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Abstract: This Article condenses St. Thomas Aquinas teaching on the devils,
according to “Summa Theologica” exposition. Starting from the question
related to the way of conciliating the wickedness that characterizes devils deed
with metaphysical goodness imprinted by divine wisdom in all his creation
products. Afterwards he explores the aspect about Angels immaterial nature,
about Devils power, devils actuation limits on men, at last about Devils
presence as God’s Glory manifestation. Key-words: Thomas Aquinas, Devils,
“Summa Theologica”.
Introdução
das anteriormente27.
De igual maneira, deve-se dizer que não têm os anjos
nem os demônios poder para atuar sobre a imaginação das pesso-
as, imprimindo-lhes formas imaginárias que já não tenham sido
antes recebidas pelos sentidos das pessoas. Exatamente por isso,
não podem os demônios fazer com que um cego de nascença ima-
gine cores28.
Também não está no poder dos demônios conhecer o in-
terior das pessoas, os seus pensamentos ou os segredos do coração.
Só Deus tem esse poder de penetrar no sacrário da personalidade
humana, e a esse respeito já fora dito pelo profeta Jeremias (Jer.
17,9-10), falando em nome de Deus: “Perverso e impenetrável é o
coração do homem; quem o conhecerá? – Somente Eu, o Senhor,
que penetro os corações”29.
O que fica acessível ao poder dos demônios é apenas ex-
plorar a condição interior do homem, visando a tentá-lo no vício,
para o qual já tem propensão habitual. Pode, de certo modo, agir
sobre as forças inferiores do homem e, até certo ponto, inclinar a
vontade, não, porém, dominar a vontade das pessoas30.
Apoiando-se na autoridade de Agostinho, diz o Doutor
Comum que, às vezes, descobrem os demônios as disposições dos
homens, com toda facilidade, e não só as que se manifestam por
palavras, mas também as concebidas internamente, isso, “porém,
quando no corpo se manifesta qualquer sinal delas”31.
Também não podem os anjos bons e, a fortiori, tam-
bém não podem os demônios conhecer o futuro. Essa capacidade
– afirma enfaticamente o Doutor Angélico – é característica da di-
vindade, tal como está dito em Isaias: “Anunciai o que acontecerá
no futuro e saberemos que sois deuses”.
Qualquer intelecto criado – os anjos inclusive, sejam os
bons, sejam os demônios – por não participar da eternidade divi-
na, não pode abarcar o futuro, tal como é em seu ser32.
Poder-se-ia, dentro dos pressupostos metafísicos assu-
midos por Tomás, dizer: o objeto do intelecto é o Ente; o que não
existe e, aquilo do qual apenas existe a possibilidade para existir,
está fora da ordem do Ser, podendo-se apenas afirmar de tal ima-
ginado ser, que esteja na ordem do que poderá vir a ser. Conse-
qüentemente, não pode ser objeto do intelecto criado.
Com razoabilidade se dirá que os homens podem co-
nhecer o futuro em suas causas, ou por revelação de Deus. E, sob
esse aspecto, os anjos conhecem o futuro, com mais subtileza do
que os homens33.
anjos maus?
Notas
1
Doutor em Direito pela EFPE e Presidente do Instituto de Pesquisas Filo-
sóficas Santo Tomás de Aquino – PE.
2
Suma Teológica, I parte, Q. 8, art.1. Nota bene: Entendemos como muitos
autores (RASSAM ; FERRATER MORA, entre outros) que a expressão
Esse em Santo Tomás corresponde ao nosso verbo Existir, e não a “ser”,
expressão que pode ser entendida ora como ação de ser, ora como sujeito
de ser, ora como talidade de ser. “... quando esse incipiunt – e – quandiu
in esse conservantur” não quer significar conservar em ser, mas conser-
var em existir, em tendo existência. Quando res habet esse: não significa
“quando a coisa tem o ser” – que ser? – mas “ quando a coisa tem exis-
tir”.
3
I Epistola de Pedro, 5, 8.
Ano 6 • n. 1 • jan./jun. 2006 - 45
Departamento de Filosofia
4
Suma Teológica, q. 63, art. 1.
5
Suma Contra Gentios, n. 2473.
6
Suma Teológica, I parte, Q. 64, art. 4.
7
Suma Contra Gentios, n. 2473
8
Cf. MANGENOT. E. Démon d´après les scholastiques et les théologues
postérieurs. In: Vacant, A. ; Mangenot, E. ; Amann, E. (orgs).
Dictionnaire de Théologie Catholique. Paris: Dabilon, 1946. Tome IV,
Partie I, p. 396.
9
Suma Teológica, I parte, q. 64, art. 4.
10
Ibid., q. 63, art.4 e art. 5.
11
Ibid., q. 63, art. 3.
12
Ibid., q. 62, art. 3.
13
Suma Teológica, Parte I, q. 64, art. 2.
14
Suma Teológica, parte I, q. 64, art. 1.
15
Ibid., q. 55, art. 1.
16
Ibid., q. 57, art. 2.
17
Ibid., q. 56. Art. 2
18
Suma Teológica, parte I, q. 58, art. 6.
19
Ibid., q. 51, art. 2.
20
Ibid., q. 64, art 1, ad 1um.
21
Ibid., q. 54, art. 1, ad 3um.
22
Suma Teológica, parte I, q. 51, art.3, ad 5um.
23
AGOSTINHO, citado por Santo Tomás de Aquino na Suma Teológica,
parte I, q. 51, art3 , ad 6 um.
24
As informações históricas contidas no presente parágrafo foram extraídas
do artigo de MANGENOT, 1946, p. 346 ss. Entre outras variantes: Deus
teria encarregado os anjos de velarem pelos homens e por todas as criatu-
ras. Atraídos pela formosura das mulheres, os anjos desceram sobre o cimo
do monte Hermon, tiveram filhos daquelas mulheres e foram despejados do
céu.
25
Suma Teológica, parte I, q. 110, art. 4.
26
Suma Teológica, parte I, q. 113, art. 4, ad 2 um.
27
Ibid., q. 111, art. 2.
28
Ibid., q. 111, a\rt.3.
29
Ibid., q. 57, art.
30
Ibid., q. 114, art. 3.
31
Suma Teológica, parte I, q. 57, art. 4.
32
Ibid., q. 57, arta. 3.
33
Ibid., q. 57, art. 3,ad 1 um.
34
Ibid., q. 61, art. 4.
35
Ibid., q. 62, art. 3.
36
Ibid., q. 110, art. 1.
37
Suma Teológica, parte I, q. 63, art. 2.
38
Suma Teológica, parte I, q. 63, art. 3.
46 - Universidade Católica de Pernambuco
Ágora Filosófica
39
Ibid., q. 53, art. 3.
40
Ibid., q. 113, art. 2.
41
Ibid., q.113, Art. 5.
42
Ibid., q. 113, art. 3.
43
Suma Teológica, parte I, q. 114, art. 1, ad 1um.
44
Ibid., q. 114, art. 1, ad 2um.
45
O príncipe deste mundo já foi julgado: 12,31; 16,11.
46
Santa Teresa do Menino Jesus. História de uma alma, escrita
por ela própria. Trad. de Pe. Luís Maria Alves Correia. Porto. Li-
vraria Apostolado da Imprensa, 1952. p. 17.
Referências