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ACÚSTICA DOS PRATOS


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ACÚSTICA DOS PRATOS


 JAZZed 19/07/08 as 23:35
Opa! Àqueles interessados em saber
mais sobre pratos, tem algumas coisas
bem legais aqui. Espero que gostem.

                                           A
ACÚSTICA DOS PRATOS 

 
Por que os pratos têm este som? Por que
um bom prato nunca está desafinado?
Estas questões não podem ser
respondidas em poucas palavras. Por
simples e básico que um prato possa
parecer, na verdade é um dos
instrumentos mais complexos que
existem. Este capítulo começa com
alguns conhecimentos básicos sobre
acústica de pratos. Uma vez municiados
com uma dose de "pratologia" geral, as
próximas seções ficam mais fáceis de
entender.
 
Estas seções dão uma profunda visão da
forma como a sonoridade dos pratos é
criada. A seção Anatomia trata das
influências de fatores tais como
diâmetro, peso e perfil sobre o som de
um prato. Os efeitos da liga metálica, de
diferentes métodos de martelamento,
torneamento, polimento e maturação
são tratados na terceira seção,
Organizando as Vibrações.
 
Perguntas, Respostas, Perguntas
 
Esta multiplicidade de informações pode
nos levar à conclusão de que este
capítulo contém tudo que uma pessoa
poderia saber sobre pratos. Ledo
engano.
  
   Embora não possamos negar a
existência de certas leis de acústica, a
soma total dos determinantes sonoros
de um prato mostra uma tamanha inter-
relação que parece quase impossível não
ocorrer em ambiguidades. É normal que
mesmo os mais entendidos do assunto
tendam a discordar em certos pontos.
Se, por um lado, você acredita ter obtido
todas as respostas, elas levam a outras
perguntas novamente. Neste momento
você percebe que está chegando lá.
 
Fonte: THE CYMBAL BOOK - HUGO
PINKSTERBOER (1992)
 
SEGUE

 JAZZed 19/07/08 as 23:39
CONTINUAÇÃO:
 
CONCEITOS BÁSICOS - ACÚSTICA DOS
PRATOS 

 
O som pode ser descrito como um
"rompimento do equilíbrio do ar". Se
você se posiciona bem em frente aos
alto-falantes de uma banda que toca
bem alto, você sentirá este rompimento
muito bem. A forma como o som se
propaga pelo ar pode ser comparada
com aquilo que você vê quando joga
uma pedra em uma banheira cheia de
água.

Partindo do ponto onde a pedra bate na


superfície, as ondas se movem até as
bordas da banheira em círculos
concêntricos. É pouco perceptível que,
após atingir a borda, estas ondas voltam
continuamente ao centro e de volta às
bordas, diversas vezes. As vibrações de
um prato se comportam de forma
parecida. Elas rebatem para dentro e
para fora entre a cúpula e a borda do
prato. O som contido do "flat ride" deve-
se em parte ao fato de que um destes
anteparos - a cúpula - não existe.   

Quinze Padrões

Ampla pesquisa realizada pelos Srs.


Thomas D. Rossing e Richard W.
Peterson mostraram que padrões de
vibração radial são mais importantes nos
pratos. A aparência e forma dos padrões
vibracionais dependem da forma como o
prato é tocado, a força que é usada e
outras variáveis. Por outro lado, estes
padrões mudam bastante entre o
momento da batida e o momento em
que o prato volta a estar totalmente em
descanso. O som também muda, é claro.

Há uma clara semelhança entre as


formas vibracionais em membranas
(peles de tambor), discos redondos
planos e pratos. A principal diferença
entre os dois últimos é causada pela
forma convexa dos pratos. Rossing e
Peterson distinguiram 15 diferentes
padrões, alguns dos quais formados pela
combinação de outros. Em sua pesquisa
eles aplicaram a técnica da
interferometria holográfica, tornando
estes fascinantes padrões visíveis.

Velocidade

   Além destes diferentes padrões,


existem também as velocidades nas
quais as várias vibrações se propagam.
Este fator, que já não é constante,
depende também da forma como o prato
está sendo tocado e de muitas das
características já descritas acerca dos
pratos propriamente ditos. Fabricantes
de pratos controlam estas variáveis
influenciando as dimensões e outras
características físicas de seus pratos.
Todas as etapas no processo produtivo
têm como objetivo controlar a natureza
das vibrações do metal, e portanto o
som do prato.

Harmônicos

   Antes de abordar este assunto mais


profundamente, algumas das
características específicas dos pratos
devem ser relacionadas. Instrumentos
afináveis, tais como piano ou saxofone,
geram tons claramente identificáveis, o
que permite ao instrumentista executar
uma melodia neles. Ao mesmo tempo,
existe a possibilidade de soarem
completamente desafinados.
   Cada som emanado por este tipo de
instrumento é sempre formado por uma
nota fundamental ou frequëncia e uma
série de harmônicos. Em função das
diferenças existentes nestas séries
diferentes instrumentos podem ser
reconhecidos. O timbre de um
instrumento depende da específica série
de harmônicos que ele trás. Estas séries
estão relacionadas à forma das
vibrações, as quais podem ser definidas
pela forma específica do instrumento,
por seu tamanho e pelo material com
que ele é feito.

Instrumentos de "ruído"

   Pratos, ao contrário dos instrumentos


supramencionados, pertencem à
categoria dos instrumentos não-
afináveis. Em algumas linguagens eles
são também classificados como
instrumentos de ruído. Nem todos os
idiofones metálicos - categoria à qual os
pratos pertencem - possuem esta
característica. O vibrafone, por exemplo,
é um instrumento muito melódico. Em
instrumentos de ruído, não se pode tocar
nenhuma canção, o que ainda assim não
quer dizer que eles estejam desafinados.
Por que isto ocorre, no caso dos pratos?

Vibrações Congênitas

   A batida no prato não produz apenas


uma, mas várias freqüências
fundamentais. A principal freqüência do
tom da cúpula é bem mais alta do que
as freqüências ouvidas quando se toca
na borda do prato, e estes são apenas
dois extremos. Cada uma destas
freqüências tem sua própria série de
harmônicos, e na medida em que cada
uma delas se afeta mutuamente, ainda
mais freqüências aparecem. Estas
vibrações congênitas - portanto o som
do prato como um todo - serão sentidas
diferentemente por cada pessoa. Cada
par de ouvidos é único como impressão
digital. Obviamente, o ouvido humano
não é capaz de identificar "a" afinação
de um prato. Há muita coisa
acontecendo ao mesmo tempo. Este
fenômeno faz do prato um dos
instrumentos mais difíceis de serem
sampleados.

Tessitura

    O som de um bom prato sempre


contém uma escala tonal "cheia", com
freqüências que vão de altas até baixas,
que se realçam e se misturam
harmonicamente. Esta característica
garante que um bom prato esteja
sempre afinado com os outros
instrumentos da banda. Um prato é
considerado como sendo agudo, médio
ou grave dependendo da freqüência
dominante que resulta desta extensão
completa de pitches.
    Na prática, é melhor falar sobre a
tessitura dominante (extensão tonal ou
escala) do que sobre pitch dominante. O
termo "pitch" é muito restrito para
pratos, pois indica uma nota definível.
    Quanto mais restrita a extensão
dominante, mais focado ou firme o prato
soa. Um prato que tem muita
propagação possui uma tessitura
dominante mais abrangente. Um heavy
ride, martelado de forma regular, soa
mais focado e compacto do que um thin
crash martelado à mão. Pratos grandes
têm mais propagação e são mais cheios
e encorpados do que pratos comparáveis
em tamanhos menores.

Mistura

    Um bom prato sempre se mistura


com o contexto harmônico da música.
Isto vale para crashes, mas heavy rides
também devem se enquadrar neste
padrão. Uma quantidade muito limitada
de harmônicos faz um prato soar raso ou
unidimensional. Um pitch muito forte
será irritante, e às vezes o prato soará
desafinado. Um ride com um Mi
predominante não funciona muito bem
quando tocar um blues em Fá, por
exemplo. Bateristas não estão sempre a
par disso, na medida em que muitos
deles não costumam escutar afinações
como outros músicos fazem.
Especialmente baixistas - mas não
somente eles - freqüentemente têm
problemas com pratos de condução que
soam certas notas que interferem com a
linha nas quais estão tocando. Uma forte
freqüência dominante em um prato
perturba a harmonia da música, e pode
até mesmo soar desafinado em relação
ao som do prato como um todo.
     Pratos que, ao contrário, possuem
apenas propagação sem tessitura
dominante, soarão indefinidos. Eles não
"falam", produzem apenas barulho
indefinível.

Agudo e Grave

    Notas agudas soam por menos tempo


do que as notas graves. Se você puser
seu ouvido perto de um prato meio
minuto após tocá-lo, você ouvirá apenas
freqüências muito baixas, as quais às
vezes parecem não mais acabar. As
freqüências mais altas morrem logo após
a batida. Elas também são responsáveis
pela clareza e pela projeção do som,
enquanto que as mais baixas dão ao
prato seu corpo, "blend" e sustain.
    A tessitura dominante estará sempre
entre estes extremos. De uma forma
geral, os pratos com afinação média são
os mais comuns. Eles têm bastante
definição e projeção, enquanto o som se
mistura em diversas situações.
Fonte: THE CYMBAL BOOK - HUGO
PINKSTERBOER (1992)

Próxima sessão: "Anatomia da


acústica..."  

SEGUE:

 JAZZed 19/07/08 as 23:42
CONTINUAÇÃO:
 
 
ANATOMIA - ACÚSTICA DOS PRATOS 
 
   Cada tipo de prato tem uma
característica bastante específica e um
som individualizado. Seu som é definido
por uma ampla gama de parâmetros. A
influência de cada um destes fatores é
sempre relacionada aos outros fatores.
Se fosse possível instalar uma cúpula
diferente em um determinado prato,
você não teria somente outra cúpula. O
som e demais características do prato
como um todo mudariam.    
    Da mesma forma, toda mudança nas
dimensões ou outras variáveis de um
prato poderiam ser compensadas, até
certo ponto, pela mudança de algum
outro parâmetro. Um prato plano, a
princípio, tem um pitch mais grave do
que um prato mais convexo, mas se ele
for martelado de um modo especial,
ficará mais agudo. Em resumo: A
sonoridade final de um prato é formada
pela soma de diversos fatores que
trabalham em conjunto uns em relação
aos outros.
    Os termos usados nas seções
seguintes têm de ser contextualizados.
Assumimos que em um determinado
prato apenas o parâmetro que está em
discussão é mudado. Todos os demais
parâmetros permanecem constantes.
Quando dois pratos estão sendo
comparados, assumimos que são da
mesma série, a menos que dito de outra
forma. Deve ser mencionado que os
termos aqui utilizados para definir os
efeitos de determinados fatores sobre o
som são sempre subjetivos.
 
DIÂMETRO
 
 Quanto maior for o prato, maior a
quantidade de ar que poderá ser
deslocada e maior o volume que será
capaz de produzir. Ao mesmo tempo,
gasta-se mais energia para fazer vibrar
uma maior quantidade de metal.
Conseqüentemente, pratos maiores
respondem mais lentamente do que
pratos menores. Seu "sustain" é mais
longo também. Leva algum tempo para
fazer 3 kilos de metal se aquietarem.
Isto pode representar problemas na
escolha de um prato. 
   Com efeito, um crash de 18" terá mais
volume do que um de 14". Contudo, se
você deseja utilizá-lo para uma
acentuação curta, você escolherá o
menor. Isto implica em fazer
concessões, na medida em que volume é
desejável. Além disso, o pitch de um
prato maior é mais grave, sendo que a
quantidade de metal oferece mais
espaço para amplitudes longas das
ondas sonoras.
    Para exemplificar como estas
observações são relativas, um prato
thick bell de 8" poderia ser comparado
com um thin crash de 20". O crash tem
mais volume, mas em certas
circunstâncias você será capaz de ouvir
melhor o bell por causa de seu pitch
mais agudo.
 
PESO
 
    A influência do peso de um prato é,
em alguns aspectos, comparável à
influência do diâmetro. Mais metal
significa mais volume, resposta mais
lenta e um sustain mais longo. O pitch,
pelo contrário, sobe na medida em que o
peso aumenta. Quando comparamos um
ride e um crash do mesmo tamanho e
série isto torna-se claro. Comparando
medium e thin crashes pode haver
confusão. O thin a princípio pode parecer
soar com mais volume, mas não é
verdade. Isto deve-se ao fato de que as
altas freqüências no thin crash
respondem rapidamente, o que tende a
enganar os ouvidos. Quando escutamos
os mesmos pratos a uma certa distância
(assim como a platéia), fica nítido que o
medium crash possui o pitch mais
agudo.
Harmônicos
    A espessura do prato também
influencia a quantidade de harmônicos
audíveis e suas características. Pratos
mais grossos produzem menos
harmônicos e têm uma gama de
freqüências mais estreita, pois os
harmônicos são limitados pela grande
quantidade de material. Um thin ride,
desta forma, tem mais propagação e um
som mais amplo e quente do que a
versão heavy do mesmo prato.
    A maioria dos pares de chimbal tem
um bottom mais pesado e um top mais
leve. O heavy bottom dá volume e poder
cortante, enquanto o light top pode
responder rapidamente. Ao mesmo
tempo, esta combinação faz o som soar
um pouco mais quente.
 
PERFIL
 
    O perfil ou curvatura do prato co-
determina o pitch bem como a presença
e caráter dos harmônicos. Um prato
mais aplainado tem um pitch mais
grave, é mais "dark" e tem mais
harmônicos do que um prato mais curvo.
Sabendo que quase todos os pratos
provêm de um disco plano de metal, isto
é fácil de entender.
    Quanto mais convexo for um prato -
por martelamento, pressão e/ou
torneamento - maior será a tensão de
seu metal. Portanto, o pitch será maior
(lembre-se da corda do violão).
    A definição do som será maior caso
lhe dêem uma curvatura maior. Quanto
maior a curvatura, menor a quantidade
de harmônicos, logo terá um som mais
seco. Assim como quase todos os
demais parâmetros, este também pode
ser compensado de algumas formas. Um
prato com elevada curvatura pode obter
uma quantidade extra de harmônicos
com a diminuição de seu peso ou com a
utilização de algumas técnicas de
martelamento.
    Diferenças na curvatura de pratos
podem ser bastante substanciais. Alguns
exemplos típicos são um Ride K Zildjian
de 20" com uma curvatura de 17 mm
(altura do perfil medida entre a borda do
prato e a base da cúpula) e um Ride
Istanbul Ottoman de 20" medindo 28,5
mm.
    A espessura de um prato é às vezes
tida como sendo mais determinante do
que a curvatura. Um crash de 20" e um
ride do mesmo tamanho e série devem
possuir a mesma curvatura, sendo a
diferença de peso responsável pelas
diferenças no som. Por outro lado, pode-
se dizer que um K Zildjian ou Sabian HH
pesados nunca soarão realmente
agudos, uma vez que têm uma
curvatura muito baixa. A versão ride
destes pratos, pela mesma razão, pode
ser usada como crash mais facilmente
do que rides de formas mais convexas.
Peso
    Com isto, conclui-se que pratos de
condução normalmente possuem uma
curvatura maior do que os pratos de
ataque. Pratos mais planos respondem
mais rapidamente do que os mais
curvos. E tem mais. Por um lado, a
curvatura mais acentuada do prato de
condução faz dele um prato com mais
definição. Há menos harmônicos. Por
outro lado, uma curvatura acentuada
indica um sustain mais curto. Por que
então os pratos de condução soam
tanto? Por causa de seu peso.
    Pratos chineses e congêneres
possuem um perfil desviado. As flanges
afiadas de suas bordas os tornam muito
curtos e com sonoridade áspera. As
bordas do Sound Control Series, da
Sabian, ou dos Fast Crashes da Ufip são
muito menores. Isto cria um efeito de
abafamento dos harmônicos e do
sustain, "controlando o som que sai do
instrumento", de acordo com a Sabian.
Este fenômeno pode ser entendido
voltando-se à história da pedra e da
banheira.
 
TAPER (Afilamento)
   
    O "taper" de um prato é a mudança
na espessura existente entre o centro e
a extremidade. Crashes normalmente
possuem um "taper" mais acentuado do
que os rides. Em outras palavras, a
diferença entre a parte mais grossa e
mais fina do crash é maior.
    Um taper acentuado, resultando em
uma borda fina, faz com que o prato
responda mais rapidamente e possua um
sustain curto. Um taper mais aplainado,
resultando em uma borda relativamente
grossa, fornece um som mais limpo,
menos explosivo e uma resposta mais
demorada. Quando reduzimos o
tamanho de um prato de ataque
rachado, ele fica menos "crashy" após o
conserto. O "taper" relativo ficou menos
acentuado.
    Em função de defeitos no torno (que
ocorrem às vezes), o prato pode sair
com uma região mais fina mais perto do
centro. Seu som ficará um tanto oco.
 
CÚPULA
 
   O tamanho e formato da cúpula
produz efeitos principalmente sobre o
volume, a presença de harmônicos e
sobre o tempo de resposta. Uma cúpula
maior faz com que o prato responda
mais rapidamente, conferindo a ele
também maior volume, mais sobretons e
som mais encorpado.  
    Em outras palavras, uma cúpula
grande realça as qualidades de ataque
do prato. Cúpulas menores resultam em
uma sonoridade mais firme e compacta.
O som de um flat ou mini-bell ride
evidencia isto. Estes pratos têm um
volume limitado, seu som é muito
definido e raramente tendem a se
desenvolver. Tocando na borda destes
pratos não se produz sons de ataque.
    Observando pratos de ataque e de
condução, é notável como nem todos os
crashes possuem cúpulas maiores. Em
modelos mais econômicos, é muito
comum que exista um só tamanho de
cúpula para todos os pratos de um
determinado range de tamanho. Em
modelos mais caros, na maioria das
vezes apenas os pratos de ataque
maiores (18" para cima) apresentam
cúpulas maiores do que os pratos de
condução do mesmo tamanho.
Flat ou Heavy
    Geralmente, a cúpula dos power e
rock crashes é maior do que aquelas
existentes nos crashes comuns. Você
encontra cúpulas grandes também em
pratos de condução concebidos para
fornecer altos volumes. O excesso de
harmônicos causado pelo tamanho da
cúpula é compensado pela espessura
destes pratos.
    É interessante notar que um flat ride,
um heavy ride ou ping ride, possuindo
cúpulas com dimensões completamente
diferentes, compartilham de certas
similaridades no som. Ambos raramente
desenvolvem sobretons e ambos têm
uma boa definição de batida. A diferença
se dá principalmente no volume que
produzem.
Forma
   Quando se fala em cúpula, o termo
"tamanho" é na prática muito limitado.
Cúpulas também diferem pelas formas.
Existem cúpulas grandes e planas, como
também pequenas e salientes. Estas
diferentes cúpulas podem ter a mesma
superfície total, e mesmo assim produzir
um efeito completamente diferente
sobre o som do instrumento.
    Pratos chineses tradicionais têm uma
cúpula cônica, que realça o rápido
"decay" e o som rústico. Estas
características sonoras não eram
consideradas quando os chineses
desenvolveram este tipo de prato. As
cúpulas funcionavam como alça para que
os pratos fossem tocados aos pares.
 
Fonte: THE CYMBAL BOOK - HUGO
PINKSTERBOER (1992)
Próxima sessão: "Organizando as
Vibrações - Acústica..."  
SEGUE:

 JAZZed 19/07/08 as 23:47
ORGANIZANDO AS VIBRAÇÕES -
CONTINUAÇÃO:

 
ACÚSTICA DOS PRATOS  

       Não são apenas as dimensões e o


peso do prato que influenciam sua
sonoridade. Outros fatores
determinantes são o material com o qual
ele é feito, e como ele é produzido e
acabado. Cada etapa do processo
produtivo significa um passo a mais na
organização de suas vibrações.

    Esta seção lida com os efeitos destas


etapas na sonoridade. Abordamos
também o fenômeno da maturação. Nem
todas as etapas inerentes aos processos
produtivos serão abordados aqui. Forças
de produção e tensão (Yield and tensile
strengths), temperaturas, procedimentos
de mistura e alguns outros fatores
próprios estão sendo omitidos, sem
julgar sua importância sobre a
sonoridade final.

    Os limites sobre o que está sendo


discutido são dados pelos parâmetros
que são percebidos quando se observa o
instrumento de perto. Estas variáveis
são tanto mais óbvias quanto mais
diretamente interferirem no som. O
Capítulo 8 traz os detalhes técnicos da
fabricação de pratos.
   

LIGA METÁLICA 

    No final dos anos oitenta, os


fabricantes usavam principalmente duas
ligas distintas de bronze para pratos de
qualidades média e superior: B20,
contendo 80% de cobre e 20% de
estanho; e B8, contendo 92% de cobre e
8% de estanho. Pequenas quantidades
de outros metais podem ser adicionadas
em ambas as ligas.

    Uma terceira liga de bronze, a Paiste


Sound Alloy, foi introduzida pela Paiste
em 1988. Foi primeiramente utilizada
em seu modelo Paiste Line, e
posteriormente no Sound Formula. Os
exatos ingredientes desta liga não foram
revelados.
   
    A liga B20 é utilizada por todos os
modelos profissionais da Zildjian, Sabian
e Istanbul, pelas linhas 602 e Sound
Creation da Paiste e pela maior parte
das linhas profissionais de pratos
italianos.

    B8 está sendo utilizada pelas linhas


2002, 3000 (profissionais), 2000 e Alpha
(segunda linha) da Paiste, pela maioria
dos modelos da Meinl e maior parte dos
outros pratos de segunda linha.
A Fundição

     A liga metálica pode ser preparada


de diversas formas. Um cozinheiro pode
fazer - com os mesmos ingredientes e
receita - uma refeição diferente e até
mesmo mais saborosa do que seu
colega. Isto, combinado com a enorme
quantidade de outros parâmetros e a
variedade de pratos disponíveis, nos
conduz a uma conclusão: é um exercício
precário destilar diferenças de
sonoridade apenas baseados em
diferenças nas ligas. As respostas que os
fabricantes dão quando perguntados
sobre o assunto têm mais a ver com as
características dos pratos que fazem do
que com as qualidades das ligas
propriamente ditas.

Foco

    A descrição mais objetiva é que a liga


B8 possui uma mistura de freqüências
mais focada e harmônicos mais paralelos
do que a B20 e a Paiste Sound Alloy.
Simplificando, pratos B8 soam mais
compactos do que pratos feitos com as
outras duas ligas. Às vezes esta
característica sugere que os pratos B8
são mais sólidos, ou que respondem
mais rapidamente. Estas percepções
devem-se ao estreito espectro de
freqüência que caracteriza o som do B8.

     Esta diferença deve se relacionar


com as diferentes estruturas das
diversas ligas. No metal B8, os grãos
correm numa única direção. O material
B20 é estirado em diferentes direções,
ou fundido em moldes rotativos (Itália),
criando nas moléculas uma estrutura
entrelaçada. As estruturas resultantes
diferem umas das outras.

    Sobre a Paiste Sound Alloy tudo que


podemos dizer é que é submetido a um
estiramento cruzado, mais ou menos da
mesma forma que a B20. Também com
base na sonoridade e sensibilidade
destes pratos, esta liga é provavelmente
mais semelhante à B20 do que à B8.

Pratos "Idênticos"

   Outra diferença importante entre os


pratos B20 e B8 é que os últimos são
mais consistentes em sonoridade do que
os primeiros. A diferença em sonoridade
entre dois pratos B8 "idênticos" é, na
maioria dos casos, menor do que a
existente em dois B20´s de mesmo
tamanho, tipo e série.

    Isto não se deve tanto às diferenças


nas ligas em si, mas sim às diferenças
nos processos que estas ligas requerem.
Não se pode fazer com a B8 tudo o que
se pode fazer com a B20, enquanto que
em outros casos a B8 permite certas
aplicações que são impossíveis com a
B20. Técnicas tradicionais no
processamento de ligas por parte de
alguns fabricantes têm suas
conseqüências neste campo também.

    Por outro lado, o fato de que a B20


possui potencialidades sônicas e range
de freqüências mais amplas do que a B8
indica que mesmo a menor diferença nas
dimensões ou na manufatura de um
prato B20 produzirá influências maiores
do que causariam num B8. Nestes
assuntos a Paiste Sound Alloy é também
mais similar à B20.

Latão

    Além das três ligas mencionadas, os


fabricantes utilizam latão e níquel-prata.
Estas ligas são utilizadas principalmente
para linhas mais baratas. Suas
potencialidades sônicas são menores do
que o bronze, dando aos pratos um som
mais compacto com sustain mais curto e
menos brilho. Uma vez que as aplicações
industriais do níquel-prata estão caindo
em desuso - e seu preço subindo -, este
material está sendo aos poucos
abandonado na produção de pratos.

MARTELAMENTO

    O passo mais importante na


manufatura de um prato é sua
modelagem. Com este objetivo uma
multiplicidade de técnicas de
martelamento, prensagem, torneamento
e moldagem rotativa têm sido aplicadas.
Quanto mais automatização e
informatização fizerem parte do
processo, menores as diferenças
encontradas em pratos "idênticos".

    Se o primeiro de dois discos planos


idênticos é prensado até sua forma e o
segundo é martelado até atingir a
mesma forma, seria lógico que cada
disco teria um som diferente. E
realmente terão. Martelamento fornece
uma tensão adicional ao metal. A
prensagem não difere basicamente de
amassar o metal até a forma desejada.

    Quando martelamos um prato, o


formato cresce com cada batida e o
metal está sendo comprimido apenas em
determinados lugares. Desta forma, o
som não depende apenas do formato,
mas também da forma como este
formato foi obtido. "Spinforming", um
método de girar pratos até sua forma, é
aplicado na produção de pratos de baixo
e médio custos. Este método não será
discutido neste capítulo.

Duro ou Inconstante

    Afora linhas muito baratas, todos os


pratos são, de uma forma ou de outra,
martelados. Com alguns dos pratos mais
baratos isto acontece por motivos quase
que cosméticos. Para todas as outras
linhas, o martelamento é um processo
essencial para dar sonoridade ao prato.
Martelamento dá ao prato sua forma, e o
som é grandemente determinado por
sua forma. A aplicação de martelos
também comprime o metal. Ele fica mais
denso nos pontos de impacto e o prato
torna-se mais firme e flexível. A tensão
do metal aumenta, o pitch fica mais alto,
o range de freqüências é ampliado, o
playback fica melhor, sobe o sustain e o
som começa a se abrir.
   
     O prato que foi pouco ou levemente
martelado será inconstante; o prato que
foi martelado muito fortemente será
muito duro. Onomatopaicamente, este
último soará "bonk".

     Apenas algumas linhas profissionais


não são marteladas de forma alguma.
Exemplos são o Earth Ride da Zildjian e
a série Jack DeJohnette Signature da
Sabian.

Métodos de Martelamento

    Existem três métodos básicos de


martelamento. Pode ser controlado por
computador ou automático, pode ser
mecânico ou feito à mão (hand
hammering). Cada método possui
características próprias que, em certas
fases do processo de fabricação, podem
ser realçadas, parcialmente
compensadas ou eliminadas. O mais
importante não é o método em si, mas a
forma como ele é aplicado.

    Diferenças de sonoridade podem ser


originadas de variações no formato do
martelo, da distribuição, número e força
das marteladas e outras variáveis. Os
pratos podem ser martelados em uma
ou nas duas faces, o que também afeta
o som.

    No contexto deste capítulo a maior


distinção é entre os pratos que possuem
um padrão de martelamento regular e
aqueles que o possuem de forma
irregular. Os mais conhecidos
representantes deste último padrão são
os pratos da Istanbul, Sabian HH e K
Zildjian. Paiste (Paiste Line e outros),
UFIP, Spizz e fabricantes chineses
também fazem pratos seguindo este
padrão. Estes pratos são comumente
denominados "hand hammered". Deve-
se notar que mesmo nestes pratos o
martelamento mecânico tem sido
utilizado, substituindo ou
complementando o martelamento
manual.

Sonoridade "Irregular"

 O padrão irregular adotado no


martelamento deste tipo de prato resulta
em padrões vibracionais também
irregulares, portanto em uma sonoridade
"irregular". Em sua propagação através
do corpo do prato, as vibrações são
embaraçadas por estas irregularidades e
alternações erráticas entre pontos mais
densos e mais suaves. O som de um
prato hand-hammered, portanto, é mais
complexo, mais dark, mais seco e menos
suave do que o som de um prato com
padrão regular de martelamento.

    É claro, nem todo o prato hand-


hammered possui estas qualidades
sônicas específicas. O Sabian HH Power
Bell Ride, em função de seu considerável
peso e grande cúpula, não soa como um
prato hand-hammered tradicional. Outra
exceção é o K Custom da Zildjian, que é
confeccionado com ambas as técnicas de
martelamento - automática e manual -,
conferindo-lhe padrões regulares e
irregulares ao mesmo tempo.

    Pratos com padrão de martelamento


regular podem de uma forma geral ser
caracterizados como tendo uma
sonoridade mais brilhante e equilibrada.
Eles possuem um sustain mais longo e
têm um ataque mais rápido em
comparação com aqueles de
martelamento mais irregular.   

Diferentes Martelos

    As diferenças de sonoridade causadas


pelo martelamento com maior ou menor
força, maior ou menor freqüência, com
ou sem a adicional ajuda de uma prensa,
são bastante complexas. As quantidades
de variações e implicações são
inúmeras, e cada fator é sempre
interrelacionado com os outros. Não é de
se espantar que não existe unanimidade
quando se trata deste assunto.

     Robert Paiste diz que dois pratos com


o mesmo formato, modelados com
diferentes martelos, não soarão
idênticos, em função da diferenciação
dos martelos.

    A Sabian, pelo contrário, defende a


idéia de que o resultado final não é
afetado pelos diferentes martelos
utilizados por seus marteleiros, nem
tampouco por seus estilos
individualizados de trabalhar. O que
importa, dentro de sua linha de trabalho,
é o perfil do prato. Mesmo se existirem
diferenças, eles dizem, serão de menor
importância do que aquelas existentes
em outros processos de fabricação.

   Esta parte da história é novamente


contradita pelo conceito da série Z
Zildjian. As diferentes formas dos
martelos utilizados, tais como aquele da
Estrela de Cinco Pontas (Five Point Star),
e o Hexágono Fechado (Closed Hex),
supostamente produzem um
considerável efeito sobre o som.

Sim, Não, Talvez

    As considerações acima não levam a


conclusões bem fundamentadas. Elas
apenas mostram a complexidade desta
matéria. Isto pode ser ilustrado pela
resposta dada pelo presidente de P & D,
quando perguntado: "Se você tem dois
pratos com shapes idênticos, sendo a
única diferença o número de marcas de
martelo em cada prato, será que aquele
com maior número de marcas terá
menos harmônicos?" Sua resposta foi
clássica: "Sim, não, talvez".

TORNEAMENTO

    Os característicos sulcos tonais (tonal


grooves) na superfície da maioria dos
pratos são criados pelas ferramentas de
corte afiadas dos torneiros. O prato, que
é acoplado a um torno rotativo e
trabalhado com ferramentas de corte,
fica mais fino e começa a brilhar após
este procedimento. O som muda
substancialmente.

    Em alguns processos a dureza do


prato - portanto o som - é também
influenciada pelo torneamento.
Diferentes resultados podem ser obtidos
pela variação da técnica de
torneamento, ou pela utilização de
diferentes ferramentas de corte. A
profundidade, a abrangência e a forma
dos sulcos têm seus efeitos sobre a
sonoridade final. De fato, os sulcos
torneados dos modernos K Zildjians são
muito menores do que os dos velhos K´s
Turcos, resultando em uma sonoridade
mais aberta, limpa, brilhante e
"moderna".

Equilíbrio

    Quanto mais equilibrado o padrão dos


sulcos, mais equilibrado será o som.
Sulcos irregulares e sinuosos resultarão
em uma sonoridade menos equilibrada.
Este fenômeno é parcialmente
responsável pelas diferenças nos sons do
Paiste Formula 602 com relação ao
Paiste 3000, ao possuírem sulcos tonais
respectivamente equilibrados e
irregulares. As mesmas diferenças
podem ser apontadas quando
observamos de perto tipos diferentes de
pratos da Paiste Line, alguns dos quais
possuindo um padrão de torneamento
equilibrado, outros nem tanto.

    A sonoridade própria dos pratos


brilhantes Sound Reflection e Reflector,
da Paiste, que têm mais agudos, é
proporcionada por técnicas diferentes de
torneamento, que dão aos sulcos um
formato especial.

Torneado versus Liso

 Os detalhes que foram discutidos


devem reservar noites de insônia para
profissionais de P & D de vez em
quando. Para bateristas eles são menos
importantes. Falando sobre a influência
do torneamento sobre a sonoridade de
um prato, a principal diferença para o
baterista é entre os pratos torneados e
os lisos. Os últimos, quando comparados
aos primeiros, soarão mais agressivos,
mais compactos, firmes e com menos
brilho. A definição dos pratos lisos é
bastante clara. Um peso maior lhes
confere um pitch mais agudo e maior
volume.  

Menos Metálico

    Quando torneamos um prato, as


camadas externas que foram enrijecidas
pelo martelamento são removidas. Isto
torna o prato mais suave, tendo como
resultado um som menos metálico. O
torneamento "liberta" o prato, tornando-
o mais musical. Os sulcos criados pelo
torneamento ajudam na propagação do
som ao longo do corpo do prato, fazendo
o som se dissipar mais facilmente.

    O torneamento também resulta em


uma irregularidade distinta sobre a
superfície do prato (imaginando os
sulcos tonais como picos e vales), o que
faz decrescer levemente a quantidade de
harmônicos. Isto é amplamente
compensado pelo menor peso de um
prato torneado. Com isto, o prato fica
mais rico em harmônicos do que antes
do torneamento.

Teoricamente

     Deve-se acrescentar que esta


comparação é quiçá teórica. A maioria
dos pratos lisos não é constituída apenas
de pratos que não passaram por
torneamento. O Paiste Rude de 16", por
exemplo, pesava 12% menos do que o
prato torneado. Aconteceu o contrário do
que se deveria esperar.

    Novamente, variando-se quaisquer


dos outros parâmetros na fabricação do
prato pode-se compensar, mais ou
menos, o som característico do prato
liso. Formato, espessura e outros fatores
exercem forte influência aqui.
   
    Em 1992, a Istanbul adicionou
algumas variações sobre as formas de
torneamento através de seus pratos
Ottoman, Vezir e Sultan, torneando-se
apenas um lado, em círculos, ou numa
combinação destas duas opções. Os
Natural Sound da UFIP são torneados
apenas no lado de baixo.

POLIMENTO

    O polimento de pratos com discos de


algodão de alta rotação tornou-se
popular por volta de 1985. Antes disso,
aqueles pratos brilhantes causavam
estranheza, não apenas em função de
sua aparência. O polimento foi concebido
como um processo para retirar os
matizes do prato, dando uma
característica que atrai muitos
bateristas.

O polimento do prato traz em sua


sonoridade três tipos de mudanças:

- O calor causado pela fricção endurece


o prato, que fica mais firme.
- As saliências dos sulcos tonais são
achatadas.
- O prato perde uma pequena porção de
bronze.

    Em termos sônicos, o polimento


elimina as extremidades do som.
Suaviza e limpa o som, reduz a
propagação e faz com que a sonoridade
fique mais suave e doce. Os mesmos
termos são utilizados para caracterizar
pratos envelhecidos.

Discordância

    Existe, por outro lado, pessoas que


dizem que os pratos brilliant soam mais
brilhantes, possuindo mais agudos do
que um prato regular. Esta discordância
deve-se em parte a certos pratos que as
pessoas têm escutado. Polimento teve
efeitos sonoros diferentes no Solid Ride
da UFIP em relação aos K´s aos HH´s.
Resultados diversos podem também ser
apontados quando comparamos os
vários modelos de determinado
fabricante. Adicionalmente, tais
discordâncias podem ser causadas por
subjetividades nos ouvidos e nos olhos.

     Como efeito do polimento, pratos


brilliant soam diferente porque sua
superfície foi nivelada um pouco. Desta
forma, uma parcela maior da ponta da
baqueta toca sua superfície, ao invés de
ser obstruída pelos sulcos.

Compensação

     Com o polimento, certos parâmetros


compensarão uns aos outros. A maior
dureza teoricamente aumenta um pouco
o pitch, enquanto o peso menor tem o
efeito contrário. Em função disso, é bem
possível encontrar um prato polido e
outro regular do mesmo tamanho e tipo
que são muito semelhantes.

    Algo similar deve acontecer entre a


Platinum Series da Zildjian e os A
Zildjian comuns. Os Platinuns são
primeiramente polidos, para depois
receberem uma camada microscópica de
metal, dando ao prato um brilho
prateado. Esta aplicação também produz
efeitos na sonoridade, contudo existem
pratos comuns e Platinum que têm um
som idêntico. O efeito exato é difícil de
descrever.

     A denominação "brilliant", de


qualquer forma, é usada apenas para os
pratos polidos B20 da Sabian e da
Zildjian. Alguns B8 são também polidos,
mas não são denominados "brilliant".
Estes pratos normalmente soam mais
brilhantes do que similares não-polidos.
O ACABAMENTO

    Certos pratos são acabados com uma


camada extremamente fina de verniz ou
cera transparente, buscando preservar o
brilho por algum tempo. Sua influência
sobre o som é quase nula.

Preto e Vermelho

    Pratos coloridos, que desapareceram


apenas alguns anos pós sua introdução
em 1984, eram influenciados certamente
pelo verniz que lhes eram aplicados. O
que abafava o som destes pratos era o
peso do pigmento usado nestes
materiais. Estes pratos, quando
comparados aos regulares, soavam
muito mais compactos, possuindo forte
definição em função da ausência de
harmônicos. Possuíam também um
sustain bastante curto e uma projeção
limitada. Alguns bateristas afirmavam
que percebiam claras diferenças entre os
pretos e os vermelhos. Estariam eles
certos? Sim, não, talvez. A diferença
existente entre várias pigmentações
pode ter contribuído para isso, mas
pode-se também alegar que diferenças
outras nos pratos fossem mais
importantes. Além do fato de que tintas
diferentes têm pesos diferentes, um
prato preto tende a soar mais dark do
que um vermelho brilhante...

MATURAÇÃO

 No meio de tanta discordância, existe


um tópico que se destaca: a influência
da idade de um prato em sua
sonoridade. No caso da maturação, não
é o fabricante, mas tempo e desgaste
que organizam as vibrações. Este
processo tem início num estágio bem
inicial. O som do prato muda a partir do
momento em que a tinta do logotipo
está ainda fresca, nos primeiros dias ou
semanas. Em função do processamento
intensivo do metal, as moléculas ficam
consideravelmente agitadas e leva
algum tempo até que elas se acomodem
novamente.

    Alguns especialistas dizem que as


moléculas se expandem neste período,
outros dizem que a estrutura está se
fechando. De qualquer forma, uma coisa
é certa: neste período - sua extensão
dependendo da liga e outros fatores - a
sonoridade de qualquer prato melhora
sensivelmente. "A estrutura molecular
interna tem a tendência de flutuar
dentro do metal do prato. Após algum
tempo as moléculas começam a se ligar
na medida em que o metal assenta", de
acordo com Bill Zildjian. Por causa disso,
os fabricantes sempre tratam de manter
um certo estoque, dando ao bronze a
oportunidade de descansar antes de ser
levado à venda. Mas o que acontece
depois?   

Dispensa

    Se um prato for colocado em sua


sacola e guardado em uma dispensa,
dificilmente ele mudará. Em um certo
momento, na maioria dos casos em
cerca de 6 meses, o metal alcança sua
estrutura final. Após este período, ele
permanecerá igual. " Pratos são feitos de
bronze, não de queijo", observa Roy
Burns.

    A maioria dos pratos não passa sua


vida nestas condições. Eles estão sendo
tocados, logo serão expostos à poeira,
sujeira, suor, bebidas, comidas, soluções
limpantes, calor, chuva e, por fim, por
uma constante torrente de batidas. O
fato de que pratos tendem a se
"adocicar" após um par de anos não se
deve tanto a mudanças estruturais no
metal causadas pelas vibrações. Tudo o
que se precipita sobre o prato e que lhe
produz impacto é de maior importância.
Poeira é um excelente abafador de
vibrações, ao mesmo tempo em que
reduz alguns dos harmônicos mais
agudos. Coca-cola, cerveja e fast-food
trabalham ainda melhor. Este
abafamento resulta no que muita gente
chama de "desaparecimento dos
extremos dissonantes".

    Tipos grosseiros de limpadores de


pratos têm efeito similar. Suavizando os
sulcos, o som será "adocicado",
similarmente ao efeito obtido com o
polimento. Certas soluções limpantes,
quando não extraídas cuidadosamente
da superfície do prato após sua
aplicação, provocam efeito abafante com
os resíduos que ficam, funcionando
como poeira acumulada.
Algo tem que acontecer

    Muitos bateristas comentam que seu


prato predileto vem tendo sua
sonoridade melhorada ano após ano.
Isto pode ser explicado pelos fatores
acima descritos. Por outro lado, podem
ser seus ouvidos, que se acostumam ao
timbre familiar do prato. É evidente que
esta parte sensível da anatomia humana
esteja sujeita a mudanças bem mais
significativas do que uma peça de metal.

    Por outro lado, é difícil conceber que o


uso intensivo de um prato por vinte anos
deixe o prato incólume. Seja o
instrumento tocado fortemente por um
breve período, ou suavemente por uma
década ou duas, algo sempre deve
acontecer. É pura física. Obviamente, as
baquetas são sempre as primeiras
vítimas. O bronze, de qualquer forma,
responderá estruturalmente de uma
forma ou de outra. O que pode
acontecer?
    
   Primeiramente, há um processo
mínimo de desgaste do metal em função
do contato repetido com as baquetas,
cuja importância é negligenciável.
Segundo, e mais importante, deve haver
mudanças na estrutura molecular do
metal. Neste ponto, especialistas
discordam.  

Mais Forte

     Billy Zildjian, que costumava andar


com todo tipo de parafernália eletrônica
em suas incursões às profundezas da
fabricação de pratos, sustentava: "...
existem dois tipos de cristais no metal:
cristais duros e cristais maleáveis. Os
cristais duros são relativamente
instáveis, e com o passar dos anos vão
se quebrando para formar cristais
médio-fortes, médios e médio-
maleáveis, então na medida em que o
prato vai ficando velho, ele fica mais
suave, embora soe mais forte e
instável."

    Esta afirmação contradiz a percepção


comum segundo a qual os pratos
envelhecidos são mais adocicados. Um
profissional de P&D de uma grande
companhia distingue dois tipos de
fenômenos dentro deste contexto:
"aging-in" e aging-out". "O pitch de um
bom prato irá, após algum tempo, subir
um pouquinho porque o metal fica
ligeiramente mais duro; o prato está
aging-in. Se o pitch cai um pouco,
chamo isto de aging-out. Aging-in pode
ser comparado com o que acontece
quando você dá polimento a um prato.
Neste processo, o metal é ligeiramente
endurecido, melhorando seu som.  

Mais Suave

    O processo de endurecimento do


metal é contradito por outros
especialistas, que estão convencidos de
que os pratos ficam mais suaves: "Se
você der um prato a um baterista de
heavy metal, você verá um processo de
desgaste na maioria das ligas. A textura
é castigada todo o tempo, então vai
afrouxar. Pelo menos, é assim que
parece, quando tocamos." Se o mesmo
acontecerá se o prato for tocado por um
baterista de new-age por anos não pode
ser provado, mas assumimos que sim.

    De acordo com metalúrgicos, metais


que estão sempre sendo expostos a
vibrações intensas tornam-se mais
duros, portanto mais suscetíveis à
quebra (fadiga). "Quanto mais duro é
um metal, melhor seu som", alega um
especialista em fabricação de pratos. "Eu
tenho uma teoria de que os melhores
pratos são aqueles que são apenas um
pouco mais duros. É triste dizer, mas
eles são mais suscetíveis à quebra".

    Tem também autoridades que


enfatizam a perda de tensão em um
prato como um fator secundário, assim
como possíveis alterações na estrutura
molecular. "A tensão que existe no prato
em função do martelamento afrouxa
gradualmente ao longo dos anos. O
prato fica ligeiramente mais suave, por
assim dizer."

Ouvidos

    Os resultados de um teste,


desencadeado pela equipe de P&D da
Zildjian, provavelmente diz mais do que
todas as teorias combinadas. Alguns
bateristas e examinadores foram
convidados a escutar - de olhos
vendados - um misto de pratos velhos e
novos, em séries de dez pratos de cada
vez. Em uma das séries, um velho prato
veio antes. Em outra série, outro
novinho. Sua conclusão? "Sim, algo
definitivamente muda, mas não somos
ainda capazes de dizer exatamente o
quê."  

     O fator mais determinante na


mudança do som de um prato ao longo
do tempo, frisamos novamente, é pó e
sujeira. O fato de que nossos ouvidos
não são consistentes com a passagem
dos anos, bem como a subjetividade da
percepção humana, deve constar como o
segundo fator mais importante da lista.
Mudanças no prato propriamente dito é
dificilmente percebida pelo ouvido
humano. O teste definitivo? Coloque um
baterista em uma área livre de pó para
tocar um set de pratos diariamente por
cinco anos. Grave-o digitalmente no
começo e no fim, e depois escute os
resultados. Algum voluntário?

Pratos de segunda linha

    As considerações acima valem


especialmente para linhas de pratos
profissionais. Alguns pratos de segunda
linha apresentam uma clara tendência a
perder qualidade sonora com o passar
dos anos. Pratos repuxados que foram
pouco ou mal martelados são mais
suscetíveis a este fenômeno. O metal é
trabalhado menos. O processo de
fabricação do prato é mais voltado ao
formato do prato do que à tensão do
metal. Se a tensão cai quando tocamos
o prato intensamente, então o som fica
mitigado.

Fonte: THE CYMBAL BOOK - HUGO


PINKSTERBOER (1992)

Próxima sessão: "Finalmente -


Acústica..."  

SEGUE:

 JAZZed 19/07/08 as 23:49
FINALMENTE - ACÚSTICA DOS PRATOS 

 
   Não importa o quanto discutimos este
assunto, a história nunca acaba. Pegue
apenas o exemplo das pessoas que até
hoje se torturam tentando descobrir o
mistério dos velhos K Zildjians. Teria
sido a inconsistência e impureza da liga
metálica? Ou seria o carvão utilizado
para aquecer os fornos? Que papel pode
ter desempenhado o menor diâmetro do
buraco? E o que dizer sobre as cúpulas
tortas de alguns desses pratos?

    Na maioria das fábricas atuais, bem


menos fatores são deixados fora de
controle. Ligas são calculadas com
precisão, termostatos regulam as
temperaturas dos fornos e computadores
prestam seus serviços. Por outro lado, o
pessoal de P&D continua seus
experimentos.

    Qual seria o resultado se você


temperasse o prato em óleo ou areia, ao
invés de usar água? O que acontece com
o som de um prato se você o congela
por alguns dias? O que dizer sobre
pratos com cúpulas propositalmente
colocadas fora do centro, ou pratos nos
quais a espessura vai decrescendo em
degraus? Estas e muitas outras questões
foram objetos de experimentos reais.

    Algumas das coisas que me foram


ditas em visitas às principais fábricas do
ocidente são realmente surpreendentes -
e em off. Ninguém pode falar se este ou
aquele experimento pode algum dia
desencadear uma revolução no mundo
dos pratos. O simples fato de que
mesmo os especialistas não sabem tudo
é, por assim dizer, estimulante e
animador.

Fonte: THE CYMBAL BOOK - HUGO


PINKSTERBOER (1992)

Espero que tenha ajudado! É, no


mínimo, MUITO interessante, ao menos
para mim!
[  ] 's!

 ghustavus 20/07/08 as 02:31
eu já tinha lido isso, se eu não me
engano no site da Luthier drums,
isso é muito interessante mesmo, eu
gosto de ver sobre como são feitos
os pratos e tambores. Depois que eu
li esse texto eu passei a reparar em
varias coisas nos pratos que eu
vejo...

 JAZZed 20/07/08 as 05:04
Fala Ghustavus, a fonte é o site do
Tibério mesmo (Luthier Drums). Só que
eles traduziram deste livro, o THE
CYMBAL BOOK - HUGO PINKSTERBOER
(1992). Se alguém conseguir achar esse
livro (só deve ter em inglês) me dá o
toque!!! Não consegui achar! Aí eu
compro e vou traduzindo partes dele
aqui no fórum pra galera.

 adrianodrums 20/07/08 as 06:42
E-X-C-E-L-E-N-T-E !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

 
MUUUUUUUUITO BOM!
 
nao li tudo ainda.mais aprendi bastante
coisa! animal!
vou ver c faço uma ''apostila'' disso
abraços e mt obrigado

 ghustavus 20/07/08 as 17:23
na freenote tinha, mas não tem
disponivel, sem ser lá eu só achei na
amazon, mas no google livros tem
varias partes dele disponiveis dá
uma olhada lá...

 Huguinhu 20/07/08 as 19:20
Mto bom!!

 JAZZed 20/07/08 as 20:35
Aí galera, compartilhando a gente já
multiplicou. 
 
O Ghustavus já me passou que tem
partes dele no Google. Se estiver em
inglês, não sei como anda o inglês da
galera, mas dou um help e traduzo.
 
QUANDO (e bota quando nisso...........)
sobrar uma grana, vou ver como
funciona o lance de comprar na Amazon,
aí traduzo ele. Faço disso um desafio
pessoal. (Tradução é um trabalho
MONSTRUOSO, só que trabalha com isso
sabe. Uma vez, trabalhando para uma
empresa dinamarquesa tive que traduzir
um site. "Coisa pouca e simples"
diriam...uma ou duas folhas A4. Gastei
NOVE SEMANAS ralando MUITO...E olha
que eu estudei 20 anos inglês...)
 
Vamos "multiplicando"...
 
Abraços!
 
Sempre que puder e tiver algo
interessante, POSTO! (Quando tiver
dúvidas também...heheheh)
 
 

 ghustavus 21/07/08 as 04:12
traduzir dá um trabalhão mesmo, eu
tinha começado a traduzir o stick
control mas desisti...

 refux 21/07/08 as 13:22
caras... incrivel!... vo favorita e ir lendo
aos poucos =)

 Mirandinha21 21/07/08 as 17:20
Ainda não li todo, mas o pouco ke li já
deu uma ampliada no modo de ver um
prato. As caracteríticas, etc....

Muito bom msm, espero me ajudar na


compra dos meus pratos!!!!!

 JAZZed 21/07/08 as 17:22
Lá "vamu nóis"..:
 
Mais algumas coisinhas que achei, a
fonte é o mesmo livro:
 
"Metalúrgicos experimentam materiais
para obter ligas de alto grau há mais de
3500 anos. Há descobertas
arqueológicas de pratos de bronze
originários da Grécia, já com sulcos
circulares, datados de aproximadamente
2500 anos. Os primórdios podem ser
relacionados com uma idade tão
impressionante como 5000 anos!
Tal como os tambores, eram usados em
cerimônias religiosas e para provocar
pavor no inimigo antes duma batalha,
através duma imponente massa
sonora,vide a invasão de Constantinopla
pelos turcos otomanos em 1453 (foi
quando os pratos entraram para o
ocidente).

Até meados do séc. 19 a companhia


Zildjian produzia modestamente
produtos para os militares e para a
Igreja. Foi em 1815 que Avedis Zildjian
II chegou à Europa para mostrar os seus
produtos nas feiras de Marselha, Londres
e Paris. É um primeiro passo decisivo
para o início da história da bateria a qual
começa realmente com a invenção do
pedal de bumbo, atribuído a William F.
Ludwig, em 1894. Assim apareceu o
baterista que foi, e é o principal
responsável pelo desenvolvimento
moderno em geral dos pratos através
das suas experiências e exigências
sonoras para definir e acompanhar a
inovação e evolução da música durante
todo o séc. 20.

Mas até 1980 havia uma relativamente


curta possibilidade de escolha. A Paiste
tinha as séries 2002, Formula 602 e
Sound Creation, enquanto que a Zildjian
estava limitada a série Avedis. Havia
umas companhias italianas: Ufip e
Tosco, a contribuir modestamente para o
mercado de pratos. Nos anos seguintes
apareceram a SABIAN, Istanbul e Meinl.
Que começaram a entrar nas gamas
profissionais. Em dez anos, estas
companhias surgiram com mais de trinta
novas séries profissionais.

Em relação às ligas (alloys), tenho que


referir o seguinte:
Até finais dos anos 80 usavam-se
essencialmente duas ligas de bronze
para pratos de gamas média e alta: a
B20, com 80% de cobre e 20% de
estanho e a B8, com 92% de cobre e 8%
de estanho. Pequenas quantidades de
outros metais podiam ser adicionados a
ambas as ligas, como a prata(usada nos
SABIAN AAX) servindo como
catalizadores, como uma "cola" entre o
cobre e o estanho. A prata é adicionada
ou o próprio cobre já contém traços
desta. Uma terceira liga foi introduzida
pela Paiste em 1988, a Paiste Sound
Alloy cujos ingredientes e quantidades
não foram revelados.

A B20 é usada em todas as séries


profissionais da Zildjian, SABIAN e
Istanbul, nas Formula 602 e Sound
Creation da Paiste e para a maioria das
topo de gama italianas.
A B8 é usada nas 2002, 3000, 2000
,Alpha e Dimensions da Paiste, na
maioria dos Meinl e em muitas mais
séries de gama média e baixa.
Cada liga pode ser preparada de muitas
maneiras diferentes. Um cozinheiro com
os mesmos ingredientes e receita pode
fazer uma refeição diferente e mais ou
menos saborosa que um outro seu
colega. Em poucas palavras, é precário
suportarmo-nos simplesmente nas
diferentes ligas para definir diferenças
no som e na qualidade do produto. Os
fabricantes evidenciam mais o processo
de fabricação e as características finais
do prato,do que a liga propriamente
dita...

A descrição mais objetiva e consensual é


que a B8 tem um conjunto de
frequências e harmonicos mais focado
ou menos rico que a B20 e a Sound Alloy
da Paiste. Basicamente, os pratos de B8
são mais compactos que os outros, mais
duros e de resposta mais rápida. Isto
deve-se a um espectro de frequências
mais restrito produzido pela B8, fator
diretamente ligado à estrutura da liga a
qual é uniformemente direcionada.
A B20 é prensada e esticada em várias
direções ou moldada em rotação,
criando uma estrutura molecular mais
entrelaçada.
Quanto à Sound Alloy da Paiste, o que
se pode dizer baseado em som, aspecto
e sensação, é que é mais parecida com a
B20 que com a B8.
Outra diferença notável entre as duas
ligas é que a distinção de som entre
pratos da B8 é, na maioria das vezes,
menor que entre pratos da B20, tendo
em conta medidas, tipo e série,etc..
Existem ainda gamas baixas de pratos
feitas com ligas como o latão e o níquel-
prata. Têm um potencial sonoro inferior
ao das ligas de bronze, com som mais
compacto e menos sustain e brilho.

Elaborando um pouco mais


individualmente,ainda em relação às
ligas e entrando nos diferentes métodos
de produção de pratos, há quatro estilos
essenciais:

* Turco
* Germânico-Suíço
* Italiano
* Chinês

O estilo Turco moderno definido pela


Zildjian, SABIAN e Istanbul data do início
do séc. 17 quando um alquimista de
nome Avedis descobriu uma liga com
propriedades musicais quando tentava
sintetizar ouro (a Pedra Filosofal da
Alquimia).
Uma característica que se mantém é que
o fabricante compõe e funde a sua
própria liga. O bronze é feito e deitado
em pequenos moldes, um para cada
prato. Estes moldes são depois
prensados em rolos até se tornarem
discos chatos. Depois a cúpula é
prensada, são reaquecidos e arrefecidos
em água, martelados, escavados,
recortados e transformados em pratos.
A Istanbul tem um processo
absolutamente artesanal, a Zildjian
mistura este com alguma tecnologia
moderna e a SABIAN aplica os métodos
e maquinaria mais recentes.
O fato dos ingredientes serem
conhecidos não altera o secretismo da
fórmula, o qual não é sobre o que
consiste a liga mas na forma como é
preparada: quais as temperaturas
aplicadas, em que ordem os metais são
adicionados, etc..
A mais pequena variação nestes
parâmetros pode causar grandes
variações no som, aspecto e
durabilidade do prato. Segundo Armand
Zildjian: "O nosso segredo não está na
composição. Não está escrito nem
definido. É uma técnica presenciada e
aprendida ao longo do tempo, como
aquele bolo que a avó fazia".
A tradição turca dita que o segredo
apenas fosse transmitido ao filho mais
velho da família. Ao quebrar este
princípio, revelando a receita a ambos os
filhos Armand e Robert, Avedis Zildjian
III inconscientemente originou a cisão
da família e da companhia com o mais
novo, Robert, a mudar-se dos E.U.A.
para o Canadá e a fundar a SABIAN.

O estilo Germânico-Suíço data de 1917 e


deve-se a Michael Paiste. Tudo começou
realmente na Estônia, de onde a família
Paiste é originária. O nome do estilo é
uma generalização regional já que
existem grandes diferenças entre Paiste
e Meinl em termos de produção.
Tradicionalmente, a liga mais usada é a
B8. A razão é simples: A Paiste e a Meinl
compram os discos de liga de metal já
acabados a fundições especializadas,
que os fazem segundo especificações
estritas, mas numa liga que é mais
"standartizada" para muitas outras
aplicações industriais sendo assim mais
fácil de produzir e de obter, que é
precisamente a B8.
Como em qualquer material composto,
os ingredientes não fazem a história da
sua qualidade e características. No caso
da metalurgia e especificamente na
produção de pratos de bronze, a
qualidade do material depende das
temperaturas durante mistura e
prensagem, das pressões aplicadas, a
ordem de mistura dos ingredientes, etc.
Estas variantes influenciam a resistência,
força, rigidez, maleabilidade, enfim, o
som do prato. Portanto, B8 nem sempre
é igual a B8.
A Paiste é a única companhia na sua
categoria a utilizar mais duas ligas nas
suas séries profissionais. Para além da
B8, a sua B20 dos Sound Formula e
Sound Creation é bem diferente da Turca
como pode ser bem sentido e ouvido.
Para a linha Paiste, por vezes chamada
Paiste Signature ou Paiste Line é usada
uma terceira liga. Segundo a Paiste, esta
foi a primeira liga especialmente
desenvolvida para a produção de pratos.
É a Paiste Sound Alloy cujos ingredientes
exatos não são conhecidos mas devem
ser, essencialmente e uma vez mais,
cobre e estanho.

O método Italiano é originário da cidade


de Pistóia, atribuído a Tronci e remonta
a 1910. As pequenas fábricas que
apareceram juntaram-se e formaram a
UFIP (Unione Fabricanti Italiani di Piati)
que é a mais importante representante
da indústria italiana, a partir da extinta
Tosco.
A liga usada é, em termos de
ingredientes, idêntica ao bronze turco.
Também contém uma quantidade
mínima de prata. Ao contrário da
fabricação turca, a receita não tem nada
de secreto. A UFIP é a única fábrica onde
se pode levar uma câmara e registar
tudo o que houver para ver do seu
processo eminentemente artesanal.
Segundo Luigi Tronci da UFIP: "Temos
essencialmente duas máquinas: a mão
esquerda e a mão direita".
Os Italianos são os únicos pratos
genuínamente moldados em fundição. O
metal fundido é deitado em moldes que
definem logo a forma final do prato.
Segue-se depois a afinação por
escavação e martelamento e o
acabamento.
Finalmente, o método Chinês é
especialmente representado pelo seu
principal produtor, a Wuhan, que
funciona há mais de 1900 anos!
O número de companhias produtoras de
pratos na China é desconhecido. Poucos
entraram nestes locais e documentaram
o seu processo ancestral e em relação às
ligas chinesas supõe-se que seja a
tradicional B20. Quanto a métodos, os
metais são fundidos, misturados e
deitados em moldes e martelados,
repetidamente aquecidos e arrefecidos
para se obter a espessura e o perfil
típicos dum prato chinês. A mistura
exata e ingredientes são mantidos em
segredo mas a sonoridade e sensação
dos pratos chineses presupõe uma
produção irregular e inconsistente.
Embora os chineses não dêem prioridade
ao aspecto visual do prato, com arestas
pouco acabadas e buracos por vezes
descentrados, tem critérios de avaliação
sonora muito restritos e há companhias
em que o inspetor da qualidade rejeita
cerca de 40% da produção.

The Cymbal Book ,de Hugo Pinksterboer


(editado por Rick Mattingly) é a obra
jornalística mais completa que tive
acesso,realmente uma "bíblia" dos
pratos,registro histórico com muitas
fotos e explanações sobre as linhagens e
modelos de várias companhias,inclusive
fotos do espectro dos pratos para análise
gráfica do som dos mesmos."
 ghustavus 21/07/08 as 17:38
bão,muito bão, nesse trecho diz um
lance que eu já pensava a tempos,
que o método de produção pode
definir mais o som que a liga
usada...

 Zezo Maltez 22/07/08 as 14:14


Tá aí, muito bom! Eu já haiva lido
parte deste material, mas tem
coisas q eu não tinha lido ainda.
Vlw JAZZed!

 JAZZed 22/07/08 as 15:32
Mais um post de "utilidade
pública"...hehehehe
 
Está sob o título de :
 
PRATOS - Dicas para uma correcta
Escolha e Teste
http://www.bateristaspt.com/showthrea
d.php?t=5
 
"Tal como quando se compra uma
aparelhagem e a última coisa em que se
pensa são as colunas de som, há
bateristas que investem a sua
apreciação e dinheiro nos tambores e em
hardware em deterimento dos pratos
para perceberem mais tarde que
adaptaram o som dos tambores e a
disposição da bateria ao seu gosto mas
não se adaptaram ao som dos pratos.

Entre três ou quatro tarolas iguais


podemos básicamente escolher qualquer
uma e posteriormente ajustar o som
conforme a afinação, as peles, os aros e
o snare enquanto que cada prato da
mesma marca, série, modelo e tamanho
é um instrumento único, definido e
personalizado sendo a escolha por
comparação a forma ideal de proceder
ao adquirir um novo e a encomenda e
compra de pratos novos por catálogo de
correio ou de internet é absolutamente
desaconselhada.

A última vez que escolhi um prato foi um


crash, demorei mais de duas horas a
decidir-me mas no fim escolhi o melhor
para mim entre 10 ou mais e acabei por
ir para um modelo e tamanho diferentes
daqueles que imaginara.

Podemos começar dentro da marca,


modelo e tamanho que achamos ser o
que procuramos mas a busca deve ser
por um prato específico que nos agrada
mais que os outros ou que melhor se
enquadra no nosso setup. E não
necessitamos de saír da primeira nem da
segunda loja com as escolhas e as
compras feitas. Quanto maior for a
variedade mais difícil será a escolha mas
com tempo e calma esta será mais bem
sucedida.

O ideal é levarmos para a loja o nosso


set de pratos ou algum que tenhamos
como referência e os suportes que
usamos, escolher aí os que nos parecem
os melhores ou mais interessantes e
poder depois levá-los connosco para
fazer a apreciação e escolha finais na
nossa bateria, seja em gig ou na nossa
sala de ensaios.

O nosso set ajuda-nos a procurar um


prato que se enquadre não soando
demasiado como qualquer outro que já
tenhamos ou o oposto se for esse o
caso. Confiar na nossa memória auditiva
é um erro. Temos que ouvir todas as
provas ao mesmo tempo. Também os
suportes são relevantes na sonoridade
dum prato, sejam eles simples ou de
choque. Com os nossos corremos menos
riscos de avaliar mal as sonoridades que
vamos realmente adquirir.

Como procedimento base podemos


colocar os suportes num semi círculo à
nossa frente e à mesma altura a que os
temos na nossa bateria. Colocar nos
suportes um ou dois modelos de
referência e também um ou dois dos que
vamos avaliar. Tocá-los como tocamos
livremente, com as nossas baquetas,
vassouras e bilros de todas as maneiras
e feitios, volumes e velocidades, sons e
efeitos. Trocá-los de suporte durante o
teste também é importante pois o ponto
x da sala pode ter um som ligeiramente
diferente do ponto y. Ir eliminando por
comparação.

Para julgar correctamente o som dum


prato temos que nos afastar
ligeiramente. Todos os detalhes do som
como volume, definição, timbre, sustain
e resposta, podem ser melhor
apreciados assim. A ajuda dum outro
baterista ou músico pode ser
importante. Não tanto para ser ele a
tocá-lo. Qualquer um pode bater num
prato, tocá-lo é mais difícil e ainda mais
como nós próprios mas um músico tem
sempre uma opinião tímbrica e
enquadrada sobre o som dum
instrumento ainda que não seja o seu.

Em caso de não haver ninguém a


assistir, tapar o ouvido do lado que está
mais próximo do prato. É um truque que
funciona e ajuda quer na escolha de
pratos quer na afinação de baterias ou
na identificação de colunas fora de fase.
Os nossos ouvidos apenas funcionam
bem num período curto de tempo. Fazer
pausas regulares ou não escolher muitos
pratos de seguida nem um set up inteiro
num só dia.

Ter em conta que preço, marca e modelo


do prato são menos importantes do que
o seu som. Muitos profissionais têm um
ou outro modelo "inferior" no seu set ou
várias marcas e modelos diferentes por
razões que são seguramente preciosas
para eles. Usem os ouvidos e não os
olhos.

Escolher pratos é compará-los. É um


processo de eliminação gradual por
comparação, tornando as hipóteses cada
vez mais restritas até chegar ao último
prato: o nosso.

O que queremos ouvir e sentir é o que


vai definir a escolha. Sentir tem a ver
com o peso e estrutura do prato. Alguns
são francamente mais espessos e
pesados que outros e sentir se o prato é
muito duro ou muito macio para o que
pretendemos ou para a maneira como
tocamos é importante para uma boa
execução e aproveitamento. Ouvir o que
o prato tem ou, para os mais
experientes, o que ele não tem é o
passo fulcral.

A maioria dos pratos tem um vasto


conjunto de harmónicos e é a soma
destes dentro das frequências graves,
médias e agudas que forma a
característica sonora do prato. A decisão
final de tocar e ouvir um prato mais ou
menos agudo ou mais ou menos seco é
uma questão de gosto e escolha pessoal.
Cada tipo de prato tem características
próprias e diferentes dos outros e
pormenores específicos a ter em conta
aquando da escolha embora a maioria
dos procedimentos de teste descritos
para cada um sirvam para os outros
tipos.

Rides: Para escolher um ride, as nossas


baquetas habituais são imprescindíveis
porque, principalmente com a ponta,
definem a sonoridade que tiramos do
prato. Os rides têm uma nota mais
predominante que os outros pratos. Têm
que funcionar dentro de parâmetros
abrangentes, tanto no arco como na
cúpula, ajustando-se a qualquer tom ou
acorde da música.

Isto significa que uma grande escala de


harmónicos controlados é necessária.
Um bom ride tem um bom equilíbrio de
ping e de arrasto e de volume e timbre
entre a zona de arco e a cúpula. O
equilíbrio entre o ping e o arrasto pode
variar por questões musicais ou de gosto
pessoal.

Para julgar a definição do ping versus o


arrasto, crashar o ride e imediatamente
proseguir com um pattern de ride. Se o
ping for imediatamente identificável é
um bom princípio. Não esquecer do
pormenor do afastamento ou tapar o
ouvido mais próximo da fonte sonora.
Outro bom teste é começar um pattern
de ride muito suavemente e ir
gradualmente aumentando a intensidade
até atingir o volume máximo de
harmónicos no arrasto. Se ainda se ouvir
o ping é um bom princípio. Nos pratos
mais pesados e duros pode até nem
haver arrasto mas aí podemos optar por
um cinzeiro de metal que fará o mesmo
papel e será certamente mais barato.

Pratos de Choque: Isto pode ser mais


complicado de escolher pois envolve um
par de pratos e um par de timbres de
cada vez.

Usar ou o mesmo suporte ou,


idealmente, vários suportes mas de
modelo igual. Uma loja de Lisboa tinha
vários modelos de pratos de choque
expostos em vários suportes diferentes.
Demorou pouco para o dono, eu e pouca
gente mais se aperceber que os pares
que estivessem montados num
determinado e específico suporte eram
sempre os escolhidos.

Habitualmente, o prato de baixo é mais


pesado e com pitch mais alto que o de
cima. O pitch final é a soma dos dois.
Um intervalo maior ajuda na presença
do som. A resposta e sustain dependem
um pouco mais do prato superior.

Fazer splashes com o pé, tocar tanto


com as baquetas como com o pedal,
tocar patterns de baquetas abrindo e
fechando frequentemente os pratos,
tocar com eles abertos, semi abertos,
fechados e soltos para perceber o pitch,
projecção, resposta, choque e volume.
Experimentar trocar tanto o de cima
como o de baixo e não só ambos.

Crashes e splashes: Tal como os rides


têm um pitch mais predominante mas
têm muito mais harmónicos. Os
harmónicos graves dão corpo ao som e
ajudam no sustain, os agudos são
responsáveis pela projecção.

Tocar a vários volumes e com


intensidade crescente, começando em
muito suave, para perceber a partir de
quando é que o prato começa a reagir e
a soar como um crash ou splash. Para
verificar se a resposta do crash é
suficientemente rápida e não exagerada,
dar uma série seguida e rápida de
crashadas fortes. Se cada ataque for
perceptível é porque a resposta é rápida
e o sustain não é exagerado.

Ter em conta que os harmónicos agudos


respondem mais rápidamente e podem
"abafar" a percepção dos graves. Tapar
um ouvido ou afastar da fonte ajuda a
analisar melhor o som. Para fazer
sobresaír os harmónicos todos fazer um
roll crescente de bilros no meio do arco.
O roll feito perto do bordo exterior faz
sobresaír os harmónicos graves e os
agudos sobresaem com o roll mais perto
da cúpula. Um equilíbrio é o que
procuramos para não haver uma
frequência de harmónicos exagerada em
relação à outras, tornando o prato
menos versátil.

Ao colocar o ouvido perto do círculo


exterior, percebem-se as frequências
mais graves, que são as que soam
durante mais tempo. Podem-se isolar
estas frequências soprando na aresta do
prato ou tocando-o com um bilro ou com
os nós dos dedos perto do bordo,
procurando assim ouvir se há flutuação
de graves que vai ser captada e
amplificada em gravação de estúdio.
Levar o ouvido bem perto do prato a
ouvir em vários pontos o equilíbrio de
frequências e sustain dos harmónicos.

Também ter em conta que as diferenças


ouvidas na loja são inferiores ás que
ouvimos em estúdio mas superiores ás
que ouvimos em palco e que através
dum P.A. os pratos tendem a soar todos
iguais. Se quiserem sentir e dar a ouvir
nuances bem diferentes podem escolher
sons bem contrastantes entre os
diferentes crashes e splashes.

Os pratos de efeitos tipo Chinas são


mais complexos em termos de forma e
de som. A escolha é de novo, e mais
ainda, totalmente pessoal, variando
entre o sustain interminável ou
incontrolável e o som seco de quase
mero ataque, da rudeza da tampa dum
bidon a um leque de suaves e crescentes
harmónicos orientais. Como sempre,
experimentar o prato de todas as
maneiras e feitios, de ambos os lados,
em toda a sua superfície e com todas as
técnicas e intensidades que se usa a
tocar normalmente."
 
"
Mesmo depois de reconhecido e
escolhido, pode levar algum tempo a
usufruir e gozar totalmente o prato, a
aprender a tirar o melhor partido das
suas características e a moldar a nossa
acção física e musical à melhor resposta
sonora e estilística do instrumento.

Pappa Joe Jones tinha um prato seu que


já tinha oferecido 5 vezes a 5 bateristas
diferentes dizendo a cada um: "Vou-te
deixar ficar com ele por um mês.
Aprendes a tocá-lo - é teu."...

Quanto a compras de segunda mão em


que o processo de eliminação não é
aplicável mas sim um reconhecimento
mais ou menos imediato de
características sonoras que nos agradam
no prato, uma vez mais
desaconselhando fortemente a compra
por catálogo ou mera referência de
marca, modelo e tamanho, deve-se ter
em conta uma apreciação muito mais
pormenorizada do aspecto do prato.
Procurar marcas e falhas no bordo do
prato que podem levar a abrir rachas.

Procurar rachas quase imperceptíveis no


buraco do centro, na aresta exterior, na
base da cúpula e em toda a superfície
em geral. Tocar o prato suave e
repetidamente com um bilro pode fazer
sobresaír as vibrações típicas das rachas
que não se conseguem ver. É preciso
levar o ouvido bem perto do prato para
uma melhor apreciação.

Pratos rachados são de evitar. Mesmo


que a característica sonora seja
interessante, não vai ficar por aí e
rápidamente passará de interessante a
desagradável e finalmente a inaudível.

Manter o procedimento de relação com o


resto do set de pratos que se tem ao
escolher pratos novos na loja.
Há situações na minha vida profissional
em que não preciso ou não posso levar
bateria nem pedais nem mesmo uma
tarola, seja para um ensaio, para um
concerto ou para uma gravação mas as
minhas baquetas e os meus pratos são
coisas das quais eu não me separo nem
prescindo seja em que ocasião fôr.

Ecolher pratos é uma "ciência" das mais


inexactas e pessoais que há mas as
ideias acima expostas e que compilei a
partir do livro The Cymbal Book de Hugo
Pinksterboer e de experiência pessoal
apenas tentam ser uma ajuda para
futuras incursões a lojas de baterias à
procura do metal mais precioso que há
para os bateristas: o bronze musical.n"
 
Acho que vale um tópico, não? (para o
resto do pessoal ver...)

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