Você está na página 1de 4

(16) Øs Reførmađos — Publicações

facebook.com/OsReformadosOR/posts/2261390320813375

A Cruz Celta – Origens e Significado

Quando se trata de símbolos, há muitas controvérsias e confusões, às vezes acusações sem


base ou sem nexo... às vezes até desculpas chulas. Eu, como bom amante de polêmica,
resolvi tomar esse símbolo e esclarecer, de forma clara e objetiva, suas origens e seu
significado.

Antes de qualquer coisa, você pode estar se perguntando: que coisa é essa? Bem, cruz
céltica (ou cruz celta) é uma cruz com um círculo ao centro, também podendo ter as
bordas internas da cruz neste círculo arredondadas.

E os celtas, que povo é esse? Calma, vou explicar. Os celtas são um povo inicialmente
pagão que viveu na saxônia, ou seja, na região do Reino Unido (Inglaterra, Escócia e
irlandas). Deste povo temos lendas como a Jack O’Lantern, aquela abóborazinha
engraçada que os estadunidenses confeccionam na época do Halloween.

Bem, com os termos esclarecidos, vamos entender a história da cruz celta e seu
significado?

A cruz céltica não tem uma origem clara. Autores como Geraldo Cantarino explicam que o
termo é meio difícil de explicar, tendo um pouco de confusão sobre seu início. O que
sabemos é que os celtas tinham um tipo de “cruz” circundada. Segundo alguns autores,
significava os quatro elementos, aqueles que muitos filósofos gregos tanto falam: ar, terra,
fogo e água. O círculo significava o sol. Como a maioria dos povos pagãos, sejam eles
mesopotâmicos, gregos, egípcios, enfim..., o sol, para os celtas pagãos, era um deus.

As cruzes celtas (cristãs) foram encontradas no Reino Unido, onde residiam os celtas
anteriormente pagãos. Seu uso passou a ser um símbolo comum a partir do século IV.

As raízes dessa cruz fazem voltar à eternidade passada. Antes mesmo do homem ter caído,
quebrando a relação com Deus, Deus havia planejado o evento que iria efetuar a cura
dessa relação para todos os que confiam nele.

1/4
Se as raízes dessa cruz podem alcançar a eternidade passada, os efeitos dessa cruz podem
se estender à eternidade futura. A missão de Cristo ao morrer era oferecer a si mesmo
como o sacrifício que iria satisfazer a justiça divina pelos crimes espirituais dos seres
humanos. Através de sua morte, a vida com Deus que foi perdida no Éden seria
restaurada para aqueles que confiam nele. Esta vida começaria em tempo real e iria durar
para sempre, transformando até mesmo a morte física em ressurreição. Ele disse, em
referência à sua morte iminente por crucificação, "Assim como Moisés levantou a
serpente no deserto, assim o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele
crer tenha a vida eterna" (João 3.14-15).

Cerca de 2000 anos atrás, em um dia real no calendário, talvez em abril de 33 d. C., a
eternidade circulou a cruz do meio naquele dia.

Sabemos que os celtas foram convertidos ao cristianismo pela mensagem redentora de


Cristo levada por José de Arimateia, e também por escravos fugidos por volta do ano 77 d.
C., sendo criada a Igreja Celta. Devido a isso, evangélicos carismáticos, ou afins, alegam
que a cruz céltica, no sentido cristão, é um símbolo pagão.

Agora fica a pergunta, qual é a simbologia da cruz celta, além da que eu disse?

1) Essa cruz é um símbolo da eternidade, que enfatiza a vida eterna no céu para os eleitos
de Deus.

2) O amor gracioso de Deus, como mostrado através da crucificação de Cristo.

3) O círculo é associado à ideia da Santa Ceia, pois o círculo lembra os moinhos de trigo
da Escócia Antiga.

4) A coroa de espinhos.

5) A coroa de Cristo.

6) A ressurreição de Cristo.

7) Uma auréola.

8 ) Uma possível versão da Chi Rho, a cruz que apareceu à Constantino em 312 d. C.

9) Uma outra aplicação de sugestão, embora improvável, que o círculo poderia ser
simplesmente um suporte estrutural para os braços horizontais, uma vez que a cruz era
feita de pedra.

Assim como a sarça ardente, é um dos grandes símbolos do presbiterianismo. É um


tradicional símbolo presbiteriano, representa o nascimento, morte e ressurreição de Jesus
Cristo, o plano da ação redentora de Cristo determinado pelo Pai, além da presença dEle
na Igreja e o seu plano desde a Criação. O círculo dá uma ideia de continuidade, podendo
ser parafraseado com o lema: "Ecclesia Reformanda semper reformata est (Igreja
Reformada: sempre reformando!)".

2/4
Os celtas são um grande exemplo de espiritualidade. “O cristianismo conhecido como
“celta” floresceu na Irlanda, na Escócia, no País de Gales e mesmo em partes da
Inglaterra, grosso modo, do quarto ao décimo séculos. São conhecidos os nomes de
missionários celtas como Patrício, Columba e Columbano, que evangelizaram o norte das
Ilhas Britânicas e vastas partes do continente europeu. Mas o cristianismo celta floresceu,
humanamente falando, não apenas devido ao trabalho dos missionários mais conhecidos,
mas também devido ao esforço de incontáveis anônimos, pessoas sinceras em sua fé, que
viviam o cristianismo com “alegria e singeleza de coração”. Foi um cristianismo que
desenvolveu características próprias, que o tornavam distinto do cristianismo de
inspiração romana que florescia na Europa continental no mesmo período. O cristianismo
celta tinha muitas características notáveis. Entre tantas, destaca-se aqui apenas a que
interessa diretamente aos propósitos desta breve reflexão: um modelo de espiritualidade
centrado na criação.

Os celtas desenvolveram uma teologia que enfatizava uma visão de Deus como Senhor da
criação. Ainda que não haja nada de original nesta perspectiva — os cristãos celtas não
foram os inventores desta teologia —, não se pode deixar de mencionar que há diversas
implicações práticas dessa visão. Uma dessas consequências é exatamente ter uma atitude
constante de júbilo e regozijo na criação, que revela Deus. Como os celtas eram um povo
com forte inclinação à poesia, produziram muitas poesias comoventes, louvando a Deus
pela obra da criação.” Rev. Carlos Caldas (é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Leciona na Escola Superior de Teologia e no Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo). Revista Ultimato,
Edição 294.

A cruz celta é amplamente utilizada pelas igrejas de tradição reformada, como os


presbiterianos, batistas reformados e anglicanos reformados. Isso porque essas igrejas
tiveram origem na Escócia. Há também uma ala da igreja romana que a utilizam, mas são
casos bem remotos.

Em países europeus como Irlanda, Escócia, principalmente, e Portugal, a cruz celta é o


símbolo maior da Igreja Presbiteriana, especialmente no caso deste último, e reconhecido
como tal. Todavia, sua utilização não é fechada a esse continente, sendo utilizada em todo
o mundo, deste os EUA, Brasil e até a África.

No Brasil, igrejas como a Igreja Presbiteriana do Brasil, Igreja Anglicana Reformada,


Igreja Presbiteriana Independente e Igreja Presbiteriana Unida utilizam a cruz celta.
Essas duas últimas, por exemplo, a tem em suas logomarcas oficiais.

Hoje, utilizar a cruz celta nas igrejas não é só um adorno ou uma forma de enfeitar a
igreja, mas sim uma forma de mostrar sua identidade, mostrar sua herança da Reforma
Protestante do século XVI. É uma forma de demonstrar a soberania de Deus, de entender
seu plano e entregar nossos planos a Ele.

História | História da igreja | Reforma

Disponível em: http://christofercruz.blogspot.com/.../a-cruz-celta...

3/4
4/4

Você também pode gostar