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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
DIREITO TRIBUTÁRIO
São Paulo
2011
LÍVIA BALBINO FONSECA SILVA
São Paulo
2011
BANCA EXAMINADORA
___________________________________
Profª. Drª. Clarice Von Oertzen de Araujo
Orientadora
___________________________________
Prof. Dr. Tácio Lacerda Gama
1º Examinador
___________________________________
Prof. Dr. Robson Maia Lins
2º Examinador
Aos meus pais, pelo amor e dedicação, e, principalmente, pelo incentivo ao
estudo.
À Lorena, fruto do nosso amor, que, com seu rostinho lindo, me ajudou a
não desistir.
AGRADECIMENTOS
O Supremo Tribunal Federal, antes do advento das Leis nos 9.868/99 e 9.882/99,
já se utilizava do recurso da modulação de efeitos de suas decisões judiciais, o
que será por nós abordado. De fato, o Poder Judiciário introduz diversas normas
jurídicas, especialmente, individuais e concretas, as quais, como regra geral,
retroagem (efeitos ex tunc) para o fim de atingir o ato normativo desde o seu
nascedouro. Tal aspecto possui nítida relação com o Tempo, pois há efeitos
concretos gerados a partir do momento em que veiculado o ato normativo até a
sua “declaração” de inconstitucionalidade. No presente trabalho, avaliaremos se
tal retroação não pode ser perniciosa aos contribuintes em certas situações, na
medida em que, em muitos casos, poderá violar a Segurança Jurídica dos
jurisdicionados. Nesse sentido, a regra de que os efeitos da “declaração” de
inconstitucionalidade são sempre ex tunc cede espaço para a sua determinação
ex nunc ou pro futuro, o que será examinado. Ademais, analisaremos, além do
conceito e extensão do Princípio da Segurança Jurídica, o conceito de interesse
social, mencionados pelas Leis nos 9.868/99 e 9.882/99 como premissas
necessárias para a aplicação da restrição de efeitos. Ainda, abordaremos as
alterações promovidas pela Emenda Constitucional n. 45/04 relativas às
atribuições outorgadas ao Poder Judiciário e sua relação com a matéria estudada.
Nesse sentido, avaliaremos questão relacionada à presunção de
constitucionalidade das normas, bem como se a atuação do Poder Judiciário –
quando tratamos de modulação – pode se equipar à atuação de legislador
positivo e se os efeitos das decisões de inconstitucionalidade possuem caráter
constitutivo ou declaratório. Por fim, avaliaremos os conceitos de existência,
validade, vigência e eficácia e seu vínculo – especialmente, do último critério
(eficácia) – com o tema proposto.
The Supreme Court, before the advent of the Laws 9.868/99 and 9.882/99,
already used the feature of the modulation effects of their judgments, which will be
addressed in this dissertation. In fact, the Judiciary introduces a number of legal
norms, particularly individual and concrete, which, as a general rule, with retroact
(ex tunc effect) to achieve the legislative act since its birth. This aspect has a clear
relation with Time, as there are specific effects generated from the moment the
normative act is conveyed to his "statement" of unconstitutionality. In this paper,
we evaluate whether such feedback cannot be harmful to taxpayers in certain
situations, to the extent that in many cases may violate the legal security of
courts. In this sense, the rule that the effects of “statement” of unconstitutionality
are always ex tunc makes room for its determination ex nunc or pro future, which
will be examined here. Moreover, we look, beyond the concept and scope of the
Principle of Legal Certainty, the concept of social interest, mentioned by Laws
9.868/99 and 9.882/99 necessary as premises for the purpose of effects
restriction. Still, we discuss the changes introduced by Constitutional Amendment
No. 45/04 relating to the roles granted to the Judiciary and its relationship to the
material covered. In this sense, we will evaluate questions regarding the
presumption of constitutionality of the rules, and whether the Judicial Power –
when we deal with modulation – can be fitted to the acting of the positive legislator
and whether the effects of the decisions of unconstitutionality have constitutive or
declaratory character. Finally, we evaluate the concepts of existence, validity, term
and effectiveness and its link – mainly, of the last criterion (effectiveness) – with
the theme.
INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15
2 O TEMPO ........................................................................................................... 37
INTRODUÇÃO
1
A modulação (restrição) de efeitos de decisões judiciais, no nosso entendimento, é a
determinação, realizada pela decisão judicial, de outro momento para a incidência dos efeitos
decorrentes do reconhecimento da inconstitucionalidade, diversos dos efeitos exclusivamente
retroativos (os quais são regra). No presente trabalho, quando nos referimos à modulação de
efeitos de decisões judiciais, estamos tratando da atribuição de efeitos decorrentes da
inconstitucionalidade somente para o futuro (de forma prospectiva). E esse futuro pode se dar
pela eficácia ex nunc – a partir da “declaração” de inconstitucionalidade – ou pro futuro, a
medida que o Supremo Tribunal Federal poderá consignar outro momento (no futuro) a partir
do qual o reconhecimento de inconstitucionalidade surtirá efeitos.Nesse sentido, são as
palavras de Fábio Martins de Andrade: “Portanto, a modulação temporal dos efeitos da decisão
pode ocorrer de modo prospectivo, seja na espécie de atribuição de efeito ex nunc seja ainda
pro futuro. Com isso, é possível alcançar na linha do tempo a atribuição de efeitos a partir do
julgamento.” (Modulação em Matéria Tributária – O Argumento Pragmático ou
Consequencialista de Cunho Econômico e As Decisões do STF. São Paulo: Quartier Latin,
2011, p. 330).
16
2
“Havendo uma ciência jurídica, esta há-de ser uma ciência prática”. (ENGISCH, Karl.
Introdução ao Pensamento Jurídico. Tradução de J. Baptista Machado. 9. ed. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian, 2004, p. 13).
17
3
Registre-se que o critério utilizado para o descritivo da jurisprudência selecionada seguiu a sua
evolução cronológica. Melhor explicando, a data em que os casos foram efetivamente julgados,
iniciando-se do mais antigo para o mais recente.
20
sido realizado por pessoa não competente para tanto – cuja lei que outorgava tal
possibilidade foi julgada inconstitucional –, esse ato pode ser considerado válido,
já que foi adotado em período no qual ainda não havia sido reconhecida a
inconstitucionalidade da norma impugnada.
4
Ainda, destaque-se o precedente proferido no Recurso Extraordinário n. 122.202-6, do Ministro
Relator Francisco Rezek, julgamento ocorrido em 10/08/93. Nos autos deste recurso, o Estado
de Minas Gerais objetivava afastar os efeitos do artigo 5º, da Lei n. 9.262/86, que, mediante a
duplicidade de tabelas a serem consideradas para os magistrados, teria conectado o
recebimento de valores superiores a ato, mediante o qual renunciariam ao cálculo da
23
2 O TEMPO
5
SANTI, Eurico Marcos Diniz de. Decadência e Prescrição. São Paulo: Max Lemonad, 2000, p.
39.
6
Direito Positivo é o conjunto de normas jurídicas. Tais normas jurídicas influenciam as condutas
humanas, assim como delimitam os procedimentos a serem seguidos para a elaboração
dessas normas. As normas jurídicas encontram-se, de uma certa forma, organizadas, havendo
lógica em sua organização o que demonstraria que o Direito Positivo constitui um Sistema, cuja
linguagem é prescritiva. Paulo de Barros Carvalho assim ensina: “[…] o sistema aparece como
o objeto formado de porções que se vinculam debaixo de um princípio unitário ou como a
composição de partes orientadas por um vetor comum. Onde houver um conjunto de
elementos relacionados entre si e aglutinados perante uma referência determinada, teremos a
noção fundamental de sistema.” (Fundamentos Jurídicos da Incidência. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 1999, p. 40). O Sistema do Direito Positivo está submetido à linguagem prescritiva.
Assim ensina o ilustre professor: “Se pensarmos no conjunto de todas as normas jurídicas
válidas, num determinado intervalo de tempo e sobre específico espaço territorial, inter-
relacionadas sintática e semanticamente, segundo um princípio unificador, teremos o direito
positivo que aparece no mundo integrado numa camada de linguagem prescritiva, pertencente
à região ôntica dos objetos culturais, visto que é produzido pelo homem para disciplinar a
convivência social, dirigindo-se, finalisticamente, ao campo material das condutas
intersubjetivas.” (op. cit., p. 45). As normas presentes no sistema encontram fundamento em
normas de hierarquia superior, sendo que a Constituição Federal é a norma de maior
hierarquia e a que dá sustentação e limites às normas infraconstitucionais produzidas. As
normas, portanto, em última análise devem buscar o seu sustentáculo no texto constitucional.
Por outro lado, a ciência que examina o direito positivo, também, constitui um sistema, que não
se confunde com o Sistema do Direito Positivo. Essa ciência analisa, interpreta as normas do
Direito Positivo, possuindo caráter descritivo. Registre-se, por oportuno, que tal ciência fica a
cargo dos operadores do direito. No que concerne ao que ora nos propusemos a analisar
(jurisprudência – campo pragmático), certo é que os magistrados promovem a ciência do
direito, mas que o produto desse trabalho – as decisões judiciais – integram o Sistema do
Direito Positivo, constituindo normas, em sua maioria, individuais e concretas.
39
7
MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Comentários à Constituição de 1946. Arts. 1 a 14.
2. ed. São Paulo: Max Limonad, 1953, p. 35.
40
8
Tal entendimento está consignado e consolidado pela sistemática dos recursos repetitivos nos
autos do Recurso Especial n. 973.733: “Ementa […] 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o
Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício
seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não
prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo
inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo
declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro
Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro
Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp276.142/SP, Rel.
Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005)”. Registre-se, ainda, que o Supremo
Tribunal Federal, nos autos do Recurso Extraordinário n. 560.626 (já mencionado eis que foi
aplicada a modulação ora analisada) reconheceu a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 16 da
Lei n. 8.212/91, para reconhecer que o prazo prescricional e decadencial por ela previsto de 10
41
anos para as contribuições previdenciárias não se aplicaria, já que haveria ofensa ao artigo 146
da Constituição Federal, sendo, assim, aplicável o Código Tributário Nacional.
9
Tal questão restou definida também em recurso repetitivo nos autos do Recurso Especial n.
1120295.
42
10
Instituído pela Emenda Constitucional n. 42/03.
43
12
DERZI, Misabel Abreu Machado. Modificações da Jurisprudência no Direito Tributário. São
Paulo: Noeses, 2009, p. 194-202.
13
Quadridimensional, pois trataria do passado, do presente, do futuro e da unidade dessas três
dimensões.
14
Op. cit., p. 199.
15
Ibid., p. 202.
45
16
Acerca da física: Existem várias formas de dividir esta ciência tão ampla. Considera-se o início
da física clássica e independente os estudos de Galileu Galilei. O paradigma de René
Descartes, uma visão mecanicista da ciência onde o mundo natural é uma maquina sem
espiritualidade e, portanto, deve ser dominada pela inteligência humana e ser posta a seu
serviço, permeou a produção e desenvolvimento científicos até o início do século XX, quando o
entendimento científico foi modificado profundamente pelo advento dos fundamentos da
relatividade e da mecânica quântica, em um mundo onde o tempo pode se dilatar e as
partículas elementares não são mais pontuais e locais e comportam ora como onda, ora como
partícula. Esta época delimita a fronteira entre a física clássica e a física moderna.
As divisões clássicas da física, antes do início do século XX, foram baseadas em classes
gerais de fenômenos naturais para os quais uma determinada metodologia da física aplica-se
de forma comum. É a forma de divisão mais tradicional, pois considera-se as propriedades dos
fenômenos estudados: os movimentos e forças são objeto de estudo da mecânica, a
curiosidade acerca do calor e suas propriedades criou um plano de fundo para o surgimento da
termodinâmica. A eletricidade, o magnetismo e a óptica surgiram de forma independente, mas
foram integradas durante meados do século XIX ao serem consideradas apenas visões
diferentes de um mesmo fenômeno muito mais amplo, o eletromagnetismo.
As divisões da física moderna são feitas em acordo com os tipos particulares de estruturas da
natureza com qual cada ramo está preocupado. As implicações até então imagináveis de
afirmações aparentemente simples, como a constância das leis da física para qualquer
referencial e a constância da velocidade da luz, são a base da relatividade. A mecânica
quântica é a física das dimensões subatômicas. (WIKIPEDIA. s.v. física. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADsica>. Acesso em: 28 jul. 2011).
46
17
PRIGOGINE, Ilya. O nascimento do tempo. Tradução de João Gama. Rio de Janeiro: Edições
70, 1990, p. 21.
47
Cite-se, a propósito:
18
Maria Helena Diniz assim conceitua: “TERMODINÂMICA. […] Parte da Física que se ocupa da
relação entre calor e trabalho mecânico.” (Dicionário Jurídico. v. 2. São Paulo: Saraiva, 1998,
s.v. termodinâmica).
48
19
PRIGOGINE, Ilya. O nascimento do tempo. Tradução de João Gama. Rio de Janeiro: Edições
70, 1990, p. 40.
20
Ibid., p. 40.
49
21
Clarice von Oertzen de Araujo ensina: “A entropia é medida de desorganização; a mensagem,
por sua vez, é medida de organização (Pignatari 1977:54). Então, quando a utilização de
Medidas Provisórias se torna um paradigma de produção legislativa, consubstanciando aquilo
que muitos juristas classificaram de usurpação da função legislativa atribuída ao Congresso
Nacional, o sistema jurídico caminha para um estado entrópico, na medida em que grande
parte dos destinatários – os cidadãos – irá socorrer-se do Poder Judiciário para obter uma
permissão para o descumprimento daquelas normas. Em um sistema federativo, não sendo
função precípua do Poder Executivo a produção de textos legislativos, na condição de
mensagens deônticas, os fenômenos entrópicos de “usurpação de funções” ocasionam uma
sobrecarga no desempenho da função jurisdicional; o Poder Judiciário jungido pelo princípio do
direito de ação, invocado pelos destinatários insatisfeitos, passa a apreciar repetidamente um
mesmo modelo de interpretação: o questionamento dos padrões sintáticos inconstitucionais,
entrópicos.” (Semiótica do Direito. São Paulo: Quartier Latin, 2005, p. 67).
22
Segundo Maria Helena Diniz: “EVOLUÇÃO. 1. Filosofia do direito. a) Desenvolvimento
paulatino e contínuo de um princípio até que se torne manifesto; b) transformação lenta, em
leves e tênues mudanças sucessivas; c) transformação que faz passar algo do homogêneo
para o heterogêneo (Spencer); d) seqüência de transformações em um mesmo sentido
(Renouvier e Giard); e) sucessão de sistemas gerados uns dos outros. 2. Lógica Jurídica.
Desenvolvimento lógico de uma idéia no tempo. 3. Sociologia jurídica. Progresso social, político
e econômico, que se opera lenta e gradualmente. 4. Direito militar. Movimento de tropas,
navios ou aviões, para mudar a posição de ataque ou de defesa numa batalha. 5. Direito
desportivo. Conjunto de movimentos executados, no jugo de xadrez, por uma peça antes de
chegar a ocupar a casa do tabuleiro, necessária para obter uma combinação.” (Dicionário
Jurídico. v. 2. São Paulo: Saraiva, 1998, s.v. evolução). Ainda, assim conceitua a ilustre
professora: “EVOLUIR. Na linguagem filosófica, significa passar, progressivamente, por
transformações.” (ibid., s.v. evolução). Para a termodinâmica, o universo está em evolução. Em
sistemas desequilibrados, surgem novas estruturas e bifurcações, o que significa evolução. O
mesmo ocorre no Direito: a dinâmica do Ordenamento Jurídico, por meio dos conflitos e as
possibilidades de suas soluções, permite a evolução. A evolução, ainda, é caracterizada pelo
poder de adaptação que o direito positivo apresenta, especificamente quando o Judiciário
interpreta as normas, a fim de aplicá-las a situações atuais e relevantes para a sociedade.
Como exemplo atual, recorde-se que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a possibilidade
de união homossexual. Tal entendimento demonstrou a evolução/adaptação do Ordenamento
Jurídico ao contexto social que hoje se apresenta.
Por oportuno, nesse sentido, citem-se as palavras de Pontes de Miranda: “Por que o direito
lançou mão dêsses conceitos de direito subjetivo, de pretensão, de ação e de exceção? […]
podemos responder: sendo o direito processo de adaptação, tendo de atender a indivíduos
(pessoas) e consistindo ele em técnica de incidência, teve de suprir a deficiência dessa
incidência com a conceituação das posições subjetivas, ou dirigidas contra todos ou sòmente
contra alguns ou algum, ou em (re)ação, ou em exceção. Ainda assim, por serem incidência,
subjetivação, direção em pretensão, ação e exceção, meios deficientes, teve-se de criar o
direito processual, para que os órgãos, estatais ou não aplicassem o direito.” (MIRANDA,
Francisco Cavalcanti Pontes de. Comentários à Constituição de 1946. Arts. 1 a 14. 2. ed. São
Paulo: Max Limonad, 1953, p. 37-38).
50
23
PRIGOGINE, Ilya. Ciência, Razão e Paixão. Organização Edgard de Assis Carvalho e Maria da
Conceição de Almeida. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Livraria da Física, 2009, p. 104.
51
As leis assim concebidas não nos dizem o que vai acontecer, mas
o que pode acontecer. Consideramos o Universo baseados nessa
concepção. Uma criancinha poderia, simultaneamente, vir a ser
um músico, um advogado ou um sapateiro. Parece, assim, que a
irreversibilidade se baseia na instabilidade. É claro que isso leva a
uma unificação substancial da nossa imagem do mundo tornando
todos os as aspectos variados da natureza compatíveis entre si.25
24
PRIGOGINE, Ilya. O fim da certezas: tempo, caos e as leis da natureza. São Paulo:
Universidade Estadual Paulista, 1996, p. 171.
25
PRIGOGINE, Ilya. Ciência, Razão e Paixão. Organização Edgard de Assis Carvalho e Maria da
Conceição de Almeida. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Livraria da Física, 2009, p. 97.
52
26
PRIGOGINE, Ilya. Ciência, Razão e Paixão. Organização Edgard de Assis Carvalho e Maria da
Conceição de Almeida. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Livraria da Física, 2009, p. 111.
53
27
Segunto Ilya Progine: “A entropia é a flecha do tempo. Ao lado das leis reversíveis da dinâmica,
há leis que envolvem a flecha do tempo. Elas são encontradas por toda parte: na propagação
do calor, nos fenômenos de tansferência de calor e massa, na química, na física, na biologia.”
(PRIGOGINE, Ilya. Ciência, Razão e Paixão. Organização Edgard de Assis Carvalho e Maria
da Conceição de Almeida. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Livraria da Física, 2009, p. 109).
28
Id. (com a colaboração de Isabelle Stengers). O fim das Certezas – Tempo Caos e As Leis da
Natureza. Tradução de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Unesp, p. 169).
54
Quer nos parecer que é isso que o Poder Judiciário passou a não
mais ignorar, quando aplica a modulação dos efeitos às decisões judiciais: o
transcurso do Tempo físico, irreversível e necessário até que se reconheça ou
não a inconstitucionalidade de um ato legal. Ou seja, o Poder Judiciário, por meio
da modulação de efeitos, reconhece que os efeitos gerados pela norma
inconstitucional podem ser irreversíveis, não havendo outra solução que não
mantê-los intactos, ao menos até a declaração de inconstitucionalidade.
29
FERRAZ JR., Tércio Sampaio Ferraz; CARRAZZA, Roque Antonio; NERY JUNIOR, Nelson.
Efeito ex nunc e as decisões do STJ. 2. ed. Barueri: Manole, 2009, p. 7.
55
30
PRIGOGINE, Ilya. Ciência, Razão e Paixão. Organização Edgard de Assis Carvalho e Maria da
Conceição de Almeida. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Livraria da Física, 2009, p. 103.
56
encontrada seja aquela que melhor atenda, como último fim, os ditames e
princípios constitucionais.
3 AS NORMAS JURÍDICAS
3.1 Conceito
31
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 2. ed. São Paulo:
Noeses, 2008.
32
Ibid., p. 129.
60
33
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 2. ed. São Paulo:
Noeses, 2008, p. 128.
34
ARAÚJO, Clarice von Oertzen de. Semiótica do Direito. São Paulo: Quartier Latin, 2005, 91.
35
No mesmo sentido: “O texto legislativo, seja ele, por exemplo, constitucional (emendas à
constituição), complementar (leis complementares) ou ordinário (leis ordinárias) atua na
condição de signo ou suporte físico que veicula um conteúdo de significação: as normas
jurídicas. Assim, têm-se os textos legislativos na condição de signos e as normas na condição
de interpretantes dos signos legislativos.” (ibid., p. 104).
36
A norma jurídica, ainda, é formada pela norma primária e pela norma secundária. A norma
primária trata da determinação da conduta a ser adotada e a secundária dispõe sobre a sanção
que o sistema jurídico prevê para o descumprimento da norma primária (aquela tem caráter
matéria; esta tem cunho processual).
62
37
BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. 5. ed. Brasília: Universidade de Brasília,
1994.
38
Ibid., p. 33.
63
39
CARVALHO, Paulo de Barros. Fundamentos Jurídicos da Incidência. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 1999.
40
Ibid., p. 36.
41
Ibid., p. 37.
64
42
ARAÚJO, Clarice von Oertzen de. Semiótica do Direito. São Paulo: Quartier Latin, 2005, p.
113.
65
43
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 6. ed.
Coimbra: Almedina, 1993, p. 1147-1148.
67
44
ÁVILA, Humberto. Teoria dos Princípios - da definição à aplicação dos princípios jurídicos. 4.
ed. São Paulo: Malheiros, 2004, p. 70.
68
45
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 22 ed. São Paulo:
Malheiros, 2006, p. 53.
46
Ibid., p. 39.
69
47
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
70
4 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
48
MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Comentários à Constituição de 1946. Arts. 1 a 14.
2. ed. São Paulo: Max Limonad, 1953, p. 36 MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de.
Comentários à Constituição de 1946. Arts. 1 a 14. 2. ed. São Paulo: Max Limonad, 1953, p. 38.
72
49
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
[…]
IV - produtos industrializados;
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o
montante cobrado nas anteriores;” (grifo nosso).
73
50
MIRANDA, Jorge. Manual de Direito Constitucional – Inconstitucionalidade e Garantia da
Constituição. Tomo VI. Coimbra: Coimbra, 2001, p. 7-8.
51
Edmar Oliveira Andrade Filho explicita que, “Para o Professor José Alfredo de Oliveira
Baracho, todavia foi a Carta da Pensilvânia de 1776, que através de órgão especialmente
criado para este fim, tratou do controle de constitucionalidade pela primeira vez.” (Controle de
Constitucionalidade de Leis e Atos Normativos. São Paulo: Dialética, 1997, p. 32).
74
52
CAPPELLETTI, Mauro. O Controle Judicial de Constitucionalidade das Leis no Direito
Comparado. 2. ed. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1999, p. 77.
75
53
BUZAID, Alfredo. Da Ação Direta de Declaração de Inconstitucionalidade no Direito Brasileiro.
São Paulo: Saraiva, 1958, p. 135, grifo nosso.
76
54
MENDES, Gilmar Ferreira. Direitos Fundamentais e Controle de Constitucionalidade – Estudos
de Direito Constitucional. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
55
Ibid., p. 208.
78
56
“Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.”
57
Destaque-se haver ainda (i) a ação direta de inconstitucionalidade interventiva (artigo 36, inciso
III da Carta Maior); e (iii) a ação direta de inconstitucionalidade por omissão (artigo 103, §2º da
Constituição Federal), as quais, contudo, não possuem relevância ao presente trabalho, em
virtude de sua não referência pelo artigo 27 da Lei 9.868/99 e artigo 11 da Lei n. 9.882/99, os
quais se reportam à modulação de efeitos, objeto do presente estudo.
Registre-se que a ação direta de inconstitucionalidade interventiva visa afastar qualquer lei ou
ato normativo do Poder Público que viole princípios sensíveis constitucionais, como forma
republicana, direitos da pessoa humana, autonomia municipal, sistema representativo, por
exemplo, entre outros.
A ação de inconstitucionalidade por omissão, por sua vez, consiste na necessária provocação
do Poder Judiciário para que corrija conduta do Poder Público obrigado pela Constituição
Federal a emitir comando normativo, e este não o fez. O Poder Judiciário não emitiria essa
norma – pois não pode atuar como legislador positivo –, mas determina que o poder
responsável o faça.
79
determina que todos deverão aplicar o quanto decidido pelo Supremo Tribunal
Federal (efeito vinculante).
58
Note-se que a previsão de edição de súmulas sempre existiu. Contudo, a súmula vinculante
possui maior poder, a medida que vincula todos os órgãos da administração pública.
82
59
FERRAZ JR., Tércio Sampaio Ferraz; CARRAZZA, Roque Antonio; NERY JUNIOR, Nelson.
Efeito ex nunc e as decisões do STJ. 2. ed. Barueri: Manole, 2009, p. 78.
83
60
Alerte-se que semelhante instituto foi criado para o Superior Tribunal de Justiça na modalidade
denominada “recurso repetitivo”. Muito embora com menor força do que os comandos emitidos
pelo Supremo Tribunal Federal (em repercussão geral), a apreciação de recurso na forma
“repetitiva” denota o entendimento pacificado do referido Tribunal, em relação a ofensa a
matéria federal, o qual possivelmente será seguido pelas instâncias inferiores.
61
Manoel Gonçalves Ferreira Filho assim se manifesta:
“8. Claro está que, sob essa aparência, não deixa de estar presente o elemento político,
sobretudo porque os textos constitucionais devem ser interpretados para poder ser aplicados.
Ora, na interpretação sempre se insinuam elementos ideológicos, portanto, posições políticas.”
(Aspectos do Direito Constitucional Contemporâneo. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 21).
E complementa:
“É flagrante que atribuir ao Supremo Tribunal Federal a função de declarar, in abstracto, a
constitucionalidade de uma norma ou de um ato qualquer importa nitidamente em dar a ele o
papel de terceira Câmara (de função jurídica) do Legislativo. Atribuir-lhe um papel político,
portanto. (ibid., p. 231).
84
62
Esclarecemos que mencionamos a palavra praticamente, à medida que, conforme já exposto, a
ordem jurídica é dinâmica e, por conta disso, não podemos descartar a existência de casos que
fujam de determinado direcionamento outorgado pelos tribunais superiores. Contudo,
provavelmente, tais entendimentos diversos serão corrigidos pelas ferramentas criadas pelo
Direito Positivo.
86
será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva
conceder-lhe eficácia retroativa.”
64
Há ações diretas de inconstitucionalidade em face da Lei n. 9.882/99 e da Lei n. 9.868/99
(ADIN n. 2.231-8 e ADIN n. 2.258, respectivamente). Tais ações foram propostas pelo
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e questionam, além de vários
dispositivos, especificamente o artigo 11 da Lei n. 9.882/99 e 27 da Lei n. 9868/99, que tratam
expressamente da possibilidade de modulação dos efeitos das decisões judiciais. Em síntese,
alega-se que a possibilidade de restrição de efeitos de uma decisão judicial ofende o Princípio
da Legalidade (artigo 5º, inciso II da Carta Maior) e o Estado Democrático de Direito (artigo 1º
da Constituição Federal), sendo que a lei declarada inconstitucional é nula. A teoria da nulidade
estaria consagrada no texto constitucional; portanto, a declaração de inconstitucionalidade teria
efeitos ex tunc. As ações aguardam julgamento até a data em que entregue o presente
trabalho.
89
65
PIMENTA, Paulo Roberto Lyrio. Súmula Vinculante e Repercussão Geral em Matéria
Tributária: Cabimento e Problemática. In: ROCHA, Valdir de Oliveira. (Org.). Grandes Questões
Atuais de Direito Tributário. São Paulo: Dialética, v. 13, 2009, p. 331.
91
66
MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Comentários à Constituição de 1946. Arts. 1 a 14.
2. ed. São Paulo: Max Limonad, 1953, p. 184.
93
(em sentido amplo), como é o caso das Medidas Provisórias. A propósito, citem-
67
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional. 1. ed. São Paulo: Celso Bastos, 2002,
p. 615-616.
68
Ibid., p. 567.
69
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 32. ed. São Paulo: Malheiros,
2001, p. 542.
94
70
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional. 1. ed. São Paulo: Celso Bastos, 2002,
p. 602.
95
71
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 22 ed. São Paulo:
Malheiros, 2006, p. 395.
72
Ibid., p. 398.
98
matérias, somente a lei complementar assim pode dispor, nos termos do artigo
154, inciso I, da Carta Maior.
73
MELLO, Celso Antonio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 15. ed. São Paulo: Malheiros,
2003, p. 42.
106
74
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 22 ed. São Paulo:
Malheiros, 2006, p. 409.
107
76
Súmula 473: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial.”
111
Mas não é só. Tal decisão judicial cria expectativa real de que, em
relação aos demais jurisdicionados, o resultado será o mesmo.
Assim, nos parece ser razoável que, em casos nos quais haja
alteração jurisprudencial, ocorra a restrição de efeitos, a fim de se resguardar a
Segurança Jurídica que se baseia na confiança dos cidadãos nos comandos
emitidos pelo Poder Judiciário.
77
A propósito: “Não se pode negar que a evolução da jurisprudência seja uma necessidade, até
mais social do que estritamente jurídica. Até porque é a dinâmica social que exige a
dinamicidade do direito.” (FERRAZ JR., Tércio Sampaio Ferraz; CARRAZZA, Roque Antonio;
NERY JUNIOR, Nelson. Efeito ex nunc e as decisões do STJ. 2. ed. Barueri: Manole, 2009, p.
20).
78
FERRAZ JR., Tércio Sampaio Ferraz; CARRAZZA, Roque Antonio; NERY JUNIOR, Nelson.
Efeito ex nunc e as decisões do STJ. 2. ed. Barueri: Manole, 2009, p. 20.
117
79
FERRAZ JR., Tércio Sampaio Ferraz; CARRAZZA, Roque Antonio; NERY JUNIOR, Nelson.
Efeito ex nunc e as decisões do STJ. 2. ed. Barueri: Manole, 2009, p. 22.
118
80
FERRAZ JR., Tércio Sampaio Ferraz; CARRAZZA, Roque Antonio; NERY JUNIOR, Nelson.
Efeito ex nunc e as decisões do STJ. 2. ed. Barueri: Manole, 2009, p. 19-20.
81
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 22 ed. São Paulo:
Malheiros, 2006, p. 424.
119
82
COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. A Modulação dos Efeitos Temporais das Decisões
Constitucionais em Matéria Tributária. In: ROCHA, Valdir de Oliveira. (Org.). Grandes Questões
Atuais de Direito Tributário. 12. ed. São Paulo: Dialética, v. 13, 2009.
120
83
“XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados
os casos previstos nesta Constituição;”
84
“XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes
de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;”
85
“LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem;”
86
“Art. 79. É instituído, para vigorar até o ano de 2010, no âmbito do Poder Executivo Federal, o
Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, a ser regulado por lei complementar com o
objetivo de viabilizar a todos os brasileiros acesso a níveis dignos de subsistência, cujos
recursos serão aplicados em ações suplementares de nutrição, habitação, educação, saúde,
reforço de renda familiar e outros programas de relevante interesse social voltados para
melhoria da qualidade de vida. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 31, de 2000)”
122
89
SALLES, José Carlos de Moraes. A Desapropriação – À Luz da Doutrina e da Jurisprudência.
4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000, p. 92.
124
90
“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
64, de 2010)”
125
notável, pelo qual o Ministério Público pode pugnar (C. F, art. 12793, art. 129,
III94).” (grifo nosso).
91
“Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”
92
“Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.”
93
“Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do
Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais indisponíveis.”
94
“Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
[…]
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;”
95
Juarez Freitas assim ensina: “Devem as normas, entendidas como preceitos menos amplos e
axiologicamente inferiores, harmonizar-se com tais princípios conformadores. Quanto aos
valores stricto sensu, em que pese o preâmbulo constitucional pátrio mencionar expressamente
“valores supremos”, considerar-se-ão quase com o mesmo sentido de princípios, com a única
diferença de que os últimos, conquanto sejam encarnações de valores, têm a forma mais
elevada de diretrizes, que falta àqueles, ao menos em grau de intensidade” (FREITAS, Juarez.
A Interpretação Sistemática do Direito. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros, 1998, p. 48).
126
96
ÁVILA, Ana Paula. A Modulação de Efeitos Temporais pelo STF no Controle de
Constitucionalidade. Ponderação e Regras de Argumentação para a Interpretação conforme a
Constituição do Artigo 27 da Lei no 9.868/99. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009, p. 164.
127
Contudo, não nos parece a melhor solução, visto que, por mais
que a jurisprudência possua o papel e a competência de delimitar conceitos, tais
conceitos devem se pautar – com preponderância – em questões jurídicas. No
caso em análise, a consideração econômica foi aplicada em total
desconsideração de previsão jurídica, constitucionalmente estabelecida (direito
de ação/de petição/devido processo legal), o que não nos parecer encontrar
amparo na ordem constitucional vigente.
97
MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Comentários à Constituição de 1946. Arts. 1 a 14.
2. ed. São Paulo: Max Limonad, 1953, p. 305.
132
98
BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e Aplicação da Constituição. São Paulo:
Saraiva, 1996, p. 164-165.
99
Ibid., p. 165.
134
100
MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Comentários à Constituição de 1967; com a
emenda n. 1 de 1969. Rio de Janeiro: Forense, 1987.
101
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 21. ed. São Paulo: Malheiros, 1996,
p. 141.
135
102
“Guerra fiscal” e o princípio da não-cumulatividade no ICMS. Revista de Direito Tributário, São
Paulo: Malheiros, n. 95, 2006, p. 23.
136
[…] nulo é todo ato ou negócio jurídico a que falta algum dos
requisitos ou formalidades que a lei impõe como essenciais à
validade do mesmo ato ou contrato, ou que foi constituído em
desacordo com uma disposição proibitiva da mesma lei.
Nulo, porém, só é o ato eivado de nulidade absoluta; se a nulidade
é relativa pode ser sanada, isto é, se admite seja suprida ou
ratificada, então haverá, apenas, anulabilidade, e o ato será
anulável, ou rescindível […]105
Cite-se:
103
MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Tratado de Direito Privado. Tomo 4. Campinas:
Bookseller, 2000, p. 63-4.
104
Ibid., p. 54.
105
GARZEZ NETO, Martinho. Temas Atuais de Direito Civil. Rio de Janeiro: Renovar, 2000, p.
261.
139
106
GARZEZ NETO, Martinho. Temas Atuais de Direito Civil. Rio de Janeiro: Renovar, 2000, p.
261.
141
107
FERRARI, Regina Maria Macedo Nery. Efeitos da Declaração de Inconstitucionalidade. 4. ed.
rev. atual. ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999, p. 117-118.
108
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 21. ed. São Paulo: Malheiros, 1996,
p. 189.
142
anulabilidade, tal como o Direito Civil, distinguem-se pelo grau de sua gravidade.
A nulidade seria vício insanável, o que não ocorreria com a anulabilidade.
Por outro lado, não nos parece ser adequado afirmar que ato nulo
seria ato inexistente e ineficaz, visto que o ato jurídico existe, é vigente e eficaz
até que haja outro ato que lhe retire esses atributos.
109
A propósito, em relação a questões processuais,,Antonio Carlos de Araújo Cintra, Ada
Pellegrini Grinover e Cândio Rangel Dinamarco, em relação aos atos processuais, assim
ensinam: “Mesmo quando eivado de vício que determina a sua nulidade, porém, o ato
processual considera-se válido e eficaz, deixando de sê-lo apenas quando um pronunciamento
judicial decrete a sua nulidade: a ineficácia do ato decorre sempre do pronunciamento judicial
que lhe reconhece a irregularidade. Assim sendo, o estado de ineficaz é subseqüente ao
pronunciamento judicial (após a aplicação da sanção de ineficácia – diz-se, portanto, não sem
alguma impropriedade verbal, que o ato nulo é anulado pelo juiz). Não se compadeceria com a
natureza e fins públicos do processo a precariedade de um sistema que permitisse a cada qual
das partes a apreciação da validade dos atos, podendo cada uma delas negar-se a reconhecê-
los mediante a simples alegação de nulidade: abrir-se-ia caminho, inclusive, a dolo processual
das partes, diluindo-se sua sujeição à autoridade do juiz e pulverizando-se as garantias de
todos no processo.” (Teoria Geral do Processo. 17. ed. São Paulo: Malheiros, 2001, p. 341).
143
110
MENDES, Gilmar Ferreira. Direitos Fundamentais e Controle de Constitucionalidade – Estudos
de Direito Constitucional. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 292.
111
BUZAID, Alfredo. Da Ação Direta de Declaração de Inconstitucionalidade no Direito Brasileiro.
São Paulo: Saraiva, 1958.
112
BARBOSA, Ruy. Comentários à Constituição Federal Brasileira. v. 2. Corrigidos e ordenados
por Homero Pires. São Paulo: Saraiva, 1933, p. 135, 159.
113
MORAES, Alexandre de. Jurisdição Constitucional e Tribunais Constitucionais. São Paulo:
Atlas, 2000, p. 270, item 6.2.1.
114
RAMOS, Elival da Silva. A Inconstitucionalidade das Leis. São Paulo: Saraiva, 1994, p. 119,
245, itens 28, 56.
115
MELLO, Oswaldo Aranha Bandeira de. A Teoria das Constituições Rígidas. 2. ed. São Paulo:
Bushatsky, 1980, p. 204-205.
116
RE n. 348.468/MG.
144
São suas palavras: “Do que acima fica dito também resulta que,
dentro de uma ordem jurídica não pode haver algo como a nulidade, que uma
norma pertencente a uma ordem jurídica não pode ser nula mas apenas pode ser
anulável.”117
E prossegue:
Porém, a lei foi válida até a sua anulação. Ela não era nula desde
o início. Não é, portanto, correto o que se afirma quando a decisão
anulatória da lei é designada como `declaração de nulidade´,
quando o órgão que anula a lei declara na sua decisão essa lei
como ´nula desde o início´ (ex tunc).118
117
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. 6. ed. Trad. João Baptista Machado. São Paulo: Martins
Fontes, 2003, p. 306.
118
Ibid., p. 307.
145
119
CASTRO, Carlos Roberto Siqueira. Da Declaração de Inconstitucionalidade e seus Efeitos em
Face das Leis nos 9.868/99 e 9.882/99. In: SARMENTO, Daniel (Org.). O Controle de
Constitucionalidade e a Lei 9.868/99. Rio de Janeiro: Lumen Júris, 2001, p. 39-99.
120
PALU, Oswaldo Luiz. Controle de Constitucionalidade – Conceitos, Sistemas e Efeito. 2. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999, p. 162-180, itens 9.3, 9.3.1, 9.3.2.
121
ROTHENBURG, Walter Claudius. Velhos e Novos Rumos das Ações de Controle Abstrato de
Constitucionalidade à Luz da Lei no 9.868/99. In: SARMENTO, Daniel (Org.). O Controle de
Constitucionalidade e a Lei 9.868/99. Rio de Janeiro: Lumen Júris, 2001, p. 282-285, item 3.6.
122
ARAGÃO, Alexandre Santos de. O Controle de Constitucionalidade pelo Supremo Tribunal
Federal à Luz da Teoria dos Poderes Neutrais. Revista Forense. Rio de Janeiro: Forense, v.
373, maio/jun. 2004, p. 24-27.
123
BARROSO, Luís Roberto. O Controle de Constitucionalidade no Direito Brasileiro. São Paulo:
Saraiva, 2004, p. 160-165.
124
STRECK, Lenio Luiz. Jurisdição Constitucional e Hermenêutica. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2004, p. 697.
125
REDENSCHI, Ronaldo. Eficácia ex nunc da Declaração de Inconstitucionalidade em Via Direta
– Modificações trazidas pelo artigo 27 da Lei no 9.868/99 – Relações com o método da
ponderação de bens. In: TORRES, Ricardo Lobo (Org.). Temas de Interpretação do Direito
Tributário. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.
146
reitere-se, uma coisa são os efeitos gerados pelo ato, outra coisa é a sua
nulidade126. Nesse sentido, Pontes de Miranda ensina que:
126
Nessa linha, novamente recorrendo ao direito civil, cite-se o artigo Art. 1.563 do Código Civil
preceitua que a sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da sua
celebração, sem prejudicar a aquisição de direitos, a título oneroso, por terceiros de boa-fé,
nem a resultante de sentença transitada em julgado.
127
MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Tratado de Direito Privado. Tomo 4. Campinas:
Bookseller, 2000, p. 87.
148
sempre nulo (quando assim reconhecido), mas não significa que os seus efeitos
também assim o sejam.
128
Pontes de Miranda assim se manifesta: “[…] Naturalmente, o que antes de tudo se há se
considerar é a classificação científica das decisões judiciais. Ou elas declaram, isto é, apenas
contêm enunciado de existência (ou é, ou não é); ou constituem, positivamente ou
negativamente, conforme, antes e após elas, o mundo jurídico, respectivamente, é m e m + 1,
ou m e m – 1, de modo que algum fato jurídico se produziu ou se integrou, ou saiu do mundo
jurídico, ou algo o mundo jurídico perdeu, ou se transformou; ou condenam, por fazerem mais
do que declararem, uma vez que declaram e apontam a infração, pronunciando a sanção; ou
contêm mandamento, para que alguém, a quem o juiz ou tribunal possa mandar e mande,
realize o conteúdo da prestação jurisdicional.” (MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de.
Comentários à Constituição de 1946. Arts. 1 a 14. 2. ed. São Paulo: Max Limonad, 1953, p.
184).
129 o
“Art. 4 O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica;
II - da autenticidade ou falsidade de documento.
Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do
direito.”
149
ações constitutivas, nas palavras de Regina Maria Macedo Nery Ferrari, “visam à
criação, alteração ou extinção de uma relação jurídica.”130
130
FERRARI, Regina Maria Macedo Nery. Efeitos da Declaração de Inconstitucionalidade. 4. ed.
rev. atual. ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999, p. 129.
150
131
MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Comentários à Constituição de 1946. Arts. 1 a 14.
2. ed. São Paulo: Max Limonad, 1953, p. 292.
132
FERRAZ JR., Tércio Sampaio Ferraz; CARRAZZA, Roque Antonio; NERY JUNIOR, Nelson.
Efeito ex nunc e as decisões do STJ. 2. ed. Barueri: Manole, 2009, p. 77.
133
Nesse mesmo sentido: MIRANDA, op. cit., p. 293.
134
Ibid., p. 487.
151
135
CARVALHO, Paulo de Barros. Fundamentos Jurídicos da Incidência. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 1999, p. 234.
152
153
136
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 2. ed. São Paulo:
Noeses, 2008.
137
MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Tratado de Direito Privado. Tomo 4. Campinas:
Bookseller, 2000.
156
138
DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico. v. 2. São Paulo: Saraiva, 1998, p. 473.
139
Por oportuno, citem-se suas palavras: “Enquanto se elabora regra jurídica, não se pode falar da
sua existência, porque, em verdade, ainda não tem as características de norma, capaz de
cercear a atividade humana, ou de impor a alguém a prática de atos positivos ou negativos.”
(MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Comentários à Constituição de 1946. Arts. 1 a 14.
2. ed. São Paulo: Max Limonad, 1953).
140
MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Tratado de Direito Privado. Tomo 4. Campinas:
Bookseller, 2000, p. 48.
141
Ibid., p. 35.
157
A propósito, cite-se:
142
MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Comentários à Constituição de 1946. Arts. 1 a 14.
2. ed. São Paulo: Max Limonad, 1953, p. 295.
143
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. 6. ed. Trad. João Baptista Machado. São Paulo: Martins
Fontes, 2003, p. 235-238.
158
Verifique-se:
Uma ordem jurídica não perde, porém, a sua validade pelo fato
de uma norma jurídica singular perder a sua eficácia, isto é, pelo
fato de ela não ser aplicada em geral ou em casos isolados. Uma
ordem jurídica é considerada válida quando as suas normas são,
numa consideração global, eficazes, quer dizer, são de fato
observadas e aplicadas. E também uma norma jurídica singular
não perde a sua validade quando apenas não é eficaz em casos
particulares, isto é, não é observada ou aplicada, embora deva
ser observada e aplicada.146
144
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. 6. ed. Trad. João Baptista Machado. São Paulo: Martins
Fontes, 2003, p. 237.
145
ARAÚJO, Clarice von Oertzen de. Semiótica do Direito. São Paulo: Quartier Latin, 2005, p. 66.
146
KELSEN, op. cit., p. 237.
159
147
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: fundamentos jurídicos da incidência. 4. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006.
148
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 2. ed. São Paulo:
Noeses, 2008, p. 404.
149
FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 4.
ed. São Paulo: Atlas, 2003, p. 197.
160
150
FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 4.
ed. São Paulo: Atlas, 2003, p. 198.
151
GAMA, Tácio Lacerda. Competência tributária: fundamentos para uma teoria da nulidade. São
Paulo: Noeses, 2009, p. 310.
152
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 2. ed. São Paulo:
Noeses, 2008, p. 315-316.
161
Clarice von Oertzen de Araujo assim ensina: “[…] Para ser válida
a norma deve ser veiculada através dos canais prescritos pelo sistema as normas
introdutoras e os Diários Oficiais. Ganhando existência a partir de então, a norma
é válida.”153
153
ARAÚJO, Clarice von Oertzen de. Semiótica do Direito. São Paulo: Quartier Latin, 2005, p. 66.
162
154
FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 4.
ed. São Paulo: Atlas, 2003, p. 199.
164
7.2 Vigência
Pontes de Miranda, por seu turno, afirma que assim que veiculada
– em seus termos – a regra jurídica –, haverá outra regra jurídica que determinará
o momento em que ela entrará em vigor.
155
Registre-se que Pontes de Miranda diferencia aplicabilidade de aplicação. Aquela se referiria à
eficácia da norma, momento em que se iniciará a incidência da norma jurídica; enquanto que
esta se reporta ao ato do juiz, à “declaração de uma incidência.” (MIRANDA, Francisco
Cavalcanti Pontes de. Comentários à Constituição de 1946. Arts. 1 a 14. 2. ed. São Paulo: Max
Limonad, 1953, p. 36).
156
FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 4.
ed. São Paulo: Atlas, 2003, p. 198.
157
GAMA, Tácio Lacerda. Competência tributária: fundamentos para uma teoria da nulidade. São
Paulo: Noeses, 2009.
165
158
CARVALHO, Paulo de Barros. Fundamentos Jurídicos da Incidência. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 1999, p. 53.
166
159
FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 4.
ed. São Paulo: Atlas, 2003.
167
7.3 Eficácia
160
FERRAZ JR., Tércio Sampaio Ferraz; CARRAZZA, Roque Antonio; NERY JUNIOR, Nelson.
Efeito ex nunc e as decisões do STJ. 2. ed. Barueri: Manole, 2009, p. 17.
161
Ibid., p. 17.
168
Por sua vez, para Paulo de Barros Carvalho, a eficácia pode ser
estudada sobre três aspectos: a eficácia jurídica, a eficácia social e a eficácia
técnica. 164
Neste caso, por exemplo, podemos citar uma norma vigente, mas
que, sem regulamentação, não consegue propagar os seus efeitos de direito.
Faltar-lhe-ia-eficácia técnica.
162
FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 4.
ed. São Paulo: Atlas, 2003, p. 199.
163
Ibid., p. 200.
164
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 2. ed. São Paulo:
Noeses, 2008, p. 412-413.
169
165
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 2. ed. São Paulo:
Noeses, 2008, p. 414-415.
170
a eficácia social se constata toda vez que a conduta prefixada for cumprida pelo
destinatário.
166
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 2. ed. São Paulo:
Noeses, 2008, p. 402-403.
167
FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 4.
ed. São Paulo: Atlas, 2003, p. 17-18.
171
A função de programa, por sua vez, tem que ver com o alcance
do objetivo traçado pela norma.
Assim ensina:
168
FERRAZ JR., Tércio Sampaio Ferraz; CARRAZZA, Roque Antonio; NERY JUNIOR, Nelson.
Efeito ex nunc e as decisões do STJ. 2. ed. Barueri: Manole, 2009, p. 17-19.
169
LINS, Robson Maia. Controle de Constitucionalidade da Norma Tributária. São Paulo: Quartier
Latin, 2005, p. 175.
173
170
LINS, Robson Maia. Controle de Constitucionalidade da Norma Tributária. São Paulo: Quartier
Latin, 2005, p. 181-182.
174
E mais:
171
CLÈVE, Clèmerson Merlin. Declaração de Inconstitucionalidade de Dispositivo Normativo em
sede de Juízo Abstrato e Efeitos sobre os Atos singulares praticados sob sua Égide. Revista
dos Tribunais, São Paulo: Revista dos Tribunais, ano 5, n. 19, abr.-jun. 1997, p. 302.
176
De fato, ela pode deixar de ser válida e vigente, mas seus efeitos
concretos podem e devem ser considerados, caso seja constatado haver maior
dano à sociedade com a inconstitucionalidade retroativa.
172
FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 4.
ed. São Paulo: Atlas, 2003, p. 216.
178
179
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
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BECHO, Renato Lopes. Filosofia do Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2009.
182
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário. 22. ed. São
Paulo: Malheiros, 2006.
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 14. ed. São Paulo:
Saraiva, 2002.
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______ et al. Crédito Prêmio de IPI - Estudos e Pareces. Barueri: Manole, 2005.
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