveu seus cálculos e me enviou. Escrevi um
artigo e sugeri que colocássemos Harold Puthoff como co-autor,
uma vez que ele havia trabalhado nesse assunto em paralelo, e
também trabalhado em um estudo sobre a força da gravidade e a
inércia que trouxe a Rueda alguns de seus conceitos iniciais. O
artigo se chamou ‘Inércia como uma força de Lorenz do Campo
Ponto Zero’.
Inércia é a propriedade da matéria que dá a ela sua solidez; é o que
dá substância às coisas. A conexão proposta entre o Campo Ponto
Zero e a inércia, com efeito, sugere que o mundo sólido e estável
da matéria é sustentado a cada instante pelo subjacente oceano de
luz quântica.

Ao invés de um absoluto espaço e tempo preenchidos por um éter


que sustenta o epifenômeno da luz, a luz se torna a coisa
fundamental, cuja propagação determina o fluxo do tempo e das
medidas do espaço.

Quase podemos dizer que a luz cria o espaço-tempo. Sugiro aqui,


que a luz, na forma de um campo eletromagnético universal, o
Campo Ponto Zero, também cria e sustenta o mundo da matéria
que preenche o tempo-espaço. Assim, as palavras ‘Faça-se a Luz’,
devem expressar muito mais do que uma poética mitologia.
E é muito interessante notar o que as leis da relatividade apontam
de maneira bem clara: do ponto de vista de um raio de luz, se
pudéssemos cavalgá-lo e nos movermos à velocidade da luz,
observaríamos que o espaço se reduz a um ponto e o tempo
colapsa em um instante. Ou seja, tendo como referência a luz, não
existe espaço nem tempo.

A propriedade mais fundamental da matéria é a massa. A massa


faz as coisas sólidas, substanciais e perceptíveis aos nossos
sentidos. Mas pode ser uma ilusão. A característica que define
massa – resistência à aceleração – pode ser, de fato, apenas um
fenômeno eletromagnético.

Mas não é só isso, se considerarmos os processos dinâmicos de


transformação e movimento nos átomos, como a radioatividade, por
exemplo, a radioatividade está na transformação do Carbono 14 em
Carbono 12, pela perda espontânea de dois nêutrons de seu
núcleo, em um tempo fixo e determinado – o que permite sua
utilização para datar fenômenos do mundo físico. Existe outro tipo
de transição, que ocorre quando os elétrons de um átomo saltam de
um nível de energia para outro, emitindo uma linha espectral, em
um processo chamado de emissão espontânea.

O dilema é o mesmo da radioatividade: o que faz com que o elétron


salte para um nível mais baixo e estável de energia? Mais, além da
emissão espontânea, existe também a emissão estimulada.
Emissão estimulada acontece quando fótons de exato comprimento
de onda colidem com o elétron e o fazem mudar de nível. A
emissão espontânea é compreendida por um conceito matemático
chamado ‘coeficiente A de Einstein’ e a emissão estimulada é
compreendida pelo chamado ‘coeficiente B de Einstein’.

Cálculos algébricos realizados por Sir William McCrea, laureado


astrofísico inglês, mostram que o coeficiente A se aproxima do
coeficiente B quando esse é multiplicado pelo Campo Ponto Zero
ou, em outras palavras, a emissão espontânea se aproxima da
estimulada, quando esta é estimulada pelo Campo Ponto Zero, em
vez de estimulada, ordinariamente, por fótons.
Portanto, existem boas razões para se suspeitar que o Campo
Ponto Zero está por trás tanto da estabilidade quanto da dinâmica
do universo físico. É certamente tentador enxergar isso como uma
chave para o acontecer de um contínuo e sustentado processo de
criação do universo.
 

Referencias:

McTaggart, Lynne; "The Field"; Quill, USA, 2003

Harold Puthoff citado por McTaggart em ‘The Field'.


Lazlo, Ervin; "Science and The Akashic Field"; Inner Traditions, USA, 2004.

Haisch, Bernard; “The God Theory”; Red Wheel/Weiser, USA, 2006.

Tradução de Moacir Amaral in "Triângulos: Estruturas de


Compreensão do Ser Humano", São Paulo, 2007;

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