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A Importância do Empreendedorismo para o Desenvolvimento

Econômico no Brasil

[1] [2] [3] [4]


LEAL, Adriana Pinheiro , SETTE, Rachel Bicalho , SANCHES, Vander Lúcio , MELO, Alan da Silva ,

LOPES, Silvana Antônia Sanches [5], MATOS, Salete de [6], ORDONE, Vanessa Igydia [7]

LEAL, Adriana Pinheiro. A Importância do Empreendedorismo para o Desenvolvimento Econômico no Brasil.


Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 08, Vol. 01, pp. 115-135, Agosto de
2018. ISSN:2448-0959

Contents

Resumo
1. Introdução
2. Revisão da literatura
2.1 Empreendedorismo
2.1.1 Empreendedor
2.1.2 Desenvolvimento econômico
2.1.3 Empreendedorismo no Brasil
2.1.4 Empreendedorismo por oportunidade e por necessidade
3. Metodologia
4. Análise dos dados
4.1 Perfis dos respondentes
Conclusão final
Referências

Resumo

O presente artigo tem por objetivo apresentar a importância e a influência que a atividade empreendedora
exerce na atual realidade brasileira. O empreendedorismo surge no cenário brasileiro na década de 90 e
vem sendo uma tendência. O número de pequenos negócios cresce a cada ano dando ao Brasil um lugar
de destaque no ranking mundial. O artigo busca apresentar mesmo que de forma introdutória a diferença
entre empreendedorismo por oportunidade e o empreendedorismo por necessidade, bem como os
desafios enfrentados pelo empreendedor. Neste sentindo, além de apresentar o contexto histórico sobre o
empreendedorismo e o que ser empreendedor, este trabalho busca evidenciar a influência do
empreendedorismo no desenvolvimento econômico do Brasil.

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Econômico no Brasil

Palavras-Chave: Empreendedorismo, Empreendedor, Desenvolvimento Econômico, Negócios.

1. Introdução

Nos últimos anos o termo empreendedorismo esta sendo muito falado no Brasil, e cada vez mais as
pessoas tem o desejo de abrir o próprio negócio. Um dos motivos para o aumento desta atividade
empreendedora no Brasil foi o alto índice de desemprego, segundo dados do IBGE o contingente de
desempregados que em junho de 2015 era de 8.354 milhões em 2016 aumentou para cerca de 12
milhões, desta forma o empreendedorismo tem assumido um importante papel em resposta a ausência de
trabalho assalariado. É bom ressaltar que ao abrir um negócio a pessoa não busca somente obter recurso
para suprir suas necessidades, mas irá permitir ao cidadão integra-se novamente a sociedade.

Segundo Joseph Schumpeter (1985) o indivíduo empreendedor é aquele que para obter lucro assume
riscos, faz acontecer, se antecede aos fatos e enxerga o futuro da organização (José Dornelas, 2001). Num
momento, onde a instabilidade político-econômica e a taxa de desemprego chegaram a um índice
alarmante a prática empreendedora no Brasil tornou-se fonte de riqueza, desenvolvimento e subsistência.
Segundo fontes do GEM – Global Entrepreneurship Monitor (2016), houve um aumento significativo de
novas empresas e optantes do MEI, onde os empreendedores contam com um regime fiscal diferenciado
que favorece os pequenos negócios.

Porém, torna-se um empreendedor não garante sucesso, muito pelo contrário, pequenos negócios cerca
de 20% fecham as portas antes mesmo de completarem um ano de vida, e ao final de quatro anos a
metade deixa de operar. Por isso, é importante ressaltar que os propensos empreendedores têm que
prestar muita atenção às tendências de negócios, fazer um bom planejamento e buscar recursos para
iniciar as atividades.

Conhecer profundamente o ambiente em que irá empreender é um ponto crucial da viagem e implica as
características e necessidades de público-alvo; os concorrentes e as experiências de terceiros; o ciclo de
vida do setor; as práticas do mercado; as variáveis que influenciam os negócios na área em termos
tecnológicos, políticos, sociais, econômicos, financeiros, demográficos, legais. (DOLABELA, 2010, p.111).

Após vários estudos os pesquisadores da Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2000), a atividade
empreendedora caminha por duas vertentes: a do empreendedorismo de oportunidade onde o
empreendedor é visionário, sabe aonde quer chegar se programa, planeja todo o processo do negócio tem
mais chances de obter sucesso, pois como há um planejamento prévio ele detecta um segmento no
mercado (oportunidade), de obter uma renda extra ou a independência profissional. Já o
empreendedorismo por necessidade que reflete, atualmente, a realidade brasileira o empreendedor se

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aventura, enxergam esta como a melhor opção de trabalho pelo fato de estarem desempregadas e não
conseguirem um trabalho de carteira assinada. Vê uma forma de sustentarem a si e a sua família e o fato
de não haver um planejamento prévio estão mais propenso ao fechamento rápido. Por fim, para realização
desta pesquisa busca-se responder ao problema que a norteou: Quais motivos levam as pessoas no Brasil
a empreenderem? Diante deste exposto, esta pesquisa tem como objetivo descrever os fatores que
promovem a atividade empreendedora no Brasil. Neste contexto, tem como objetivos específicos
conceituar o empreendedorismo e sua aplicabilidade, o que vem a ser empreendedor, descrever sobre
empreendedorismo por oportunidade e por necessidade e por fim, demonstrar com a atividade
empreendedora como ferramenta de desenvolvimento econômico e gerador de renda.

2. Revisão da literatura

2.1 Empreendedorismo

O empreendedorismo apesar de ser uma palavra simples esconde um conceito muito poderoso, pode ser
considerado e entendido como a arte de fazer alguma coisa surgir ou acontecer e ser criativo e realizar
algo novo, sonhar e transformar ideias em realidade. O que vem ser empreendedorismo de fato; segundo
o dicionário Aurélio significa “empreender resolver um problema ou situação, criação de uma empresa ou
produto, pode significar também agregar valor, identificar oportunidades e transforma-las em um negócio
lucrativo”.

Empreendedorismo é um neologismo derivado da livre tradução de entrepreneurship e utilizado para


designar os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividade, seu
universo de atuação e é antes de tudo, aquele que se dedica à geração de riquezas em diferentes níveis
de conhecimento, inovando e transformando conhecimento em produtos ou serviços em diferentes áreas
(DOLABELA, 1999, p. 68).

Dornelas (2005) define o empreendedorismo como o processo de criação de algo inovador, mas para que
isso ocorra é necessário esforço, dedicação não ter medo de assumir riscos para que no final obtenha
satisfação e independência financeira.

Entretanto, segundo Schumpeter (1985) empreendedorismo é um processo de destruição criativa, através


das quais produtos e métodos de produção existem são destruídos e substituídos por novos. Já para
Dolabela (2010), é um processo de transformar sonhos em realidade. Barreto (1998, p.190) descreve que
o empreendedorismo é construir algo a partir de muito pouco ou de quase nada, ou seja, quer dizer inovar
e criar algo por mais difícil que seja.

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A atividade empreendedora esta progredindo bastante no Brasil. Segundo o relatório do GEM (Global
Entrepreneurship Monitor) em 2016 alguns fatores contribuíram para este fato ocorresse tais como; o
crescente índice de desemprego, impostos mais baratos MEI (Micro Empreendedor Individual) facilidade de
financiamento dentre outros. Veja na tabela a seguir as taxas e estimativas da crescente escalada do
empreendedorismo no Brasil.

Tabela 1 – Taxas* e estimativas** de empreendedorismo no Brasil. Fonte: GEM Brasil 2016


Percentual da população de 18 a 64 anos *
Estimativas calculadas a partir de dados da população brasileira de 18 a 64 anos para o Brasil em 2016: 133,9 milhões.

De fato, o empreendedorismo tornou-se uma das atividades que progrediu bastante não só no Brasil, mas
em todo mundo. No Brasil, o mercado, o governo e instituições como o SEBRAE vêm estimulando às
pessoas investirem no seu próprio negócio, oferecendo facilidades como financiamento, impostos mais
baixos e boa comunicação.

2.1.1 Empreendedor

O que é ser um empreendedor? Pode-se entender que empreendedor é um indivíduo inovador, possui
uma motivação singular na busca da realização de um projeto. Segundo Chiavenato (2005) o
empreendedor tem o espírito e a energia da economia a alavanca de recursos, o impulso de talentos e a
dinâmica de ideias. A figura a seguir mostra o contexto do empreendedor brasileiro.

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Figura 1 – Contexto dos empreendedores brasileiros. Fonte: GEM Brasil 2016.

De acordo com o relatório do GEM (2016) em parceira com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas) entre os empreendedores brasileiros as mulheres são as mais interessadas em
gerir o próprio negócio. Esta maior entrada é justificada pelo fato delas sentirem a necessidade de
complementarem a renda familiar. Um fato revelado pela pesquisa é que as mulheres investem mais nas
áreas de serviços domésticos, cabeleireiros, tratamento de beleza, comércio varejista de roupas e
acessórios, serviços de buffet e de comida preparada. Veja o gráfico a seguir distribuição de
empreendedores entre homens e mulheres.

Gráfico 1 – Distribuição percentual dos empreendedores iniciais, segundo gênero- Brasil – 2016. Fonte: GEM Brasil 2016.

No Brasil conforme o relatório do GEM (2016) mais da metade dos empreendedores estão na faixa dos 25
a 44 anos, seguido pelos os mais jovens que estão entre a faixa etária dos 18 a 24 anos. Nota – se que o

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mais jovem segue o caminho do empreendedorismo cada dia mais cedo, seguindo uma tendência
mundial. Veja na tabela seguinte:

Tabela 2 – Taxas especificas* de empreendedorismo segundo faixa etária – Países selecionados. Fonte: GEM
Brasil 2016. Percentual de empreendedores iniciais em cada classe

Ainda segundo o GEM (2016) o grau de escolaridade entre os empreendedores brasileiros vem
aumentando de forma significante a cada ano. Concluindo que quanto maior o grau de conhecimento do
indivíduo empreende mais oportunidade e demandam mais informações.

Tabela 3 – Taxas de empreendedorismo por escolaridade. Fonte: GEM Brasil 2016.

Já para Dornelas (2008), empreendedor é o indivíduo que enxerga uma oportunidade de negócio
assumindo riscos. Para Dolabela (2008), o empreendedor é um indivíduo insatisfeito com a sua situação e
transforma seu inconformismo em descobertas e propostas positivas para si e para os outros.

O empreendedor é uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos e que
mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de
negócios. Um empreendedor que continua a aprender a respeito de possíveis oportunidades de negócios e
a tomar decisões moderadamente arriscadas que objetivam a inovação continuará a desempenhar um

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papel empreendedor. (FILION, 1999, p.19)

O empreendedor Kirzner (1979) é um pouco diferente, ele define o empreendedor como aquele que cria
um equilíbrio e uma posição clara e objetiva diante de um ambiente de caos e turbulência identificando
uma oportunidade. Schumpeter (1985) descreve o empreendedor como destruidor de ordem econômica
ao produzir novos produtos e serviços, e por criarem novas forças de organização e por explorarem novos
recursos e materiais.

Já para McClelland (1972) empreendedor é o termo utilizado para qualificar e/ou especificar o indivíduo
que detém uma forma inovadora de dedicar-se à administração, execução de um novo empreendimento.
Pode-se dizer que o empreendedor é aquele indivíduo que criou ou reestruturou uma empresa a duras
penas gerando um novo método com o seu próprio conhecimento.

Segundo Dolabela (2010) a personalidade do empreendedor se deve a vários fatores, sendo os principais a
educação e as experiências adquiridas no meio ambiente que ele vive. Ele ressalta ainda que o
empreendedor precisa possuir algumas características tais como: pro- atividade, visionário, autoconfiança,
liderança, assumir risco, perseverança, flexibilidade e comprometimento.

Diante deste fato, todo indivíduo é fruto de um relacionamento constante entre o seu talento e a
experiência adquirida do meio no qual está inserida e disposto em transformar suas ideias em realidade.

2.1.2 Desenvolvimento econômico

O desenvolvimento econômico é um conceito que por sua abrangência aproxima a economia das demais
ciências sociais. Segundo Porter (1992) o empreendedorismo contribui positivamente para o
desenvolvimento econômico, pois introduz inovação tanto pela inovação de produtos ou de processos de
produção, ou seja, leva a competividade e ao aumento da eficiência econômica.

Entretanto Smith (1776), diz que o desenvolvimento econômico é a riqueza de uma nação. Ele é
construído a partir do trabalho produtivo com aumento dos investimentos em capitais produtivos, a
especialização da mão-de-obra e a divisão do trabalho. Já de acordo com Vieira (2009) o desenvolvimento
econômico é o crescimento acompanhado pela melhora das condições de vida da população.

O desenvolvimento econômico, sendo fundamentalmente um processo de incorporação e propagação de


novas técnicas, implica modificações de tipo estrutural, tanto no sistema de produção como no de
distribuição. A forma como se efetivam essas modificações depende, em boa medida, do grau de
flexibilidade no marco institucional dentro do qual opera a economia. E a esse grau de flexibilidade não é

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alheia a maior ou menor aptidão das classes dirigentes para superar as limitações naturais de seu
horizonte ideológico. (FURTADO, 1964, p.63).

Todavia para desenvolver o progresso econômico é necessário, segundo Schumpeter (1985), promover a
destruição criativa, isso quer dizer que o desenvolvimento econômico é caracterizado pela procura
incessante da inovação. São os novos empreendimentos que movimentam a economia contribuem na
geração de novos empregos garantindo em parte a promoção do desenvolvimento econômico.

Figura 2 – O modelo do desenvolvimento socioeconômico. Fonte: GEM Brasil 2016Figura 2 – O modelo do


desenvolvimento socioeconômico. Fonte: GEM Brasil 2016

Segundo Lewis (1960) o desenvolvimento econômico vai do acúmulo de riqueza e/ou da disponibilidade de
bens e serviços. O tema desperta interesse tanto no âmbito acadêmico e político. Ambos buscam
metodologias que incentivem o desenvolvimento econômico juntamente com o desenvolvimento
tecnológico e social. Neste contexto Sen (2000) diz que o desenvolvimento econômico tem que ser
pensado, além da acumulação de riqueza ou do aumento do PIB, pois esta diretamente relacionada com a
melhoria da qualidade de vida dos indivíduos.

2.1.3 Empreendedorismo no Brasil

Antes de começar a falar como o empreendedorismo surgiu no Brasil, é bom salientar que a origem do
pensamento empreendedor se deu por meio das reflexões de pensadores econômicos do século XVII e XIX.

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Segundo Chiavenato (2008), pensadores defendiam que a ação da economia reflete na força livre do
mercado e da concorrência. O empreendedorismo tem sido visto como um engenho que da direção à
inovação e promove o desenvolvimento econômico (REYNOLDS, 2002). A figura a seguir mostra a evolução
do empreendedorismo.

Figura 3 – Eras do Pensamento Empreendedor. Fonte: Landstrom e Benner (2010, p. 20).

Segundo Dornelas (2008), o papel do empreendedor foi e sempre será fundamental para sociedade.
Portanto, pode-se dizer que o empreendedorismo não é um modismo e sim uma mudança tecnológica,
pois elimina barreiras comerciais, culturais, encurta distâncias, globaliza e renova conceitos econômicos,
cria relações e novos empregos quebram paradigmas e geram renda para a sociedade.

O empreendedorismo no Brasil surgiu e tomou forma na década de 90, quando as entidades SEBRAE
(Serviços Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas) e SOFTEX (Sociedade Brasileira para
exportação de Software) foram criadas. Desde então, de acordo com fontes IBGE, o Brasil vem se
destacando como um país empreendedor e nos últimos anos esta atividade foi estimulada pela crise
financeira e pela alta taxa de desemprego cerca de 12 milhões de pessoas. Em 2015, no relatório anual
do GEM foi destacado que a taxa de empreendedorismo (TTE) foi de 39% comparada com a TTE de 2014
que foi de 34,4%.

No Brasil em 2012, 14,4 milhões de pessoas estavam envolvidas com alguma atividade empreendedora,
ou seja, um em cada sete brasileiros que têm entre dezoito e sessenta e quatro anos de idade está
abrindo negócio próprio. O Brasil tem uma taxa de empreendedorismo (porcentagem de 36 pessoas que
abrem a própria empresa em relação à população economicamente ativa) maior do que a média mundial:
13,5% contra 12%%, (SCHLINDWEIN, 2004, apud IBQP, 2002, p. 1).

Atualmente no Brasil, o empreendedorismo esta no auge, ou seja, pode ser classificada como a era do
empreendedorismo, Oliveira (1995) faz referências a uma das razões que justificam aquecimento da
atividade empreendedora no Brasil. No gráfico a seguir demonstra a evolução do empreendedorismo no
Brasil entre 2002 – 2015.

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Gráfico 2 – Evolução das taxas* de empreendedorismo Brasil 2002:2015. Fonte: GEM Brasil 2015

O espírito empreendedor vem sendo reconhecido mundialmente até mais que do que países como
Canada, Estados Unidos, Itália e França. Segundo Oliveira (1995) mesmo que não pareça o apoio à
atividade empreendedora por órgãos governamentais e privados está bem difundida no Brasil, porém
apesar de todo apoio e incentivo a taxa de mortalidade destes pequenos negócios e bem significativo.

No Brasil existe outra razão, tão ou mais importante, pela qual o empreendedor nos negócios passou a ser
uma opção procurada pelos indivíduos em geral, tenha ou não alguma qualificação profissional: a falta de
emprego! Durante os anos 80, a “década perdida”, um número assustadoramente grande de pessoas
perdeu o emprego e teve que “se virar” para sobreviver por meio de subempregos, “bico” trabalhos
temporário, negócios próprios, atividades informais etc. (OLIVEIRA, 1995, p. 47).

Segundo fontes do SEBRAE (2016) entre os anos de 2010 a 2014, a taxa de sobrevivência dos pequenos
negócios com até 2 anos de vida aumentou de 54% para 77%. Isso se deve a ampliação do número de
Microempreendedores Individuais (MEI), porém quando se exclui o MEI da pesquisa a taxa de
sobrevivência cresce somente 4 pontos passa de 54% para 58%. Veja a representação gráfica a seguir:

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Gráfico 3 – Taxas de sobrevivência com inclusão e/ou não do MEI. Fonte: Sobrevivência das
Empresas no Brasil. Sebrae, 2016.

Diante deste contexto, ficou claro que o MEI provoca um impacto positivo para sobrevivência destes
pequenos negócios e que as empresas que foram abertas entre 2008 a 2012, a taxa passou de 0% para
63% e que os optantes pelo simples nacional maior dos não optantes.

Gráfico 4 – Taxas de sobrevivência de optante e/ou não do MEI. Fonte: Sobrevivência das
Empresas no Brasil. Sebrae, 2016.

Diante da crise política e econômica que se agravou nos últimos anos 2015 a 2016, estimam – se que a

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taxa de sobrevivência das empresas com até 2 anos chegou a 77% em 2014 (empresas criadas em 2012).
Já para as empresas criadas nos anos seguintes tende sofrer uma queda.

Gráfico 5 – Taxa de sobrevivência em relação a crise atual Brasileira. Fonte:


Sobrevivência das Empresas no Brasil. Sebrae, 2016.

Todavia a crise econômica não é o único fator causador da mortalidade das pequenas empresas e sim
uma combinação de fatores: a situação financeira antes e depois da abertura, o não planejamento do
negócio, a não capacitação e a gestão do negócio em si.

Gráfico 6 – Principais causadores mortalidade dos pequenos negócios. Fonte:


Sobrevivência das Empresas no Brasil. Sebrae, 2016.

Segundo a pesquisa do Sebrae (2016), a probabilidade de fechamento é maior no primeiro ano de

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funcionamento. As principais dificuldades enfrentadas pelos empreendedores numa escala são: falta
clientes, capital de giro, de conhecimento do negócio, mão de obra, impostos/tributos, inadimplência,
concorrência e a burocracia.

Gráfico 7 – Principais causadores para o fechamento no primeiro ano de


funcionamento. Fonte: Sobrevivência das Empresas no Brasil. Sebrae, 2016.

2.1.4 Empreendedorismo por oportunidade e por necessidade

Todos os ano o GEM publica relatórios com estudos sobre a parcela de pessoas que se lançam ao
empreendedorismo e faz uma avalição dos motivos que as levam a abrir o próprio negócio. O GEM ressalta
que as pessoas são levadas a empreenderem por dois motivos: oportunidade e/ou necessidade. Segundo
relatório do GEM (2011), boa parte das pessoas que se envolve com o empreendedorismo por necessidade
é por não terem outra opção de trabalho e, consequentemente tem a necessidade de estarem
economicamente ativas. Já as pessoas motivadas pela oportunidade, são capazes de identificar um
negócio dentre aqueles que lhe foi apresentado (Reynolds, Bygrave, e Autio, 2002, p.20).

De acordo com o GEM (2011), os indivíduos podem ser motivados por necessidade ou por oportunidade,
mas nunca pelos dois motivos ao mesmo tempo. Entretanto Kirzner (1979) considera empreendedores
pessoas atenta às oportunidades mesmo que a motivação seja a necessidade. Entretanto, Aldriche e Cliff
(2003), concordam que o aspecto fundamental do empreendedorismo é a identificação de oportunidades.

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Tabela 4 – Motivação dos empreendedores iniciais Taxa* para oportunidade e necessidade, proporção sobre TEA**,
estimativas*** e razão oportunidade e necessidade – Brasil – 2016. Fonte: GEM Brasil 2016.
Percentual da população de 18 a 64 anos *.
Proporção sobre TEA: A soma dos valores pode não totalizar 100% quando houveram e/ou recusa resposta ausente **.
Estimativas calculadas a partir de dados da população do Brasil de 18 a 64 anos para o Brasil em 2016: 133,9 milhões
***.

Os empreendedores por oportunidade são aqueles indivíduos que identificam no mercado a necessidade
de algo novo ou restruturação de algo já existente. Segundo o SEBRAE (2015), o indivíduo que tem a
sensibilidade de criar coisas novas é capaz de perceber e assimilar as mudanças no ambiente no qual esta
inserido, mesmo tendo opções de emprego eles iniciam o negócio.

São os valores, as motivações humanas e a necessidade de autorrealização que movem indivíduos na


busca de atividades empreendedoras. Entre os principais motivos que impulsionam o indivíduo a agir,
situa-se a necessidade de conquistas e realizações. Ou seja, “um desejo de realizar as coisas da melhor
maneira, não exatamente pelo reconhecimento social ou prestígio, mas, sim, pelo sentimento íntimo de
necessidade de realização pessoal” (McClelland, 1972, p. 110).

Gráfico 8 – Taxas de empreendedorismo por oportunidade e por necessidade como proporção da taxa de
empreendedorismo inicial – Brasil – 2002:2016. Fonte: GEM, IBGE ,Banco do Brasil e Ipeadata

O empreendedorismo é o negócio que surge da necessidade das pessoas que querem se manter
economicamente ativas na sociedade a qual estão inseridas. Este grupo de empreendedores é formado

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basicamente por aqueles indivíduos que perderam o emprego e precisam encontrar uma forma de
sobreviver, ou seja, prover o próprio sustento e o da família.

Gráfico 9 – Proporção do empreendedorismo por necessidade entre os empreendedores nascentes e novos – Brasil –
2002:2016. Fonte: GEM Brasil 2016.

Segundo Kirzner (1979) estes indivíduos são motivados pela necessidade da sobrevivência. Muitas das
vezes sem condições de estarem inseridos no mercado de trabalho formal se aventuram na atividade
empreendedora. Já Reynolds (2002) reforça que tais indivíduos são forçados a abrirem o próprio
empreendimento por não existir qualquer tipo de trabalho ou os existentes são insatisfatórios e/ou não
esteja no seu perfil.

3. Metodologia

Esta pesquisa caracteriza-se como qualitativa, pois tem como objetivo analisar as vantagens e
compreender as questões investigadas. Segundo Fachin (2001), este tipo de pesquisa é caracterizado por
não relacionar apenas os dados mensuráveis, mas também os dados definidos descritivamente. Sendo
assim, neste tipo de pesquisa os dados coletados são analisados e interpretados pelo pesquisador.

A pesquisa terá o caráter descritivo, uma vez que Michel (2005) discute que a pesquisa descritiva tem
como objetivo verificar e explicar problemas, fatos, fenômenos da vida real com precisão. Desta forma,
não interfere no ambiente, mas sim relaciona e compara o comportamento humano, individualmente, em
grupos e/ou em um contexto organizacional.

Por fim, será uma pesquisa explicativa também, pois procura identificar os fatores que determinam e

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contribuem para ocorrência do tema abordado. Segundo Gil (2008), este tipo de pesquisa explica o porquê
a razão das coisas e pode ser a continuação e o complemento da pesquisa descritiva.

4. Análise dos dados

Nesta etapa serão analisados os resultados obtidos nas aplicadas em alguns comerciantes
(empreendedores) do bairro Itaipu na região do Barreiro em Belo Horizonte. Foi aplicada cinco entrevistas
numa amostra de doze comércios do referente bairro, sendo dois homens e três mulheres. A aplicação
destas entrevistas foi no intuito de identificar as fundamentações teóricas abordadas no presente estudo.
Os entrevistados foram em uma oficina mecânica, num salão de beleza, em um bar e em uma loja de
bolos. A loja de bolo no pote não possui um lugar físico toda fabricação e comercialização é feita na casa
da proprietária. De acordo com os dados coletados sobre o grau de escolaridade dos participantes: três
deles responderam que possuem o ensino médio completo e dois deles ensino fundamental incompleto e a
faixa etária esta entre os 28 a 58 anos.

4.1 Perfis dos respondentes

Respondente A

O participante A tem 49 anos ensino fundamental incompleto é dono de uma oficina mecânica, de acordo
com ele sua oficina está em funcionamento há 10 anos mais ou menos. Ele relata que a ideia de abrir o
próprio negócio surgiu quando trabalhava em uma empresa automobilística em 1998, ano pelo o qual teve
sua carteira assinada pela última vez. Foi neste período que o desejo de abrir o próprio negócio ficou mais
eminente, porém sem condições financeiras tendo que sustentar a família foi trabalhar fazendo “bicos” em
ferros velhos de peças de carro, oficinas mecânicas dentre outros. Apesar de toda dificuldade conseguiu
com recursos próprios adquirir seu primeiro equipamento e suas primeiras ferramentas para dar início a
sua oficina mecânica sem se quer ter um planejamento com a cara e a coragem.

Então em meados de 2007 o entrevistado abriu seu negócio como ele mesmo disse: “abri aqui com uma
vala, uma cobertura de telhas de amianto que a primeira chuva de vento carregou meu equipamento de
alinhamento e umas poucas ferramentas, mais não desanimei” e apesar de toda dificuldade do começo da
falta de infraestrutura a oficina, hoje, é bem montada. Diante deste relato pode-se afirmar que todo
indivíduo está em constante relação entre talento e características adquiridas dos vários ambientes que
frequentou, e tais características não se limitam ao meio produtivo mais estende por todo processo da
atividade (SANTOS 1985).

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Há três anos sentiu a necessidade de um melhor planejamento e se formalizou enquadrando no sistema


do MEI (Micro Empreendedor Individual). Com a formalização foi criado um CNPJ para sua empresa, desta
forma lhe proporcionando um acesso maior para poder comprar peças no atacado, coisas que não era
possível sem a formalização. O entrevistado preza muito as relações que possui com seu único
colaborador como ele prefere chamar, clientes e fornecedores. Diz que estas relações são baseadas na
transparência, confiança e foi desta forma que conquistou credibilidade no mercado que atua. Ele
menciona que a concorrência é bem grande e acirrada mais que está se saindo bem.

Ao perguntar ao entrevistado se a recessão atual afetou seu negócio ele respondeu que sim, pois numa
escala de prioridade as pessoas só fazem uma manutenção nos veículos caso haja necessidade. Ele
também havia feito todo planejamento onde iria investir em um novo equipamento e em peças, porém
terá que esperar um pouco. Ele frisa que para obter sucesso em qualquer ramo de negócio tem que haver
transparência e que hoje para se abrir um novo negócio representa um fator de risco.

Por fim, o entrevistado disse que apesar de todo pouco estudo ele está sempre bem informado, atualizado
em tudo que ocorre a sua volta. Considera uma pessoa não realizada financeiramente, mas melhor do que
foi anteriormente.

Entrevistados B1 e B2

As entrevistadas são sócias de uma pequena empresa de bolo de pote, tem idades entre 29 e 30 ambas
têm ensino médio completo, uma delas também tem a formação técnica em radiologia. Ambas se dizem
abençoadas por Deus e realizadas. A entrevistada B trabalhou de carteira assinada pela última vez em
2012 e a sua sócia em 2015. Elas tiveram a ideia de abrirem o próprio negócio há quatro meses, mas
exatamente em agosto de 2017, quando houve a necessidade de incrementarem a renda familiar. Elas já
pensavam em como fazer para implantar o empreendimento, então fizeram uma pesquisa, enxergaram a
oportunidade que tanto esperavam isso reforça a teoria de Kirzner (1979) que o empreendedor deve estar
atento às oportunidades do mercado mesmo que a necessidade seja a motivação.

O capital inicial utilizado foi próprio e considerado baixo de acordo com as entrevistadas. Desde início elas
procuram trabalhar de acordo a demanda das encomendas. Mesmo tendo fácil acesso aos empréstimos
bancários elas ainda não sentiram a necessidade de recorrer ao mesmo, pois o retorno está dando para
girar o negócio. A decisão de abrir a empresa de bolo de pote até a abertura de fato não demandou muito
tempo, segundo as entrevistadas bastou somente colocar tudo na ponta do lápis para estruturar melhor e
verificar qual seria a margem de lucro.

A entrevistada B1 relatou que já havia tido duas outras experiências na área de alimentação só que não
deu continuidade aos projetos por motivos alheios a sua vontade. Nestes quatro meses que a loja de bolo
de pote está em funcionamento as proprietárias não a registrou. Elas estão esperando para saber se o

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negócio irá engrenar há um receio que não dê certo como das outras duas vezes.

As entrevistas disseram que o relacionamento com as pessoas e o ambiente que as cercam é fundamental
para o crescimento e o sucesso da empresa. É necessário que haja um ambiente acolhedor onde as
pessoas se sintam motivadas. É importante o comprometimento tanto da empresa, dos funcionários e dos
fornecedores. E o objetivo de tudo isso é atender os clientes atuais e futuros com excelência melhor que a
concorrência.

A concorrência é muito conforme o relato das entrevistas. Elas procuram criar estratégias para atrair mais
e mais clientes. Identificar e fazer todas as semanas novos sabores, promoções, e manter o padrão para
fidelização dos seus clientes. Quando abriram o negócio a recessão econômica já estava presente tiveram
que se adaptar ao cenário.

Por fim, ao perguntar se existe uma fórmula para o sucesso elas responderam: “é preciso dedicação,
produtos diferenciados e de qualidade e amor por aquilo que faz”. A entrevistada B1 terminou deixando
um recado para os futuros empreendedores “estudem bastante, pesquisem sobre o negócio pretendido
faça algo que você goste ou tenha aptidão e vá em frente“.

Respondente C

O entrevistado é dono de um bar/mercearia, tem 58 anos e está aposentado há dois anos, estudou até a
5ª série do primário. Seu último emprego com carteira assinada foi em 2007, e de lá para cá se dedica
única e exclusivamente em gerir o seu comércio. Ele se sente realizado, pois tudo que possui atualmente
foi conquistado como muita luta e dedicação.

Segundo o entrevistado seu comércio como ele prefere dizer está em funcionamento há pelo menos 20
anos, “eu trabalhava de dia em uma metalúrgica e a noite tocava o bar”. Ele não se lembra de como
surgiu à ideia de abrir negócio, mas que a princípio era mais uma mercearia do que propriamente um bar
até mesmo porque a jornada de trabalho era bem árdua não lhe permitindo ficar aberto até tarde. O
entrevistado relata ser um dos primeiros moradores do bairro para comprar algo era tudo muito longe daí
que surgiu a ideia da mercearia.

O comércio é muito bem montado e contou somente como recursos próprios do dono. Ele nunca quis fazer
empréstimos, diz que é uma dor de cabeça a menos. Segundo o entrevistado ele não pensou como seria
e/ou como faria para abrir seu comércio, ele relata ter construído uma loja na lateral da casa então
resolver dar uma utilidade necessária. Não foi feito nenhum planejamento, na época, segundo ele nem
sabia que existia plano de negócio. Ele sempre teve a intenção de abrir um comércio, pois seus pais
possuíam uma “venda” no interior e lá se vendia um pouco de tudo, tipo uma tradição de família.

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O entrevistado se formalizou há pelo menos oito anos e por insistência de um dos filhos, se enquadrou no
perfil do MEI. Ele nunca teve funcionário sempre foi sua esposa que o ajudou às vezes seus filhos. Para ele
os fornecedores e clientes são muitos importantes e devem tratados com respeito porque são eles que
fazem o negócio funcionar. Em relação a concorrência existem 4 outros bares perto, mas o entrevistado
não os teme como ele mesmo disse: “meu comércio é o mais antigo daqui do bairro não tenho medo dos
concorrentes meus clientes são fieis”.

De acordo com o entrevistado para obter sucesso é necessário ser honesto, trabalhar duro e dá um
conselho: “pode até ser difícil abrir um negócio mais é preciso perseverar.”

Entrevistado D

A última entrevistada tem 47 anos, ensino médio completo e é dona de um salão de beleza. Ela se sente
realizada profissionalmente e a última vez que trabalhou de carteira assinada foi em 1990. Segundo ela
sempre gostou de trabalhar com tudo que envolvesse a área da beleza. Sua primeira meta era
providenciar a matricular em um curso de cabelereiro, e o segundo passo seria abrir o próprio negócio.

O capital usado pela entrevistada foi próprio, entretanto, os equipamentos e os móveis foram financiados
no carnê, e o pouco dinheiro que possuía em mãos foi para comprar os produtos. Ao perguntar se havia
feito algum planejamento ela respondeu: “que planejar mesmo foi só a opção em fazer o curso mais que
as outras coisas aconteceram naturalmente.” Com 12 anos em funcionamento a entrevistada relata que
deste adolescente pensava em abrir um salão de beleza e que os vizinhos parentes diziam que ela tinha
aptidão para mexer com cabelo.

Até a presente data ela não registrou o negócio, pois não sentiu necessidade, porém contribui com a
previdência social para se aposentar. Os meus fornecedores de produtos vêm a minha porta por isso
nunca foi exigido que tivesse um CNPJ. A entrevistada não tem funcionário, e divide o espaço com duas
pessoas uma manicure e outra cabeleireira com quem divide as despesas do salão. Transparência e
comprometimento são algo que a entrevistada preza muito quando se trata do relacionamento com suas
parceiras, fornecedores, e principalmente em relação aos seus clientes.

Em relação à concorrência sempre houve, ela relata que já viu muitos abrirem e fecharem as portas, mas
não tem medo porque há mercado para todos o que diferencia é a qualidade do serviço oferecido. Diante
da recessão econômica atual do Brasil ela disse que foi bastante afetada e que outros fatores também
influenciaram para queda neste ramo de atividade. Ela explica que devido a uma tendência as mulheres
estão preferindo usar os cabelos naturais (crespos) ou traçados. A solução vista por ela foi realizar um
novo curso para se adaptar a esta nova tendência que faz a cabeça das mulheres.

O fator importante para ela, além de estar sempre atenta às novas tendências no seu ramo de atividade é

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ser honesto, ter comprometimento, ser responsável e transparente naquilo que se faz. Ela finaliza nossa
entrevista dizendo que tudo vale a pena basta ter coragem para experimentar.

Conclusão final

Na elaboração deste trabalho foi possível constatar que o empreendedorismo é atrativo e promissor.
Foram apresentadas informações básicas sobre o empreendedorismo no Brasil suas vantagens, benefícios
e os desafios enfrentados pelos pequenos empreendedores. O empreendedorismo, no Brasil, esta em
ascensão e as pessoas estão encontrando nele um caminho e em alguns casos se tornam um caminho
para sobreviverem.

Percebe-se uma característica comum nas entrevistas aplicadas são pequenos empresários que enxergam
uma oportunidade para investir mesmo que a motivação seja a necessidade de condições melhores de
vida. Em geral, sobre este fato pode-se dizer que a necessidade obriga a criação e a insatisfação induz a
inovação.

Diante do atual cenário político-econômico brasileiro onde o desemprego chega a dados alarmantes, o
empreendedorismo atua diretamente na geração de empregos, expande a economia proporcionando a
realização de uma atividade que sustente seu crescimento profissional, pessoal e financeiro.

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[1]
Graduada em Comunicação, Relações Públicas, Mestranda em Ciências Empresariais pela UFF-
Universidade Fernando Pessoa

[2]
Graduada em Psicologia. Mestrado em Administração

[3]
Professor orientador: Mestre em Economia e Doutorando em Ciência da Informação, especialização em
Contabilidade Governamental, Gestão de Agronegócio, EaD, Serviço Social, Sociologia, Controladoria e
Gestão de Tributos, graduado em Ciências Contábeis, Serviço Social, Sociologia, Graduando em
Administração e Matemática

[4]
Graduado em Ciências Contábeis pela UCDB, Especialização em Gestão Pública

[5]
Graduada em Ciências Contábeis pela COC, Especialista em Contabilidade

[6]
Graduada em Administração na FEAD, 2º/ 2016

[7]
Graduada em Normal Superior UNIPAC. Especialização em Psicopedagogia

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