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O VÍRUS QUE ADOECE AS EMOÇÕES

“Sonda-me ó Deus e conhece o meu coração, prova-me e conhece os


meus pensamentos: vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me
pelo caminho eterno” (Salmos 139.23, 24)

O que temos visto quando olhamos para dentro de nós? Podemos


identificar alguns desses vírus que adoecem as emoções? Podemos
fazer, com coragem, essa oração que o salmista fez?

Quando alguém fratura um membro:


O procedimento é tirar um raio x para visualizar com clareza onde
está a fratura, o aspecto da ferida ou o tamanho do trauma;
assim é na vida emocional.

Quando submetemos nossas vidas interiores à luz do conhecimento


de Deus identificamos onde estão os traumas a serem tratados.

A cura e a restauração da alma são


uma atitude de enfrentar, conscientemente, com maturidade
os traumas não superados, as memórias doídas e emoções feridas.

Curar é enfrentar, é o ato de trazer à frente.


É necessária uma revelação bem definida de como está a estrutura da
nossa personalidade, identificando rejeições, traumas e feridas
que vieram como resultado de uma educação que falha,
mas principalmente nossas escolhas erradas frente a essas falhas.
Muitas vezes nossas emoções adoecem não só pelas influências,
mas também pelas escolhas erradas que fazemos.

O estado do coração compromete nossas atitudes e também a


qualidade de vida. Precisamos entender o que está impedindo o
desenvolvimento da nossa saúde emocional.
Muitas são as situações que podem adoecer as emoções, vamos ver:
1 - ÁREAS DE TREVAS

“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que


as confessa e deixa, alcançará misericórdia” (Provérbios 28.13)

Situações não resolvidas, pecados não confessados, medos e traumas


sufocados, abusos, consistem em áreas de trevas comprometendo
nossa saúde emocional e aprisionando-nos em um estilo de vida de
sofrimento. Podemos perceber que essas áreas de trevas geram
algumas doenças emocionais que migram para nosso físico. Stress,
depressão, síndrome do pânico, desordem de humor têm grandes
possibilidades de terem raízes nessas áreas de trevas, podendo gerar
as doenças psicossomáticas, onde o indivíduo faz todos os exames e
não encontram nenhuma alteração no organismo, mas os sintomas
insistem em permanecer.

Para lidar com esse vírus que adoece as emoções é necessário estar
disposto a construir um estilo de vida de transparência, livre de
situações ocultas e guardadas. Quanto mais transparente a pessoa
for, mais livre ela estará desse vírus.

PASSIVIDADE

“Desde os dias de João Batista até agora o Reino de Deus é tomado por
esforço, e os que se esforçam se apoderam dele” (Mateus 11.12)

A passividade é uma inimiga, tanto da saúde emocional como da saúde


espiritual. Se não conseguirmos que a pessoa saia da passividade,
vamos falhar em ajudá-la. O maior perigo da passividade é que,
quando instalada, vai minando a força moral e tornando a pessoa
suscetível a imoralidades. A incapacidade de reagir frente a situações
de pecados e tentações revela a intensidade da passividade.
Muitas famílias são marcadas quando a passividade se instala, quando
a figura de um dos modelos de autoridade se anula gerando uma
disfunção. A figura do homem é muito atingida pela passividade, que
acaba levando esse pai, esse marido, à margem de suas funções. Para
poder lidar com esse vírus, um estilo de vida marcado pela iniciativa faz
toda a diferença.

ORGULHO

“Mas ele nos concede graça maior. Por isso diz a Escritura: “Deus se
opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes” (Tiago 4.6)

As pessoas não querem se apresentar como “fracas”, reconhecendo


que um problema existe, então constroem barreiras de autoproteção e
não estão dispostas a se despir emocionalmente para serem curadas,
como foi com o general de guerra Naamã relatado no livro de 2 Reis
5.1-19.

Apesar de todo seu status e posição, a bíblia declara que ele era
leproso e precisava desesperadamente ser curado. Sua cura não foi
somente física, mas também na alma. Ele se despiu de toda sua
armadura, suas estrelas e, principalmente, de seu orgulho. Expôs suas
feridas e, seguindo o conselho do profeta, foi mergulhar sete vezes no
rio Jordão. Ao sair de lá estava curado no físico. Será que temos a
mesma disposição para sermos curados?

O orgulho tem sido uma forte marca nesta geração. Quantas pessoas
estão em dificuldades e sofrimentos? Até sabemos como ajudá-las,
mas não podemos, devido ao orgulho que acaba impedindo com que a
pessoa reconheça que precisa de ajuda.

RELIGIOSIDADE
“(…) Tenham cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia”
(Lucas 12.1)

A religiosidade é como uma maquiagem que encobre áreas de derrota


e fracasso, esconde a ferida e também impede que o remédio seja
administrado. A religiosidade nos faz cegos para nossos erros,
tornando nossa consciência insensível ao arrependimento. Temos um
número grande de pessoas que, apesar de estarem dentro das igrejas,
ainda estão cegas com relação aos próprios erros e àquilo que
precisam mudar. Muitas vezes ministram outras vidas com um ar de
superioridade. Por baixo dessa religiosidade existem feridas que
precisam ser curadas e expostas.

A religiosidade está ligada a uma vida de aparências, sem essência.


Regemos nossa rotina baseados em rituais, vivendo em função do que
os outros vão pensar ou falar.

Muito da fala e do discurso de Jesus estava voltado em combater esse


tipo de atitude superficial. Ele confrontou a elite religiosa da época,
que estava vivendo uma espiritualidade baseada em religiosidade e
hipocrisia. Para lidar com esse vírus que adoece as emoções é preciso
construir um entendimento de que espiritualidade é baseada em
essência e não em aparência. O evangelho é uma mensagem que age
em nosso coração.

FALTA DE PERDÃO

“E quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém,


perdoem-no, para que também o Pai celestial lhes perdoe os seus
pecados” (Marcos 11.25)

A falta de perdão tem se tornado uma grande armadilha, aprisionando


muitas pessoas em um quadro emocional de amargura e frustração.
Sempre ouvimos com facilidade que precisamos perdoar, mas na
prática não é tão fácil assim. O perdão não é um sentimento, nunca
vamos sentir de perdoar ninguém, o perdão é uma decisão e, por outro
lado, um processo. A falta de perdão nos faz ligados ao ofensor. Então
nos cabe decidir de que maneira queremos estar vinculados às pessoas
que nos machucaram.

O ressentimento e o rancor nos tornam como que amarrados às


pessoas que nos ofenderam, carregando esse peso até o ponto de
todas as nossas forças se acabarem. Perdão não significa fingir que
nada aconteceu, mas sim uma decisão de renunciar a dor do orgulho
ferido e entregar essa causa. Perdão não significa que eu tenho de
transformar a pessoa perdoada no meu melhor amigo para provar o
perdão.

A melhor maneira de lidar com esse vírus que tem adoecido, e muito, a
vida de pessoas, é enfrentar a dor e resolver o perdão. Não vale a pena
carregar a mágoa e a amargura, esses sentimentos são tóxicos e criam
raízes profundas na nossa vida

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