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DISCIPLINA: QUÍMICA E CIÊNCIA DOS

MATERIAIS

AULA: LIGAÇÃO QUÍMICA E ESTRUTURA


MOLECULAR

Professor: Ms. Romulo Rodrigues Machado

Curso: Engenharia Civil

Goiânia, 23 de agosto de 2021


DIVISÃO DA AULA
Revisão

Estrutura de Lewis

Ligações Iônicas

Ligações Covalentes

Ligações Metálicas

Polaridade

Forças Intermoleculares
R. R. Machado 2
Revisão
• O modelo atômico de Rutherford-Bohr

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Revisão
• Apesar de termos apenas 118 elementos químicos descobertos
a natureza nos apresenta infinidades de matérias diferentes

• Átomos, além de permanecerem isolados, podem se reunir das


mais variadas maneiras, formando uma infinidade de
agrupamentos diferentes, que podem ser moléculas ou
aglomerados de íons

• Cada molécula (e cada aglomerado iônico) passa, então, a


representar uma substância pura (ou espécie química) bem
definida. Cada substância, por sua vez, é representada por
uma abreviação denominada fórmula

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Revisão
• Moléculas e aglomerados iônicos
A molécula é formada por um grupamento de dois ou mais átomos, unidos por
ligações covalentes. Ela ainda apresenta duas características básicas:
estabilidade (ligações difíceis de serem desfeitas) e neutralidade elétrica
(mesmo número de prótons e elétrons)

Aglomerado iônico, também chamada ligação eletrovalente, tipo de ligação


formada a partir da atração eletrostática entre íons carregados de maneira
oposta em um composto químico. Essa ligação se forma quando os elétrons de
valência (mais externos) de um átomo são transferidos permanentemente para
outro átomo

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Revisão
• Moléculas e aglomerados iônicos

R. R. Machado 6
Revisão
• Os íons (cations e ânions) – aglomerados iônicos
Um átomo, em seu estado normal, é eletricamente neutro, ou seja, o número
de elétrons na eletrosfera é igual ao número de prótons do núcleo, e em
consequência suas cargas se anulam.

Um átomo pode, porém, ganhar ou perder elétrons da eletrosfera, sem sofrer


alterações em seu núcleo, resultando daí partículas denominadas íons.

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Estrutura de Lewis
• Muitas das propriedades que conseguimos notar nos
diversos materiais existentes ocorre devido às
ligações químicas e à estrutura geométrica
decorrente dessa ligação

• Apenas os gases nobres são encontrados, em


condições ambientes, em atómos isolados. São,
portanto, considerados muito estáveis (pouco
reativos)

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Estrutura de Lewis
• Os gases nobres

R. R. Machado 9
Estrutura de Lewis
• Os cientistas perceberam que determinados
elementos tinham capacidade de realizar mais ou
menos ligações químicas

• Exemplo: o hidrogênio nunca se liga a mais que 1


átomo, o oxigênio pode ligar-se a 2 outros átomos, o
nitrogênio a 3 outros átomos e o carbono pode se ligar
a 4 outros átomos

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Estrutura de Lewis
• Gilbert N. Lewis verificou que os gases nobres têm
sempre 8 elétrons na última cama eletrônica

• E que os demais átomos, ao se unirem, procuram


perder, ganhar ou compartilhar elétrons na última
camada até atingirem a configuração eletrônica de um
gás nobre

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Ligações Iônicas
• A mais conhecidada dessas ligações ocorre entre o
sódio (Na) e o cloro (Cl), produzindo o cloreto de
sódio:

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Ligações Iônicas
• Nesse exemplo, o átomo de sódio cede definitivamente 1
elétron ao átomo de cloro. Desse modo, forma-se um íon
positivo (cátion Na+) e um íon negativo (ânion Cl-), ambos com
o octeto completo, ou seja, com a configuração de um gás
nobre (no caso, neônio e argônio, respectivamente).

• Considerando que essa explicação envolve apenas os elétrons


da última camada (elétrons de valência), é comum simplificar a
representação anterior da seguinte maneira:

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Ligações Iônicas
• Tendo cargas elétricas opostas, os cátions e os ânions se
atraem e se mantêm unidos pela chamada ligação iônica,
originando-se assim a substância cloreto de sódio (Na+Cl-),
que é o sal comum usado em cozinha. Na prática, porém, uma
reação não envolve apenas dois átomos, mas um número
enorme de átomos, de modo que no final teremos um
aglomerado envolvendo um número enorme de íons, como
mostramos na ilustração abaixo.

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Ligações Iônicas
• Outras ligações iônicas:

Cloreto de Magnésio

Fluoreto de alumínio
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Ligações Iônicas

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Ligações Iônicas

• A ligação iônica e a Tabela Periódica

A ligação iônica ocorre, em geral, entre átomos de metais com átomos de não-
metais, pois: ?????

 os átomos dos metais possuem 1, 2 ou 3 elétrons na última camada e têm


forte tendência a perdê-los (veja os casos do Na, do Mg e do Al, nos
exemplos anteriores);

 os átomos dos não-metais possuem 5, 6 ou 7 elétrons na última camada e


têm acentuada tendência a receber mais 3, 2 ou 1 elétron e, assim,
completar seus octetos eletrônicos (veja o caso do Cl, nos exemplos
anteriores).

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Ligações Iônicas
• A ligação iônica e a Tabela Periódica

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Ligações Iônicas
• A ligação iônica e a Tabela Periódica

Por quê os elementos


da coluna 4A não
apresentam
tendência de formar
ligações iônicas?

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Ligações Iônicas
• O tamanho dos íons
Quando um átomo perde elétrons, o núcleo passa a atrair mais intensamente
os elétrons restantes; desse modo, o diâmetro ou raio do cátion é sempre
menor que o diâmetro ou raio do átomo original

Ao contrário, quando um átomo recebe elétrons, a carga total da eletrosfera


(negativa) torna-se maior do que a carga do núcleo (positiva); desse modo, a
atração do núcleo sobre o conjunto dos elétrons é menor e,
consequentemente, o raio do ânion é sempre maior que o raio do átomo
original. Por exemplo, no caso do cloreto de sódio

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Ligações Iônicas
• Comparação entre raios atômicos e iônicos

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Ligações Iônicas
• Comparação entre raios atômicos e iônicos
Quando temos vários íons, todos com o mesmo número de elétrons (íons
isoeletrônicos), o raio iônico irá diminuindo na proporção em que a carga
positiva do núcleo for superando a carga total da eletrosfera. Por exemplo:

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Ligação Covalente Normal
• A molécula de hidrogênio H2

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Ligação Covalente Normal
• Na representação H—H, o traço (—) está indicando o
par de elétrons que os dois átomos de hidrogênio
passam a compartilhar. Assim, por comodidade,
costuma-se representar uma ligação covalente normal
por um traço

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Ligação Covalente Normal
• Na ligação covalente, entre átomos iguais, podemos
falar também em raio covalente (r), como a metade
do comprimento da ligação (d ), isto é, metade da
distância que separa os dois núcleos

R. R. Machado 25
Ligação Covalente Normal
• Outros exemplos:
A união entre dois átomos do elemento cloro (Cl), formando uma molécula de
gás cloro (Cl2)

A união entre dois átomos do elemento oxigênio (O), formando uma molécula
de oxigênio (O2)

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Ligação Covalente Normal
• Outros exemplos:

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Ligação Covalente Normal
• Exemplo de ligação covalente entre substâncias
compostas
Formação da molécula do cloridreto ou gás clorídrico (HCl)

Agora, o comprimento da ligação (d) será a soma dos raios covalentes


(r1 + r2) dos átomos envolvidos na covalência. O raio covalente de um átomo
pode variar conforme ele venha a se ligar a átomos diferentes

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Ligação Covalente Normal
• Exemplo de ligação covalente entre substâncias
compostas

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Ligação Covalente Normal

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Ligação Covalente Dativa
• A ligação covalente dativa é a união entre átomos
estabelecida por pares de elétrons que são cedidos
apenas por um dos átomos

• Exemplos:

Gás sulforoso (SO2)

Anidrido sulfúrico (SO3)


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Ligação Covalente Dativa
• Exemplos:

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Ligações Covalentes
• De maneira geral a montagem das fórmulas dos compostos covalentes não
é um problema simples. A Classificação Periódica pode ajudar na
formulação dos compostos de estrutura mais simples

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Compostos Moleculares e Iônicos
• Um composto é considerado composto molecular quando
apresenta exclusivamente ligações covalente (normais ou
dativas)

Nesse caso, a molécula é realmente a menor partícula que representa a substância

• Um composto é considerado composto iônico desde que


possua pelo menos uma ligação iônica (mesmo
apresentando várias ligações covalentes (normais ou dativas)

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Ligações Metálicas
• Os metais e ligas metálicas são de fundamental importância na
construção civil

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Ligações Metálicas
• No estado sólido, os átomos dos metais (e de alguns
semimetais) se agrupam de forma geometricamente ordenada,
dando origem às células, ou grades, ou reticulados cristalinos

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Ligações Metálicas
• Em geral, os átomos dos metais têm apenas 1, 2 ou 3 elétrons na última
camada eletrônica; essa camada está normalmente afastada do núcleo,
que, consequentemente, atrai pouco aqueles elétrons. Como resultado, os
elétrons escapam facilmente do átomo e transitam livremente pelo
reticulado. Desse modo, os átomos que perdem elétrons transformam-se
em cátions, os quais podem, logo depois, receber elétrons e voltar à forma
de átomo neutro, e assim sucessivamente

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Ligações Metálicas
• Em virtude de sua estrutura e do tipo de ligação, os metais
apresentam uma série de propriedades características que,
em geral, têm muitas aplicações práticas:

 Brilho metálico: os metais, quando polidos, refletem a luz como se fossem


espelhos, o que permite o seu uso em decoração de edifícios, lojas etc.

 Condutividade térmica e elétrica elevadas: os metais, em geral, são bons


condutores de calor e eletricidade. Isso é devido aos elétrons livres que
existem na ligação metálica. A condutividade térmica elevada é utilizada em
caldeiras industriais e a condução da eletricidade é fundamental nos fios
elétricos

 Densidade elevada: os metais são, em geral, densos. Isso resulta das


estruturas compactas e das propriedades periódicas dos elementos
químicos.

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Ligações Metálicas
 Pontos de fusão e de ebulição elevados: os metais, em geral, fundem e
fervem em temperaturas elevadas, como visto nas propriedades periódicas.
Isso acontece porque a ligação metálica é muito forte, e “segura” os átomos
unidos com muita intensidade. Isso é muito importante na construção de
caldeiras e tachos industriais

 Resistência à tração: os metais resistem bastante às forças que, quando


aplicadas, tendem a alongar uma barra ou fio metálico. Essa propriedade é
também uma consequência da “força” com que a ligação metálica mantém
os átomos unidos. Uma aplicação importante da resistência à tração é a
aplicação dos metais em cabos de elevadores ou de veículos suspensos.
Outra aplicação é a colocação de vergalhões de aço dentro de uma
estrutura de concreto para torná-la mais resistente - é o chamado concreto
armado, de largo uso na construção civil

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Ligações Metálicas
 Maleabilidade: é a propriedade que os metais apresentam de se deixarem
reduzir a chapas e lâminas bastante finas, o que se consegue martelando o
metal aquecido ou, então, passando o metal aquecido entre cilindros
laminadores, que o vão achatando progressivamente, originando, assim, a
chapa metálica. Essa é uma das propriedades mais importantes dos metais,
se considerarmos que as chapas metálicas são muito usadas na indústria e
na construção civil

 Ductilidade: é a propriedade que os metais apresentam de se deixarem


transformar em fios, o que se consegue “puxando” o metal aquecido através
de furos cada vez menores. A explicação para isso é semelhante à da
maleabilidade. Os fios produzidos, de maior ou menor diâmetro, são muito
usados nas construções, em concreto armado, concreto protendido ou
como fios elétricos e arames de vários tipos

R. R. Machado 40
Ligas Metálicas
 Ligas metálicas são uniões de dois ou mais metais, podendo ainda incluir
semimetais ou não-metais, mas sempre com predominância dos elementos
metálicos

 Podemos dizer que as ligas metálicas têm maiores aplicações práticas que
os próprios metais puros

 O aço comum é uma liga de ferro com 0,1% a 0,8% de carbono e


apresenta maior resistência a tração que o ferro puro. Representa uma
das principais matérias-primas da construção civil, com inúmeras
aplicações, tais como armaduras de concreto, fundações, pontes, viadutos e
estruturas metálicas

R. R. Machado 41
Ligas Metálicas
 O aço inoxidável é uma liga constituída de ferro, carbono (0,1%), níquel
(8,0%) e cromo (18,0%). É utilizado em bancadas, corrimões e pias de
cozinha

 O bronze é uma liga de cobre e estranho e o latão é uma liga de cobre e


zinco. Essas ligas são usadas em estátuas, em tubos flexíveis, válvulas
industriais, torneiras, varetas de soldagem, válvulas, buchas, engrenagens,
além da confecção de metais sanitários, ferragens (fechaduras, dobradiças,
fechos, puxadores), entre outros

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Ligas Metálicas
 Ligas metálicas que apresentam zinco ou cobre são de grande importância
na construção civil

 O zinco puro é um metal branco-azulado, com um ponto de fusão de 419


°C e um ponto de ebulição de 906 ºC. É utilizado em telhas, chapas lisas
ou onduladas, telas, arames, calhas, tufos e acessórios em geral. O
zinco é, ainda, utilizado como metal de sacrifício para preservar o ferro da
corrosão (galvanização) em algumas estruturas, na produção de pilhas
secas e como pigmento em tinta de coloração branca

R. R. Machado 43
Ligas Metálicas
 O cobre é um metal de transição avermelhado, que apresenta alta
condutibilidade elétrica e térmica, só superada pela da prata. É
amplamente utilizado na construção civil: tubos de cobre (aparelhos
compressores, aparelhos e sistemas de ar condicionado e sistemas de
refrigeração), coletores de energia solar e cabos/fios elétricos.

R. R. Machado 44
Ligas Metálicas
 As ligas metálicas são preparadas, em geral, aquecendo conjuntamente os
metais, até sua fusão completa, e depois deixando-os esfriar e solidificar
completamente

 As propriedades físicas e químicas das ligas metálicas podem ser muito


diferentes das propriedades dos elementos que lhes deram origem

 Essas propriedades vão depender dos próprios elementos que formam a


liga; a proporção em que eles estão misturados; a estrutura cristalina
da liga; o tamanho e a arrumação dos cristais microscópicos assim
formados; e até mesmo dos tratamentos que a liga venha a sofrer, como,
por exemplo, martelamento, laminação, trefilação e vários tipos de
tratamento térmico

 Tratamentos térmicos alteram as propriedades das ligas metálicas


porque alteram o tamanho e a arrumação dos cristais microscópicos
que as formam. Mas é exatamente a possibilidade de ter as suas
propriedades tão alteradas que faz com que as ligas metálicas tenham
ampla aplicação
R. R. Machado 45
Ligas Metálicas
• Exemplos de ligas metálicas com características atípicas

Os metais têm, em geral, condutividade elétrica elevada; uma liga de níquel e


cromo, porém, tem condutividade elétrica baixa e, por esse motivo, é usada
nas resistências dos ferros elétricos e chuveiros elétricos

Metais têm, em geral, pontos de fusão elevados. No entanto, uma liga com
70% de estanho e 30% de chumbo funde a 192 °C, sendo então usada como
solda em aparelhos eletrônicos

R. R. Machado 46
Polaridade
• A estrutura espacial das moléculas
A teoria das ligações covalentes de Lewis foi muito importante para o
desenvolvimento da Química. No entanto, essa teoria não explicava a
disposição (arrumação) dos átomos na molécula

Hoje sabemos que as moléculas bem simples, como H2, O2 e HCl são
moléculas planas. As moléculas mais complexas, porém, são quase sempre
tridimensionais

Um caso bastante comum é o da existência de um átomo central rodeado, no


espaço, por vários outros átomos

R. R. Machado 47
Polaridade
• A estrutura espacial das moléculas

R. R. Machado 48
Polaridade
• Moléculas com pares eletrônicos ligantes e não ligantes

Apenas pares ligantes

Pares ligantes e não ligantes

R. R. Machado 49
Polaridade
• Moléculas com pares eletrônicos ligantes e não ligantes

R. R. Machado 50
Polaridade
• Alotropia

Na estratosfera, o ozônio é formado quando a radiação ultravioleta, de origem


solar, interage com a molécula de oxigênio, quebrando-o em dois átomos de
oxigênio (O). O átomo de oxigênio liberado une-se a uma molécula de oxigênio
(O2), formando assim o ozônio (O3)

R. R. Machado 51
Polaridade
• Alotropia

R. R. Machado 52
Polaridade
• Polaridade ou eletronegatividade
Nas ligações covalentes estudadas até então, temos por exemplo:

Quando os dois átomos são diferentes, é comum um deles puxar o par


eletrônico para o seu lado. É o que acontece, por exemplo, na molécula HCl:

O cloro atrai o par eletrônico compartilhado para si. Nesse caso, dizemos que o
cloro é mais eletronegativo que o hidrogênio e que a ligação covalente está
polarizada, ou seja, é uma ligação covalente polar
R. R. Machado 53
Polaridade
• Polaridade ou eletronegatividade

Valores obtidos por meio experimentos realizados por Linus Pauling


R. R. Machado 54
Polaridade
• Polaridade ou eletronegatividade
A polaridade é também uma propriedade periódica dos elementos químicos e
está relacionada com o potencial de ionização e com a eletroafinidade

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Polaridade
• Polaridade ou eletronegatividade
A polaridade é também uma propriedade periódica dos elementos químicos e
está relacionada com o potencial de ionização e com a eletroafinidade

Potencial de ionização – energia


Eletronegatividade
necessária para arrancar um eletrón

Eletroafinidade – intensidade com que o átomo mantem um átomo adicional


R. R. Machado 56
Polaridade
• Ligações apolares e ligações polares
Uma decorrência importante do estudo da eletronegatividade dos elementos é
que, em função da diferença de eletronegatividade (Δ) entre os átomos
envolvidos, podemos classificar as ligações covalentes como:

 Ligações apolares: são as que apresentam diferença de


eletronegatividade igual a zero (ou muito próximo de zero). Exemplos:

R. R. Machado 57
Polaridade
 Ligações polares: são as que apresentam diferença de eletronegatividade
diferente de zero. Exemplos:

 Quando essa diferença ultrapassa o valor 1,7, a atração exercida por


um dos átomos sobre o par eletrônico é tão grande que a ligação
covalente se“rompe”, tornando-se uma ligação iônica. Exemplos:

R. R. Machado 58
Polaridade
• Podemos afirmar que existe uma transição gradativa
entre as ligações covalentes e as iônicas, à proporção
que o valor de Δ aumenta

R. R. Machado 59
Polaridade
• Resumo geral:

R. R. Machado 60
Polaridade
• Moléculas apolares e moléculas polares
Quando uma molécula tem ligações polares, ela é, obrigatoriamente polar?

 Não necessariamente. Exemplo: A molécula BeH2 tem duas ligações


polares, pois o hidrogênio é mais eletronegativo do que o berílio. No
entanto, considerando que a molécula é linear, a atração eletrônica do
hidrogênio “da esquerda” é contrabalançada pela atração do hidrogênio “da
direita” e, como resultado final, temos uma molécula não-polar (ou apolar).
O mesmo ocorre para a molécula BCl3

R. R. Machado 61
Polaridade
• Moléculas apolares e moléculas polares

A molécula de água por ter formato em “V” devido ao pares


eletrônicos não ligantes é uma molécula polar

 É devido a essa polaridade que um filete de água que escorre de uma


torneira pode ser desviado com facilidade por um objeto eletrizado

R. R. Machado 62
Polaridade
• Moléculas apolares e moléculas polares

R. R. Machado 63
Polaridade
• Moléculas apolares e moléculas polares
A polaridade das moléculas influi nas propriedades das substâncias. Um
exemplo importante é o da miscibilidade (ou solubilidade) das substâncias. A
água e o álcool comum, que são polares, misturam-se em qualquer proporção.
A gasolina e o querosene, que são apolares, também se misturam em
qualquer proporção. Já a água (polar) e a gasolina (apolar) não se misturam

Resumindo:

R. R. Machado 64
Forças Intermoleculares
Além das ligações químicas, consideradas fortes, existem forças
entre moléculas próximas que não são tão intensas quanto uma
ligação, as chamadas interações ou forças intermoleculares

 Ligação de hidrogênio (ponte de hidrogênio): É a mais forte das ligações


intermoleculares ocorre em moléculas que contenham as ligações N-H, O-H
e F-H. Nestas moléculas o hidrogênio está ligado a átomos bastante
eletronegativos, levando a ligações fortemente polarizadas

O átomo H fica com deficiência parcial de carga enquanto o elemento


eletronegativo assume uma carga parcial negativa, levando a uma forte
interação entre elas

R. R. Machado 65
Forças Intermoleculares
 Interação íon-dipolo: A diferença de eletronegatividade nas
ligações covalentes polares leva à formação de polos de
cargas parciais negativa e positiva

Quando temos um íon na presença de uma molécula polar,


ocorre uma interação entre este íon com o polo de carga oposta à
sua

Cátions serão atraídos pela carga parcial negativa, enquanto


ânions serão atraídos para a carga parcial positiva

Quando estamos dissolvendo íons em água, é esta força que


está em vigor. Este processo sofre uma variação de entalpia,
conhecida como energia de solvatação

R. R. Machado 66
Forças Intermoleculares

R. R. Machado 67
Forças Intermoleculares
 Interação dipolo-dipolo: em moléculas polares, quando a diferença de
eletronegatividade não é tão grande, não ocorre a formação de ligações de
hidrogênio, mesmo havendo polos parciais positivos e negativos

Este é o caso de ligações como H-Cl, onde ocorre a formação de polos, que
levam a interações eletrostáticas entre as moléculas, chamada dipolo-dipolo

Quando duas moléculas estão com os polos opostos próximos, elas se


mantêm nesta posição mais tempo que quando temos polos de mesmo sinal
próximos, este efeito resulta em uma força líquida atrativa, mantendo as
moléculas unidas

R. R. Machado 68
Forças Intermoleculares
 Interação dipolo-dipolo induzido: moléculas que possuem um dipolo
permanente podem induzir dipolos temporários em moléculas apolares

Isso ocorre porque a nuvem eletrônica da molécula polar, ao se aproximar da


molécula apolar, induz uma alteração nesta segunda nuvem, como quando
temos água na presença de O2

R. R. Machado 69
Forças Intermoleculares
 Interações de London (dipolo induzido-dipolo induzido):
embora moléculas apolares possuam nuvens eletrônicas
igualmente divididas entre os 2 átomos em determinados
momentos, atrações e repulsões instantâneas entre núcleos e
elétrons vizinhos fazem com que ocorram dipolos
momentâneos; quando moléculas vizinhas apresentam este
dipolo momentâneo induzido pela vizinhança ocorre interação
dipolo induzido-dipolo induzido

R. R. Machado 70
Forças Intermoleculares

As forças intermoleculares apresentam energias diferentes, sendo que


quanto maior a energia típica, maior a sua força. A energia de uma interação
eletrostática forte íon-íon apresenta energia típica de 250 kJ/mol. As
ligações de hidrogênio são em média 10 vezes mais fracas (cerca de 20
kJ/mol). Interações entre moléculas polares íon-dipolo e dipolo-dipolo
possuem energia de 15 e 2 kJ/mol, respectivamente. Nas moléculas
apolares (dipolo induzido-dipolo induzido e de London) apresentam
energia típica de 2 kJ/mol (ATKINS; DE PAULA, 2010, p. 172). As interações
íon-dipolo, dipolo-dipolo, dipolo-induzido e London são conhecidas como
forças de van der Walls

R. R. Machado 71
Resumo

R. R. Machado 72
Resumo

R. R. Machado 73
Resumo

R. R. Machado 74
Resumo

R. R. Machado 75
MUITO OBRIGADO ! 76
R. R. Machado
L. C. Galvani Jr

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