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(ATIVIDADE DE AVALIAÇÃO PROCESSUAL - VALENDO 05 PONTOS)

PROFESSOR: CLEBIO PAIVA


FILOSOFIA E SOCIOLOGIA

TOTALITARISMO

O totalitarismo é um sistema político caracterizado pelo domínio absoluto de uma pessoa ou partido
político sobre uma nação. Dentro do totalitarismo, a pessoa ou partido político no poder controla
todos os aspectos da vida pública e da vida privada por meio de um governo abertamente
autoritário.

Características dos regimes totalitários

As características básicas do totalitarismo são:

 Culto ao líder: Os três regimes possuíam um forte culto ao líder, e sua imagem era
espalhada em todos os locais possíveis, como escolas, por exemplo.

 Unipartidarismo: Todos os totalitarismos suprimiam a existência dos partidos, e somente o


partido do governo tinha a permissão de funcionar.

 Doutrinação: A população dos regimes totalitários era alvo de intensa doutrinação, que se
iniciava com o ensino infantil. Essa doutrinação visava propagar a ideologia do governo.

 Centralização do poder: O poder político no totalitarismo é centralizado no líder e/ou no


partido.
 Uso do terror: O terror era uma arma dos regimes totalitários para amedrontar seus
opositores e perseguir grupos enxergados como “inimigos do Estado”.

 Censura: A censura era uma prática comum a jornais e à população em geral. Regimes
totalitários não aceitavam críticas, denúncias e não aturavam a existência de uma oposição.

 Militarização: Exaltação do exército e militarização da sociedade.

 Criação de inimigos internos e/ou externos: Esse mecanismo era utilizado como distração
ou justificativa para explicar as ações e o autoritarismo do regime.

 Nacionalismo exacerbado: O nacionalismo no totalitarismo assumia um viés extremista que


pregava a exclusão e perseguição de outros povos ou etnias.

Regimes totalitários na Europa

Destacaremos neste texto as principais experiências totalitárias que existiram na Europa durante o
período entreguerras. Na extrema-direita do espectro político, estão o fascismo italiano e o nazismo
alemão, e na extrema-esquerda, está o stalinismo soviético.
Nazismo

O nazismo surgiu na Alemanha, com o nome de Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores


Alemães, em 1919. O grande líder do partido foi Adolf Hitler, austríaco nomeado primeiro-ministro da
Alemanha em 1933. O crescimento do Partido Nazista na Alemanha foi resultado da crise que se
instalou no país após a Primeira Guerra Mundial e a Grande Depressão.

Os nazistas organizaram tropas de assaltos (SA) que atuavam para intimidar os opositores do
partido, principalmente, os social-democratas e os comunistas. A ideologia do nazismo foi articulada
por Hitler em um livro chamado Minha Luta (Mein Kampf, em alemão), escrito durante o período em
que esteve preso.

A ideologia nazista incorporava elementos como o antissemitismo, isto é, o ódio aos judeus que foi
manifestado durante o Holocausto, genocídio responsável pela morte de, aproximadamente, seis
milhões de judeus. Além do antissemitismo, outras características do nazismo eram o nacionalismo
extremado e o racismo que deram origem à ideia dos germânicos como raça “pura” e “superior”
(chamados pelos nazistas de “arianos”). O nazismo também incorporava o antimarxismo, o
antiliberalismo, o militarismo, a exaltação da guerra etc.

O nazismo governou a Alemanha de 1933 a 1945, período no qual conduziu esse país à guerra.
Nesse momento, uma verdadeira ditadura foi instalada, e Hitler preparou seu país, que havia sido
derrotado na Primeira Guerra Mundial, para uma guerra contra as potências europeias que haviam
participado do combate anterior e vencido a Alemanha. Ao longo da década de 1930, esse último
país desrespeitou os termos do Tratado de Versalhes e foi expandindo seu território pela Europa.
Para saber mais sobre o nazismo, leia: Nazismo: contexto, características e consequências.

Fascismo

O fascismo surgiu na Itália em 1919, quando Benito Mussolini criou a Fasci Italiani di
Combattimento, grupo que, posteriormente, passou a chamar-se Partido Nacional Fascista. A
ascensão do fascismo ao poder na Itália aconteceu em 1922, quando foi organizada a Marcha sobre
Roma.

Durante esse evento, milhares de fascistas de toda a Itália marcharam em direção à Roma, capital
do país, para pressionar o rei Vitor Emanuel III a fim de que ele nomeasse Benito Mussolini como
primeiro-ministro italiano. A nomeação de Mussolini aconteceu e, em 1925, o primeiro-ministro
italiano autoproclamou-se ditador da Itália.

O fascismo italiano é considerado o precursor do nazismo na Alemanha e, por conta disso, existem
inúmeras semelhanças entre essas duas vertentes totalitárias. Entre as características do fascismo
italiano estão:

 Antiliberalismo;
 Imposição de um sistema unipartidário no país;
 Desprezo pelo marxismo;
 Exaltação de valores tradicionais;
 Negação de valores modernos;
 Controle total do Estado sobre a economia, política e cultura.

Stalinismo

O stalinismo é usado para referir-se ao período em que a União Soviética foi governada
por Josef Stalin. A aplicação da noção de totalitarismo para o stalinismo também é alvo de debates,
pois historiadores, como Eric Hobsbawm|2|, afirmam que esse não foi um regime totalitário,
enquanto outros, como Hannah Arendt|3| e Timothy Snyder|4| |5|, afirmam o contrário.
Josef Stalin assumiu o poder da União Soviética logo após o falecimento de Vladimir Lênin em 1924,
mas considera-se o ponto de partida para o stalinismo o ano de 1929, momento em que Stálin
tornou-se líder supremo da União Soviética. Manteve-se no poder de maneira tirânica até 1953,
quando acabou falecendo.

O governo de Stálin é entendido como a experiência totalitária da extrema-esquerda e ficou marcado


por perseguições de opositores, expurgos, crise de fome etc. Entre as características do stalinismo,
estão:

 Exclusão da religião da vida pública;


 Coletivização da economia;
 Fim da propriedade privada;
 Censura;
 Unipartidarismo;
 Centralização do poder;
 Perseguição de opositores;
 Militarização da sociedade etc.

Ao longo dos anos em que esteve no poder, o governo de Stalin foi responsável pela execução de
milhares de pessoas enxergadas como inimigas do Estado. Além disso, milhões de pessoas foram
enviadas para gulags — campos de trabalho forçados —, e milhões também morreram de fome
durante o processo de coletivização da terra que ocorreu na década de 1930.

Pensando os Totalitarismos

No século passado, a humanidade vivenciou algumas experiências de totalitarismo:


a Alemanha de Hitler e o regime soviético sob Stalin. Hannah Arendt, filósofa judia
nascida na Alemanha e radicada nos Estados Unidos, dedicou-se a pensar sobre os
regimes totalitários. Ela percebeu que a pretensão totalitária é a dominação total do ser
humano, apagando a distinção entre as esferas pública e privada. Isso quer dizer que um
governo totalitário não quer dominar apenas o
cidadão (esfera pública), ele quer dominar
também o indivíduo (esfera privada).
Mas, por que as pessoas aderem ao
totalitarismo? Para Arendt, o princípio do
totalitarismo é o terror. A questão central do
governo totalitário é que ele se coloca fora do
Hannah Arendt esquema de ser um poder legal, de direito, ou
ilegal, arbitrário. A dominação totalitária não segue a lei tradicionalmente conhecida; segue
um esquema lógico, que se considera uma “lei da História”, no caso de Stalin, ou uma “lei
da Natureza”, no caso de Hitler. Ambas as leis estão além das convenções humanas e não
podem ser debatidas ou humanamente controladas. Um exemplo: nenhum regime político
pode matar os cidadãos, pois a lei garante o respeito à vida; mas o totalitarismo nazista
matou “legalmente” milhões de judeus, pois estava seguindo uma “lei da Natureza”, de
purificação da raça, segundo suas ideias. Os governantes nazistas diziam estar fazendo
um “bem à humanidade” ao matar judeus. E consideravam que o faziam segundo a lei, e
não de modo arbitrário e ilegal. Aí está a base do terror totalitário: transformar em legal
uma ação abominável dos governantes.

Segundo Arendt, o totalitarismo captura os


indivíduos porque eles se encontram totalmente
isolados, sem laços sociais. É o que ela chama de uma
“sociedade atomizada”, que perde sua coesão.
Diferenciando isolamento de solidão (na solidão a
pessoa está “consigo mesma”, enquanto no isolamento
nem consigo dialoga), a pensadora afirma que o terror
totalitário consegue unir esses indivíduos isolados na
mesma medida em que os mantêm isolados. E ainda
amplia seu isolamento porque só indivíduos isolados
podem ser dominados por completo, sem opor
resistência. O terror totalitário não forma uma
comunidade política de fato, em que as pessoas
participam de uma vida comum. O totalitarismo
transforma o povo em “massa”, em multidão, que Hobbes dizia ser algo anterior ao pacto
político.
Ainda segundo Arendt, o totalitarismo prepara os indivíduos para serem ao mesmo
tempo carrascos e vítimas. É assim que funciona o terror totalitário: ninguém está a salvo.
Mesmo aqueles que ocupam postos de poder no governo podem, de uma hora para
outra, cair em desgraça e tornar-se vítimas, sofrendo o mesmo destino que impunham a
outros.
Questões:

1. Após estudar sobre os regimes Totalitários (facista, nazista e stalinista)


responda: quais foram às consequências desses regimes?
(Sugestão: resposta com no mínimo 7 LINHAS)

2. Você observa em nossa sociedade traços de uma sociedade atomizada ou


de laços sociais? Justifica tua resposta.
(Sugestão: resposta com no mínimo 7 LINHAS)

3. Totalitarismo e autoritarismo não são a mesma coisa. Mas, sociedades


totalitárias são autoritárias. Você vê traços autoritários em nossa sociedade, em especial,
em nossos governantes? Justifica tua resposta.
(Sugestão: resposta com no mínimo 7 LINHAS)

4. A partir da leitura do texto, que medidas você pensa que podem ser eficazes
contra o autoritarismo?
(Sugestão: resposta com no mínimo 7 LINHAS)

5. Hannah Arendt era uma judia durante a 2ª Guerra Mundial. Como este
acontecimento marcou sua vida e sua obra? (Observação: na sua resposta, deverão aparecer as
palavras antissemitismo e nazismo. Busque explicar o que elas significam e sua relação com
Hannah Arendt).
(Sugestão: resposta com no mínimo 10 LINHAS, e no máximo 15 LINHAS).

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