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HISTÓRICO
O gerador elementar foi inventado na Inglaterra em 1831 por
MICHAEL FARADAY, e nos Estados Unidos , mais ou menos na mesma
época, por JOSEPH HENRY.
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
O gerador síncrono, ou gerador, tem como função transformar
a energia mecânica fornecida por uma máquina primária (turbina, motor
diesel ou gás) em energia elétrica.
O funcionamento está baseado na lei da indução
eletromagnética de Faraday. Toda vez que uma espira ficar imersa em
um campo magnético variável será induzida uma força eletromotriz(f.e.m.)
e aparecerá uma tensão CA.
As partes principais de um gerador são:
ROTOR: A parte móvel do gerador cujo campo magnético é gerado e
excita o gerador. São os pólos da máquina. É alimentado em corrente
contínua com uma baixa tensão, gasta de 1% a 7% da potência nominal
da gerador.
ESTATOR: A parte fixa do gerador. Local onde ficam as bobinas que
geram a tensão ao serem aplicadas uma f.e.m. sobre elas.
ANÉIS COLETORES e ESCOVAS: Tem por função levar alimentação
ao rotor. Atualmente os geradores são fabricados com excitatriz que
substitui o sistema de escovas.
 

Construtivamente, o gerador pode ser de duas formas:


Armadura girante e pólos estacionários  ou  armadura estacionária e 
pólos girantes .
Armadura estacionária e pólos girantes   é a forma construtiva
mais difundia, porque apresenta uma série de vantagens, entre as quais
pode-se citar:
Maior facilidade de isolação das bobinas para altas tensões. É
mais fácil isolar um elemento estacionário do que um rotativo, devido ao
peso, tamanho e forças centrifugas. Como o campo funciona com baixas
tensões, sendo mais fácil isolá-lo.
 

A cada giro do rotor teremos um ciclo completo da tensão


gerada, para uma máquina de um par de pólos. Os enrolamentos podem
ser construídos com um número maior de pares de pólos, que se
distribuirão alternadamente (um norte e um sul). Neste caso, teremos um
ciclo a cada par de pólos. Sendo ” N " a rotação da máquina em "rpm" e ”
f " a freqüência em ciclos por segundo (Hz = Herz)
teremos:
Hz = N*P
60
Onde:
N = velocidade em RPM;
P   = Par de pólos;
60 = Constante.

Então:
3600 RPM
Hz = (3600 * 1)/60 = 60 Hz.
 

Para um Gerador de quatro pólos:


1500 RPM
Hz = (1500 * 2)/60 = 50 Hz

1800 RPM
Hz = (1800 * 2)/60 = 60 Hz

Pelos resultados acima, podemos concluir que existe uma


relação fixa entre freqüência da f.e.m. gerada e a rotação da máquina
primária. Devido ao fato da rotação e da freqüência estarem
sincronizadas, esta máquina é denomina de gerador síncrono.
 

Geração trifásica
O sistema trifásico é formado pela associação de três
sistemas monofásicos de tensões U1 , U2 e U3 tais que a defasagem
entre elas seja de 120º. O enrolamento desse tipo de gerador é
constituído por três conjuntos de bobinas dispostas simetricamente no
espaço, formando entre si também um ângulo de 120º. Para que o
sistema seja equilibrado isto é, U1 = U2= U3 o número de espiras de
cada bobina também deverá ser igual.
 


 

Tensão nominal múltipla

Nos sistemas trifásicos, a tensão entre fases é determinada


pelas ligações de fechamento que forem executadas. Normalmente os
geradores são fornecidos com 12 terminais de bobinas do induzido para
serem ligados de forma a gerar tensão em 220/127 V, 380/220 V ou
440/254 V. Os diferentes valores possíveis de tensão são o resultado do
arranjo das bobinas, que são construídas em grupos, resultando para
cada fase um conjunto de 2 bobinas que podem ser ligadas em:
• Ligação estrela paralelo;
• Ligação estrela série;
•Ligação zig-zag;
 

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É comum em geradores o fornecimento em três tensões


220/380/440. O procedimento nestes casos para se obter 380V é ligar o
gerador em 440 V, e alterar a referência no regulador de tensão, de modo
a se obter a redução de tensão (redução da indução magnética). Deste
modo, poderemos obter três tensões na ligação Y, que é a mais comum
em geradores.
 

É importante salientar que esta ligação só deve ser


executada sob orientação do suporte técnico da STEMAC, pois
implica em algumas modificações nas características técnicas do
equipamento.
Este tipo de ligação visa melhorar o desempenho do
equipamento com relação à presença de harmônicas no sistema, e de
cargas desbalanceadas, porém existe uma perda de potência em função
deste fechamento, cerca de 15% a 20% da nominal do GMG.
 

O aperto das conexões deve ser feita de acordo com a tabela


acima, retirada do manual de instalação e manutenção linha G plus, da
WEG.
Este procedimento visa evitar a fadiga do material, bem como
não danificá-lo no momento do aperto.
Deve-se também, quando da revisão das conexões, verificar a
fixação do(s) TC(s) instalado(s) na bazeta do gerador e o sentido do(s)
mesmo(s), que pode(m) estar(em) invertido(s) e gerar(em) erro de leitura
pelo sistema.
 

A resistência de isolamento do enrolamento deve ser medida


antes da entrada em serviço. Se o equipamento for armazenado, deve-se
fazer uma verificação periódica, durante este período.
A tabela acima indica a ordem de grandeza dos valores que
podem ser esperados ao utilizar o Megômetro em máquina limpa e seca,
a 40ºC, quando a tensão de ensaio (1000 V) é aplicada durante 1 minuto.
O valor mínimo admissível para a resistência Rm do
isolamento é dada pela fórmula:
Rm=Un+1
Onde:
Rm   - resistência de isolamento mínima recomendada em
Mega Ohm com o enrolamento à temperatura de 40ºC.
Un - tensão nominal da máquina, em kV. Se o ensaio for feito
em temperatura ambiente diferente de 40ºC, será necessário corrigir a
leitura para 40ºC, utilizando-se uma curva de variação da resistência do
isolamento em função da temperatura, levantada com a própria máquina.
Estes dados são fornecidos pelo fabricante.
Se os valores de resistência forem diferentes dos mostrados
na tabela acima, o gerador deverá ser submetido ao processo de
secagem descrito no manual do equipamento.
 

COMPORTAMENTO DO GERADOR
VAZIO E SOB CARGA
Em vazio (rotação constante), a tensão de armadura depende
do fluxo magnético gerado pelos pólos de excitação, ou ainda da corrente
que circula pelo enrolamento de campo (rotor). Isto porque o estator não
é percorrido por corrente, portanto é nula a reação da armadura cujo
efeito é alterar o fluxo total.
Carga puramente resistiva:
Se o gerador alimenta um circuito puramente resistivo, a
corrente de carga gera um campo magnético no estator. Campo
magnético induzido produz dois pólos defasados de 90º em atraso em
relação aos pólos principais do rotor, e estes exercem sobre os pólos uma
força contrária ao movimento, gastando-se potência mecânica para se
manter o rotor girando. Devido a perda de tensão nos enrolamentos da
armadura será necessário aumentar a corrente de excitação para manter
a tensão nominal.
 

Carga puramente indutiva:


Neste caso, a corrente de carga está defasada em 90º em
atraso em relação a tensão, e o campo de reação do armadura (estator)
estará consequentemente na mesma direção do campo principal, mas em
polaridade oposta. O efeito da carga indutiva é desmagnetizante. As
cargas indutivas armazenam energia no seu campo indutor e a devolvem
totalmente ao gerador, não exercendo nenhum conjugado frenante sobre
o induzido. Neste caso, só será necessário energia mecânica para
compensar as perdas. Devido ao feito desmagnetizante será necessário
um grande aumento da corrente de excitação para se manter a tensão
nominal.
 

EXCITAÇÃO
Para manter constante a tensão de saída do gerador, é necessário regular
o sistema de excitação, pois é a intensidade do campo magnético induzido que
determina este valor, dessa forma, é aplicado o regulador de tensão no sistema,
que é o equipamento que monitora as variações de tensão de saída do gerador
e atua diretamente na excitatriz para que esta aumente ou diminua o fluxo do
campo magnético, mantendo constante a tensão para qualquer solicitação de
carga.
Quanto a forma construtiva, duas são as configurações básicas para o
sistema de excitação do gerador; EXCITAÇÃO DINÂMICA e EXCITAÇÃO
ESTÁTICA. O primeiro, denominado excitação dinâmica, é montado no próprio
eixo do gerador com ponte de diodos girantes. O segundo, denominado
excitação estática, é constituído por um retificador utiliza a própria energia
gerada pelo gerador para alimentar o campo com corrente continua.
Nos geradores antigos este gerador de corrente contínua era um dínamo,
com escovas e coletor de lâminas de cobre. Atualmente utiliza-se um pequeno
gerador de pólos fixos, cuja corrente alternada gerada no induzido rotativo é
retificada por uma ponte retificadora de onda completa, também girante, que
transfere a corrente retificada diretamente ao campo do gerador, sem a
necessidade de escovas. Este sistema é denominado “Brushless” e é
largamente utilizado.
 

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O regulador de tensão compara a tensão de saída do gerador


com o padrão ajustado no potenciômetro de ajuste de tensão e
efetua as correções atuando no campo da excitatriz.
No sistema de excitação estática, a corrente que alimenta o
campo do gerador é retificada e controlada por uma excitatriz
eletrônica. A condução da corrente se faz por meio de um par de
anéis com escovas montado no eixo do gerador. Como utiliza a
tensão gerada pelo gerador, necessita de um mínimo de tensão
inicial, gerada pelo magnetismo remanente do gerador durante a
partida, para iniciar o processo de retificação e alimentação do
campo. Este processo de início de geração é denominado escorva
do gerador.
É importante salientar que existem níveis de queda de tensão
para geradores quando da entrada de carga, considerados
aceitáveis e que estes valores dependem de fatores, tais como
tipos de carga e percentual de carga aplicada. O importante é que
este valor não ultrapasse 7%.Porém existem casos em que valores
superiores a este são considerados normais. Para valores
diferentes deste, deve se consultar o suporte técnico da STEMAC.
 

Atualmente a WEG MÁQUINAS produz duas linhas básicas de


máquinas síncronas: linha S e linha GTA. A linha S foi criada para atender
aplicações mais específicas e é composta de produtos engenheirados
(motores e geradores) com carcaças a partir da 355 até 2000 em baixa
ou alta tensão. São fabricados em chapas de aço soldadas, abertos ou
fechados com trocador de calor a ar ou água. Acionadas geralmente por
turbinas hidráulicas ou a vapor. A linha GTA é uma evolução das extintas
linhas DK e BTA, composta somente de máquinas seriadas (geradores)
normais, telecomunicações e navais, com carcaças a partir da 200 até
400, somente em baixa tensão. São fabricadas em chapas de aço
calandradas. Acionadas geralmente por motores diesel.
 

Geradores com excita ão or escovas


No gerador DL, o campo é alimentado em corrente contínua
por escovas e anéis coletores, e a tensão alternada é retirada do estator,
neste sistema normalmente o campo é alimentado por uma excitatriz
chamada de excitatriz estática. A tensão de saída do gerador é mantida
constante para qualquer carga e fator de potência, pois esta verifica
constantemente a tensão de saída. Quando acionado na rotação nominal
o processo de escorvamento se inicia pela pequena tensão residual do
gerador.
VANTAGENS: Menor tempo de resposta na recuperação de tensão.
Menor queda de tensão na partida de motores de indução.
DESVANTAGENS: Exige manutenção periódica no conjunto escovas e
porta escovas. Não é aconselhável a utilização em centro de
processamento de dados, telecomunicações, devido a possibilidade de
gerar rádio interferência em função de mau contato das escovas.
 

Geradores com excitação sem escovas (Brushless)


Os geradores BRUSHLESS, são compostos por um estator, um rotor, uma
ponte de diodos girantes, uma excitatriz principal e uma excitatriz auxiliar, esta última
com imãs permanentes em alguns modelos. O processo de excitação do gerador
começa pela excitatriz auxiliar que alimenta o regulador de tensão com uma tensão
alternada. Esta tensão é retificada e enviada a um gerador de pólos fixos (excitatriz
principal). A excitatriz principal envia uma tensão alternada para a ponte retificadora
girante. Então, essa tensão é retificada e é aplicada ao rotor da máquina. Neste sistema
as escovas e porta escovas são eliminados pois a tensão de alimentação do campo do
gerador é obtida através da tensão induzida na excitatriz e o único elemento de interação
é o campo magnético.
A antiga linha D possuía duas variações:
- DKBH: excitatriz auxiliar sem ímãs, montada internamente ao gerador.
Neste tipo de excitatriz, se a máquina ficar parada por longos períodos, pode-se ter
dificuldade de se iniciar o escorvamento.
- DKBP: excitatriz auxiliar com ímãs, montada externamente o gerador
(montada na tampa traseira).
- SS (antigo DKBL) - No gerador tipo SS a alimentação do regulador é
obtida através de TAP's do próprio enrolamento para baixa tensão ou TP's (trafos de
potencial) para alta tensão. Então, no regulador, a tensão é retificada e enviada a um
gerador de pólos fixos (excitatriz principal) e ponte retificadora girante.
 

Gerador brushless (sem escovas) sem excitatriz auxiliar. Utiliza um


enrolamento auxiliar independente, alojado nas ranhuras da armadura
(bobina auxiliar). Serve para fornecer a tensão de alimentação para o
regulador de tensão. A bobina auxiliar é um bobinado auxiliar que fica
alojado em algumas ranhuras do estator principal da máquina. Sua
função é fornecer potência para alimentar o campo da excitatriz principal,
regulada e retificada pelo regulador de tensão. Em condições normais de
operação do gerador, é produzida uma tensão monofásica de freqüência
nominal do gerador, sofrendo pequenas distorções na forma de onda,
dependendo do tipo de carga (resistiva, indutiva ou capacitiva). Em
situações de curto-circuito na saída do gerador, é produzida uma tensão
monofásica de terceira harmônica que alimenta o regulador de tensão e
mantém o curto-circuito.
 

A ilustração acima mostra o significado da nomenclatura utilizada pela


WEG como exemplo, porém existem outros códigos, que podem ser
consultados diretamente no manual do equipamento. Geradores de
outros fabricantes, tais como CRAMACO, NEW AGE / STAMFORD
também podem ser consultados nos respectivos manuais.
 

DIODOS

Normalmente as falhas nos diodos são provocadas por fatores


externos (surtos de tensão, carga capacitiva e etc) No caso de ocorrer a
queima de um diodo girante, é necessário também, verificar as condições
dos demais. Quando um diodo é danificado fica impossível determinar o
estado exato dos demais diodos, mesmo que o teste indique bom estado.
Devido o conjunto de diodos fazer parte do circuito de excitação da
máquina síncrona, recomenda-se a substituição de todos os diodos.
Reduzindo o risco de novas paradas motivadas pela danificação dos
demais diodos.
Observar na instalação dos diodos as polaridades, pois três
diodos possuem catodo na carcaça e três possuem anodo na carcaça
 

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Teste nos Diodos


A condução de corrente deve acontecer apenas no sentido anodo-catodo,
ou seja, na condição de polarização direta.
 

A tabela acima determina a medida da chave do torquímetro e o torque a


ser aplicado nos diodos, de acordo com suas dimensões.
 

POTÊNCIA ATIVA
Potência Ativa, que realiza o trabalho propriamente dito, gerando calor,
iluminação, movimento, etc., e é medida em KW.
POTÊNCIA REATIVA
A energia elétrica reativa é normalmente expressa em kVAr.
Por convenção, quando ela é dada em valores positivos ela é
indutiva, e quando negativa ela é capacitiva.
A energia reativa indutiva é necessária ao funcionamento
de motores. Ela é responsável pela magnetização dos
enrolamentos de motores e transformadores.
A energia reativa capacitiva  é normalmente fornecida ao
sistema elétrico por capacitores. Outra forma de se explicar
energia reativa é considerando-se o sincronismo entre tensão e
corrente. Quando temos apenas cargas resistivas, a tensão e a
corrente estão em fase. Ao ligarmos uma carga indutiva (motor),
a corrente está defasada 90º em atraso com relação a tensão.
Já as cargas capacitivas quando são alimentadas, a corrente é
defasada 90º em adianto com relação a tensão.
POTÊNCIA APARENTE
A energia total (ou aparente) é a soma vetorial da energia reativa (indutiva
e capacitiva) com a energia ativa.
 

Denomina-se GMG híbrido aquele que a potência do gerador é superior a


do motor. Utiliza-se este tipo de GMG em casos de cargas reativas muito
elevadas.
 

As entradas e saídas de ar devem ser mantidas desobstruídas


a fim de que a troca de calor seja eficiente. Caso haja deficiência na troca
de calor, o gerador irá sobre aquecer podendo danificar a bobinagem
(queima do gerador).
 

Os geradores até a carcaça 315 (inclusive) possuem


rolamentos blindados, com isso não se faz necessário a relubrificação
dos mesmos. Ao final da vida útil do lubrificante, o rolamento deve ser
substituído. Para os geradores acima da carcaça 315, os rolamentos são
relubrificáveis, nestes casos é necessário seguir rigorosamente as
instruções quanto a relubrificação (periodicidade, quantidade e tipo de
graxa), contidos no manual do gerador.
 

A tabela acima informa o intervalo de manutenção, o tipo de rolamento,


posição e a quantidade de graxa a ser colocada para geradores de
carcaça superior a 315.
 

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Para transporte do gerador, após o desacoplado, é


fundamental que se faça o travamento do eixo, pois caso contrario podem
ocorrer sérios danos ao estator principal e ao rotor.
 

Para transporte do gerador, após o desacoplado, é


fundamental que se faça o travamento do eixo, pois caso contrario podem
ocorrer sérios danos ao estator principal e ao rotor.

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