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Cristiane Dias
Introdução
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justamente o uso do texto na sala de aula que não seja redutível ao estudo
da língua. Minha finalidade é mostrar “como passamos para uma noção de
texto que se dá em sua relação específica com a constituição de um objeto
novo, o discurso” (ORLANDI, 2001, p. 78), e eu acrescento, o discurso digital.
Refletindo sobre a noção de texto a partir das tecnologias de lingua-
gem, Orlandi (2001, p. 15) afirma que este deve ser objeto de toda nossa
atenção, pois é ela que está na base de todos os desenvolvimentos de no-
vas formas de textualidade, as quais devem ser levadas em consideração
pela escola, pelo ensino de Língua Portuguesa, mas também de outras
disciplinas. Na esteira da autora, minha questão aqui é discutir justamen-
te as novas formas de textualidade. Que formas são essas? Como elas se
constituem? Quais são suas características (empíricas, materiais)? Qual o
seu funcionamento? Ao lado dessa reflexão que implica um trabalho de
descrição mais detido, também me interessa uma reflexão sobre o modo
como essas novas formas de textualidade deslocam o estatuto do texto
nas ciências da linguagem, na medida em que a tecnologia passa a fazer
parte de sua produção, de sua constituição e de sua circulação. Aliás, a tec-
nologia passa a fazer parte não apenas das novas formas de textualidade
ou das novas formas de conceber o texto, eu diria, mas passa a fazer parte
da própria ciência da linguagem, daí deriva a importância da escola no
estudo do texto pelo digital.
O livro “Faire texte: frontières textuelles et opérations de textuali-
sation”, dirigido por Jean Michel Adam (2015), se propõe a discutir coleti-
vamente os “problemas do texto”. De perspectivas diversas de disciplinas
do texto e do discurso, é no âmbito da linguística textual que os autores
que compõem a obra se debruçam sobre essa questão para compreender o
que faz texto. Para tanto, exploram os “fatores de textualidade” que cons-
tituem esse fazer.
Como afirma Adam (2015, p. 14), “não podemos falar de textualida-
de fora de uma teoria que formula esses problemas e questões e que tenta
respondê-los de um ponto de vista preciso.”1
Em meus trabalhos, a teoria que sustenta as questões sobre aquilo
que faz texto é a Análise de Discurso que, como já apontei, toma o tex-
to como o lugar onde o discurso se textualiza, se faz texto. Portanto, é
pelo discurso que podemos descrever os “fatores de textualidade” que
1 Tradução livre: On ne peut pas parler de textualité en dehors d’une théorie qui formule ces
problèmes et questions et qui tente d’y répondre depuis un point de vue précis.
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2. Outras textualidades
2 Conforme distinção entre ser usuário e ser sujeito de conhecimento, desenvolvida por Orlandi
(2010).
3 Em outros trabalhos (DIAS, 2018, 2019), dediquei-me a compreender o estatuto do texto a
partir do momento da circulação. A partir disso, considero a circulação o “ângulo de entra-
da” para a compreensão do texto pelo digital, é a partir dele que penso aqui a formulação.
Tal como afirmei no livro Análise do discurso digital: “entendo que é pela circulação que o
digital se formula e se constitui” e “o que sustenta a formulação dos dizeres no digital é a sua
circulação.”
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Figura 2 – Thread
8 <https://help.twitter.com/pt/using-twitter/create-a-thread>
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9 O grifo é meu.
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Referências
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