Você está na página 1de 19

Matéria Teste 2

NOEC e LOEC
LC50 não é suficiente, pois não é absoluto para determinar a toxicidade, visto que gráficos com
o mesmo LC50 podem ter toxicidades distintas, então usamos ainda o NOEC e o LOEC.

NOEC- concentração mais alta em que não se observam efeitos.

LOEC- concentração mais baixa em que se observam efeitos.

Exercício 1

S1: Sem NOEC, LOEC


aos 10mgL-1

S2 e S3: NOEC aos 10mgL-1 e LOEC aos 100mgL-1

LOEC vê-se sempre no primeiro que apresenta diferenças estatisticamente significativas (*) e
tomar atenção às concentrações (abcissas) para ver se não é um controlo (0 ou 0+)

Exercício 2

Machos: NOEC aos 10mgkg-1 e LOEC aos 25mgkg-1

Fêmeas: Sem NOEC, LOEC aos 10mgkg-1


Testes de toxicidade
Exposição aguda- tem haver com o estudo da mortalidade/sobrevivência, concentrações mais
extremas ou gamas maiores, ensaios mais curtos.

Exposição crónica- é o estudo de coisas que não a mortalidade (comportamento, inibição de


enzimas, etc), concentrações mais baixas, num período maior de tempo.

Toxicidade aguda- quantidade letal quando uma substância é administrada numa única dose

Toxicidade crónica- quantidade letal quando uma substância é continuamente administrada


ao longo do tempo

Ensaio de toxicidade aguda


Range finding- representa uma vasta gama de concentrações que permitem obter informação
acerca da toxicidade provável do químico a ser testado (observa-se o LC50 mais ou menos)

Depois, o ensaio é reduzido a uma gama de concentrações mais estreitas, e usa-se mais
organismos e mais réplicas.

-> Permite definir melhor as nossas curvas, traçando-se uma melhor reta (regressão) e
reduzindo o erro, para determinar LC50, NOEC E LOEC.

Controlos
-> Permite distinguir uma resposta e dá a garantia que a resposta é devida às condições que
aplicámos.

Negativo: Tem tudo exceto aquilo que queremos testar (composto), não podendo haver
mortalidade. *

Positivo: Tem aquilo que sabemos que vai ter efeito, causando a mortalidade.

Com solvente: Caso haja a dissolução do composto (com metanol por exemplo) temos de fazer
o controlo à solução aplicada (metanol) para saber que não é esta que produz efeitos, não
podendo haver mortalidade. *

*A mortalidade tem de ser abaixo de 20%

Considerações estatí sti cas


Ajustar o valor do controlo usando a fórmula de Abbott: %resposta ajustada=
%respostateste−%resposta controlo
x 100
100−%resposta controlo
Exercício 1

13−13
Mortalidade para Controlo = x 100 = 0%
100−13
63−13
Mortalidade para C3 = x 100 = 58%
100−13
100−13
Mortalidade para C5 = x 100 = 100%
100−13
Condições (organismos aquáti cos)
Ensaios estáticos- não há fluxo nem renovação do meio ao longo do tempo.

Ensaios semi-estáticos- não há fluxo, mas troca-se a solução de x a x horas (renovação do


meio).

Ensaios com circulação (flow-through) - meio continuamente renovado e as excreções são


removidas.

Ensaio de toxicidade crónica (sub-agudos)


Avalia-se a toxicidade sub-letal, ou seja, parâmetros que não a mortalidade (atividade
enzimática, fecundidade, crescimento, etc.), com exposições mais longas.

Para estudar o impacto de um composto num salmão, com recursos limitados, devíamos optar
por um ensaio crónico, mas em fases de crescimento e reprodução mais sensíveis e mais
rápidas (alevim). Assim, consegue-se perceber coisas que não conseguíamos com organismos
maiores com tão pouco tempo, pois o seu crescimento e reprodução demoram mais tempo.

O principal objetivo dos ensaios crónicos é a determinação do MATC - concentração tóxica


máxima aceitável -, que é a média geométrica entre o NOEC e o LOEC (PEDIR AO PROF UMA
MELHOR DEFENIÇÃO)

MATC = √ NOEC × LOEC

Exercício 1

S1: MATC = √ 0 ×10 = 0

S2 e S3: MATC = √ 10 ×100 = 31,62


Exercício 2

48h: MATC = √ 0,0056 ×0,072 = 0,063

96h e 168h: MATC = √ 0,072× 0,100 = 0,027

Relação toxicidade aguda-crónica


Concentração que afeta o crescimento (EC50), inibição de crescimento (IC50) de 50% da
população e MATC -> ensaios crónicos

Concentração letal (LC50) de 50% da população -> ensaio agudo

O ACR é o parâmetro que relaciona os ensaios agudos e crónicos.


´ 50
LC
ACR =
MATC
(sabendo que LC50=298)

Machos:

298
ACR = = 18,85
√10 × 25
Fêmeas:

298
ACR = =0
√ 0× 10

O ACR é um valor documentado e muito semelhante entre espécies, a partir deste e do LC50
podemos calcular MATC. Isto permite, para uma mesma espécie, usar apenas um ensaio
agudo, que nos trás vantagens de ser mais rápido e eficaz.

(ACR e MATC não têm unidades; LC50, LOEC e NOEC têm unidades)

ACR abaixo ou acima de 10: Exemplo


Ensaio agudo -> LC5 com o Salinidade e Organismos -> mortalidade de alguns -> mecanismo de
ação que o stressor matou o organismo (por exemplo, a via das pentoses fosfato foi afetada)

Ensaio crónico -> tempo de viragem (ou até deixou de virar) -> concentrações que afetaram e
outras que não (de salinidade) -> se ACR abaixo de 10 foi o mecanismo das pentoses
(organismos morreram e também deixaram de se virar) -> se ACR acima de 10 foi outro
mecanismos que afetou (organismos morreram pelas pentoses mas existe outro fator que
impediu a viragem)

Fontes de variação em ensaios toxicológicos


A sensibilidade dos organismos a uma dada toxina é variável, quer em diferentes espécies,
quer na mesma espécie (por exemplo entre machos e fêmeas).

Esta depende:

 Idade (os juvenis e adultos podem ser fisiologicamente muito diferentes, afetados de
forma diferente)
 Sexo
 Tamanho (costuma ser o mais pequeno o mais sensível)
 Condição reprodutiva (ao usar a energia na reprodução não consegue usar energia
para se adaptar ao stressor)
 Exposição a outros fatores de stress
 Estado nutricional
 Diferenças genéticas

Quem é mais resistente? Conforme o que estivermos a avaliar, pois a nível hormonal e
metabólito a resistência é diferente, à partida os dois toleram do mesmo modo.

Organismos-teste
 Mais sensíveis (não em demasia)
 Mais representativos
 Espécie com grande distribuição
 Cultivável em laboratório
 Fisiologia conhecida
 Organismos uniformes em cultura (conseguirmos buscar muitos organismos em que
estão todos no mesmo estádio de vida)
 Sem doenças ou parasitoses
 Estabilidade genética
 Ciclo-de-vida mais curto e rápido

Biomonitor
Biomonitor- organismo que acumula as substâncias do meio em que está exposto, permitindo
a quantificação e avaliação dos variados compostos (podem ser nocivos ou não). Vai integrar
aquilo que existe no lugar e num tempo determinado, dando informação da dose
(concentrações e tempo que a definem). Exemplo: Esponjas (filtradores - vão passivamente
acumulando contaminantes no seu organismo, em determinado tempo).

Exercício 1
Mesma espécie com a mesma idade, repartida em dois grupos de organismos (A e B), em que
foram recolhidos de 2 zonas diferentes de 1 rio (2 populações), e expostos às concentrações
de Zinco. Passado 48 horas foram retirados e foi avaliada a quantidade de metal que
assimilaram.

Explique o gráfico.

Grupo B foi retirado, supostamente, mais a juzante do rio (histórico desconhecido), que está
supostamente mais contaminado, desenvolvendo mecanismos para reter menos
contaminantes. O Grupo A veio de um site limpo (histórico conhecido), não sendo exposto a
contaminantes, e assim não incorporaram mecanismos para diminuir a retenção destes,
retendo assim uma maior concentração que o Grupo B.

Qual dos grupos tem uma maior capacidade de crescer? |Custos de fitness e traid off|

Um determinado organismo usa energia, quer para as suas atividades biológicas, quer para
lidar com a exposição a contaminantes

Como no Grupo A o organismo vem de um local que não está contaminado, acaba por não ter
estes custos de fitness para adaptação aos contaminantes, e então usa energia para crescer.
No caso do Grupo B, que se encontra num lugar contaminado, este distribuiu a sua energia
para os dois processos, apresentando assim um menor crescimento que A.

Qual cresce mais, caso haja ainda outro contaminante?

Continua a ser o Grupo A a crescer mais pois este usa energia para o processo de crescimento
e para a adaptação de um contaminante. No caso de B, além de já usar energia para o
contaminante anterior, ainda tem de incorporar outro mecanismo de defesa, tendo ainda
menor energia disponível para o seu crescimento.

Tabela: Foram observados vários locais a quantificadas as concentrações de várias espécies. No


geral, na espécie Hyrtios erectus o local S5 é o mais contaminado.
Apresenta fragilidades:

 Nem todas as espécies estão presentes em todos os locais


 Espécies diferentes, resultados diferentes
 Mesma espécie em sítios diferentes, pode já se ter adaptado a certo local e adaptado
ao contaminante, o que resulta numa taxa de filtração diferente
 Tempo de exposição, ou seja, a idade do filtrador, que pode ter apanhado uma altura
com casos anormais de concentrações

Biomonitorização
Soluções para integrar o tempo? Integrar um sensor: o nosso biomonitor

Podemos criar transplantes, ou seja, pegar num organismo, em que sabemos a carga de
contaminantes (0 preferencialmente) e pormos a mesma espécie em determinados locais.
Assim, a mesma espécie com tempo igual permite determinar os locais mais contaminados.

Bioindicador
Bioindicador- organismos que responderão a uma qualquer condição específica, ou mudança
de condição em que o sistema biológico existe e que essa resposta biológica poderá ser
medida.

Exemplos:

->Hortência - mudam a cor consoante o pH, por isso é um bioindicador do pH dos solos

->Canários - morrem se houver monóxido de carbono em excesso, por isso é um bioindicador


do ar (neste caso era dentro das grutas)

Fatores que afetam a toxicidade


Biodisponibilidade de um tóxico pode ser influenciada por um número de parâmetros
abióticos (temperatura, pH, química da água), assim como uma variedade de fatores biológicos
relacionados com a condição física do organismo, o que vai resultar em distúrbios diferentes
no organismo.

Fatores bióti cos que afetam a toxicidade | Grupo taxonómico


Erros na avaliação toxicológica devido a:

-> Mesma espécie, mas em diferentes populações podem resultar em respostas toxicológicas
diferentes.

-> No geral, existe uma regra de grupos taxonómicos mais sensíveis que outros (sensibilidade:
artrópodes > peixes > larvas de anfíbios), sendo os que têm um maior LC50 os mais tolerantes,
e o que têm menor LC50 os mais sensíveis. A Daphnia é o mais sensível (tabela 1), mas se
estivermos a falar de toxicidade nos estrogénios, os peixes serão os mais sensíveis e não a
Daphnia.

-> Diferenças a nível interespecífico e intraespecífico

Assim, quando avaliamos a toxicidade de um determinado composto, podemos estar a


subestimar a influência de fatores bióticos e abióticos na disponibilidade.
Exemplo: Robalo riscado - usou-se outras larvas de outra espécie para avaliar o impacto do pH.
Não houve impacto, mas não conseguimos determinar o verdadeiro impacto no robalo, que
até é sensível ao pH

Solução- identificar combinações de algumas espécies que tenham uma capacidade preditiva
elevada para determinar a toxicidade para todas (ou quase) dentro de um determinado
LC 50 Daphnia
sistema, ou seja, englobar as espécies mais sensíveis de todo o ecossistema. /
LC 50 Truta
25

Exercício 1

LC 50 Daphnia 3,566
Dapnhia e Rainbow trout: / 25 = / 25 = 0,027
LC 50 Rainbow 5,338
-> dividir por 25 protege-se os mais sensíveis que a Daphnia em todo o ecossistema

-> não se divide por 100 pois é preciso ser razoável entre proteger o ambiente e a economia

-> as espécies mais usadas são os crustáceos marinhos, os peixes, as algas ou macrófitas, os
ratos (mamíferos) e patos (aves).

Fatores bióti cos que afetam a toxicidade | Idade/Tamanho


2 parâmetros com grande influência na resposta ao tóxico.

A relação superfíce/volume é maior no mais pequeno (absorve mais, e acumula mais,


realizando um maior metabolismo). Exemplo: as doses de medicamentos têm de ser coerentes
com esta relação em cada organismo.

Comparação entre dois mamíferos, um rato e um elefante:

-> Rato perde calor muito mais rápido por causa da superfície ser maior que o volume
-> Elefantes não conseguem perder calor com facilidade pois têm a superfície pequena em
relação ao volume, é por isso que têm orelhas grandes para perderem calor (dá uma maior
superfície)

No mapa:

-> Organismos menores em zonas do equador

-> Organismos maiores nos polos

Os juvenis, com estádios de vida mais pequenos, e os organismos com menores tamanhos,
geralmente, são os mais suscetíveis a toxicidade. Organismos mais juvenis (larvas) não têm os
seus mecanismos totalmente desenvolvidos, nomeadamente enzimas de destoxificação, sendo
mais sensíveis que os adultos. O estádio dos ovos apresenta maior resistência que os adultos
por causa da membrana resistente.

Assim, usam-se, por exemplo, pesticidas com capacidade para afetar determinada via
metabólica que um estádio tenha e o outro não, eficaz para matar somente o que
pretendemos (por exemplo, queremos matar a larva e não a borboleta, ou então um inibidor
de mudas, ou um nos sexos que afete mais as fêmeas que os machos e vice-versa)

Fatores abióti cos que afetam a toxicidade | Temperatura


A cada 10ºC aumenta cerca de 2x o metabolismo ectotérmico. Uns organismos em
temperaturas mais baixas têm o metabolismo mais lento, entrando com uma velocidade
menor os compostos nas células, o que reduz a reação ao tóxico e uma menor formação de
tumores.

A temperaturas mais altas:

-> maior necessidade de oxigénio, mas uma diminuição de oxigénio disponível no meio

-> degradação de compostos

-> aumento de metabolismo

-> aumento da solubilização de compostos

-> aumento da fluidez da membrana (lipídicas), com uma maior passagem de compostos
lipossolúveis para dentro das células, o que prejudica o organismo

-> desvio da temperatura ótima de funcionamento de enzimas

Fatores abióti cos que afetam a toxicidade | pH


A boa qualidade da água numa aquacultura é essencial para um crescimento ótimo. Quer-se a
produtividade máxima, conseguida em condições ótimas de pH e temperatura, e com mais
alimento, de modo que o metabolismo (energia) esteja virado para o crescimento e não para
os mecanismos de regulação de stress.
Caso esta seja ácida, ou seja, se esta tiver mais protões, vai provocar um desequilíbrio iónico
entre o ser e o meio. Resulta na inibição da bomba nas guelras, o que inibe a difusão de O2 e
CO2, e acumulando ainda mais protões no ser.

O pH varia a disponibilidade dos metais pesados e faz a ionização de vários compostos. Estão
mais disponíveis ao organismo em pH baixo, e menos disponíveis em pH alto, pois estão mais
dissolvidos.

A acidificação da água vai provocar a descalcificação de várias estruturas calcificadas, como


por exemplo os ossos e carapaças, e leva a um impacto significativo nos diversos órgãos (rins e
guelras) e nas diversas células do ser (apoptose e necrose).

Fatores abióti cos que afetam a toxicidade |Outros


-> Salinidade

-> Dureza

-> Carbono dissolvido

Fatores que afetam a toxicidade | Misturas


No ambiente os organismos estão afetados por vários compostos ao mesmo tempo (mistura).
Um químico pode afetar a especialização do outro, alterando a sua biodisponibilidade. Pode
haver um efeito aditivo, que se divide num efeito combinado sinergístico (quando a mistura
amplifica a toxicidade) e um efeito combinado antagonístico (quando a mistura atenua a
toxicidade). Ainda pode ocorre um composto anular outro.

Exercício 1

Tabela: zinco, chumbo e mercúrio; inibiça de crescimento

Zinco 0; Chumbo 0; Mercúrio 0: inibição combinada = 0% (este é o controlo)

Zinco 0,25; Chumbo 0,3; Mercúrio 0,005: inibição combinada = 67,8%


Zinco 0,25; Chumbo 0; Mercúrio 0,005: inibição combinada = 35,5%

Zinco 0,25: inibição individual = 14,2%

Chumbo 0,3: inibição individual = 11,8%

Mercúrio 0,005: inibição individual = 12,1%

Zinco 0,25; Chumbo 0,3; Mercúrio 0,005:

Total estimado (soma dos 3 individuais) = 14,2 + 11,8 + 12,1 = 38,1%

Efeito combinado = 67,8%

Efeito combinado superior ao estimado -> efeito sinergístico, amplificou a toxicidade

Chumbo 0,15; Mercúrio 0,0025:

Chumbo 0,15; Mercúrio 0,0025: inibição combinada = 10,7%

Chumbo 0,15: inibição individual = 8,5%

Mercúrio 0,0025: inibição individual = 9,5%

Total estimado (soma dos 2 individuais) = 18%

Efeito combinado = 10,7%

Efeito combinado inferior ao estimado -> efeito antagonístico, atenuou a toxicidade

Biomarcadores
Biomarcadores- Qualquer resposta biológica a um stressor, medido em níveis inferiores ao
organismo, nomeadamente os seus subprodutos (urina, excrementos, penas, pelo, etc.),
indicando a diferença da condição normal e que não pode ser detetado no organismo intacto.

Exemplos: Análises químicas (sangue ou urina), picadas das alergias e medição da nossa
temperatura, que indicam respostas biológicas no nosso organismo a certos fatores

A atividade da alimentação, a mortalidade e o tempo de viragem não são exemplos de


biomarcadores visto que englobam o nível do organismo por inteiro, ao contrário dos
biomarcadores que representam os níveis subindividuais, ou seja, níveis abaixo do organismo.

Vantagens:

 Avaliamos do organismo para baixo, com baixa relevância, mas rápida resposta, o que
permite detetar efeitos de toxinas nos organismos antes de estas afetarem o
ecossistema.
 Pode avaliar a resposta de uma mistura de compostos, para além de só um.
 Usados para integrar os efeitos da exposição ao longo do tempo e espaço.
 Alguns podem ser usados sem destruir o organismo, não invasivos, útil em espécies
ameaçadas ou por questões éticas em testes com invertebrados.
 Usando diversos biomarcadores com diferentes funções fisiológicas é possível
conhecer os mecanismos de toxicidade e possíveis efeitos no organismo e
populações.
 Alguns usados para avaliar o grau de exposição de um organismo a um tóxico.
 Permitem identificar os químicos a que os organismos estão expostos.

Exemplos:

 Neurotransmissão - Acetilcolinesterase (AChE)


 Produção de energia - Lactato desidrogenase (LDH, metabolismo anaeróbio)
 Destoxificação - Glutationa S-transferases (GST); Sistema P450
 Stress oxidativo - Catalase (CAT); Superóxido desmutase (SOD)
 Marcadores genéticos
 Reprodução

Ainda falta a produção de energia


Biotransformação | Duas fases de destoxifi cação de tóxicos
Enzimas na fase 1 (Sistema P450) fazem a biotransformação, em que tornam a maior parte
dos compostos insolúveis e tóxicos em metabolitos solúveis em água para a excreção destes.

Enzimas na fase 2 (GST) fazem a bioconjugação; em que os metabolitos que ainda se


encontram insolúveis, não excretáveis, serão unidos por outros compostos produzidos nestas
enzimas, de modo que lhes dão peso molecular, essencial na excreção.

Defesa para stress oxidati vo


Existem radicais livres de oxigénio, muito tóxicos, que serão transformados em peróxido de
hidrogénio pela superóxido desmutase, ainda tóxicos. Depois a catalase o transforma em água
e metabolitos não tóxicos.

Se os radicais não forem tratados, estes irão causar danos no organismo (danos no DNA e
inativação de enzimas). A certa altura, estes apresentam-se em tão elevadas quantidades que
ambas as enzimas (catalase e superóxido desmutase) não conseguem suportar e as próprias
são inativadas, o que resulta em danos adicionais no organismo.

Biomarcadores | Tipos
Exposição- são os químicos ou os seus metabolitos que podem
ser medidos no organismo ou após excreção do corpo e
permite determinar as características da exposição.

Efeito- mudanças quantificáveis de indivíduos, indicando uma


exposição a um composto e uma resposta do organismo que
poderá indicar um efeito na saúde do organismo.
Suscetibilidade- são indicadores das características naturais de um organismo que o tornam
mais suscetível a efeitos à exposição a um tóxico. Ajuda a definir
sensibilidades e alturas críticas nas quais as exposições podem ser
mais prejudiciais (homozigótico recessivo e dominante e
heterozigótico)

Respostas protetoras e não protetoras


Respostas protetoras- o aumento de certas moléculas para processos de destoxificação, por
exemplo, de modo a proteger o nosso organismo quando exposto a toxinas.

Exemplos: Catalase, Superóxido desmutase

Respostas não protetoras- o dano nas proteínas, lípidos e DNA não constituem respostas
protetoras, pois não estão a utilizar qualquer mecanismo para nos proteger.

Exemplos: LPO, Acetilcolinesterase

Resposta protetora
Sistema Monooxigenase- função de aumentar a taxa de produção de metabolitos solúveis em
água (polares) de modo a serem rapidamente excretados, o que ajuda na destoxificação de
poluentes orgânicos.

Fase 1 – Biotransformação (MFO) -> enzimas próprias para degradação de metabolitos


apolares para formar metabolitos solúveis em água, próprios para a excreção.

Fase 2 – Bioconjugação (GST´s) -> enzimas que formam compostos que se juntam aos
metabolitos ainda apolares e mais tóxicos da fase anterior, de modo a dar-lhes peso, próprio
para a excressão.

Nota: No entanto, existem alguns casos em que o metabolismo conduz à produção de


metabolitos ativos (ativação) que podem promover danos celulares mais significativos que os
compostos originais.

As espécies reativas de oxigénio (ROS) são na maior parte representadas pelo anião de
superóxido. O desequilíbrio entre a produção de ROS e a habilidade do sistema biológico
destoxificar os intermediários reativos ou reparar os danos sofridos resulta em stress
oxidativo, e depois em danos no organismo (morte celular, apoptose, necrose).

Exercício 1
Respostas protetoras- SOD,
CAT, GPx, GR

Respostas não protetoras-


LPO, dano no DNA,
inativação de enzimas

Existem ainda moléculas que não destoxificam, mas reduzem a disponibilidade dos poluentes,
com a ligação entre eles

Exemplo: Metalotioneínas - proteínas induzidas pela exposição a elevadas concentrações de


metais, em que os seus grupos tiol se unem aos iões metálicos, reduzindo a sua concentração
celular

Exercício 2

Interprete o gráfico…

Quando a concentração de cobre aumenta, também aumenta a quantidade de


metalotioneínas para contrariar o stress deste poluente. Quando a concentração do metal é
demasiado elevada pode haver inibição de moléculas – Toxicidade Sistémica – em que os
sistemas de produção de enzimas e proteínas deixam de funcionar, além de a energia deixa de
estar disponível para todos os mecanismos que está a incorporar (energia limitada).

Resposta não protetora


Podemos avaliar os danos no DNA (aductos e mutações). O modo como este é afetado pode
ser avaliado por diferentes métodos:

Teste do micronúcleo

Quando existem quebras no material genético na mitose, que resulta na formação da


membrana nuclear à volta de fragmentos pequenos (micronúcleo). Existem assim células
normais e outras que são resultado da quebra somática (micronúcleos), o que permite definir
o rácio entre estas e avaliar a danificação do DNA.

Teste do cometa

O método de eletroforese permite dividir moléculas pelo seu peso molecular pela corrida de
gel. Se o DNA estiver intacto, este vai migrar menos, pois é maior, e de um modo intacto. Se o
DNA estiver repartido, vão ocorrer migrações dos micronúcleos, que são mais pequenos,
resultado na “cauda do cometa”. Quanto maior for esta cauda, mais danos existem no DNA.

ÓMICAS
ÓMICAS - consegue-se de uma só vez perceber e avaliar vários fenómenos que acontecem ao
mesmo tempo. Permite assim o estudo do genoma e a identificação de genes cuja alteração
possa determinar diferentes toxicidades, funcionando como um biomarcador.

Limitações dos biomarcadores


-> Grande variabilidade de resultados. Organismo ectotérmicos apresentam uma grande
variabilidade ao longo do tempo e espaço, pois variam muito com as estações.

-> Não informa sobre o tipo de stressor. Quando a quantidade de catalase aumenta devido à
exposição de um poluente, mas não se sabe exatamente qual é o tóxico.

-> Reduzida relevância ecológica. Por exemplo na escolha entre a avaliação da atividade da
enzima (proteína) ou expressão do gene, produzindo mais mRNA ou não (gene). O gene
responde mais rápido, mas é mais relevante se avaliarmos a proteína (esquema). A solução é
ligar os diferentes níveis de relevância

Parâmetros energéti cos


Tem de haver sempre um balanço energético, no entanto são precisos custos de energia para
lida com a exposição a contaminantes.

Perde-se energia em:

-> Síntese de enzimas protetoras.

-> Perturbações na alimentação (não se consegue buscar energia aos alimentos).

-> Energia retida na assimilação e metabolismo energético.

-> Respostas imunitárias (adaptação com mecanismos que usam energia)

Resulta em:
-> Menor crescimento.

-> Redução da sobrevivência.

-> Redução da reprodução.

Estratégias reprodutivas:

R -> organismos favorecidos em ambientes instáveis, maior crescimento de organismos e mais


pequenos.

K -> organismos favorecidos em ambientes estáveis, processos reprodutivos mais longos, com
menos organismos e de maiores dimensões.

Será sempre esta a estratégia dos organismos perante o stress?


Sabe-se que em R, os juvenis têm uma menor chance de sobrevivência por causa do seu
reduzido tamanho, mas existe um maior número de seres, possibilitando a sobrevivência de
alguns. Em K, os juvenis têm uma maior chance de sobrevivência por causa do seu grande
tamanho, mas existe um menor número de seres, diminuindo a quantidade de sobreviventes.
Assim, a estratégia a ser utilizada vai depender de organismo a organismo.

Parâmetros energéti cos | Custos metabólicos


Balanços energéticos
Ganha-se energia com o consumo, e é usada em: assimilação, reprodução, crescimento, todas
atividades biológicas do ser. Pode haver um desequilíbrio energético, por exemplo para uso de
energia em certos metabolismos, sendo esta condicionada pelas necessidades do ser

Como reduzir percas energéticas?


Damos mais alimento e melhores condições do meio, não havendo percas de energia em
metabolismos desnecessários (exemplo: combate de stress, menos energia, menor a
reprodução). Interessa ainda mais a energia que o organismo retira do alimento (assimila) e
não o próprio alimento.

Cálculo de parâmetros
Scope for growth (SFG) - medida sensível e integrativa do stress no organismo; avalia o
balanço energético em organismos intactos.

Assimilação= Consumo (C) – Fezes (F)

Assimilação= energia total de alimento consumido - perda de energia por excreção

Assimilação=Respiração (R) + Parte excretada (E) + Crescimento, reprodução e reservas (P)

-Respiração -> vias metabólicas

-Reservas -> lípidos, hidratos de carbono e proteínas


SFG = A – R

Energia disponível para crescimento (SFG)= Energia assimilada (A) – Respiração (R)

O que se pretende?
 Aumentar assimilação -> Melhor ração que seja mais assimilada
 Reduzir respiração-> Reduzir stress, com condições ótimas de meio

Como medir?
 Assimilação -> pesar o consumo (Ulva inicial menos final) e subtrair pelo peso das fezes
 Respiração-> medir o oxigénio nas câmeras durante x tempo para saber quanto é a
taxa de respiração (quanto mais stressado, mais o2 consome)

E assim termos a perceção do stress no organismo.

Exercício 1
Interpretar: Quanto maior o stressor, mais oxigénio
existe, pois necessita mais de energia, proveniente da
respiração.

Medir Crescimento VS SFG


Podemos medir simplesmente o crescimento, mas não é possível medir em organismos
adultos pois não crescem muito mais e demora mais tempo. SFG é mais útil pois é feito em
pouco tempo.

Cellular energy allocation (CEA) - Semelhante a SFG mas medido bioquimicamente com
sistemas de eletrões, em organismos não intactos. CEA = A/C

CEA = energia assimilada (A) / energia consumida (C)

 Energia assimilada -> energia transformada em reservas


 Energia consumida -> energia de ETS, da respiração

O que se pretende?
 Mais reservas
 Menor energia consumida pelo sistema de eletrões

SFG VS CEA
 Organismo intacto (SFG) e não intacto (CEA)
 SFG -> Maior tempo, mas mais relevante
 CEA -> Menor tempo, mas menos relevante

Curvas dose-resposta
Resposta monotónica – Uns organismos mais tolerantes e outros
mais sensíveis.

Resposta não monotónica - Determinado medicamento que


estimule o nosso metabolismo a baixas concentrações
beneficamente, mas em maiores concentrações tem um efeito
prejudicial (resposta hormese; exe: zinco).

Interpretação de gráfico
 Macronutriente (–)
 Damos cálcio e melhora performance (estimula)
 Chega à quantidade necessária e então estabiliza e
depois baixa pois a dose já é inibidora (tóxica)
 Micronutriente (- -)
 Damos zinco e estimula em pequenas quantidades,
depois torna-se tóxico
 Elemento não essencial (– –)
 Damos cárnio e a concentração é sempre tóxica

Exemplos:
Bisfenol A (afeta as hormonas) - Temos de ter uma visão
geral para analisar estimulação e inibição

Ratos - Parece o maior estar mais afetado, mas não é bem assim. O
fármaco em pequenas concentrações leva à obesidade (estimula
crescimento), depois estabiliza pois não existem mais recetores ao
fármaco. Em concentrações excessivas deixa de produzir recetores e
volta a ficar pequeno (pois é tóxico).
Isopode- Hormonas elevadas em altas e baixas concentrações, o que induziu a sua muda, mas
não a conseguia acabar, acabando por morrer.

 Diminuição do crescimento.
 Na descendência, em baixas
concentrações, menos fêmeas que
machos.
 LOEC dos machos é superior que as
fêmeas, afeta mais as fêmeas.
 Deixou de ter energia nas concentrações
mais elevadas (a usar energia para
combater o stress).
 Abortos em concentrações mais baixas e
mais elevadas.

|Defi nições |
Bioconcentração- ser vivo contém maiores concentrações de uma substância do que no
próprio meio.

Bioacumulação- bioconcentração ao longo do ciclo de vida do organismo.

Biomagnificação- bioconcentração ao longo da cadeia trófica.

Você também pode gostar