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Curso de
Direito
Processual Penal
15 a
edição
revista, atualizada
e ampliada
2020
Capítulo V
1. CONCEITO
Reconhecemos, como juiz das garantias, o magistrado que, por lei, é responsável pelo
controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais.
O seu conceito se relaciona intimamente com a sua competência e com a necessidade de
se assegurar a imparcialidade do juiz responsável pelo julgamento de mérito condenatório.
O juiz de garantias tem natureza de função enfeixada nas mãos de um órgão jurisdi-
cional. Trata-se de uma das funções que o Poder Judiciário pode exercer. A expressão de-
signa uma delimitação de competência. Ao especificar a competência do juiz das garantias,
apartando-a da competência do juiz da instrução, a legislação não divide a jurisdição, que
subsiste una, porém logra repartir a porção de cada um dos centros de atribuição judicial.
É nesse sentido que o juiz das garantias consiste em um dos exemplos de delimitação
da competência funcional, segundo o objeto do juízo, como lembrado na lição de Afrânio
2. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL
O sistema acusatório é o alicerce constitucional para a existência do juiz das garantias.
A divisão de funções é um dos pilares mais robustos dessa estrutura de processo penal.
Aquele que tem competência para julgar o mérito condenatório não pode exercer tarefas
próprias do órgão acusador. O juiz das garantias antecipa essa cautela. Como todo juiz, ele
não deve exercer poderes a cargo do promotor da ação penal.
Compreende-se que sua atuação como garante de direitos na fase investigativa é ca-
paz de contaminar o juízo cognitivo que poderia ter, ao cabo, se fosse também julgar o
mérito do processo penal. Não sem motivo, o art. 3º-A, do CPP2, inserido pela Lei nº
13.964/2019, vedou ao magistrado, a partir da constatação de que o processo penal terá
estrutura acusatória:
(1) a iniciativa do juiz na fase de investigação; e
(2) a substituição da atuação probatória do órgão de acusação.
O juiz das garantias é uma forma de delimitar não apenas a competência de magis-
trados, segundo o objeto do juízo cognitivo outorgado pela legislação, mas também para
assegurar que o princípio do juiz natural não conflite com a sua necessária imparcialidade.
Ele é uma divisão da competência, segundo a estrutura funcional da persecução penal. Mas
também ele é limite porque se opõe a julgamentos sobre os quais recaia dúvida sobre a
suspeição do julgador. Nessa linha, não se deve admitir a supressão da liberdade de alguém
se não for respeitada, rigorosamente, a estrutura acusatória do processo penal.
A separação das funções na Lei nº 13.964/2019 incidiu não apenas nos sujeitos proces-
suais que compõem a relação processual penal: autor-juiz-réu. A funcionalidade processual
recaiu sobre a ambivalência de atuação que pode assumir o julgador no processo penal. O
juiz é um ser humano e, dessa maneira, devemos considerar que ele se modifica por meio
do seu contato com elementos empíricos que descrevam fatos como provas.
Deveras, a atividade de conhecimento de um fato penal interfere na percepção e vice-
-versa. Dessa forma, correto o caput, do art. 3º-D, do CPP, que previu hipótese de impedi-
mento do juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências
do juiz de garantias. Trata-se de hipótese que o magistrado ficará proibido de funcionar no
processo. Caso viole o impedimento, haverá inexistência jurídica do ato praticado que,
por consequência, deve implicar invalidação. Embora aquele dispositivo faça menção aos
arts. 4º e 5º, do Código, o legislador incursionou em erro material, pelo que entendemos
que as competências indicadas se referem às do art. 3º-B, do CPP, analisadas mais à frente.
1. JARDIM, Afrânio Silva. Primeiras impressões sobre a lei que regulamenta o “juiz de garantias”. Justificando, jan. 2020.
Disponível em: <http://www.justificando.com/2020/01/22/primeiras-impressoes-sobre-a-lei-que-regulamenta-o-jui-
z-de-garantias/>. Acesso em: 17 fev. 2020.
2. Dispositivo com eficácia suspensa, nos termos de decisão monocrática do Supremo Tribunal Federal (STF – ADI 6298/
DF – Medida Cautelar – Rel. Min. Luiz Fux – 22 jan. 2020).
3. LOPES JR., Aury; RITTER, Ruiz. A imprescindibilidade do juiz das garantias para uma jurisdição penal imparcial: reflexões
a partir da teoria da dissonância cognitiva. Revista Duc In Altum Cadernos de Direito, vol. 8, nº16, p. 57, set.-dez. 2016.
4. LOPES JR., Aury. Teoria da dissonância cognitiva ajuda a compreender a imparcialidade do juiz. Consultor Jurídico, 11
jul. 2014. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2014-jul-11/limite-penal-dissonancia-cognitiva-imparcialida-
de-juiz>. Acesso em: 18 fev. 2020.
(1) a primeira, em menor extensão, pelo Presidente da Corte Suprema, Ministro Dias
Toffoli;
(2) a segunda, de dimensão bem mais larga, pelo relator, Ministro Luiz Fux.
Apesar da obviedade, não custa lembrar que são ações de controle de constituciona-
lidade, pela via concentrada. Para a suspensão cautelar de algum dispositivo, seria preciso
demonstrar incompatibilidade insuperável com o texto constitucional. Na hipótese, não
vemos como justificar a sustação do juiz de garantias. Ele atende ao escopo constitucional
do juiz competente que todos temos direito: imparcial e natural, a fim de que seja assegu-
rado o direito maior, que é a presunção de inocência do imputado.
Vejamos cada uma daquelas decisões, em apertada síntese.
(1) A primeira, concedida nos autos das ADI’s 6298, 6299 e 6300, pelo
Ministro-Presidente5.
Na fundamentação da decisão, foi rejeitada a alegação de inconstitucionalidade formal,
ao reconhecer legítimo o exercício da competência do Congresso Nacional. No que concerne
aos artigos 3º-A ao 3º-F, do CPP, introduzidos pela Lei nº 13.964/2019, foi realçado que o
microssistema do juiz das garantias tem o condão:
(a) de promover “uma clara e objetiva diferenciação entre a fase pré-processual (ou
investigativa) e a fase processual propriamente dita do processo penal”, colorindo “uma
cisão muito mais acentuada entre as duas fases do processo penal. A linha divisória entre
as duas fases está situada no recebimento da denúncia ou da queixa, último ato praticado
pelo juiz das garantias (art. 3º-C, caput)”. Depois dessa etapa, as demais questões, pendentes,
“passam a ser resolvidas pelo juiz da instrução e do julgamento (art. 3º-C, § 1º)”;
(b) de romper com o modelo que sempre vigorou no processo penal brasileiro, ao
tornar impedido o juiz que atuar na competência das garantias. Consiste numa “mudança
paradigmática de nosso processo penal”. No entanto, “mostra-se formalmente legítima,
sob a óptica constitucional, a opção do legislador de, no exercício de sua liberdade de
conformação, instituir no sistema processual penal brasileiro, mais precisamente no seio
da persecução criminal, a figura do ‘juiz das garantias’”;
(c) de criar uma divisão de competência funcional entre os juízes na seara criminal,
como já ocorre em vários países do mundo. Um juiz atuará durante a fase de investigação
no controle da legalidade e da garantia dos direitos fundamentais e outro, durante a ins-
trução do processo e em seu julgamento”. Entrementes, “ambos são juízes independentes
e com todas as garantias da magistratura, previstas no art. 95 da Constituição Federal”;
(d) de se inserir – com os arts. 3º-A; 3º-B; 3º-C; 3º-D, caput; 3º-E e 3º-F do CPP – “em
questões atinentes ao próprio exercício da jurisdição no processo penal brasileiro, alterando
profundamente sua lógica de funcionamento, a partir de uma clara cisão de competência
entre as fases pré-processual e processual”;
(e) de interferir em questão de organização judiciária com a introdução do pará-
grafo único, do art. 3º-D, porquanto determina que se adote “um sistema de rodízio de
5. STF – ADI 6298/DF; ADI 6299/DF; ADI 6300/DF – Medida Cautelar – Min. Presid. Dias Toffoli – 15 jan. 2020.
6. JARDIM, Afrânio Silva. Primeiras impressões sobre a lei que regulamenta o “juiz de garantias”. Justificando, jan. 2020.
Disponível em: <http://www.justificando.com/2020/01/22/primeiras-impressoes-sobre-a-lei-que-regulamenta-o-jui-
z-de-garantias/>. Acesso em: 17 fev. 2020.
7. STF – ADI 6298/DF; ADI 6299/DF; ADI 6300/DF; ADI 6305/DF – Medida Cautelar – Rel. Min. Luiz Fux – 22 jan. 2020.
(CF, art. 5º, LXXVIII) em favor do poder punitivo estatal”, eis que “sua função é justamente
a sua limitação”8.
Na realidade, deveríamos priorizar a implementação do juiz das garantias. Afinal, qual
direito mais importante que o da liberdade de um ser humano? O argumento do custo
orçamentário é superado por tantos outros. Fernando Braga, a esse propósito, pontificou
que a criação do juiz de garantias “não gera nova demanda (como aquela gerada pela
implementação das audiências de custódia, p. ex.)”, sendo “necessário apenas redistribuir
o trabalho que antes cabia a apenas um juízo/juiz”. De outro lado, o sistema de rodízio
entre juízes, na forma preconizada para a substituição entre eles, asseguraria a eficácia do
princípio do juiz natural. Ademais, “as dificuldades decorrentes da distância poderão
ser contornadas perfeitamente com a tecnologia já implementada na maior parte do
Judiciário Brasileiro”9.
Deveras, o próprio texto da Lei nº 13.964/2019, encarregou-se de estabelecer ba-
lizas para a adoção de critérios objetivos, previamente estatuídos na legislação, a fim
de evitar designações arbitrárias. Na forma do art. 3º-E, ficou vincado que o juiz das
garantias deverá ser designado conforme as normas de organização judiciária da União,
dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente
divulgados pelo respectivo tribunal. Já nas comarcas em que funcionar apenas um juiz,
coube ao parágrafo único, do art. 3º-D, do CPP, atribuir, aos tribunais, o dever de criar o
referido sistema de rodízio de magistrados.
8. LOPES JR., Aury; RITTER, Ruiz. A imprescindibilidade do juiz das garantias para uma jurisdição penal imparcial: reflexões
a partir da teoria da dissonância cognitiva. Revista Duc In Altum Cadernos de Direito, vol. 8, nº16, p.84, set.-dez. 2016.
9. BRAGA, Fernando. Porque a hora é de pensar sobre como implementar o juízo das garantias. Migalhas. Disponível em:
<https://www.migalhas.com.br/depeso/317677/porque-a-hora-e-de-pensar-sobre-como-implementar-o-juizo-das-
-garantias>. Acesso em: 17 fev. 2020.
14. PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado das ações: tomo 1. Campinas: Bookseller, 1998. p. 318.
21. SÚMULAS DO STJ 172. Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar
militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado
6. Compete à justiça comum estadual processar e julgar delito em serviço.
decorrente de acidente de trânsito envolvendo viatura de po-
lícia militar, salvo se autor e vítima forem policiais militares 200. O Juízo Federal competente para processar e julgar acu-
em situação de atividade. sado de crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o
delito se consumou.
33. A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.
208. Compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito
38. Compete à justiça estadual comum, na vigência da Cons- municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas
tituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda perante órgão federal.
que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse
da União ou de suas entidades. 209. Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito
por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio
42. Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as municipal.
causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e
os crimes praticados em seu detrimento. 235. A conexão não determina a reunião dos processos, se
um deles já foi julgado.
53. Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar
civil acusado de prática de crime contra instituições militares 244. Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o
estaduais. crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos.
62. Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de 528. Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga
falsa anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, remetida do exterior pela via postal processar e julgar o crime
atribuído à empresa privada15. de tráfico internacional.
73. A utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado 546. A competência para processar e julgar o crime de uso de
configura, em tese, o crime de estelionato, da competência documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao
da Justiça estadual. qual foi apresentado o documento público, não importando a
qualificação do órgão expedidor.
75. Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar o
policial militar por crime de promover ou facilitar a fuga de 600. Para a configuração da violência doméstica e familiar
preso de estabelecimento penal. prevista no artigo 5º da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da
Penha) não se exige a coabitação entre autor e vítima.
78. Compete à Justiça Militar processar e julgar policial de
corporação estadual, ainda que o delito tenha sido praticado 634. Ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional
em outra unidade federativa. previsto na Lei de Improbidade Administrativa para o agente
público.
104. Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos
crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a
estabelecimento particular de ensino.
22. SÚMULAS DO STF
122. Compete à Justiça Federal o processo e julgamento uni-
Súmula Vinculante nº 36. Compete à Justiça Federal comum
ficado dos crimes conexos de competência federal e estadual,
processar e julgar civil denunciado pelos crimes de falsificação
não se aplicando a regra do art. 78, II, a, do Código de Pro-
e de uso de documento falso quando se tratar de falsificação
cesso Penal.
da Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira
de Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela
140. Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar
Marinha do Brasil.
crime em que o indígena figure como autor ou vítima.
Súmula Vinculante nº 45. A competência constitucional do
147. Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes
Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de
praticados contra funcionário público federal, quando rela-
função estabelecido exclusivamente pela constituição estadual.
cionados com o exercício da função.
Súmula Vinculante nº 46. A definição dos crimes de res-
151. A competência para o processo e julgamento por crime
ponsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de
de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do
processo e julgamento são de competência legislativa privativa
Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens.
da União.
165. Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de
453. Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo
falso testemunho cometido no processo trabalhista.
único do Código de Processo Penal, que possibilitam dar nova
definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circuns-
tância elementar não contida explícita ou implicitamente na
denúncia ou queixa.
de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu o maior número de infrações, independentemente das
a recusa do pagamento pelo sacado. respectivas penas.
(D) Se, não obstante a conexão ou continência, foram ins-
522. Salvo ocorrência de tráfico para o exterior, quando en- taurados processos diferentes, que já estão com senten-
tão a competência será da Justiça Federal, compete à Justiça ça definitiva, a unidade dos processos não poderá se dar,
dos Estados o processo e julgamento dos crimes relativos a ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação
entorpecentes. das penas, no juízo da execução.
(E) Tratando-se de infração continuada, praticada em terri-
702. A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefei- tório de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-
tos restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum -se-á pelo local em que a última ocorreu.
estadual; nos demais casos, a competência originária caberá
ao respectivo tribunal de segundo grau. 03. (2017 – CESPE – PJC-MT – Delegado de Polícia Subs-
tituto) Em determinado estado da Federação, um juiz
704. Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa de direito estadual, um promotor de justiça estadual e
e do devido processo legal a atração por continência ou co- um procurador do estado cometeram, em momentos
nexão do corréu ao foro por prerrogativa de função de um distintos, crimes comuns dolosos contra a vida. Não
dos denunciados. há conexão entre esses crimes. Sabe-se que a Cons-
tituição do referido estado prevê que crimes comuns
721. A competência constitucional do tribunal do Júri pre- praticados por essas autoridades sejam processados e
valece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido julgados pelo respectivo tribunal de justiça.
exclusivamente pela Constituição Estadual.
Nessa situação hipotética, segundo o entendimento do
STF, será do tribunal do júri a competência para proces-
722. São da competência legislativa da união a definição dos
sar e julgar somente o
crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas
normas de processo e julgamento. (A) promotor de justiça.
(B) juiz de direito.
(C) procurador do estado e o promotor de justiça.
23. Q U E S T Õ E S D E C O N C U R S O S (D) promotor de justiça e o juiz de direito.
PÚBLICOS (E) procurador do estado.
II. São requisitos para o deferimento do incidente de deslo- (A) Caso um Prefeito Municipal venha a cometer um crime
camento de competência para a Justiça Federal a grave de homicídio no exercício de seu mandato, deverá ser
violação de direitos humanos, a necessidade de assegu- julgado pelo Tribunal do Júri do lugar do crime, tendo
rar o cumprimento, pelo Brasil, de obrigações decorren- em vista que este último é o órgão competente consti-
tes de tratados internacionais e a incapacidade de o es- tucionalmente para o julgamento.
tado membro, por suas instituições e autoridades, levar (B) Um Juiz de Direito do Estado de Mato Grosso que co-
a cabo, em toda a sua extensão, a persecução penal. mete um crime de homicídio no Estado do Acre deverá
III. Se cometidos durante o horário de expediente, compete ser julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Acre,
à Justiça Federal julgar os delitos praticados por funcio- já que tem foro por prerrogativa de função.
nário público federal. (C) Um Promotor de Justiça do Estado de São Paulo que
(A) Apenas a assertiva I está correta. comete um crime de tentativa de homicídio simples no
Estado de Mato Grosso deverá ser julgado pelo Tribunal
(B) Apenas a assertiva II está correta.
de Justiça do Estado de São Paulo, já que tem foro por
(C) Apenas a assertiva III está correta prerrogativa de função.
(D) Todas as assertivas estão corretas. (D) Um Deputado Federal do Estado de Mato Grosso que
(E) Apenas as assertivas II e III estão corretas. comete um crime de homicídio em Brasília deverá ser
julgado pelo Tribunal do Júri do Distrito Federal.
06. (2016 – FUNCAB – PC-PA – Escrivão de Polícia Civil) (E) Um Juiz de Direito do Estado de Mato Grosso que co-
A competência é a medida da Jurisdição, distribuída mete um crime de homicídio no Estado do Acre poderá
entre os vários magistrados, que compõem organi- ser julgado pelo Tribunal de Justiça tanto do Estado do
camente o Poder Judiciário do Estado. A conexão e a Acre como do Estado de Mato Grosso, já que tem foro
continência integram os critérios para a fixação dessa por prerrogativa de função.
competência. A doutrina brasileira no âmbito do pro-
cesso penal traz diversas classificações e consectários 09. (2016 – CESPE – PC-PE – Agente de Polícia) A respeito
a respeito da conexão e da continência. Sobre o tema, da competência no processo penal, assinale a opção
assinale a alternativa correta. correta.
(A) A conexão intersubjetiva por concurso é a situação de (A) A inércia da jurisdição é um princípio processual que
vários agentes que cometem infrações penais em tem- permite ao juiz condenar o réu mesmo quando o Mi-
po e lugares diferentes, embora umas sejam destinadas, nistério Público postula a sua absolvição.
pelo liame subjetivo que liga os autores, a servir de su- (B) De acordo com a teoria da ubiquidade, um juiz pode jul-
porte às seguintes. gar simultaneamente duas ações penais distintas quan-
(B) A conexão instrumental, chamada também pela doutri- do as provas de uma possam repercutir na outra.
na de conexão consequencial, lógica ou teleológica, de- (C) Conexão e continência são institutos que autorizam a
monstra que há vários autores cometendo crimes para prorrogação da competência, possibilitando que esta
facilitar ou ocultar outros, bem como para garantir a im- seja definida em desacordo com as regras abstratas ba-
punidade ou vantagem do que já foi feito. seadas no lugar do crime, domicílio do réu, natureza da
infração ou distribuição.
(C) A conexão intersubjetiva por simultaneidade trata-se da
situação dos agentes que cometem crimes uns contra (D) A competência ratione loci, que se refere ao local da
os outros. consumação do crime, deriva da legislação infracons-
titucional e é de natureza absoluta, não podendo ser
(D) A conexão subjetiva é o nome dado à autêntica forma prorrogada nem reconhecida de ofício pelo juiz.
de conexão processual. Denomina-se, também, conexão
(E) O princípio do juiz natural determina que a ação penal
ocasional, significando que todos os feitos somente de-
deverá ser julgada pelo juiz que primeiro tiver tomado
veriam ser reunidos se a prova de uma infração servisse,
conhecimento do fato.
de algum modo, para a prova de outra, bem como se
as circunstâncias elementares de uma terminassem in-
10. (2016 – VUNESP – TJM-SP – Juiz de Direito Subs-
fluindo para a prova de outra.
tituto) Acompanhe o caso fictício. Tício, prefeito de
(E) No processo penal brasileiro não se admite a fixação da uma cidade do interior de São Paulo/SP, mantém um
competência pela continência. relacionamento extraconjugal com Mévia, policial mi-
litar. Por ciúmes, Mévia decide matar a mulher de Tício,
07. (2016 – FCC – DPE-BA – Defensor Público) De acordo Semprônia. Para tanto, ingressou na casa de Tício e,
com norma expressa do Código de Processo Penal, são com uma faca, acerta a vítima no peito. Em defesa de
fatores que determinam a competência jurisdicional: sua mulher, Tício, mediante disparo de arma de fogo,
(A) O local da residência da vítima e a natureza da infração. acerta Mévia, de raspão. Tício é processado perante o
Tribunal do Júri por homicídio tentado simples, além
(B) A prevenção e o local da prisão.
de posse irregular de arma de fogo, na Justiça Comum,
(C) A prerrogativa de função e o domicílio ou residência do sendo, ao final, absolvido de ambas as imputações, em
réu. decisão transitada em julgado; Mévia, por seu turno, foi
(D) O local da investigação e a conexão ou continência. processada na Justiça Militar, e condenada em decisão
(E) O local da prisão e o local da infração. que se tornou definitiva.
A respeito do caso, assinale a alternativa correta.
08. (2016 – UFMT – DPE-MT – Defensor Público) Em rela- (A) Tratando-se de crime comum, correto o julgamento de
ção à competência jurisdicional decorrente da prerro- Tício pelo Tribunal do Júri, visto que a competência do
gativa de função e à competência do Tribunal do Júri, Tribunal de Justiça para processar e julgar Prefeitos dá-
marque a afirmativa correta. -se apenas em crimes de responsabilidade.