O presente trabalho da cadeira de reforma do sector público visa fazer uma análise
crítica da Reforma do Sector Público desde 2006 a 2015, como nota introdutória
convêm ter presente que o banco actuou de várias maneiras em prol da reforma do serviço
público. O objectivo principal foi e continua sendo o tratamento das questões fiscais de
modo a equilibrar a balança de pagamentos do governo com as práticas de oferta de
emprego. Porém, a reforma também abrange a renovação das estruturas organizacionais e
funcionais do governo, a melhoria das políticas de recursos humanos nos governos central,
local e sectorial, a revisão do quadro regulatório e jurídico da administração pública,
fornecendo apoio institucional à descentralização do governo e gerenciando o processo
pelo qual essas mudanças são implementadas.
Objectivo Geral:
Objectivos específicos
Quanto aos métodos usados na pesquisa é o método dedutivo, uma vez que visa
descobrir conhecimentos particulares através do conhecimento geral, é um processo de
análise de informação que nos leva a uma conclusão.
1.Análise crítica da Reforma do Sector Público desde 2006 a 2015
A reforma global do sector público, para que tenha sucesso, deve estar e manter-se
contextualizada. Para tal, importa que tenha em consideração a realidade e valores da
sociedade, enfatizar a gestão dos serviços públicos e voltar-se para resultados com impacto
significativo na melhoria das condições e qualidade de vida.
O contexto da reforma global do sector público, pode ser caracterizado, nas suas
vertentes política, económica, social e institucional actuais, do seguinte modo: a
transformação do modelo de economia centralizada com base na iniciativa do Estado para
uma economia de mercado e a adopção de programas macroeconómicos de reabilitação
económica e social.
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O desenvolvimento de um sistema de planificação e orçamento abrangendo planos e
orçamentos anual e plurianuais, assim como os vários níveis de administração, em que se
passou a aplicar uma metodologia de planificação a partir da base, com enfoque no
distrito.
A realização de reformas parciais no sector público, através da sistematização das funções
do governo aos vários níveis, na sequência das reformas económicas e das eleições de
1994 e de 1999.
A definição e implementação de um sistema nacional de gestão de recursos humanos, de
um sistema de carreiras e remuneração da função pública, do sistema de informação de
pessoal e do sistema de formação em administração pública, bem como a regulamentação
dos concursos públicos e a actualização do estatuto geral dos funcionários do Estado.
Estrutura
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Foi com base nesses preceitos constitucionais que foi desenhada a Estratégia Global
da Reforma do Sector Público, 2006 – 2015, apontando como razões da reforma global do
sector público.
A necessidade de adequar o conjunto das organizações que integram o sector público para
fazer face aos desafios que se colocam ao Estado Moçambicano.
A permanente legitimação do Estado de Direito nas suas relações com a sociedade como
factor de garantia da soberania, da moçambicanidade e do progresso nacional.
A Reforma desejada nos anos de 2006 - 2015 vai para além das simples mudanças
nas estruturas do Aparelho do Estado e no fluxo de papéis. O principal desafio da reforma,
refere-se à mudança da função dos serviços públicos e sobretudo à mudança da cultura, da
atitude e do comportamento dos funcionários públicos perante o seu trabalho.
A segunda fase (2006), tem por objectivo aprofundar as reformas iniciadas durante
a primeira fase, ajustando-as as prioridades actuais do Governo, com especial destaque para
o desenvolvimento de Instituições Públicas racionalizadas e integradas prestando serviços
de qualidade ao cidadão.
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Antes, de mais é imperioso ter presente que para que se possa fazer uma análise
crítica da reforma do sector público, parte-se do princípio que o reconhecimento de falta de
bons resultados das reformas do sector público pelo presidente da república (PR)
“coincide” com que os doadores dizem.
Durante este período de 2006 – 2015 ( duas fases) de forma geral, o PR evita em dizer aos seus
colaboradores que o Estado Moçambicano não é mesmo que o partido Frelimo. Segundo, é com o
seu governo onde não se é competente se não se é membro do partido no poder.
Alguns dos seus membros têm vindo ao público a dizer que atrasam
propositalmente com as reformas para mostrar que são eles que mandam, uma atitude
arrogante. Pois as consequências irão para todos os moçambicanos. Se começa, ai a
desconfiar que a comunidade internacional (os nossos parceiros) está pouco a pouco nos
abandonando em consequência da atitude deste governo, aliado aos discursos emocionais e
arrogantes de alguns membros do partido no poder. Claro, também, por causa de recusa de
democracia interna também por arrogância que reina no maior partido da oposição.
As reformas do sector público introduzidas nos anos de 2006 – 2015, por não irem
em conformidade com a estratégia global da reforma do sector Público, parece-nos que as
reformas atrasam muito ou nada se faz nos sectores chaves como o da Justiça e Ordem e
Segurança Pública. Porque em certos sectores no nosso país as reformas são apenas uma
aparência:
a) Porque não se capitalizam os recursos humanos que temos a capitalização dos
recursos humanos são possíveis quando há concursos públicos e, aí teríamos
nas chefias em particular quadros profissionalmente bem qualificados e com
sentido moral, mas o governo de GUEBUZA E NYUSI recusa-se de fazer isso.
b) b) Porque não há racionalização de todo o tipo de recursos (humanos,
financeiros e materiais) algo que seria um bom investimento. Ao contrário
assistimos estimulação de improdutividade criando-se sectores muito
dispendiosos e desnecessários. Falo de administradores dos municípios,
secretários permanentes, vice-ministros e mesmo alguns ministérios, sem falar.
Alguns dos ministérios podiam apenas ser direcções nacionais.
c) Não encorajamento para os especialistas exibirem de méritos próprios, não há
independência destes especialistas, os nossos dirigentes não escutam, não têm
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espírito comunicativo ou de diálogo, não ponderam no que dizem e fazem, não
têm respeito pelo indivíduo, não assumem que devem aprender constantemente,
acham-se melhores de todos no sector que dirigem. Este, penso que é o nosso
grande problema e desafio.
Contudo, durante os anos de 2006-2015 houve dirigismo sempre vertical, onde o
subordinado deve ser apenas um sim senhor chefe. Ora, vejamos, sempre admiro de como
ministros mobilizam a televisão e jornais para dizerem algo que não tenham discutido com os
quadros do sector. O resultado disto são revoltas que na sua maioria são pacíficas ou silenciosas.
O nosso desafio é fortalecer a sociedade civil através de debates muito sérios nos nossos sectores
de trabalho, nas nossas organizações políticas, etc. Temos, penso eu, que levar os nossos
dirigentes ao espírito de diálogo, responsabilidade e democrático.
Durante o período do governo de 2006 segunda fase e a terceira fase de 2015 não se podia
distinguir ainda o Estado com o governo do partido Frelimo. Essa distinção vai levar o seu
tempo mas vai materializar-se, pese embora considere que o PR tenha dificuldades de dizer isso
ao público, Os Presidentes da Republica deste período (FILIPE NYUSI E ARMANDO
GUEBUZA), falavam das disfunções existentes no aparelho administrativo do Estado. A
reforma do sector Publico procura responder a estas disfuncionalidades, bem ou mal, alias
SAMORA MACHEL no quarto congresso do partido Frelimo e apos a ofensiva de 1981,
apontou uma lista de disfunções que punham em causa o funcionamento das empresas estatais
que vieram a falir e mais tarde a serem privatizadas.
Reza o adágio popular que a boa critica, é aquela que vem acompanhada de possíveis
soluções, sem se descurar deste ditado, começaria por trazer possíveis soluções que devem ser
vistas como modelo com vista a ter uma reforma mais melhorada no sector público nacional.
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Nação que se propõe consolidar. A superação da pobreza absoluta pela sociedade decorre
não só das acções governamentais mas também do próprio empenho da sociedade no seu
conjunto e é condição básica do desenvolvimento e da unidade nacional futuras.
Assim, seria de um modo geral desejável que o sector público viesse a ter como
característica a de ser:
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Ágil, descentralizado, desburocratizado, simplificado e voltado para a qualidade dos
serviços públicos que deve prestar, sendo a estes prestados o mais próximo possível dos
utentes dos serviços públicos;
Modernizado e com alta incorporação de tecnologia;
Democratizado, com um alto grau de institucionalização de formas participativas e de
atendimento das colocações que lhe sejam feitas pelos cidadãos, individualmente, ou
enquanto representantes de organizações;
Transparente, tanto no que diz respeito à utilização dos bens e recursos públicos, quanto
ao que se refere aos procedimentos e avaliação de resultados;
Dotado de pessoal qualificado, profissionalizado e preparado para mudança, com alto
sentido de servidor público e de efectividade e responsabilidade.
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Conclusão
Ao findar o presente trabalho, convém ter presente que, este trabalho mostrou brevemente as
reformas introduzidas no sector público durante os anos de 2006 – 2015, e procurou-se ainda
fazer uma análise crítica destas reformas introduzidas nestes períodos, percebe-se que estas fases,
ou momentos, de reforma do sector público têm tido lugar em Moçambique há mais de três
décadas. Durante os 45 anos de Independência, foram feitas profundas mudanças para se ajustar o
sector público à evolução e às alterações no modelo socioeconómico do país. Apesar destes
esforços, o sector público ainda tem operado, de modo geral, com níveis baixos de eficiência e
efectividade, assim como uma reduzida qualidade de serviços prestados ao cidadão.
Dentro desta óptica, a reforma deve ser entendida como um movimento permanente
e contínuo de ajustamento da administração pública às alterações do ambiente às
necessidades e anseios da sociedade e às políticas globais do governo e não como um
evento unitário e delimitado no tempo, como decorre no nosso país.
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Portanto, o período do governo de 2006 segunda fase e a terceira fase de 2015 não
se podia distinguir ainda o Estado com o governo do partido Frelimo. Essa distinção vai
levar o seu tempo mas vai materializar-se, pese embora considere que o PR tenha
dificuldades de dizer isso ao público.
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Bibliografia
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