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• O Direito Positivo E O Princípio De Legalidade:

Exigir para os atos dos órgãos administrativos uma relação de conformidade com a legislação,
é, relembremos, postular que estes atos sejam a realização concreta de um esquema ou modelo
pretraçado nesta legislação.

São aqueles batizados de "atos materiais" (agrupam-se sob esta denominação todos os atos que
não correspondem à noção de ato jurídico; e infelizmente, pois muitos dentre eles constituem
essencialmente operações intelectuais: atividades de ensino, atividades de elaboração de planos
de todas as espécies, industriais, militares ou arquiteturais; mas este ponto é aqui de pouca
importância).

Em compensação, o mesmo não acontece com os atos jurídicos, atos estes que seria preferível
chamar de "atos normativos", pois a verdadeira definição da sua essência consiste em serem
eles portadores, criadores de normas, isto é, de disposições de ordem jurídica.

Eis portanto a dupla componente da ideia integral de conformidade dos atos jurídicos à
legislação: conformidade de sua forma ou procedimento; conformidade de seu fundamento, isto
é, de suas normas.

Observar-se-á que, quanto ao procedimento, trata-se de conformidade de uma ação concreta à


normas, enquanto, que, para o fundamento, trata-se de uma relação de normas à normas.

A única pergunta que se pode realmente formular é a de saber se o direito exige ou não que as
atividades globais às quais se ligam esses atos sejam prescritas ou autorizadas legislativamente;
o problema aplica-se muito particularmente às atividades tendendo à prestação de serviços ou
fornecimento de bens ao público (exploração de uma rede de transportes; produção e
distribuição de eletricidade; gestão de um estabelecimento de ensino, etc.).

✓ Parece que a resposta é positiva para as atividades materiais: elas não podem ser encetadas
se não forem prescritas ou autorizadas pela lei, o que significa, que os atos concretos que
elas comportam o são implicitamente.

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