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Proposta de Redação

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos

construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-

argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema

“A questão da fome em tempos de pandemia”, apresentando proposta de

intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de

forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Fila para conseguir doação de ossos é flagrante da luta de famílias brasileiras contra

a fome

Dezenove milhões de brasileiros acordam atualmente sem saber se vão conseguir alguma

refeição para o dia. Dois anos atrás, eram 10 milhões. Essa situação tem levado famílias

brasileiras a cenas como as mostradas na reportagem acima do Fantástico.

Em Cuiabá, uma cena chama atenção: a distribuição de pedaços de ossos com retalhos de

carne tem formado filas. O açougue, que distribui os ossos há dez anos, diz que isso

acontecia antes apenas uma vez por semana e, agora, são três. A crise provocada pela

pandemia só fez a fila crescer.

"Tem gente que pega e já come cru, ali mesmo", se emociona Samara Rodrigues de

Oliveira, dona do local.

Desde o início da pandemia, o arroz ficou 56% mais caro e o preço do feijão preto

aumentou 71%. A saída para muitos brasileiros tem sido os grãos de segunda linha, como

arroz fragmentado e feijão bandinha, que vem quebrados e com mais impureza.

A auxiliar de serviços gerais Catia Barbosa Gomes, que está desempregada e conta apenas

com R$ 260 do Bolsa Família para alimentar os três filhos, é uma delas. "O feijão bandinha

deve estar uns três ou quatro reais. O outro tá oito reais", conta.

G1. Disponível em: <https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2021/07/25/fila-para-conseguir-doacao-

de-ossos-e-flagrante-da-luta-de-familias-brasileiras-contra-a-fome.ghtml>. Acesso em: 04 ago. 2021.


TEXTO II

Relatório da ONU: ano pandêmico marcado por aumento da fome no mundo

A África registrou o aumento mais significativo. É um momento crítico para o mundo, que

precisa de ações urgentes para uma reversão até 2030

Roma/Nova Iorque, 12 de julho de 2021 – Houve um agravamento dramático da fome

mundial em 2020, as Nações Unidas disseram hoje – muito provavelmente relacionado às

consequências da Covid-19. Embora o impacto da pandemia ainda não tenha sido

totalmente mapeado, um relatório de várias agências estima que cerca de um décimo da

população global – até 811 milhões de pessoas – enfrentaram a fome no ano passado. O

número sugere que será necessário um tremendo esforço para o mundo honrar sua

promessa de acabar com a fome até 2030.

A edição deste ano de O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo ( The State

of Food Security and Nutrition in the World – disponível em inglês) é a primeira avaliação
global desse tipo na era da pandemia. O relatório é publicado em conjunto pela

Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Fundo

Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida), o Fundo das Nações Unidas para a

Infância (UNICEF), o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) e a

Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os números em detalhes

Já em meados da década de 2010, a fome havia começado a aumentar, destruindo as

esperanças de um declínio irreversível. Perturbadoramente, em 2020 a fome disparou em

termos absolutos e proporcionais, ultrapassando o crescimento populacional: estima-se

que cerca de 9,9% de todas as pessoas tenham sido afetadas no ano passado, ante 8,4%

em 2019.

Mais da metade de todas as pessoas enfrentando a fome (418 milhões) vive na Ásia; mais

de um terço (282 milhões) na África; e uma proporção menor (60 milhões) na América

Latina e no Caribe. Mas o aumento mais acentuado da fome foi na África, onde a

prevalência estimada – em 21% da população – é mais do que o dobro de qualquer outra

região.

Também em outras medições, o ano de 2020 foi sombrio. No geral, mais de 2,3 bilhões de

pessoas (ou 30% da população global) não tinham acesso a alimentação adequada durante
todo o ano: esse indicador – conhecido como prevalência de insegurança alimentar

moderada ou grave – saltou em um ano tanto quanto nos cinco anos anteriores

combinados. A desigualdade de gênero se aprofundou: para cada 10 homens com

insegurança alimentar, havia 11 mulheres com insegurança alimentar em 2020

(comparados a 10,6 em 2019).

Outros determinantes da fome e da desnutrição

Em muitas partes do mundo, a pandemia provocou recessões brutais e prejudicou o

acesso aos alimentos. No entanto, mesmo antes da pandemia, a fome estava se

espalhando; o progresso em relação à má nutrição desacelerado. Isso foi ainda maior em

nações afetadas por conflitos, extremos climáticos ou outras recessões econômicas, ou

lutando contra a alta desigualdade – todos identificados no relatório como os principais

determinantes da insegurança alimentar, que por sua vez interagem entre si.

Seguindo as tendências atuais, o Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo

estima que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 (Fome Zero até 2030) não será

alcançado por uma margem de quase 660 milhões de pessoas. Desses 660 milhões, cerca

de 30 milhões podem estar ligados aos efeitos duradouros da pandemia.

UNICEF. Disponível em: <https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/relatorio-da-onu-

ano-pandemico-marcado-por-aumento-da-fome-no-mundo>. Acesso em: 04 ago. 2021. (Adaptado).

TEXTO III

Fome provocada pela pandemia atinge 19 mi de brasileiros, diz levantamento

Entidades da sociedade civil organizada voltadas para a segurança alimentar alertaram

para o crescimento da pobreza e da fome neste período de pandemia do coronavírus. Em

audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados

nesta sexta-feira (21), foi apresentado um levantamento com números do final de 2020

mostrando que 19 milhões de brasileiros estão em situação grave em relação ao acesso à

alimentação.

Os dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar em Contexto de Covid

revelam que 55,2% da população brasileira sofrem alguma ameaça ao direito aos

alimentos. A situação mais severa atinge a mesma parcela vítima da extrema pobreza,

principalmente mulheres chefes de família, pretas ou pardas, com baixa escolaridade e

trabalho informal.
O estudo aponta que a pandemia provocou o agravamento de um problema que já vinha

acontecendo há algum tempo. O panorama é pior na área rural e nas regiões Norte e

Nordeste, mas, como atesta a representante da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania

e Segurança Alimentar (Rede Penssan), Ana Maria Segall, a crise sanitária espalhou a fome

por todo o país.

"Mesmo Sul e Sudeste, que são regiões um pouco mais protegidas dessa situação, ainda

tinham em torno de 50% de suas famílias também em situação de insegurança alimentar.

Apenas 53% delas tinham garantia de acesso pleno aos alimentos e uma insegurança

alimentar grave em torno de 6%, chegando a mais de 10% moderada e grave", alertou.

UOL. Disponível em: <https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/05/22/fome-provocada-

pela-pandemia-atinge-19-mi-de-brasileiros-diz-levantamento.htm>. Acesso em: 04 ago. 2021.

(Adaptado).

TEXTO IV

Disponível em: <https://recivil.com.br/wp-content/uploads/2021/04/cnn_brasil_fome.jpg>. Acesso

em: 04 ago. 2021.

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