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BIOQUÍMICA CLÍNICA FUNDAMENTAL - Integral – 2020-1

Professoras: Luciana Wermelinger Serrão, Luciana Pereira Rangel.


Aluno: Ana Carolina Leite Almeida – DRE: 115064921

Estudo dirigido – Aula 1 - HEPATOGRAMA

1- Descreva quais são as principais funções do fígado e como elas podem ser relacionadas
às doenças hepáticas.
O fígado possui 3 gunções principais, espcecificadas abixo:
Metabólica: responsável pela produção de lipideos, glicose, amônia e pela detoxicação de
amônias e xenobióticos, além de metabolizar fármacos;
Excretora: relacionada ao processo de eliminação de substâncias do corpo (Ex: bilirrubina é o
produto de degradação do grupamento heme e precisa ser excretda pois é tóxica sem estar
ligada) o figado realiza esse processo;
Sintética: o fígado sintetiza diversas proteínas como albumina, fatores de coagulação sanguínea,
etc.

2- Como ocorre a produção da bile, incluindo sais biliares e bilirrubina? Como o mau
funcionamento desses processos pode estar envolvido em doenças hepáticas?

A bile é produzida pela junção dos ácidos biliares com bilirrubina. Os ácidos biliares são
sintetizados pelo fígado a partir do colesterol,e são conjugados com glicina ou taurina, formando
os sais biliares. Eles estão relacionados com processo digestivo, absorvem gordura a partir da
formação de micelas, possibilitando a absorção de gordura e vitaminas lipossolúveis da dieta.
Já a bilirrubina é um produto da degradação das hemácias, que quando estão programas pra a
destruição são captadas pelo baço, filtradas e fagocitadas por macrófagos, liberando o
grupamento heme do ferro, que vai para o fígado. Ele é metabolizado no hepatócito, sofre
glicuronização e o produto é eliminado pelos canais biliares para a vesícula biliar, que o
armazena. Junto com os ácidos biliares, a bilirrubina forma a bile, que é lançada na luz intestinal
e é metabolizada pela microbiota intestinal.
O mau funcionamento desses processos pode causar doenças colestáticas no fígado,
caracterizadas pelo acúmulo de sais biliares nos ductos da vesícula biliar, e possível evolução
para formação de cálculos, que impedem a excreção do fígado,podendo causar hipertensão
portal, obstruções, e até mesmo extravasamento da bile para o peritônio.

3- Como as enzimas hepáticas (ALT, AST, GGT, FA) podem ser utilizadas para o
diagnóstico de possíveis lesões no fígado? Descreva a importância de cada uma e em
que processos estão envolvidas.

As enzimas hepáticas podem ser utilizadas para diagnóstico de lesões no fígado, já ue são
componentes que deveriam estar presentes em condições normais apenas dentro das células e
estruturas às quais pertencem, mas não no sangue. Através do conhecimento e aplicação das
suas características de localização dentro da célula e correlação com as condições indicativas de
lesão tecidual, são importantes ferramentas na clínica médica para determinar a origem de
disfunções hepáticas. As enzimas possuem especificidade tecidual, dessa forma podemos
deduzir de que parte da célula partiu o problema que culminou na destruição daquela célula, e
dosar essas enzimas no sangue, correlacionando o seu aumento/diminuição principalmente
para fazer o acompanhamento de doenças crônicas e evolução do quadro do paciente. São
subdivididas em 2 grupos: as citoplasmáticas e as membranares.

As enzimas Citoplasmáticas estão relacionadas à presença de lesões hepáticas agudas,


principalmente nas hepatites, e em condições normais estão localizadas no próprio citoplasma
das células, e ausentes no sangue. Dessa modo, no caso de haver uma lesão aguda nos
hepatócitos, elas são atacadas e sofrem apoptose ,com liberação do conteúdo citoplasmático ,e
irá ocorrer um grande aumento desse tipo de enzimas no sangue, caracterizando uma lesão no
tecido hepático.Uma delas é a A Alanina Amino Transferase (ALT), era conhecida como TGP, e
pode encontrar-se com valores aumentados em caso de lesões agudas no figado e rim. A
Aspartato Amino Transferase (AST), era conhecida como TGO, e pode encontrar-se com valores
aumentados no sangue em caso de lesões agudas no coração, figado, músculo esquelético e rim.
Se ambas ALT e AST estiverem aumentadas em conjunto no exame laboratorial, é forte
indicativo de lesão hepática aguda, que vai em grandes quantidades para o sangue. As enzimas
Membranares estão mais relacionadas à presença de lesões hepáticas colestáticas, pois elas são
liberadas pelo acúmulo dos sais biliares nos ductos e canalículos, e a bile que passa vai ficando
acumulada, e passa a digerir tais estruturas do sistema hepático. Dessa forma, essas estruturas
específicas da célula são degragadas, e as enzimas membranares são liberadas no sangue, e
podem ser detectadas pelo exame, para diagnosticar lesões hepáticas colestáticas. . A Fosfatase
Alcalina (FA ou ALP) pode estar aumentada no sangue em caso de lesões nas membranas da
células dos rins ou ossos. A Gama Glutamil Transferase (GGT) pode estar aumentada no sangue
em caso de lesões nas membranas da células do túbulo renal proximal, fígado, pâncreas e
intestino. Quando ambas as enzimas estão aumentadas, é forte indicativo de lesão hepática
colestática.

4- Fale sobre as proteínas produzidas pelo fígado que são utilizadas na avaliação da
função hepática.

A avaliação da função hepática vê o conjunto de dosagens laboratoriais de componentes que


estão presentes naturalmente no sangue, e compara suas doses com padrão determinado como
o “saudável”, e correlaciona o aumento ou diminuição dessas proteínas com a existência de
doenças. Nessa avaliação são utilizadas diversas proteínas, entre elas podemos destacar alguns
exemplos:

Albumina: proteina produzida pelo figado em grandes quantidades, tem a função de manter a
pressão osmótica e não deixar extravasar líquido para os tecidos, e seu tempo de vida médio é
de 10 a 15 dias no sangue. Por esse motivo, não é boa indicadora de doenças agudas, pois pode
demorar muitos dias até que hajam alterações nos níveis de albumina. Pode estar diminuida ou
não em casos de doenças hepáticas, mas não e especifica, pode ser indicativa também de
inflamação, de desnutição, etc. Útil para definir a cronicidade e gravidade da lesão hepática: se a
lesão for muito grande, a diminuição dos níveis de albumina pode ocorrer rapidamente.

Fatores de coagulação: o fígado sintetiza os fatores de coagulação, que precisam ser produzidos
constantemente, pois há grande demanda metabólica. Dessa forma, se o figado estiver doente,
rapidamente a produção dos fatores de cogulação é alterada. então é um bom indicativo de que
há um problema hepático agudo, e detecta essa alteração rapidamente, o que favorece um
rápido diagnóstico e possibilita tratamento ágil. Os fatores de cogulação servem também para
monitorar se adoença está piorando ou melhorando.

Bilirrubinas: O nível de bilirrubinas demora para aumentar ou ser excretado do sangue, após um
processo de lesão hepática, por isso possui apenas correlação modesta com presença de lesão
hepática. Mas a bilirrubin é especialmente útil para avaliar icterícia de neonatos, pois eles tem
hemoglobina fetal que é elimidada, e substituida gradativamente por hemoglobina a2, liberando
grandes quantidades de bilirrubina após o nascimento. Medições seriadas de bilirrubina
auxiliam na avaliação da gravidade da doença hepática aguda e crônica.

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