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Maria Lúcia é professora do 5º ano do ensino fundamental. Sua sala contém 30 alunos, sendo 5 deles surdos. Maria Lúcia não
sabe Libras, os alunos ouvintes não sabem mais que o alfabeto manual. Maria Lúcia conta com uma professora bilíngue que a
auxilia em sala, mas os alunos surdos estão sempre atrasados em relação ao aluno ouvinte: não sabem produzir textos,
vocabulário em língua portuguesa extremamente pequeno. No entanto, a comunicação em Libras é muito boa.
Reflita: a sala da professora Maria Lúcia é, de fato, bilíngue? O trecho destacado da Revista Nova Escola é adequado
para o contexto da sala de aula da professora Maria Lúcia? Justifique a sua resposta.
Escreva um texto dissertativo-argumentativo respondendo estas questões de reflexão.
Para o ingresso dos alunos surdos nas escolas comuns, a educação bilíngue –
Língua Portuguesa/ Libras desenvolve o ensino escolar na Língua Portuguesa
e na língua de sinais, o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua na
modalidade escrita para alunos surdos, os serviços de tradutor/intérprete de
Libras e Língua Portuguesa e o ensino da Libras para os demais alunos da
escola. O atendimento educacional especializado para esses alunos é ofertado
tanto na modalidade oral e escrita quanto na língua de sinais. Devido à
diferença linguística, orienta-se que o aluno surdo esteja com outros surdos em
turmas comuns na escola regular (BRASIL, 2008, p. 11).
Observe que esse documento não faz qualquer menção ao termo “escola
bilíngue”. Traz, sim, apontamentos a respeito da “educação bilíngue” e, a partir
daí, é possível perceber que não há distinção, como ocorre no Decreto Federal,
entre os níveis de ensino. Ou seja: mesmo na educação infantil, poder-se-ia
chamar de “bilíngue” uma classe na qual haja um intérprete de Libras. Essa
diferenciação, na visão de Lodi (2013, p. 54), é importante, porque “[...] há no
Decreto a preocupação em diferenciar os anos iniciais de escolarização dos
finais, respeitando, assim, o desenvolvimento das crianças, as especificidades
nos processos de ensino-aprendizagem e a formação necessária para os
professores”
estudou que o Decreto Federal nº 5.626/2005 aponta para uma visão da escola
bilíngue mais completa e complexa, pois diferencia a educação dos surdos no
ensino infantil e nos primeiros anos do fundamental com relação aos demais
níveis. No primeiro momento, privilegiam-se escolas ou classes bilíngues nas
quais o professor também seja bilíngue e, assim, garanta a aquisição da
primeira língua do aluno surdo (a Libras) como um processo natural. Depois
que os alunos surdos já possuam a primeira língua internalizada, eles podem
estudar em escolas comuns, desde que os professores tenham ciência das
suas particularidades de aprendizagem e haja tradutor/intérprete de Libras nas
salas;