BRUNA FERRARI
São Leopoldo
2017
Bruna Ferrari
São Leopoldo
2017
Dedico esse trabalho aos meus pais, que sempre me deram apoio e incentivo
para percorrer os caminhos e superar os obstáculos na realização dos meus sonhos.
Sinto-me feliz em poder dedicá-lo, também, ao meu avô Angelo Ferrari, que se
orgulharia em ver que seus ensinamentos e sua profissão, que seguem em evolução
a cada geração, foram motivo de inspiração na busca pelo título Bacharel em
Engenharia Civil.
.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA........................................................................................ 11
1.2 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO ....................................................................... 12
1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 13
1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 13
1.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 13
1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 15
2.1 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES ................................................ 15
2.2 BALANÇO ENERGÉTICO DA EDIFICAÇÃO ...................................................... 18
2.2.1 Condução ........................................................................................................ 19
2.2.2 Convecção ...................................................................................................... 20
2.2.3 Radiação ......................................................................................................... 20
2.3 INFLUÊNCIA DA ENVOLTÓRIA DA EDIFICAÇÃO NA EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA ........................................................................................................... 21
2.3.1 Fechamentos Opacos .................................................................................... 23
2.3.2 Fechamentos Translúcidos ........................................................................... 25
2.3.2.1 Vidros e suas propriedades ........................................................................... 25
2.3.3 Isolamento Térmico........................................................................................ 28
2.4 ZONAS BIOCLIMÁTICAS ................................................................................... 30
2.5 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA UTILIZANDO
O ENERGY PLUS ..................................................................................................... 32
2.6 SISTEMAS CONSTRUTIVOS WOOD FRAME,LIGHT STEEL FRAME E
CONVENIONAL ........................................................................................................ 34
2.6.1 Sistema de Construção Convencional no Brasil e os Principais Materiais
de Envoltória............................................................................................................ 35
2.6.2 Sistemas construtivos Wood Frame e Light Steel Frame e os Principais
Materiais de Envoltória ........................................................................................... 36
2.6.2.1 Placas de OSB .............................................................................................. 36
2.6.2.2 Siding Vinílico ................................................................................................ 37
2.6.2.3 Smart Side ..................................................................................................... 37
2.6.2.4 Parede de Madeira ........................................................................................ 37
2.6.2.5 Placa cimentícia ............................................................................................ 38
2.6.2.6 Gesso acartonado ......................................................................................... 38
2.6.2.7 Telhas shingle ............................................................................................... 38
2.7 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS ......................................................................... 39
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 40
3.1 PROJETO E PARÂMETROS PADRÃO ADOTADOS PARA A SIMULAÇÃO ..... 41
3.2 DETERMINAÇÃO DAS ENVOLTÓRIAS E ELEMENTOS CONSTRUTIVOS ..... 44
3.3 ZONAS BIOCLIMÁTICAS E CIDADES DE REFERÊNCIA ................................. 46
3.4 COMPORTAMENTO DAS ENVOLTÓRIAS QUANTO À EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA ........................................................................................................... 46
3.5 CUSTO BENEFÍCIO DAS DIFERENTES ENVOLTÓRIAS ................................. 47
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................... 49
4.1 ANÁLISE DOS GASTOS ENEGÉTICOS DA EDIFICAÇÃO ............................... 49
4.1.1 Gastos Energéticos da Edificação na Cidade Porto Alegre (zona 3) ......... 49
4.1.2 Gastos Energéticos da Edificação na Cidade Santa Maria (zona 2) .......... 54
4.1.3 Gastos Energéticos da Edificação na Cidade Bento Gonçalves (zona 1) . 59
4.1.4 Parecer Geral .................................................................................................. 64
4.2 ANÁLISE DO CUSTO BENEFÍCIO DAS ENVOLTÓRIAS .................................. 67
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 71
11
1 INTRODUÇÃO
1.3 OBJETIVOS
1.4 JUSTIFICATIVA
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.2.1 Condução
2.2.2 Convecção
2.2.3 Radiação
emissão da radiação solar. Parte da radiação absorvida pela envoltória opaca torna-
se energia térmica para o interior da edificação, enquanto que uma outra parcela
dessa radiação é refletida. No caso das áreas de superfícies envidraçadas, parte da
radiação solar é transmitida diretamente pelo material e absorvida pelas paredes
internas.
As características primordiais da envoltória de uma edificação quanto à
eficiência energética, segundo Isolani (2008) são a inércia térmica e a capacidade
isolante dos materiais. A inércia térmica refere-se à capacidade que materiais
pesados, como pedras e tijolos, têm de manter a temperatura, reduzindo o impacto
dos picos climáticos na edificação. Por outro lado, o isolamento funciona como uma
barreira para o fenômeno de condução, o que reduz a transferência de calor com o
meio.
Segundo Lamberts, Dutra e Pereira (2014), os princípios da inércia térmica
são interessantes quando ocorrem variações térmicas de grande amplitude em um
único dia. Dessa forma, o calor retido no material pela inércia poderá ser devolvido
ao ambiente interno quando ocorrer queda de temperatura, funcionando como uma
reserva térmica, de forma que a oscilação da temperatura no interior da residência
ocorra de forma gradual, sendo que quanto maior a inércia térmica, maior a retenção
de calor. A inércia térmica está diretamente relacionada com a propriedade de
capacidade térmica do material, que expressa a eficiência de um material em reter
ou não calor.
Atrelada à capacidade térmica e à ordem de disposição das camadas dos
materiais, outra propriedade relevante é o atraso térmico (em horas), que faz
referência ao tempo que decorre para que haja variação térmica de um lado ao outro
da superfície do fechamento. (ABNT, 2003).
Outra propriedade dos materiais a ser considerada é a resistência térmica,
que depende da capacidade de condução e da espessura do mesmo, sendo que
quanto maior a espessura, maior a resistência térmica. O inverso da resistência
térmica é a transmitância térmica, variável de grande importância na análise de
desempenho de fechamentos opacos, expressa em W/(m².K). (LAMBERTS; DUTRA;
PEREIRA, 2014).
Além das propriedades térmicas dos materiais que compõem a envoltória,
outro aspecto relevante que implica na eficiência energética de uma edificação é a
área de superfície. Conforme Hinrichs, Kleinbach e Reis (2013), quanto maior a área
23
Tabela 2– Absortância (α) para radiação solar (ondas curtas) e emissividade (ε) para
radiações e temperaturas comuns (ondas longas)
Tipo de Superfície α ε
Chapa de alumínio (nova e brilhante) 0,05 0,05
Chapa de alumínio (oxidada) 0,15 0,12
Chapa de aço galvanizada (nova e brilhante) 0,25 0,25
Concreto aparente 0,65/0,80 0,85/0,95
Telha de barro 0,75/0,80 0,85/0,95
Tijolo aparente 0,65/0,80 0,85/0,95
Reboco claro 0,30/0,50 0,85/0,95
25
poliuretano, o qual pode ser também injetado, por exemplo, na fôrma de painéis de
divisória. (ISAIA, 2010).
A vermiculita, por sua vez, é um mineral que, a partir de um processo de
aquecimento, apresenta expansão volumétrica na ordem de 15 a 20 vezes. A
vermiculita expandida apresenta baixo peso e, devido à elevada porosidade, é
utilizada como isolante térmico e acústico. Seu emprego pode ser feito na forma de
argamassa, através de camadas de revestimento, ou ainda, pode ser aglomerada
em placas ou blocos. (ISAIA, 2010).
As lãs de vidro e de rocha são materiais utilizados para isolamento termo
acústico. No aspecto de isolamento térmico, podem ser empregadas em casos em
que a temperatura atinja até 500ºC. A densidade do material influencia nas
características isolantes e mecânicas, sendo que a especificação de projeto varia
conforme o desempenho requerido. Para a construção civil, podem ser encontradas
principalmente na forma de mantas e painéis. (ISAIA, 2010).
Como material de desempenho similar, há a lã de PET, considerado um
material ecologicamente correto por ser reciclável e proveniente de matéria prima
reciclada (garrafas PET). (POMARO, 2015).
A Tabela 4 apresenta algumas características relacionadas ao
comportamento térmico de alguns materiais isolantes.
Fonte: ABNT(2003).
3 METODOLOGIA
informações, foi possível comparar os resultados das envoltórias entre si, definindo
as associadas às maiores e menores demandas energéticas.
Ainda, foi avaliado o comportamento mensal com relação à demanda
energética de aquecimento e de resfriamento referentes às envoltórias dos casos
que foram destacados como sendo as piores e melhores situações acerca da
eficiência energética da edificação.
(kWh) (kWh)
Gráfico 7 - Gasto energético total conforme as envoltórias para a cidade Santa Maria
(zona 2)
referentes aos sistemas construtivos wood frame e light steel frame. O gasto da
edificação com aquecimento e resfriamento com relação ao gasto energético total é
de 43% para a envoltória H e 44% para as envoltórias I e B.
A utilização da envoltória H na edificação representa uma economia de 25,9%
se comparada à envoltória L, e de 21,1% se comparada à envoltória J.
O sistema de vedação B, por sua vez, se aplicado na edificação, representa
economia de 24,0% se comparado à envoltória L, e de 19,1% se comparado à
utilização da envoltória J.
Ao comparar os Gráficos 15, 16, 17 e 18 referentes ao gasto energético das
envoltórias J, L, B e H para a cidade de Bento Gonçalves, percebe-se um
comportamento padrão com relação à demanda de aquecimento e de resfriamento
no decorrer do ano, apenas diferenciando a quantidade de energia demandada.
Bento Gonçalves. Observa-se que Porto Alegre e Santa Maria apresentam maior
variação térmica, uma vez que os gastos com aquecimento e com resfriamento são
semelhantes. Enquanto isso, Bento Gonçalves, que possui o menor gasto energético
com condicionamento de ar, apresenta demanda significativamente maior por
aquecimento e baixa demanda para resfriamento.
De modo geral, o gasto energético total das edificações está diretamente
relacionado com o gasto energético total com aquecimento e resfriamento, sendo
que representam a maior parcela constituinte da demanda energética da residência.
No entanto, para as cidade de Porto Alegre e Santa Maria, observa-se que certas
situações de maiores gastos energéticos totais apresentam menores gastos
energéticos com aquecimento e resfriamento quando os resultados associados às
envoltórias são comparados entre si.
Nos resultados da cidade de Porto Alegre observa-se que a envoltória D
possui um gasto energético total superior à envoltória K, no entanto, o gasto
energético total com aquecimento e resfriamento da envoltória D é menor em
relação a K. Da mesma forma, para a cidade de Santa Maria pode-se notar que o
gasto energético total de K é menor se comparado às envoltórias C e D, entretanto,
o gasto energético somente com aquecimento e resfriamento é menor para C e D do
que para K.
Como todos os parâmetros são fixos, constatou-se que a diferença de gasto
energético nesses casos está associada ao gasto energético com ventilação, que
pode ser explicado pelo fato de que o ar condicionado é dimensionado conforme a
necessidade em cada caso, podendo aumentar ou diminuir a demanda de ventilação
do próprio equipamento.
Outra razão para tal resultado é que foi determinado como parâmetro fixo,
uma troca de ar por hora dos ambientes; envoltórias de maior espessura demandam
menos ventilação pelo fato de reduzirem a metragem cúbica do ambiente, enquanto
que ocorre o contrário no caso de espessuras menores. O menor gasto energético
total de K se faz coerente ao associar os fatos de que K é a envoltória de maior
espessura (menor gasto com ventilação em razão do menor volume) e de que foi a
única em que essa variação do gasto energético com ventilação mostrou-se
significativa.
As envoltórias mais relevantes ao estudo, associadas aos menores e aos
maiores gastos energéticos com aquecimento e resfriamento da edificação são as
66
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CRAWLEY Drury B. et al. Energy plus: a new generation building energy simulation
program. Procedings of the renwable and advanced energy systems for the 21st
century. Hawaii, 1999. Disponível em: <
http://aesl.hanyang.ac.kr/resource/misc/eplus99hawaii.pdf> Acesso em: 21 nov.
2016.
HINRICHS, Roger A.; KLEINBACH, Merlin; REIS, Lineu Belico dos. Energia e meio
ambiente. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
LOTURCO, Bruno. Sinônimo de construção. Revista Téchne, São Paulo, ed. 137,
ago. 2008. Disponível em: <http://techne.pini.com.br/engenharia-
civil/137/artigo287574-1.aspx> Acesso em: 12 nov. 2016.