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Centro Universitário Jorge Amado

Curso: História, 2° Semestre - Noturno


Discente: Cláudia
Docente: Renata Karoline da Silva Santos

Fichamento
As raízes clássicas da historiografia moderna
Capitulo 2 – A tradição Herodoteana e Tucídideana

Págs. (53-58)
Os gregos tinham noção do que era história, sabiam que estavam produzindo
tal. Tudo isso é dito tendo como base os grandes filósofos gregos da época,
vide os registros tais como Pitágoras, Platão e Zenab, o Estoico, outrora se
você levar como parâmetro Platão, chega se a conclusão de que a mente
grega não se interessava por História.
O autor defende que considerar um único filosofo como representante da
cultura grega é uma forma de generalização opcional, e cita que considerar
mais Platão do que Heródoto como o moldador de pensamento grego é feito de
uma forma sem norma, fonte, ou qualquer embasamento científico. Também é
citado no texto que qualquer modo de considerar algum atributo ou
característica de um historiador como base para justificar que suas escritas são
as certas é invalido, pois existiam divergências entre eles que não permitiam se
ter uma regra estabelecida como senso comum á ser seguido. A verdadeira
questão não é se os gregos tinham em sua mente o que é história, e sim
analisar em seu meio os tipos de histórias que produziam, escreveram e
transmitiam.
Os homens escrevem a história correndo a origens cronológicas, e a escolha
do que é registrado não somente porque explicam uma mudança, como
também indicam um padrão, ou sinaliza alguma espécie de moral.
Um homem que não conhece sua própria história é uma ser fora de sua caixa,
sem memória, como se não fosse capaz de formar sua própria identidade.
Voltando se para a modo de escrita grega, o autor sinaliza que anteriormente a
esta, não existia a formação de embasamento critico, da separação do que é
fato, ou fantasia, tornando possível distinguir estes citados, de tal modo que
herdamos dos gregos essa forma de escrita. Seria errado afirmar que Homero
e Hesiodo contribuíram para o que existe de especifico na escrita grega, pois
apesar de suas qualidades em achar importante guardar momentos históricos,
eles utilizaram a especulação genealógica como ferramenta de escrita.
Em determinado período entre os historiadores citados, o autor deixa claro que
existiu um ponto onde a importância da lei como fator de diferenciação entre as
sociedades humanas, e, revolução filosófica, sinalizando a quebra de uma
tradição vigente.

Um nome raro citado na historiografia grega é o de Xenofanes, que


simbolizada a “revolução” citada anteriormente pois o mesmo não acreditava
nos deuses gregorianos, e enfatizava a incerteza do conhecimento humano,
priorizando descobertas e invenções. Então, com base nessa suposta ruptura
de quebra de tradição egípcia, seguindo a linha de Xenofanes, surge Hecateu,
que liderou uma pesquisa no Egito, descrevendo que a tese dos mitos gregos
era infundada. Hecateu, ao conhecer outras culturas, percebeu que a história
dos mitos gregos, aos seus olhos era ridícula, além de se contradizerem, todo
esse contexto por tanto, levou a Hecateu, como descrito em alguns textos de
Heródoto, a ser considerado o líder da rebelião jônica contra os persas,
causando assim, certo comportamento hostil de Heracito, por defender uma
linha de pensamento contraria a vigente.

Págs. (59-64)
Apesar de Hecateu ser o líder e ter atuado nas rebeliões jônicas, não existe
prova de que tenha registrado algo sobre elas, e seu modo de escrita não
parece ser de um homem que estar disposto a pesquisar sobre a
documentação existente, e sim de alguém que quer desmitificar algo. Seu
sucessor, Heródoto defendia que a lembrança, o relato dos feitos humanos
seria o único remédio que homem tinha para sua própria mortalidade. Heródoto
sabia de seu papel, preservar sua tradição, mas de forma bilateral, também
encontrar a verdade sobre ela.
Enquanto Hecateu ofertava um modo não claro de critica a sociedade grega,
Heródoto parecia invalidar argumentos que ofertavam ofender aos deuses,
deixando por vezes de registrá-los, tornando assim suas reações ao que ouvia
totalmente imprevisíveis, pois como todo grego, costumava valorizar a essência
humana de ser.
Se consideramos Heródoto como um seguidor preciso de Hecateu,
automaticamente segundo pesquisas de historiadores atuais, o teríamos que o
considerar inferior, pois, o anterior seria mais desprendido de sua cultura, e
mais questionador. Entretanto, Heródoto vai além de Hecateu, quanto na
questão dos princípios, por ser mais conservador, além de priorizar o registro e
não a crítica em si, quanto a separar o que ele vê, do que o que ele lê, sendo
bastante especifico nesse quesito, sendo citado no texto sua visita ao labirinto
perto do Lago Moeris, onde ele cita que o deixaram ver as câmeras superiores
e não inferiores, como também em seus relatos ele costuma ser bem detalhado
no que tange a deixar claro que considerava tal relato confiável.
Heródoto possuía maiores características de historiador do que Hecateu, pois
ele tinha um maior ímpeto em conhecer outras tradições, e estudá-las. Juntos,
Hecateu e Heródoto formavam uma quebra de abordagem metodológica, onde
se considerava os documentos mais importantes do que a avaliação racional
das probabilidades. Heródoto encontrou grande dificuldade em cronologar o
tempo, e achar fontes, devido ao difícil acesso da época. Valorizava muito a
história oral, e mencionava por nomes muitos de seus informantes, entretanto,
não deixava claro que os que estavam mencionando eram de fatos os mais
importantes para fornecer a informação necessária para tal pesquisa.
O modo de escrita e como era delegada as pesquisas de Heródoto, deixam
claro suas qualidades como historiador, pois era detentor de uma boa memória,
além de ser perceptível as diferenças de um povo em relação ao outro, e assim
sendo, bastante neutro e imparcial.

Págs. (66-71)

Heródoto teria ganhado dos atenienses um presente por suas escritas


favoráveis a Atenas, porém, o que tange como sua característica é que ele não
passava confiabilidade em suas escritas. Pois como disse Libânio seu método
não parecia ser claro, e ele parecia escrever coisas pelas as quais a
veracidade não deveria ser de sua responsabilidade. Outrora, a hostilidade
contra Heródoto parece ser muitas vezes embasada em outros motivos, que
fazem que o critica ignorar seu humanismo, e sutileza, tendo como exemplo
Plutarco, que não gostava de Heródoto por ele não ser patriota o suficiente.
Eis que nesse contexto, surge Tucidides, que era um homem exilado de
Atenas, não possuía muitas pessoas queridas na cidade estado grega, mas
que falava como um digno ateniense, pois suas palavras eram dignas de
alguém que lutou pelo o país, e que direcionou toda sua energia intelectual
para compreender o contexto de guerra como um ateniense. O seu foco em
vida política é onde entra seu debate com Heródoto, pois o comprometimento
de Tucidides, parece ser mais centrado e objetivado que o de Heródoto, já que
enquanto um fazia isso por comprometimento político, o outro parecia
pesquisar por alguma espécie de hobbie, somado a algum talento.
Para Tucídides, o passado era apenas o início de uma situação política que
ocorre no tempo vigente, e o presente era a base para a compreensão política
no passado, portanto, se entendemos o que acontece, entenderíamos o
funcionamento da natureza humana.
Tucídides considerava as diferenças entre épocas diferentes mais quantitativas
do que qualitativas, pois no tempo presente o mesmo acreditava possuir uma
gama de fontes maior. A natureza humana seria a mesma, mas o presente
seria onde é possível encontrar as informações mais verdadeiras acerca de
algum fato, servindo como porta de entrada ao passado, se assim a
documentação existente permitisse. Tucidides se interessava em registrar as
guerras a partir do ponto de vista político do líder, essencialmente em época de
revoluções, como Heródoto, também considerava a tradição oral importante, a
diferença entre ele e Heródoto, é que ele assumia responsabilidade acerca da
veracidade do que escrevia e raramente revelava suas fontes, pois, queria ser
digno de confiança.
O uso de documentação escrita não era muito presente nas obras de
Tucidides, pois como já foi dito, o mesmo não se interessava em estudar o
passado, porém, se encontra em seus registros, um texto de Homero, e o uso
de provas, tais como “tekmeria”, como conhecida na Arqueologia. Comparando
em diversos momentos durante seus textos, as ciências da etimologia,
arqueologia e interpretação história sobre um fato.
Logo, o autor relata que Tucídides não descreve o passado, como descreve o
presente, o presente porque está passando no tempo que se passa, é mais
importante, pois ser o mais seguro, já que se pode observar de forma direta,
quando o conhecimento é seguro e detalhado. E o passado, seria apenas o
prelúdio do presente, sendo seu desenvolvimento linear, descrevendo assim
mais uma de suas diferenças em relação a Heródoto, que considerava o
passado importante por si só.

Págs. (72-77)

Tucídides serviu como exemplo para muitos de seus seguidores, como Filisto
de Siracusa, que é descrito como o mais próximo, Cratipo consumidor de sua
obra, e Xenofones e Teopompo que começaram de onde Tucidides parou, mas
divergiam entre si com suas opiniões, porém seus sucessores do século 4,
tinham uma visão mais simples em relação a história, preferia a encarar
apenas como uma lição de comportamento.
O mais importante em se observar, é que seus sucessores tentaram fazer o
que Tucidides não tinha feito, por exemplo, Xenofones realizou experiencias
como a biografia intelectual, filosófica e direta. Éforo buscou escrever a história
grega desde o início, e com isso foi considerado por Políbio seu antecessor
universal.
De todo modo, poucos historiadores duvidaram da confiabilidade de Tucídides,
ele permanecia como modelo de historiador e salvou a história de ser
prisioneira de influentes retóricos que se preocupavam mais com palavras do
que com verdade. Tucídides inovou principalmente por alinhar história a
política, transformar a história de um local, em história política. Levando assim
a seus sucessores Teopompo e Efóro a seguirem linhas políticas.
O que aconteceu com Heródoto de ter sua confiabilidade questionada nunca
aconteceu com Tucídides, ninguém que usou Tucídides, jamais indagou suas
fontes. Como descrito posteriormente pelo o autor, citando que Políbio mesmo
com suas divergências, aceitava Tucídides

Págs. (77-82)

Fora de Roma, nunca foi notado o poder de escrita de Políbio, no quesito


político. Tucídides foi considerado por muitos historiadores como o grande
escritor da Grécia, por conta de sua forma de documentar os fatos ocorridos, já
que Heródoto “contava notícias”, entretanto, é de consenso que o clima do no
séc. 4, na Grécia antiga favoreceu esses historiadores, o que parou de
acontecer no sec.5 já que a filosofia passou a afastar o mesmo da
Historiografia.
De todas as linhas de ciência desenvolvidas, a história foi a mais abordada
pelo os gregos.
V
Políbio, em comparação a Tucídides, foi o mais levado em consideração na
Renansença e o que mais chamava atenção dos ocidentais que descobriram
os gregos, onde passou a ter dificuldades em voltar a ser o centro, o que foi
retomado no séc. 18, Políbio deixou de ser referência, o que voltou ao respaldo
de Tucídides.

Conclusão:
Portanto, diante dos fatos apresentados podemos concluir que Tucídides é o
historiador grego mais bem requisitado, e o que aparenta mais ter atributos
positivos de um grande historiador, devido sua forma de apresentar, e
documentar os fatos. Heródoto, por sua vez, parecia ser mais humanista, e
simpático, enquanto Hecateu, apesar de suas qualidades, parecia estar mais
disposto a romper a tradição vigente, e criticar sua veracidade, do que relatar
os fatos decorridos na época.

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