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04/21

A revolução
dos dados
Como o Open Banking vai transformar o mercado
financeiro - dos grandes bancos às fintechs
Índice
04 16
Introdução Oportunidade de
Open Banking e a transformação no negócios
mercado brasileiro
Entenda como o novo cenário proposto pelas
Acesse aqui transformações do Open Banking irá impactar
os negócios das fintechs até os grandes bancos.

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06
Como o Open
Banking vai
20
movimentar o Revolução dos dados:
sistema financeiro Serasa Experian no
Dentro de uma série de medidas que irá Open Banking
modificar o segmento financeiro do país,
entenda as particularidades do Open Em meio a tantas mudanças, os dados
Banking, suas fases e como será dos consumidores podem – e devem – ser
implementado. transformados em informações relevantes para
potencializar negócios. Conheça as soluções que
a Serasa Experian oferece aos parceiros e como
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pretende atuar nessa frente.

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12 22
Mais tecnologia e
inovação no mercado A hora da mudança:
consumidores
Por meio de um sistema inovador, o
conceito de APIs já está transformando prontos?
o setor como um todo, tornando-o mais
integrado e democrático. Veja os impactos. Entenda os impactos que o Open Banking trará
aos consumidores finais – e se eles já estão
Acesse aqui preparados para desfrutar dos benefícios que a
inovação tem proporcionado ao setor financeiro.

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3 I A revolução dos dados


Introdução
Open Banking e a transformação
no mercado brasileiro
O sistema bancário brasileiro é amplamente conhecido pelo crescimento e pela
concentração por parte de apenas algumas instituições, que expandiram enormemente e
passaram a atuar em diversas frentes no mercado. Dados do Banco Central (BC) divulgados
no Relatório de Economia Bancária de 2019 mostram, inclusive, que a concentração
bancária no Brasil ainda é superior aos 80%.
Mesmo com o surgimento de novos players no mercado, como é o exemplo das fintechs,
startups do setor financeiro, o cenário tem mudado a passos lentos, esperando, enfim, uma
metodologia mais horizontal e com integração de dados para ampliar a competitividade
e a democratização do setor.
Com foco no consumidor e na experiência do usuário – além de estar apoiadas em
inovação e em tecnologia –, as companhias novatas, no entanto, têm ajudado a oxigenar
o setor como um todo, assim como têm conseguido dialogar com um público mais jovem,
descentralizando e simplificando serviços e negócios.
O resultado desse fenômeno tem sido positivo ao ecossistema: as inovações trazidas por
esses novos competidores movimentam o setor, introduzindo melhorias e novos métodos
de trabalho e atendimento ao cliente.
Diante desse contexto, grandes bancos e fintechs passaram a trabalhar para mudar o
panorama do setor financeiro – seja para otimizar sistemas ou tornar seus produtos mais
sofisticados (em aspectos tecnológicos) e acessíveis ao público.
Não à toa, o Brasil se transformou no principal mercado de fintechs da América Latina
em termos de investimento, número de negócios e volume de financiamentos, somando
222 acordos de negociações com startups do segmento financeiro e acumulando 50,5%
do total de investimentos da região (um montante de US$ 2,49 bilhões), entre 2015 e 2018,
segundo o estudo do Banco de Compensações Internacionais.
O estudo mostra ainda que, em 2019, 64% dos brasileiros usaram serviços de pelo menos
uma fintech – mesmo número da média mundial. No México, 72% da população utiliza
serviços de fintechs, enquanto na Colômbia são 76%. Os altos números dos países latino-
americanos em relação à média global se devem, principalmente, ao grande número de
desbancarizados.
Ainda segundo o documento, mais da metade da população dos países da América Latina
não tem acesso a serviços financeiros; e, como oferecem custos mais baixos, melhor
experiência do cliente e maior eficiência, as fintechs têm se diferenciado e avançado
rapidamente na região.

4 I A revolução dos dados


Mas a evolução do ambiente foi elevada a outro patamar com a implementação de uma
agenda de incentivo à competitividade no Sistema Financeiro Nacional (SFN) por parte
do Banco Central do Brasil. Iniciada em 2016, a Agenda BC# tem como foco acrescentar
novas dimensões ao setor, bem como fortalecer as que já existem. Além de trabalhar
para baixar o custo do crédito no país, a iniciativa visa modernizar a lei e a eficiência dos
sistemas.
Para isso, a agenda de reformulação é dividida em cinco aspectos: inclusão, para trazer
mais facilidade de acesso ao mercado como um todo; competitividade, adequando
a precificação para os players do setor; transparência, tendo como foco o processo
de formação de preço e as informações de mercado e do próprio BC; educação, para
conscientizar a população sobre hábitos e consumo financeiro; e, por fim, sustentabilidade,
visando contribuir para o desenvolvimento de uma economia mais dinâmica, moderna e
sustentável.
Um dos primeiros frutos foi o Pix, plataforma de pagamentos instantâneos criada pelo
órgão, que já tinha mais de 150 milhões de chaves cadastradas até fevereiro de 2021.
Agora, todas as atenções se voltam para o Open Banking, ou, em português, sistema
financeiro aberto. Pela definição do Banco Central, o Open Banking é o compartilhamento
padronizado de dados, produtos e serviços por meio da abertura e integração de sistemas.
Esse modelo permite que clientes de produtos e serviços financeiros compartilhem suas
informações entre diferentes instituições autorizadas pelo BC , além da movimentação de
suas contas bancárias por meio de diferentes plataformas, e não apenas pelo aplicativo
ou site do banco.
Isso significa que as informações sobre empréstimos, pagamentos, consumo, enfim, todo
e qualquer dado bruto que o cliente quiser compartilhar para melhorar sua experiência,
passarão a estar disponíveis para outros players do mercado.
Diante desse novo cenário, o desafio para os integrantes do mercado financeiro se tornou
outro: como nadar nesse mar aberto de informações, tornar-se mais atraente para os
consumidores e, claro, oferecer os melhores serviços e produtos? Por meio de uma
análise minuciosa dos dados.
A resposta parece simples, mas não é. Pelo contrário: requer experiência de mercado e
muita expertise. Afinal, o dado, neste caso, é disponibilizado em sua forma bruta, sem
qualquer análise ou refinamento.
É justamente nesse contexto que companhias como a Serasa Experian aparecem como
pilar essencial nesse novo momento do setor financeiro. Em meio a tantas informações
e tantos dados, é preciso ter uma análise cuidadosa, para que todos esses dados se
transformem em oportunidades de novos negócios, soluções para redução de riscos e
um serviço mais personalizado ao consumidor final.
Ao longo deste ebook, mostraremos como as transformações promovidas a partir de um
ambiente que fomenta a troca de dados irão impactar o mercado e como as empresas
podem se posicionar para navegar nesse mar aberto de informações.
Boa Leitura!

5 I A revolução dos dados


Como o
Open Banking
vai movimentar
o sistema
financeiro
6 I A revolução dos dados
Em vigor no Brasil desde autorizaram o compartilhamento de seus dados
bancários. Esse número, porém, vem crescendo
fevereiro de 2021, o Open sustentavelmente com o passar da divulgação e
Banking faz parte da agenda da consolidação do modelo: em 2019, 1,1 milhão de
consumidores já integravam o Open Banking; em
inovadora do Banco Central, 2020, o total chegou a 2,8 milhões.
que tem como foco estimular A estimativa para 2021 é que o novo modelo alcance
5,6 milhões de aderidos; e 10,1 milhões já em 2022
um ambiente financeiro mais – o equivalente a quase 20% da população total.
transparente, democrático e Além disso, no fim do ano passado, 178 instituições
financeiras já tinham autorização para compartilhar
rápido no país. dados com terceiros – o maior número entre os
países europeus.
Inspirado em um movimento que vem se consolidando Agora, a implementação do Open Banking no mercado
globalmente, tem como pioneiro o exemplo britânico, brasileiro, além de permitir o compartilhamento de
que completou três anos de implementação em 2021 informações dos clientes entre diferentes instituições
e demonstra, na prática, como a integração dos dados autorizadas pelo Banco Central, tornará possível
e um mercado mais democrático são benéficos ao a movimentação de contas bancárias a partir de
ecossistema como um todo. diferentes plataformas, e não apenas pelo aplicativo
À época da implementação, o Reino Unido criou uma ou site do banco, de forma segura, ágil e conveniente.
regra para exigir que nove dos maiores bancos do Com esse novo processo, todas as companhias do
país concedessem o acesso direto aos seus dados segmento poderão ter acesso aos dados do cliente,
por meio de APIs padronizadas. Não à toa, locais caso ele autorize, e oferecer as melhores condições
como Austrália, Singapura, México e União Europeia, e produtos para o perfil do consumidor. Ou seja, a
por exemplo, também adotaram regulamentação competitividade irá aumentar substancialmente e o
semelhante para seus mercados. maior vencedor será, além do próprio cliente, claro, a
Naquele período, foi a primeira vez que milhares de instituição que conseguir traduzir as informações em
consumidores tiveram a oportunidade de dividir seus novos negócios e produtos.
dados bancários com novas empresas, como fintechs Nesse contexto de maior transparência de dados, fala-
e bancos digitais, possibilitando, assim, a oferta de se muito de taxas mais vantajosas de empréstimo para
soluções adaptadas às suas próprias necessidades – os clientes. Essa, porém, é apenas a ponta do iceberg.
bem como a produtos e serviços mais personalizados. Pagamentos, cartão de crédito, operações de câmbio,
Desde então, cada país tem desenvolvido sua estrutura investimentos, seguros, previdência complementar e
de forma singular, pensando nas especificidades do contas-salário são alguns dos serviços que também
seu próprio mercado. Há iniciativas lideradas pelo serão impactados positivamente com o Open Banking.
governo do país, como no caso do Brasil, e outras Para se ter uma ideia do tamanho desse movimento,
iniciadas pelo próprio mercado, que se organizou segundo a Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia
para iniciar o desenvolvimento das APIs, como é o Bancária 2020, os canais digitais foram responsáveis
caso dos Estados Unidos. por 63% das transações em 2019 (ano-base da
Mas, de modo geral, o Reino Unido é uma das pesquisa). Já o mobile banking representou sozinho
principais referências em termos de regulamentação, 44% das operações realizadas em todo o país no
principalmente pela facilidade que os britânicos período. O dado mais interessante analisado pelo
trouxeram em relação a uso, incentivo à inovação relatório, porém, foi quanto o consumidor brasileiro
dos bancos, aumento da concorrência e elevação do passou a preferir o uso do mobile banking. Isso
potencial de inclusão financeira da população. mesmo antes da pandemia do novo coronavírus, que
impulsionou ainda mais o uso de serviços financeiros
E isso pode ser demonstrado por meio dos números. digitais.
Um levantamento realizado pela Insider Intelligence
aponta que, há três anos, apenas 600 mil britânicos
7 I A revolução dos dados
De acordo com a pesquisa, as transações bancárias
tiveram um acréscimo de 11% em 2019, somando 89,9
bilhões de operações. Desse montante, 39,4 bilhões –
44% do total – foram feitos pelo mobile banking.
Já num cenário de aceleração digital impactado,
principalmente, pela Covid-19, a adaptação do
consumidor com os meios online ficou ainda mais
evidente. Segundo o estudo “Aceleração da inclusão
financeira durante a pandemia da Covid-19”, realizado
pela Americas Market Intelligence em parceria com a
Mastercard, 40 milhões de pessoas passaram a ter
acesso a produtos bancários pela primeira vez na
América Latina, somando-se a população do Brasil,
da Argentina e da Colômbia, a partir dos primeiros
cinco meses da pandemia.
Entre as principais razões para esse boom
de bancarizados online, estão as iniciativas
governamentais de apoio à população, que exigiam
que os usuários tivessem contas digitais para receber
o incentivo.
Trazendo o recorte para o Brasil, por exemplo, a
Poupança Social Digital atingiu a marca de 100
milhões de contas em novembro de 2020, segundo
o governo federal. Entre o montante, 67 milhões de
brasileiros, que antes eram considerados invisíveis
para o mercado financeiro, passaram a ter conta
bancária.
Ainda de acordo com o relatório , o país reduziu sua
população não bancarizada em 73%, enquanto na
Argentina a queda foi de 18% e, na Colômbia, de 8%.
Agora, em um ambiente em que serviços como
pagamentos instantâneos, como é o caso do Pix, e um
ambiente mais aberto e altamente integrado, como o
Open Banking, a expectativa é a de que esse acesso
aos canais digitais seja cada vez mais usado pelos
consumidores.

8 I A revolução dos dados


As etapas do
Open Banking
Para entrar no mercado, o Banco Central dividiu o desenvolvimento do Open Banking em quatro etapas, de
forma a permitir uma implementação gradual das novas regras no sistema bancário. A primeira delas, lançada
no dia 1º de fevereiro, foi exclusiva para as instituições participantes, não impactando os consumidores finais
que, por sua vez, poderão solicitar o compartilhamento de dados a partir do dia 15 de julho. Entenda:

As fases do Open Banking

Etapas do lançamento do Open Banking no Brasil


Um resumo do que ocorrerá em cada fase

1ª fase
1/2/2021
2ª fase
15/7/2021
3ª fase
30/8/2021
4ª fase
15/12/2021

As instituições Clientes poderão solicitar Abre-se a Dados sobre outros


participantes o compartilhamento de possibilidade de serviços passam a
disponibilizam seus dados cadastrais, compartilhamento dos fazer parte do
informações sobre as transações sobre contas, serviços de transações escopo do sistema
características de cartão de crédito e de pagamentos e de aberto. Clientes
produtos e serviços produtos de crédito encaminhamento de poderão compartilhar
bancários que oferecem contratados entre as proposta de operação suas informações de
e os seus canais de instituições de crédito. operações de câmbio,
atendimento. participantes. investimentos,
seguros, previdência
complementar aberta,
contas-salário, por
exemplo.

9 I A revolução dos dados


Por dentro do universo
financeiro mais aberto
Nesse novo contexto, o contato do cliente será com a instituição com a qual ele pretende
compartilhar seus dados. Essa empresa, por sua vez, acionará a instituição que já
possui as informações do consumidor e solicitará acesso a elas. O banco que recebeu a
solicitação deve então confirmar com o cliente a liberação dos arquivos.

Serão três etapas: consentimento, autenticação e confirmação, tudo realizado


obrigatoriamente em âmbito digital. Isso poderá ocorrer no aplicativo da instituição da qual
a pessoa ainda não é cliente, por exemplo, e deve incluir a identificação do consumidor, das
instituições com as quais ele possui relacionamento e os dados a serem compartilhados,
que ficam disponíveis, em geral, por até 12 meses – existem casos, porém, que o prazo
poderá ser diferente.

10 I A revolução dos dados


Antes e depois: entenda o que muda com
a implementação do Open Banking
Antes do Open Banking Depois do Open Banking

Na prática, os bancos/ instituições O cliente passa a ser, de fato, dono


em que os clientes já possuem de suas informações. Qualquer
Quem é o dono dos cadastro. instituição cadastrada no programa
dados dos clientes? e que tiver sua autorização poderá
acessar determinados dados e
oferecer serviços a partir disso.

Restrita. A tendência é que um Forte. A possibilidade de portabilidade


cliente agregue o maior número de
Como é a serviços no mesmo
de dados do cliente fará com que as
instituições melhorem seus serviços
competitividade banco/instituição, já que aquela ou foquem suas atividades em algum
empresa é a única com produto específico.
do setor bancário? informações suficientes para lhe
oferecer produtos financeiros.

Existe a possibilidade Sim, mas com entraves. As Exponencialmente. Além da criação


de criação de novos relações entre bancos e clientes e
bancos e dados de clientes partem
de novos e melhores serviços para
os clientes, o movimento abre espaço
modelos de negócios de um princípio de exclusividade, o para que empresas ajudem bancos
que retrai uma parcela do mercado. e outras instituições do setor.
no setor?

É possível ter Se mantiver tudo em uma mesma


instituição, terá acesso aos
Total. O cliente poderá decidir, de fato,
quais serviços e de quais instituições
controle sobre produtos que ela considera irá contratar. E ainda obter ofertas
adequados para seu perfil. mais vantajosas por ter seu histórico
todas as operações como prova de sua capacidade e
financeiras que seus hábitos financeiros.

realizo?

Quem participa?
Além dos clientes, as instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central
poderão participar. Mas, atenção: dois grupos precisam obrigatoriamente estar no processo: S1, com as
grandes instituições financeiras do país, com representação igual ou superior a 10% do PIB ou que tenham
atividade internacional relevante; e S2, de porte entre 1% e 9% do PIB.
Para orientar a população e os participantes, o Banco Central fez uma lista com os integrantes obrigatórios do
novo modelo. Confira a seleção completa neste link.
11 I A revolução dos dados
Mais
tecnologia
e inovação
no mercado
12 I A revolução dos dados
O pontapé inicial já foi
dado e agora, com a
implementação do Open
Banking, espera-se que o
fluxo mais transparente
de informações entre as
instituições favoreça a
definição de melhores
políticas de crédito e a
oferta de serviços mais
adequados aos diferentes
perfis de clientes e de
segmentos da sociedade.

Também se espera que as inovações apresentadas Um bom exemplo disso são os aplicativos de
ao mercado facilitem a comparação de produtos entrega e transporte, que utilizam APIs do Google
e serviços ofertados pelas diferentes instituições ou de outros serviços de geolocalização para
participantes e a programação financeira das pessoas. incorporar mapas e trajetos na sua interface. Ou
Mais do que isso: o Open Banking irá incentivar os marketplaces, que concentram informações de
a criação de novos produtos e novos modelos de várias plataformas em um único lugar.
negócios, além de aumentar (e estimular) uma
competição saudável e democrática no mercado No Open Banking, essa caixa de ferramentas
financeiro. Como os próprios termos sugerem, servirá, inicialmente, para otimizar o contato entre
a grande base de desenvolvimento do setor é as instituições. A ideia é permitir que o fluxo de
tecnológica. informações estabelecido pelas novas regras ocorra
Aqui, vale enveredar mais profundamente no conceito de forma segura, rápida e sem ruídos.
de APIs. As APIs (Application Programming Interfaces Segundo pesquisa FEBRABAN de Tecnologia
ou Interfaces de Programação de Aplicativos) serão Bancária, os bancos já estão avançados nesse
a base de comunicação para as instituições, que irão movimento, com 90% das instituições já com APIs
integrar, padronizar e “estabelecer o diálogo” entre próprias desenvolvidas e 84% delas com governanças
todos os sistemas. estabelecidas e portais de desenvolvedores em
Simplificando a explicação, as APIs são softwares produção. O Banco Central é o responsável por
criados por desenvolvedores para que plataformas supervisionar o modelo, a partir da criação de outra
distintas consigam conversar entre si. É um conceito camada de segurança para as trocas. Isso quer dizer
amplamente difundido e que normalmente está que o Open Banking será seguro para os clientes e
associado às fusões e aquisições, já que promove a para as instituições.
integração de produtos diferentes.

13 I A revolução dos dados


Inovação
Tendo essa base interligada como referência, o sistema aberto será um ambiente fértil para inovações, que
podem partir de diversos players e mirar públicos diferentes. Isso porque, além de trabalhar interface e serviços
para contatar seus clientes, as instituições poderão otimizar processos internos em busca de uma maior
compreensão dos dados disponíveis.
A tendência é que o processo dê origem a novos serviços e modelos de negócio, aumentando a competição e,
nas circunstâncias corretas, diminuindo as taxas pagas pelo consumidor. Uma pesquisa da consultoria Distrito,
de dezembro de 2020, ajuda a ilustrar exatamente isso.
Já há mais de 40 startups no país trabalhando dentro da categoria Open Banking. A subcategoria de Melhorias
de Processos representa 27,5%; a de Open Banking as a Service, 25%; e a de Oferta de Melhores Produtos
Bancários, 22,5%. De 2017 até o final do ano passado, pelo menos US$ 125 milhões já foram captados por essas
companhias.

Já há mais de 40 startups no país


trabalhando dentro da categoria
Open Banking.
A subcategoria Open Oferta de
de Melhorias Banking Melhores
de Processos as a Produtos
representa Service Bancários

27,5% 25% 22,5%


De 2017 até o final do ano passado, pelo menos

US$ 125 milhões


já foram captados por essas companhias.

14 I A revolução dos dados


15 I A revolução dos dados
Oportunidade
de negócios
16 I A revolução dos dados
As mudanças instituídas segundo dados da pesquisa realizada pela Americas
Market Intelligence em parceria com a Mastercard já
pelo Open Banking vão mencionados neste ebook. Nesse sentido, inúmeras
beneficiar os clientes e trazer fintechs brasileiras concentram seus esforços
em nichos específicos de atuação, oferecendo
oportunidades para todo o atendimentos personalizados e produtos específicos,
setor, independentemente do abraçando um contingente que, até então, estava
“desamparado” pelo mercado financeiro.
tamanho da instituição. Aqui,
Nesse ritmo, as principais vantagens teóricas para
o processo começa a ganhar este grupo são a tecnologia já implantada em seus
um caráter multifacetado, produtos e o olhar aprofundado para o consumidor.
É possível até vislumbrar um cliente que centraliza
já que cada tipo de entidade diversos serviços de diferentes instituições num
financeira terá ambições e mesmo aplicativo, tirando o melhor que cada um
riscos diferentes no novo deles oferece.
A competição, porém, não irá se limitar apenas aos
ambiente. que querem ganhar espaço no mercado – ela também
estimulará a criação de novos negócios, serviços e
É o que mostra um relatório da consultoria britânica produtos (e dinheiro não falta para os grandes bancos
PwC sobre a implementação do Open Banking no Reino investirem em suas próprias soluções). E, para se
Unido em 2018. A companhia entrevistou gestores dos manterem relevantes, as empresas menores vão
diversos segmentos envolvidos e ponderou os pontos precisar continuar inovando, e rápido.
de desenvolvimento e de atenção para cada um deles Com a nova demanda, companhias como a Serasa
conforme as novas regras entrassem em vigor. Experian serão de grande valor para as instituições,
É um cenário perfeito, tanto para os grandes bancos ajudando a dar significado e propósito para este
quanto para as fintechs, e que irá movimentar bilhões novo fluxo de informações que vai começar a se
de dólares nos próximos anos. Esse potencial está desenvolver.
sintetizado em relatório publicado pela empresa de Os bancos tradicionais foram os primeiros a
pesquisa Allied Market Research. A análise detalha oferecer serviços financeiros e tinham pouquíssima
que iniciativas ao redor do mundo relacionadas ao concorrência até a entrada no mercado de alguns
sistema aberto geraram US$ 7,29 bilhões em 2018 e rivais digitais. Dados do Banco Central divulgados no
devem chegar a US$ 43,15 bilhões em 2026, crescendo Relatório de Economia Bancária de 2019 mostram,
a uma taxa anual composta de 24,4% de 2019 a 2026. inclusive, que a concentração bancária no Brasil ainda
Ainda de acordo com o levantamento, a América do é superior aos 80%.
Norte foi responsável por mais de dois terços da Entende-se, a partir disso, que o Open Banking pode
participação no mercado global em 2018, devendo ser uma ameaça para as grandes empresas, certo?
manter a liderança nos próximos anos. Isso é Errado. A palavra correta é desafio. Os banqueiros
importante, pois mostra que são as empresas que ouvidos pela PwC temem que a nova regulação pode,
devem liderar o movimento de consolidação do Open se nada for repensado, enfraquecer a sua relação
Banking. com os clientes preexistentes e dificultar a captação
Já no caso das “novatas” digitais, abre-se um caminho de novas contas.
mais competitivo e mais democrático na prospecção Não é absurdo pensar que, com tantas possibilidades
de clientes e carteiras. Vale até separá-las entre coexistindo no mercado, os consumidores irão
vários subgrupos: as prestadoras de serviços, os encontrar produtos de menor escala e tecnologia
bancos digitais, as empresas de pagamentos, as mais avançada; ou um serviço de atendimento
gestoras de crédito… e por aí vai. mais exclusivo; ou várias pequenas soluções para
O cenário é vasto – e amplo. Atualmente, o Brasil necessidades diferentes.
reduziu em 73% o número de desbancarizados,
17 I A revolução dos dados
Apesar disso, as corporações entendem
que, com a escala, será possível avançar no
entendimento dos clientes e na criação desses
produtos que eles tanto buscam. E isso pode
ser feito de várias maneiras, combinando-se a
quantidade maciça de dados que possuem com
a nova leva que será disponibilizada a partir do
Open Banking.
Um caminho apontado pela indústria para que
essas enormes corporações não fiquem perdidas
com a velocidade de inovação das pequenas está
em algumas frentes de negócios. A primeira
seria apostar em parcerias. O mercado terciário
do Open Banking, seja ele B2B, B2C ou híbrido,
será importantíssimo no desenvolvimento de
soluções que componham o ambiente. Neste
quesito, liquidez e escala dos grandes bancos
se unem à tecnologia e à expertise de empresas
terceirizadas, aproveitando o melhor de cada
um desses perfis.
O grande ponto de virada para os bancos é
vislumbrar a oportunidade de aprimorar a
experiência de seus clientes – sendo mais
proativos e ágeis. Análises em tempo real e a
compreensão instantânea de como atender
o consumidor e o que ofertar a ele trarão
maior relevância e vantagem em relação
aos concorrentes. Mais que isso: ajudarão na
fidelização dos clientes.
Outra maneira de vislumbrar como o Open
Banking irá impactar positivamente os grandes
bancos está na oportunidade de transformar os
processos para deixar o cliente, e, claro, seus
dados, no centro das operações. A consultoria
inglesa Deloitte avalia que, por meio dos dados,
os grandes bancos terão mais oportunidades
de construir produtos mais personalizados,
precisos e atraentes. Mas, para isso, é preciso
investir em processos e parcerias que podem
gerar mais negócios e insights para as empresas.

18 I A revolução dos dados


Mas, e na prática?
Está cada vez mais claro que a satisfação do consumidor deve ser o foco das empresas
financeiras que queiram ter sucesso em um ambiente mais aberto e horizontal. Mais
que isso, a fidelização e o engajamento dos clientes são dois dos KPIs (Key Performance
Indicators) para medir o sucesso das empresas nesse novo modelo de negócios.
Também é certo que o Open Banking trará benefícios ao mercado financeiro como um todo
– seja para as empresas grandes, seja para as novatas. Mas como as companhias estão se
preparando para essa transformação?
Aqui, é importante nos atentarmos a alguns pontos. O primeiro é que, para colher todas
as recompensas do Open Banking, é essencial que as instituições participantes invistam
em inovação e tecnologia para, no mínimo, permanecerem ágeis. Além disso, é necessária
uma estratégia mais aberta e horizontal.
Em um segundo momento, mas não menos importante, é preciso que as corporações
compreendam as necessidades dos consumidores. Colocá-los em foco por meio de
produtos mais precisos, personalizados e modernos. Ou seja, alinhar os interesses de
negócios da instituição com a jornada do consumidor.
Para ilustrar melhor como as corporações estão se preparando para aderir ao mercado
financeiro mais aberto, é possível fazer o recorte com o modelo implementado na Europa.
Ao analisar os principais players locais, um levantamento da YouGov feita em parceria
com uma empresa sueca, revelou que, para ter uma eficácia relevante, o processo deve
envolver os clientes, as instituições que oferecem serviços e as empresas terceirizadas
que desenvolvem ferramentas voltadas para gestão, refinamento de dados e engajamento.
A pesquisa, que foi feita com 290 executivos do setor, de 12 países diferentes da Europa,
demonstrou que, em termos de prioridade, o investimento em serviço de identificação
digital desponta entre os stakeholders.
Em seguida, os executivos do setor financeiro enxergam na automação de processo de KYC
(know your customer) um grande potencial pensando-se num contexto de Open Banking.
Já em terceiro lugar, eles afirmaram que focaram seus esforços e aportes para aprimorar
o monitoramento de transações.
Quando a análise é feita pelo tamanho da companhia, as instituições com menos de 500
funcionários indicaram que estão mais propensas a explorar serviços de know your
customer. Já as empresas com mais de 1.000 funcionários responderam que focam,
principalmente, em serviços de identificação digital – o que pode ser influenciado pela
legislação local.
Além disso, serviços multibanco, de monitoramento de transações e de automação de
processos onboarding estão entre as soluções mais buscadas pelas grandes corporações
do sistema bancário da Europa.

19 I A revolução dos dados


Revolução
dos dados:
Serasa Experian
no Open Banking
20 I A revolução dos dados
Pensando nisso, a Serasa serviços que vão desde gestão de consentimento, até
agregação de contas, categorização de transações,
Experian terá o papel verificação de renda e identidade. Tudo isso permite
chave de empoderar as às instituições mais fidelidade e engajamento de seus
clientes, bem como agilidade nas ofertas.
instituições participantes e Esse é o caso da financeira Molo, que aderiu ao
seus respectivos negócios por grupo de parceiros da Experian em fevereiro de 2020.
meio da curadoria e análise Desde então, a empresa passou a colher resultados
promissores: por meio da expertise da Experian, a
dos dados. O foco é aportar Molo passou a oferecer a seus clientes opções de
todo o conhecimento que a empréstimos hipotecários de uma maneira mais
rápida e segura.
companhia detém, bem como
Isso porque o serviço de Open Banking da Experian
sua referência em tratamento oferece aos clientes da Molo a opção de fornecer uma
de dados, para que fintechs espécie de verificação digital instantânea no processo
de busca, arquivamento de dados e armazenamento
e bancos estejam aptos para de documentos que, tradicionalmente, leva semanas
lidar com toda a revolução para ser aprovado ou checado. Essa expertise
que o Open Banking irá permite que as pessoas tenham acesso ao crédito de
qualidade de uma maneira prática e mais simples - e
proporcionar ao mercado. até mais cedo do que esperavam.
Para os consumidores com fontes de renda
Não há receita exata. O grande ponto trazido pelo temporárias - ou múltiplas fontes de renda -
novo mecanismo do Banco Central é como refinar especificamente, a demora era ainda maior. Agora,
os dados para que eles trabalhem a seu favor. É com a parceria, tem sido mais simples para que esses
justamente nesse ponto que a Serasa irá apoiar seus clientes comprovem suas rendas e a capacidade de
parceiros. Isso porque, o grande volume e diversidade financiar a hipoteca - e, consequentemente, tenham
de informações darão oportunidade a uma análise um acesso mais rápido e menos burocrático ao
refinada de como enxergar novas oportunidades de empréstimo.
negócios, ter uma tomada de decisão mais precisa, Para Francesca Carlesi, CEO e cofundadora da Molo,
reduzir os riscos, além de ofertar melhores preços. a parceria permitirá que a empresa alce voos ainda
De forma mais clara, podemos dizer que sem um maiores.
contexto, uma análise apurada e um refinamento “Estamos entusiasmados em colaborar com a
correto, os dados são apenas dados. Exemplificando
Experian. É mais um grande passo para fornecer
como uma metáfora, o posicionamento da Serasa no
Open Banking seria como: em meio a um mar de dados um serviço cada vez melhor, mais rápido e mais
desconexos e informações, se a empresa não souber personalizado aos nossos clientes, e esperamos
lapidar a informação, analisá-la e ter uma curadoria que esta tecnologia, em conjunto com a nossa, leve
específica, ela não conseguirá tirar muito proveito do
a uma personalização muito maior em um futuro
potencial que o modelo aberto do sistema financeiro
tem proporcionado ao mercado como um todo. não muito distante.”
Em termos práticos, é possível citar o movimento
da Experian no mercado do Reino Unido. No local,
a companhia atua como um importante parceiro,
dispondo de uma plataforma completa que oferece

21 I A revolução dos dados


A hora da
mudança:
consumidores
prontos?
22 I A revolução dos dados
Por último, mas não menos Na sequência, apareceram preocupações como:
invasão de privacidade; contatos não solicitados ou
importante: empresas de todos spam; controle e utilização dos dados por parte das
os portes que escolham aderir instituições e do próprio consumidor. Ou seja, é um
novo quadro de assimetria de informações que precisa
ao Open Banking não podem ser resolvido pelas próprias empresas participantes.
perder de vista que as novas Não se trata de simplesmente divulgar o novo ambiente
regras foram desenhadas para e entregar produtos genéricos. Os consumidores
terão que ser convencidos, de forma contundente,
aumentar a competitividade que é uma boa ideia transmitir seus dados para as
do setor e, principalmente, companhias e que realmente receberão serviços
adequados em troca.
para oferecer os produtos e
No Reino Unido, cerca de três anos após o programa
serviços mais adequados ao dar seus primeiros passos, a estimativa da consultoria
perfil de cada cliente. Insider Intelligence é que 5,6 milhões de pessoas
sejam atingidas pelo novo modelo. Já para 2022, a
expectativa é alcançar 19% da população do Reino
Para entender o contexto, vale até dar alguns passos Unido, com 10,1 milhões de usuários.
atrás. Historicamente, os serviços bancários se
Outro ponto relevante é que, durante a pandemia,
perpetuaram como processos analógicos. Quem não
com a população reclusa em casa, iniciativas do setor
tem um familiar que escolhe ir até o banco pagar um
ajudaram inclusive a facilitar o acesso a crédito e
boleto e olha torto se você sugere a realização da
a outros tipos de assistência para consumidores e
operação em formatos digitais?
pequenos negócios.
Quando se fala de dinheiro, as pessoas exigem ter
Em resumo, os bons exemplos táticos existem e a
confiança no processo. É verdade que a nossa interação
bola está no campo das empresas do setor. Quem
com a tecnologia vem crescendo exponencialmente e,
conseguir inovar e escolher os parceiros certos na
cada vez mais, serviços como o Pix vão integrando o
hora de desenvolver e comunicar suas soluções para
segmento nas plataformas digitais. Mas, sempre que
o Open Banking vai ficar na cara do gol.
se trata de algo novo, é preciso começar do zero.
Por isso, a necessidade de um bom refinamento de
Um artigo de 2020 da EY Brasil fala justamente sobre
dados e uma análise melhor de sua base: quanto mais
esse desafio. A gigante inglesa entende que, num
personalizados, com soluções inovadoras e agilidade
mundo cada vez mais tecnológico, “os consumidores
na hora de corrigir erros e possíveis riscos, maiores o
não estão apenas em busca de determinado produto,
engajamento e a fidelização do consumidor.
mas de um suporte para alcançar seus objetivos de
forma prática, personalizada, segura e com o menor Ou seja: independentemente da proposta inovadora
custo possível”. de produtos e serviços, as fintechs e os grandes
bancos só terão sucesso e engajamento com o Open
Para a empresa, há então um papel essencial na vida
Banking, se direcionarem seus esforços na resolução
das pessoas a ser atribuído às instituições financeiras
das dores e dos problemas de seus clientes. Chegou
– “a integração de experiências que possam atender
a hora de colocar a experiência do cliente como foco
os consumidores na intersecção de suas jornadas
principal.
e das cinco necessidades financeiras ao longo da
vida: poupar, gastar, investir, tomar empréstimos e
proteger”.
Nessa linha, à época em que Open Banking estava
sendo implementado no Reino Unido, em 2018, a
PwC entrevistou consumidores sobre suas principais
preocupações em relação ao novo ambiente bancário.
A maior delas, para 48% das pessoas, tinha a ver com
a segurança dos dados e até de identidade.
23 I A revolução dos dados
Sobre a
Serasa
Experian
Presente há mais de 50 anos no Brasil, a Serasa Experian é
líder em serviços de informação e detentora da maior base
de dados da América Latina. A marca se tornou sinônimo de
solução para todas as etapas do ciclo de negócios e possui
os relatórios mais precisos e eficazes do mercado, agora
potencializados pelos dados do Open Banking.

Apoiamos empresas, empreendedores e consumidores em


suas decisões de crédito e oferecemos soluções para gestão
de riscos, marketing e certificação digital.

Quer saber mais sobre os produtos e como a Serasa Experian


agregará nas soluções do Open Banking e contribuirá para
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