Você está na página 1de 10

DOI: 10.1590/1413-81232020261.

30352020 17

Envelhecimento e dependência no Brasil: características

artigo article
sociodemográficas e assistenciais de idosos e cuidadores

Aging and dependence in Brazil: sociodemographic


and care characteristics of older adults and caregivers

Roger Flores Ceccon (https://orcid.org/0000-0002-0846-1376) 1


Luiza Jane Eyre de Souza Vieira (https://orcid.org/0000-0002-5220-027X) 2
Christina César Praça Brasil (https://orcid.org/0000-0002-7741-5349) 2
Konrad Gutterres Soares (https://orcid.org/0000-0002-5361-9419) 3
Virgínia de Menezes Portes (https://orcid.org/0000-0001-6604-1962) 1
Carlos Alberto Severo Garcia Júnior (https://orcid.org/0000-0003-3367-4151) 1
Ione Jayce Ceola Schneider (https://orcid.org/0000-0001-6339-7832) 1
Antonio Augusto Ferreira Carioca (https://orcid.org/0000-0002-1194-562X) 2

Abstract This paper aims to identify sociode- Resumo O artigo tem como objetivo identificar
mographic and care characteristics of dependent características sociodemográficas e assistenciais de
older adults, formal and family caregivers in mu- idosos dependentes, cuidadores formais e familia-
nicipalities from different Brazilian regions. A res em municípios de diferentes regiões brasileiras.
cross-sectional study was carried out with a sam- Realizou-se um estudo transversal com amostra
ple of 175 people, of whom 64 were older adults, de 175 pessoas, sendo 64 idosos, 27 cuidadores for-
27 formal caregivers, and 84 family caregivers. mais e 84 cuidadores familiares. Foram realizadas
Semi-structured interviews were conducted with entrevistas semiestruturadas, com questões especí-
specific questions for each group on the theme ficas para cada grupo sobre a temática do cuidado
of care and dependence. Most older adults were e dependência. A maioria dos idosos era do sexo
female, aged 80 years or older, with low educa- feminino, com idade igual ou maior a 80 anos,
tion and have been dependent for four years or com baixa escolaridade e dependente há quatro
more. Older adults reported feelings of loneliness, anos ou mais. Os idosos relataram sentimentos
pointed out difficulties in medical care, and 29% de solidão, apontaram dificuldades na assistência
had only access to Primary Health Care actions. médica e 29% tinham acesso apenas a ações da
Inequalities, burden, illnesses, and social pro- Atenção Primária à Saúde. Entre os cuidadores fa-
blems were found among family caregivers. Black miliares, encontrou-se desigualdades, sobrecargas,
females with no formal employment, little or no adoecimentos e problemas sociais. Entre os for-
1
Escola de Saúde Coletiva,
Universidade Federal de training for the function, and low remuneration mais predominou o sexo feminino, a raça negra,
Santa Catarina. Rodovia predominated among formal caregivers, and care sem vínculo legal de trabalho, pouca ou nenhuma
Governador Jorge Lacerda was associated with domestic chores. We can con- formação para a função e baixa remuneração; o
3201, Urussanguinha.
88906-072 Araranguá clude that gender and race inequalities persist in cuidado associou-se aos afazeres domésticos. Con-
SC Brasil. the care of dependent older adults, and we obser- clui-se que perduram as desigualdades de gênero e
roger. ceccon@hotmail.com ved that the rigid social roles assigned to men and raça no cuidado às pessoas idosas em situação de
2
Programa de Pós-
Graduação em Saúde women in Brazil persist in the family and work dependência. Observou-se também que a rigidez
Coletiva, Universidade de dynamics in caring for the dependent older adults. dos papeis sociais atribuídos a homens e mulheres
Fortaleza. Fortaleza CE Key words Aging, Frail older adult, Caregivers, no Brasil persistem nas dinâmicas familiares e la-
Brasil.
3
Programa de Pós- Elderly health borais no cuidado ao idoso dependente.
Graduação em Saúde Palavras-chave Envelhecimento, Idoso depen-
Coletiva, Universidade dente, Cuidador, Saúde do idoso
Federal do Rio Grande do
Sul. Porto Alegre RS Brasil.
18
Ceccon RF et al.

Introdução mília o compromisso pelo cuidado prolongado


no âmbito do domicílio. Inexiste uma política
Nas últimas décadas, o envelhecimento popula- específica que determine os papéis atribuídos à
cional foi marcado pelo aumento da expectativa família e à rede de serviços públicos12, tornando
de vida e redução das taxas de natalidade e mor- vulnerável tanto o idoso quanto o cuidador.
talidade na maioria dos países do mundo. Hou- O conceito de vulnerabilidade contribui
ve crescimento da quantidade de idosos com 80 para compreender a situação dos idosos e seus
anos e mais, etapa vulnerável do ponto de vista cuidadores, pois refere-se à garantia de cidada-
social e da saúde física e mental, dentre as quais nia de populações politicamente fragilizadas na
é comum a perda de autonomia e o aumento da perspectiva dos direitos humanos, resultado da
dependência1. combinação dos domínios individual, social e
A dependência é a incapacidade funcional pragmático. A vulnerabilidade individual com-
dos idosos em realizar Atividades Básicas da Vida preende os aspectos biológicos, emocionais,
Diária (ABVD), como alimentar-se, vestir-se e cognitivos e atitudinais; a social é caracterizada
tomar banho2, ou a impossibilidade de executar por aspectos culturais, sociais e econômicos que
Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD), determinam as oportunidades de acesso a bens
como ir ao banco, pegar ônibus e comunicar-se3. e serviços; e a vulnerabilidade programática re-
Neste caso, os idosos necessitam de auxílio para fere-se aos recursos sociais necessários para a
a realização destas tarefas e para a gestão da pró- proteção do indivíduo a riscos à integridade e ao
pria vida4. bem-estar físico, psicológico e social13.
Na América Latina, 40% dos idosos precisam Neste estudo, um conjunto de pessoas en-
de cuidados prolongados e este número triplica- volvidas no contexto da dependência e do cui-
rá nas próximas três décadas5. Em 2050, o Brasil dado ao idoso foi entrevistado, tendo em vista a
terá cerca de 77 milhões de pessoas dependentes necessidade de se conhecer in loco sua situação
de cuidados, entre idosos e crianças6, e apenas e vulnerabilidades. Assim, este estudo tem como
30% dos municípios possuíam instituições assis- objetivo identificar as características sociodemo-
tenciais de longa permanência no ano de 2009, gráficas e assistenciais de idosos dependentes,
a maioria na região sudeste do país7. Ao mesmo cuidadores familiares e cuidadores formais em
tempo em que aumenta a população longeva e oito municípios das diferentes regiões do Brasil.
dependente, persiste o déficit de cuidadores, pro-
fissionais e serviços de saúde preparados para
assisti-los8. Método
No Brasil, a maioria dos cuidadores são pes-
soas da família, mulheres (cônjuges ou filhas) Tipo de estudo
com 50 anos ou mais e com proximidade física
e afetiva com o idoso. O trabalho, muitas vezes, é Trata-se de um estudo transversal e descriti-
ininterrupto e solitário, sem o apoio de serviços vo realizado no ano de 2019 em oito municípios
e políticas públicas de proteção para o desenvol- localizados nas cinco regiões brasileiras: Ara-
vimento desta função. Os mesmos sofrem restri- ranguá (SC), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Ma-
ções em suas vidas pessoais, gerando sobrecarga, naus (AM), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio
adoecimento, desemprego e afastamento da rede de Janeiro (RJ) e Teresina (PI). Faz parte de uma
social e afetiva9,10. pesquisa multicêntrica que estudou a situação de
No ano de 2002 a função de cuidador foi re- idosos com dependência física, mental/emocio-
conhecida como ocupação pelo Ministério do nal, cognitiva ou social, cujo foco é subsidiar a
Trabalho e Renda no Brasil. Foi considerado “cui- elaboração de uma política pública que atenda
dador” o indivíduo que assiste e promove bem ao idoso dependente e à pessoa que o cuida. Foi
-estar, saúde, alimentação, higiene, educação, coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz em
cultura e lazer à pessoa dependente. Entretanto, parceria com instituições de ensino brasileiras14.
a profissão é marcada por precarização nos vín-
culos trabalhistas, falta de preparação específica, Amostra
baixos salários e longas jornadas11. Apesar das
políticas de proteção social ao idoso implemen- Com amostra intencional, 175 pessoas par-
tadas no país nas últimas décadas, a oferta de ser- ticiparam deste estudo, sendo 64 idosos com
viços pelo Estado restringe-se a ações específicas dependências, 27 cuidadores formais e 84 cuida-
e pontuais de assistência à saúde, e atribui à fa- dores familiares (Tabela 1). Considerou-se “idoso
19

Ciência & Saúde Coletiva, 26(1):17-26, 2021


Tabela 1. Quantitativo de idosos dependentes, cuidadores familiares e cuidadores formais entrevistados na
pesquisa, municípios de diferentes regiões do Brasil, 2019.
Idosos dependentes Cuidadores familiares Cuidadores formais
Município/Estado
n % n % n %
Araranguá (SC) 12 18,8 13 15,5 6 22,2
Belo Horizonte (BH) 7 10,9 11 13,1 0 0,0
Brasília (DF) 10 15,6 10 11,9 0 0,0
Fortaleza (CE) 10 15,6 11 13,1 5 18,5
Manaus (AM) 5 7,8 10 11,9 5 18,5
Porto Alegre (RS) 11 17,2 11 13,1 4 14,8
Rio de Janeiro (RJ) 3 4,7 7 8,3 2 7,5
Teresina (PI) 6 9,4 11 13,1 5 18,5
Total 64 100 84 100 27 100

dependente” a pessoa com 60 anos e mais que, e consensualizado por um grupo de pesquisado-
pela redução ou falta de capacidade física ou cog- res de diferentes universidades brasileiras. Foram
nitiva, tem necessidade de ajuda para a realização utilizadas perguntas específicas para cada grupo
das ABVD ou AIVD, implicando na presença de, entrevistado que envolveu a percepção acerca de
pelo menos, mais uma pessoa para exercer cui- temas relativos ao cuidado e à dependência.
dado15. As entrevistas foram gravadas em áudio (com
Considerou-se dependência física a incapaci- permissão dos entrevistados) e transcritas. Des-
dade funcional, prática ou motora para realizar taca-se que as variáveis quantitativas seleciona-
ABVD ou AIVD; e dependência cognitiva a perda das para este estudo foram coletadas do corpus
completa ou parcial da orientação no tempo, da textual gerado pelas transcrições realizadas pelos
memória, atenção, realização de cálculo, lingua- pesquisadores, contendo informações sociode-
gem e capacidade visual16. Os cuidadores foram mográficas e assistenciais relacionadas às práticas
compreendidos como formais (contratados) ou de cuidado e aspectos do mundo do trabalho.
familiares, considerados como aqueles que pres-
tam assistência ou cuidado ao idoso no exercício Variáveis
das atividades diárias17.
Foram excluídos os idosos que estavam em As variáveis foram agrupadas de acordo com
Instituições de Longa Permanência ou que resi- cada grupo de participante na pesquisa:
dem sozinhos, por causa do objeto de estudo que Idoso dependente:
previa compreender a situação da díade: idoso Características sociodemográficas: sexo, raça,
dependente-cuidador familiar. estado civil, faixa etária, quantidade de filhos e
netos, religião, escolaridade, com quem reside,
Coleta de dados adaptação da residência às necessidades, cogni-
ção (capacidade preservada ou prejudicada de
Para a coleta de dados, os participantes foram orientação no tempo, da memória, atenção, reali-
identificados por meio das Secretarias Munici- zação de cálculo, linguagem e capacidade visual)
pais de Saúde e dos serviços de Atenção Primária e convívio social (mantém convivência afetiva
à Saúde (APS) de cada município envolvido no com familiares, amigos, vizinhos ou outros).
estudo. Em seguida, procedeu-se o contato e o Características assistenciais: tempo que ne-
agendamento das entrevistas com os interlocu- cessita de cuidado, cuidador profissional e médi-
tores, todas realizadas em suas residências por co que acompanha.
entrevistadores previamente capacitados. Cuidadores familiares:
Os dados foram coletados por meio de en- Características sociodemográficas: sexo, raça/
trevistas semiestruturadas, com itens que con- cor e faixa etária;
templaram a obtenção de dados quantitativos e Características assistenciais: grau de paren-
qualitativos, utilizando-se um roteiro construído tesco, motivo para ser cuidador, tempo na função,
20
Ceccon RF et al.

alternância nos cuidados, autopercepção sobre a Tabela 2. Características sociodemográficas dos idosos
própria saúde e problemas emocionais (Tristeza, dependentes de municípios em diferentes regiões do
estresse, cansaço, sobrecarga, insônia e irritação). Brasil, 2019.
Cuidadores formais: n
Variável %
Características sociodemográficas: sexo, raça/ (64)
cor e faixa etária; Sexo
Características assistenciais e profissionais: Feminino 41 64,1
contrato de trabalho, curso de formação, remu- Masculino 23 35,9
neração, tempo de atuação, realização de outras Raça*
atividades no lar onde trabalha, dificuldades Branca 36 56,3
vivenciadas no trabalho, sentimento pela pes- Negra (Parda e preta) 20 31,2
soa idosa e problemas emocionais (Tristeza, de- Situação conjugal
pressão, fadiga, sobrecarga e ansiedade) e sociais Com companheiro 24 37,5
(Falta de reconhecimento, liberdade e relações Sem companheiro 40 62,5
sociais). Faixa etária (anos)
60 – 69 6 9,4
Análise estatística 70 – 79 23 35,9
≥ 80 35 54,7
As variáveis foram inseridas e categorizadas Filhos**
em um banco de dados no software Excel e codi- Nenhum 2 3,1
ficadas. Posteriormente, para a análise estatística, 1–3 28 43,8
utilizou-se o programa Statistical Package for the 4–7 17 26,6
Social Sciences (SPSS), versão 20.0, e as variáveis ≥8 11 17,2
foram apresentadas por meio de frequência bruta Netos***
e relativa. Nenhum 5 7,8
1–3 23 36,0
Ética da pesquisa 4–7 10 15,6
≥8 15 23,4
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética Religião****
e Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz. Todos os Católica 46 71,9
participantes assinaram o Termo de Consenti- Evangélica 7 10,9
mento Livre e Esclarecido. Outra 6 9,4
Escolaridade*****
Analfabeto 10 15,6
Resultados Ensino Fundamental Incompleto 26 40,6
Ensino Fundamental completo 11 17,2
Foram entrevistados 64 idosos dependentes, 84 Ensino Médio 8 12,5
cuidadores familiares e 27 cuidadores formais em Superior 5 7,8
diferentes municípios brasileiros, constituindo Com quem reside
uma amostra de 175 pessoas. Dentre os idosos, Companheiro 20 31,3
a maioria era mulher (64,1%), da raça branca Filha 24 37,5
(56,3%), com baixa escolaridade (15,6% eram Filho 12 18,8
analfabetos e 40,6% possuíam ensino fundamen- Sozinho 4 6,2
tal incompleto) e de religião católica (71,9%). A Outros familiares 4 6,2
maioria dos idosos possuía idade superior a 80 Casa adaptada às necessidades ******
anos (54,7%), viviam sem a presença de compa- Não 12 29,7
nheiro (68,7%), tinham filhos (87,6%) e netos Sim 45 70,3
(75%). Do total, 37,5% moravam com a filha,
Convívio social*******
31,3% com companheiro e 70,3% em casa adap-
Não mantém relacionamentos 34 53,2
tada às necessidades (Tabela 2). sociais
Dos idosos, 23,1% necessitavam de cuidados Mantém relacionamentos sociais 22 34,3
há tempo maior ou igual a quatro anos; 87,7% Fonte: Dados da pesquisa de campo. Não responderam:
não tinham cuidador profissional e 29,2% eram *8(12,5%); **6(9,4%); ***11(17,2%); ****5 (7,8%);
acompanhados pelo médico da APS. A maioria *****4(6,3%); ******7(10,8%); *******8(12,5%).
referiu sentir mal-estar com a situação em que se
21

Ciência & Saúde Coletiva, 26(1):17-26, 2021


encontrava, tinham a cognição preservada, po- e atuava na função há menos de um ano (59,3%).
rém não mantinham relações sociais (Tabela 3). Nessa população, 74,1% realizaram outras ativi-
Na Tabela 4, é possível observar que a maioria
dos cuidadores familiares era do sexo feminino
(84,5%), da raça/cor branca (40,5%) e tinha en-
tre 40 a 59 anos (52,4%). Os que exerciam o cui-
dado dos idosos com maior frequência eram as Tabela 4. Características sociodemográficas e
“filhas”, que relataram estarem nessa função jus- assistenciais dos cuidadores familiares em municípios
tamente pelo fato de serem “filhas” ou por “não de diferentes regiões do Brasil, 2019.
ter outra pessoa que cuide”. Grande parte dos n
Variáveis %
cuidadores assistiam aos idosos há mais de 2 anos (84)
e não dividiam o trabalho com outras pessoas. A Sexo
maioria referiu que, no exercício dessa atividade Feminino 71 84,5
têm passado por adoecimentos (60,7%), pro- Masculino 13 15,5
blemas emocionais (75,0%), problemas sociais Raça*
(75,0%) e relatou que a família constitui a prin- Branca 34 40,5
cipal rede de apoio que ajuda no cuidado com o Negra (Parda e preta) 32 38,1
idoso (48,8%). Faixa etária (anos)
A Tabela 5 apresenta as características dos 20 – 39 7 8,3
cuidadores formais. Foi possível observar que 40 – 59 44 52,4
a maioria era mulher (92,6%), de raça negra 60 – 79 12 14,3
(63,0%) e encontrava-se na faixa etária de 40 a ≥ 80 21 25,0
59 anos (74,1%). Grande parte não tinha contra- Grau de parentesco
to de trabalho (74,1%), nunca realizou curso de Companheiro(a) 20 23,8
formação para a função (77,8%), recebia aproxi- Filha 39 46,4
madamente um salário mínimo (≤ R$ 1.000,00) Outros familiares 25 29,8
Motivo por ser o cuidador
Não ter outra pessoa 31 36,9
Por ser a esposa 6 7,1
Por ser a filha 23 27,4
Tabela 3. Características assistenciais dos idosos Outro motivo 24 28,6
dependentes em municípios de diferentes regiões do Tempo na função (anos)**
Brasil, 2019.
≤1 8 9,5
n 2–5 41 48,8
Variáveis %
(64)
6–9 8 9,5
Tempo que necessita de cuidado
≥ 10 22 26,2
(anos)*
Cuidados alternados com outras
<1 9 14,1
pessoas
1a3 9 14,1
Não 46 54,8
≥4 15 23,4
Sim 38 45,2
Cuidador profissional
Adoecimento (autorreferido)
Não 57 89,1
Não 33 39,3
Sim 7 10,9
Sim 51 60,7
Médico que acompanha**
Problemas emocionais (autorreferido)
APS 19 29,7
Não 21 25,0
Especialista 12 18,7
Sim 63 75,0
Nenhum 11 17,2
Problemas sociais
Outro 13 20,3
Não 21 25,0
Percepção de si***
Sim 63 75,0
Bem estar 18 28,1
Rede de apoio
Mal estar 39 61,0
APS 13 15,5
Cognição
Família 41 48,8
Prejudicada 23 35,9
Vizinhos/Amigos 6 7,1
Preservada 41 64,1
Não recebe apoio 24 28,6
*Não respondeu: *31(48,4%); **9(14,1%); ***7(10,9%). *Não respondeu: *18(21,4%); **5(5,9%).
22
Ceccon RF et al.

Tabela 5. Características sociodemográficas, de gostar do que faz, não sofria com problemas
trabalho, psicológicas e de cuidado dos cuidadores emocionais e contava com o apoio de familiares
formais em municípios de diferentes regiões do Brasil, do idoso e de outros cuidadores.
2019.
n
Variáveis %
(27) Discussão
Sexo
Feminino 25 92,6 Este estudo identificou características sociode-
Masculino 2 7,4 mográficas e assistenciais que indicam vulne-
Raça rabilidades em idosos dependentes, cuidadores
Branca 10 37,0 familiares e formais. Observou-se que os entre-
Negra (Parda ou preta) 17 63,0 vistados são afetados por vulnerabilidades indi-
Faixa etária (anos) viduais, sociais e programáticas13, envolvendo as-
30 – 39 6 22,2 pectos que sugerem a precarização das condições
40 – 59 20 74,1 de vida e saúde.
> 60 1 3,7 Com relação às vulnerabilidades individuais
Contrato de trabalho e sociais, evidencia-se que a maioria dos idosos
Não 20 74,1 é do sexo feminino, com idade maior ou igual a
Sim 7 25,9 80 anos e com baixa escolaridade. Essas mulheres
Curso para cuidador necessitam de cuidado há muito tempo (quatro
Não 21 77,8 anos ou mais) e relataram sintomas depressivos,
Sim 6 22,2 de tristeza e solidão. Embora tenham filhos e ne-
Remuneração (R$)* tos, reclamam que muitos não mantêm um con-
≤ 1.000 11 40,7 vívio frequente com elas. Não possuem cuidador
1.100 – 2.000 6 22,2 profissional e nem assistência regular à saúde.
≥ 2.100 2 7,4 Esses dados corroboram a projeção demográ-
Tempo de atuação (anos) fica para o Brasil, que aponta maior proporção
≤1 16 59,3 de mulheres entre as pessoas idosas, em decor-
1–3 5 18,5 rência da mortalidade diferencial por sexo, que
≥4 6 22,2 afeta precocemente a população masculina18,19.
Executa outras atividades na casa que Nas famílias, além de constituírem o grupo que
não o cuidado do idoso** mais sofre com a dependência20-22, elas também
Não 4 14,8 se caracterizam pelo cuidado que prestam a ou-
Sim 20 74,1 tros idosos23-25. É preciso lembrar que a popula-
Enfrenta dificuldade no trabalho*** ção com 80 anos ou mais está aumentando no
Não 10 37,0 Brasil, e sendo a mais vulnerável aos vários tipos
Sim 15 55,6 de dependência, é a que exige uma maior quanti-
Percepção sobre o trabalho**** dade de cuidadores14.
Gosta do que faz 17 63,0 Estudos apontam que a baixa escolaridade e
Sente-se sobrecarregado e 5 18,5 as piores condições socioeconômicas dos idosos
desvalorizado estão associadas à perda da capacidade física e
Problemas emocionais funcional precocemente, pois essas pessoas ten-
Não 15 55,6 dem a acumular mais doenças ao longo da vida,
Sim 12 44,4 desempenharam atividades laborais insalubres,
Rede de apoio***** possuem hábitos de vida prejudiciais e menor
Família/Outros cuidadores 17 63,0 acesso aos serviços de saúde26-29. Além do mais,
Não recebe apoio 7 25,9 enfrentam maior dificuldade para receber aju-
*Não respondeu: *8(29,6%); **3(11,1%); ***2(7,4%); da, constituindo-se em um grupo extremamente
****5(18,5%); *****3(11,1%). vulnerável29,30.
A solidão e o isolamento vivenciados pelos
idosos são indicativos de perdas de convívio no
âmbito familiar e social e, conforme Santini et
al.31, podem ocasionar problemas emocionais
dades na residência do idoso e 55,6% enfrenta- e psicológicos, principalmente depressão. Essas
ram dificuldades no trabalho. A maioria referiu questões que aparecem no estudo como queixas
23

Ciência & Saúde Coletiva, 26(1):17-26, 2021


frequentes indicam a necessidade de atenção à te para o enfrentamento de problemas tanto do
saúde mental visando aumentar seus vínculos idoso como da pessoa que cuida10.
sociais, assim como tratar temáticas relaciona- O cuidado familiar exercido majoritariamen-
das à morte e à terminalidade32. A rede social de te por mulheres simboliza as desigualdades de
proteção, constituída por pessoas próximas, pode gênero presentes na sociedade, historicamente
potencializar ou reduzir as vulnerabilidades9. constituídas por relações de poder assimétricas
Embora os idosos entrevistados nesta pesqui- entre os sexos, cuja atividade de cuidar no âmbi-
sa apresentem elevado número de filhos, netos e to privado tem sido função predominantemente
contem com a presença do cônjuge ou da pessoa feminina. Nesta pesquisa, parte das entrevistadas
que os cuida, muitos se sentem sozinhos. Este revelou que a condição de “ser filha” foi determi-
paradoxo pode ser resultado das mudanças e das nante para assumir o papel de cuidadora. Esse
dinâmicas familiares marcadas pela coexistência fato impacta na vida pessoal, profissional, social
de bisnetos, netos e filhos na mesma residência, e afetiva da mesma, além de produzir efeitos na
ao mesmo tempo em que se constata a perda de sociedade como um todo. Apesar das transfor-
vínculo e de solidariedade33. mações dos arranjos familiares e o papel social
A vulnerabilidade programática encontrada das mulheres, o processo de envelhecimento po-
neste estudo refere-se ao fato de que muitos ido- pulacional não está sendo acompanhado de mu-
sos não contam com assistência médica e apenas danças na divisão sexual do trabalho de cuidar, a
29% relataram acesso aos cuidados ofertados na não ser em casos excepcionais, especialmente no
APS. Esse achado reforça a hipótese acerca da âmbito familiar33.
necessidade de os serviços de saúde reconfigura- Na maioria dos casos, observou-se ausência
rem suas práticas assistenciais para enfrentarem de alternância nos cuidados, como se a família
os desafios da multimorbidade e das necessida- entregasse de vez a assistência a uma única pessoa
des associadas ao processo de envelhecimento. que arca, de um lado, com o conforto emocional
Necessitam-se estratégias que promovam acesso, de assistir seu ente querido, mas, de outro, com
reduzam a fragmentação do cuidado e valorizem o ônus da sobrecarga de trabalho e da perda do
e promovam as competências da APS para me- convívio social e, por vezes, do emprego24,36. Vá-
lhorar o atendimento e, a partir dela, se dinami- rios estudiosos têm mostrado que essas pessoas
ze uma nova organização das redes de atenção à são também mais suscetíveis aos agravos em sua
saúde32,34,35. Não há solução: o número de idosos saúde mental, na medida em que o tempo gasto
vai aumentar e é fundamental que o cuidado com com os cuidados do idoso são longos e ininter-
essa população seja adequado e qualificado. ruptos12, frequentemente elas dormem mal e se
Com relação aos cuidadores familiares, foi afastam do convívio social37.
possível identificar características que indicam Ressalta-se a importância da atenção à saú-
vulnerabilidades individuais, emocionais e so- de do cuidador, no sentido de reduzir os fatores
ciais. As condições em que vive este grupo de- de risco que ele (mais corretamente ela) corre
notam a precariedade da função de “cuidador”, no exercício de sua atividade. Neste estudo, a
marcada por desigualdades, sobrecargas, ado- presença de cuidador profissional foi pequena
ecimentos e diversos problemas. A maioria são e inferior se comparada aos cuidadores fami-
mulheres, principalmente filhas e esposas, cor- liares. Esse dado reforça o quanto o cuidado fa-
roborando outras pesquisas brasileiras, segundo miliar e informal é predominante com o idoso
as quais a pessoa que mais cuida geralmente é dependente, corroborando com outros estudos
a filha, o que incide sobre sua vida econômico- brasileiros23,24,36 e precisam de apoio dos serviços
financeira, pois a empobrece (por não ser uma públicos.
atividade remunerada), provoca-lhe sobrecarga As características dos cuidadores formais
por um trabalho ininterrupto, aumenta os riscos também sugerem vulnerabilidades sociais, prin-
à saúde e seu isolamento social14,23,36. Muitas são cipalmente relacionadas ao mundo do trabalho.
também idosas, inclusive longevas, o que confi- A maioria era do sexo feminino, de raça negra,
gura um contexto de pessoas idosas cuidando de sem vínculo trabalhista formal, com pouca ou
idosos. nenhuma formação para o exercício profissional
Embora uma parte das mulheres entrevista- e recebe baixa remuneração. Além das condições
das afirme que recebe apoio dos familiares no precárias de trabalho, a maioria dos cuidadores
cuidado com seu familiar dependente, outra re- formais acumulava outras atividades na residên-
fere não possuir redes sociais. A rede e o apoio cia onde cuida do idoso, como cozinhar, limpar
social são importantes como medidas de supor- a casa e cuidar dos demais membros da família.
24
Ceccon RF et al.

Dentre as vulnerabilidades dos cuidadores pessoas e houve algumas não respostas às ques-
formais participantes deste estudo, estão a mão tões das entrevistas. Entretanto, os resultados
de obra predominantemente negra, com pouca identificam situações que são corroboradas por
qualificação e, na maioria das vezes, sem con- muitas outras pesquisas nacionais e internacio-
trato de trabalho formal e garantias trabalhistas. nais aqui citadas.
A participação de mulheres negras e com baixa
escolaridade no mercado de trabalho reflete a in-
tersecção entre as desigualdades de gênero, raça Conclusão
e classe social presentes na sociedade. Elas cons-
tituem o grupo social mais desfavorecido e vul- As características sociodemográficas e assisten-
nerável, pois os regimes capitalistas, patriarcais e ciais de uma amostra de idosos e cuidadores for-
racistas impedem que as mesmas consigam me- mais e familiares de diferentes municípios brasi-
lhores rendimentos e postos de trabalho, fican- leiros identificadas nesta investigação constituem
do sobrerrepresentadas nas ocupações de menor vulnerabilidades individuais, sociais e programá-
prestígio38. ticas.
No Brasil, as taxas de escolarização dos ne- O estudo identificou fragilidades nos idosos
gros são baixas e muitos ocupam trabalhos do- decorrentes da situação de dependência. Além do
mésticos, precários e com menores remunera- mais, observou-se desigualdades de gênero e raça
ções quando comparados às pessoas brancas39. no cuidado às pessoas idosas, demonstrando a
A ausência de contrato de trabalho formal e de rigidez dos papeis sociais atribuídos aos homens
formação para o exercício da profissão eviden- e mulheres de acordo com a cor da pele na socie-
cia a falta de políticas públicas e sociais que ga- dade brasileira. No âmbito familiar, as redes de
rantam a qualificação dos cuidadores formais36. apoio demonstram relevância diante da temática
Isso ocorre, apesar de iniciativas governamentais, estudada particularmente para prevenir agravos
como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino emocionais e sociais. E quanto aos cuidadores
Técnico e Emprego (Pronatec), que oferece cur- formais, há a necessidade de uma política de va-
sos técnicos para cuidadores de idosos. No en- lorização e qualificação, contribuindo para a for-
tanto, se bem formadas, essas pessoas exigiriam malização da profissão.
melhores salários e vínculo trabalhista, o que, Os dados apresentados são de uma amostra
aliás, já é feito nos casos em que os cuidadores de idosos e cuidadores, não podendo ser genera-
são organizados em cooperativas ou em peque- lizados e ou considerados representativos da so-
nas empresas. ciedade brasileira. Entretanto, podem contribuir
Este estudo, embora aborde aspectos funda- para a criação, o desenvolvimento e a implemen-
mentais da díade idoso dependente-cuidador, tação de estratégias governamentais e sociais para
apresenta algumas limitações. A coleta de dados é a melhoria e a ampliação das redes de apoio e a
de natureza eminentemente qualitativa, a amos- regulamentação de uma política e adequada que
tra é constituída por um pequeno número de trate da dependência e do exercício do cuidar.

Colaboradores

RF Ceccon, LJES Vieira, CC Praça Brasil, KG


Soares, VM Portes, CAS Garcia Júnior, IJC Sch-
neider, AAF Carioca participaram igualmente da
concepção, delineamento, análise e interpretação
dos dados, b) redação do artigo ou a sua revisão
crítica, e c) aprovação da versão a ser publicada.
25

Ciência & Saúde Coletiva, 26(1):17-26, 2021


Referências

1. Freedman A, Nicolle J. Social isolation and loneliness: 18. Batista AS, Jaccoud LB, Aquino L, El-Moor PD. Enve-
the new geriatric giants Approach for primary care. lhecimento e dependência: desafios para a organização
Can Fam Physician 2020; 66(3):176-182. da proteção social. Brasília: MPS, SPPS; 2008.
2. Del Duca GF, Silva MC, Halall PC. Incapacidade fun- 19. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
cional para atividades básicas e instrumentais da vida Tábua completa de mortalidade para o Brasil 2018:
diária em idosos. Rev Saude Publica 2009; 43(5):796- Breve análise da evolução da mortalidade no Brasil. Rio
805. de Janeiro: IBGE; 2019.
3. Alves LC, Leite IC, Machado CJ. Conceituando e men- 20. Auais M, Ahmed T, Alvarado B, Phillips SP, Rosendaal
surando a incapacidade funcional da população ido- N, Curcio CL, Fernandes J, Guralnik J, Zunzunegui
sa: uma revisão de literatura. Cien Saude Colet 2008; MV. Gender differences in four-year incidence of sel-
13(4):1199-207. f-reported and performance-based functional disabi-
4. Klompstra L, Ekdahl AW, Krevers B, Milberg A, Ecker- lity: The International Mobility in Aging Study. Arch
blad J. Factors related to health-related quality of life Gerontol Geriatr 2019; 82:266-272.
in older people with multimorbidity and high health 21. Guerra RO, Alvarado BE, Zunzunegui MV. Life cour-
care consumption over a two-year period. BMC Ge- se, gender and ethnic inequalities in functional disabi-
riatr 2019; 19(1):187. lity in a Brazilian urban elderly population. Aging Clin
5. Organização Pan-americana de Saúde (OPAS). Plano Exp Res 2008; 20(1):53-61.
de ação para a saúde da população idosa. Washington: 22. Lima-Costa MF, Peixoto SV, Malta DC, Szwarcwald
OPAS; 2019. CL, Mambrini JVM. Informal and paid care for Brazi-
6. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). lian older adults (National Health Survey, 2013). Rev
Características gerais dos moradores 2012-2016. Rio de Saude Publica 2017; 51(Supl. 1):6s.
Janeiro: IBGE; 2017. 23. Giacomin KC, Uchoa E, Lima-costa MFF. Projeto
7. Camarano AA, organizador. Cuidados de Longa Dura- Bambuí: a experiência do cuidado domiciliário por
ção para a População Idosa: um novo risco social a ser esposas de idosos dependentes. Cad Saude Publica
assumido? Rio de Janeiro: IPEA; 2010. 2005; 21(5):1509-1518.
8. Greenwood N, Pound C, Brearley S, Smith R. A qua- 24. Diniz MAA, Melo BRS, Neri KH, Casemiro FG, Fi-
litative study of older informal carers’ experiences gueiredo LC, Gaioli CCLO, Gratão ACM. Estudo
and perceptions of their caring role. Maturitas 2019; comparativo entre cuidadores formais e informais de
(124):1-7. idosos. Cien Saude Colet 2018; 23(11):3789-3798.
9. Minayo MCS. Cuidar de quem cuida de idosos de- 25. Duarte YAO, Berzins MAVS, Giacomin KC. Política
pendentes: Por uma política necessária e urgente. Cien Nacional do Idoso: as lacunas da lei e a questão dos
Saude Colet 2020; 26(1):7-16. cuidadores. In: Alcântara AO, Camarano AA, Giaco-
10. Carmichael F, Ercolani M. Overlooked and under- min KC, organizadores. Política Nacional do Idoso:
valued: the caring contribution of older people. Int J velhas e novas questões. Rio de Janeiro: Ipea; 2016. p.
Soc Econ 2014; 41(5):397-419. 457-478.
11. Lampert CDT, Scortegagna SA, Grzybovski D. Dis- 26. Minayo MCS. O imperativo de cuidar da pessoa idosa
positivos legais no trabalho de cuidadores: aplicação dependente. Cien Saude Colet 2019; 24(1):247-252.
em instituições de longa permanência. REAd 2016; 27. Melzer D, Izmirlian G, Leveille SG, Guralnik JM. Edu-
85(3):360-380. cational differences in the prevalence of mobility disa-
12. Karsch UM. Idosos dependentes: famílias e cuidado- bility in old age: the dynamics of incidence, mortality,
res. Cad Saude Publica 2003; 19(3):861-866. and recovery. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci 2001;
13. Ayres J, Calazans GJ, Saletti Filho HC, França Júnior I. 56(5):294-301.
Risco, vulnerabilidade e práticas de prevenção e pro- 28. Singh-Manoux A, Marmot M. Role of socialization
moção da saúde. In: Campos G, Minayo MCS, Aker- in explaining social inequalities in health. Soc Sci Med
man M, Drumond Júnior M, Carvalho YM, organiza- 2005; 60(9):2129-2133.
dores. Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo: Editora 29. Lima-Costa MF, Oliveira C, Macinko J, Marmot M.
Fiocruz; 2006. p. 375-417. Socioeconomic inequalities in health in older adults
14. Minayo MCS. Estudo situacional dos idosos dependen- in Brazil and England. Am J Public Health 2012;
tes que residem com suas famílias visando subsidiar 102(8):1535-1541.
uma política de atenção e de apoio aos cuidadores. Rio 30. Lima-costa M, Mambrini JVM, Peixoto SV. Socioe-
de Janeiro: Fiocruz; 2019. (Projeto de Pesquisa). conomic inequalities in activities of daily living limi-
15. Unión Europea (UE). Consejo de Europa. Recomen- tations and in the provision of informal and formal
dación 1591. Retos de la política social en las sociedades care for noninstitutionalized older Brazilians: Na-
europeas que envejecen. Bruselas: Comisión Europea; tional Health Survey, 2013. Int J Equity Health 2016;
2003. 15(1):137.
16. Brasil. Portaria nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. 31. Santini ZI, Jose PE, Cornwell EY, Koyanagi A, Nielsen
Aprova a Política Nacional de Saúde do Idoso. Diário L, Hinrichsen C, Meilstrup C, Madsen KR, Koushede
Oficial da União 2006; 12 dez. V. Social disconnectedness, perceived isolation, and
17. Bertolucci PH, Brucki SM, Campacci SR, Juliano Y. O symptoms of depression and anxiety among older
Mini Exame do Estado Mental em uma população ge- Americans (NSHAP):a longitudinal mediation analy-
ral: Impacto da escolaridade. Arq Neuropsiquiatr 1994; sis. Lancet Public Health 2020; 5(1):e62-e70.
52(1):1-7.
26
Ceccon RF et al.

32. Oliveira EB, Bozzetti MC, Hauser L, Duncan BB, Har-


zheim E. Avaliação da qualidade do cuidado a idosos
nos serviços da rede pública de atenção primária à
saúde de Porto Alegre, Brasil. Rev Bras Med Fam Co-
munidade 2013; 8(29):264-273.
33. Camarano AA. Quanto custa cuidar da população
idosa dependente e quem paga por isto? In: Camarano
AA, organizador. Novo regime demográfico: uma nova
relação entre população e desenvolvimento? Rio de Ja-
neiro: Ipea; 2014. p. 605-623.
34. Melo LA, Braga LC, Leite FPP, Bittar BF, Oséas JMF,
Lima KC. Fatores associados à multimorbidade em
idosos: uma revisão integrativa da literatura. Rev.
Bras. Geriatr. Gerontol 2019; 22(1):1-11.
35. Nunes BP, Batista SRR, BOF DE Andrade F, Souza-
junior PRB, Lima-Costa MF, Facchini LA. Multimor-
bidade em indivíduos com 50 anos ou mais de idade:
ELSI-Brasil. Rev Saude Publica 2018; 52(2):1-12.
36. Giacomin KC, Duarte YAO, Camarano AA, Nunes
DP, Fernandes D. Cuidado e limitações funcionais em
atividades cotidianas – ELSI-Brasil. Rev Saude Publica
2018; 52(2):1-9.
37. Nascimento HG, Figueiredo AE. Demência, familiares
cuidadores e serviços de saúde: o cuidado de si e do
outro. Cien Saude Colet 2019; 24(4):1381-1392.
38. Lima M, Rios F, França D. Articulando gênero e raça:
a participação das mulheres negras no mercado de
trabalho (1995-2009). In: Marcondes MM, Pinheiro
L, Queiroz C, Querino AC, Valverde D, organiadores.
Dossiê mulheres negras: retrato das condições de vida
das mulheres negras no Brasil. Brasília: Ipea; 2013. p.
53-80.
39. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Si-
tuação social da população negra por estado. Brasília:
Ipea; 2014.

Artigo apresentado em 12/05/2020


Aprovado em 11/08/2020
Versão final apresentada em 13/08/2020

Editores chefes: Maria Cecília de Souza Minayo, Romeu


Gomes, Antônio Augusto Moura da Silva. Editora Associa-
da da área de Saúde do Idoso: Joselia Oliveira Araújo Firmo

CC BY Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons

Você também pode gostar