No mundo quântico, campos não são mediados por forças, mas
pela troca de energia, que é constantemente redistribuída em um padrão dinâmico. Essa troca constante é uma propriedade intrínseca das partículas, que não são mais que pequenos ‘nódulos de energia' que brevemente emergem para voltarem a desaparecer no campo subjacente.
De acordo com a teoria quântica, a entidade individual é transitória
e não-substancial. Partículas não podem ser separadas do espaço vazio que as circunda. Esse tipo de emissão e reabsorção de partículas ocorre não apenas entre fótons e elétrons, mas com todas as partículas quânticas do universo. O Campo Ponto Zero é o repositório de todos os campos e toda a energia básica e todas as partículas – um campo de campos. Pode-se explicar tudo o que acontece no mundo quântico com a física clássica, desde que se leve em conta o Campo Ponto Zero. Essa é a grande descoberta de Harold Puthoff. …
Alguns cientistas pensaram novamente sobre algumas equações
que têm sido subtraídas na física quântica. Essas equações tratam do "Campo Ponto Zero" – um oceano de vibração microscópica no espaço entre as coisas. Se o Campo Ponto Zero fosse incluído na nossa concepção da natureza mais fundamental da matéria, o verdadeiro alicerce do nosso universo seria um mar movimentado de energia – um vasto campo quântico. Se isso fosse verdade, todas as coisas estariam conectadas com todas as coisas, como que em uma teia invisível.
Eles também descobriram que somos feitos do mesmo material
básico. No nosso nível mais fundamental, seres vivos, incluindo os seres humanos, são pacotes de energia quântica constantemente trocando informação com esse inesgotável mar de energia. Os seres vivos emitem uma radiação fraca, e esse é o aspecto mais crucial dos processos biológicos. Informações sobre todos os aspectos da vida, da comunicação celular à vasta gama de controles do DNA, se assentam na troca de informações no nível quântico. Mesmo nossas mentes, esse ‘outro' nível supostamente considerado tão fora das leis da matéria, também operam de acordo com processos quânticos. Pensar, sentir – cada função cognitiva superior – têm a ver com informações quânticas pulsando simultaneamente através do nosso cérebro e do nosso corpo. A percepção humana ocorre em função da interação entre partículas subatômicas do nosso cérebro e o oceano quântico de energia. Nós, literalmente, ressoamos com o nosso mundo.
Suas descobertas foram extraordinárias e heréticas. De um só
golpe elas desafiam muitas das mais básicas leis da biologia e da física. O que eles provavelmente descobriram, não foi menos que a chave para todo o processo de informação e troca em nosso mundo, da comunicação entre as células à percepção do mundo em geral. Respostas às questões mais profundas em biologia, acerca da morfologia humana e a consciência viva.
Aqui, no chamado espaço morto e vazio, possivelmente está a
chave para a própria vida. Fundamentalmente eles trouxeram evidências de que todos nós estamos conectados uns com os outros e com o mundo na camada mais profunda do nosso ser. Através de experimentos científicos eles demonstraram que pode existir tal coisa como a força vital, fluindo através do universo – o que tem sido, invariavelmente, chamada de consciência coletiva ou, como os teólogos a nomearam, o Espírito Santo.
A descoberta de Harold Puthoff não foi nenhuma verdadeira
descoberta, mas uma situação que os físicos tinham como certa desde 1.926 e que haviam descartado como ‘imaterial'. Para o físico quântico era um aborrecimento a ser subtraído e dispensado. Para os místicos ou religiosos, era a ciência provando o miraculoso. Um oceano quântico de luz. Harold demonstrou, em um trabalho publicado na prestigiosa ‘Physical Review', que o estado estável de toda a matéria depende desse intercâmbio dinâmico de partículas com a energia do Campo Ponto Zero, que a tudo sustenta.
Pode-se demonstrar matematicamente que os elétrons perdem e
ganham energia constantemente do Campo Ponto Zero, em um equilíbrio dinâmico, mantendo-se em uma órbita exata. Elétrons têm energia para se manter em movimento sem perda de velocidade porque estão constantemente se recarregando nessa conexão com as flutuações do espaço vazio. Harold demonstrou que essas flutuações ondulatórias do Campo Ponto Zero são responsáveis pelo movimento de todas as partículas subatômicas e que o movimento de todas as partículas do universo, por sua vez, geram o Campo Ponto Zero, numa espécie de mecanismo de ‘feedback' por todo o cosmos.
"… é um tipo de estado básico maior, auto-regenerativo do
universo, que constantemente se renova e permanece constante, a menos que seja perturbado de alguma forma. Isso também significa que nós e toda a matéria do universo estamos literalmente conectados até os pontos mais distantes do cosmos através das ondas de grandes dimensões do Campo Ponto Zero. Muito semelhante às ondulações do oceano ou de um lago, as ondas no nível subatômico são representadas por oscilações periódicas se movendo em um meio, neste caso o Campo Ponto Zero"
págs 81-82 e 85-86.
O Criador e Mantenedor do universo físico
O conceito de tempo-espaço, como um substrato do universo preenchido de energia, emergiu durante o século XX. No começo deste século, acreditava-se que o espaço era preenchido com um campo de energia invisível – o éter luminoso – que produz fricção quando os corpos se movem através dele e, assim, diminuía a velocidade de seu movimento. Mas quando tal fricção não se materializou no famoso experimento Michelson-Morley, o éter foi retirado da imagem do mundo dos físicos. O vácuo absoluto – espaço que é verdadeiramente vazio quando não ocupado por matéria – tomou seu lugar. Entretanto, o vácuo cósmico se mostrou ser muito diferente de um espaço vazio. Na ‘Grande Teoria Unificada', desenvolvida na segunda metade do século XX, o conceito de vácuo se transformou de um espaço vazio para o meio onde existe o Campo Ponto Zero (CPZ), nome que deriva do fato desse campo de energia estar presente mesmo quando todas as formas clássicas de energia desaparecem, na temperatura do 0º absoluto. Nas teorias unificadas subseqüentes, as raízes de todos os campos e forças da natureza foram atribuídas a esse misterioso mar de energia conhecido como ‘vácuo unificado'.
Mais e mais interações vieram à luz entre esse campo fundamental
e os processos e coisas observadas no mundo físico. Em 1.960, Paul Dirac mostrou que as flutuações no campo férmico (campo de partículas da matéria) produzem uma polarização no CPZ do vácuo, com o vácuo, por sua vez, afetando a massa, a carga, a rotação e o momento angular das partículas. Mais ou menos ao mesmo tempo, Andrei Sakharov propôs que os fenômenos relativísticos (o atrasar dos relógios e o encurtamento dos bastões próximos da velocidade da luz) são resultados dos efeitos no vácuo, devido à camada protetora do Campo Ponto Zero pelas partículas carregadas. Essa é uma idéia revolucionária, pois esse conceito de vácuo vai além do contínuo tetradimensional da teoria da relatividade. Não é apenas a geometria do espaço-tempo, mas um campo físico real produzindo efeitos físicos reais. Outros efeitos foram encontrados… [e] produziram uma teoria sofisticada que mostra que a força inercial, a força gravitacional e, mesmo a massa, são conseqüências de uma interação de partículas carregadas com o CPZ.
Mesmo a estabilidade de nosso planeta em sua órbita ao redor do
Sol deriva de energia absorvida desse vácuo quântico. Quando a Terra percorre sua órbita ela perde momento; devido à constante perda de momento, o campo gravitacional do Sol – na ausência dessa absorção de energia do CPZ – iria sobrepujar a força centrífuga que empurra a Terra para sua órbita, e a Terra iria espiralar para dentro do Sol. Isso significa que além da inércia, da gravidade e da massa, a própria estabilidade do sistema solar e dos átomos é devida à interação com o Campo Ponto Zero do vácuo.
Embora ainda haja muito a ser descoberto sobre esse vácuo
quântico, já é claro que é um meio cósmico superdenso. Ele veicula a luz e todas as forças universais da natureza. Ondas de pressão podem se propagar através dele, atravessando o universo de ponta a ponta. Esse é um achado do físico e matemático alemão Hartmut Mueller. Ele diz que a dimensão observada de todas as entidades, dos átomos às galáxias, é determinada pela interação com as ondas de pressão e densidade, que se propagam nesse vácuo. De acordo com sua ‘teoria da escala global' o universo é dimensionalmente limitado: na parte mais baixa do horizonte dimensional a densidade da matéria é a maior e na parte mais alta é a menor. Isso PE devido às ondas de pressão baseadas no vácuo. Porque o universo é finito em pontos críticos dimensionais, as ondas se superpõem criando ondas estacionárias que duram muito. Essas ondas determinam as interações físicas estabelecendo o valor das forças gravitacionais, eletromagnéticas e nucleares – forte e fraca. Por meio da ressonância elas amplificam algumas vibrações e reprimem outras; são assim responsáveis pela distribuição de matéria pelo cosmos inteiro. Todos os processos têm um ritmo interno de acordo com sua ressonância com as ondas estacionárias do vácuo. Mueller conclui que esse vácuo é um fundo cósmico ultrafraco que atua como um campo morfogenético. Um campo que transporta luz (ou seja, ondas de fótons) e ondas de pressão e densidade, e reabastece a energia perdida por átomos e sistemas solares, não é uma entidade teórica abstrata. Não surpreende que mais e mais físicos falem do vácuo quântico como uma plenitude cósmica real.
págs 82-85
A matéria como uma ilusão matemática
A noção de que o Campo Ponto Zero pode exercer uma força – conhecida como força Casimir – que é semelhante a uma pressão de radiação que pode causar a aceleração das partículas, me levou a pensar na inércia.
A inércia – resistência à aceleração – é uma das mais fundamentais
propriedades da matéria. Imagine que você empurra um carro na rua. Precisa usar muita força porque existe uma grande resistência. Uma parte da resistência é pela fricção, mas a maior parte é pela inércia. Toda a matéria do qual o carro é feito está resistindo à sua tentativa de movê-lo.
A questão que me veio era: poderá a pressão de radiação universal
causar a inércia? E, desde que o Campo Ponto Zero está presente em todo o lugar todo o tempo, ele poderia explicar a natureza instantânea da inércia? Escrevi a Afonso Rueda, PhD teórico da eletrodinâmica. Ele aprofundou nossa questão derivando a equação fundamental de Newton (F=ma). Newton – e todos os físicos desde então – assumem que toda a matéria possui uma massa inata. A massa de um objeto é a medida de sua inércia, sua resistência à aceleração. A equação ‘F=ma’ afirma que se você aplica uma força (F) a um objeto, você consegue uma aceleração (a), mas, quanto maior for a massa (m) que o objeto possui, menor a aceleração que você consegue para uma força dada. Para qualquer força dada, se a massa cresce, a aceleração decresce, e vice-versa. Esse é um postulado da física, conhecido como a ‘segunda lei de Newton’, a equação do movimento. Um postulado é uma lei que você assume ser verdadeira, não uma lei que você prove ou derive.
Rueda havia derivado o postulado newtoniano, o que foi possível
considerando o Campo Ponto Zero (CPZ); um feito até então impensável. Na sua derivação a massa se torna, com efeito, uma ilusão. A matéria resiste à aceleração não porque possui uma inapta propriedade chamada de massa, como postulado por Newton, mas porque o CPZ exerce uma força contrária sempre que uma aceleração acontece. Colocando em termos metafísicos, existe um oceano de luz quântica de fundo (o Campo Ponto Zero eletromagnético) preenchendo o universo e essa luz gera uma força que se opõe à aceleração quando você empurra qualquer objeto material. A ação dessa luz quântica é o que faz a matéria parecer sólida, parecer uma substância estável, da qual nós e nosso universo somos feitos. Falar isso é uma coisa, mas provar isso cientificamente é algo muito diferente. Rueda escreveu seus cálculos e me enviou. Escrevi um artigo e sugeri que colocássemos Harold Puthoff como co-autor, uma vez que ele havia trabalhado nesse assunto em paralelo, e também trabalhado em um estudo sobre a força da gravidade e a inércia que trouxe a Rueda alguns de seus conceitos iniciais. O artigo se chamou ‘Inércia como uma força de Lorenz do Campo Ponto Zero’. Inércia é a propriedade da matéria que dá a ela sua solidez; é o que dá substância às coisas. A conexão proposta entre o Campo Ponto Zero e a inércia, com efeito, sugere que o mundo sólido e estável da matéria é sustentado a cada instante pelo subjacente oceano de luz quântica.
Ao invés de um absoluto espaço e tempo preenchidos por um éter
que sustenta o epifenômeno da luz, a luz se torna a coisa fundamental, cuja propagação determina o fluxo do tempo e das medidas do espaço.
Quase podemos dizer que a luz cria o espaço-tempo. Sugiro aqui,
que a luz, na forma de um campo eletromagnético universal, o Campo Ponto Zero, também cria e sustenta o mundo da matéria que preenche o tempo-espaço. Assim, as palavras ‘Faça-se a Luz’, devem expressar muito mais do que uma poética mitologia. E é muito interessante notar o que as leis da relatividade apontam de maneira bem clara: do ponto de vista de um raio de luz, se pudéssemos cavalgá-lo e nos movermos à velocidade da luz, observaríamos que o espaço se reduz a um ponto e o tempo colapsa em um instante. Ou seja, tendo como referência a luz, não existe espaço nem tempo.
A propriedade mais fundamental da matéria é a massa. A massa
faz as coisas sólidas, substanciais e perceptíveis aos nossos sentidos. Mas pode ser uma ilusão. A característica que define massa – resistência à aceleração – pode ser, de fato, apenas um fenômeno eletromagnético.
Mas não é só isso, se considerarmos os processos dinâmicos de
transformação e movimento nos átomos, como a radioatividade, por exemplo, a radioatividade está na transformação do Carbono 14 em Carbono 12, pela perda espontânea de dois nêutrons de seu núcleo, em um tempo fixo e determinado – o que permite sua utilização para datar fenômenos do mundo físico. Existe outro tipo de transição, que ocorre quando os elétrons de um átomo saltam de um nível de energia para outro, emitindo uma linha espectral, em um processo chamado de emissão espontânea.
O dilema é o mesmo da radioatividade: o que faz com que o elétron
salte para um nível mais baixo e estável de energia? Mais, além da emissão espontânea, existe também a emissão estimulada. Emissão estimulada acontece quando fótons de exato comprimento de onda colidem com o elétron e o fazem mudar de nível. A emissão espontânea é compreendida por um conceito matemático chamado ‘coeficiente A de Einstein’ e a emissão estimulada é compreendida pelo chamado ‘coeficiente B de Einstein’.
Cálculos algébricos realizados por Sir William McCrea, laureado
astrofísico inglês, mostram que o coeficiente A se aproxima do coeficiente B quando esse é multiplicado pelo Campo Ponto Zero ou, em outras palavras, a emissão espontânea se aproxima da estimulada, quando esta é estimulada pelo Campo Ponto Zero, em vez de estimulada, ordinariamente, por fótons. Portanto, existem boas razões para se suspeitar que o Campo Ponto Zero está por trás tanto da estabilidade quanto da dinâmica do universo físico. É certamente tentador enxergar isso como uma chave para o acontecer de um contínuo e sustentado processo de criação do universo.
Referencias:
McTaggart, Lynne; "The Field"; Quill, USA, 2003
Harold Puthoff citado por McTaggart em ‘The Field'.
Lazlo, Ervin; "Science and The Akashic Field"; Inner Traditions, USA, 2004.
Haisch, Bernard; “The God Theory”; Red Wheel/Weiser, USA, 2006.
Tradução de Moacir Amaral in "Triângulos: Estruturas de