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1 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes

chamados, 2 com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros
em amor, 3 esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz;

Efésios 4: 1 – 3 ARA
Quarentena COVID – 18/07/2021 (Transmissão internet)

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Introdução

“A igreja deve ser o corpo pelo qual Cristo opera e a voz pela qual Cristo fala.”

Nos capítulos de 1 a 3 o apóstolo Paulo constrói uma base de ensinamento que estrutura a
igreja de Éfeso no entendimento doutrinário de uma vida aos pés de Cristo, trazendo o conceito da
graça de Deus, que nos atrai para si e nos faz parte de Sua família. Uma nova forma e alvo da
adoração é apresentada através do ensino do Evangelho (Boas Novas) de Jesus Cristo, acompanhado
pelo desafio do abandono de uma vida de idolatria baseada numa sociedade perdida em seus próprios
pecados e delitos.
A partir do capítulo 4 o apóstolo Paulo aponta quais são as consequências práticas das
relações humanas quando estão debaixo do crivo do ensinamento de Cristo, apresentando novas
expectativas na construção do caráter individual e coletivo, o que vai refletir na forma como cada
pessoa enxerga a si mesma e aos demais, bem como, na forma em que as emoções são expressas e o
comportamento é apresentado.
A ideia de unidade na igreja está presente em toda a carta de Éfeso e é um convite para o
esforço de desenvolvermos a vocação, ou seja, ao chamado que o próprio Jesus dá a cada crente,
junto com os dons espirituais que o próprio Espírito Santo distribui generosamente entre os filhos e
filhas do Pai. Então, novos aspectos são adicionados a fim de compor o caráter dos seguidores de
Cristo, como veremos a seguir, com o objetivo de que toda a Terra veja a manifestação dos filhos de
Deus (Rm 8:19).

I. A recomendação de Paulo (vv 1)

1 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo


digno da vocação a que fostes chamados.

A. Apesar da prisão

Embora estivesse preso Paulo não se apresentava como detento do governo romano ou grego,
mas o seu apontamento, que era precioso ao seu ensino, era a condição de prisioneiro de Cristo, pois
isso determinava o seu comportamento, a sua postura e a forma como suas emoções eram
estabelecidas diante das circunstâncias, do seu ministério missionário, da vida e em relação à
perspectiva que ele mesmo tinha sobre a vida eterna com Deus.
Paulo falava de algo que vivia na carne. A humildade, a mansidão, a paciência e o amor
estavam presentes na sua condição de detento para que não perdesse o ânimo diante da adversidade, e

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dessa forma, a sua voz se torna a voz da resistência daquele que não desiste diante do sofrimento e é
capaz de vencer os desafios em obediência a Deus, sendo consolado pelo Santo Espírito, bem como,
animado e fortalecido para seguir adiante na sagrada vocação ao qual fora chamado.
Diferente do que muitos de nós costumamos pensar, as cadeias não são capazes de aprisionar
a mente quando se tem a alma livre em Jesus Cristo. É gerada uma força de resistência construída
através de uma vida contrita e de oração, para não sucumbir diante da opressão gerada pela dor do
confinamento.
É possível pensar que muitos que aparentemente estão libertos, na verdade estão aprisionados
dentro de si mesmos, escravos dos seus ídolos, emocionalmente dependentes de algozes que
constantemente tiram proveito da fragilidade daqueles que estão acorrentados na alma. Assim como a
cadeia de Paulo não pode deter a força do seu ministério, a liberdade daqueles que são encarcerados
em sua mente é capaz de paralisá-los e impedi-los de serem plenos e felizes.

B. O modo digno

O entendimento de que aquela igreja estava sendo fortalecida e amadurecida no Espírito


progressivamente, apontava para o conflito que todo crente vive quando está sendo moldado no
caráter de Jesus Cristo, ou seja, a mistura entre a prática, pensamentos e emoções que eram comuns
antes da conversão e o desejo de atender uma nova expectativa de conduta que são expressas nos
ensinamentos da doutrina firmada em Jesus.
Embora contemos com auxílio do Espírito Santo de Deus, a mudança e as adaptações
necessárias para nos tornarmos novas criaturas pode ser dolorosa para alguns, penosa para outros e
espinhosa para quem estava completamente imerso na escravidão do pecado. De fato, o Senhor nos
ajuda e nos fortalece, mas precisamos impor esforço adquirir novos hábitos, desenvolver uma rotina
de leitura da palavra e de oração e reconhecer nossa total dependência de Deus. Só assim poderemos
viver de modo digno do chamado que o Senhor nos fez.
De modo geral essa mensagem costuma assustar muitos que desejam caminhar no Caminho
que é Cristo, principalmente quando existem tantos ventos de doutrinas que ensinam um evangelho
fácil que se adapta às nossas práticas pecaminosas, justificando nossos erros sem tratá-los, quando
na verdade nós é que precisamos nos ajustar a essa novidade de vida e buscar estarmos dignos de
sermos representantes do nome que carregamos, que é o nome de Jesus. Não é de se estranhar que
tantos têm aversão a realidade de igreja em consequência de cristãos que nãos estão dispostos a
investir numa vida de amor e perdão, pelo contrário, acreditam que rituais litúrgicos são suficientes
para leva-los ao céu.

C. Vocacionados em Cristo

Ao pensarmos em vocação, devemos pensar que quando Deus me chamou para fazermos
parte de sua família celestial Ele estabeleceu propósitos e tarefas que objetivam alcançar toda a
humanidade, dando-lhe a oportunidade de fazerem parte do Seu Reino de amor. Para que isto
aconteça, é preciso nos tornarmos cada vez mais parecidos com Jesus, cheios de misericórdia e
compaixão. A maior parte de nós imagina não ter a capacidade ou adequação para tais coisas. Pois,
nos colocando na qualidade de imitadores de Cristo, como Paulo era radicalmente, estamos nos
colocando como imitadores daquele que é perfeito, o que exige de nós andarmos passo a passo na
direção em que fomos chamados, buscarmos ver a concretude da Graça divina em nossas vidas e
sermos mensageiros dedicados do Evangelho. Mas nada disso é possível de ser alcançado se não
desenvolvermos uma vida de comunhão e unidade com aqueles que estão reunidos no mesmo
propósito de adorar e servir a Deus.

II. Novos atributos ao caráter do cristão (vv 2)

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2 com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-
vos uns aos outros em amor

A. A humildade

O conceito de humildade antigamente era visto como algo baixo, rasteiro, servil. De fato,
uma característica que as pessoas não gostariam de possuir, pois estava ligada à ideia de escravidão e
serviço. O cristianismo colocou a humildade como uma das primeiras virtudes, o que aponta para o
fato de que Cristo continua quebrando paradigmas, desconstruindo e reconstruindo o ser humano a
fim de que possamos estar de acordo com o Seu Reino. A cada dia a nossa sociedade adoecida
precisa ser reconstruída, remodelada e mudar seus padrões de pensamento.
A humildade é a virtude pela qual o ser humano se apresenta consciente de si mesmo e tem
também a consciência da sua própria indignidade diante daquele que é a perfeição em pessoa. Ela
aparece quando nos despimos dos sentimentos de grandeza, delírios de poder, necessidade de
estarmos em evidência o tempo todo; quando enfrentamos a nós mesmos e enxergamos a nossa
própria fraqueza, nosso próprio orgulho e o nosso fracasso nas relações, então adquirimos
humildade.
Quando nos comparamos com outras pessoas existe a possibilidade de ficarmos muito
satisfeitos com o que somos, considerando qual seja a ideia que temos de nós mesmos em detrimento
ao que pensamos que os outros são ou possuem, por causa da nossa tendência ao orgulho. No
entanto, quando olhamos para os padrões de Deus, a humildade se torna uma necessidade latente,
pois dependemos completamente Dele e precisamos que o nosso EU se submeta ao “Grande Eu
Sou”. “É necessário que ele cresça e que eu diminua.” (Jo 3:30).

B. A mansidão

Aristóteles afirmou que “a virtude é o meio entre dois extremos”, considerando que num
extremo havia excesso de alguma qualidade e no outro extremo havia falta, no meio a qualidade
estava em uma proporção justa e devida na vida. Logo, a mansidão é o meio entre a cólera(ira)
excessiva. O certo entre encolerizar-se muito e nunca se encolerizar. Pode-se ainda que a pessoa
mansa é aquela que sempre se encoleriza no momento oportuno, na hora certa e nunca fora de hora.
Podemos também apontar a pessoa mansa como aquela que se indigna pelas injustiças e
sofrimentos dos outros, mais que jamais se indigna pelas justiças e insultos que ela mesma pode
aguentar, assim, a pessoa se ira, mas no seu devido tempo, que só em Deus saberemos qual é (Tg 1:
19 e 20).
Mansa também é a pessoa pronta para obedecer a Deus, pois, reconhece que está
completamente em Suas mãos, matando assim o seu eu e obedecendo a voz do Pai.

C. A paciência (longanimidade)

Paciência cristã é a qualidade que jamais admite uma derrota, e não é vencido por nenhuma
tarefa, nem quebrantado por nenhuma desgraça ou sofrimento. Que não se detém perante o
desengano e o desalento, mas persiste e aguenta até o fim.
Estas afirmações nos levam a pensar como os padrões de Cristo são altos, pois, para todos
nós o caminho mais fácil é desistir em meio às dificuldades, desviar do caminho ou distorcer a
prática cotidiana. Por isso deixamos de olhar para Jesus e olhamos tanto para a vida dos outros,
porque aceitamos a ideia de fracasso e inaptidão que o mundo externo ao Reino de Deus lança sobre
nós. Então fraquejamos por acharmos que o padrão de perfeição de Deus é inatingível. Realmente
não podemos atingir esse padrão sem a ajuda do Espírito Santo de Deus. Sem a misericórdia e a
graça de Jesus Cristo, por isso depender dele é a melhor escolha que podemos fazer. Na verdade, só
na glória atingiremos a estatura de varão perfeito.
Paciência, é ainda, ser a resistência no meio da tribulação. Só para lembrar que o fato de a

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resistência estar lançada como desafio para a construção do nosso caráter, não dá a qualquer outra
pessoa o direito de nos massacrar perversamente, sob a premissa da subjeção. Todavia, o cristão
deve ter com seu semelhante a mesma paciência que Deus teve com ele/ela no processo de
recuperação que prossegue até que Jesus venha (Fl 1:6).

C. O amor

O amor cristão era um conceito novo para os primeiros escritores, e estes precisavam dar uma
definição àquele movimento estava acontecendo a partir da mensagem transformadora de Jesus
Cristo. Esses escritores encontraram no grego palavras diferentes para expressar amores diferentes:
eros apontava para o amor conjugal e desejo sexual; filia era atribuído ao amor que acontecia entre
amigos; storge era atribuído ao amor que existia entre as pessoas de uma mesma família; enquanto
que o amor ágape ou caridade apontava para uma benevolência, algo de caráter invencível, ou seja é
o amor tão forte e incondicional, que, independentemente do a outra pessoa possa fazer ainda
continua sendo alvo desse amor.
O amor ágape é a capacidade de manter a boa vontade para com aqueles que não são dignos
de serem amados e para com aqueles que, mesmo diante desse amor tão grande, não o corresponde.
É também a capacidade de buscar o bem sem guardar amargura no coração, nem desejo de vingança,
independentemente do que o outro possa ter feito.
Cada um de nós recebe esta mensagem desafiadora de forma diferente em nosso coração,
parece algo que está muito além daquilo que nós podemos fazer. No entanto, devemos lembrar que
foi desse modo que Deus nos amou, quando estávamos completamente perdidos em nossos pecados
e delitos, afastados Dele como seus inimigos (Rm. 5:10). Sendo assim todas essas questões só são
possíveis quando o amor de Deus inunda o nosso coração e nós nos colocamos à disposição Dele
para honrá-lo através da nossa prática cristã.

III. Investir tempo e energia (vv. 3)

3 esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito


no vínculo da paz;
A. Um mundo de separação

A lógica da realidade espiritual em que vivemos é uma lógica de separação, dicotomia, cisão.
Sequer faz sentido a ideia de unidade em qualquer área em que estamos inseridos, uma vez que
corremos para sermos o melhor naquilo que fazemos e desejamos nos destacar diante dos demais.
Poderíamos argumentar que o individualismo é um traço da sociedade contemporânea,
entretanto, a humanidade sempre criou suas estratégias de corrida para ocupar os postos de poder e
dominação afim subjugar outros indivíduos das formas mais cruéis e perversas que se possa
imaginar.
Jesus veio quebrar a lógica desse mundo trazendo a união, o vínculo da perfeição, uma nova
aliança que pode religar a humanidade a Deus em todas as esferas da nossa vida. O próprio Deus
reconhece um povo que vive em unidade é capaz de conquistar qualquer coisa. (Gn 11: 1-9). Cristo
também argumentou que o reino/casa divididos não podem subsistir (Mc 3: 24e 25).
Logo, podemos afirmar que cultivar a unidade dentro da igreja, da família, no trabalho e em
todas as nossas relações é uma questão de sobrevivência espiritual e emocional. Não é algo fácil,
mas completamente necessário para o desenvolvimento saudável de qualquer comunidade. Unidade
é a comunhão no Espírito. E tem que ser no Espírito Santo, porque não temos a capacidade
mantermos de modo constante a unidade no meio de qualquer relacionamento, precisamos sempre de
ajuda. Lembrando que unidade não quer dizer que as pessoas tenham que concordar em tudo todas
as vezes, o que elas precisam é, apesar das suas opiniões e desejos se submeterem aquilo que é
melhor para o coletivo e mesmo quando suas vontades não são atendidas, se dispor a continuar

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contribuindo com o todo.
Como Paulo falou isso é um esforço que deve ser feito com atenção e esmero, porque temos a
tendência de querer agradar a nós mesmos sacrificando o coletivo. Essa ideia contribui com a
separação e dano ao coletivo e não está em harmonia a vontade de Deus, conforme o texto acabamos
de estudar.

Pra Ver e Ouvir

Paulo César Baruk - Louvor e Honra - https://youtu.be/7rddOAFNkDQ


Maravilhosa Graça • DROPS - https://youtu.be/nv-T2_JPKZA
Movidos Pela Graça - Missões Nacionais 2018-
https://youtu.be/VkAb6P65Epc
LÁ "A Tua Mão Está" - Paulo César Baruk - https://youtu.be/ePZR6DZkOqc

Meu MAPA (Ajustando a Direção)

- Dos aspectos apontados no versículo 2, qual é o mais difícil para você praticar?
- Dos aspectos apontados no versículo 2, qual é o mais fácil para você praticar?
- Em qual área da sua vida você precisa de mais ajuda do Espírito Santo?
- Sua vida prática tem apontado para um de unidade ou de separação? Fale um pouco obre isso.

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Bibliografia

WILLIAM BARCLAY. Comentário Bíblico de Efésios.


FOULKES, Francis. Efésios Introdução e Comentário
CALVINO, João. Efésios

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