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Psicopatias e Parafilias

Psicopatias e Parafilias
Abacuque Pereira

Psicanalista Clínico e
Didata

Hipnoterapeuta
Psicopatias
Psicopatias
• Um dos mais preocupantes
distúrbios psicológicos que
desperta a curiosidade de
estudiosos há décadas é a
psicopatia.
Psicopatias
• Traçar o perfil do psicopata não é tarefa fácil,
isso porque não há um conjunto de
características comuns a todas as pessoas que
apresentam esse problema psicológico, a não
ser o padrão de comportamento, que podem
ser considerados os “traços”.
Traços presentes em todos os
Psicopatas
 Condição anti-social

 Frieza nas ações

 Dificuldade em manifestar seus reis sentimentos.


Psicopatias
• Estimativas indicam que aproximadamente 1% da
população brasileira apresenta ou têm tendência à
apresentar transtorno de personalidade psicopática.
Psicopatias
• Estimativas indicam que aproximadamente 1% da
população brasileira apresenta ou têm tendência à
apresentar transtorno de personalidade psicopática.
• E, de acordo com estudos de caso, realizados em
diversos países, o psicopata pode ser dito como
uma busca contínua por gratificação psicológica,
sexual, de impulsos agressivos e uma grande
dificuldade em superar traumas vividos na infância
ou adolescência.
Psicopatias
• Psiquiatras,
especialistas no
assunto, confirmam
que a resposta de uma
pessoa com este
distúrbio é totalmente
diferente de outra, dita
normal, quando
submetidas a situações
semelhantes.
Psicopatias
• Ao contrário do que muitos pensam, os traços
de um psicopata começam a ser observados
quando a pessoa ainda é adolescente e já tem
consciência dos seus atos.
Psicopatias
• Alguns crimes extremamente violentos
cometidos por crianças ou adolescentes,
considerados normais pela sociedade, não
deveriam ser considerados como práticas de um
psicopata e, assim sendo, os culpados devem
ser julgados como tais?
Psicopatias
• Alguns crimes extremamente violentos cometidos
por crianças ou adolescentes, considerados
normais pela sociedade, não deveriam ser
considerados como práticas de um psicopata e,
assim sendo, os culpados devem ser julgados como
tais?
• O certo é que, uma pessoa não se torna psicopata
por causa da criação, de experiência desagradáveis
vividas no meio familiar ou traumas sofridos na
infância, mas sim por conta de alterações a nível
cerebral apresentadas por esses indivíduos.
Psicopatias
• A Psicopatia, também
conhecida como
Sociopatia, tem sido
associada ao protótipo do
assassino em série,
porém, nem todos os
assassinos são psicopatas
e nem todos os psicopatas
chegam a ser assassino, ou
mesmo fisicamente
violentos!
Psicopatias
A Psicopatia,também
conhecida como Sociopatia,
tem sido associada ao
protótipo do assassino em
série, porém, nem todos os
assassinos são psicopatas e
nem todos os psicopatas
chegam a ser assassino, ou
mesmo fisicamente
violentos!
• Ana Beatriz Silva, autora do livro “Mentes
Perigosas”, fala sobre o perfil do psicopata
Psicopatias
Importante desmistificar esta idéia, porque podemos
estar a lidar diariamente com um psicopata, sem
termos a noção que aquela pessoa está realmente
doente e que afinal, todas as intrigas, confusões,
desacatos, mentiras e mau-estar causados pelo
mesmo, não são apenas fruto de “mau feitio”. Há
pessoas que só se apercebem que têm lidado de perto
com um psicopata, momentos antes de uma fatalidade
lhes acontecer, nomeadamente o seu homicídio.
Psicopatias
• Embora esta doença seja mais comum nos
homens, também é possível encontrar
mulheres sociopatas.
Psicopatias
• Embora esta doença seja mais comum nos
homens, também é possível encontrar
mulheres sociopatas.
• Os primeiros sinais começam a tornar-se mais
evidentes a partir dos 15 anos de idade,
embora se possam reconhecer algumas
atitudes que apontem neste sentido em idade
mais tenra.
Um Psicopata Apresenta:
Ausência de Culpa:
Nunca sente arrependimento, nem remorsos.
Os outros é que são os culpados de tudo o que
acontece de mal e vive com a certeza absoluta
que nunca erra, nem errou. Não teme a
punição por ter a certeza que tudo o que faz
tem um propósito benéfico, (para ele, claro!),
embora tenha a noção de que os seus atos são
anti-sociais.
Um Psicopata Apresenta:
• Quando é denunciado, recusa a reabilitação ou
qualquer tratamento e na impossibilidade de
fugir, simula uma mudança de caráter, para
mais tarde voltar aos padrões
comportamentais que lhe são característicos e
até, vingar-se de quem o tentou ajudar!
Um Psicopata Apresenta:
Mestres da Mentira:
Para eles a realidade e a ilusão fundem-se num
só conceito pelo qual regem o seu mundo. São
capazes de contar uma mentira como se
estivessem a descrever detalhadamente uma
situação real. Não mentem apenas para
fugirem de uma situação constrangedora, mas
pura e simplesmente porque não sabem viver
sem mentir.
Um Psicopata Apresenta:
• Manipulação e Egoísmo: Não tem a noção de bem comum.
Desde que ele esteja bem, o resto do mundo não lhe
interessa. O psicopata é um indivíduo extremamente
manipulador que usa o seu encanto para atingir os seus
objetivos, nunca pensando nas emoções alheias. Não
reconhece a dor que provoca nos outros e por isso, usa as
pessoas como peões, objetos que pode pôr e dispor
conforme lhe convêm. Manifesta facilidade em lidar com as
palavras e convencer as pessoas mais vulneráveis a entrarem
no “jogo” dele.
• Querem controlar todos os relacionamentos, impedindo que
familiares e amigos confraternizem paralelamente, sem a sua
presença. Para tal recorrem as esquemas, intrigas e claro, ao
seu charme para se fingir amigo.
Um Psicopata Apresenta:
Inteligência:

O QI costuma ser acima da média. Há casos de


psicopatas que conseguem passar por médicos,
advogados, professores, etc, sem nunca terem
freqüentado uma universidade! São peritos no
disfarce, excelentes autodidatas e fazem-no na
perfeição.
Um Psicopata Apresenta:
- Impulsivo:

Devido ao déficit do superego, não consegue


conter os seus impulsos, podendo cometer toda
a espécie de crimes, friamente e sem noção de
culpa. Costuma fintar até o teste do polígrafo,
porque o seu ritmo cardíaco não se altera
quando profere mentiras e nem quando comete
crimes.
Um Psicopata Apresenta:
Isolamento:

Gostam de viver sós e quando vivem com


outros, querem liderar o grupo, mesmo que para
isso destrua uma família inteira.
Principais Características
• Encanto superficial e manipulação

• Nem todos psicopatas são encantadores, mas é


expressivo o grupo deles que utilizam o encanto
pessoal e, conseqüentemente capacidade de
manipulação de pessoas, como meio de
sobrevivência social.Através do encanto
superficial o psicopata acaba coisificando as
pessoas, ele as usa e quando não o servem mais,
descarta-as, tal como uma coisa ou uma
ferramenta usada.
Principais Características
• - Encanto superficial e manipulação

• Talvez seja esse processo de coisificação a chave


para compreendermos a absoluta falta de
sentimentos do psicopata para com seus
semelhantes ou para com os sentimentos de seu
semelhante. Transformando seu semelhante numa
coisa, ela deixa de ser seu semelhante.O encanto, a
sedução e a manipulação são fenômenos que se
sucedem no psicopata. Partindo do princípio de que
não se pode manipular alguém que não se deixe
manipular, só será possível manipular alguém se
esse alguém foi antes seduzido.
Principais Características
• - Encanto superficial e manipulação

• Talvez seja esse processo de coisificação a chave


para compreendermos a absoluta falta de
sentimentos do psicopata para com seus
semelhantes ou para com os sentimentos de seu
semelhante. Transformando seu semelhante numa
coisa, ela deixa de ser seu semelhante.O encanto, a
sedução e a manipulação são fenômenos que se
sucedem no psicopata. Partindo do princípio de que
não se pode manipular alguém que não se deixe
manipular, só será possível manipular alguém se
esse alguém foi antes seduzido.
Principais Características
• - Mentiras sistemáticas e Comportamento fantasioso.

• Embora qualquer pessoa possa mentir, temos de distinguir a


mentira banal da mentira psicopática. O psicopata utiliza a
mentira como uma ferramenta de trabalho. Normalmente está
tão treinado e habilitado a mentir que é difícil captar quando
mente. Ele mente olhando nos olhos e com atitude
completamente neutra e relaxada.O psicopata não mente
circunstancialmente ou esporadicamente para conseguir safar-
se de alguma situação. Ele sabe que está mentindo, não se
importa, não tem vergonha ou arrependimento, nem sequer
sente desprazer quando mente. E mente, muitas vezes, sem
nenhuma justificativa ou motivo.Normalmente o psicopata diz
o que convém e o que se espera para aquela circunstância
Principais Características
• Mentiras sistemáticas e Comportamento fantasioso.

• Ele pode mentir com a palavra ou com o corpo, quando simula


e teatraliza situações vantajosas para ele, podendo fazer-se
arrependido, ofendido, magoado, simulando tentativas de
suicídio, etc.É comum que o psicopata priorize algumas
fantasias sobre circunstâncias reais. Isso porque sua
personalidade é narcisística, quer ser admirado, quer ser o
mais rico, mais bonito, melhor vestido. Assim, ele tenta
adaptar a realidade à sua imaginação, à seu personagem do
momento, de acordo com a circunstância e com sua
personalidade é narcisística. Esse indivíduo pode converter-se
no personagem que sua imaginação cria como adequada para
atuar no meio com sucesso, propondo a todos a sensação de
que estão, de fato, em frente a um personagem verdadeiro.
Principais Características
• Ausência de Sentimentos Afetuosos

• Desde criança se observa, no psicopata, um acentuado


desapego aos sentimentos e um caráter dissimulado. Essa
pessoa não manifesta nenhuma inclinação ou
sensibilidade por nada e mantém-se normalmente
indiferente aos sentimentos alheios.Os laços sentimentais
habituais entre familiares não existem nos psicopatas.
Além disso, eles têm grande dificuldade para entender os
sentimentos dos outros mas, havendo interesse próprio,
podem dissimular esses sentimentos socialmente
desejáveis. Na realidade são pessoas extremamente frias,
do ponto de vista emocional.
Principais Características
• Amoralidade

• Os psicopatas são portadores de grande


insensibilidade moral, faltando-lhes totalmente
juízo e consciência morais, bem como noção de
ética.
.
Principais Características
• Impulsividade

• Também por debilidade do Superego e por insensibilidade


moral, o psicopata não tem freios eficientes à sua
impulsividade. A ausência de sentimentos éticos e
altruístas, unidos à falta de sentimentos morais,
impulsiona o psicopata a cometer brutalidades,
crueldades e crimes.Essa impulsividade reflete também
um baixo limiar de tolerância às frustrações, refletindo-se
na desproporção entre os estímulos e as respostas, ou
seja, respondendo de forma exagerada diante de
estímulos mínimos e triviais. Por outro lado, os defeitos
de caráter costumam fazer com que o psicopata
demonstre uma absoluta falta de reação frente a
estímulos importantes.
Principais Características
• Incorregibilidade
• Dificilmente ou nunca o psicopata aceita os
benefícios da reeducação, da advertência e da
correção. Podem dissimular, como dissemos,
durante algum tempo seu caráter torpe e anti-
social, entretanto, na primeira oportunidade
voltam à tona com as falcatruas de praxe.
Principais Características
• Falta de Adaptação Social
• Já nos primeiros contatos sociais o psicopata, desde
criança, manifesta uma certa crueldade e tendência a
atividades delituosas. A adaptação social também fica
comprometida, tendo em vista a tendência acentuada do
psicopata ao egocentrismo e egoísmo, características
estas percebidas pelos demais e responsável pelas
dificuldades de sociabilidade.Mesmo no meio familiar o
psicopata tem dificuldades de adaptação. Durante o
período escolar tornam-se detestáveis tanto pelos
professores quanto pelos colegas, embora possam
dissimular seu caráter sociopático durante algum tempo.
Nos empregos a inconstância é a característica principal.
Psiquiatria Forense
A psiquiatria forense em especial têm dedicado,
há tempo, uma enorme preocupação com o
quadro conhecido por Psicopatia (ou Sociopatia,
Transtorno Dissocial, Transtorno Sociopático, etc
Psiquiatria Forense
A psiquiatria forense em especial têm dedicado, há tempo,
uma enorme preocupação com o quadro conhecido por
Psicopatia (ou Sociopatia, Transtorno Dissocial, Transtorno
Sociopático, etc

O enorme interesse que o psicopata tem despertado


atualmente se deve, em parte, ao desenvolvimento das
pesquisas sobre as bases neurobiológicas do
funcionamento do cérebro em geral e, particularmente,
da personalidade. Em outra parte, deve-se também ao
enorme potencial de destrutividade de alguns psicopatas,
quando ou se tiverem acesso aos instrumentos que a
tecnologia e a ciência disponibilizam.
Historia do conceitode Psicopata

O conceito de Psicopata, Personalidade Psicopática


e, mais recentemente, Sociopata é um tema que
vem preocupando a psiquiatria, a justiça, a
antropologia, a sociologia e a filosofia desde a
antigüidade.
Historia do conceitode Psicopata

O conceito de Psicopata, Personalidade Psicopática


e, mais recentemente, Sociopata é um tema que
vem preocupando a psiquiatria, a justiça, a
antropologia, a sociologia e a filosofia desde a
antigüidade.
Evidentemente essa preocupação contínua e
perene existe porque sempre houve
personalidades anormais como parte da
população geral.
Historia do conceitode Psicopata

Psicopatas pessoas cujo tipo de conduta chama


fortemente a atenção e que não se podem
qualificar de loucos nem de débeis; elas estão
num campo intermediário.
Historia do conceitode Psicopata

Psicopatas pessoas cujo tipo de conduta chama


fortemente a atenção e que não se podem
qualificar de loucos nem de débeis; elas estão
num campo intermediário.
São indivíduos que se separam do grosso da
população em termos de comportamento,
conduta moral e ética. Vejamos a opinião dos
vários autores sobre a Personalidade Psicopática
ao longo da história.
Cardamo

Uma das primeiras descrições registradas pela


medicina sobre algum comportamento que
pudesse se identificar à idéia de Personalidade
Psicopática foi a de Girolano Cardamo (1501-
1596), um professor de medicina da Universidade
de Pavia. O filho de Cardamo foi decapitado por
ter envenenado sua mulher (mãe do réu) com
raízes venenosas. Neste relato, Cardamo fala em
"improbidade", quadro que não alcançava a
insanidade total porque as pessoas que disso
padeciam mantinham a aptidão para dirigir sua
vontade
Pablo Zacchia
Pablo Zacchia (1584-1654), considerado por
alguns como fundador da Psiquiatria Médico
Legal, descreve, em Questões Médico Legais,
as mais notáveis concepções que logo dariam
significação às "psicopatias" e aos
"transtornos de personalidade".
Philippe Pinel
• Em 1801, Philippe Pinel publica seu Tratado médico
filosófico sobre a alienação mental e fala de pessoas
que têm todas as características da mania, mas que
carecem do delírio. Temos que entender que Pinel
chamava de mania aos estados de furor persistentes e
comportamento florido, distinto do conceito atual de
mania (Berrios, 1993).
• Dizia, no tratado, que se admirava de ver muitos loucos
que, em nenhum momento, apresentavam prejuízo
algum do entendimento, e que estavam sempre
dominados por uma espécie de furor instintivo, como
se o único dano fosse em suas faculdades instintivas. A
falta de educação, uma educação mal dirigida ou traços
perversos e indômitos naturais, podem ser as causas
desta espécie de alteração (Pinel, 1988).
Philippe Pinel
Prichard
• Prichard, tanto quanto Pinel, lutavam contra a idéia do filósofo
Locke, o qual dizia não poder existir mania sem delírio, ou seja,
mania sem prejuízo do intelecto. Portanto, nessa época, os
juizes não declaravam insanos nenhuma pessoa que não tivesse
um comprometimento intelectual manifesto (normalmente
através do delírio). Pinel e Pricharde tratavam de impor o
conceito, segundo o qual, existiam insanidades sem
comprometimento intelectual, mas possivelmente com prejuízo
afetivo e volitivo (da vontade). Tal posição acabava por sugerir
que essas três funções mentais, o intelecto, afetividade, e a
vontade, poderiam adoecer independentemente.

• Foi em 1835 que James Cowles Prichard publica sua obra


Treatise on insanity and other disorders affecting the mind, a
qual falava da Insanidade Moral. A partir dessa obra, o
historiador G. Berrios (1993) discute o conceito da Insanidade
Moral como o equivalente ao nosso atual conceito de
psicopatia.
Prichard
Morel
• Morel, em 1857, parte do religioso para elaborar
sua teoria da degeneração. O ser humano tinha
sido criado segundo um tipo primitivo perfeito e,
todo desvio desse tipo perfeito, seria uma
degeneração. A essência do tipo primitivo e,
portanto, da natureza humana, é a contínua
supremacia ou dominação do moral sobre o físico.
Para Morel, o corpo não é mais que "o
instrumento da inteligência".
• A doença mental inverteria esta hierarquia e
converteria o humano “em besta”. Uma doença
mental não é mais que a expressão sintomática
das relações anormais que se estabelecem entre a
inteligência e seu instrumento doente, o corpo.
Koch e Gross
• Em 1888, Koch (Schneider, 1980) fala de
Inferioridades Psicopáticas, mas se refere à
inferioridades no sentido social e não moral,
como se referiam anteriormente. Para Koch, as
inferioridades psicopáticas eram congênitas,
permanentes e divididas em três formas:

• - disposição psicopática,
• - tara psíquica congênita e
• - inferioridade psicopática.
Koch
Koch e Gross
Dentro da primeira forma, Disposição Psicopática, se
encontram os tipos psicológicos astênicos, de Schneider.

A Tara inclui a "as almas impressionáveis, os sentimentais


lacrimosos, os sonhadores e fantásticos, os escrupulosos
morais, os delicados e susceptíveis, os caprichosos, os
exaltados, os excêntricos, os justiceiros, os reformadores
do estado e do mundo, os orgulhosos, os indiscretos, os
vaidosos e os presumidos, os inquietos, os malvados, os
colecionadores e os inventores, os gênios fracassados e
não fracassados".
Todos estes estados são causados por inferioridades
congênitas da constituição cerebral, mas não são
consideradas doenças.
Otto Gross

• Otto Gross por sua vez, dizia que o retardo dos


neurônios para estabilizarem-se depois da
descarga elétrica determinava diferenças no
caráter. Assim em seu livro Inferioridades
Psicopáticas, a recuperação neuronal rápida
determinava indivíduos tranqüilos, e os de
estabilização neuronal mais lenta, ou seja, com
maior duração da estimulação, seriam os
excitáveis, portadores dessa inferioridade.
Otto Gross
Kraepelin
• Kraepelin, quando faz a classificação das doenças mentais
em 1904, usa o término Personalidade Psicopática para
referir-se, precisamente, a este tipo de pessoas que não
são neuróticos nem psicóticos, também não estão
incluídas no esquema de mania-depressão, mas que se
mantêm em choque contundente com os parâmetros
sociais vigentes. Incluem-se aqui os criminosos
congênitos, a homossexualidade, os estados obsessivos, a
loucura impulsiva, os inconstantes, os embusteiros e
farsantes e os querelantes (Schneider, 1980).
• Para Kraepelin, as personalidades psicopáticas são formas
frustras de psicose, classificadas segundo um critério
fundamentalmente genético e considera que seus defeitos
se limitam essencialmente à vida afetiva e à vontade
(Bruno, 1996).
Kraepelin
Schneider
• Em 1923, Schneider elabora uma conceituação e
classificação do que é, para ele, a Personalidade
Psicopática. Schneider (1980) descarta no conjunto
classificatório da personalidade atributos tais como,
a inteligência, os instintos e sentimentos corporais e
valoriza como elementos distintivos o conjunto dos
sentimentos e valores, das tendências e vontades.
• Para Kurt Schneider as Personalidades Psicopáticas
formam um subtipo daquilo que classificava como
Personalidades Anormais, de acordo com o critério
estatístico e da particularidade de sofrerem por sua
anormalidade e/ou fazerem outros sofrer.
Schneider
Schneider
• Kurt Schneider, psiquiatra alemão, englobou no conceito de Personalidade
Psicopática todos os desvios da normalidade não suficientes para serem
considerados doenças mentais francas, incluindo nesses tipos, também aquele
que hoje entendemos como sociopata. Dizia que a Personalidade Psicopática
(que não tinha o mesmo conceito do sociopata de hoje) como aquelas
personalidades anormais que sofrem por sua anormalidade e/ou fazem sofrer
a sociedade.Ele distinguia os seguintes tipos de Personalidade Psicopática:

• 1) Hipertímicos,
• 2) Depressivos,
• 3) Inseguros,
• 4) Fanáticos,
• 5) Carentes de Atenção,
• 6) Emocionalmente Lábeis,
• 7) Explosivos,
• 8) Desalmados,
• 9) Abúlicos, e
• 10) Astênicos.
• Evidentemente o que entendemos hoje por psicopata ou sociopata
seriam, na classificação de Schnneider, os Desalmados. Muito mais
tarde Mira y López definiu a Personalidade Psicopática como "...aquela
personalidade mal estruturada, predisposta à desarmonia
intrapsíquica, que tem menos capacidade que a maioria dos membros
de sua idade, sexo e cultura para adaptar-se às exigências da vida
social". E considerava 11 tipos dessas personalidades anormais muito
semelhantes aos tipos de Schnneider. Eram eles:

• 1) Astênica,
• 2) Compulsiva,
• 3) Explosiva,
• 4) Instável,
• 5) Histérica,
• 6) Ciclóide,
• 7) Sensitivo-paranóide,
• 8) Esquizóide,
• 9) Perversa,
• 10) Hipocondríaca, e
• 11) Homossexual.
• Em 1941 Cleckley escreveu um livro chamado "A
máscara da saúde", o qual se referia a este tipo de
pessoas. Em 1964 descreveu as características mais
freqüentes do que hoje chamamos psicopatas. Em
1961, Karpmam disse "dentro dos psicopatas há
dois grandes grupos; os depredadores e os
parasitas" (fazendo uma analogia biológica). Os
depredadores são aqueles que tomam as cosas pela
força e os parasitas tomam-nas através da astúcia e
do engodo.
• Cleckley, estabeleceu, em "A máscara da saúde",
alguns critérios para o diagnóstico do psicopata, em
1976, Hare, Hart e Harpur, completaram esses
critérios. Somando-se as duas listas podemos
relacionar as seguintes características:

• 1. Problemas de conduta na infância.
• 2. Inexistência de alucinações e delírio.
• 3. Ausência de manifestações neuróticas.
• 4. Impulsividade e ausência de autocontrole.
• 5. Irresponsabilidade
• 6. Encanto superficial, notável inteligência e loquacidade.
• 7. Egocentrismo patológico, autovalorização e arrogância.
• 8. Incapacidade de amar.
• 9. Grande pobreza de reações afetivas básicas.
• 10. Vida sexual impessoal, trivial e pouco integrada.
• 11. Falta de sentimentos de culpa e de vergonha.
• 12. Indigno de confiança, falta de empatia nas relações pessoais.
• 13. Manipulação do outro com recursos enganosos.
• 14. Mentiras e insinceridade.
• 15. Perda específica da intuição.
• 16. Incapacidade para seguir qualquer plano de vida.
• 17. Conduta anti-social sem aparente arrependimento.
• 18. Ameaças de suicídio raramente cumpridas.
• 19. Falta de capacidade para aprender com a experiência vivida.
• Henry Ey, em seu "Tratado de Psiquiatria", inclui as
Personalidades Psicopáticas dentro do capítulo das
doenças mentais crônicas, as quais considera como
um desequilíbrio psíquico resultante das anomalias
caracteriológicas das pessoas. Cita as características
básicas das Personalidades Psicopáticas como sendo
a anti-sociabilidade e impulsividade (Bruno, 1996). A
idéia dos Transtornos de Personalidade tal como
sugerido pelo DSM começou em 1966 com Robins.
• O que mais se percebe em relação à Personalidade
Psicopática são as controvérsias entre os vários
autores e nas várias épocas mas, de alguma forma,
há uma perene tendência em se apontar para três
conceitos básicos.
Mira y López
• Definiu a Personalidade Psicopática como
Mira y López
• Definiu a Personalidade Psicopática como

• "...aquela personalidade mal estruturada,


predisposta à desarmonia intrapsíquica, que
tem menos capacidade que a maioria dos
membros de sua idade, sexo e cultura para
adaptar-se às exigências da vida social".
Mira y López
Mira y López
Considerava 11 tipos dessas personalidades
anormais muito semelhantes aos tipos de
Schnneider. Eram eles:
6) Ciclóide
1) Astênica, 7) Sensitivo-paranóide,
2) Compulsiva, 8) Esquizóide
3) Explosiva, 9) Perversa
4) Instável, 10) Hipocondríaca
5) Histérica, 11) Homossexual
Neurofisiologia da Agressão
Neurofisiologia da Agressão
• Uma das hipóteses importantes na
compreensão do funcionamento cerebral em
relação à personalidade é aquela que trata de
uma espécie de organização hierárquica do
cérebro, anteriormente proposta Jackson,
onde haveria centros superiores, médios e
inferiores. Hoje se concebe a idéia segundo a
qual os processos cerebrais ocorrem tanto
através de uma “atitude” hierárquica, como
também homogênea.
Neurofisiologia da Agressão
Neurofisiologia da Agressão
Dessa forma, o cérebro humano resultaria da
integração de “três cérebros” distintos, com
diferentes características estruturais,
neurofisiológicas e, especialmente, com
diferentes performances comportamentais.
Neurofisiologia da Agressão
Dessa forma, o cérebro humano resultaria da
integração de “três cérebros” distintos, com
diferentes características estruturais,
neurofisiológicas e, especialmente, com
diferentes performances comportamentais.
Como herança de nossos antepassados, ou
seja, dos répteis, dos mamíferos e dos
primeiros primatas, possuímos um conjunto
de estruturas nervosas chamadas de Gânglios
da Base e o complexo Estriado. Essa é a parte
mais primitiva do cérebro humano.
Neurofisiologia da Agressão
Juntamente com as estruturas neuronais, o ser
humano possui também a medula espinhal, o
bulbo e a protuberância, formando parte do
cérebro posterior e do cérebro médio, ou
mesencéfalo. Essas estruturas comportam os
mecanismos básicos da reprodução e da
autoconservação, incluindo a regulação do
ritmo cardíaco, da circulação sanguínea e da
respiração. Nos peixes e anfíbios essas
estruturas formão quase o cérebro todo.
Neurofisiologia da Agressão
Neurofisiologia da Agressão
• Essa introdução é importante porque mostra alguns
elementos comuns ao ser humano e aos répteis,
provenientes de algumas estruturas cerebrais
arcaicas. As atitudes favorecidas por essas estruturas
antigas seriam, por exemplo, a seleção do lugar, a
territorialidade, o envolvimento na caça, o
acasalamento e, também, alguns mecanismos que
intervêm na formação da hierarquia social, como a
seleção de líderes. Aqui que se daria também a
participação nos comportamentos ritualistas. São
condutas que existem naturalmente nos animais
inferiores e, devidamente domesticadas, no ser
humano.
Neurofisiologia da Agressão
Neurofisiologia da Agressão
• Em torno das estruturas do cérebro antigo ou arque-cérebro, se
encontra o Sistema Límbico. Esse sistema, que é o maior
responsável pela emoção, já aparece muito rudimentarmente
nos répteis, algo mais desenvolvido nos mamíferos e bem mais
completo no ser humano.
• O comportamento dos mamíferos, das classes mais inferiores
até as mais desenvolvidas, incluindo os humanos, difere dos
répteis por conta da enorme variedade de comportamentos
possíveis, sendo os répteis bem mais limitados, e também
porque nos mamíferos já aparece a emoção, tão mais elaborada
quanto mais desenvolvido for o Sistema Límbico. São do Sistema
Límbico as expressões de fúria do gato, do cão, algo
semelhantes às atitudes de fúria do ser humano. Nos répteis
não notamos nenhuma expressão dessa natureza.
Neurofisiologia da Agressão
Neurofisiologia da Agressão
• Uma parte importantíssima dessa região límbica é a
chamada Amígdala, que tem um papel transcendente
na agressividade. Também existem motivos para
acreditar que a base do comportamento altruísta se
encontra no Sistema Límbico. O amor, assim como o
comportamento altruísta, parecem ser aquisições do
Sistema Límbico humano. Em pesquisas, a destruição
experimental das Amígdalas (são duas, uma para cada
um dos hemisférios cerebrais) faz com que o animal
se torne dócil, sexualmente indistinto, afetivamente
descaracterizado e indiferente ás situações de risco.
Neurofisiologia da Agressão
Neurofisiologia da Agressão
• O estímulo elétrico agindo nas Amígdalas provoca crises de
violenta agressividade. Em humanos, a lesão da Amígdala faz,
entre outras coisas, com que o indivíduo perca o sentido
afetivo da percepção de uma informação vinda de fora, como a
visão de uma pessoa conhecida ou querida. Ele sabe quem está
vendo, mas não sabe se gosta ou desgosta da pessoa que vê.

• Localizada na profundidade de cada lobo temporal anterior, as


Amígdalas funcionam de modo íntimo com o Hipotálamo. É o
centro identificador de perigo, gerando medo e ansiedade e
colocando o animal em situação de alerta, preparando-o para
fugir ou lutar, estariam assim, envolvidas na produção de uma
resposta ao medo e outras emoções negativas.
Neurofisiologia da Agressão
Neurofisiologia da Agressão
• As áreas cerebrais mais primitivas relacionadas à agressão, mais
precisamente à agressão depredadora, são estruturas
filogenéticamente muito antigas, onde se inclui o hipotálamo, o
tálamo, o mesencéfalo, o hipocampo e, como já vimos, as Amígdalas.
Neurofisiologia da Agressão
• As áreas cerebrais mais primitivas relacionadas à agressão, mais
precisamente à agressão depredadora, são estruturas
filogenéticamente muito antigas, onde se inclui o hipotálamo, o
tálamo, o mesencéfalo, o hipocampo e, como já vimos, as Amígdalas.
• As Amígdalas e o Hipotálamo trabalham em estreita harmonia, de tal
forma que um comportamento de ataque pode ser acelerado ou
retardado, estimulado ou inibido, dependendo da interação entre
estas duas estruturas.
Neurofisiologia da Agressão
• As áreas cerebrais mais primitivas relacionadas à agressão, mais
precisamente à agressão depredadora, são estruturas
filogenéticamente muito antigas, onde se inclui o hipotálamo, o
tálamo, o mesencéfalo, o hipocampo e, como já vimos, as Amígdalas.
• As Amígdalas e o Hipotálamo trabalham em estreita harmonia, de tal
forma que um comportamento de ataque pode ser acelerado ou
retardado, estimulado ou inibido, dependendo da interação entre
estas duas estruturas.
• Finalmente, na escala filogenética, aparece o neocórtex, a parte mais
jovem do cérebro. Esse neocórtex já existe em estado rudimentar nos
mamíferos inferiores, e sofre um desenvolvimento impressionante
nos primatas. O processo evolutivo do neocórtex explode em
velocidade na linha dos ancestrais homínidos em comparação com
outros animais, e essa evolução abrupta surpreende também nos
grandes mamíferos aquáticos.
Neurofisiologia da Agressão
Neurofisiologia da Agressão

• A agressão requer a participação destas


antigas estruturas cerebrais (Amígdalas,
Núcleos da Base e Complexo Estriado) e sem
elas não haveria a agressão. Porém, a
verdadeira agressão planejada, ou talvez,
elaborada segundo algum objetivo, ou talvez
ainda os subprodutos da agressão,
perversidade e destrutividade, precisa de
redes neuronais complexas e abrangentes e
envolve principalmente o Sistema Límbico.
Neurofisiologia da Agressão
Cérebro e Personalidade
• A personalidade inclui, em meio a todos seus traços, a cognição
e a percepção. Essas atividades representam uma operação
complexa baseada em redes neuronais intrincadas e
perfeitamente integradas, as quais Eduardo Mata chama de
Módulos, portanto, a atividade cerebral seria do tipo modular.
Cérebro e Personalidade
• A personalidade inclui, em meio a todos seus traços, a cognição
e a percepção. Essas atividades representam uma operação
complexa baseada em redes neuronais intrincadas e
perfeitamente integradas, as quais Eduardo Mata chama de
Módulos, portanto, a atividade cerebral seria do tipo modular.

• A sobrevivência exige funcionamento adequado, muitas vezes


automático e inconsciente, de uma quantidade de módulos que
tratam muitos fatores simultaneamente: a motivação, a
percepção do ambiente, noção do que é necessário para
sobreviver, regulação dos impulsos agressivos e sexuais,
formação das relações com outros indivíduos, regulação dos
comportamentos intencionais e inibição dos inapropriados.
Cérebro e Personalidade

Portanto, quanto mais eficientes forem esses


módulos, melhor desempenho terá a pessoa e
melhor apreensão da situação existencial (no
mundo), ou seja, a consciência global é
conseqüência da notável capacidade de
organização e integração neuronais que o
organismo possui.
Cérebro e Personalidade
• Na pessoa normal parece que não basta a compreensão dos
fenômenos químicos ou físicos para predizer como se dará a
sucessão de atitudes adaptativas, tais como o autocontrole, a
iniciativa, a regulação do afeto, do juízo, a destrutividade, o
planejamento da fuga ou do ataque. De modo geral, há maior
ou menor probabilidade da pessoa reagir assim ou assado mas
as atitudes serão sempre circunstanciais, sem que tenhamos
certeza da previsão.

• Quando conseguimos prever a maneira com que a pessoas


reagirá, como atuará em determinadas circunstâncias, em
outras palavras, quando a pessoa reage sempre dessa ou
daquela maneira diante das circunstâncias, e quando essas
atitudes fazem sofrer (ela ou os outros), provavelmente
estaremos diante de um o "Transtorno da Personalidade"
Cérebro e Personalidade
Cérebro e Personalidade
• Transtornos tais como os casos de
Personalidade Múltipla, Personalidade
Borderline e Transtornos Dissociativos
poderiam ser considerados, pelo menos em
parte, como perturbações de funcionamento
ou da integração das redes neuronais. Isso
caracterizaria uma perturbação do sistema
cérebro/mente, a qual poderia ter causas
biológicas e/o determinadas pela experiência.
Cérebro e Personalidade
• Na historia das teorias neurobiológicas da personalidade,
registra-se que no século IV antes de Cristo, Hipócrates havia
precisado a existência de quatro estilos diferentes de
personalidade baseado nos humores. Mais de vinte séculos
depois ainda não se tem uma teoria neurobiológica
absolutamente precisa, mas, não obstante, na última década
do século XX, a chamada “década do cérebro”, produziu-se
avanços significativos na neurociência, em particular na área
da neuroquímica.
Cérebro e Personalidade
• Na historia das teorias neurobiológicas da personalidade,
registra-se que no século IV antes de Cristo, Hipócrates havia
precisado a existência de quatro estilos diferentes de
personalidade baseado nos humores. Mais de vinte séculos
depois ainda não se tem uma teoria neurobiológica
absolutamente precisa, mas, não obstante, na última década
do século XX, a chamada “década do cérebro”, produziu-se
avanços significativos na neurociência, em particular na área
da neuroquímica.
• As pesquisas sobre a Personalidade Psicopática têm enfocado
ora alguns aspectos sintomáticos, ora outros. Alguns estudos
enfocam essa alteração da personalidade em relação às
condutas delituosas, à violência, dificuldades no controle dos
impulsos, sexualidade de risco e desordenada e consumo
abusivo de substâncias.
Cérebro e Personalidade
Atualmente o estudo da Personalidade
Psicopática permite fazer a distinção entre
duas estruturas. A primeira delas (Fator 1),
agrupa os sintomas de eloqüência, falta de
sentimentos de arrependimento ou culpa,
afetos superficiais, falta de empatia, e
extrema dificuldade em aceitar
responsabilidades. Esta variante não
caracteriza necessariamente a pessoa anti-
social, antes disso, parece caracterizar uma
grande puerilidade ou defeito na maturidade
plena da personalidade.
Cérebro e Personalidade
A segunda estrutura (Fator 2) consiste nos
verdadeiros traços anti-sociais, ou seja, na
agressividade e na falta de controle dos
impulsos. O Fator 1 não está necessariamente
associado ao Fator 2, mas este sim, para que
seja dado diagnóstico de Psicopatia, deve
obrigatoriamente ter como pré-requisito o
Fator 1.
Conceito de Personalidade
Tem havido bastante controvérsia em relação ao
conceito de Personalidade Psicopática ou Anti-
social. Há autores que diferenciam psicopata
de anti-social, mas, em nosso caso, essa
distinção é dispensável em benefício do
melhor entendimento do conceito. Howard
sugere que os conceitos de psicopatia podem
agrupar-se em três tipos:
Conceito de Personalidade
• 1) Um tipo Sociopata, caracterizado por conduta
anti-social crônica que começa na infância ou
adolescência como "Transtorno de Conduta"
Conceito de Personalidade
• 1) Um tipo Sociopata, caracterizado por conduta
anti-social crônica que começa na infância ou
adolescência como "Transtorno de Conduta"
• 2) Um tipo Secundário, caracterizado por um traço
de personalidade com alto nivel de impulsividade,
isolamento social, e perturbações emocionais (a
conduta sociopática seria secundária à essas
alterações emocionais e da sociabilidade)
Conceito de Personalidade
• 1) Um tipo Sociopata, caracterizado por conduta
anti-social crônica que começa na infância ou
adolescência como "Transtorno de Conduta"
• 2) Um tipo Secundário, caracterizado por um traço
de personalidade com alto nivel de impulsividade,
isolamento social, e perturbações emocionais (a
conduta sociopática seria secundária à essas
alterações emocionais e da sociabilidade)
• 3) Um tipo Primário caracterizado apenas por a
impulsividade sem isolamento social e perturbações
emocionais (a qual pode-se aplicar aos criminosos
comuns).
Conceito de Personalidade
• Isso não implica que cada um desses três tipos
seja mutuamente excludente; a sociopatia é
vista como um conceito amplo que engloba
tanto a psicopatia primária como a
secundária, assim como uma alta proporção
de criminosos comuns.
Conceito de Personalidade
• Isso não implica que cada um desses três tipos
seja mutuamente excludente; a sociopatia é
vista como um conceito amplo que engloba
tanto a psicopatia primária como a
secundária, assim como uma alta proporção
de criminosos comuns.
• Otto Kemberg classifica a sociopatia de modo
diferente. Para ele é extremamente difícil
fazer o diagnóstico da psicopatia, quando a
situação clínica não está claramente definida.
Considerações da Psicanálise
• Autores psicanalíticos consideram a Psicopatia
como uma grave patologia do Superego como
sendo uma síndrome de Narcisismo Maligno,
cujas características seriam a conduta anti-
social, agressão ego-sintônica dirigida contra
outros em forma de sadismo, ou dirigida
contra si mesmo em forma de tendências
automutiladoras ou suicidas sem depressão e
conduta paranóide.
Considerações da Psicanálise
Considerações da Psicanálise
• A estrutura de tipo narcisística do psicopata
teria a seguintes características: auto-
referência excessiva, grandiosidade, tendência
à superioridade exibicionismo, dependência
excessiva da admiração por parte dos outros,
superficialidade emocional, crises de
insegurança que se alternam com sentimentos
de grandiosidade.
.
Narcisismo Maligno
Narcisismo Maligno

• Muitas vezes é extremamente difícil fazer o


diagnóstico da psicopatia, quando a situação
clínica não está claramente definida. Por isso
Otto Kernberg faz um diagnóstico diferencial
entre três tipos de ocorrências anti-sociais:
Narcisismo Maligno

1) A Síndrome do Narcisismo Maligno,


representando o Psicopata cuja eventual
causa da sociopatia seria fruto do meio e de
elementos psicodinâmicos. Aqui a conduta
anti-social tem origem no Narcisismo Maligno,
há incapacidade em estabelecer relações que
não sejam exploradoras, não existe
capacidade de identificar valores morais, não
existe capacidade de compromisso com os
outros e não há sentimentos de culpa;
Narcisismo Maligno

• 2) A Estrutura Anti-Social Propriamente Dita.


Aqui o quadro é basicamente o mesmo da
anterior, ou seja, também se manifestam
condutas anti-sociais mas não há o fenômeno
do Narcisismo Maligno. Há também
incapacidade de relações não exploradoras,
incapacidade de identificação dos valores
morais, incapacidade de compromisso com
outros e incapacidade de sentimentos de
culpa.
Narcisismo Maligno

3) A Personalidade Narcisística com Conduta


Anti-social. Além da conduta anti-social existe
uma estrutura narcisística. Não há Narcisismo
Maligno, há igualmente incapacidade de
relações não exploradoras, incapacidade de
identificar valores morais, incapacidade de
compromisso com os outros, porém, existe
capacidade de sentimento de culpa (Kernberg,
1988).
Personalidade Psicopática, Sociopata,
Personalidade Anti-social ou Dissocial ?
Personalidade Psicopática, Sociopata,
Personalidade Anti-social ou Dissocial ?
• Alguns autores não vêem como sinônimo, a Personalidade
Psicopática e a Personalidade Anti-social. A Personalidade Anti-
social, segundo os autores que a diferenciam da psicopática, se
constitui num caso mais franco, declarado e aberto de
anomalias no relacionamento, ou seja, menos dissimulado e
teatral que a psicopática. Essas pessoas costumam ser mais
impetuosas, contestam com mais franqueza as normas sociais,
criam mais transtornos e animosidades com os demais e, por
fim, estão mais associados aos fatores de criminalidade que os
psicopatas.
Personalidade Psicopática, Sociopata,
Personalidade Anti-social ou Dissocial ?
• Alguns autores não vêem como sinônimo, a Personalidade
Psicopática e a Personalidade Anti-social. A Personalidade Anti-
social, segundo os autores que a diferenciam da psicopática, se
constitui num caso mais franco, declarado e aberto de
anomalias no relacionamento, ou seja, menos dissimulado e
teatral que a psicopática. Essas pessoas costumam ser mais
impetuosas, contestam com mais franqueza as normas sociais,
criam mais transtornos e animosidades com os demais e, por
fim, estão mais associados aos fatores de criminalidade que os
psicopatas.
• De acordo com essa visão, os psicopatas costumam ser até mais
perigosos que os sociopatas, tendo em vista sua maneira
dissimulada de ocultar a índole contraventora. Os sociopatas
atentam contra as normas sociais mais abertamente que os
psicopatas.
Personalidade Psicopática, Sociopata,
Personalidade Anti-social ou Dissocial ?
• Para nós, e creio que academicamente também, será benéfico
tomar o sociopata e o psicopata como a mesma ocorrência. O
DSM.IV chama esses casos de Personalidades Anti-sociais e a
CID.10 de Personalidades Dissociais, ambos afastando-se da
denominação Psicopata. Isso se deve, exclusivamente, à
natureza etimológica da palavra. Por uma questão de coerência,
assim como a cardiopatia significa qualquer patologia que
acontece sobre o coração, o termo psicopatia deveria referir-se
a qualquer patologia psíquica. Portanto não é correto,
etimologicamente, chamar de psicopatas apenas os sociopatas.
(Veja esses transtornos no DSM.IV e na CID.10 como
Personalidade Dissocial).
Parafilias
• Uma parafilia é um padrão de
comportamento sexual no qual a fonte
predominante de prazer não se encontra na
cópula, mas em alguma outra atividade.
• Em determinadas situações, o
comportamento sexual parafílico pode ser
considerado perversão ou anormalidade
Parafilias
• As parafilias podem ser consideradas
inofensivas e, de acordo com algumas teorias
psicológicas, são parte integral da psique
normal — salvo quando estão dirigidas a um
objeto potencialmente perigoso, danoso para
o sujeito ou para outros (trazendo prejuízos
para a saúde ou segurança, por exemplo), ou
quando impedem o funcionamento sexual
normal, sendo classificadas como distorções
da preferência sexual na CID-10 na classe F65
Parafilias
• As considerações com respeito ao
comportamento considerado parafílico
dependem em um grau muito elevado das
convenções sociais reinantes em um
momento e lugar determinados; certas
práticas, como a homossexualidade ou até
mesmo o sexo oral, o sexo anal e a
masturbação foram consideradas parafílicas
em seu momento, embora agora sejam
consideradas variações normais e aceitáveis
do comportamento sexual.
Parafilias

• Entretanto, há quem considere que o excesso


na masturbação após a adolescência ou o fato
de alguém preferir sempre esta prática do que
o contato com outro indivíduo venha
configurar-se uma parafilia.
Parafilias
• Por outro lado, o próprio conceito de parafilia
tende a ser revisto já que na atualidade a
ciência tem ampliado cada vez mais as
variações aceitáveis do comportamento
sexual, sendo que os valores novos têm
reprovado algumas condutas ainda que
acompanhadas da cópula vaginal, como é o
caso das relações sexuais com crianças
(pedofilia).
Parafilias
Sendo assim, é impossível elaborar um catálogo
definitivo das parafilias; as definições mais
usuais listam comportamentos como o
sadismo, o masoquismo, o exibicionismo, o
voyeurismo ou o fetichismo.
Algumas Parafilias
• Corofilia
• Agalmatofilia
• Apotemnofilia • Crinofilia
• Agrofilia
• Anemofilia
• Cronofilia
• Asfixiofilia • Efebofilia
• ATM - Ass to Mouth (do ânus para a
boca) • Emetofilia
• Balões • Espectrofilia
• BBW
• Bondage • Exibicionismo
• Cinofilia
• Fetichismo
• Clismafilia
• Coprofagia • Fisting
• Coprofilia
• Coreofilia

Algumas Parafilias
• Frotteurismo
• Gerontofilia • Pigofilia
• Hebefilia • Podolatria
• Hipofilia
• Lolismo
• Pogonofilia
• Maieusofilia • Pregnofilia
• Masoquismo
• Sadismo
• Menofilia
• Nanofilia • Sadomasoquismo
• Necrofilia • Trampling
• Nesofilia
• Orquifilia
• Tricofilia
• Partenofilia • Urofilia
• Pedofilia
• Voyeurismo
• Pigofilia
• Podolatria • Zoofilia

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