Resenha: Indicadores de Qualidade no Planejamento Urbano
O crescimento urbano pode ocasionar no ambiente uma gama de problemas que
geram consequências negativas na qualidade de vida das pessoas. Muitos desses problemas ocorrem porque no processo de expansão territorial das cidades nem sempre a infraestrutura necessária atende a toda a população. Diante disso, o planejamento urbano baseado em indicadores de qualidade ambiental se faz importante. Indicadores são instrumentos que valoram fenômenos para permitir a mensuração do estado de diferentes escalas espaciais e temporais. Quando transformados em informação, eles se tornam ferramentas para conhecimento e avaliação do território. Tendo isso em vista, os indicadores de qualidade ambiental são utilizados em metodologias específicas para determinar e priorizar ações de desenvolvimento sustentável nos centros urbanos. Por meio dessas análises, é possível priorizar aspectos ambientais que precisam de soluções mais imediatas. A inserção dos aspectos ambientais nos processos de planejamento urbano baseia-se no entendimento de que, é possível gerar melhoria na qualidade de vida através da melhoria na qualidade ambiental; esta, por sua vez, é alcançada através da realização de processos de planejamento ambientalmente adequados, capazes de considerar de forma objetiva os aspectos do meio físico. Os sistemas de indicadores devem trazer informações com função de avaliar o estado do meio ambiente, os níveis de poluição gerados, a degradação de ecossistemas, a conservação de vegetação nativa, a diversidade de espécies etc. Os indicadores devem ainda ter função de monitorar políticas públicas, sinalizar a busca de prioridades, acompanhar os níveis de organização institucional e todo os esforços governamentais dedicados ao campo ambiental. Complementarmente, os indicadores podem agregar informações que permitam comunicar, rapidamente à sociedade, os caminhos e escolhas adotadas e conhecer as opções de consumo e suas resultantes e da ação social.
Em relação às políticas governamentais, os indicadores de desempenho ambientais
geram subsídios que possibilitam seu ajuste a partir do: Aprimoramento dos processos internos; Uso e alocação mais racional dos recursos humanos, orçamentários e de infraestrutura disponíveis; Estabelecimento de objetivos e metas mais compatíveis com a realidade; Monitoramento constante e eficaz das diversas ações associadas aos projetos e políticas públicas de meio ambiente.. A construção de indicadores de desempenho sejam eles utilizados na esfera ambiental, social ou econômica, é uma tarefa que exige um forte trabalho de pesquisa e cuidados. Os indicadores devem apresentar preferencialmente as seguintes qualidades: SIMPLICIDADE: Indicadores de fácil interpretação e que sejam capazes de indicar tendências de comportamento (crescente, decrescente, etc.). Um indicador que suscita dúvidas de interpretação ou que nos obriga a executar amplos malabarismos filosóficos e/ou estatísticos não pode ser considerado útil. BAIXO CUSTO: Um indicador cuja obtenção exija um custo elevado (ex.: exames laboratoriais onerosos e demorados) deve ser evitado. RÁPIDA OBTENÇÃO: Os indicadores não devem estar atrelados a longos exames laboratoriais ou a uma série de cálculos. É melhor optar pelos indicadores que são obtidos de forma mais célere. PASSÍVEIS DE FUTURO MONITORAMENTO: Muitas vezes nos deparamos com a necessidade de refazer análises voltadas para eventuais correções de resultados. Em outras ocasiões é necessário fazermos novos trabalhos para possibilitar a análise da evolução de tendência. O indicador selecionado deve permitir contínuos trabalhos ao longo do tempo sem perder suas características. POSSUIR MEDIDAS FÍSICAS: Os indicadores devem, dentro das possibilidades, ser expressos em unidades físicas de fácil compreensão (toneladas, mortalidade percentual, taxa de natalidade, etc.) e que estejam firmemente vinculadas aos temas em análise.
Diante do exposto, conclui-se que utilização de indicadores ambientais no
planejamento urbano pode ser uma importante ferramenta para a recuperação de ambientes degradados, aferir a qualidade das políticas públicas, melhorar a qualidade de vida nos ambientes urbanos bem como gerar informações uteis para a preservação do meio ambiente.
Resenha crítica de: “Um passado para justificar o presente: memória coletiva, representação histórica e dominação política na região cacaueira da Bahia”