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RUTH SCHEEFFER
INTRODUÇÃO I
Pág.
Capítulo
v
111. TESTES DE APTIDÕES INTELECTUAIS DIFERENCIADAS 51
V. TESTES PSICOMOTORES 89
VI
VII. T.eCNICAS PROJETIVAS E EXPRESSIVAS................ 121
VII
PREFÁCIO
Quando se difundiu a notícia das primeiras explosões atômicas, umcr
sensação de estarrecimento empolgou o mundo. O homem sentiu-se arre-
batado e em pânico diante da fôrça devastadora que havia liberado. Como
arcos manejados por atletas possantes, a imaginação e a razão disten-
deram-se ao máximo para ajudar o homem a compreender o qUe! havia
acontecido e como a humanidade entrara na Era Atômica. No capítUlo
inicial da monografia sôbre o estado da administração pública, observa
Dwight Waldo (1) que aquela sensação de espanto e terror era inspirada
sobretudo pela ciência física e pela engenharia, as quais se atribuía todo
o mérito da façanha estupenda. Juntamente com os relatórios sôbre os
princípios gerais de física, pertinentes sua concepção, combinação e trans-
formação, pelos físicos em uma experiência nuclear bem sucedida, o
govêrno dos Estados Unidos anunciou também a participação da enge-
nharia humana, ou engenharia social. quer dizer. administração. Com
Efeito, um sistema administrativo especial, a que fôra dado o nome enig-
mático de Manhattan Engineer District, havia sido criado como subdi-
visão do govêrno. A fim de levar a cabo seu misterioso objetivo, o
Manhattan Engineer District despendeu dois bilhões de doláres. E des-
pendeu-os tão racionalmente, em condições tão sigilosas, que pouquíssimos
americanos souberam de sua existência e quase todos os seus empregados
ignoravam o propósito daquela unidade administrativa. Não obstante, o
Manhattan Engineer District reuniu milhares de homens altamente e
diversamente preparados, numerosos e raros materiais, utensílios e obje-
tos, buscando-os em tôda parte da terra. Estabeleceu extensas facilidades
IX
e criou subsistemas administrativos através do continente, ligando-os
pelos laços mais intrincados aos sistemas administrativos conhecidos, às
emprêsas particulares e às universidades. O bom êxito do Manhattan
Ellgineer District tornou-se público e notório: seu propósito, que era
a provocação de explosões baseadas na fissão nuclear para fins mili-
tares, havia sido realizado em tôda a linha.
Vista como engenho de destruição, a bomba atômica, que pulveriza,
carboniza, desintegra, gaseifica e consome indiscriminadamente guer-
?'eiros, sacerdotes, anciãos, bebês, criminosos, templos, hospitais, prostí-
bulos, padarias, museus, escolas, é apenas uma demonstração a mais
da estupidez humana. Vista porém como estágio pragmático de uma
extensa cadeia de descobertas e avanços científicos, que culminaram
na transformação da matéria em energia, exatamente como Einstein
havia predito, é talvez a prova mais significativa da hegemonia humana
no planéta. O chamado Projeto Manhattan constituiu um milagre de
trabalho em grupo e introduziu na história da ciência a Era Nuclear.
A maioria das pessoas considerou e ainda considera a bomba atômica
como um triunfo da ciência física exclusivamente. Poucos atentaram
para o papel do Manhattan Engineer District.
Mas, argumenta Dwight Waldo: não poderíamos admitir outro ponto
de vista, isto é, o de que a bomba atômica haja sido uma realização da
ciência física, tanto quanto da engenharia humana, ou seja, da admi-
nistração?
Por geniais que fôssem, os físicos, sozinhos, não teriam conseguido
levar a cabo a proeza de construir a bomba atômica. O administrador par-
ticipou intensamente em todo o processo. Ao recrutar e selecionar os
próprios cientistas, ao equipá-los, ao dar-lhes base física de ação, ins-
talações, laboratórios, ao proporcionar-lhes ajUda secretarial, ao adquirir.
transportar e pôr à sua disposição as matérias-primas necessárias, ao
manter o sistema em atividade, ao coordenar as ações dos diferentes
grupos empenhadOS no projeto, o administrador estava de fato parti-
cipando ativamente no processo; em verdade, estava dirigindo a cons-
trução das primeiras bombas atômicas. Todo o bom êxito da experiênCia
foi levado a crédito dos físicos. Mas, é indiscutível que os administradores
fIZeram jus a uma parte considerável das honras conferidas.
x
o administrador moderno dispõe de um arsenal prodigioso de ins-
trumentos, dispositivos e recursos, corpóreos e incorpóreos, para desem-
penhar a contento sua tarefa. Sómente isto explica o bom funcionamento
de emprêsas gigantescas, que empregam milhares de trabalhadores e
mantêm fábricas, filiais, sucursais, escritórios e representantes em di-
ferentes partes de um país, ou em diferentes países do mundo. Felizmente
para a sociedade, os progressos havidos no campo das técnicas adminis-
trativas, se não são reconhecidamente tão espetaculares quanto as con-
quistas das ciências físicas e matemáticas, têm sido pelo menos sufi-
cientemente amplos para habilitar o homem a enfrentar os complexos
industriais, comerciais, bancários e sobretudo as tentaculares unidades
administrativas governamentais dos tempos modernos.
Uma lista dos principais instrumentos e meios de ação com que conta
hoje o administrador incluiria, além das técnicas tradicionais de pesquisa,
previsão, planejamento, direção, coordenação e contrôle, identificadas e
trabalhadas por Fayol, Taylor e seus continuadores, muitos recursos novos
(alguns até esotéricos), como o recrutamento positivo, o orçamento de
execução (performance budget), a cibernética, a automação, a diluição
do trabalho, as Relações Humanas, as Relações Públicas, o assessora-
mento exaustivo, a análise administrativa etc., etc.
Diz o Professor Mira y López que hoje só seleciona mal quem faz
tabula rasa dos recursos psicotécnicos disponíveis. Quer se trate de se-
lecionar recepcionistas, dirigentes de grandes emprêsas, gerentes de fá-
brica, chauffeurs de lotação, pilotos de provas, atuários, geólogos ou der-
matologistas - há meios profissionais seguros, comprovados, específic08
para descobrir os melhores candidatos. As baterias de testes psicológicos,
XI
muitas das quais ainda em etapa de experimentação, outras provàvel-
mente mantidas em segrêdo, permitem a busca e descoberta do right
man for the right place na grande maioria dos casos.
Durante a Primeira Guerra Mundial surgiu o problema da seleção
dos pilotos militares. Supunha-se, então, empiricamente, que os pilotos
de avião de bombardeio e de caça deviam ser, antes de tudo, homens
de excepcional bravura física. Acreditava-se que o sangue frio em face
do perigo e a temeridade na penetração dos campos inimigos constituís-
sem as qualidades capitais dos pilotos da guerra. A observação do com-
portamento dos homens, o exame dos resultados dos ataques e combates
aéreos e a elevada taxa de acidentes começaram a suscitar dúvidas no
espírito dos comandantes sôbre os requisitos desejáveis nos pilotos de
guerra. Na última fase da guerra foi elaborado um primeiro instrumento
de seleção de pilotos, que estava longe de possuir os refinamentos ne-
cessários.
XII
No livro The Proper study of Mankind, Stuart Chase dedica um
capitulo ao trabalho realizado pela Aviation Psychology Program para
"desenhar" a profissiografia do pilôto.
Mediante a utilização de métodos científicos, primeiro analisando a
tarefa do pilôto, depois elaborando testes psicológicos, depois testando
administrativamente os testes, e finalmente validando-os à luz dos re-
sultados reais, o grupo de psicólogos resolveu aquêle agônico problema
de administração de pessoal. Dêsse esfôrço resultou uma contribuição de
valor indiscutível para a administração científica ...
XIII
à velocidade de quase 30.000 km por hora, metido em um uniforme hor-
1ipilante, e agir num meio ambiente em que o ser humano experimenta
a estranha sensação de imponderabilidade (wightlessness)?
XIV
APRESENTAÇÃO
A escassez em nosso idioma de literatura s6bre testes psicológivos e a
procura das súmulas que elaboramos para os cursos que ministramos no
Instituto de Seleção e Orientação Profissional sôbre Testes e Medidas, en-
corajaram-nos a publicar êsse despretensioso trabalho.
Nessa Introdução aos Testes Psicológicos pretendemos apenas desper-
tar o interêsse e fornecer subsídios aos estudantes que se iniciam na Psico-
logia, já que descrevemos, de maneira sumária, os testes mais usados no
nosso meio. Outrossim, considerando que se trata de uma publicação da
Escola Brasileira de Administração Pública, procuramos nos limitar -
com algumas raras exceções - aos testes que pOdem ser utilizados nesse
campo. Os que desejarem conhecimentos especializados terão que recorre7
a outros trabalho, e, para êsses interessados, indicamos uma bibliografia
básica, por assunto, no final de cada capítulo.
Outra excusa devida pela autora é pelo fato de ter apresentado o
título de alguns testes no seu original, em inglês. Todavia, não se trata
de mera preferência nossa, mas de acato ao uso generalizado no meio
especializado.
Agradecemos aos colegas do Instituto de Seleção e Orientação Pro-
fissional, Leonilda d' Anniballe Braga, Chefe da Seção de Aptidões Ar-
tísticas, que escreveu o capítulo IV, e a Reginaldo Milori, que fêz a
revisão dos originais. Aos alunos do curso de Formação de Auxiliares
de Psicotécnica, que, através de seus trabalhos práticos, nos proporcio-
naram, valiosa colaboração, estendemos os mesmos agradecimentos.
A AUTORA
Rio de Janeiro, 1.0 de fevereiro de 1960.
xv
CAPITULO I
PRINC1PIOS GERAIS
CONCEITO DE TESTES permite classificá-lo, do ponto de
PSICOLóGICOS
vista intelectual.
Os testes psicológicos visam
Os sêres humanos diferem en-
não somente a conhecer um ou
tre si com respeito às suas carac- mais aspectos da personalidade to-
terísticas psicológicas. Os testes
tal, mas, em última análise, pre-
ou medidas psicológicas são os ins- dizer o comportamento humano,
trumentos usados pelos profissio- na base do que foi revelado na
nais da psicologia para a investi- situação do teste.
gação e avaliação dessas diferen-
ças individuais. De acôrdo com DESENVOLVIMENTO HISTóRICO
Pichot, o teste psicológico pode DOS TESTES PSICOLóGICOS
ser definido como uma situação
padronizada que serve de estímu- O histórico dos testes psicoló-
lo a um comportamento por par- gicos está intimamente ligado ao
te do examinando; êsse compor- aparecimento e evolução da psi-
tamento é avaliado, por compara- cologia experimental, que teve lu-
ção estatística com o de outros in- gar nos meados do século XIX.
divíduos submetidos à mesma si- Um exame retrospectivo nos reve-
tuação, permitindo assim sua clas- la que os testes surgiram como
sificação quantitativa e qualitativa. conseqüência da necessidade de
Dessa forma, num teste de nível instrumentos de pesquisa, cienti-
intelectual, certos problemas ser- ficamente válidos e objetivos, a
vem de estímulo à capacidade de fim de serem utilizados no cam-
raciocínio do examinando, que po da psicologia experimental.
apresenta, nessa situação, deter- A fundação do primeiro labo-
minado rendimento; a compara- ratório de Psicologia Experimen-
ção estatística dêsse rendimento tal, pelo psicólogo alemão Wundt,
com a de outros indivíduos, nos em 1879, marcou o início das ex-
4 CADERNOS DE ADMINISTRAÇAO PúBLICA
BIBLIOGRAFIA
QUADRO 11
Limites em têrmos de
Classificação sigmas Por cento incluído
(
I 19) Informação tal. Há um total de 25 pergun-
tas às quais é dado valor posi-
Ve<b,~ 1
2 9 ) Compreensão
3~) Aritmética tivo ou negativo. Não se conta
4 9 ) Números tempo.
59) Semelhanças Compreensão - Usado ante-
69 ) Vocabulário riormente em testes coletivos. É
composto de 10 perguntas tais
r) Completação de como: por que se paga impostos?
figuras ou por que os sapatos são feitos
89) Arrumação de de couro? As respostas são valo-
figuras radas com 0, + 1 ou + 2 pon-
Execução 99 ) Reunião de tos. Não se conta o tempo. A na-
objetos tureza das respostas permite diag-
10 9 ) Mosaicos nóstico clínico a respeito da per-
11 9 ) Símbolos nu- sonalidade.
méricos Aritmética - O raciocínio arit-
mético sempre foi considerado
Há normas para adultos de 16 como prova de inteligência. Cor-
a 60 anos e para crianças e ado- relaciona altamente com provas de
lescentes de 10 a 15 anos, sepa- capacidade intelectual. Ê de fácil
radamente. elaboração e atraente para os adul-
Descrição dos itens - Infor- tos. Tende a decrescer com a ida-
mações - Muito usado em tes- de. Os itens são compostos de 10
tes de inteligência, apesar de ser pequenos problemas que o exami-
criticado pelo fato de pressupor nando deve responder dentro de
certa aquisição cultural. Entretan- um tempo limite. Crédito é dado
to já havia sido empregado com à rapidez. A correlação com o
muito boa correlação no Army escore total é de 0.67.
Alfa. No Wechsler Bellevue as Memória Numérica - Havia si-
perguntas nem sempre envolvem do usada, anteriormente, por Bi-
cultura pois abordam assuntos neto Consiste na repetição de sé-
qu:: qualquer cidadão de inteli- ries numéricas (que aumentam
gência normal conhece. (Como gradativamente) em ordem direta
por exemplo: qual é a altura mé- e inversa. Contém fraco fator g e,
dia da mulher brasileira?) Cor- pelo fato de envolver os fatôre~
relaciona 0.72 com o escore to- memória e atenção) não discrimi-
INTRODUÇÃO AOS TESTES PSICOLóGICOS 27
n 9 de respostas certas
Aspecto qualitativo =
(fndice de precisão) n 9 de respostas dadas
n 9 de respostas dadas
Aspecto quantitativo
n 9 de total de itens
A valiação qualitativa e quantitativa do teste
Barcelona (Thurstone-Mira)·
INTRODUÇAO AOS TESTES PSICOLôGICOS 31
QUADRO V
, ,
ANALlTICO ANALíTICO ANALlTICO
O O O O O
t-
<{
t-
w
t-
<{ t-
LLI
t-
<{ ....UJO
a: a: a: a: a:
t- U t- U t- a:
(I) z (I) (I) U
m Z In Z
In O O O
<{ U <{ (.) <{
U
INVENTIVO INVENTlVO INVENTIVa
,
PERFIL ANAUTICO PERFIL CONCRETO PERFIL INVENTIVO
,
ANAUTICO
2
~----~~+----4
INVENTIVO
Perfis do teste Meilli
TIPO ABSTRATO
36 CADERNOS DE AD1UNISTRAÇÁO PúBLICA
QUADRO VI
1 I I I
I N~ do Modêlo Movimento Tempo Perdas I Pontos I Obs. I
,_ _ _ _-'-_______-'---_-----'1- ___1____1
1
1
I
Registro dos resultados das cubos de Kohs.
dente. O examinando perde pon- para cada subtcste são dadas oral-
tos, caso ultrapasse certo limite mente pelo examinador, e as res-
de tempo e número de movimen- postas assinaladas por escrito nos
tos estabelecidos na tabela. livrinhos, pelo examinando. Há
tempo limite para cada subteste.
Tratando-se de crianças, se se A avaliação - Para cada sub-
desejar obter o Q.1. correspon- teste são atribuídos números de
dente, pode-se empregar o método pontos, cujo total vai indicar o
Idade Mental nível intelectual do examinando.
de Terman: AS MATRIZES PROGRESSIVAS
Idade CronológicJ. DE RAVEN
QUADRO VII
.
Capacidade intelectual I
Percentil igualada ou superada Rank Intelectual
95 ou mais
no grupo de sua idade
5%
I
I Superior
I
90 ou mais %06
75 ou mais %ÇL II Superior à média
50 ou mais %OÇ III Média
25 ou mais %çG IV Inferior à média
10 ou mais %01
I 5 ou menos 95% V Deficiente mental
Tabela de classificação do Raven
INTRODUÇÃO AOS TESTES PSICOLóGICOS 41
19 ) - .B de fácil aplicação e TESTE DE INTELlGWCIA
NÃO- VERBAL - IN V
avaliação, não exigindo a presença
de técnico especializado. Conforme indica o manual, o
teste I N V foi criado pelo Pro f.
29 ) - .B econômico em tempo Pierre Weil, na Sociedade Pestal-
e material. lozzi do Brasil.
Conteúdo - Consta de 60 itens.
39 ) - Oferece margem ampla não-verbais, inspirados nas Matri-
de aplicação: crianças, adultos, es- zes Progressivas de Raven, no tes-
trangeiros, iletrados etc. te de Dearborn, no teste de Gille
Como desvantagens: Validade - Foram os seguintes
os coefici~ntes de validade obti-
19 ) - A valia apenas um as-
dos: 0.73 com o Binet-Terman,
pecto da capacidade intelectual. com o Meilli 0.52, com o Raven
29 ) - Embora os desenhos se- 0.84, com os cubos de Kohs 0.72.
Fidedignidade Evidenciou
jam variados, muitos consideram
um coeficient:: de fidedignidade
o test:: monótono, por envolver,
que vai de 0.82 a 0.93.
invariàvclmente um mesmo pro- Administração - Pode ser rea-
cesso intelectual. lizado coletiva ou individualmen-
O teste dos dominós foi elabo- te. O tempo é indeterminado.
Usos - Pode ser aplicado em
rado como forma paralela do Ra-
crianças, adolescentes, adultos e
ven para o exército britânico, por :lnalfabctos. Há escalas especiais
AnsteY, em 1949, e posteriormen- para: crianças de diferentes meios
te modificado pelo Centro de Psi- sócio-econômicos, adultos e adoles-
cologia Aplicado na França, que centes analfabetos, adolescentes co-
passou a chamá-lo D-48. merciários, surdos e estrangeiros.
BIBLIOGRAFIA
Teste Escore
-Linguagem
------------------------------
ortografia e Respostas certas menos erradas (C E)
I
sentenças
------ ----------- I
I
----------- erradas E
Abstrata I Respostas certas menos - - - - (C--)
1_- _____ _ 4 4
I
-----crracfas---------E---
Numérica I Respostas certas menos (C - --)
Rapidez e exa-
-,----
I
I Total
4
________ I___________________________ _
~~dií()
I erradas E
Mecânico I Respostas certas menos (c--)
I 4 4
Correção e avaliação do D. A. T.
Q
w
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o ~ .J cl o::
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ã: o:: (!)
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D. A. T.
915 FORMA
90
80
70
60
eo
40
ao
20
10
5
---- ---j
--- -----
BIBLIOGRAFIA
AS APTIDOES ART1STICAS -
TESTES VERIFICADORES
No terreno das Artes, a verifi- resolver o problema da verifica-
cação das habilidades e aptidões ção das aptidões específicas das
é de suma importância, tendo os Artes da forma e da côr. O pri-
psicologistas procurado criar tes- meiro teste elaborado veio a pú-
tes variados para essa verificação. blico depois de cêrca de 10 anos
No momento, porém, os que exis- de experiências: o atualmente de-
tem são em números muito redu- nominado "Art Judgment", que
zido e difíceis ainda de serem uti- tem sofrido várias modificações
lizados como medida segura por até a forma atual. Dêle falaremos
parte do técnico. mais adiante.
Apesar dos esforços de vários No segundo grupo destaca-se
psicologistas em organizá-los de a figura de C. Seashore com seus
maneira verdadeiramente eficiente, estudos sôbre a aptidão musical e
continuam sendo testes em que o as características básicas da musi-
fator subjetivo de julgamento do calidade.
examinador pesa ainda na conclu- Quanto às demais Artes (Tea-
são final. Os mais divulgados tes- tro, Literatura, Dança, etc.) , os
tes artísticos se referem aos dois esforços feitos no sentido da orga-
ramos da Arte: os de Artes Plás- nização de provas padronizadas.
ticas e os Musicais. não atingiram o nível dos testes
Dentre os do primeiro grupo das Artes Plásticas e Musicais.
destaca-se a figura de Norman A - AS APTIDõES
Charles Meier que, em suas pes- ESPECIFICAS nAS ARTES,
quisas no laboratório da Universi- DA FORMA E DA CóR
dade de Iowa (Iowa City, Iowa),
juntamente com notável grupo de Meier, estudando um meio de
psicólogos colaboradores, procurou determinar o talento artístico, des-
64 CADERNOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
BIBLIOGRAFIA
TESTES PSICOMOTORES
CONCEITO DE PSICOMOTRICIDADE 3"1) - Habilidade digital.
4"1) - Coordenação motora
A palavra psicomotricidade tem
5"1) - Manipulação.
sido usada de maneira muito va-
69 ) - Agilidade manual
ga, quando se refere à execução
7<1) - Contrôle de movimento.
de uma tarefa de ordem prática SQ) - Precisão de movimento.
e concreta. Para fins didáticos,
99 ) Rapidez.
torna-se necessário diferenciarmos 10"1) - Ritmo.
as aptidões motoras das psicomo-
toras propriamente ditas.
Os psicologistas americanos ten-
Fatôres Motores - Desde as
dem a considerar nas aptidões psi-
primeiras pesquisas realizadas a
co~?ras apenas o aspecto motor,
respeito das aptidões motoras (pri-
clasSIficando-as em dois grandes>
meira análise fatorial realizada por
grupos:
Garfreld em 1923), conclui-se tra-
tar-se de um grupo de aptidões a) - aptidão motora "braçO'-
mais ou menos independentes .mã~", na qual se procura avaliar
uma das outras, e sem correlação mOVImentos mais largos, executa-
com a inteligência. Atualmente, dos por grandes grupos de mús-
depois de 30 anos de investiga- culos dos braços c das mãos. ~
ções, conseguiu-se isolar, nesse u:na atividade menos complexa c
tipo de aptidão, cêrca de 25 fa- nao tem valor para classificação
tôres puramente motores. Entre ês- de pessoas para tarefas qualifica-
tes distinguem-se: das. _ Tem utilidade apenas para
seleçao de trabalhadores não-qua-
1"1) Habilidade manual. lificados, como empacotado r, em-
- 2"1) - Precisão. brulhador, etc. Não apresenta
84 CADERNOS DE ADMINISTRAÇÃO PúBLICA
BIBLIOGRAFIA
Minnesota Multifásico
Objetivos
(interpretação objetiva) {QueStionáriOs
Jl]xpressivos {
(expressa a per,;ünalida- Miocinético
de por meio de uma ação) Grafologia
Testes
" Complementação de sen-·
r tenças
~~1~~~rch
Projetivos
(favorecem a extenori-
l
zação das cargas cona- Árvore de Koch
Uvas da personalidade) M.O.V. de Antipoff
Szondi
Rozensweig
Figura hurrnana
pre com pressa. Geralmente pas- ciais, promovendo novos proj etos
seiam, escrevem e trabalham com e persuadindo os outros. :Eles são
r:tpldez, mesmo quando não há os que, provàvelmente, tomariam
neccs~idadc de pressa. Pessoas que conta da situação em caso de um
obtêm alto índice no aspecto "Vi- acidente. As pessoas que obtêm
goroso" são as que participam de alto índice na categoria "Estável",
esportes físicos, trabalham em ta- são consideradas pelo autor como
refas que requerem o uso das emocionalmente firmes, usual-
mãos e de ferramentas, e ocupa- mente caprichosas e têm uma dis-
ções fora de casa. São traços que, posição serena. Podem repousar em
embora descritos muitas vêzes uma sala barulhenta e p~rmanecer
como "masculinos" encontramos calmas em uma crise. Não S~
wmumente altos índices em mu- irritam se são interrompidos quan-
lheres e meninas nessa área. Pes- do concentrados e não se sentem
soa com alto escore na categoria importunadas em fazer um traba-
"Impulsivo" indica um otimista lho incompleto ou terminar um
ousado, com disposição à ativida- trabalho começado por outro. Alto
de em todo o momento. Toma de- escore na área "Sociável" revela
cisões ràpidamente, gosta de com- pessoa que gosta da companhia
petições e muda ràpidamente de dos outros, faz amigos com faci-
uma tarefa para outra. A decisão lidade, é simpática, gosta de coo-
de uma ação ou mudança é rápi- perar e é agradável em suas rela-
da e não se interessa gue outras ções. Dificilmente falará de suas
pessoas ajam rápida ou vagaro- dificuldades pessoais. Na catego-
samente. Uma pessoa qu~ age de ria "Refletiva", a obtenção de
modo irritadiço, quer em ação, altos índices indica uma pessoa que
quer em pensamento, obtém esco- gosta de coisas que exijam me-
res muito baixos nesta área. Na ditação e reflexão. Prefere se dis-
categoria "Dominante", obtêm trair com coisas teóricas a proble-
altos escores as pessoas que pen- mas reais. Auto-exame é uma ca-
sam a seu respeito como líderes, racterística, segundo o autor, da
capazes de tomar iniciativa e res- pessoa reflexiva. Usualmente é
ponsabilidade. Não são domina- quieta, trabalha sozinha e gosta de
dores, mas têm capacidade de lide- trabalho que requeira refinamento.
rança. Gostam de falar em pú- Thurstone coletou grande núme-
blico, de organizar atividades 50- ro de inventários a fim de isolar
110 CADERNOS DE ADl\UNISTRAÇÃO PúBLICA
êstes sete fatôres e incluiu apenas vêm as instruções que são muito
os pertinentes ao comportamento claras e trazem exemplos bem oje-
normal, eliminando os anormais tivos. Há um esclarecimento muito
ou desajustados. Depois de diver- oportuno, de que não há respostas
sas tentativas, desenvolveu êsses certas nem erradas, para evitar
traços num total final de 20 itens qualquer inibição. Esclarece-se ao
para cada traço. testando que dev:rá assinalar um
Validadc - Em vários grupos "X" no quadrado correspondente
(400 aI. 200 pessoas, entre as se a resposta à pergunta fôr "sim";
quals estudantes de cursos supe- da mesma forma, no quadrado
nores e adultos) foi evidenciada se não souber responder, assinalar
uma satisfatória corrdação em no quadrado correspondente a "?".
comparação com outros testes, A fôlha de resPJstas é separada
como Qucstionário Guilford-Mar- e fácil de ser usada, pois como
tin, "Study of Values", "Kuder já foi descrito, só ap;rece para
Preference Record" (Vocational cada fôlha, a coluna de respost2..s
and Pcrsonal) c com Thurstone correspondente.
lnt~rest Schedule. Não há necessidade de se mar-
Conteúdo do teste - O teste é car o t:'mpo, a não ser para algu-
composto de um questionário de ma observação pessoal, mas a pro-
140 perguntas cujas respostas va consome, em média, de 10 a
"SIM", "?" ou "NÃO", revela- 20 minutos. Como a aplicação do
rão a predominância de um dos 7 teste é muito simples, não há ne-
aspectos considerados fundamen- cessidades de técnicos especialistas
tais do temperamento. Estes as- tem a vantagem de consumir pou-
pectos são os seguintes: co tempo e pode ainda ser aplicado
Ativo (A); Vigoroso (V); Im- coletivamente.
pulsivo (1); Dominante (D); Es- Usos - Aceitando-se as sete ca-
tivel (E); Sociável (S) e Refle- tegorias apresentadas por Thurs-
tiva (R). 28 perguntas em cada ton,: como traços fundamentais de
fôlha. A fôlha de respostas é se- temperamento, não há dúvida que
parada. é um inventário de valor, mas
Aplicação - A técnica de apli- para ser usado como complemento
cação é simples, não há diferença de outras avaliações, principalmen-
para o que é comumente aplicado. te em orientação educacional e
Na primeira página do folheto profissional.
INTRODUÇÃO AOS TESTES PSICOLóGICOS 111
BIBLIOGRAFIA
Categorias de Rorschach
118 CADERNOS DE ADMINISTRAÇÃO PúBLICA
CARTÃO I
Tabulação de Rorschach
Tipo de percepão - O tipo de percentagem dos elementos men-
percapção do examinando é apu- cionados, bem como a proporção
rado em função da localização das entre os mesmos. Normalmente
respostas apresentadas. Assim as esta proporção é a seguinte:
respostas:
G - indicam capacidade de G - 25% a 30%
síntese. d - 10%
D - indica tipo de percep-
ção mais prática e inte- D - 60% a 70%
gração à realidade obje- S - 1% a 3%
tiva. Estrutura da Personalidade
Dd - tendência à minúcia; em Compreende a combinação das vá-
grande número pode in- rias respostas qualificadas e tabu-
dicar obsessividade, an- ladas.
gústia ou ansie'dade As respostas M (movimento hu-
(conforme o conjunto). mano) - Indicam maturidade
S - tendência negativista, emocional, vivência intratensiva e,
oposição. quando combinadas com boas res-
Na técnica de interpretação do postas G, indicam também alto
protocolo é necessário apurar-se a nív01 mental.
INTRODUÇÃO AOS TESTES PSICOLóGICOS 119
William James afirmava que o cias, notou haver certa relação en-
essencial na emoção é a reação tre os desvios na avaliação cines-
muscular - a emoção é a tomada t€sica do espaço e características
da consciência - "choramos não p~icológicas dos candidatos. As
porque estamos tristes, mas esta- pesquisas sôbre o assunto foram
mos tristes porque choramos". levadas a têrmo no Hospital Maud-
Woodworth dizia que o que sley e o resultado foi a apresen-
mais define a pessoa é o seu es- tação do Psicodiagnóstico Mioci-
tilo de ação, isto é, como se com- nético à Sociedade Real de Medi-
porta do ponto de vista cinético. cina de Londres, em 1939.
Em 1920, Jacobson, neurofisio-
logista, demonstrou a importância Material necessário:
que as variações musculares têm
A) - Mesa com o tampo mó-
para determinar o curso do pro- vel.
cesso intelectual, volitivo e afetivo.
B) - Cadeira sem braços a
Foram muitos os que estudaram
fim de facilitar o mo-
'li personalidade por meio de mo-
vimento do sujeito.
vimentos expressivos. Em 1931,
C) - Caderno do teste - Sô-
Allport e Vernon publicaram seu bre as fôlhas do cader-
livro "Estudos dos Movimentos
no estão impressos os
Expressivos" no qual, com sólida
modelos dos traçados a
base estatística e experimental, de-
executar, na seguinte
':TIonstravam como os testes psico- ordem:
motores têm constância e validade,
c?mparáveis aos testes de inteligên- 1~ - página Lineogramas
CIa.
No mesmo ano, June Downey,
2~
3~
- '. Ziguezagues
Escadas e
no seu livro "Will and Tempera- círculos
ment", apresenta uma série de tes- 4~ Cadeias
tes gráficos e psicomotores. 5~ - Paralelos ego-
Em 1936, Mira y López subme-
teu os candidatos à aviação espa-
cífugas e I_I
nhola a uma prova de memória vertical
6~ - Paralelas ego-
muscular e sentido cinestésico, com
um aparelho denominado axiste- cípetas cI_I
reômetro. Durante suas experiên- sagital
130 CADERNOS DE ADMINISTRAÇAO PúBLICA
BIBLIOGRAFIA
QUADRO XIV
I
I
Científico
Social
Literário
Avaliação
Persuasivo
Artístico
I
I
Ciência
Pessoas l
Linguistico
Concretos
Negócios
I
I
Muslcal
BIBLIOGRAFIA
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ANOTAÇOES
ANOTAÇOES
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como pessoa jurídica de direito privado, visando os problemas da organização
racional do trabalho, especialmente nos seus aspectos administrativo e social,
e a conformidade de seus métodos às condições do meio brasileiro.
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