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FÍSICA 1

 EDINALDO ADRIANO PARISI  MANOEL LUIZ DE MATOS RICARDINO


 GILVANDRO PEREIRA COSTA  MÁRCIO PEREIRA DOS SANTOS
 JOENY SANTOS REIS  ORLANDO ITAIR DAS NEVES PAES
 JOSÉ DA SILVA GOMES  ROBERTO LINO DOS SANTOS
 LEONARDO QUEIROZ ALCÂNTARA  SIDNEY JORGE DO N. DA SILVA

LEIS DE NEWTON, GRAVITAÇÃO


UNIVERSAL E APLICAÇÕES
CIÊNCIAS DA NATUREZA - FÍSICA

CADERNO DE REFERÊNCIA PARA CONSULTA


UNIDADE DE ENSINO MÉDIO MODULAR
ELABORAÇÃO: EQUIPE DE FÍSICA
FÍSICA 2

LEIS DE NEWTON
Noções de Força
Quando acontece uma interação entre corpos, podem ocorrer variações na velocidade, deformações ou
ambos os fenômenos.
As causas dessas variações ou deformações são denominadas
forças. Quando um corpo é abandonado de uma determinada
altura, cai com movimento acelerado devido à força de atração da
Terra.
Ao chutarmos uma bola, o pé faz sobre ela uma força que, além de
deformá-la, inicia-lhe o movimento.
Quando a superfície dos corpos que interagem se tocam – como a
interação pé-bola, por exemplo, - a força é chamada de força de
contato.
Ocorrendo a interação e estando os corpos a distância, a força é
chamada de força de campo. Um exemplo é a interação Imã– prego.
Se um corpo está sob a ação de várias forças, esse sistema de forças pode ser substituído por uma única
força, chamada de força resultante, que é capaz de produzir, no corpo, o mesmo efeito que todas as forças
aplicadas.

Quando um corpo está sujeito a inúmeras forças que se cancelam, isto é, a força resultante é nula, dizemos
que ele se encontra em equilíbrio estático ou dinâmico, ou seja, perfeitamente parado ou se movendo
com velocidade constante e em linha reta.
A força, portanto, é o agente responsável pela mudança no estado de movimento dos corpos, tratando-se
de uma grandeza vetorial cuja unidade é o kg.m/s² e que foi batizada, posteriormente, como N (Newton).
Quando um corpo está sujeito a uma resultante não nula (diferente de zero) de forças, ele adquire
uma aceleração (variação de velocidade). Essa aceleração, por sua vez, é inversamente proporcional à sua
massa, isto é, quanto maior for a massa, menor será a aceleração adquirida pelo corpo.
Leis de Newton

As leis que fundamentam a base da Mecânica Clássica foram publicadas pela


primeira vez pelo físico inglês Isaac Newton (baseada nas observações do
italiano Galileu Galilei), no ano de 1687, em sua obra de três volumes
intitulada Princípios Matemáticos da Filosofia Natural.

Essas leis são usadas para descrever a dinâmica dos corpos, isto é, as causas que podem alterar seu estado
de movimento. Em termos simples, as leis de Newton tratam de situações em que os corpos permanecem
ou não em equilíbrio devido a ação das forças sobre eles.
1ª Lei de Newton (Lei da inércia)
A Primeira Lei de Newton, chamada de Lei da Inércia, encontra-se traduzida abaixo:
“Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos
que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.”
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Essa lei diz que, a menos que haja alguma força resultante não nula sobre um corpo, esse deverá manter-se
em repouso (equilíbrio estático) ou se mover ao longo de uma linha reta com velocidade constante
(equilíbrio dinâmico). A Lei de Inércia também explica o surgimento das forças inerciais, isto é, as forças
que surgem quando os corpos estão sujeitos a alguma força capaz de produzir neles uma aceleração. Por
exemplo: ao pisar no acelerador do carro, um motorista pode sentir- se
comprimido em seu banco, como se houvesse uma força puxando-o
para trás. Da mesma forma, quando o carro é bruscamente freado, o
motorista tem tendência de continuar o movimento com velocidade
constante e em linha reta. Na verdade, o que ele sente é a expressão de
sua inércia, ou seja, a tendência que seu corpo tem de permanecer
parado ou em velocidade constante.
Além disso, quanto maior for a massa de um corpo, maior será sua inércia. Assim, alterar o estado de
movimento de um corpo de massa grande requer a aplicação de uma força maior pois o mesmo apresenta
mais inércia. Corpos de massa pequena e, portanto, com menos inércia, têm seu estado de movimento
alterado facilmente com a aplicação de forças menos intensas. 
A Primeira Lei de Newton é pouco intuitiva: ao rolarmos uma bola no chão, ela para diante de nossos olhos.
Jamais esperaríamos que ela rolasse eternamente. No caso descrito, porém, a bola está sujeita a uma força
resultante que não é nula: há uma força de atrito entre a bola e a superfície do chão, desacelerando o
objeto continuamente.
Exemplos sobre inércia
 Se puxarmos rapidamente uma toalha de uma mesa cheia de objetos, é possível retirá-la sem
derrubar nenhum deles graças à tendência desses objetos em manter seu estado de repouso. Isso
acontece porque, quando puxamos a toalha em alta velocidade, a força de atrito entre os objetos e
a toalha é insignificante, graças ao comportamento do coeficiente de atrito dinâmico.
 Quando um carro sofre uma colisão, os ocupantes do veículo são “jogados” para frente, pois
tendem a continuar movendo-se em linha reta. Uma maneira de evitar que isso aconteça é
aplicando-lhes uma força que resista a esse movimento, por isso o uso de cintos de segurança é
obrigatório.
 Quando giramos várias vezes, ficamos tontos porque o líquido contido no interior do ouvido
continua girando, em razão de sua inércia.
 A força g, utilizada em aplicações aeronáuticas, trata-se, na verdade, da inércia que os pilotos de
avião sentem quando fazem curvas fechadas ou em alta velocidade. Pilotos de caças devem ser
frequentemente treinados para suportar a própria inércia durante o Voo.
2ª Lei de Newton
A Segunda Lei de Newton, é também conhecida como Lei da Superposição de Forças ou como Princípio
Fundamental da Dinâmica, uma vez que é a partir dela que se define a força como uma grandeza necessária
para se vencer a inércia de um corpo. Seu enunciado diz que:
“A força resultante que atua sobre um corpo é proporcional ao produto da massa pela aceleração por ele
adquirida.”
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De acordo com essa Lei, para que se mude o estado de movimento de um objeto, é necessário exercer uma
força sobre ele que dependerá da massa que ele possui. A aceleração, que é definida como a variação da
velocidade pelo tempo, terá o mesmo sentido da força aplicada, conforme mostra a figura abaixo:
Ao aplicar uma força sobre um objeto, imprimimos sobre ele uma aceleração que será dependente de sua
massa. Isso significa que, quanto maior a massa de um corpo, maior deve ser a força aplicada para que se
altere seu estado de movimento.

Essa lei informa, também, que o módulo da aceleração produzida sobre um corpo, além de ter a mesma
direção e sentido da força resultante sobre ele ,é diretamente proporcional ao módulo da força aplicada
sobre o mesmo e inversamente proporcional à sua massa. Essa lei é apresentada na equação abaixo:

| FR| = m .|a|
Legenda:
|a| – módulo da aceleração (m/s²)
|F| - módulo da força (N ou kg.m/s²)
m – massa do corpo (kg)
3ª Lei de Newton
A Terceira Lei de Newton recebe o nome de Lei da Ação e Reação. Essa lei diz que todas as forças surgem
aos pares: ao aplicarmos uma força sobre um corpo (ação), recebemos desse corpo a mesma força
(reação), com mesmo módulo e na mesma direção, porém com sentido oposto. O enunciado original da
Terceira Lei de Newton encontra-se traduzido abaixo:
“A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: as ações mútuas de dois corpos um
sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em sentidos opostos.”

A lei da ação e reação permite-nos entender que, para que surja uma força, é necessário que dois corpos
interajam, trocando forças (ação e reação). Além disso, é impossível que um par de ação e reação se forme
no mesmo corpo, o que explica por que elas nunca se equilibram.
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Outra informação contida no enunciado da Terceira Lei de Newton indica que


os pares de ação e reação têm a mesma intensidade, mesma direção, porém sentidos opostos. Assim, se
produzirmos uma força direcionada para baixo sobre um corpo, receberemos dele uma força de reação
direcionada para cima. Por exemplo: se estivermos usando patins e empurrarmos um carrinho de
supermercado lotado de compras, seremos empurrados para trás, em decorrência da fraca intensidade da
força de atrito entre as rodas dos patins e o piso.
Observe a figura abaixo. Nela temos a força que o corpo 1 faz no corpo 2 (F 1,2). Ela é equivalente, em
módulo, à força que o corpo 2 faz sobre o corpo 1 (F2,1), no entanto, com sentido contrário. Por isso,
adotamos o sinal negativo:

Sobre as leis de Newton


As leis de Newton explicam inúmeros fenômenos cotidianos e são a base do estudo da Mecânica, ramo da
Física que se dedica à análise dos movimentos.
Existem importantes observações a respeito dessas leis que, se não forem cuidadosamente
compreendidos, podem conduzir a erros na interpretação dos fenômenos.
A seguir, relacionamos algumas coisas que você precisa saber sobre as leis de Newton para não cometer
erros na interpretação e na resolução de exercícios.
 MASSA E INÉRCIA
A inércia é uma propriedade inerente da matéria, isto é, todos os corpos que possuem alguma quantidade
de massa possuem inércia e ela representa a dificuldade imposta por um objeto para entrar em repouso,
caso esteja em movimento, ou de entrar em movimento, caso esteja em repouso. A lei da inércia pode ser
enunciada da seguinte maneira: a tendência de um objeto em repouso ou em movimento retilíneo
uniforme é manter-se em seu estado original. A condição inicial do corpo só pode ser alterada a partir da
aplicação de uma força externa.
Outra observação relaciona-se à massa, que é a medida
quantitativa da inércia: quanto maior for a massa de um
objeto, maior será a dificuldade imposta por ele para
colocar-se em repouso ou em movimento. A recíproca,
nesse caso, é verdadeira, assim, quanto menor a massa de
um objeto, menor será a dificuldade de alterar sua
condição inicial.
 PESO E NORMAL
A força peso é resultado da atração gravitacional existente entre um
planeta e um objeto sobre sua superfície ou nas proximidades dela. Essa
força é determinada por meio do produto da massa do objeto pelo valor
da aceleração da gravidade e sempre estará na vertical com sentido para
baixo, em direção ao centro do planeta.
P = m . g (em módulo)
Onde,
P: força peso (N)
m: massa (Kg)
g: aceleração da gravidade (m/s2)
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Quando um objeto está apoiado sobre uma superfície, uma força vertical e para cima, denominada de força
normal, surge sobre ele. A superfície aplica essa força sobre os objetos a fim de suportá-los.
Peso e normal geralmente são tratadas como um par de ação e reação, mas uma análise cuidadosa da
Terceira Lei de Newton demonstra que isso não é verdade. A lei da ação e reação define que essas forças,
ação e reação, atuam em corpos diferentes. Ao dar um tapa em uma parede, por exemplo, a ação é feita
pela mão sobre a parede, enquanto a reação é feita pela parede sobre a mão, portanto, são duas forças
que atuam em dois corpos distintos. Por atuarem sobre o mesmo corpo, peso e normal não formam um
par de ação e reação.
VOCÊ SABIA?
 Na gravidade padrão da terra, ou seja, num local onde a aceleração gravitacional é g = 9,8 m/s2, um
quilograma força (1kgf) é o peso de um corpo de um quilograma de massa: 1kgf = 9,8 N.
 O peso dos corpos pode variar segundo a gravidade do local. Ou seja, o peso de um corpo é
diferente no planeta Terra, com gravidade de 9,8m/s 2, e em Marte, onde a gravidade é 3,724m/s 2.

Por isso, quando dizemos “eu peso 60 Kg”, estamos utilizando uma expressão incorreta, do ponto
de vista da Física. O correto seria “eu tenho massa de 60Kg”. Isso porque enquanto o peso de um
corpo varia de acordo com a gravidade local, a massa nunca varia, ou seja, é constante.
 Ao contrário do que muita gente pensa, a lua tem gravidade. A aceleração da gravidade em solo
lunar é de aproximadamente 1,6 m/s 2. Como exemplo, vamos imaginar um astronauta de massa 75
kg e calcular seu peso na terra e na lua:

Na terra: P = m . g Na lua: P = m . g
P = 75 . 9,8 P = 75 . 1,6
P = 735 N P = 120 N

Força de atrito
A força de atrito surge em sentido contrário ao movimento de um objeto. Ela pode ser estática, se o objeto
está em repouso, ou dinâmica, se o objeto está em movimento.
Quando empurramos ou puxamos um determinado objeto tentando movê-lo, percebemos que existe certa
dificuldade para colocá-lo em movimento. Essa dificuldade deve-se à força de atrito, que é uma força que
se opõe ao movimento de objetos que estão sob a ação de uma força. Ela age paralelamente à superfície
de contato e em sentido contrário à força aplicada sobre um corpo. Veja o exemplo de um bloco sobre uma
superfície na figura abaixo:

A força de atrito age em sentido contrário ao da força que causa o movimento do bloco

A força de atrito deve-se à existência de rugosidades na


superfície de contato do objeto com o solo. Essas rugosidades
não são observadas macroscopicamente, mas são elas que
dificultam o movimento. Observe na figura ao lado as
irregularidades que existem no contato entre o bloco e a
superfície. A força de atrito deve-se às rugosidades da superfície
e do objeto
A força de atrito depende de dois fatores:
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 Do tipo dos materiais que estão em contato: cada material tem suas características próprias.
Quanto mais “lisos” ou “polidos” estiverem os objetos em contato, menor será a força de atrito.
Essa propriedade é definida numericamente pelo coeficiente de atrito, que pode ser dinâmico ou
estático, possuindo um valor diferente para cada material.
 Força normal: trata-se da reação normal à superfície sobre a qual o corpo está apoiado e depende
do peso do objeto. Quanto maior for a força normal, maior será a força de atrito.
 LIMITES DAS LEIS DE NEWTON
As leis de Newton possuem dois limites de aplicação. Caso as velocidades dos objetos em análise forem
próximas ou iguais à velocidade da luz, as leis de Newton devem ser substituídas pelas propostas
relativísticas elaboradas por Albert Einstein. Outro limite de aplicação refere-se ao caso de as dimensões
dos objetos envolvidos serem iguais às de partículas subatômicas. Nesse situação, essas leis devem ser
substituídas pelas leis da Mecânica Quântica.
 VALIDADE DAS LEIS DE NEWTON
O referencial é o corpo a partir do qual as observações a respeito de movimento e repouso são feitas. As
leis de Newton são válidas apenas para referenciais que estejam em repouso ou em movimento retilíneo
uniforme (referenciais ditos inerciais). Em referenciais acelerados, essas leis perdem sua validade.
Imagine um avião no momento da aceleração para a decolagem. Tomando a aeronave, nesse instante,
como referencial, as leis de Newton não seriam válidas, pois, na decolagem, o avião possui aceleração.
Atenção! Nosso planeta é considerado um referencial inercial, mesmo que execute movimentos com
variações de velocidade.

GRAVITAÇÃO UNIVERSAL
História da Gravitação
Ao estudarmos a gravitação universal vimos que o Sol é a estrela central do nosso sistema planetário.
Sabemos também que todos os planetas se movem ao seu redor, seguindo a seguinte ordem crescente de
afastamento: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
Chamamos o movimento que cada planeta descreve em torno do Sol de movimento orbital de  translação;
enquanto o movimento que o planeta faz em seu próprio eixo é chamado de movimento de rotação.
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O brilho e o movimento dos astros, desde sempre, despertaram o fascínio e a curiosidade dos homens que,
de todas as formas, sempre buscaram uma explicação para os fenômenos relacionados ao que hoje é
conhecida como gravitação universal.
As leis da física que estão por trás dos movimentos dos planetas resultam de milhares de anos de
observação do universo. Essas observações se iniciaram desde a época dos egípcios, caldeus, fenícios, e
outros povos da antiguidade e tinham por finalidade tentar entender os movimentos – não somente o
movimento dos planetas, mas de todo corpo no espaço. O interesse a respeito desse movimento sempre
estava ligado às atividades humanas, como a agricultura e a navegação. As primeiras explicações a respeito
dos corpos celestes envolviam intervenções divinas, ou seja, apresentavam como fundamentos, conceitos
religiosos, místicos e míticos.
Historicamente sabe-se que os primeiros estudos científicos dos astros foram realizados pelos filósofos
gregos. Foram eles que, sem se apoiar na religião, tentaram explicar os movimentos dos planetas, ou
melhor, de todo o sistema planetário.
O modelo astronômico proposto na Antiguidade foi o modelo geocêntrico, sistematizado por Hiparco (sec.
II a.C.). Essa ideia, que teve como maior defensor Cláudio Ptolomeu, grande
astrônomo de Alexandria, no Egito, considerava a Terra como sendo o centro
do Universo, ou seja, todos os astros do universo giravam em torno da Terra.
Nesse modelo, também chamado de modelo ptolomaico, Cláudio Ptolomeu
dizia que o Sol e a Lua descreviam órbitas circulares em torno da Terra. Já os
demais planetas, descreviam, cada um, uma órbita circular em torno de um
centro, que, por sua vez, descrevia outra órbita circular em volta da Terra.
O modelo ptolomaico foi aceito por muitos anos sem sofrer qualquer refutação. Porém, no século XVI
novas hipóteses sobre o movimento do universo começaram a surgir. Um
novo modelo foi então proposto por Nicolau Copérnico (1473-1543) que
renovou a teoria já defendida por Aristarco de Samos (310-230 a.C.). Em seu
modelo, Nicolau Copérnico propôs que o Sol era o centro do universo e os
demais planetas, até então descobertos, giravam em órbitas circulares em
torno do Sol. Seu modelo ficou conhecido como modelo heliocêntrico.
Outro cientista que defendia vigorosamente o modelo heliocêntrico foi
Galileu Galilei (1564-1642) que chegou a ser acusado de heresia pela
igreja católica por que afirmava que a Terra não era o centro do universo e
fazia parte do sistema solar. Através da utilização de instrumentos
ópticos nas observações astronômicas, Galileu conseguiu fortes
evidências que provavam ser correto o modelo copernicano. Uma das
provas mais plausíveis da época foi a descoberta das luas de Júpiter. Se
havia corpos que giravam em torno de um planeta, a Terra não poderia
ser o centro do Universo.
Mas coube ao jovem astrônomo Johannes Kepler (1571-1630) determinar, de forma definitiva, como os
planetas se movem em torno do Sol. Kepler foi discípulo e assistente do astrônomo Tycho Brahe (1546-
1601) e herdou os registros das precisas observações deixadas por seu mestre. A partir de tais registros, e
após um trabalhoso e longo estudo, ele pôde enunciar as três leis que descrevem o movimento do sistema
planetário e que acabaram por convencer os pesquisadores sobre a realidade do heliocentrismo,
estabelecendo, ainda, que os planetas tinham órbitas elípticas e não circulares. Essas leis são chamadas
de Leis de Kepler.

LEIS DE KEPLER E A GRAVITAÇÃO UNIVERSAL


As Leis de Kepler descrevem o movimento dos planetas (sem se preocupar com suas causas), seguindo
modelos heliocêntricos, ou seja, o sol no centro do sistema solar.
Primeira Lei de Kepler
FÍSICA 9

A 1ª Lei descreve as órbitas dos planetas. Kepler propôs que os planetas giram em torno do Sol, em uma
órbita elíptica, com o Sol em um dos focos.

Nesta Lei, Kepler corrige o modelo proposto por Copérnico que descrevia como circular o movimento
orbital dos planetas.
Segunda Lei de Kepler
A 2ª lei de Kepler assegura que o segmento (raio vetor) que une o sol a um planeta varre áreas iguais em
intervalos de tempo iguais.

Uma consequência deste fato é que a velocidade do planeta ao longo da sua trajetória orbital é diferente,
sendo maior quando o planeta se encontra mais próximo do seu periélio (menor distância entre o planeta e
o Sol) e menor quando o planeta se encontra próximo do seu afélio (maior distância do planeta ao Sol).
Terceira Lei de Kepler
A 3ª lei de Kepler indica que o quadrado do período de revolução de cada planeta é proporcional ao cubo
do raio médio de sua órbita.

Por isso, quanto mais distante o planeta estiver do sol, mais tempo levará para completar a translação.
As conclusões de Galileu e Kepler foram endossadas pelos estudos de Isaac Newton (1643-1727), físico e
matemático inglês, que notou, também, que a velocidade dos planetas ao longo da trajetória é variável em
valor e direção.
Para explicar essa variação, ele identificou que existiam forças atuando nos planetas e no Sol, deduzindo
que essas forças de atração dependem da massa dos corpos envolvidos e das suas distâncias, chegando,
assim, a sua Lei da Gravitação Universal, que explica a mecânica celeste.
FÍSICA 10

LEI DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL


A lei da gravitação universal, buscava entender o movimento planetário. Ela é utilizada para calcular o
módulo da atração gravitacional existente entre dois corpos dotados de massa e é sempre atrativa e age na
direção de uma linha imaginária que liga dois corpos.
Segundo Newton:
• O Sol atrai os planetas;
• A Terra atrai a Lua;
• A Terra atrai todos os corpos que estão perto dela.
Depois de analisar esses fatos, Newton, numa tentativa de resumir esses conceitos, os chamou de força
gravitacional. Ou seja, existe uma força que atrai todos os corpos, estejam eles no espaço ou na Terra.
Além disso, de acordo com a Lei da Ação e Reação, a força de atração é igual para os dois corpos
interagentes, independentemente de suas massas. Assim, baseado nas conclusões de Newton, o enunciado
da lei da Gravitação Universal diz que:
“Dois corpos atraem-se por uma força que é diretamente proporcional ao produto de suas massas e
inversamente proporcional ao quadrado da distância que os separa”.
A formalização matemática fica:

Todo esse trabalho se fundamentou nos estudos de numerosos cientistas, como alguns já citados, que
precederam Newton, e que deixaram contribuições valiosas para suas pesquisas. Não à toa, Newton
cunhou a célebre frase “Se enxerguei mais longe é porque me apoiei em ombros de gigantes”. Um justo
reconhecimento a todos que colaboraram para uma melhor compreensão do nosso Universo.
CONCLUSÕES E APLICAÇÕES A RESPEITO DA LEI DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL
 A Gravidade é uma força que incide sobre os objetos em repouso, graças a ela a vida na Terra,
como conhecemos, se tornou possível, já que é a gravidade que mantém aprisionadas as moléculas
de gases na atmosfera, impedindo que eles fossem expelidos para o espaço.
 Além do movimento dos planetas, a Lei da Gravitação Universal também explica as marés e o ciclo
de vida das estrelas. Importa lembrar que é a gravidade que mantem as estrelas vivas.
 Por meio da Lei da Gravitação Universal, foi possível predizer o raio das órbitas planetárias, o
período dos asteroides, eventos astronômicos como eclipses, determinação da massa e raio de
planetas, estrelas etc.
 Colocar satélites em órbita da Terra, lançar foguetes ou pousar sondas em outros planetas só se
tornou possível graças à compreensão dos fenômenos gravitacionais proporcionados pela Lei da
Gravitação Universal.
FÍSICA 11

 Por meio da proposição da Lei da Gravitação Universal, foi possível explicar, teoricamente, a lei
empírica descoberta por Johannes Kepler que relaciona o período orbital ao raio da órbita de dois
corpos que se atraem gravitacionalmente sendo esse, inclusive, um dos indicadores do sucesso dos
estudos de Newton sobre a gravitação.

IMPONDERABILIDADE
Imponderabilidade é o estado em que não podemos discernir se estamos em um campo de gravidade zero

ou em queda livre. Também é descrita como a


sensação de ausência de compressão de apoio,
resultante da ausência de força normal.
A força gravitacional é aplicada diretamente em todos
os pontos do corpo, de modo a produzir a mesma
aceleração em todos eles, então não existe
compressão e o peso não é sentido quando se está em
queda livre. Mas quando se está sentado em uma
cadeira apoiada na superfície da Terra ele é sentido, a
força normal iguala o peso, mas gera uma sensação de
peso que não acontece quando se está em queda livre.
Considerando-se a exemplo uma pessoa no interior de
um avião, elevador, ou de uma nave espacial que cai
livremente, observa-se que a taxa de aceleração desta
pessoa e da nave espacial são as mesmas, e que a
pessoa – tendo por referência apenas a nave –
aparentemente não tem peso: ela flutua livremente
dentro da nave (se a pessoa estiver segurando um objeto e o soltar, ele permanecerá no mesmo lugar em
relação a nave no qual foi solto). Durante a maior parte das fases de uma viagem espacial, os astronautas
estão em estado de imponderabilidade.
O princípio da imponderabilidade foi utilizado por Albert Einstein como inspiração à elaboração da teoria
da relatividade geral, sendo este um caso especial do princípio da equivalência.
O corpo humano não está acostumado a este estado, e em viagens muito longas, exercícios especiais
devem ser realizados para que não haja efeitos negativos a longo prazo. Há academias de ginástica
construídas para tal fim nas estações orbitais, e os astronautas que permanecem por longos períodos em
órbita devem exercitar-se diariamente por no mínimo 2 horas e 30 minutos a fim de evitarem-se atrofias no
sistema motor. Em tais condições alguns cosmonautas da antiga União Soviética passaram um ano sob
condições de imponderabilidade e parece que nenhum efeito de longo prazo resultou disso.
Visto que algumas experiências cuidadosamente realizadas permitem ao astronauta identificar a presença
do campo de gravidade – especificamente o gradiente do campo gravitacional – o verdadeiro estado de
imponderabilidade só pode ser atingido no espaço distante – em regiões onde o campo gravitacional possa
ser considerado uniforme ao longo de toda a nave.
Todos os corpos têm massa e, se estiverem perto de um planeta (ou mesmo estrela), têm também peso,
uma vez que são atraídos por ele. Vemos na televisão imagens de astronautas a bordo de uma nave em
órbita da Terra, onde eles aparecem a flutuar, como se não tivessem peso. Esta situação é chamada “falta
de peso” ou imponderabilidade. Porém, este nome engana… uma vez que os astronautas têm peso e são
continuamente atraídos para a Terra, tal qual a nave onde se situam (astronautas e a nave têm um
movimento circular, com a força apontar para o centro da órbita). O peso é apenas um pouco menor do
que na Terra.
Como a nave e tudo que está dentro dela possuem a mesma velocidade e a mesma aceleração, não há
força mútua atuando entre eles. Em outras palavras, o astronauta não exerce força sobre o piso da nave, o
que lhe dá a sensação de flutuação.
FÍSICA 12

Corpos que estão orbitando a terra estão em contínua queda livre “em direção” à terra. Esse encontro
apenas não se concretiza porque eles estão realizando o movimento orbital.
Compilado de Estado de imponderabilidade | Human Compendium (wordpress.com) – via Wikipédia

SATÉLITES ARTIFICIAIS EM ÓRBITA


Uma grande quantidade de satélites artificiais. Alguns são usados para pesquisas científicas ou observações
dos astros, outros são meteorológicos, outros fazem parte do sistema GPS outros, ainda, servem para
comunicação; existem também satélites antigos, já desativados, conhecidos como lixo espacial. O fato é
que a cada dia aumenta a quantidade de objetos orbitando a terra. Estima-se que, atualmente, existem
mais de 12 000 objetos em órbita na terra. Dentre eles, cerca de 1 000 são considerados lixo ou sucata
espacial.
Satélites de Comunicação
Num mundo cada vez mais informatizado
como o nosso, a comunicação é muito rápida.
Qualquer fato que ocorra em algum lugar do
mundo, por mais remoto que seja esse lugar,
logo atinge todos os cantos do planeta,
tornando-se público para a maioria dos
habitantes da terra. Por essa razão, fala-se que
o mundo é uma “aldeia global”, expressão
cunhada pelo futurólogo Marshall McLuhan
(1911 – 1980), pois a colocação em órbita dos
satélites geoestacionários tem permitido a ILUSTRAÇÃO DO ESQUEMA DE TRANSMISSÃO VIA SATÉLITE (SEM ESCALA)
comunicação entre quaisquer pontos do nosso
planeta.
Um satélite artificial é geoestacionário quando se mantém imóvel em relação a um observador na terra.
Para que isso aconteça, devem ser obedecidas as seguintes condições:
 O plano de sua órbita deve coincidir com o plano da linha do Equador terrestre, pois em qualquer
outra situação seria impossível acompanhar o movimento de rotação da terra.
 O sentido de seu movimento de translação deve coincidir com o sentido do movimento rotacional
da terra.

 O período do seu movimento deve ser T = 24 h, que é o intervalo de tempo para a terra completar
uma volta no seu movimento de rotação.
Considerando que, para cada período de translação de um satélite, há um e apenas um raio de órbita
possível, como já vimos, as outras condições só permitem a existência de uma única órbita geoestacionária.
Essa órbita está à altura de aproximadamente, 36 000 km acima da superfície. Para ocupá-la com satélites,
existem regras bem rígidas, estabelecidas pelos organismos internacionais. O Brasil mantém satélites da
série Brasilsat nessa órbita, substituindo-os periodicamente, seja em razão de eventuais desgastes, seja
para acompanhar o progresso tecnológico.
A presença de vários satélites desse tipo, estrategicamente colocados, permite que o sinal a ser transmitido
possa até dar a volta ao mundo. Como a velocidade das ondas de TV e de rádio é praticamente igual à da
luz, um telespectador aqui no Brasil, por exemplo, pode assistir simultaneamente um evento que esteja
acontecendo no Japão, do outro lado do mundo.

FONTES DE CONSULTA
 https://brasilescola.uol.com.br.
 TORRES, Carlos Magno A.; FERRARO, Nicolau Gilberto; SOARES, P. A. de Toledo; PENTEADO, P. C.
Martins. FÍSICA Ciência e Tecnologia – Vol. 1, Ed. Moderna – 3ª edição - São Paulo, 2013.
FÍSICA 13

 MÁXIMO, Antônio; ALVARENGA, Beatriz. Curso de FÍSICA – Vol. 1, Ed. Scipione – 1ª ed. – SP 2011.
 HELERBROCK, Rafael. "Primeira Lei de Newton"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/primeira-lei-newton.htm. Acesso em 25 de maio de 2021.
 HELERBROCK, Rafael. "Leis de Newton"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/leis-newton.htm. Acesso em 25 de maio de 2021.
 TEIXEIRA, Mariane Mendes. "Segunda Lei de Newton"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/segunda-lei-newton.htm. Acesso em 25 de maio de 2021.
 HELERBROCK, Rafael. "Terceira lei de Newton"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/terceira-lei-newton.htm. Acesso em 25 de maio de 2021.
 HELERBROCK, Rafael. "Gravitação Universal"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/gravitacao-universal.htm. Acesso em 25 de maio de 2021.
 ANJOS, Talita Alves dos. "Lei da Gravitação Universal"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/lei-gravitacao-universal.htm. Acesso em 25 de maio de 2021.
 BONJORNO, Regina Azenha ; BONJORNO, José Roberto; BONJORNO, Valter e RAMOS, Clinton Marcico
– Física fundamental- Novo: volume único, 2º grau. São Paulo: FTD, 1999.

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