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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Análise crítica da Reforma do Sector Público desde 2006 a 2015

Almeida Vasco Marcizar e 708170429

Curso: Administração Pública


Disciplina: Reforma do Sector
Público
Ano de Frequência: 2º

Pemba, Outubro, 2020


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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Análise crítica da Reforma do Sector Público desde 2006 a 2015

Almeida Vasco Marcizar e 708170429

Curso: Administração Pública


Disciplina: Reforma do Sector
Público
Ano de Frequência: 2º

Pemba, Outubro, 2020


Introdução

O presente trabalho da cadeira de reforma do sector público visa fazer uma análise
crítica da Reforma do Sector Público desde 2006 a 2015, como nota introdutória
convêm ter presente que o banco actuou de várias maneiras em prol da reforma do serviço
público. O objectivo principal foi e continua sendo o tratamento das questões fiscais de
modo a equilibrar a balança de pagamentos do governo com as práticas de oferta de
emprego. Porém, a reforma também abrange a renovação das estruturas organizacionais e
funcionais do governo, a melhoria das políticas de recursos humanos nos governos central,
local e sectorial, a revisão do quadro regulatório e jurídico da administração pública,
fornecendo apoio institucional à descentralização do governo e gerenciando o processo
pelo qual essas mudanças são implementadas.

Objectivo Geral:

 Analisar de maneira crítica a reforma do sector público desde 2006 a 2015

Objectivos específicos

 Trazer o conceito de a reforma do sector público;


 Trazer os conceitos preliminares ligados este tema;
 Criticar o sector público moçambicano;
 Demonstrar o dinamismo do sector público Moçambicano.

Quanto aos métodos usados na pesquisa é o método dedutivo, uma vez que visa
descobrir conhecimentos particulares através do conhecimento geral, é um processo de
análise de informação que nos leva a uma conclusão.
1.Análise crítica da Reforma do Sector Público desde 2006 a 2015

1.1 Conceito de Sector Público

A Reforma do Sector Público é um conjunto de acções de carácter transversal e


horizontal e processos de mudanças que devem ser empreendidos para que os serviços
públicos prestados nos diferentes sectores sejam melhorados.

Trata-se de uma Política Pública que visa modernizar a Administração Pública,


eliminar ou reduzir as suas disfunções, torná-la eficiente, eficaz e efectiva, com foco no
cidadão. Ela visa mudar para o melhor, sobretudo o melhor fazer.

1.2 Contexto da reforma

Quando se coloca a questão da reforma do sector público em Moçambique o que se


observa é uma certa confusão entre fases de reforma e processo de reforma. As profundas
alterações verificadas no sector público moçambicano desde a independência, constituíram,
na essência, fases de reformas que, com maior ou menor profundidade, procuravam suprir a
necessidade de ajustar o aparelho de Estado à evolução e às alterações introduzidas no
modelo político-económico do país.

Assim, ao abordar a questão da reforma do sector público em Moçambique há que


destacar no essencial, três fases de inflexão particularmente relevantes para a própria
edificação do Estado Moçambicano, nas quais o movimento de mudanças fez-se sentir de
forma mais acentuada.

A primeira (1975), decorrente da luta de libertação, foi a da constituição do novo


Estado, optando-se, por razões por demais conhecidas, por um modelo centralizado e
centralizador apoiado num partido.

A segunda, (1986), início das reformas económicas, revisão profunda do modelo


então vigente e mudança dos princípios básicos que o norteavam, resultando mais tarde a
implantação do Programa de Reabilitação Económica (PRE) que gerou uma revisão
profunda do próprio papel definido para o Estado. Num curto período o País passou de um
modelo de economia centralizada com base na iniciativa do Estado para uma economia de
mercado com base na iniciativa privada. Transitou-se de um modelo de Estado
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unitário centralizado e para um Estado unitário gradualmente descentralizado e no qual
foram consolidadas as relações regulares entre o executivo e o parlamento.

A terceira fase, iniciada em 1990, com a introdução da nova constituição e


consolidação do modelo político e económico assumido e após as primeiras eleições gerais
em 1994, esta fase, prolonga-se até hoje e pode ser caracterizada como um período de
ajustamento do sector público ao modelo político actualmente vigente visando a sua
consolidação e aperfeiçoamento.

A reforma global do sector público, para que tenha sucesso, deve estar e manter-se
contextualizada. Para tal, importa que tenha em consideração a realidade e valores da
sociedade, enfatizar a gestão dos serviços públicos e voltar-se para resultados com impacto
significativo na melhoria das condições e qualidade de vida.

O contexto da reforma global do sector público, pode ser caracterizado, nas suas
vertentes política, económica, social e institucional actuais, do seguinte modo: a
transformação do modelo de economia centralizada com base na iniciativa do Estado para
uma economia de mercado e a adopção de programas macroeconómicos de reabilitação
económica e social.

 O desenvolvimento do sistema político multipartidário implantado a partir do início da


década de noventa, com a reforma constitucional de 1990 e legislação subsequente sobre
partidos políticos, sistema eleitoral, funcionamento da Assembleia da República e
participação das comunidades.
 A implementação gradual do processo de descentralização e desconcentração da
administração do Estado, bem como a consolidação da valorização da participação dos
cidadãos e dos instrumentos de políticas de geração e melhor distribuição da riqueza.
 A reconstituição gradual do tecido social, profundamente afectado pelos anos de guerra de
desestabilização, a prossecução da superação do défice social através de programas de
desenvolvimento da área social.
 O desenvolvimento e melhoria das relações regulares entre o executivo e o parlamento,
designadamente em matéria de aprovação e controlo dos planos e orçamento do Estado.

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 O desenvolvimento de um sistema de planificação e orçamento abrangendo planos e
orçamentos anual e plurianuais, assim como os vários níveis de administração, em que se
passou a aplicar uma metodologia de planificação a partir da base, com enfoque no
distrito.
 A realização de reformas parciais no sector público, através da sistematização das funções
do governo aos vários níveis, na sequência das reformas económicas e das eleições de
1994 e de 1999.
 A definição e implementação de um sistema nacional de gestão de recursos humanos, de
um sistema de carreiras e remuneração da função pública, do sistema de informação de
pessoal e do sistema de formação em administração pública, bem como a regulamentação
dos concursos públicos e a actualização do estatuto geral dos funcionários do Estado.

Neste contexto, erradicar a pobreza absoluta e tornar o país competitivo no processo


de globalização, em que, inevitavelmente se insere, são desafios que presentemente se
impõem ao governo.

Para o caso moçambicano, a Constituição da República de 2004 é o primeiro


documento jurídico-legal que sustenta a modernização da Administração Pública, a
simplificação de procedimentos administrativos, a aproximação dos serviços aos cidadãos,
a descentralização e a desconcentração.

2. Razões da Reforma do sector público 2006 – 2015

A Constituição da República de Moçambique, no seu artigo 250, determina que:

Estrutura

1. A Administração Pública estrutura-se com base no princípio de descentralização e


desconcentração, promovendo a modernização e a eficiência dos seus serviços sem prejuízo da
unidade de acção e dos poderes de direcção do Governo.

2. A Administração Pública promove a simplificação de procedimentos administrativos e


aproximação dos serviços aos cidadãos.

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Foi com base nesses preceitos constitucionais que foi desenhada a Estratégia Global
da Reforma do Sector Público, 2006 – 2015, apontando como razões da reforma global do
sector público.

As razões de uma Reforma global do sector público são entre 2006-2015;

 A necessidade de adequar o conjunto das organizações que integram o sector público para
fazer face aos desafios que se colocam ao Estado Moçambicano.
 A permanente legitimação do Estado de Direito nas suas relações com a sociedade como
factor de garantia da soberania, da moçambicanidade e do progresso nacional.

2.1O Âmbito da Reforma


Como resultado do exposto, a reforma tem o seguinte âmbito:

 O sector público no seu conjunto entendido como o conjunto de instituições e agências


que directa ou indirectamente financiadas pelo Estado tem como objectivo final a
provisão de bens e serviços públicos.
 Falar do sector público no sentido mais amplo, é falar da actividade que é realizada pelo
Governo Central, Ministérios, Governos Provinciais, Direcções Provinciais,
 Administrações de Distritos, Direcções Distritais, Postos Administrativos, Autarquias, as
Empresas Públicas, os Institutos Públicos e outras Agências do Estado, todos trabalhando
para o benefício da sociedade Moçambicana.

Serão ainda objecto da acção da reforma, as formas de relações entre o Estado, a


Sociedade Civil e o Sector Privado no sentido de desenvolvê-las e de potenciar a
participação destes na geração e distribuição da riqueza, segundo critérios de boa
governação.

2.2 As características da Reforma

A Reforma tem como características essenciais:

 Alto grau de coerência entre as suas componentes, metodologias e estruturas;


 Condução estratégica da mudança fundamentada em acções de alta potencialidade de
multiplicação com impactos significativos de médio e longos prazos;
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 Enraizamento numa ampla base de apoio por meio da institucionalização de mecanismos de
participação da sociedade através de processos contínuos de consulta e prestação de contas;
 Permanente busca de resultados concretos que tornem claro aos cidadãos que a Reforma,
realmente “faz a diferença”;
 Manutenção de uma abordagem selectiva pela definição de áreas prioritárias e respectiva
hierarquização;
 Adopção de uma agenda dinâmica, sem que se alterem seus princípios básicos;
 Continuidade para além de cada período de mandato de governo;
 Ênfase na profissionalização e modernização do sector público.

2.3A natureza da Reforma


A Reforma é o conjunto de acções de carácter transversal ou horizontal e processos
de mudanças que devem ser empreendidos para que os serviços públicos prestados nos
diferentes sectores sejam melhorados. Quem implementa as reformas são os próprios
sectores.

A Reforma desejada nos anos de 2006 - 2015 vai para além das simples mudanças
nas estruturas do Aparelho do Estado e no fluxo de papéis. O principal desafio da reforma,
refere-se à mudança da função dos serviços públicos e sobretudo à mudança da cultura, da
atitude e do comportamento dos funcionários públicos perante o seu trabalho.

A reforma, pretende que os serviços públicos sejam mais operacionais, orientados


para resultados e com enfoque no cidadão. Este, deverá estar no centro das atenções, pelo
que o sector público deverá estar mais voltado para fora e não para dentro de si mesma.

3. Objectivo e Fases da Reforma de 2006 - 2015

3.1 O Objectivo Geral da Reforma


O Objectivo Geral da Reforma, tal como estabelecido na Estratégia Global, nos anos de
2006 2015 define que o sector público:

1. Venha a ser um conjunto articulado de organizações públicas dotadas de recursos


humanos qualificados e motivados para as respectivas funções e que:
 Funcione adequadamente;
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 Gere processos de políticos apropriados;
 Preste serviços indispensáveis de forma descentralizada;
 Actue de modo participativo e transparente,
 Seja efectivo nas acções de prevenção e combate a corrupção,
 Aplique processos administrativos e de prestação de serviços simples, modernizados e
efectivos. Contribua de um modo necessário, selectivo, eficiente e efectivo para:
 A erradicação da pobreza absoluta através do apoio operacional ao PARPA;
 A melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e do seu ambiente;
 O desenvolvimento sustentável.

3.2 Fases da Reforma


A Estratégia Global da Reforma do sector Público, consiste de um plano de dez anos
dividido em duas fases: a primeira cujo foco foi criar as condições básicas para a
transformação do sector público, nomeadamente:

a) A mobilização política e o apoio público a reforma;


b) A capacitação das instituições públicas a nível nacional e local para gerir a
implementação da reforma;
c) A criação da base legal, metodológica e das ferramentas e instrumentos necessários a
orientação da reforma; e
d) A mobilização de fundos.

A segunda fase (2006), tem por objectivo aprofundar as reformas iniciadas durante
a primeira fase, ajustando-as as prioridades actuais do Governo, com especial destaque para
o desenvolvimento de Instituições Públicas racionalizadas e integradas prestando serviços
de qualidade ao cidadão.

A Estratégia Global da Reforma do Sector Público, estabelece seis componentes


para as quais foram definidas acções estratégicas, lançadas durante a Fase I.

4. Análise Crítica da reforma do sector público 2006 – 2015

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Antes, de mais é imperioso ter presente que para que se possa fazer uma análise
crítica da reforma do sector público, parte-se do princípio que o reconhecimento de falta de
bons resultados das reformas do sector público pelo presidente da república (PR)
“coincide” com que os doadores dizem.

Durante este período de 2006 – 2015 ( duas fases) de forma geral, o PR evita em dizer aos seus
colaboradores que o Estado Moçambicano não é mesmo que o partido Frelimo. Segundo, é com o
seu governo onde não se é competente se não se é membro do partido no poder.
Alguns dos seus membros têm vindo ao público a dizer que atrasam
propositalmente com as reformas para mostrar que são eles que mandam, uma atitude
arrogante. Pois as consequências irão para todos os moçambicanos. Se começa, ai a
desconfiar que a comunidade internacional (os nossos parceiros) está pouco a pouco nos
abandonando em consequência da atitude deste governo, aliado aos discursos emocionais e
arrogantes de alguns membros do partido no poder. Claro, também, por causa de recusa de
democracia interna também por arrogância que reina no maior partido da oposição.
As reformas do sector público introduzidas nos anos de 2006 – 2015, por não irem
em conformidade com a estratégia global da reforma do sector Público, parece-nos que as
reformas atrasam muito ou nada se faz nos sectores chaves como o da Justiça e Ordem e
Segurança Pública. Porque em certos sectores no nosso país as reformas são apenas uma
aparência:
a) Porque não se capitalizam os recursos humanos que temos a capitalização dos
recursos humanos são possíveis quando há concursos públicos e, aí teríamos
nas chefias em particular quadros profissionalmente bem qualificados e com
sentido moral, mas o governo de GUEBUZA E NYUSI recusa-se de fazer isso.
b) b) Porque não há racionalização de todo o tipo de recursos (humanos,
financeiros e materiais) algo que seria um bom investimento. Ao contrário
assistimos estimulação de improdutividade criando-se sectores muito
dispendiosos e desnecessários. Falo de administradores dos municípios,
secretários permanentes, vice-ministros e mesmo alguns ministérios, sem falar.
Alguns dos ministérios podiam apenas ser direcções nacionais.
c) Não encorajamento para os especialistas exibirem de méritos próprios, não há
independência destes especialistas, os nossos dirigentes não escutam, não têm
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espírito comunicativo ou de diálogo, não ponderam no que dizem e fazem, não
têm respeito pelo indivíduo, não assumem que devem aprender constantemente,
acham-se melhores de todos no sector que dirigem. Este, penso que é o nosso
grande problema e desafio.
Contudo, durante os anos de 2006-2015 houve dirigismo sempre vertical, onde o
subordinado deve ser apenas um sim senhor chefe. Ora, vejamos, sempre admiro de como
ministros mobilizam a televisão e jornais para dizerem algo que não tenham discutido com os
quadros do sector. O resultado disto são revoltas que na sua maioria são pacíficas ou silenciosas.
O nosso desafio é fortalecer a sociedade civil através de debates muito sérios nos nossos sectores
de trabalho, nas nossas organizações políticas, etc. Temos, penso eu, que levar os nossos
dirigentes ao espírito de diálogo, responsabilidade e democrático.

Durante o período do governo de 2006 segunda fase e a terceira fase de 2015 não se podia
distinguir ainda o Estado com o governo do partido Frelimo. Essa distinção vai levar o seu
tempo mas vai materializar-se, pese embora considere que o PR tenha dificuldades de dizer isso
ao público, Os Presidentes da Republica deste período (FILIPE NYUSI E ARMANDO
GUEBUZA), falavam das disfunções existentes no aparelho administrativo do Estado. A
reforma do sector Publico procura responder a estas disfuncionalidades, bem ou mal, alias
SAMORA MACHEL no quarto congresso do partido Frelimo e apos a ofensiva de 1981,
apontou uma lista de disfunções que punham em causa o funcionamento das empresas estatais
que vieram a falir e mais tarde a serem privatizadas.

4.1 Possíveis Soluções param os problemas verificados na reforma do sector público de


2006-2015.

Reza o adágio popular que a boa critica, é aquela que vem acompanhada de possíveis
soluções, sem se descurar deste ditado, começaria por trazer possíveis soluções que devem ser
vistas como modelo com vista a ter uma reforma mais melhorada no sector público nacional.

É da responsabilidade do Estado e do Governo, a promoção do desenvolvimento


económico e social da sociedade que representa. O desenvolvimento económico e social é
condição de legitimidade do Estado e do Governo e de manutenção da identidade dos
cidadãos no sentido de pertença à sociedade moçambicana, no quadro do referencial de

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Nação que se propõe consolidar. A superação da pobreza absoluta pela sociedade decorre
não só das acções governamentais mas também do próprio empenho da sociedade no seu
conjunto e é condição básica do desenvolvimento e da unidade nacional futuras.

É também necessária a transformação das instituições e organizações no sentido de


se tornarem aptas a responder a essas responsabilidades através da promoção, direcção e
regulação de um desenvolvimento económico e social que sustente a extensão e melhoria
da qualidade de prestação de serviços públicos e gere as condições para a superação da
pobreza absoluta.

Para que essas transformações se verifiquem, há que assegurar coerência entre os


objectivos pretendidos e a prática da actuação dos inúmeros agentes dessas transformações,
o que implica necessariamente uma reforma do sector público como um todo. Esta reforma
não deverá ser apenas um somatório de propostas de reformas administrativas parciais, mas
sim o produto de uma concepção sobre a estratégia de reforma do sector público que
integre de um modo consistente as acções já em curso e as futuras.

A estratégia de condução da reforma do sector público como um todo, deve ainda


explicitar as características que delineiam, contemporaneamente o sector público, em
decorrência das grandes mudanças ocorridas ao nível mundial nestas últimas décadas.
Algumas dessas características são referidas a seguir, com o intuito de contribuir com
parâmetros de referência passíveis de servir de paradigma de raiz universal para a reforma
do sector público em Moçambique.

Assim, seria de um modo geral desejável que o sector público viesse a ter como
característica a de ser:

 Aberto e atento as relações económicas com o exterior e actuante no apoio ao sector


privado nacional;
 Centrado nas funções representativas, políticas, reguladoras, normativas e de avaliação de
resultados;
 Participante discreto, selectivo e indirecto no sector produtivo;

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 Ágil, descentralizado, desburocratizado, simplificado e voltado para a qualidade dos
serviços públicos que deve prestar, sendo a estes prestados o mais próximo possível dos
utentes dos serviços públicos;
 Modernizado e com alta incorporação de tecnologia;
 Democratizado, com um alto grau de institucionalização de formas participativas e de
atendimento das colocações que lhe sejam feitas pelos cidadãos, individualmente, ou
enquanto representantes de organizações;
 Transparente, tanto no que diz respeito à utilização dos bens e recursos públicos, quanto
ao que se refere aos procedimentos e avaliação de resultados;
 Dotado de pessoal qualificado, profissionalizado e preparado para mudança, com alto
sentido de servidor público e de efectividade e responsabilidade.

Esta caracterização, fornece parâmetros que servem de base para a superação de


uma ênfase nas acções sectoriais para o fortalecimento das acções de integração
multissectorial. Tais parâmetros, servem também de base para a elaboração de diagnósticos
abrangentes e integrados que permitam a projecção de objectivos e metas de longo, médio e
curto prazo.

Assim, a estratégia da reforma do sector público deve incluir acções que se


complementem, se reforcem e se sucedam nos prazos determinados, possibilitando
intervenções:

a) De longo prazo, como por exemplo, a implantação de sistemas de gestão, de informação e


de formação de pessoal, com acções;
b) De médio prazo, como por exemplo a de implantação de melhores procedimentos de
controlo financeiro; e
c) De curto prazo, como por exemplo, a implantação de projectos de compensação dos
«deficit» sociais em áreas críticas com vista a minorar a situação dos grupos
populacionais mais gravemente afectados pela pobreza absoluta.

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Conclusão

Ao findar o presente trabalho, convém ter presente que, este trabalho mostrou brevemente as
reformas introduzidas no sector público durante os anos de 2006 – 2015, e procurou-se ainda
fazer uma análise crítica destas reformas introduzidas nestes períodos, percebe-se que estas fases,
ou momentos, de reforma do sector público têm tido lugar em Moçambique há mais de três
décadas. Durante os 45 anos de Independência, foram feitas profundas mudanças para se ajustar o
sector público à evolução e às alterações no modelo socioeconómico do país. Apesar destes
esforços, o sector público ainda tem operado, de modo geral, com níveis baixos de eficiência e
efectividade, assim como uma reduzida qualidade de serviços prestados ao cidadão.

O que se constata, portanto, não é a ausência de experiências de reforma do sector


público mas a ausência de estratégias sistematizadas que as tivessem conduzido de forma
mais consistente e coerente, no quadro de um processo contínuo e controlado, e com um
horizonte temporal mais alargado. Por outras palavras, esta situação explica-se porque os
processos ainda não eram globais, ainda não eram sistematizados e ainda não eram
integrados de forma a permitir à administração pública a antecipar-se e estar preparada a
responder cabalmente e a tempo às exigências impostas pelas directrizes políticas do
Governo.

Dentro desta óptica, a reforma deve ser entendida como um movimento permanente
e contínuo de ajustamento da administração pública às alterações do ambiente às
necessidades e anseios da sociedade e às políticas globais do governo e não como um
evento unitário e delimitado no tempo, como decorre no nosso país.

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Portanto, o período do governo de 2006 segunda fase e a terceira fase de 2015 não
se podia distinguir ainda o Estado com o governo do partido Frelimo. Essa distinção vai
levar o seu tempo mas vai materializar-se, pese embora considere que o PR tenha
dificuldades de dizer isso ao público.

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Bibliografia

ESTRATÉGIA GLOBAL DA REFORMA DO SECTOR PÚBLICO 2001 – 2011. Maputo, 25 de


Junho de 2001.

PROGRAMA DA REFORMA DO SECTOR PÚBLICO - FASE II (2006-2011)

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Colecção Ligislação, Editora: Plural


Editores. Maputo, Junho, 2005.

CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Recursos Humanos-Fundamentos Básicos, 5ª ed.,


Editora Atlas S.A., São Paulo, 2006.

ALYSSON, Carvalho; SALLES, Fátima; GUIMARÃES, Marília e UADE, Walter – Políticas


Públicas, 1ª edição, Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

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