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Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia de São Paulo


Câmpus São João da Boa Vista

Nathália Pissuti Gomes

Descarte de equipamentos
eletroeletrônicos de informática e
telecomunicação:
um estudo com a comunidade interna do IFSP-SBV

São João da Boa Vista


2019
Nathália Pissuti Gomes

Descarte de equipamentos eletroeletrônicos de


informática e telecomunicação:
um estudo com a comunidade interna do IFSP-SBV

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de São
Paulo, como parte dos requisitos para a
obtenção do grau de Graduação.

Área de Concentração: TI Verde

Orientador: Prof. Me. Gustavo Aurélio


Prieto

São João da Boa Vista


2019
Folha destinada à inclusão da Catalogação na Fonte - Ficha Catalográfica (a ser solicitada à
Biblioteca IFSP – Câmpus São João da Boa Vista e posteriormente impressa no verso da Folha de Rosto
(folha anterior).

Catalogação na Fonte preparada pela Biblioteca Comunitária “Wolgran Junqueira Ferreira” do IFSP –
Câmpus São João da Boa Vista

Nathália Pissuti Gomes


Descarte de equipamentos eletroeletrônicos de informática e telecomunicação/
Nathália Pissuti Gomes. – São João da Boa Vista, 2019-
77 p. : il. (algumas color.) ; 30 cm.

Orientador Prof. Dr. Prof. Me. Gustavo Aurélio Prieto

Trabalho de Conclusão de Curso – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia


de São Paulo
Câmpus São João da Boa Vista , 2019.
1. Palavra-chave 1. 2. Palavra-chave 2. 3. Palavra-chave 3. I. Orientador. II.
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo. III. Título
Nathália Pissuti Gomes

Descarte de equipamentos eletroeletrônicos de


informática e telecomunicação:
um estudo com a comunidade interna do IFSP-SBV

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia de São Paulo, como parte
dos requisitos para a obtenção do grau de
Graduação.

Área de Concentração: TI Verde

Aprovado em DIA(número) de MÊS(por extenso) de ANO(Número).

Prof. Me. Gustavo Aurélio Prieto


Orientador
Titulação
Instituição

Professor Convidado 1
Titulação
Instituição

Professor Convidado 2
Titulação
Instituição

São João da Boa Vista


2019
GOMES, Nathália. Descarte de equipamentos eletroeletrônicos de informática e
telecomunicação: um estudo com a comunidade interna do IFSP-SBV. 2019. Monografia
(Graduanda do Curso Superior em Tecnologia de Sistemas para Internet) – IFSP, Câmpus
São João da Boa Vista. 2019.

RESUMO
A constante evolução tecnológica aliada à facilidade e aprimoramento de processos de
produção possibilitada pela revolução industrial, proporcionam uma ampla variedade de
equipamentos eletroeletrônicos disponíveis no mercado e, como consequência, um aumento
do descarte daqueles que são substituídos. Dentre os fatores responsáveis pelo descarte, a
obsolescência programada se torna marcante, tendo em vista que é uma prática adotada
por fabricantes para reduzir a vida útil de seus produtos. Outro grande fator de descarte
de equipamentos eletroeletrônicos deve-se à obsolescência perceptiva que acontece devido
à sensação de o equipamento estar ultrapassado por conta das mudanças de design e
performance nos novos modelos. Diante do exposto, o objetivo desse trabalho foi identificar
a intenção e motivação do descarte de equipamentos eletroeletrônicos de informática e
telecomunicação, assim como o conhecimento sobre as formas ambientalmente adequadas
de descarte, pela comunidade interna do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia
de São João da Boa Vista. Para tanto, foi feita pesquisa bibliográfica sobre os equipamentos
eletroeletrônicos e formas de descarte, realizada visita ao Centro de Descarte e Reúso de
Resíduos de Informática e aplicada pesquisa de intenção de descarte na comunidade interna.
Como resultado foi feito o registro documental da criação de um ponto de coleta, assim
como da forma de tratamento dos resíduos de equipamentos eletroeletrônicos recebidos,
também foi obtido o mapeamento da intenção de descarte do campus.

Palavras-chave: TI Verde. Lixo Eletrônico. Destinação Adequada. REEE.


GOMES, Nathália. Descarte de equipamentos eletroeletrônicos de informática e
telecomunicação: um estudo com a comunidade interna do IFSP-SBV. 2019. Monografia
(Graduanda do Curso Superior em Tecnologia de Sistemas para Internet) – IFSP, Câmpus
São João da Boa Vista. 2019.

ABSTRACT
The constant technological evolution combined with the ease and improvement of pro-
duction processes made possible by the industrial revolution, provide a wide variety of
electro-electronic equipment available on the market and, as a consequence, an increase in
the disposal of those that are replaced. Among the factors responsible for the disposal, the
programmed obsolescence becomes remarkable, considering that it is a practice adopted
by manufacturers to reduce the useful life of their products. Another great factor of
electro-electronic equipment discarding is due to the perceptual obsolescence that happens
due to the sensation of the equipment being outdated by the changes of design and
performance in the new models. Given the above, the objective of this work was to identify
the intention and motivation of the disposal of electronic and electronic equipment, as well
as the knowledge about environmentally appropriate forms of disposal, by the internal
community Federal Institute of Education Science and Technology of São João da Boa
Vista. Therefore, a bibliographic research on the electro-electronic equipment and forms of
disposal was made, a visit was made to the Center for Disposal and Reuse of Computer
Waste and applied research on the intention of disposal in the internal community. As a
result, the documentary record of the creation of a organization that collect e-waste was
made, as well as the treatment of the received e-waste, and the mapping of the campus
disposal intention was also obtained.

Keywords: Green IT. E-Waste. Suitable Destination. WEEE.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 –Linhas de produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22


Figura 2 –Foto CEDIR março de 2018 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Figura 3 –Intenção de destino de equipamentos em desuso ou quebrados (Alunos) 34
Figura 4 –Intenção de destino de equipamentos em desuso ou quebrados (Docentes
e Técnicos Administrativos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Figura 5 – Itens Descartados - Caçamba (Alunos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 6 – Itens Descartados - Caçamba (Docentes e Técnicos Administrativos) . . 38
Figura 7 – Itens Descartados - Catadores (Alunos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 8 – Itens Descartados - Catadores (Docentes e Técnicos Administrativos) . 41
Figura 9 – Itens Descartados - Coleta Seletiva (Alunos) . . . . . . . . . . . . . . . 43
Figura 10 – Itens Descartados - Coleta Seletiva (Docentes e Técnicos Administrativos) 44
Figura 11 – Itens Descartados - Lixo Comum (Alunos) . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Figura 12 – Itens Descartados - Lixo Comum (Docentes e Técnicos Administrativos) 47
Figura 13 – Itens Descartados - Lixão (Alunos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Figura 14 – Itens Descartados - Lixão (Docentes e Técnicos Administrativos) . . . . 50
Figura 15 – Itens Descartados - Pontos de Coleta (Alunos) . . . . . . . . . . . . . . 52
Figura 16 – Itens Descartados - Pontos de Coleta (Docentes e Técnicos Administra-
tivos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Figura 17 – Itens Descartados - Não sei onde descartar (Alunos) . . . . . . . . . . . 55
Figura 18 – Itens Descartados - Não sei onde descartar (Docentes e Técnicos Admi-
nistrativos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Figura 19 – Contribuiria com a indicação de pontos de coletas (Alunos) . . . . . . . 57
Figura 20 – Contribuiria com a indicação de pontos de coletas (Docentes e Técnicos
Administrativos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Figura 21 – Divulgaria para meus conhecidos os pontos de coleta (Alunos) . . . . . 58
Figura 22 – Divulgaria para meus conhecidos os pontos de coleta (Docentes e Técni-
cos Administrativos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Figura 23 – Doaria os equipamentos que funcionam e que não uso mais (Alunos) . . 59
Figura 24 – Doaria os equipamentos que funcionam e que não uso mais (Docentes e
Técnicos Administrativos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Figura 25 – Doaria os equipamentos quebrados (Alunos) . . . . . . . . . . . . . . . 60
Figura 26 – Doaria os equipamentos quebrados (Docentes e Técnicos Administrativos) 61
Figura 27 – Utilizaria um aplicativo para indicar quais são os pontos de coleta (Alunos) 61
Figura 28 – Utilizaria um aplicativo para indicar quais são os pontos de coleta
(Docentes e Técnicos Administrativos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CEDIR Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática

CRC Centro de Recondicionamento de Computadores

EEE Equipamentos eletroeletrônicos

EPI Equipamentos de proteção individual

GSMA Associação de Empresas da Indústria Móvel

IFSP-SBV Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo


Câmpus São João da Boa Vista

ISO International Organization for Standardization

MCTIC Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações

PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos

REEE Resíduos de equipamentos eletroeletrônicos

SST Saúde e segurança do trabalho

USP Universidade de São Paulo (São Paulo)


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.1 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.2.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.2.2 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3 Organização Deste Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

2 REVISÃO DA LITERATURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1 Equipamentos Eletroeletrônicos (EEE) . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.2 Obsolescência programada e percebida . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.3 Volume de REEE e seus malefícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.4 REEE e descarte ambientalmente correto . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.4.1 Legislações e Normas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.4.2 Processos e tecnologias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.4.3 Papel do Estado, das empresas e dos consumidores . . . . . . . . . . . . . 27

3 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.1 Pesquisa bibliográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.2 Visita técnica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.3 Elaboração do formulário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.4 Coleta e análise de dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4.1 Visita ao CEDIR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4.2 Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroele-
trônicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.2.1 Intenção de destino de equipamentos em desuso ou quebrados . . . . . . . 33
4.2.2 Equipamentos X Formas de descarte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.2.3 Ações de descarte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.2.4 Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

6 TRABALHOS FUTUROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
APÊNDICES 73

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE INTERESSE NO DESCARTE


DE EQUIPAMENTOS ELETROELETRÔNICOS . 75
17

1 INTRODUÇÃO

A constante evolução tecnológica aliada à facilidade e aprimoramento de processos


de produção possibilitada pela revolução industrial (PORTAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS,
2015), proporcionam uma ampla variedade de equipamentos eletroeletrônicos (EEE)
disponíveis no mercado e, como consequência, um aumento do descarte daqueles que são
substituídos. Diante disso, os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE), também
chamados de lixo eletrônico, representam a maior parte dos resíduos sólidos na atualidade
(LAURINDO et al., 2013).
De acordo com ONU (2018) foram gerados 44,7 milhões de toneladas de resíduos
eletrônicos no mundo em 2016, o que indica um aumento de 8% em relação ao volume
de 2014. A entidade também estima que para 2021 os resíduos terão um crescimento de
17%, totalizando 52,2 milhões de toneladas. Na América Latina em 2014, foram gerados
9% do total de REEE mundial, sendo o Brasil responsável pela maior parte do descarte
(36,16%) (G1, 2015). Atualmente, no relatório elaborado pelos autores Balde et al. (2017)
"The Global E-waste Monitor 2017", o Brasil é indicado como segundo maior produtor de
lixo eletrônico da América, perdendo apenas para os Estados Unidos da América.
A sociedade contemporânea vive em um modelo baseado na destruição criativa,
fazendo com que o sistema progrida com a evolução constante de seus bens de consumo,
assim fazendo fluir o fluxo financeiro por meio do descarte constante dos produtos adquiridos
por novos e melhorados (CALVÃO et al., 2009).
Dentre os fatores responsáveis pelo descarte, a obsolescência programada se torna
marcante, tendo em vista que é uma prática adotada por fabricantes para reduzir a vida
útil de seus produtos, fazendo com que o consumidor tenha a necessidade precoce de
adquiri-lo novamente, assim aumentando o lucro (SANTOS; DOMINIQUINI, s.d.).
Além da obsolescência programada, outro grande fator de descarte de EEE se
deve à obsolescência perceptiva que acontece devido à sensação de o equipamento estar
ultrapassado por conta das mudanças de design e performance nos novos modelos, o que
faz com que o consumidor considere seu produto obsoleto (MOURA; ALMEIDA, 2014).
No entanto, independentemente da motivação do descarte, a correta destinação
dos resíduos é apresentada na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (BRASIL,
2010) que, dentre outras coisas, determina a responsabilidade compartilhada pelo ciclo
de vida dos produtos, ou seja, desde os fabricantes até os responsáveis pelo manejo dos
resíduos são responsáveis pela redução da geração de resíduos e dos impactos causados à
saúde humana e qualidade ambiental. No caso dos REEEs, destaca-se a importância da
redução do impacto negativo do descarte dos resíduos devido ao fato de que estes não são
18 Capítulo 1. Introdução

compostos apenas de materiais que podem ser reciclados, mas também de metais pesados,
que podem ser tóxicos para o ser humano e para o meio ambiente, poluindo o solo e as
reservas de água subterrâneas (ROCHA et al., 2009).
Para que o quadro atual de REEE seja alterado é preciso primeiramente mudar o
conceito de que os únicos causadores da degradação ambiental são as indústrias e, além
de requisitar boas práticas de fabricantes, também se voltar para a responsabilidade
compartilhada referente aos consumidores e agentes públicos (VIEIRA; REZENDE, 2015).
A participação da comunidade na preservação do meio ambiente se tornou ecologicamente
vital e eticamente importante, fazendo com que a conscientização seja necessária para
ampliação dos debates e ações para resolução dos problemas ambientais (BRUM, 2009).
Diante disso, este trabalho tem como objetivo geral identificar a intenção e motivação
do descarte de equipamentos eletroeletrônicos de informática e telecomunicação, assim como
o conhecimento sobre as formas ambientalmente adequadas de descarte, pela comunidade
interna (servidores e discentes) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
de São Paulo Câmpus São João da Boa Vista (IFSP-SBV) visando verificar a viabilidade
do desenvolvimento de um aplicativo para dispositivos móveis que auxilie os usuários a
localizarem pontos de coleta.

1.1 JUSTIFICATIVA

O modelo de destruição criativa adotado pela sociedade demanda que sejam


aplicadas formas de descarte acessíveis aos cidadãos e que sigam métodos que beneficiem
os três pilares da sustentabilidade. Acredita-se que a disponibilização de um aplicativo
para disposivos móveis, que indique locais adequados para descarte, contribua ambiental,
social e economicamente com o processo.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Identificar a intenção e motivação do descarte de equipamentos eletroeletrônicos de


informática e telecomunicação, assim como o conhecimento sobre as formas ambientalmente
adequadas de descarte, pela comunidade interna (servidores e discentes) do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo Câmpus São João da Boa Vista
(IFSP-SBV).
1.3. Organização Deste Trabalho 19

1.2.2 Objetivos Específicos

• Realizar uma visita técnica ao Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática


(CEDIR) da Universidade de São Paulo (USP);

• Identificar entre os servidores e discentes do IFSP-SBV suas intenções e motivações


para descarte de REEE, e seus conhecimentos sobre as formas ambientalmente
adequadas para descarte;

1.3 ORGANIZAÇÃO DESTE TRABALHO


Este trabalho está estruturado em 5 capítulos. O primeiro introduz o assunto,
justifica o desenvolvimento e apresenta os objetivos. O segundo apresenta a revisão da
literatura dividida em quatro partes: o que são os equipamentos eletroeletrônicos e como
são categorizados; a história de como surgiu obsolescência programada e perceptiva e
suas respectivas definições; o volume dos REEE e seus malefícios; e o levantamento das
legislações e normas existentes sobre o assunto, formas de descarte propostas e o papel
do estado, empresas e consumidores no descarte correto. No terceiro capítulo é descrita
a metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho e suas etapas. No quarto
capítulo são apresentados os resultados e, por fim, no quinto capítulo as conclusões com
sugestão para trabalhos futuros.
21

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 EQUIPAMENTOS ELETROELETRÔNICOS (EEE)


Para que um dispositivo seja classificado como um equipamento eletroeletrônico
(EEE) é necessário que ele careça de corrente elétrica ou campo eletromagnético para
pleno cumprimento de suas atividades ou que ele tenha a função de gerar essas correntes
(PARLAMENTO EUROPEU, 2003).
Tendo em mente que essa classificação abrange uma infinidade de equipamentos
cujas características principais como vida útil, porte, componentes e composição destoam
entre si, a literatura ainda divide os EEE em dez categorias que, segundo PORTAL DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS (2015), são definidas como: 1. Grandes eletrodomésticos (equipa-
mentos de refrigeração e máquinas de lavar); 2. Pequenos eletrodomésticos (aspiradores e
aparelhos de costura); 3. Equipamentos de consumo (rádios e televisões); 4. Equipamentos
de iluminação (lâmpadas fluorescentes clássicas e compactas); 5. Ferramentas elétricas
e eletrônicas (brocas e serras, com exceção de ferramentas industriais fixas de grandes
dimensões); 6. Brinquedos e equipamento de desporto e lazer (consoles de jogos ou pistas de
carros de corrida); 7. Aparelhos médicos (equipamentos de radioterapia e cardiologia, com
exceção de todos os produtos implantados e infectados); 8. Instrumentos de monitorização
e controle (detectores de fumaça e termostatos); 9. Distribuidores automáticos (máquinas
de café e refrigerante); e 10. Equipamentos informáticos e de telecomunicações.
Este trabalho aborda a categoria de equipamentos informáticos e de telecomunica-
ções, na qual estão classificados equipamentos de processamento centralizado de dados
como macrocomputadores, minicomputadores e unidades de impressão; computadores
pessoais (incluindo mouse, monitor e teclado); computadores portáteis; copiadoras; má-
quinas de escrever elétricas e eletrônicas; calculadoras; outros produtos e equipamentos
para recolher, armazenar, tratar, apresentar ou comunicar informações por via eletrônica;
sistemas e terminais de utilizador; telecopiadoras; telex; telefones; postos telefônicos públi-
cos; telefones sem fios; telefones celulares; respondedores automáticos; outros produtos ou
equipamentos para transmitir som; imagens ou outras informações por telecomunicação
(PORTAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS, 2015).
ABDI (2012) apresenta outra forma de categorização em que os equipamentos
são separados por linhas de produção (Figura 1). Apesar de ser menos detalhada e
contemplar menos equipamentos, se torna prática por utilizar como critério a vida útil,
porte e composição dos EEEs.
22 Capítulo 2. Revisão da Literatura

Figura 1 – Linhas de produção

Fonte: (ABDI, 2012)

2.2 OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA E PERCEBIDA


Na década de 1920, a racionalização produtiva fez com que os métodos utilizados
para produção se tornassem mais rápidos e baratos, fazendo com que fosse possível produzir
em larga escala à um preço acessível. Entretanto, esse novo processo de confecção afetava
diretamente as vendas, tendo em vista que, como a linha de produção era rápida e os
produtos resultantes duradouros, a demanda se tornava demasiadamente maior que a
procura. Isso fez com que surgisse a necessidade de reduzir a vida útil dos produtos, assim
nascendo a obsolescência programada (SILVA, 2012).
A obsolescência programada pode ser definida como uma prática adotada por
fabricantes para reduzir a vida útil de seus produtos, fazendo com que o consumidor tenha
a necessidade precoce de adquiri-lo novamente, assim aumentando o lucro (SANTOS;
DOMINIQUINI, s.d.). Luna (2016) afirma que ela se faz indispensável para o funcionamento
da economia moderna, pois gera o aumento do consumo de bens em um curto período de
tempo e, consequentemente, o crescimento econômico.
De acordo com Conceição, Conceição e Araújo (2014), sua primeira ocorrência
registrada ocorreu em 1924, quando fabricantes de lâmpadas dos Estados Unidos e da
Europa se reuniram para reduzir o tempo de vida útil de seu produto para 1000 horas
ao invés das 3000 horas produzidas naquele período. Contudo, foi conceituada apenas na
década de 1930 por Bernard London com o intuito de sanar o desemprego provocado pela
Grande Depressão.
London (1932) acreditava que o avanço da tecnologia havia feito com que o tempo de
vida útil dos produtos aumentasse e as pessoas, preocupadas com o desemprego provocado
pela crise, não se desfaziam de seus bens-materiais até que estes não cumprissem mais ao
seu propósito, o que causava a redução da demanda e por consequência agravava cada vez
2.3. Volume de REEE e seus malefícios 23

mais a crise.
Embora as ideias de London (1932) tenham sido descartadas na época, após o
final da Segunda Guerra Mundial, na década de 1950, elas não apenas foram resgatadas,
como também foram renovadas com o conceito de obsolescência percebida. Os meios de
comunicação iniciavam o bombardeamento dos consumidores com designs modernos e
novas funcionalidades, provocando o excesso de consumo a partir do sentimento de que, se
o equipamento não fosse trocado, o consumidor ficaria socialmente excluso (CONCEIÇÃO;
CONCEIÇÃO; ARAÚJO, 2014). Luna (2016) ainda ressalta que o estímulo do consumismo
é anunciado como uma forma de atingir a felicidade por meio da aquisição de novos itens,
obtendo satisfação ao gabar-se pelo que possui.
Observa-se que a obsolescência perceptiva também é um método utilizado por
fabricantes para programar o fim do tempo de uso do produto, ela também é tratada como
obsolescência programada por alguns autores. Isso pode ser visto em Montenegro, Vale
e Sousa (2014), quando as autoras explicam como a inquietude juvenil, provocada pela
necessidade de definir sua identidade e se unir a um grupo, contribui para os lançamentos
contínuos.
Whiteley (1998) aponta que a forma como o design é utilizado apenas estimula o
desejo de consumidores, fazendo com que não se tornem nada além de agentes do processo
de manufatura, tornando os produtos obsolescentes antes do tempo. O autor também
ressalta que o desejo de manipular pessoas em massa, em troca de ganho financeiro, deveria
ser moralmente questionado em nossa sociedade e que o design deveria ter como foco a
praticidade, levando sempre em consideração as condições da sociedade.

2.3 VOLUME DE REEE E SEUS MALEFÍCIOS


Em 2012, o primeiro mapeamento mundial de resíduos eletrônicos realizado pela
ONU mostrou que, somando a quantidade presente nos países, o lixo eletrônico se aproxi-
mava de 49 milhões de toneladas, o equivalente à 7 Kg por habitante. Na América Latina,
o Brasil chegou a marca de 1,4 milhões de toneladas (SPITZCOVSKY, 2013).
Segundo os dados levantados pela ONU, o Brasil é país de mercado emergente
com o maior descarte de lixo eletrônico per capita, tendo o equivalente a meio quilo por
pessoa (ESTADÃO, 2010). De acordo com uma pesquisa da Associação de Empresas da
Indústria Móvel (GSMA) em 2015, dos 3,9 milhões de toneladas de lixo eletrônico que são
gerados na América Latina todos os anos, 1,4 milhões, o que seria equivalente a 36%, são
produzidos no Brasil (G1, 2015). O país gera 96,8 mil toneladas, perdendo apenas para
a China que chega a gerar 300 mil toneladas (DEMAJOROVIC; AUGUSTO; SOUZA,
2016).
24 Capítulo 2. Revisão da Literatura

A grande quantidade de REEE se torna preocupante devido aos materiais contidos


neles, tendo em vista que além do que pode ser reciclado e recuperado, também estão
presentes metais pesados, que podem ser tóxicos ao ser humano e ao meio ambiente,
fazendo com que o descarte incorreto possa causar contaminação, não apenas nas pessoas
que os manuseiam, mas também do solo e reservas de água subterrâneas (ROCHA et al.,
2009).

2.4 REEE E DESCARTE AMBIENTALMENTE CORRETO


A obsolescência programada e percebida não afetam apenas a economia, mas
também o meio ambiente, tendo em vista que o excesso de produção explora e esgota os
recursos naturais ao gerar toneladas de resíduos que, se não forem corretamente descartados,
podem causar contaminações (LUNA, 2016). Para reduzir os males provocados pelo excesso
de resíduos, foram elaboradas legislações e normas, em âmbito mundial e nacional, buscando
a não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, assim
como a disposição final adequada para cada tipo de rejeito.

2.4.1 Legislações e Normas


Desde de janeiro de 2003, o Parlamento Europeu colocou em vigor a Diretiva
2002/95/CE para regulamentar os REEE, tornando obrigatório que os fabricantes se
tornassem responsáveis por todos os EEE produzidos por eles (PARLAMENTO EUROPEU,
2003). Além disso, o uso de determinadas substâncias perigosas se tornou restrita pela
Diretiva 2002/95/CE (RoHS) (CRETA, 2010 apud BACHI, 2013).
No Brasil, Estado de São Paulo, com o intuito de controlar a poluição causada
pelas resíduos sólidos e melhorar a saúde pública, em março de 2006 foi decretada a Lei
no 12.300 definindo princípios, diretrizes, objetivos e instrumentos para a gestão de REEE,
prevendo não apenas a gestão integrada e compartilhada, mas também o incentivo às
práticas de reutilização, reciclagem, redução e recuperação, assim considerando as variáveis
ambientais, sociais, culturais, econômicas, tecnológicas e de saúde pública (ASSEMBLEIA
LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2006).
Posteriormente, em 2009 e também no Estado de São Paulo, foi criada a Lei Esta-
dual no 13.576 determinando a destinação final adequada dos resíduos de equipamentos
eletroeletrônicos. Nela está previsto que a responsabilidade é compartilhada entre as em-
presas que produzem, comercializam e importam os equipamentos. Também é mencionada
a reciclagem e reaproveitamento total ou parcial dos EEE, bem como a neutralização dos
componentes antes do descarte (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO
PAULO, 2009).
2.4. REEE e descarte ambientalmente correto 25

Em âmbito nacional, apenas em 2010 foi criada Política Nacional de Resíduos


Sólidos (PNRS) na qual a responsabilidade do ciclo de vida do EEE foi expandida para
os distribuidores, consumidores e titulares de serviços públicos de limpeza urbana, tendo
eles o dever de recolher e tratar ou encaminhar os resíduos para aterros. Com a PNRS
(BRASIL, 2010) também se torna obrigatório o desenvolvimento de sistemas de logística
reversa sob a possibilidade de enquadramento na Lei de Crimes Ambientais.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que representa a Organização
Internacional de Normalização (International Organization for Standardization - ISO) no
Brasil, dispõe de normas relacionados aos EEE que visam a padronização dos processos e
são amplamente adotadas com o intuito de melhoria dos processos e melhor atendimento
das leis. Além da NBR ISO 14.001 (ABNT, 2015b) que discorre sobre sistemas de gestão
ambiental, a ABNT dipõe de duas normas específicas para REEE: NBR ISO 16156 (ABNT,
2013) e NBR IEC/PAS 62545 (ABNT, 2015a).
Na NBR ISO 16156 (ABNT, 2013) são definidos requisitos para proteção do meio
ambiente e o controle de riscos de saúde e segurança do trabalho (SST) para empresas
que realizam a manufatura reversa de REE, entre eles está o requisito da empresa possuir
um sistema de gestão de resíduos apropriado à natureza, que tenha melhoria contínua
(estabelecendo, implementando e mantendo objetivos ambientais) e se preocupe com a
SST, assim como com a prevenção da poluição.
Já na NBR IEC/PAS 62545 (ABNT, 2015a) está previsto que o fabricantes devem
colocar no mercado produtos que estão de acordo com as regulamentações, requisitos
técnicos, ambientais e expectativas do usuários, fazendo com que os produtores busquem
informações anteriores a manufatura com seus fornecedores e entreguem informações
relacionadas ao produto para seus clientes. Para isso define a estruturação da troca de
informações durante o ciclo de vida do produto (fornecedor-produtor, produtor-cliente),
definindo quais informações devem ser passadas. O produto deve ser avaliado de acordo
com todo o seu ciclo de vida, para evitar a ocultação de aspectos que possam vir a ser
prejudiciais nas demais etapas do ciclo de vida, também incluindo o fim da vida do produto.
A NBR ISO 14.001 (ABNT, 2015b) define a melhoria do desempenho ambiental
da empresa, para organizações que buscam gerenciar suas responsabilidades ambientais de
forma sistemática e que contribua para o pilar ambiental da sustentabilidade. Para isso,
devem ser definidas as partes interessadas pertinentes para o sistema de gestão ambiental
e suas necessidades para poder definir os requisitos legais e outros requisitos.

2.4.2 Processos e tecnologias


Um processo importante para a gestão interna dos resíduos é a reutilização de
equipamentos, diminuindo, com isso, o volume dos resíduos. Essa prática não é muito
26 Capítulo 2. Revisão da Literatura

efetiva para grandes corporações por não abordar todo o ciclo de vida do EEE. No
entanto, uma alternativa para tratar corretamente os EEE, sem gerar gastos externos
com a contratação de empresas especializadas é a implementação de uma área específica
para recondicionamento e manutenção onde deverão ser realizados testes para verificar a
possibilidade de reutilização e identificar reparos necessários e, para casos em que a solução
é o descarte, esta equipe tenha condições de separar os materiais perigosos e armazenar
corretamente os componentes (REIDLER, 2012).
Conde, Xavier e Frade (2014) sugerem um layout físico que pode ser utilizado para
a gestão dos resíduos, contendo os seguintes itens:

• Área de carga com porta ampla e espaço para deslocamento por meio de empilhadeira;

• Área de triagem com bancada para testes, ferramentas de fácil acessibilidade, pontos
de energia e manta antiestática sobre a bancada;

• Área de armazenamento para equipamentos aptos para reuso protegido de poeira,


calor ou movimentação;

• Área de armazenamento para equipamentos que não podem ser reutilizados próximo
ao local de desmontagem. Os componentes separados desses equipamentos devem ser
destinados de acordo com suas características, por exemplo: plásticos e metais para
indústrias de reciclagem; monitores e cabos devem ser descontaminados e manuseados
com a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) adequada;

• Área de saída dos materiais com a mesma estrutura que a área de carga;

Igualmente necessário para a redução dos resíduos, é o melhoramento dos processos


de fabricação. Não se deve apenas preservar o que já está produzido, mas também planejar
a fabricação dos equipamentos para facilitar as etapas de desmontagem, separação e
retorno para a cadeia produtiva. Diante disso, a mudança do comportamento de cidadãos
e produtores passa a ter um papel fundamental no processo de desenvolvimento de novos
produtos(BORTOLETO, 2014). No entanto, a mudança vai além da conscientização. Uma
alternativa é que o planejamento aborde práticas sustentáveis que, segundo Elkington
(1994), precisa atender ao Triple Bottom Line (Três Pilares da Sustentabilidade), ou seja,
precisa buscar o bem estar e igualdade social, ser economicamente viável e reduzir ao
máximo os danos causados ao meio ambiente.
Por trazer benefícios financeiros imediatos, a prática de vender os equipamentos
que não tem mais um desempenho aceitável ou não estão em pleno funcionamento é
comumente adotada. Entretanto, por não ter acompanhamento após a venda que comprove
sua destinação final adequada, ela não oferece benefícios reais para a sociedade e para o
meio ambiente. Embora seja vital iniciar os processos com controle e gerenciamento interno,
2.4. REEE e descarte ambientalmente correto 27

não é possível continuá-los sem acompanhamento externo (SANTOS; NASCIMENTO;


NEUTZLING, 2014).
O projeto "Computadores para Inclusão"do Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações (MCTIC) tem o intuito de contribuir para o meio ambiente
e para a sociedade por meio da geração de empregos e inclusão digital e, do ponto de
vista econômico, ampliando a vida útil dos equipamentos utilizados pelos órgãos públicos.
Xavier et al. (2010) também pontuam que uma das formas para garantir a destinação final
do equipamento recondicionado pelos Centro de Recondicionamento de Computadores
(CRC) é direcioná-los para órgãos públicos, como escolas e bibliotecas, com o compromisso
de devolução para o CRC, removendo assim a incerteza da destinação dos REEE.
Uma vez iniciado o processo de reciclagem dos equipamentos, é necessário descaracterizá-
lo removendo a marca do fabricante e, quando for o caso, as informações presentes nele
(CONDE; XAVIER; FRADE, 2014). Em seguida é preciso que sejam classificados para
definição dos métodos que serão utilizados para o tratamento (MORAES; ESPINOSA;
LUCENA, 2014), sendo eles:

1. Pré-tratamento/desmontagem: Separação seletiva dos componentes tóxicos e


outros materiais;

2. Beneficiamento: Utilização de processos físicos e/ou processos metalúrgicos para


separar e concentrar os materiais;

3. Refino: Recuperação dos materiais por meios físico/químicos;

No caso dos componentes não poderem ser reutilizados, a melhor tecnolgia para
descarte é a incineração, mas seu alto custo pode tornar o procedimento inviável. Neste
caso, a alternativa é o descarte em aterros sanitários (CONDE; XAVIER; FRADE, 2014).

2.4.3 Papel do Estado, das empresas e dos consumidores


A participação da comunidade na preservação do meio ambiente se tornou ecologi-
camente vital e eticamente importante, fazendo com que a conscientização seja necessária
para ampliação dos debates e ações para resolução dos problemas ambientais (BRUM,
2009). Para que o quadro atual de REEE seja alterado é preciso, primeiramente, mudar o
conceito retrógrado de que os únicos causadores da degradação ambiental são as indústrias
e, além de requisitar boas práticas de fabricantes, também se voltar para a responsabilidade
compartilhada referente aos consumidores e agentes públicos (VIEIRA; REZENDE, 2015).
Um fator agravante para o descarte incorreto realizado por pessoas físicas é a falta
de divulgação dos pontos de coleta presentes nas cidades, o que poderia ser corrigido por
28 Capítulo 2. Revisão da Literatura

uma maior divulgação realizada pelas prefeituras e empresas que realizam a coleta (SILVA,
2011).
As principais empresas brasileiras frabricantes de produtos de informática possuem
estratégias para efetuar a logísticas reversa. A Dell, por exemplo, realiza campanhas de
arrecadação de computadores usados, oferecendo a opção de doar o equipamento para a
National Cristina Foundation, que ajuda crianças e adultos portadores de deficiência e
economicamente carentes ou reciclar os equipamentos de forma ecologicamente correta.
Outra empresa brasileira, Itautec, possui uma política de coleta e reciclagem de computa-
dores obsoletos onde é realizado o recebimento, desmontagem, descaracterização, pesagem
e separação das partes por tido de material. Os materiais são enviados para recicladores
homologados, ao final esse material é utilizado para produção de novos produtos (XAVIER
et al., 2010).
Xavier et al. (2010) ainda ressalta que a união do programa do governo federal
de inclusão digital e as práticas adotadas pelas empresas privadas para logística reversa
podem contribuir não apenas para a diminuição de resíduos tóxicos, mas também para
a geração de empregos. Além disso, o acesso digital seria ampliado para pessoas menos
favorecidas, como acontece nas principais capitais do país.
29

3 METODOLOGIA

Para responder ao objetivo geral de identificar a intenção e motivação do descarte


de equipamentos eletroeletrônicos de informática e telecomunicação, assim como o conhe-
cimento sobre as formas ambientalmente adequadas de descarte, pela comunidade interna
do IFSP-SBV, este trabalho foi divido em quatro marcos:

1. Pesquisa bibliográfica

2. Visita técnica

3. Elaboração do formulário

4. Coleta e análise de dados

3.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA


Pesquisa de artigos científicos, livros e entidades especializadas para fundamentação
teórica e elaboração dos questionários (Apêndice A) utilizados na pesquisa-ação.

3.2 VISITA TÉCNICA


Com finalidade aplicada e objetivos descritivos, a visita foi realizada ao Centro
de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática (CEDIR) na Universidade de São Paulo
Campus São Paulo (USP) para verificar como funciona o descarte de REEE na prática. O
roteiro da visita foi elaborado pelo CEDIR, tendo em vista que visitantes externos são
regulares.
O registro foi feito por meio de fotos e áudio, transcrito para facilitar consulta,
ambos disponíveis no Github1 da autora do trabalho.

3.3 ELABORAÇÃO DO FORMULÁRIO


Para a elaboração do questionário (Apêndice A) a autora baseou-se na pesquisa de
descarte de eletroeletrônicos realizada em Belo Horizonte por Siqueira e Marques (2015).
O instrumento possui quatro questões objetivas, sendo a primeira para identificar
a categoria do respondente, uma para verificar os conhecimentos sobre o descarte correto
1
https://github.com/Nathipg/visita-cedir
30 Capítulo 3. Metodologia

dos diversos REEE elencados e duas utilizando a escala Likert para que o usuário pudesse
informar suas intenções de descarte, sendo que em uma delas o respondente também foi
questionado sobre seu interesse por um aplicativo para dispositivos móveis que pudesse
auxiliar na localização de pontos de coleta. Quando o respondente concluia a pesquisa era
apresentada uma mensagem de agradecimento.
Conforme Omote, Prado e Carrara (2005), para prevenir erros durante o preen-
chimento do questionário, foi utilizada ferramenta de criação de formulários eletrônicos,
Google Forms, que já faz o apontamento de erros mais básicos, como campos obrigatórios
em branco e torna mais prática a análise dos dados por já apresentá-los em formato de
planilha.

3.4 COLETA E ANÁLISE DE DADOS


Foi realizada pesquisa de natureza quantitativa, por meio de método survey e
aplicada na primeira semana de outubro de 2018. De uma população de 137 servidores
e 403 discentes do IFSP-SBV, obteve-se resposta de 30 servidores (11 docentes e 7
administrativos) e 180 alunos.
A aplicação do questionário para os discentes contou com o apoio dos docentes dos
cursos. Utilizou-se o sistema de horários das aulas para elaborar uma escala de tal forma
que os docentes que ministrassem aulas em laboratórios aplicassem a pesquisa. Já para os
servidores, foi enviada uma mensagem eletrônica com a apresentação do trabalho e o link
para a pesquisa.
Como foi utilizado o Google Forms para a aplicação do formulário, os dados não
precisaram ser tabulados, tendo em vista que o serviço oferece a opção de exportá-los para
planilha.
Em seguida, os dados foram separados em dois grupos, sendo que o primeiro foi o
grupo de alunos e, o segundo, o grupo de docentes e técnicos administrativos, para que
fosse possível fazer comparações entre as diferentes gerações que responderam a pesquisa.
Para a quantificação dos dados, foi utilizada a função CONT.SE e os números resultantes
foram utilizados para geração dos gráficos.
31

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme descrito na metodologia, foi feita visita técnica ao CEDIR e aplicada


pesquisa para verificar a intenção de descarte de EEE no IFSP Camous São João da Boa
Vista. Os resultados obtidos estão descritos nesta seção.

4.1 VISITA AO CEDIR


A visita foi realizada no dia 16 de março de 2018 no período da manhã. Nela foi
feita uma breve apresentação de como foi o projeto foi criado e a forma como foi feito o
tratamento dos REEE através dos anos. Na figura 2, pode-se ver uma foto da área onde é
feito o estoque de REEE.

Figura 2 – Foto CEDIR março de 2018

Fonte: Elaborado pela autora

Tudo começou em 2009 com a professora Tereza, na época diretora do centro de


computaçãoe eletrônica da USP. Na época, o campus tinha uma comissão de sustentabili-
dade para que fossem feitas propostas de iniciativas sustentáveis, entre essas propostas, foi
realizado um dia para arrecadação de equipamentos de informática que foi bem sucedida,
arrecadando 5 toneladas de material.
Dado o sucesso da arrecadação, começaram os questionamentos do que aconteceria
caso fosse feita uma campanha maior, com mais pessoas e mais tempo. Com isso, foram
32 Capítulo 4. Resultados e Discussão

feitas observações sobre como eram tratados os equipamentos antigos na universidade


e constatou-se que eles eram acumulados em salas, jogados fora ou doados, sendo que,
frequentemente, não havia como saber o paradeiro dos equipamentos.
Tendo isso em mente, a professora Tereza apoiou a iniciativa para construção do
centro, que foi, também, aprovado pela reitoria e efetivamente construído em janeiro de
2010, com o espaço de 600 m. Atualmente o centro mudou de lugar e conta com um espaço
de 450 m.
A recepção do projeto foi boa, sendo que apenas nos três primeiros meses foi feita
uma arrecadação de 76 toneladas, fazendo com que desde então, o CEDIR continue rece-
bendo equipamentos de informática e telefonia proveniente de universidades, comunidade
externa, alunos e funcionários.
Para fazer o controle das doações, é requisitado que seja feito um agendamento
(pessoas físicas não precisam agendar), no local, é preenchido um formulário com o que
está sendo doado e a quantidade.
Tudo é controlado por peso, não apenas por facilitar a entrada, evitando a contagem
de numerosos periféricos, mas também para facilitar a logística de transporte dos REEE
quando for feita a saída.
A primeira etapa depois de receber os equipamentos é tentar fazer a reutilização,
por ser um meio mais economico de dinheiro e tempo, assim como o que vai ter o máximo
aproveitamento dos equipamentos antes de se tornarem REEE.
Para fazer o reúso, os equipametos passam por manutenção e, quando é possível
aumentar a vida útil deles, são emprestados para instituições. Os empréstimos são feitos
apenas para instituições, para que seja possível saber onde os equipamentos estão, saber
que serão devolvidos e para que eles sejam usados de forma a contribuir para a sociedade
e não como ganho pessoal.
Para realizar um empréstimo é necessário enviar um e-mail com alguns dados
básicos, como cópia do RG, ata da reunião ou ofício. Depois, um formulário é preenchido
com os dados da instituição e os equipamentos que estão sendo levados. Quando a instituição
faz esse empréstimo, ela assume o compromisso de devolver o equipamento quando este
chegar ao fim de sua vida útil ou não seja mais necessário por qualquer motivo.
Embora boa parte dos empréstimos seja de computadores montados, existe também
a demanda de peças de computadores para os cursos de informática que existem dentro
da universidade.
No final de cada mês, os formulários são passados para planilha e então arquivados.
Quando não é possível fazer o reúso, podendo ser por estar severamente danificado,
o tempo gasto desmontando para reaproveitamento de partes não compensar, estar obsoleto,
4.2. Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroeletrônicos 33

etc, é feito o processo de reciclagem.


No começo do CEDIR, era feito o processo de desmontagem dos equipamentos,
mas devido a falta de mão de obra e o espaço reduzido, atualmente, a reciclagem é feita
por empresas tercerizadas.
A terceira etapa, quando não é possível reutilizar ou reciclar, é entrar em contato
com o fabricante, tendo em vista que alguns são adeptos à logistica reversa.
Caso não tenha outra alternativa, é feita a quarta etapa, na qual é feito o pagamento
para que o equipamento seja descartado. Nesse caso, são aplicados processos como os de
incineração, que possui tratamento com filtros adequados para não ser poluente, entretanto
são processos custosos.

4.2 QUESTIONÁRIO DE INTERESSE NO DESCARTE DE EQUI-


PAMENTOS ELETROELETRÔNICOS
Assim como feito na USP, para que seja possível viabilizar projetos futuros quanto
ao descarte de REEE é necessário, primeiramente, analisar o interesse da comunidade
local. Para tanto, foi feita a aplicação da pesquisa de interesse, obtendo 210 respostas.
Vale ressaltar que a população de alunos pesquisados era maior do que a população
de docentes e técnicos administrativos, respectivamente 180 e 30, o que fez com que a
variabilidade estatística se mostrasse superior entre os alunos.

4.2.1 Intenção de destino de equipamentos em desuso ou quebrados


Para verificar o que a comunidade costuma fazer com os EEE em desuso ou
quebrados que eles possuem, foi aplicada questão de multipla escolha, sendo que apenas
uma opção poderia ser selecionada para cada item. Nela haviam quatro alternativas:
Funciona mas está antigo; Está quebrado mas pretendo consertar; Está quebrado e não
pretendo consertar; e Não aplicável. A alternativa "Não aplicável"foi adicionada para o
caso do perguntado não ter o equipamento, por isso optou-se por remover dos gráficos
gerados.
34 Capítulo 4. Resultados e Discussão

Figura 3 – Intenção de destino de equipamentos em desuso ou quebrados (Alunos)

Fonte: Elaborado pela autora


4.2. Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroeletrônicos 35

Figura 4 – Intenção de destino de equipamentos em desuso ou quebrados (Docentes e


Técnicos Administrativos)

Fonte: Elaborado pela autora

Nos gráficos de intenção de destino de equipamentos em desuso ou quebrados


de alunos (Figura 3) e servidores (Figura 4), percebe-se que a intenção de consertar
equipamentos danificados é maior entre os alunos do que entre os servidores do câmpus,
visto que, enquanto em todos os itens consta ao menos cerca de 10% de intenção entre os
36 Capítulo 4. Resultados e Discussão

alunos, atingindo pico de quase 50% no caso de computadores e notebooks, apenas em


doze dos itens é notável intenção dos servidores.
Além disso, o percetual de equipamentos em desuso por serem antigos também
se mostra superior entre os servidores, na medida que dez itens constam 50% ou mais,
enquanto entre os alunos apenas três itens atingiram o mesmo valor.
Por outro lado, os percentuais intenção de destino de acessórios menores e menos
despendiosos, como fones de ouvido, webcams, etc, se mantém nos dois gráficos, variando
por volta de 1% no percentual de descarte por estar antigo.

4.2.2 Equipamentos X Formas de descarte


Para verificar os tipos de equipamentos mais descartados em cada meio, optou-se
por selecionar os cinco mais descartados em cada meio, permitindo melhor interpretação
dos gráficos. Como alguns itens constavam o mesmo número, foram aceitas repetições
para empates em cada posição, por isso constam cinco itens ou mais. Nessa questão, era
permitido que os usuários selecionassem mais de um meio de descarte para cada item.
4.2. Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroeletrônicos 37

Figura 5 – Itens Descartados - Caçamba (Alunos)

Fonte: Elaborado pela autora


38 Capítulo 4. Resultados e Discussão

Figura 6 – Itens Descartados - Caçamba (Docentes e Técnicos Administrativos)

Fonte: Elaborado pela autora


4.2. Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroeletrônicos 39

A Figura 5 e a Figura 6 mostram que descarte em caçambas são adotados por


cerca de 8% dos alunos e cerca de 6% dos servidores. Contudo, caso as caçambas não
tenham sido colocadas com o objetivo de coletar REEE, mas sim outros materias, como
materias para construção, como são comumente utilizados, isso pode ser prejudicial para o
meio ambiente, para os trabalhadores que vão entrar em contato com esse material e pode
provocar mais custos para a separação.
40 Capítulo 4. Resultados e Discussão

Figura 7 – Itens Descartados - Catadores (Alunos)

Fonte: Elaborado pela autora


4.2. Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroeletrônicos 41

Figura 8 – Itens Descartados - Catadores (Docentes e Técnicos Administrativos)

Fonte: Elaborado pela autora


42 Capítulo 4. Resultados e Discussão

Analisando a Figura 7 e a Figura 8, vê-se que o descarte por catadores é semelhante


nos dois grupos, sendo está uma opção viável caso o catador esteja usando equipamento
de proteção e depois vá encaminhar os REEE para local que faça o tratamento correto.
4.2. Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroeletrônicos 43

Figura 9 – Itens Descartados - Coleta Seletiva (Alunos)

Fonte: Elaborado pela autora


44 Capítulo 4. Resultados e Discussão

Figura 10 – Itens Descartados - Coleta Seletiva (Docentes e Técnicos Administrativos)

Fonte: Elaborado pela autora


4.2. Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroeletrônicos 45

Caso a coleta seletiva esteja preparada para receber os REEE, isso é uma boa
forma de descarte, caso contrário, isso pode dificultar no tratamento de resíduos metálicos
e plásticos, pois estas categorias são as mais propensas a receber REEE por engano.
Conforme visto na Figura 9 e na Figura 10, essa é a segunda forma de descarte mais
adotada pelo grupo pesquisado.
46 Capítulo 4. Resultados e Discussão

Figura 11 – Itens Descartados - Lixo Comum (Alunos)

Fonte: Elaborado pela autora


4.2. Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroeletrônicos 47

Figura 12 – Itens Descartados - Lixo Comum (Docentes e Técnicos Administrativos)

Fonte: Elaborado pela autora


48 Capítulo 4. Resultados e Discussão

O REEE possuem materiais tóxicos, por isso não é adequado realizar o descarte
em lixo comum, porém, como pode ser visto na Figura 11 e na Figura 12, esse método
de descarte continua sendo adotado, principalmente quando se tratam de equipamentos
pequenos como fones de ouvido, webcam, etc que atingiram 18,3% de descarte em lixo
comum por alunos e 13,3% entre os servidores.
4.2. Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroeletrônicos 49

Figura 13 – Itens Descartados - Lixão (Alunos)

Fonte: Elaborado pela autora


50 Capítulo 4. Resultados e Discussão

Figura 14 – Itens Descartados - Lixão (Docentes e Técnicos Administrativos)

Fonte: Elaborado pela autora


4.2. Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroeletrônicos 51

Nos gráficos de itens descartados em lixão de alunos (Figura 13) e servidores


(Figura 14), nota-se que já existe a conscientização de que lixões não são adequados para
descarte de REEE entre os servidores, visto que só consta cartuchos e toners de impressoras
por parte de um servidor (Aproximadamente 3,3% do total de servidores pesquisados). Já
entre os alunos, observa-se que mais REEE são visto como sendo adequados para lixões.
52 Capítulo 4. Resultados e Discussão

Figura 15 – Itens Descartados - Pontos de Coleta (Alunos)

Fonte: Elaborado pela autora


4.2. Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroeletrônicos 53

Figura 16 – Itens Descartados - Pontos de Coleta (Docentes e Técnicos Administrativos)

Fonte: Elaborado pela autora


54 Capítulo 4. Resultados e Discussão

Nos gráficos da Figura 15 e da Figura 16, pode-se notar que a forma de descarte
mais adotado por ambos os grupos é o ponto de coleta, atingindo 30% entre os alunos e
43% entre os servidores.
4.2. Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroeletrônicos 55

Figura 17 – Itens Descartados - Não sei onde descartar (Alunos)

Fonte: Elaborado pela autora


56 Capítulo 4. Resultados e Discussão

Figura 18 – Itens Descartados - Não sei onde descartar (Docentes e Técnicos Administra-
tivos)

Fonte: Elaborado pela autora


4.2. Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroeletrônicos 57

Assim como foi apontado na pesquisa bibliográfica, na Figura 17 e na Figura 18, é


possível observar que o desconhecimento de formas de descarte, tanto entre alunos quanto
entre servidores, é grande, em ambos chegando a 30% de respostas que dizem não saber
como descartar um dos itens.
Vale observar que entre os servidores constam 23% que declaram não saber como
descartar celulares e acessórios, enquanto entre os alunos isso não acontece.

4.2.3 Ações de descarte


Tendo como objetivo verificar a viabilidade de futuras ações relativas ao descarte
de EEE, foi elaborada uma questão para averiguar a frequência de engajamento dos
pesquisados com cada tipo de ação. Para tanto, apresentavam-se no formulário cinco ações:
Indicação de pontos de coleta; Divulgação de pontos de coleta; Doação de equipamentos
em funcionamento; Doação de equipamentos que não funcionam; Utilização de aplicativo
para auxiliar no registro de pontos de coleta.

Figura 19 – Contribuiria com a indicação de pontos de coletas (Alunos)

Fonte: Elaborado pela autora


58 Capítulo 4. Resultados e Discussão

Figura 20 – Contribuiria com a indicação de pontos de coletas (Docentes e Técnicos


Administrativos)

Fonte: Elaborado pela autora

Nos gráficos para verificar a contribuição com a indicação de pontos de coleta de


alunos (Figura 19) e servidores (Figura 20), não foi apresentada variação significativa,
tendo sido bem aceita por ambos os grupos de pesquisados, com a frequência de engajamento
"Sempre"variando entre 67,5% e 70,4%.

Figura 21 – Divulgaria para meus conhecidos os pontos de coleta (Alunos)

Fonte: Elaborado pela autora


4.2. Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroeletrônicos 59

Figura 22 – Divulgaria para meus conhecidos os pontos de coleta (Docentes e Técnicos


Administrativos)

Fonte: Elaborado pela autora

Todavia, nos gráficos de alunos (Figura 21) e servidores (Figura 22), quando
se trata de divulgação para conhecidos, vê-se que o engajamento de alunos se torna
cerca de 20% inferior ao de servidores na opção "Sempre". Apesar da frequência "Às
vezes"manter percentual semelhante, a soma dos percetuais de "Nunca"e "Raramente"atinge
10,5%, enquanto entre os servidores não consta "Nunca", apresentando somente 7,4% de
"Raramente".

Figura 23 – Doaria os equipamentos que funcionam e que não uso mais (Alunos)

Fonte: Elaborado pela autora


60 Capítulo 4. Resultados e Discussão

Figura 24 – Doaria os equipamentos que funcionam e que não uso mais (Docentes e
Técnicos Administrativos)

Fonte: Elaborado pela autora

Nos gráficos presentes na Figura 23 (Alunos) e Figura 24 (Servidores), observa-se


que, mesmo não utilizando os EEE, os alunos apresentam mais resistência para doá-los,
apesentando 1,6% de "Nunca"e 14,6% de "Raramente", entretando 48,8% e 35,0%, ainda
pretende, respectivamente, "Sempre"e "Às vezes"doar, salientando que a maioria está ciente
da importância de reuso. Já entre os servidores não consta "Nunca"ou "Raramente", tendo
a divisão entre 66,7% de "Sempre"e 33,3% de "Às vezes".

Figura 25 – Doaria os equipamentos quebrados (Alunos)

Fonte: Elaborado pela autora


4.2. Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroeletrônicos 61

Figura 26 – Doaria os equipamentos quebrados (Docentes e Técnicos Administrativos)

Fonte: Elaborado pela autora

Nos gráficos representados na Figura 25 e Figura 26, respectivamente de alunos e


servidores, percebe-se que, enquanto os servidores são mais propensos a doar equipamentos
quebrados, tendo apenas 11,1% de "Nunca"e 0% de "Raramente", os alunos já são mais
relutantes, tendo quase o dobro de "Nunca"e "Raramente"com o total de 21,9%.

Figura 27 – Utilizaria um aplicativo para indicar quais são os pontos de coleta (Alunos)

Fonte: Elaborado pela autora


62 Capítulo 4. Resultados e Discussão

Figura 28 – Utilizaria um aplicativo para indicar quais são os pontos de coleta (Docentes
e Técnicos Administrativos)

Fonte: Elaborado pela autora

Nos gráficos referêntes à utilização de um aplicativo para indicar pontos de coleta,


figuras 27 e 28, ambos os grupos se mostram receptivos à utilização de um aplicativo
para centralizar as indicações de pontos de coleta, tendo pouca variação entre o percentual
de "Sempre"e "Às vezes"e não apresentando "Nunca"e "Raramente".

4.2.4 Discussão
A partir dos dados obtidos na visita técnica ao CEDIR e na aplicação da pesquisa,
acredita-se que a comunidade tem a intenção de consertar ou destinar corretamente equi-
pamentos danificados, mas, atualmente, não conhece todos os pontos de coleta existentes
na região por falta de divulgação.
A forma de descarte em pontos de coleta é a mais popular entre a população pes-
quisada, juntamente com a coleta seletiva e os catadores, então acredita-se na possibilidade
de estabelecer um acordo que beneficiaria as três partes para que, quando fossem recebidos
REEE por coleta seletiva ou catadores, eles destinassem para os pontos de coleta. Para
que isso fosse possível, os catadores teriam que receber instrução sobre os REEE, para
que sua segurança não ficasse em risco, assim como equipamentos de proteção adequados.
Já a coleta seletiva, teria menos problemas para destinar os REEE que são descartados
junto com metais e plásticos. O ponto de coleta poderia fazer o controle do recebimento de
REEE por peso, como no CEDIR, para facilitar o recebimento, pagamento dos catadores
ou profissionais da coleta seletiva que levaram os REEE, e facilitaria a logística do material.
Como a caçamba ainda é uma forma popular de descarte, poderiam ser feitas
4.2. Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroeletrônicos 63

campanhas que colocam caçambas para descarte de REEE temporárias na cidade para
que a população tivesse mais acesso. Após a campanha, o conteúdo das caçambas seria
levado para os pontos de coleta.
Percebe-se que a comunidade tem o engajamento de contribuir com a indicação de
pontos de coleta, assim como se mostra adepta a ideia de um aplicativo para que fosse
feito o compartilhamento desses. Tendo isso em mente, acredita-se que o desenvolvimento
de uma aplicação para isso na região seria bem sucedida.
65

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo identificar a intenção e motivação do descarte de


EEE e verificar o conhecimento da comunidade do IFSP Campus de São João da Boa Vista.
Para isso, foram definidos como objetivos específicos a visita ao CEDIR e a aplicação de
uma pesquisa entre os alunos e servidores do campus. Os objetivos, tanto geral quanto
específicos, foram cumpridos durante o desenvolvimento do trabalho.
A visita ao CEDIR foi realizada e documentada neste trabalho, com o intuito de
auxiliar trabalhos futuros, não apenas sobre como é feito o processo de destinação dos
REEE, mas também os passos necessários para iniciar um ponto de coleta em sua própria
comunidade.
A pesquisa foi aplicada, revelando que existe um conhecimento básico na comunidade
sobre como descartar os REEE, mas é necessária mais conscientização. Também constatou-
se interesse em ter mais acesso à pontos de coleta, assim como o engajamento para
contribuir com o processo de indicação, contanto que fosse possível fazer isso de forma
menos pessoal.
67

6 TRABALHOS FUTUROS

Com base nos resultados apresentados, constata-se que seria relevante, para traba-
lhos futuros, uma campanha de sensibilização da população e das autoridades do município,
assim como a elaboração de um blog para conscientização sobre os resíduos.
Acredita-se também que o desenvolvimento de uma aplicação para facilitar o
compartilhamento de pontos de coleta na região seria bem aceita, podendo ser expandida
para outros campus no futuro.
Outra ação relevante seria uma campanha de coleta de REEE no câmpus aberta
para toda a comunidade, com divulgação adequada, para documentar o planejamento,
recebimento e destinação correta dos REEE.
69

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Apêndices
75

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE
INTERESSE NO DESCARTE DE
EQUIPAMENTOS ELETROELETRÔNICOS

1. Selecione sua categoria no IFSP-SBV


( ) Aluno ( ) Docente ( ) Técnico Administrativo

2. Caso possua algum dos equipamentos a seguir quebrado ou em desuso,


indique sua intenção a respeito do seu destino:
[1] Está quebrado e não pretendo consertar
[2] Está quebrado mas pretendo consertar
[3] Funciona mas está antigo e não uso mais
[4] Não se aplica
( ) Aparelhos de telefone
( ) Caixas de som
( ) Carregadores de celular e eletrônicos
( ) Cartuchos e toners de impressoras
( ) Celulares e acessórios
( ) Computadores desktop/notebook
( ) Drives
( ) Estabilizadores
( ) Filtros de linha
( ) Fios e cabos eletrônicos
( ) Fones de ouvido, webcams, etc.
( ) Fontes
( ) Gabinetes de computadores
( ) HDs (Interno/Externo)
( ) Hubs, roteadores e switchers
( ) Impressoras
( ) Monitores
76 APÊNDICE A. Questionário de interesse no descarte de equipamentos eletroeletrônicos

( ) Mouses
( ) Placas eletrônicas de computador
( ) Projetores Digitais
( ) Teclados de computador
( ) Tocadores de CD/DVD/Blu-ray/MP3/MP4

3. Onde vocês descartaria esses equipamentos?


[1] Caçambas [2] Catadores [3] Coleta seletiva
[4] Lixão [5] Lixo Comum [6] Pontos de coleta
[7] Não sei onde descartar
( ) Aparelhos de telefone
( ) Caixas de som
( ) Carregadores de celular e eletrônicos
( ) Cartuchos e toners de impressoras
( ) Celulares e acessórios
( ) Computadores desktop/notebook
( ) Drives
( ) Estabilizadores
( ) Filtros de linha
( ) Fios e cabos eletrônicos
( ) Fones de ouvido, webcams, etc.
( ) Fontes
( ) Gabinetes de computadores
( ) HDs (Interno/Externo)
( ) Hubs, roteadores e switchers
( ) Impressoras
( ) Monitores
( ) Mouses
( ) Placas eletrônicas de computador
( ) Projetores Digitais
( ) Teclados de computador
( ) Tocadores de CD/DVD/Blu-ray/MP3/MP4
77

4. Sobre as ações a seguir, você:


[1] Nunca [2] Raramente [3] Às vezes [4] Sempre
( ) Doaria os equipamentos quebrados
( ) Doaria os equipamentos que funcionam e que não uso mais
( ) Divulgaria para meus conhecidos os pontos de coleta
( ) Utilizaria um aplicativo que me indicasse quais são os pontos de coleta
( ) Contribuiria com a indicação de pontos de coletas

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