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A
ACÚSTICA DOS PRATOS
Por que os pratos têm este som? Por que
um bom prato nunca está desafinado?
Estas questões não podem ser
respondidas em poucas palavras. Por
simples e básico que um prato possa
parecer, na verdade é um dos
instrumentos mais complexos que
existem. Este capítulo começa com
alguns conhecimentos básicos sobre
acústica de pratos. Uma vez municiados
com uma dose de "pratologia" geral, as
próximas seções ficam mais fáceis de
entender.
Estas seções dão uma profunda visão da
forma como a sonoridade dos pratos é
criada. A seção Anatomia trata das
influências de fatores tais como
diâmetro, peso e perfil sobre o som de
um prato. Os efeitos da liga metálica, de
diferentes métodos de martelamento,
torneamento, polimento e maturação
são tratados na terceira seção,
Organizando as Vibrações.
Perguntas, Respostas, Perguntas
Esta multiplicidade de informações pode
nos levar à conclusão de que este
capítulo contém tudo que uma pessoa
poderia saber sobre pratos. Ledo
engano.
Embora não possamos negar a
existência de certas leis de acústica, a
soma total dos determinantes sonoros
de um prato mostra uma tamanha inter-
relação que parece quase impossível não
ocorrer em ambiguidades. É normal que
mesmo os mais entendidos do assunto
tendam a discordar em certos pontos.
Se, por um lado, você acredita ter obtido
todas as respostas, elas levam a outras
perguntas novamente. Neste momento
você percebe que está chegando lá.
Fonte: THE CYMBAL BOOK - HUGO
PINKSTERBOER (1992)
SEGUE
JAZZed 19/07/08 as 23:39
CONTINUAÇÃO:
CONCEITOS BÁSICOS - ACÚSTICA DOS
PRATOS
O som pode ser descrito como um
"rompimento do equilíbrio do ar". Se
você se posiciona bem em frente aos
alto-falantes de uma banda que toca
bem alto, você sentirá este rompimento
muito bem. A forma como o som se
propaga pelo ar pode ser comparada
com aquilo que você vê quando joga
uma pedra em uma banheira cheia de
água.
Quinze Padrões
Velocidade
Harmônicos
Instrumentos de "ruído"
Vibrações Congênitas
Tessitura
Mistura
Agudo e Grave
SEGUE:
JAZZed 19/07/08 as 23:42
CONTINUAÇÃO:
ANATOMIA - ACÚSTICA DOS PRATOS
Cada tipo de prato tem uma
característica bastante específica e um
som individualizado. Seu som é definido
por uma ampla gama de parâmetros. A
influência de cada um destes fatores é
sempre relacionada aos outros fatores.
Se fosse possível instalar uma cúpula
diferente em um determinado prato,
você não teria somente outra cúpula. O
som e demais características do prato
como um todo mudariam.
Da mesma forma, toda mudança nas
dimensões ou outras variáveis de um
prato poderiam ser compensadas, até
certo ponto, pela mudança de algum
outro parâmetro. Um prato plano, a
princípio, tem um pitch mais grave do
que um prato mais convexo, mas se ele
for martelado de um modo especial,
ficará mais agudo. Em resumo: A
sonoridade final de um prato é formada
pela soma de diversos fatores que
trabalham em conjunto uns em relação
aos outros.
Os termos usados nas seções
seguintes têm de ser contextualizados.
Assumimos que em um determinado
prato apenas o parâmetro que está em
discussão é mudado. Todos os demais
parâmetros permanecem constantes.
Quando dois pratos estão sendo
comparados, assumimos que são da
mesma série, a menos que dito de outra
forma. Deve ser mencionado que os
termos aqui utilizados para definir os
efeitos de determinados fatores sobre o
som são sempre subjetivos.
DIÂMETRO
Quanto maior for o prato, maior a
quantidade de ar que poderá ser
deslocada e maior o volume que será
capaz de produzir. Ao mesmo tempo,
gasta-se mais energia para fazer vibrar
uma maior quantidade de metal.
Conseqüentemente, pratos maiores
respondem mais lentamente do que
pratos menores. Seu "sustain" é mais
longo também. Leva algum tempo para
fazer 3 kilos de metal se aquietarem.
Isto pode representar problemas na
escolha de um prato.
Com efeito, um crash de 18" terá mais
volume do que um de 14". Contudo, se
você deseja utilizá-lo para uma
acentuação curta, você escolherá o
menor. Isto implica em fazer
concessões, na medida em que volume é
desejável. Além disso, o pitch de um
prato maior é mais grave, sendo que a
quantidade de metal oferece mais
espaço para amplitudes longas das
ondas sonoras.
Para exemplificar como estas
observações são relativas, um prato
thick bell de 8" poderia ser comparado
com um thin crash de 20". O crash tem
mais volume, mas em certas
circunstâncias você será capaz de ouvir
melhor o bell por causa de seu pitch
mais agudo.
PESO
A influência do peso de um prato é,
em alguns aspectos, comparável à
influência do diâmetro. Mais metal
significa mais volume, resposta mais
lenta e um sustain mais longo. O pitch,
pelo contrário, sobe na medida em que o
peso aumenta. Quando comparamos um
ride e um crash do mesmo tamanho e
série isto torna-se claro. Comparando
medium e thin crashes pode haver
confusão. O thin a princípio pode parecer
soar com mais volume, mas não é
verdade. Isto deve-se ao fato de que as
altas freqüências no thin crash
respondem rapidamente, o que tende a
enganar os ouvidos. Quando escutamos
os mesmos pratos a uma certa distância
(assim como a platéia), fica nítido que o
medium crash possui o pitch mais
agudo.
Harmônicos
A espessura do prato também
influencia a quantidade de harmônicos
audíveis e suas características. Pratos
mais grossos produzem menos
harmônicos e têm uma gama de
freqüências mais estreita, pois os
harmônicos são limitados pela grande
quantidade de material. Um thin ride,
desta forma, tem mais propagação e um
som mais amplo e quente do que a
versão heavy do mesmo prato.
A maioria dos pares de chimbal tem
um bottom mais pesado e um top mais
leve. O heavy bottom dá volume e poder
cortante, enquanto o light top pode
responder rapidamente. Ao mesmo
tempo, esta combinação faz o som soar
um pouco mais quente.
PERFIL
O perfil ou curvatura do prato co-
determina o pitch bem como a presença
e caráter dos harmônicos. Um prato
mais aplainado tem um pitch mais
grave, é mais "dark" e tem mais
harmônicos do que um prato mais curvo.
Sabendo que quase todos os pratos
provêm de um disco plano de metal, isto
é fácil de entender.
Quanto mais convexo for um prato -
por martelamento, pressão e/ou
torneamento - maior será a tensão de
seu metal. Portanto, o pitch será maior
(lembre-se da corda do violão).
A definição do som será maior caso
lhe dêem uma curvatura maior. Quanto
maior a curvatura, menor a quantidade
de harmônicos, logo terá um som mais
seco. Assim como quase todos os
demais parâmetros, este também pode
ser compensado de algumas formas. Um
prato com elevada curvatura pode obter
uma quantidade extra de harmônicos
com a diminuição de seu peso ou com a
utilização de algumas técnicas de
martelamento.
Diferenças na curvatura de pratos
podem ser bastante substanciais. Alguns
exemplos típicos são um Ride K Zildjian
de 20" com uma curvatura de 17 mm
(altura do perfil medida entre a borda do
prato e a base da cúpula) e um Ride
Istanbul Ottoman de 20" medindo 28,5
mm.
A espessura de um prato é às vezes
tida como sendo mais determinante do
que a curvatura. Um crash de 20" e um
ride do mesmo tamanho e série devem
possuir a mesma curvatura, sendo a
diferença de peso responsável pelas
diferenças no som. Por outro lado, pode-
se dizer que um K Zildjian ou Sabian HH
pesados nunca soarão realmente
agudos, uma vez que têm uma
curvatura muito baixa. A versão ride
destes pratos, pela mesma razão, pode
ser usada como crash mais facilmente
do que rides de formas mais convexas.
Peso
Com isto, conclui-se que pratos de
condução normalmente possuem uma
curvatura maior do que os pratos de
ataque. Pratos mais planos respondem
mais rapidamente do que os mais
curvos. E tem mais. Por um lado, a
curvatura mais acentuada do prato de
condução faz dele um prato com mais
definição. Há menos harmônicos. Por
outro lado, uma curvatura acentuada
indica um sustain mais curto. Por que
então os pratos de condução soam
tanto? Por causa de seu peso.
Pratos chineses e congêneres
possuem um perfil desviado. As flanges
afiadas de suas bordas os tornam muito
curtos e com sonoridade áspera. As
bordas do Sound Control Series, da
Sabian, ou dos Fast Crashes da Ufip são
muito menores. Isto cria um efeito de
abafamento dos harmônicos e do
sustain, "controlando o som que sai do
instrumento", de acordo com a Sabian.
Este fenômeno pode ser entendido
voltando-se à história da pedra e da
banheira.
TAPER (Afilamento)
O "taper" de um prato é a mudança
na espessura existente entre o centro e
a extremidade. Crashes normalmente
possuem um "taper" mais acentuado do
que os rides. Em outras palavras, a
diferença entre a parte mais grossa e
mais fina do crash é maior.
Um taper acentuado, resultando em
uma borda fina, faz com que o prato
responda mais rapidamente e possua um
sustain curto. Um taper mais aplainado,
resultando em uma borda relativamente
grossa, fornece um som mais limpo,
menos explosivo e uma resposta mais
demorada. Quando reduzimos o
tamanho de um prato de ataque
rachado, ele fica menos "crashy" após o
conserto. O "taper" relativo ficou menos
acentuado.
Em função de defeitos no torno (que
ocorrem às vezes), o prato pode sair
com uma região mais fina mais perto do
centro. Seu som ficará um tanto oco.
CÚPULA
O tamanho e formato da cúpula
produz efeitos principalmente sobre o
volume, a presença de harmônicos e
sobre o tempo de resposta. Uma cúpula
maior faz com que o prato responda
mais rapidamente, conferindo a ele
também maior volume, mais sobretons e
som mais encorpado.
Em outras palavras, uma cúpula
grande realça as qualidades de ataque
do prato. Cúpulas menores resultam em
uma sonoridade mais firme e compacta.
O som de um flat ou mini-bell ride
evidencia isto. Estes pratos têm um
volume limitado, seu som é muito
definido e raramente tendem a se
desenvolver. Tocando na borda destes
pratos não se produz sons de ataque.
Observando pratos de ataque e de
condução, é notável como nem todos os
crashes possuem cúpulas maiores. Em
modelos mais econômicos, é muito
comum que exista um só tamanho de
cúpula para todos os pratos de um
determinado range de tamanho. Em
modelos mais caros, na maioria das
vezes apenas os pratos de ataque
maiores (18" para cima) apresentam
cúpulas maiores do que os pratos de
condução do mesmo tamanho.
Flat ou Heavy
Geralmente, a cúpula dos power e
rock crashes é maior do que aquelas
existentes nos crashes comuns. Você
encontra cúpulas grandes também em
pratos de condução concebidos para
fornecer altos volumes. O excesso de
harmônicos causado pelo tamanho da
cúpula é compensado pela espessura
destes pratos.
É interessante notar que um flat ride,
um heavy ride ou ping ride, possuindo
cúpulas com dimensões completamente
diferentes, compartilham de certas
similaridades no som. Ambos raramente
desenvolvem sobretons e ambos têm
uma boa definição de batida. A diferença
se dá principalmente no volume que
produzem.
Forma
Quando se fala em cúpula, o termo
"tamanho" é na prática muito limitado.
Cúpulas também diferem pelas formas.
Existem cúpulas grandes e planas, como
também pequenas e salientes. Estas
diferentes cúpulas podem ter a mesma
superfície total, e mesmo assim produzir
um efeito completamente diferente
sobre o som do instrumento.
Pratos chineses tradicionais têm uma
cúpula cônica, que realça o rápido
"decay" e o som rústico. Estas
características sonoras não eram
consideradas quando os chineses
desenvolveram este tipo de prato. As
cúpulas funcionavam como alça para que
os pratos fossem tocados aos pares.
Fonte: THE CYMBAL BOOK - HUGO
PINKSTERBOER (1992)
Próxima sessão: "Organizando as
Vibrações - Acústica..."
SEGUE:
JAZZed 19/07/08 as 23:47
ORGANIZANDO AS VIBRAÇÕES -
CONTINUAÇÃO:
ACÚSTICA DOS PRATOS
LIGA METÁLICA
Foco
Pratos "Idênticos"
Latão
MARTELAMENTO
Duro ou Inconstante
Métodos de Martelamento
Sonoridade "Irregular"
Diferentes Martelos
TORNEAMENTO
Equilíbrio
Menos Metálico
Teoricamente
POLIMENTO
Discordância
Compensação
Preto e Vermelho
MATURAÇÃO
Dispensa
Mais Forte
Mais Suave
Ouvidos
SEGUE:
JAZZed 19/07/08 as 23:49
FINALMENTE - ACÚSTICA DOS PRATOS
Não importa o quanto discutimos este
assunto, a história nunca acaba. Pegue
apenas o exemplo das pessoas que até
hoje se torturam tentando descobrir o
mistério dos velhos K Zildjians. Teria
sido a inconsistência e impureza da liga
metálica? Ou seria o carvão utilizado
para aquecer os fornos? Que papel pode
ter desempenhado o menor diâmetro do
buraco? E o que dizer sobre as cúpulas
tortas de alguns desses pratos?
ghustavus 20/07/08 as 02:31
eu já tinha lido isso, se eu não me
engano no site da Luthier drums,
isso é muito interessante mesmo, eu
gosto de ver sobre como são feitos
os pratos e tambores. Depois que eu
li esse texto eu passei a reparar em
varias coisas nos pratos que eu
vejo...
JAZZed 20/07/08 as 05:04
Fala Ghustavus, a fonte é o site do
Tibério mesmo (Luthier Drums). Só que
eles traduziram deste livro, o THE
CYMBAL BOOK - HUGO PINKSTERBOER
(1992). Se alguém conseguir achar esse
livro (só deve ter em inglês) me dá o
toque!!! Não consegui achar! Aí eu
compro e vou traduzindo partes dele
aqui no fórum pra galera.
adrianodrums 20/07/08 as 06:42
E-X-C-E-L-E-N-T-E !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
MUUUUUUUUITO BOM!
nao li tudo ainda.mais aprendi bastante
coisa! animal!
vou ver c faço uma ''apostila'' disso
abraços e mt obrigado
ghustavus 20/07/08 as 17:23
na freenote tinha, mas não tem
disponivel, sem ser lá eu só achei na
amazon, mas no google livros tem
varias partes dele disponiveis dá
uma olhada lá...
Huguinhu 20/07/08 as 19:20
Mto bom!!
JAZZed 20/07/08 as 20:35
Aí galera, compartilhando a gente já
multiplicou.
O Ghustavus já me passou que tem
partes dele no Google. Se estiver em
inglês, não sei como anda o inglês da
galera, mas dou um help e traduzo.
QUANDO (e bota quando nisso...........)
sobrar uma grana, vou ver como
funciona o lance de comprar na Amazon,
aí traduzo ele. Faço disso um desafio
pessoal. (Tradução é um trabalho
MONSTRUOSO, só que trabalha com isso
sabe. Uma vez, trabalhando para uma
empresa dinamarquesa tive que traduzir
um site. "Coisa pouca e simples"
diriam...uma ou duas folhas A4. Gastei
NOVE SEMANAS ralando MUITO...E olha
que eu estudei 20 anos inglês...)
Vamos "multiplicando"...
Abraços!
Sempre que puder e tiver algo
interessante, POSTO! (Quando tiver
dúvidas também...heheheh)
ghustavus 21/07/08 as 04:12
traduzir dá um trabalhão mesmo, eu
tinha começado a traduzir o stick
control mas desisti...
refux 21/07/08 as 13:22
caras... incrivel!... vo favorita e ir lendo
aos poucos =)
Mirandinha21 21/07/08 as 17:20
Ainda não li todo, mas o pouco ke li já
deu uma ampliada no modo de ver um
prato. As caracteríticas, etc....
JAZZed 21/07/08 as 17:22
Lá "vamu nóis"..:
Mais algumas coisinhas que achei, a
fonte é o mesmo livro:
"Metalúrgicos experimentam materiais
para obter ligas de alto grau há mais de
3500 anos. Há descobertas
arqueológicas de pratos de bronze
originários da Grécia, já com sulcos
circulares, datados de aproximadamente
2500 anos. Os primórdios podem ser
relacionados com uma idade tão
impressionante como 5000 anos!
Tal como os tambores, eram usados em
cerimônias religiosas e para provocar
pavor no inimigo antes duma batalha,
através duma imponente massa
sonora,vide a invasão de Constantinopla
pelos turcos otomanos em 1453 (foi
quando os pratos entraram para o
ocidente).
* Turco
* Germânico-Suíço
* Italiano
* Chinês
JAZZed 22/07/08 as 15:32
Mais um post de "utilidade
pública"...hehehehe
Está sob o título de :
PRATOS - Dicas para uma correcta
Escolha e Teste
http://www.bateristaspt.com/showthrea
d.php?t=5
"Tal como quando se compra uma
aparelhagem e a última coisa em que se
pensa são as colunas de som, há
bateristas que investem a sua
apreciação e dinheiro nos tambores e em
hardware em deterimento dos pratos
para perceberem mais tarde que
adaptaram o som dos tambores e a
disposição da bateria ao seu gosto mas
não se adaptaram ao som dos pratos.
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